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Curso de AFO (STJ) Analista Jud.

– Administrativa (Pacote)
Aula 00 – Conceitos e Princípios Orçamentários
Profs. Vinicius Ribeiro e Allan Mendes

Aula Demo

Olá pessoal, como vão as coisas? Estudando muito? Espero que sim, desde que
sejam estudos planejados, otimizados, organizados, concentrados e com
material de qualidade.
Meu nome é Vinicius Ribeiro, sou um uberlandense que vive há mais de 7
anos em Brasília. Gosto muito dessa cidade. Apesar disso, preserrrrvo meu
sotaque mineiro que come quieto um pão de queijin, sempre com café (humm,
maravilha!!!).
Vamos a um breve resumo do meu currículo:
• Graduado em Administração na Universidade Federal de Uberlândia –
UFU;
• MBA em Comércio Exterior e Negócios Internacionais na Fundação
Getúlio Vargas – FGV;
• Atualmente, sou Analista Legislativo da Câmara dos Deputados,
onde trabalho com as nossas Leis Orçamentárias;
• Fui classificado no concurso para Consultor de Orçamentos da
Câmara dos Deputados, certame realizado em 2014;
• Ex-Analista de Planejamento e Orçamento do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, onde atuava na Secretaria
de Planejamento e Investimentos Estratégicos - SPI;
• Ex-Analista Judiciário (Área Administrativa) do Supremo Tribunal
Federal, onde atuava na Secretaria de Controle Interno (oriundo do
concurso do STJ);
• Ex-Analista Judiciário (Área Administrativa) do Conselho Nacional
de Justiça, onde atuava na Seção de Gestão de Contratos (oriundo do
concurso do STF);
• Ex-Servidor do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação,
onde atuava na Coordenação de Tomada de Contas Especial;

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• Classificado no concurso de Analista Legislativo (Administração) do


Senado Federal em 2012;
• Venho lecionando administração no Ponto dos Concursos nos últimos
quatro anos e meio;
• Possuo um livro publicado pela Editora Método, sob coordenação do
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, intitulado “Administração para
Concursos”.
Quando o tema é orçamento, este trabalho é feito em parceria com o Professor
Allan Mendes. Deixe-me passar algumas informações sobre o professor antes
de começarmos:
• Atualmente, é Técnico de Apoio Especializado Orçamento do Ministério
Público da União (MPU), onde exerce a função de Diretor
Administrativo e Financeiro do Programa de Saúde dos Membros
e Servidores do MPF;
• Está classificado dentro das vagas para o cargo de Auditor Interno do
GDF – Planejamento e Orçamento;
• Graduado em Ciências Contábeis na UNB;
• Graduado em Direito na UPIS;
• Pós-Graduado em Contabilidade Pública na WPÓS;
• Ex-Servidor do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação,
onde atuava como Chefe da Divisão de Prestação de Contas de
Convênios.
Os professores adoram colocar frases motivacionais nos seus cursos. Eu tenho
uma particularidade: gosto de colocar algumas brincadeiras para quebrar o
gelo. Permitam-me.

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Fala papito, vamos


pra night!!! Esse
lance de estudar
para concurso é uma
perda de tempo!!!

Sabe de nada,
Inocente!!!

Brincadeiras à parte, hoje começo um curso de Administração Financeira e


Orçamentária (Parte dos Conhecimentos Específicos) para o cargo de
Analista Judiciário – Área: Administrativa (Cargo 1) para o concurso do
Superior Tribunal de Justiça.
Inicialmente, vejam a programação do curso e o sumário desta aula para
prosseguirmos.

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Aula Conteúdo Programático


1 Orçamento público. 1.1 Conceito 1.2 Técnicas orçamentárias. 1.3
00
Princípios orçamentários.
2 O orçamento público no Brasil. 2.1 Sistema de planejamento e de
01 orçamento federal. 2.2 Plano plurianual. 2.3 Diretrizes orçamentárias.
2.4 Orçamento anual.
1.4 Ciclo orçamentário. 1.5 Processo orçamentário. 2.5 Outros planos e
programas. 2.6 Sistema e processo de orçamentação. 3 Programação e
02 execução orçamentária e financeira. 3.1 Descentralização orçamentária e
financeira. 3.2 Acompanhamento da execução. 2.9 Créditos ordinários e
adicionais.
4 Receita pública. 4.1 Conceito e classificações. 4.2 Estágios. 4.3 Fontes.
03
4.4 Dívida ativa.
5 Despesa pública. 5.1 Conceito e classificações. 5.2 Estágios. 5.3 Restos
a pagar. 5.4 Despesas de exercícios anteriores. 5.5 Dívida flutuante e
04
fundada. 5.6 Suprimento de fundos. 2.7 Classificações orçamentárias.
2.8 Estrutura programática.
2.10 Conhecimentos básicos sobre o SIOP e SIAFI. 6 Lei de
Responsabilidade Fiscal. 6.1 Conceitos e objetivos. 6.2 Planejamento. 6.3
05
Receita Pública. 6.4 Despesa Pública. 6.5 Dívida e endividamento. 6.6
Transparência, controle e fiscalização.

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Sumário
Detalhe Sobre o Curso/Edital ..................................................... 05
Conceitos e Princípios Orçamentários ...................................... 07
Questões ......................................................................................... 33
Mapas Mentais ................................................................................ 44
Bibliografia ...................................................................................... 48
Exercícios Trabalhados ............................................................... 48
Gabarito ......................................................................................... 55

E como será o curso, Professor?


O foco deste curso, ministrado em 5 aulas (além desta aula demo), é capacitá-
los para resolver a prova de AFO para o cargo de Analista Judiciário (Área:
Administrativa) para o concurso do STJ.
Meu objetivo aqui é fazer com que vocês acertem as questões desta disciplina
e que isso contribua para a aprovação no concurso.
Esse curso de teoria e exercícios comentados possui foco na nossa banca:
CESPE.
Vale lembrar que a prova está prevista para 27/9/15. Tempo de sobra para
estudar!!!! E qual é a remuneração e a quantidade de vagas, professor?
o Remuneração Inicial: R$ 8.803,97. Nada mal, não é???
o Vagas e Redações Corrigidas: 12 vagas, sendo 300 redações
corrigidas!!!
Estudar de forma correta é fundamental. O candidato precisa ser organizado,
traçar metas realistas e cumpri-las. Depois é só fazer a prova e esperar a sua
medalha, que na verdade é um belo crachá!!!!

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Muitos alunos me questionam sobre a necessidade de leituras complementares.


A minha resposta: depende do nível e da disponibilidade de cada um. O edital
será todo abordado em nossas aulas. De qualquer forma, ao final da aula, está
citada a bibliografia básica.
Aprofundando ou não em livros, é fundamental que o aluno diversifique seus
estudos com as outras matérias do certame. É essencial que o candidato não
deixe de lado aquela matéria que ele possui um conhecimento prévio, mas não
necessário para gabaritar.
Opte por estudar três matérias (português, orçamento, direito constitucional)
diferentes por dia. No próximo dia, escolha outras três e assim vai. Em um
intervalo de 3 ou 4 dias, você viu um pouco de todas as matérias do edital,
deixando sempre a cabeça fresquinha com os mais variados conhecimentos.
Vamos conversar ao longo do curso no fórum sobre a sua preparação.
Não deixe de participar.
Outro ponto que quero falar é sobre as questões comentadas. Ao longo do
curso, irei colocar questões das matérias já estudadas. Assim, é possível
que eu coloque, por exemplo, uma questão da matéria vista hoje na aula 2. A
ideia é não deixar o conteúdo cair no esquecimento, ok?
A estrutura da aula será a seguinte: exposição da teoria com exercícios e seus

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comentários. Ao final da aula, esses mesmos exercícios serão colocados,


porém sem os devidos comentários, para quem queira tentar resolvê-los sem
que haja explicações.
Fórum: o fórum de dúvidas é um importante mecanismo de aprendizado e de
valorização do aluno que realmente está adquirindo o nosso curso de maneira
legal. Qualquer questionamento com relação à matéria pode ser feito por lá. À
medida que as perguntas são realizadas, vou respondendo seguindo a ordem
de postagem.
As perguntas são respondidas no prazo máximo de 1 semana. No entanto, é
mais comum que eu responda em um prazo menor do que sete dias. Vale frisar
que todos os questionamentos serão atendidos.

1 Orçamento público. 1.1 Conceito 1.2 Técnicas


orçamentárias. 1.3 Princípios orçamentários.
O orçamento público pode ser entendido como um conjunto de informações
que evidenciam as ações governamentais, bem como um elo capaz de ligar os
sistemas de planejamento e finanças. Trata-se de um documento em que são
previstas (estimadas) as receitas e fixadas as despesas.

Guardem isso: fixação de despesas e previsão de receitas!


