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Experiências Práticas

Meu nome é Eduarda Toscan Raminelli, tenho 23 anos e ingressei na faculdade em


2017/1, então a maior parte das cadeiras que estou cursando são do oitavo semestre.
As experiências práticas que irei relatar aqui são de quando participei do SAJU e de um
estágio não-obrigatório que fiz no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

Fui selecionada para o G2 no segundo semestre da faculdade. O grupo se dedicava


às áreas cível, trabalhista, consumidor e família. Creio que foi uma das experiências mais
gratificantes e impactantes que já participei, pois, até então, eu nunca havia tido contato
direito com a prática jurídica. Os atendimentos da área de família, especialmente, me
marcavam muito. Normalmente atendíamos em conjunto com psicólogas ou estudantes
de psicologia, pois, em muitos casos, o assistido estava frágil emocionalmente. Atendi
muitas pessoas que se encontravam em situação de vulnerabilidade, inclusive havíamos
um assistido morador de rua que virou nosso “freguês”, sempre aparecendo por lá para
ver como estava o andamento de suas demandas ou apenas para dar um oi. Foi com o
SAJU que aprendi a elaborar as peças processuais mais comuns, tendo feito minhas
primeiras petições lá. Além de todo o aprendizado acadêmico, creio que o SAJU traga
uma dimensão humana muito importante, essencial para perceber o direito como além
de meras formalidades e trâmites legais. Pude conhecer pessoas muito especiais e
competentes, que agregaram muito em quem eu sou hoje. Por se tratar de uma
iniciativa estudantil, que preconiza a autonomia dos graduandos voluntários, pude
participar das sessões do conselho do SAJU, o que me permitiu estar cada vez mais
inteirada do funcionamento interno do programa. Para além do ambiente acadêmico,
participei de ações beneficentes junto com o pessoal do grupo e, também, fomos a
algumas manifestações em favor da educação. Creio que o SAJU é uma experiência
essencial na graduação e me sinto muito grata por ter participado.

A outra experiência prática escolhida para esse relato se deu em 2019, quando
estagiei na 13ª Câmara Cível, que abarcava as matérias de consórcios, arrendamento
mercantil, alienação fiduciária, reserva de domínio e usucapião. Inicialmente, eu
realizava tarefas voltadas à organização interna do gabinete, admissão e distribuição de
processo, preparar os processos para a sessão, entre outros. Com o tempo, passei a
realizar despachos, decisões monocráticas, resumo dos processos para o acórdão e,
eventualmente, fazia inteiramente as decisões nos casos em que havia busca e
apreensão. Foi uma experiência boa, pois a matéria que eu trabalhava coincidiu com as
matérias que eu estava vendo em várias cadeiras, então eu podia colocar em prática o
que eu estava aprendendo no momento. Porém, não gostei muito do ambiente de
trabalho. As responsáveis por ensinar os estagiários eram desinteressadas e muito
pouco solícitas para atender minhas dúvidas e problemas. Tudo que aprendi foi através
de estagiários que estavam lá há mais tempo que eu. Resolvi escolher essa experiência
de estágio não-obrigatório para relatar pois nem sempre o estágio é aquilo que
esperamos. As vezes, fazer o nosso melhor não é o suficiente para tornar uma
experiência agradável e gratificante.

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