O examinador adora trocar essas informações. Às vezes, ele coloca numa
questão que no orçamento são previstas as despesas e fixadas as receitas.
Errado!!! Temos que entender a lógica: como podemos fixar as receitas do
governo? Não há como. O governo não tem certeza de que receberá essas
receitas. Todo mundo vai pagar os seus impostos? E qual o valor exato?
Impossível de saber, não é?

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Por outro lado, as despesas devem sim ser fixadas. O governo deve ter um
limite para os seus gastos. No começo do ano, o governo costuma anunciar um
corte de gastos previstos no orçamento anual. Normalmente, a ideia tem sido
a de contenção da inflação.

O orçamento público surgiu com o objetivo de controlar os gastos


governamentais, em relação às receitas auferidas, evitando o excesso de
gastos públicos, sem receita correspondente.
Atualmente podemos elencar as seguintes funções/dimensões do orçamento
público:
• Política: representa o embate entre as diversas forças políticas presentes
na sociedade;
• Planejamento: orienta a ação do Estado no longo prazo;
• Jurídica: lei formal aprovada pelo Poder Legislativo;
• Gerencial: administração, controle e a avaliação dos recursos utilizados;
• Financeira: estabelecimento do fluxo de entrada de recursos obtidos por
meio da arrecadação de tributos, bem como da saída de recursos
provocada pelos gastos governamentais;
• Econômica: instrumento de cumprimento das funções econômicas do
Estado. Alocativa, distributiva e estabilizadora.

receita pública crédito público


(obtenção de (criação de
recursos) recursos)

o orçamento despesa pública


público (gestão (destinação de
de recursos) recursos)

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1) (CESPE MDIC 2014) A função política do orçamento diz respeito ao


estabelecimento do fluxo de entrada de recursos obtidos por meio da
arrecadação de tributos, bem como da saída de recursos provocada
pelos gastos governamentais.
A questão está incorreta. A função de estabelecer o fluxo de entrada de
recursos obtidos por meio da arrecadação de tributos, bem como da saída de
recursos provocada pelos gastos governamentais, é a Financeira, e não a
Política.
Gabarito: E

O conceito e utilização do orçamento público vêm evoluindo juntamente com a


própria história da sociedade. Inicialmente o orçamento surgiu na Inglaterra
como um instrumento de controle do Poder Legislativo sobre os gastos do
Poder Executivo, fruto das conquistas da classe burguesa em contraposição ao
absolutismo, cabendo ao soberano autorização para realizar as despesas
estatais.
Este orçamento é chamado de ORÇAMENTO TRADICIONAL OU CLÁSSICO,
cuja principal preocupação era relacionada a questões tributárias, deixando de
lado aspectos sociais e econômicos. O foco do orçamento tradicional era no
objeto do gasto, sendo as despesas classificadas apenas por unidades
administrativas ou itens de despesa.
Para a prova, lembre-se que o orçamento tradicional ou clássico era uma
peça apenas para controle dos gastos públicos.
Orçamento Tradicional:

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No pós-guerra (Segunda Guerra Mundial), surge uma nova fase de atuação do


Estado, à medida que a sociedade exigia um Estado provedor de serviços
públicos, a importância e objetivos do orçamento foram evoluindo. A fase
seguinte ao orçamento tradicional foi o ORÇAMENTO DESEMPENHO ou
ORÇAMENTO DE REALIZAÇÕES, em que os gastos governamentais eram
voltados para o cumprimento das metas preestabelecidas, no intuito de
alcançar resultados específicos.
Esse modelo de orçamento representou uma evolução do orçamento
tradicional, pois além de apresentar o objeto do gasto, como o orçamento
tradicional, dispunha de uma nova dimensão, o programa de trabalho,
com a finalidade de avaliar o desempenho das ações do governo.
Contudo, muita atenção, apesar de nessa fase o orçamento se preocupar em
atingir resultados, nesse orçamento ainda não havia a preocupação com o
planejamento governamental.
Orçamento de Desempenho:

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A primeira experiência de ligação do orçamento com o planejamento Estatal


ocorreu nos Estados Unidos na década de 60, conhecido como Planning
Programming and Budgeting System (PPBS). Contudo, sua operacionalização e
implementação se mostraram árduas, tendo em vista a carência de pessoal
qualificado e a resistência dos envolvidos para a sua aceitação.
Fruto da experiência adquirida ao longo dos anos, foi se desenvolvendo uma
nova forma de orçamento: o ORÇAMENTO-PROGRAMA, que se caracteriza
como instrumento de ligação entre o planejamento e a
execução/acompanhamento/controle da ação Governamental.
É o modelo em vigor no Brasil. Ponto característico desse tipo de orçamento é
sua vinculação direta com o Planejamento Governamental. Como o próprio
nome nos indica, no Orçamento-Programa o foco está nos programas de
governo, nos projetos e atividades necessários para atingir as metas
pretendidas.
Com base nesta característica, o orçamento-programa ultrapassa a fronteira
do orçamento com o simples documento financeiro, aumentando seu escopo
de atuação. O orçamento passa a ser um instrumento de operacionalização das
diretrizes, objetivos e metas do governo.
Os objetivos do orçamento-programa podem ser classificados em finais e
derivados:

“Apenas” contribuem para o alcance dos objetivos


finais. Esses objetivos demonstram
Derivados quantitativamente os propósitos específicos
(mecanismos) de governo.

Representam as finalidades da ação governamental.


Finais Esses objetivos demonstram uma avaliação
qualitativa dos propósitos de governo.

Fique atento à diferença entre o orçamento desempenho e o orçamento


programa. Já foi cobrado em prova qual seria o orçamento com preocupação
principal no resultado dos gastos, sem vinculação com o instrumento central

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do governo. Nesse caso, não se confunda, trata-se do orçamento desempenho,


pois conforme já vimos, o Orçamento-Programa se vincula ao instrumento
central de planejamento do Governo.
Vejamos as vantagens do Orçamento-Programa:

Melhor planejamento das ações

Maior oportunidade para redução dos gastos

Melhor controle da execução do programa

Identificação dos gastos e realizações por


programa

Inter-relacionamento entres custos e programação

Ênfase no que a instituição realizar e não no que


ela gasta

2) (CESPE TCE-RS 2012) A alocação dos recursos visa, no orçamento


tradicional, à aquisição de meios e, no orçamento-programa, ao
atendimento de metas e objetivos previamente definidos.
Perfeito. Orçamento tradicional preocupa-se com os meios e orçamento-
programa está focado nos objetivos.
Gabarito: C

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3) (CESPE INPI 2013) O Planning Programming and Budgeting System


(PPBS), adotado na década de 60 do século passado, foi uma tentativa
de incorporação do planejamento ao orçamento, tendo sido
considerado um sistema de fácil operacionalização e implementação.
O PPBS realmente foi um programa na década de 60 com a tentativa de
incorporar o planejamento ao orçamento, contudo, sua operacionalização e
implementação se mostraram complexas de serem executadas, tendo em vista
a falta de pessoal qualificado e da resistência dos envolvidos para a sua
aceitação.
Gabarito: E
4) (CESPE MPU 2015) O orçamento de desempenho, por considerar o
resultado dos gastos e os níveis organizacionais responsáveis pela
execução dos programas, distingue-se do orçamento clássico.
Correto, o orçamento desempenho representou uma evolução do orçamento
tradicional, pois além de apresentar o objeto do gasto, como o orçamento
tradicional, dispunha de uma nova dimensão, o programa de trabalho, com a
finalidade de avaliar o desempenho das ações do governo.
Gabarito: C

Outro tipo de orçamento frequentemente cobrado em provas é o ORÇAMENTO


BASE-ZERO (OBZ). Nessa forma de orçamento, devem-se rever todos os
valores consignados no orçamento antecedente. Nenhum programa tem
continuidade garantida. Todos os programas devem ser revistos, a partir da
análise da sua permanência. Assim, como o próprio nome diz, partindo-se do
zero para construção de um novo orçamento.
Esse tipo de orçamento possui alguns entraves para sua implementação, entre
eles, a resistência imposta pela burocracia, quando avaliada a eficácia de seus
programas, e a dificuldade em conciliar esse tipo de orçamento com uma visão
de planejamento de longo prazo.

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Em oposição ao OBZ, há o ORÇAMENTO INCREMENTAL. Esse orçamento


funciona assim: num determinado ano, são arroladas as despesas e as
receitas. No próximo exercício o que é feito? Apenas a correção/atualização
dos valores, mantendo-se a base do ano anterior.
Por fim, como um novo modelo que vem tomando força, está o ORÇAMENTO
PARTICIPATIVO, que convoca os cidadãos a participarem da etapa de
formulação do orçamento. Cuidado para o fato de que nem a competência do
Executivo para apresentar o Projeto e nem a competência do Legislativo para
aprová-lo são usurpadas.
O que acontece apenas é o chamamento da população para, junto ao Poder
Executivo, estabelecer as prioridades do Orçamento. Atualmente, essa
experiência pode ser observada em alguns municípios brasileiros (Porto Alegre,
Belo Horizonte). No âmbito federal, houve uma tentativa na Lei Orçamentária
Anual de 2012 (LOA/2012) de adotar emendas de iniciativa popular. No
entanto, não foi uma experiência bem sucedida.
O orçamento participativo requer mobilização social. Além disso, o governo
deve ter discricionariedade para alocar os recursos e atender aos anseios da
sociedade. O que isso quer dizer? Se o governo tiver vinculações
orçamentárias, ele não poderá adequar os gastos para resolver problemas da
população.
Vale dizer que o orçamento atual é cheio de vinculações orçamentárias que
impedem essa discricionariedade. Cerca de 90% do orçamento da União é
vinculada.

5) (CESPE ANTAQ 2014) O orçamento base-zero é utilizado como um


método que define objetivos com vistas à otimização do custo-
benefício, entretanto a sua adoção prejudica a adequada vinculação do
orçamento ao planejamento de longo prazo.

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Exato, a característica de questionar os gastos públicos anualmente,


principalmente em relação ao custo-benefício, acaba prejudicando a vinculação
com o planejamento de longo prazo, pois alguns desses gastos só trarão
benefícios no futuro.
Gabarito: C

ORÇAMENTO AUTORIZATIVO X ORÇAMENTO IMPOSITIVO


No Brasil, temos um orçamento autorizativo. Significa dizer que há apenas
autorização para realização das despesas, conferindo margem de
discricionariedade ao gestor para executá-las.
No entanto, foi promulgada recentemente a Emenda à Constituição nº 86/2015.
Essa emenda tornou obrigatória a execução orçamentária/financeira das
programações oriundas das emendas individuais de deputados e senadores.
Mas o que são essas emendas individuais?
São emendas propostas pelos deputados e senadores. No Congresso, quando a
peça orçamentária está sendo analisada, são previstas as seguintes
modalidades de emenda:
• Emendas Coletivas de Bancada Estadual, elaboradas pelos deputados e
senadores de cada unidade da federação;
• Emendas Coletivas de Comissão, elaboradas pelas diversas comissões
existentes na Câmara e no Senado;
• Emendas Individuais, que cada parlamentar (deputados e senadores)
tem direito de propor ao projeto.
Então, meus caros, a alteração constitucional atinge somente essa última
modalidade, ok?
Na verdade, as emendas individuais impositivas já vinham sendo previstas nas
duas últimas Leis de Diretrizes Orçamentárias - LDOs (Lei 12.919/2013 e Lei
13.080/2015). No entanto, os parlamentares tornaram o regramento matéria
constitucional.

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Apesar da obrigatoriedade, vale mencionar que as emendas individuais


poderão ter suas execuções limitadas (assim como acontece com as demais
despesas discricionárias) caso se verifique que a reestimativa da receita e da
despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal
estabelecida na LDO.
Além dessa limitação, a emenda individual perderá sua obrigatoriedade de
execução caso se verifique um impedimento de ordem técnica. Nesses casos,
remanejamentos de programação podem ser feitos. Na inércia do Congresso
Nacional em deliberar sobre o remanejamento, pode o Poder Executivo
implementar o remanejamento.

6) (CESPE TCE-ES 2013) Com a perspectiva da aprovação do


orçamento impositivo no Brasil,
a) o Poder Executivo não poderá propor modificações, durante o
exercício, das ações introduzidas pelos parlamentares.
b) haverá um fortalecimento do Poder Executivo na elaboração da
proposta orçamentária.
c) o Poder Executivo estará obrigado a arrecadar a receita prevista.
d) a execução da despesa não dependerá das condições operacionais
associadas à realização das obras e serviços autorizados.
e) a execução do orçamento continuará dependendo da realização da
receita.
O item correto é o “e”. A despeito de estar previsto a obrigatoriedade da
execução das emendas parlamentares, a execução só pode ocorrer caso a
previsão das receitas para o período se concretize.
Apesar dessa questão ser de 2013, está de acordo com o texto constitucional
que entrou em vigor com a Emenda Constitucional nº 86/2015:

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“CF 88, art. 166, § 17 Se for verificado que a reestimativa da receita e da


despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal
estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11
deste artigo poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação
incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias”.
Vejamos os erros das demais assertivas:
a) o Poder Executivo, na inércia do Congresso Nacional, poderá implementar
remanejamento de programação com impedimentos de ordem técnica.
b) uma vez que as emendas tornam-se obrigatórias, os parlamentares não
precisam mais negociar a execução (em tese) das suas emendas. Assim, o
Poder Legislativo é fortalecido nessa relação de poderes.
c) o orçamento impositivo não está relacionado a receitas. Ele está relacionado
a despesas, mais especificamente aquelas oriundas das emendas individuais.
d) dependerá sim. Essas condições podem gerar impedimentos de ordem
técnica.
Gabarito: E

Finalizando esse tópico sobre noção e evolução do orçamento, a doutrina ainda


divide o orçamento em três tipos, dependendo dos Poderes que participam da
elaboração, aprovação e execução deste:

Orçamento •o Poder Legislativo é responsável pela elaboração,


a votação e o controle do orçamento, cabendo ao
Legislativo Poder Executivo apenas a execução.

Orçamento •o Poder Executivo é responsável pela elaboração,


a votação, o controle e a execução do orçamento.
Executivo
•o Poder Executivo é reponsável pela elaboração e
Orçamento a execução, enquanto a votação e controle são
responsailidade do Poder Legislativo. Trata-se do
Misto modelo adotado pela nossa Constituição Federal de
1988.

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7) (CESPE TC-DF 2014) Denomina-se orçamento misto o orçamento


público elaborado pelo Poder Executivo e que preveja que parte dos
recursos seja executada por empresas do setor privado.
Não é esse o conceito. No Orçamento misto, a elaboração e execução do
orçamento ficam a cargo do Poder Executivo.
Gabarito: E

Princípios Orçamentários
O orçamento público tem princípios que regem sua elaboração e controle.
Esses princípios orçamentários são regras que norteiam o processo de
elaboração, aprovação, execução e controle do orçamento, encontrados na
Constituição, em legislação infraconstitucional, e por meio de interpretações da
doutrina.

A Lei 4.320/64, abaixo da Constituição, é um dos principais instrumentos


legislativos sobre orçamento e contabilidade pública. Essa lei estatui normas
gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
Foi recepcionada pela atual Constituição, devendo seus dispositivos serem
seguidos normalmente. Uma dúvida recorrente é se, com a sanção da Lei
Complementar n° 101/2000, mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal, aquela teria sido revogada. Contudo, essas duas leis tratam de temas
diferentes, mantendo-se a validade de ambas.

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Em seu art. 2º, a Lei n°. 4.320/64 prevê expressamente a existência dos
princípios da unidade, universalidade e anualidade. Esse artigo da 4.320/64 foi
cobrado em provas do Cespe, por isso é bom saber o seu conteúdo:
“Lei nº. 4.320/64 - Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da
receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o
programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade,
universalidade e anualidade.
§ 1° Integrarão a Lei de Orçamento:
I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do
Governo;
II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias
Econômicas, na forma do Anexo nº. 1;
III - Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;
IV - Quadro das dotações por órgãos do Governo e da Administração.
§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:
I - Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos
especiais;
II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos Anexos ns. 6 a 9;
III - Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo,
em termos de realização de obras e de prestação de serviços.” (Grifo nosso)

8) (CESPE FNDE 2012) A lei de orçamento deve conter a discriminação


da receita e da despesa, de modo a evidenciar a política econômica e
financeira e o programa de trabalho adotados pelo governo,
obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade.
Questão literal do art. 2º da Lei n. 4.320/64:

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“Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de


forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do
Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.”
Gabarito: C
9) (CESPE TRT 10ª REGIÃO 2013) É facultada a inclusão, na lei de
orçamento, do quadro demonstrativo do programa anual de trabalho
do governo no âmbito de realização de obras e prestação de serviços,
uma vez que essa informação está contemplada nos quadros
demonstrativos das despesas.
O enunciado está incorreto, pois, primeiro, é obrigatória a apresentação desses
quadros demonstrativos. Depois, conforme observamos da leitura dos incisos
II e III do §2º, do artigo 2º, da Lei n. 4.320/64, o quadro demonstrativo da
despesa é distinto do quadro do programa anual de trabalho, não se incluindo
esse dentro daquele.
Gabarito: E

Agora vamos ver quais são os principais princípios orçamentários, suas


características e detalhes. Muita atenção a cada detalhe, pois em muitos
casos as questões pedem apenas que o candidato correlacione o nome de cada
princípio com suas características.
◊ LEGALIDADE: com base no art 5º da CF/88, consigna que “ninguém
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
No caso do setor público, o gestor só pode fazer aquilo que está na lei. Isso
vale também para a matéria orçamentária. Diante desse fato, justifica-se a
existência das leis orçamentárias: PPA (Plano Plurianual), LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentárias) e LOA (Lei Orçamentária Anual).
O orçamento é uma de Lei Ordinária, aprovada pelo Poder Legislativo, sob rito
especial, com iniciativa exclusiva de apresentação do Projeto pelo Chefe do
Poder Executivo. Apesar de ser uma lei ordinária, o orçamento público não cria
nem gera direitos e deveres, não inovando na ordem jurídica. Dessa forma,

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materialmente, o Orçamento Público é considerado uma lei de efeitos


concretos, logo, com natureza de ato administrativo.
Podemos então dar as seguintes características para a lei orçamentária:

•Formalmente o orçamento é uma lei, mas, conforme vimos acima,


É uma em vários casos ela não obriga o Poder Público, que pode, por
Lei exemplo, deixar de realizar uma despesa autorizada pelo legislativo.
formal Dizemos assim que o orçamento é uma lei apenas formal, pois
diversas vezes deixa de possuir uma característica essencial das
leis: a coercibilidade

Lei
•Todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são leis ordinárias
ordinária

Lei
temporária •A lei orçamentária tem vigência limitada (um ano).

Lei
•Possui processo legislativo diferenciado e trata de matéria específica
especial

Prestem atenção! Apesar do fato de ser uma lei formal, isso não impede o
controle abstrato de constitucionalidade sobre as normas orçamentárias,
conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse tema é mais
facilmente observado na Prova de Constitucional, mas é bom ficar atento, uma
vez que tem sido tema em provas!
◊ UNIDADE/TOTALIDADE: O orçamento deve ser uno, uma só peça.
Assim, não poderão coexistir diferentes orçamentos para um mesmo ente da
federação. Esse princípio buscar evitar a proliferação de orçamentos paralelos
em um mesmo ente da federação, determinando que haja um só orçamento.

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De acordo com a Constituição, a Lei Orçamentária Anual será composta


pelo orçamento fiscal, pelo orçamento da seguridade social e pelo
orçamento de investimento de empresas.
Conforme CF/88, Art. 165:
“§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.”

• Representa todas as receitas e despesas de


fundos, órgãos da administração direta e indireta,
Fiscal que necessitam desses recursos para manutenção
de suas atividades

• Envolve os mesmos órgãos do orçamento fiscal,


Seguridade contudo, refere-se às despesas e receitas
Social vinculadas à seguridade social, compreendendo
saúde, previdência e assistência social

• Compreende os valores transferidos para as


empresas em que a União, direta ou indiretamente,
Investimento detenha a maioria do capital social com direito a
de empresas voto, que não pertençam ao orçamento Fiscal e da
Seguridade Social

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A despeito da existência desses orçamentos, esse fato não representa exceção


ou quebra do princípio da unidade, eis que, a peça orçamentária está unificada
em um único documento, atendendo ao comando principiológico. Inclusive
esse princípio pode vir definido como Princípio da Totalidade, no sentido da
coexistência de múltiplos orçamentos que devem ser consolidados em uma só
Lei Orçamentária Anual.

10) (CESPE Polícia Federal 2014) De acordo com o princípio da


unidade, ou da totalidade orçamentária, todos os entes federados
devem reunir seus diferentes orçamentos em uma única lei
orçamentária, que consolidará todas as receitas e despesas públicas
do Estado.
Essas questões sobre princípios costumam ser cobradas com frequência pelo
CESPE.
Como já foi dito, o princípio da unidade ou totalidade determina que cada Ente
Federativo deve possuir apenas um orçamento. Logo, não deve haver um
orçamento para todos os entes federados.
Gabarito: E

◊ UNIVERSALIDADE: determina que a Lei Orçamentária Anual


compreenderá todas as despesas e receitas, inclusive as provenientes de
operações de crédito, referentes a todos os Poderes do Ente da Federação
(União, Estados, Munícipios e Distrito Federal), seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta.
Esse princípio não se aplica às operações de crédito por antecipação da receita,
as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias no ativo e
passivo financeiro.

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Operações de Crédito são compromissos financeiros em razão de


empréstimo (mútuo), abertura de crédito, emissão e aceite de título,
aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores oriundo de
vendas com fornecimento parcelado, etc.

Esse princípio está previsto na Constituição Federal e no artigo 3° e 4° da Lei


nº 4.320/64:
“Art. 3°. A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de
operações de crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de
credito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras
entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros.
Art. 4°. A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos
órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio
deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.”

Diferentemente das operações de crédito, que se originam de obrigações


assumidas pelo Estado em razão de um recurso disponibilizado por terceiros,
as operações de créditos por antecipação de receita tratam de um mecanismo
de execução de despesas do Estado, que, prevendo a realização de uma
receita, já realiza o respectivo gasto. Logo, a necessidade do tratamento
diferenciado.

Cuidado que a universalidade não tem nada a ver com o princípio da totalidade
(unidade). Em algumas questões de prova o examinador tenta confundir o
candidato quantos aos princípios da unidade e da universalidade. Por isso,
fique atento: quando a questão tratar da apresentação de todas as receitas e
despesas, o princípio citado é o da universalidade.

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◊ EXCLUSIVIDADE: a lei orçamentária anual não deve conter dispositivo


estranho à previsão da receita e fixação da despesa, com exceção da
autorização para a abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, inclusive as de antecipação de receita.
Esse princípio busca evitar que matérias diversas ao orçamento sejam tratadas
nessa Lei e da mesma forma que normas sobre orçamento constem de
dispositivos com outras finalidades, ou seja, as leis orçamentárias devem ser
tratadas especificamente.
A ideia, como bem cita o Consultor de Orçamentos da Câmara dos Deputados
Eber Zoehler Santa Helena, é evitar a existência de caudas e rabilongos, como
a inclusão em lei orçamentária de procedimentos de ação de desquite!!! Tem
base? Pois isso já ocorreu. Veja as denominações das caudas em outros
países: tackings (Inglaterra), riders (EUA), bepckung (Alemanha) e cavaliers
budgetaries (França).
Sobre as autorizações que poderão constar do Orçamento, o artigo 7º da Lei n.
4.320/64, dispõe:
“Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:
I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as
disposições do artigo 43;
II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por
antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa.
§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontes de recursos
que o Poder Executivo fica autorizado a utilizar para atender a sua cobertura.
§ 2° O produto estimado de operações de crédito e de alienação de bens
imóveis somente se incluirá na receita quando umas e outras forem
especificamente autorizadas pelo Poder Legislativo em forma que
juridicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício.
§ 3º A autorização legislativa a que se refere o parágrafo anterior, no tocante
a operações de crédito, poderá constar da própria Lei de Orçamento.”

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11) (CESPE TRT 2ª REGIÃO 2014) A inclusão de dispositivos que


autorizam a criação de cargos públicos na Lei Orçamentária Anual é
vedada porque fere o princípio orçamentário
a) da exclusividade.
b) da unidade.
c) da universalidade.
d) do orçamento bruto.
e) da publicidade.
A lei orçamentária deve conter apenas matéria orçamentária, conforme
preceitua o princípio da exclusividade.
Gabarito: A

◊ ANUALIDADE/PERIODICIDADE: o orçamento deve abranger um


período definido no tempo. No Brasil, o orçamento coincide com o ano civil,
período de um ano. Assim, as autorizações para gastos terão validade apenas
para o exercício financeiro da sua autorização, salvo algumas exceções, como
os créditos especiais e extraordinários.
“Lei 4.320/64 - Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.”

Para aqueles cargos que cobram noções de Direito Tributário, fique atento ao
fato que esse princípio não se aplica a esse ramo do Direito. Muitas bancas
gostam de afirmar que o princípio da anualidade é um princípio tributário.

◊ ORÇAMENTO BRUTO: as receitas e despesas consignadas no


orçamento devem ser apresentadas pelos seus valores brutos, sendo vedada a

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apresentação desses créditos deduzidos por algum valor. Esse princípio está
previsto no art. 6º da Lei n. 4.320/64:
“Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos
seus totais, vedadas quaisquer deduções.
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra
incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a
transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber.
§ 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior, o cálculo das cotas
terá por base os dados apurados no balanço do exercício anterior aquele em
que se elaborar a proposta orçamentária do governo obrigado a transferência.”
Esse princípio se aplica inclusive para transferências obrigatórias que um ente
faça para outro, em razão de um dispositivo legal ou constitucional (como o
Fundo de Participação dos Estados – FPE). Assim, mesmo que parcela da
arrecadação de um tributo deva ser transferida a outro ente, por determinação
constitucional, essa parcela que será transferida deverá ser apresentada pelo
seu valor bruto como receita.
Como ocorrerá a transferência e em respeito ao princípio do orçamento bruto,
a parcela transferida será registrada como uma despesa no orçamento do ente
transferidor.

12) (CESPE Câmara dos Deputados 2014) As cotas de receita que uma
entidade pública deva transferir a outra serão incluídas como receita
no orçamento da entidade obrigada à transferência.
Em respeito ao princípio do orçamento bruto, a parcela transferida será
registrada como uma despesa no orçamento do ente transferidor e não como
receita, como afirma a questão.
Gabarito: E

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Esse processo de transferência está previsto no Manual de Contabilidade


aplicado ao Setor Público (MCASP) da Secretaria do Tesouro Nacional - STN:
“Se a receita arrecadada possuir parcelas destinadas a outros entes (repartição
tributária), a transferência poderá ser registrada como dedução de receita ou
como despesa orçamentária, de acordo com a legislação em vigor.”
Atenção para o fato de que essa regra não vale para Imposto de Renda Retido
na fonte por estados e munícipios, pois nesse caso, a Constituição afirma que
esses recursos pertencem aos entes responsáveis pela retenção.
Esse conhecimento foi cobrado recentemente em prova:

13) (CESPE TRE-GO 2015) O imposto de renda retido na fonte sobre


rendimentos pagos pelos estados e municípios, de competência da
União, não chega a constituir-se em transferência àqueles entes,
sendo diretamente apropriado como receita tributária própria
Como já afirmei, a questão está correta! O MCASP trata sobre o tema:
“a contabilidade espelha o fato efetivamente ocorrido: mesmo correspondendo
à arrecadação de um tributo de competência da União, tais recursos não
transitam por ela, ficando diretamente com o ente arrecadador. Desse modo,
não há de se falar em registro de uma receita de transferência nos estados, DF
e municípios, uma vez que não ocorre a efetiva transferência do valor pela
União.”
Gabarito: C

◊ DISCRIMINAÇÃO/ESPECIALIZAÇÃO: as dotações previstas no


orçamento devem ser especificadas, sendo vedado prever no orçamento,
dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de
pessoal, material, serviços de terceiros ou quaisquer outras. Tem como
finalidade dar transparência aos gastos do governo, facilitando a função de

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acompanhamento e controle do gasto público pelos órgãos de controle e pela


sociedade.
Excepciona-se nesses casos a possiblidade de consignação de dotações
globais para programas especiais de trabalho e a reserva de
contingência.
“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a
atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de
terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo
20 e seu parágrafo único.
Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os
projetos de obras e de outras aplicações.
Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza,
não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da
despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as
Despesas de Capital.”
◊ NÃO AFETAÇÃO/NÃO VINCULAÇÃO: A receita de impostos não deve
ser vinculada a órgãos, fundos e despesas, ressalvando-se as seguintes
exceções previstas na Constituição Federal de 88:
× Transferências constitucionais/Repartição das receitas tributárias
(Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios, Fundos de
Desenvolvimento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste);
× Garantia e contra-garantia de operações de crédito por antecipação
de receita junto à União;
× Ações e serviços públicos de saúde;
× Desenvolvimento e manutenção do ensino;
× Realização de atividades de administração fazendária.
“CF 88 Art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se
referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços

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públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para


realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de
garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art.
165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;” (grifo nosso)

O Princípio da Não Afetação veda a vinculação da receita de


IMPOSTOS, logo, não se aplica à receita de taxas, contribuições, empréstimos
compulsórios e contribuições de melhoria, que são as demais espécies de
tributo.

14) (CESPE TC-DF 2014) Suponha que determinado município tenha


instituído contribuição de melhoria sobre imóveis localizados próximos
de obra pública concluída. Nessa situação, em respeito ao princípio da
não vinculação, o município estará proibido de determinar a
destinação do produto da arrecadação da referida contribuição ao
atendimento de despesa pública específica.
O princípio da não vinculação refere-se apenas aos impostos, assim, para
taxas, contribuições, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios,
não há essa vedação.
Gabarito: E

◊ EQUILÍBRIO: possui duas vertentes, a formal e a material. A formal


indica que o total de despesas deve ser igual ao total das receitas na Lei
Orçamentária, ou seja, a despesa autorizada deve ser equivalente a
receita estimada. Já a material é mais específica e significa a busca do
equilíbrio na execução do orçamento, como por exemplo, a utilização de

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receitas de capital para o financiamento de despesas desse mesmo gênero e


não para pagamento de despesas de custeio.
Esse princípio do equilíbrio, ao estabelecer compatibilização entre receitas e
despesas, é fundamental no controle dos gastos públicos, evitando a
ocorrência de déficits nas contas públicas, tanto na sua concepção formal
quanto material.
Você deve estar acompanhando as contas públicas no Brasil nos últimos anos.
O controle dos gastos não vem sendo bem feito e o déficit é a consequência.

Formal Material
Equilíbrio na
Total de execução do
Despesas orçamento

= ↑↓
Receitas de
Total de Capital -->
Receitas Despesas de
Capital

◊ UNIFORMIDADE: tem como objetivo permitir a comparação de


orçamentos de diversos anos. Os aspectos formais de apresentação da lei
orçamentária anual devem ser uniformes ao longo do tempo, possibilitando
comparações entre orçamentos de vários períodos.

15) (CESPE FUB 2013) O orçamento deve atender ao requisito de


uniformidade no que se refere ao aspecto formal para permitir a
comparabilidade ao longo dos exercícios financeiros.

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Correto, o orçamento deverá ser apresentado uniformemente ao longo dos


anos, permitindo a comparação de vários períodos.
Gabarito: C

◊ CLAREZA: determina que o orçamento deve ser de fácil


compreensão. Trata-se de um princípio voltado para quem tiver contato com o
orçamento, sendo necessário que o documento seja compreensível, objetivo e
claro para todos, evitando-se que termos técnicos inviabilizem a leitura.
◊ PUBLICIDADE: Como qualquer outro ato emanado pelo poder
público, ao Orçamento deve ser garantida a sua publicidade.
◊ PROGRAMAÇÃO: Esse princípio não é muito visto na doutrina,
mas vem sendo cobrado ultimamente em provas de concurso. Ele se relaciona
com o orçamento-programa, adotado no Brasil, que determina que o
orçamento deva viabilizar o planejamento governamental, por meio de ações
voltadas para alcance desse fim.
Além dos princípios relacionados acima, a Constituição ainda prevê, nos incisos
do artigo 167, situações vedadas pela Carta Magna. Esses casos não são
considerados pela Doutrina em geral como princípios, mas pela força e
generalidade de suas disposições, achamos importante enumerá-las.
Dessa forma, são vedados:
× O início de programas e projetos não previstos na Lei
Orçamentária;
× Despesas ou obrigações que excedam os créditos orçamentários ou
adicionais;
× Operações de créditos que excedam o montante das despesas de
capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por maioria absoluta (Regra de Ouro);
× Vinculação da receita de impostos (Princípio da não afetação);

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× Abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização


legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
× Transposição, remanejamento ou transferência de recursos sem
autorização legislativa;
× Créditos ilimitados;
× Destinação de recursos do orçamento fiscal e da seguridade social
para cobrir o déficit de fundos, empresas e fundações, salvo
autorização legislativa;
× Instituição de fundos sem autorização legislativa prévia; e
× Pagamento de despesas com pessoal de outros entes federados,
por meio de transferências voluntárias ou empréstimos, pela União
e Estados e suas instituições financeiras.

Questões
16) (CESPE Polícia Federal 2014) O orçamento público constitui norma
legal a ser aplicada integralmente e contém a previsão de receitas e a
estimativa de despesas a serem realizadas pelo governo em
determinado exercício financeiro, sendo objeto de estudo tanto do
direito financeiro quanto do direito tributário.
Errado, o orçamento público contém a PREVISÃO (ESTIMATIVA) das receitas e
a FIXAÇÃO das despesas. Atenção, a banca adora trocar esses conceitos!
Gabarito: E
17) (CESPE FNDE 2012) O PPBS (planning, programming and
budgeting system), dada a facilidade de sua implantação em órgãos
públicos, foi, amplamente adotado, a partir da década de setenta do
século XX, em todo o mundo.
Novamente se afirma incorretamente que foi fácil a implementação do PPBS, o
que já vimos que não foi dessa forma.
Gabarito: E

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18) (CESPE MPU 2015) Por meio do orçamento-programa é possível


expressar, com maior veracidade, a responsabilidade do governo para
com a sociedade, visto que o orçamento deve indicar com clareza os
objetivos da nação.
Ao vincular o planejamento governamental com a execução dos recursos
públicos, o orçamento-programa possibilita aferir com maior precisão a
responsabilidade do gestor na busca pelas demandas da população.
Gabarito: C
19) (CESPE TCE-RO 2013) O orçamento-programa fornece subsídios ao
planejamento, visto que possibilita a ligação entre o controle da
execução orçamentária e a elaboração orçamentária.
Uma das características do Orçamento Programa é justamente sua vinculação
com o Planejamento Governamental. Essa vinculação ocorre tanto na
elaboração, quanto sobre o controle da execução do Orçamento.
Gabarito: C
20) (CESPE TCE-ES 2012) Os objetivos do orçamento-programa podem
ser classificados em finais e derivados, sendo os derivados
representados pelo conjunto de impactos indiretos oriundos da ação
governamental.
Os objetivos do orçamento-programa podem ser classificados em finais e
derivados:

“Apenas” contribuem para o alcance dos objetivos


finais. Esses objetivos demonstram
Derivados quantitativamente os propósitos específicos
(mecanismos) de governo.

Representam as finalidades da ação governamental.


Finais Esses objetivos demonstram uma avaliação
qualitativa dos propósitos de governo.

Gabarito: C

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21) (CESPE TRT 10ª REGIÃO 2013) O orçamento-programa é uma


técnica ambiciosa de conciliação entre planejamento e controle político
na peça orçamentária. É sua eficácia como instrumento de controle
político que torna difícil sua implantação, já que não há grandes
dificuldades técnicas para a sua operacionalização.
A questão está errada, pois o orçamento-programa enfrenta sim dificuldades
na sua operacionalização em face da sua complexidade. O orçamento-
programa é resultado de uma construção coletiva, envolvendo diálogo entre
vários setores.
Gabarito: E
22) (CESPE CPRM 2013) O orçamento não se restringe a um
documento de caráter contábil e administrativo, se for elaborado e
executado de acordo com técnicas orçamentárias modernas
amplamente referendadas.
Exatamente. O que vigora hoje é o orçamento-programa (técnica orçamentária
moderna e amplamente referendada), que não é um mero documento de
caráter contábil e administrativo. O orçamento-programa vincula o
Planejamento Governamental com a execução dos gastos públicos.
Gabarito: C
23) (CESPE CNJ 2013) A organização e a apresentação do orçamento
público são as principais preocupações do orçamento base-zero,
enquanto a avaliação e a tomada de decisão acerca das despesas
ocupam, nesse modelo, um papel secundário.
E aí? O que vocês acham? OBZ preocupa-se mais com organização e
apresentação ou o seu foco está na avaliação e na tomada de decisão?
Avaliação e tomada de decisão, não é? Uma vez que é preciso “zerar” tudo ano
a ano, avaliar o orçamento e tomar decisões é preocupação constante nesse
tipo de orçamento.
Gabarito: E

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24) (CESPE ICMBIO 2014) As dificuldades de se implementar a técnica


de orçamento de base-zero incluem a resistência imposta pela
burocracia quando a eficácia de seus programas é avaliada.
Isso mesmo. Avaliar a eficácia de um programa significa verificar se as metas
e objetivos foram alcançados. Como muitos dos projetos do governo superam
um exercício financeiro, exige-se a permanência desses projetos, mesmo que a
avaliação realizada pela técnica de Orçamento Base-Zero conclua de outra
forma.
Gabarito: C
25) (CESPE Polícia Federal 2014) No Brasil, elabora-se o orçamento do
tipo legislativo, dada a competência para votar e aprovar o orçamento
ser do Poder Legislativo.
Questão incorreta, no Brasil vigora atualmente o orçamento do tipo misto.
O Poder Executivo é responsável pela elaboração e a execução, enquanto a
votação e controle são responsabilidade do Poder Legislativo.
Gabarito: E
26) (CESPE TC-DF 2012) No atual ordenamento constitucional
brasileiro, a LOA é, simultaneamente, uma lei especial e ordinária.
Correto! A lei orçamentária anual (LOA) é uma lei formal, ordinária, temporária
e especial!
Gabarito: C
27) (CESPE TC-DF 2014) Considera-se respeitado o princípio da
unidade orçamentária ainda que a lei orçamentária anual seja
composta por três orçamentos diferentes, como ocorre no Brasil.
A despeito da existência desses orçamentos, esse fato não representa exceção
ou quebra do princípio da unidade, eis que, a peça orçamentária está unificada
em um único documento.
Gabarito: C

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28) (CESPE FUB 2015) De acordo com o princípio da unidade, o


orçamento deve valer para uma unidade de tempo, isto é, para o
período de um ano.
Inversão de princípios. É o princípio da periodicidade/anualidade que prevê a
existência de um orçamento para uma unidade de tempo e não o princípio da
unidade.
Gabarito: E
29) (CESPE TC-DF 2012) O princípio orçamentário da unidade é um dos
mais antigos no Brasil no que se refere à aplicação prática, pois vem
sendo observado desde a publicação da Lei n.º 4.320/1964.
O erro da questão é dizer que o princípio orçamentário da unidade é um dos
mais antigos no Brasil no que se refere à aplicação PRÁTICA. Apesar de estar
previsto desde a Lei n.º 4.320/1964, somente com a CF/1988 foi efetivamente
colocado em prática. Antes disso, havia diversas peças orçamentárias não
consolidadas, como o orçamento monetário, que sequer passava pela
aprovação legislativa.
Gabarito: E
30) (CESPE INPI 2013) Para permitir que haja maior controle nos
gastos públicos, o princípio da unidade propõe que os orçamentos de
todos os entes federados (União, estados e municípios) sejam
reunidos em uma única peça orçamentária, que assume a função de
orçamento nacional unificado.
O princípio da unidade determina que cada ente da federação (União, estados
e municípios) possua um orçamento uno, e não que deverá haver um
orçamento consolidado de todos esses entes, assim, cada ente tem que ter seu
próprio orçamento.
Gabarito: E
31) (CESPE Câmara dos Deputados 2014) O princípio da exclusividade
tem o objetivo de impedir que a lei de orçamento seja utilizada como
meio de aprovação de matérias estranhas às questões orçamentárias.

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Exato! O objetivo desse princípio é evitar que a lei orçamentária anual


contenha dispositivo estranho à previsão da receita e fixação da despesa.
Gabarito: C
32) (CESPE MPU 2015) De acordo com o princípio da exclusividade, é
vedado ao Poder Executivo incluir na lei orçamentária anual (LOA)
autorização para contratação de operação de crédito.
Item errado, pois o principio da exclusividade excepciona a autorização na LOA
de abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito,
inclusive por antecipação de receita orçamentária.
Gabarito: E
33) (CESPE CGE-PI 2015) A LOA não deverá conter dispositivo
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, nem autorização
para a contratação de operação de crédito por antecipação de receita
orçamentária (ARO).
De novo! Ok, o princípio da exclusividade veda dispositivos estranhos à
previsão da receita e à fixação da despesa, contudo, excepciona a autorização
para abertura de créditos suplementares e a contratação de operação de
crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária (ARO).
Gabarito: E
34) (CESPE TRT 10ª REGIÃO 2013) Para que seja realizada operação
de crédito por antecipação da receita, para resolver insuficiências de
caixa poderá conter autorização ao executivo, na lei de orçamento
vigente.
A Lei Orçamentária Anual poderá conter autorização para realização de
operação de crédito por antecipação de receita, no caso de insuficiência de
caixa.
Gabarito: C
35) (CESPE TRT 10ª REGIÃO 2013) Para a elaboração do orçamento
serão consideradas todas as receitas, as operações de crédito por

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antecipação da receita e outras entradas compensatórias, em ativo e


passivo financeiros.
Esse enunciado se refere ao princípio da universalidade, todas as receitas e
despesas deverão constar do orçamento. Contudo, esse princípio não se aplica
às entradas compensatórias no ativo e passivo financeiro, tais como operações
de crédito por antecipação de receita e emissão de papel moeda.
Gabarito: E
36) (CESPE INPI 2013) O princípio da universalidade deve ser seguido
na parcela do orçamento que trata dos Poderes Executivo e Judiciário.
No entanto, esse princípio não precisa ser observado no caso das
despesas relativas ao Poder Legislativo.
O princípio da universalidade se aplica a todos os poderes, inclusive ao Poder
Legislativo, devendo todas as receitas e despesas de um ente da federação
estarem presentes na Lei Orçamentária Anual.
Gabarito: E
37) (CESPE TC-DF 2014) O princípio da universalidade está expresso
no dispositivo constitucional que proíbe a concessão ou utilização de
créditos ilimitados.
Não é isso!! O princípio da universalidade prevê que a Lei Orçamentária Anual
compreenderá todas as despesas e receitas, inclusive as provenientes de
operações de crédito, referentes a todos os Poderes do Ente da Federação,
seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta.
Gabarito: E
38) (CESPE FUB 2015) O princípio que estabelece que todas as
receitas e despesas devem ser obrigatoriamente consideradas é o
denominado princípio da obrigatoriedade.
O nome do princípio não é esse. O princípio ao qual a questão se refere é o da
universalidade.
Gabarito: E

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39) (CESPE ANTAQ 2014) O princípio da anualidade orçamentária


determina que o orçamento de cada um dos entes da Federação deve
ser elaborado e encaminhado ao Poder Legislativo no ano anterior ao
da sua execução.
O enunciado da questão está incorreto. O princípio da anualidade prevê que o
orçamento se refira a um período de tempo determinado e não que sua
elaboração ocorra no ano anterior ao de sua execução.
De fato, o orçamento precisa ser elaborado no ano anterior, mas isso não tem
a ver com o princípio da anualidade.
Gabarito: E
40) (CESPE TRE-GO 2015) De acordo com o princípio do orçamento
bruto, o montante total de despesas orçamentárias deve ser igual ao
montante total de receitas orçamentárias.
Nada disso, o princípio que determina a igualdade entre despesas e receitas é
o do equilíbrio.
Gabarito: E
41) (CESPE INPI 2013) O princípio do orçamento bruto refere-se à
apresentação dos valores do modo mais simples possível, ou seja,
após todas as deduções brutas terem sido realizadas.
O enunciado da questão afirma exatamente o contrário do que determina o
princípio do orçamento bruto. De acordo com esse princípio, as receitas e
despesas consignadas no orçamento devem ser apresentadas pelos seus
valores brutos, sendo vedada a apresentação desses créditos deduzidos por
algum valor.
Gabarito: E
42) (CESPE MTE 2014) Nas transferências de créditos orçamentários, a
despesa do órgão transferidor é registrada como dedução das receitas
arrecadadas a fim de evidenciar o valor líquido da receita pertencente
ao órgão arrecadador.
De acordo com o §1º, Art. 6º, da Lei n. 4.320/64:

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“As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-
se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e,
como receita, no orçamento da que as deva receber.”
Logo, o registro correto no órgão transferidor é como despesa e não como
dedução da receita. Lembre-se do princípio do orçamento bruto.
Gabarito: E
43) (CESPE TRT 17ª REGIÃO 2013) As parcelas referentes às
transferências constitucionais da União para os estados e municípios,
por constituírem destinações incondicionais, definidas por percentuais
predeterminados, não integram a receita orçamentária da União, e, em
atendimento ao princípio do orçamento bruto, ingressam diretamente
como receita orçamentária dos entes beneficiários.
O princípio do orçamento bruto se aplica inclusive às transferências
constitucionais da União para os estados e municípios, logo, as receitas a
serem transferidas integram o orçamento do ente transferidor. De acordo com
§1º, Art. 6º, da Lei n. 4.320/64:
“As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-
se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e,
como receita, no orçamento da que as deva receber.”
Gabarito: E
44) (CESPE FUB 2015) As despesas, dentro do orçamento, devem
aparecer em seus valores brutos, sem deduções.
Correto! Assim determina o princípio do orçamento bruto.
Gabarito: C
45) (CESPE TRT 10ª REGIÃO 2013) As dotações globais destinadas a
atender indiferentemente despesas de pessoal, material, serviços de
terceiros, transferências ou quaisquer outras não serão consignadas à
lei de orçamento. Entretanto, poderão ser custeados por dotações
globais, classificadas entre as despesas de capital, os programas

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especiais de trabalho que, por sua natureza, não se possam cumprir


subordinadamente às normas gerais de execução da despesa.
Exatamente. Como exceção ao princípio da especialização, poderá ser prevista
dotações globais para atenderem programas especiais de trabalho que, por sua
natureza, não se subordinem às normas gerais de execução da despesa.
Gabarito: C
46) (CESPE Câmara dos Deputados 2014) O princípio da especialização
contribui para o trabalho fiscalizador dos parlamentos sobre as
finanças executivas.
Na medida em que veda dotações globais destinadas a atender
indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
transferências ou quaisquer outras, o princípio da especialização contribui para
a transparência e fiscalização do orçamento pelo Poder Legislativo.
Gabarito: C
47) (CESPE FUB 2013) O princípio do equilíbrio é uma importante
ferramenta de controle dos gastos e da dívida pública por estabelecer
que o total da despesa orçamentária tenha como limite a receita
orçamentária prevista para o exercício financeiro.
Esse princípio do equilíbrio, ao estabelecer compatibilização entre receitas e
despesas, é fundamental no controle dos gastos públicos, evitando a
ocorrência de déficits nas contas públicas, tanto na sua concepção formal
quanto material.
Você deve estar acompanhando as contas públicas no Brasil nos últimos anos.
O controle dos gastos não vem sendo bem feito e o déficit é a consequência.
Gabarito: C
48) (CESPE TCE-ES 2012) Se, em determinado exercício, a arrecadação
tributária de determinado ente federativo não alcançar o volume de
recursos previstos na lei orçamentária anual, não haverá possibilidade
de esse ente atender ao princípio do equilíbrio orçamentário.

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O montante da despesa não pode superar o da receita. Caso a previsão da


receita não se concretize, deverá haver uma redução da despesa a fim de não
ocorrer um desequilíbrio orçamentário. Essa redução permite que se cumpra o
princípio do equilíbrio.
Gabarito: E
49) (CESPE ANAC 2012) De acordo com o princípio da clareza, a LOA
deve ser elaborada em linguagem compreensível a todos os
interessados.
Isso mesmo. O princípio da clareza determina que o orçamento deve ser de
fácil compreensão. Trata-se de um princípio voltado para quem tiver contato
com o orçamento, sendo necessário que o documento seja compreensível,
objetivo e claro para todos, evitando-se que termos técnicos inviabilizem a
leitura.
Gabarito: C
50) (CESPE TCE-RO 2013) No Brasil, adota-se o orçamento misto, visto
que sua elaboração é competência do Poder Executivo, e sua votação e
controle são competências do Poder Legislativo.
Correto, vamos relembrar as formas de classificação do orçamento
dependendo dos Poderes incumbidos de sua elaboração, aprovação, execução
e controle:

Orçamento •o Poder Legislativo é responsável pela elaboração,


a votação e o controle do orçamento, cabendo ao
Legislativo Poder Executivo apenas a execução.

Orçamento •o Poder Executivo é responsável pela elaboração,


a votação, o controle e a execução do orçamento.
Executivo
•o Poder Executivo é reponsável pela elaboração e
Orçamento a execução, enquanto a votação e controle são
responsailidade do Poder Legislativo. Trata-se do
Misto modelo adotado pela nossa Constituição Federal de
1988.

Gabarito: C

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ORÇAMENTO PÚBLICO I

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ORÇAMENTO PÚBLICO II

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PRINCÍPIOS I

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PRINCÍPIOS II

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Bibliografia
Livro/Texto Autor
Manual Técnico de Orçamento SOF
Manual SIAFI STN
Gestão de finanças públicas Albuquerque, Medeiros e Feijó
Orçamento Público Giacomoni

Exercícios Trabalhados
1) (CESPE MDIC 2014) A função política do orçamento diz respeito ao
estabelecimento do fluxo de entrada de recursos obtidos por meio da
arrecadação de tributos, bem como da saída de recursos provocada pelos
2) (CESPE TCE-RS 2012) A alocação dos recursos visa, no orçamento
tradicional, à aquisição de meios e, no orçamento-programa, ao atendimento
de metas e objetivos previamente definidos.
3) (CESPE INPI 2013) O Planning Programming and Budgeting System (PPBS),
adotado na década de 60 do século passado, foi uma tentativa de incorporação
do planejamento ao orçamento, tendo sido considerado um sistema de fácil
operacionalização e implementação.
4) (CESPE MPU 2015) O orçamento de desempenho, por considerar o resultado
dos gastos e os níveis organizacionais responsáveis pela execução dos
programas, distingue-se do orçamento clássico.
5) (CESPE ANTAQ 2014) O orçamento base-zero é utilizado como um método
que define objetivos com vistas à otimização do custo-benefício, entretanto a
sua adoção prejudica a adequada vinculação do orçamento ao planejamento de
longo prazo.
6) (CESPE TCE-ES 2013) Com a perspectiva da aprovação do orçamento
impositivo no Brasil,
a) o Poder Executivo não poderá propor modificações, durante o exercício, das
ações introduzidas pelos parlamentares.

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b) haverá um fortalecimento do Poder Executivo na elaboração da proposta


orçamentária.
c) o Poder Executivo estará obrigado a arrecadar a receita prevista.
d) a execução da despesa não dependerá das condições operacionais
associadas à realização das obras e serviços autorizados.
e) a execução do orçamento continuará dependendo da realização da receita.
7) (CESPE TC-DF 2014) Denomina-se orçamento misto o orçamento público
elaborado pelo Poder Executivo e que preveja que parte dos recursos seja
executada por empresas do setor privado.
8) (CESPE FNDE 2012) A lei de orçamento deve conter a discriminação da
receita e da despesa, de modo a evidenciar a política econômica e financeira e
o programa de trabalho adotados pelo governo, obedecidos os princípios de
unidade, universalidade e anualidade.
9) (CESPE TRT 10ª REGIÃO 2013) É facultada a inclusão, na lei de orçamento,
do quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do governo no âmbito
de realização de obras e prestação de serviços, uma vez que essa informação
está contemplada nos quadros demonstrativos das despesas.
10) (CESPE Polícia Federal 2014) De acordo com o princípio da unidade, ou da
totalidade orçamentária, todos os entes federados devem reunir seus
diferentes orçamentos em uma única lei orçamentária, que consolidará todas
as receitas e despesas públicas do Estado.
11) (CESPE TRT 2ª REGIÃO 2014) A inclusão de dispositivos que autorizam a
criação de cargos públicos na Lei Orçamentária Anual é vedada porque fere o
princípio orçamentário
a) da exclusividade.
b) da unidade.
c) da universalidade.
d) do orçamento bruto.
e) da publicidade.

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12) (CESPE Câmara dos Deputados 2014) As cotas de receita que uma
entidade pública deva transferir a outra serão incluídas como receita no
orçamento da entidade obrigada à transferência.
13) (CESPE TRE-GO 2015) O imposto de renda retido na fonte sobre
rendimentos pagos pelos estados e municípios, de competência da União, não
chega a constituir-se em transferência àqueles entes, sendo diretamente
apropriado como receita tributária própria
14) (CESPE TC-DF 2014) Suponha que determinado município tenha instituído
contribuição de melhoria sobre imóveis localizados próximos de obra pública
concluída. Nessa situação, em respeito ao princípio da não vinculação, o
município estará proibido de determinar a destinação do produto da
arrecadação da referida contribuição ao atendimento de despesa pública
específica.
15) (CESPE FUB 2013) O orçamento deve atender ao requisito de uniformidade
no que se refere ao aspecto formal para permitir a comparabilidade ao longo
dos exercícios financeiros.
16) (CESPE Polícia Federal 2014) O orçamento público constitui norma legal a
ser aplicada integralmente e contém a previsão de receitas e a estimativa de
despesas a serem realizadas pelo governo em determinado exercício
financeiro, sendo objeto de estudo tanto do direito financeiro quanto do direito
tributário.
17) (CESPE FNDE 2012) O PPBS (planning, programming and budgeting
system), dada a facilidade de sua implantação em órgãos públicos, foi,
amplamente adotado, a partir da década de setenta do século XX, em todo o
mundo.
18) (CESPE MPU 2015) Por meio do orçamento-programa é possível expressar,
com maior veracidade, a responsabilidade do governo para com a sociedade,
visto que o orçamento deve indicar com clareza os objetivos da nação.

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19) (CESPE TCE-RO 2013) O orçamento-programa fornece subsídios ao


planejamento, visto que possibilita a ligação entre o controle da execução
orçamentária e a elaboração orçamentária.
20) (CESPE TCE-ES 2012) Os objetivos do orçamento-programa podem ser
classificados em finais e derivados, sendo os derivados representados pelo
conjunto de impactos indiretos oriundos da ação governamental.
21) (CESPE TRT 10ª REGIÃO 2013) O orçamento-programa é uma técnica
ambiciosa de conciliação entre planejamento e controle político na peça
orçamentária. É sua eficácia como instrumento de controle político que torna
difícil sua implantação, já que não há grandes dificuldades técnicas para a sua
operacionalização.
22) (CESPE CPRM 2013) O orçamento não se restringe a um documento de
caráter contábil e administrativo, se for elaborado e executado de acordo com
técnicas orçamentárias modernas amplamente referendadas.
23) (CESPE CNJ 2013) A organização e a apresentação do orçamento público
são as principais preocupações do orçamento base-zero, enquanto a avaliação
e a tomada de decisão acerca das despesas ocupam, nesse modelo, um papel
secundário.
24) (CESPE ICMBIO 2014) As dificuldades de se implementar a técnica de
orçamento de base-zero incluem a resistência imposta pela burocracia quando
a eficácia de seus programas é avaliada.
25) (CESPE Polícia Federal 2014) No Brasil, elabora-se o orçamento do tipo
legislativo, dada a competência para votar e aprovar o orçamento ser do Poder
Legislativo.
26) (CESPE TC-DF 2012) No atual ordenamento constitucional brasileiro, a LOA
é, simultaneamente, uma lei especial e ordinária.
27) (CESPE TC-DF 2014) Considera-se respeitado o princípio da unidade
orçamentária ainda que a lei orçamentária anual seja composta por três
orçamentos diferentes, como ocorre no Brasil.

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28) (CESPE FUB 2015) De acordo com o princípio da unidade, o orçamento


deve valer para uma unidade de tempo, isto é, para o período de um ano.
29) (CESPE TC-DF 2012) O princípio orçamentário da unidade é um dos mais
antigos no Brasil no que se refere à aplicação prática, pois vem sendo
observado desde a publicação da Lei n.º 4.320/1964.
30) (CESPE INPI 2013) Para permitir que haja maior controle nos gastos
públicos, o princípio da unidade propõe que os orçamentos de todos os entes
federados (União, estados e municípios) sejam reunidos em uma única peça
orçamentária, que assume a função de orçamento nacional unificado.
31) (CESPE Câmara dos Deputados 2014) O princípio da exclusividade tem o
objetivo de impedir que a lei de orçamento seja utilizada como meio de
aprovação de matérias estranhas às questões orçamentárias.
32) (CESPE MPU 2015) De acordo com o princípio da exclusividade, é vedado
ao Poder Executivo incluir na lei orçamentária anual (LOA) autorização para
contratação de operação de crédito.
33) (CESPE CGE-PI 2015) A LOA não deverá conter dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa, nem autorização para a
contratação de operação de crédito por antecipação de receita orçamentária
(ARO).
34) (CESPE TRT 10ª REGIÃO 2013) Para que seja realizada operação de
crédito por antecipação da receita, para resolver insuficiências de caixa poderá
conter autorização ao executivo, na lei de orçamento vigente.
35) (CESPE TRT 10ª REGIÃO 2013) Para a elaboração do orçamento serão
consideradas todas as receitas, as operações de crédito por antecipação da
receita e outras entradas compensatórias, em ativo e passivo financeiros.
36) (CESPE INPI 2013) O princípio da universalidade deve ser seguido na
parcela do orçamento que trata dos Poderes Executivo e Judiciário. No entanto,
esse princípio não precisa ser observado no caso das despesas relativas ao
Poder Legislativo.

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37) (CESPE TC-DF 2014) O princípio da universalidade está expresso no


dispositivo constitucional que proíbe a concessão ou utilização de créditos
ilimitados.
38) (CESPE FUB 2015) O princípio que estabelece que todas as receitas e
despesas devem ser obrigatoriamente consideradas é o denominado princípio
da obrigatoriedade.
39) (CESPE ANTAQ 2014) O princípio da anualidade orçamentária determina
que o orçamento de cada um dos entes da Federação deve ser elaborado e
encaminhado ao Poder Legislativo no ano anterior ao da sua execução.
40) (CESPE TRE-GO 2015) De acordo com o princípio do orçamento bruto, o
montante total de despesas orçamentárias deve ser igual ao montante total de
receitas orçamentárias.
41) (CESPE INPI 2013) O princípio do orçamento bruto refere-se à
apresentação dos valores do modo mais simples possível, ou seja, após todas
as deduções brutas terem sido realizadas.
42) (CESPE MTE 2014) Nas transferências de créditos orçamentários, a
despesa do órgão transferidor é registrada como dedução das receitas
arrecadadas a fim de evidenciar o valor líquido da receita pertencente ao órgão
arrecadador.
43) (CESPE TRT 17ª REGIÃO 2013) As parcelas referentes às transferências
constitucionais da União para os estados e municípios, por constituírem
destinações incondicionais, definidas por percentuais predeterminados, não
integram a receita orçamentária da União, e, em atendimento ao princípio do
orçamento bruto, ingressam diretamente como receita orçamentária dos entes
beneficiários.
44) (CESPE FUB 2015) As despesas, dentro do orçamento, devem aparecer em
seus valores brutos, sem deduções.
45) (CESPE TRT 10ª REGIÃO 2013) As dotações globais destinadas a atender
indiferentemente despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
transferências ou quaisquer outras não serão consignadas à lei de orçamento.

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Entretanto, poderão ser custeados por dotações globais, classificadas entre as


despesas de capital, os programas especiais de trabalho que, por sua
natureza, não se possam cumprir subordinadamente às normas gerais de
execução da despesa.
46) (CESPE Câmara dos Deputados 2014) O princípio da especialização
contribui para o trabalho fiscalizador dos parlamentos sobre as finanças
executivas.
47) (CESPE FUB 2013) O princípio do equilíbrio é uma importante ferramenta
de controle dos gastos e da dívida pública por estabelecer que o total da
despesa orçamentária tenha como limite a receita orçamentária prevista para o
exercício financeiro.
48) (CESPE TCE-ES 2012) Se, em determinado exercício, a arrecadação
tributária de determinado ente federativo não alcançar o volume de recursos
previstos na lei orçamentária anual, não haverá possibilidade de esse ente
atender ao princípio do equilíbrio orçamentário.
49) (CESPE ANAC 2012) De acordo com o princípio da clareza, a LOA deve ser
elaborada em linguagem compreensível a todos os interessados.
50) (CESPE TCE-RO 2013) No Brasil, adota-se o orçamento misto, visto que
sua elaboração é competência do Poder Executivo, e sua votação e controle
são competências do Poder Legislativo.

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Gabarito:
1) E 2) C 3) E 4) C 5) C 6) E 7) E
8) C 9) E 10) E 11) A 12) E 13) C 14) E
15) C 16) E 17) E 18) C 19) C 20) C 21) E
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Abração e bons estudos!!!

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