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PRÉ-ANALÍTICA
*Autor correspondente: Alessandra Marques Cardoso. Endereço: Rua Tambuqui, Quadra 175,
Lotes 2 e 3, Apto. 604, Residencial Tambuqui, Parque Amazônia, Goiânia-Goiás, CEP:
74.835-530. Telefone: (62) 8469-1569; E-mail: alemarques5@yahoo.com.br
Resumo
One of the main laboratory tests for the diagnosis of sepsis is blood culture. However, several
factors can and will affect the final result of the review, jeopardizing the quality and veracity
of the report released. The assertiveness of blood cultures is a frequent occurrence in
nosocomial environment, however this is not always positive is true, and can trigger up a false
positive result. A final report false positive may lead to an erroneous treatment by the
assistant medical team, putting on suspicion analyzing quality of clinical laboratory and,
above all, putting at risk the stability and life of the patient. The evaluation and proper
execution of the entire process, from pre-analytical phase, can guarantee the final quality of
the examination and to protect patient safety with regard to health care. It also ensures
consistent information to the attending physician for proper treatment of assisted.
INTRODUÇÃO
Os incidentes nos serviços em saúde trazem uma questão que vai além do tratamento
final conferido ao paciente. Têm-se aí implicações éticas, sociais e ainda jurídicas, que
resguardam os direitos e a segurança do paciente (10). Processos judiciais podem ser movidos
em casos onde seja constatado dano ao paciente e negligência da assistência em saúde (11).
No que tange à equipe de diagnóstico laboratorial, a atenção quanto à coleta da
amostra clínica e sua devida identificação configura fator sine qua non no processo geral. Se
instalado erro de identificação do espécime clínico em questão, possivelmente haverá erro de
omissão, o que pode configurar um resultado final adverso ao real (9,12).
Resultados positivos de hemocultura nem sempre representam a certeza da correta
realização dos procedimentos de coleta e a real condição clínica do paciente. Esses casos
devem ser devidamente avaliados, pois podem refletir erro do processo que culminou em
contaminação da amostra clínica na fase pré-analítica (8).
A pele é o tecido de maior extensão do corpo, sendo por isso a parte com maior
exposição externa, isto é, com maior contato com meio exterior. Assim, com esse contato
constante, está sujeita a diversos tipos de interações, incluindo aquelas com micro-organismos
diversos presentes no ambiente. Fato esse que leva à colonização natural desse tecido tanto
por bactérias quanto por fungos (11).
A essa colonização natural da pele dá-se o nome de microbiota, que pode ser dividida
em microbiota transitória e microbiota residente. A microbiota transitória se caracteriza pela
presença de micro-organismos colonizadores da superfície da pele, patogênicos ou não, cuja
remoção se dá facilmente através da utilização de água e degermantes. Entretanto, alguns
desses micro-organismos podem provocar infecções relacionadas à assistência à saúde. A
microbiota residente, por sua vez, é caracterizada pela presença de micro-organismos em
camadas mais profundas da pele, sendo resistentes à remoção por métodos simples de
higienização, fazendo-se necessária a utilização de antissépticos. Entre os micro-organismos
considerados residentes, estão os estafilococos coagulase-negativos (11).
Há ainda um terceiro grupo descrito, denominado microbiota infecciosa. Nesse grupo
incluem-se aqueles micro-organismos de fato patogênicos, cuja ação certamente desenvolverá
uma patologia clínica. Nele estão presentes, por exemplo, o Staphylococcus aureus e
estreptococos beta-hemolíticos (11).
Visto isso, uma coleta de amostra clínica de sangue para a realização de hemocultura
deverá obedecer a critérios próprios de coleta, tendo vistas a diminuição de fatores
contaminantes desse espécime clínico. A presença de microbiota contaminante na amostra
cultivada ocasionará falhas no processo de diagnóstico, gerando um resultado falsamente
positivo, promovendo o desencadeamento de erro por todo o processo seguinte relacionado ao
tratamento do paciente (12).
Ainda hoje na realidade hospitalar, existe um problema sério e não raro, que é a
contaminação de hemoculturas pelo processo de coleta (5).
Ao se realizar um diagnóstico por hemocultura, deve-se atentar para fatores que
podem ser determinantes. Entre eles, a coleta de duas amostras clínicas, em sítios anatômicos
diferentes. O objetivo dessa medida é evitar interpretações errôneas quanto à possiblidade de
aparecimento de amostras contaminadas, isto é, falso-positivas. Concomitante a isso, faz-se
necessária a aplicação de técnica adequada de antissepsia (12).
O primeiro passo para a realização da coleta da amostra clínica deve ser a correta
instrução do profissional da saúde. Ele deve reconhecer os procedimentos de segurança e
coleta a serem seguidos e as providências que deverão ser tomadas diante de qualquer
situação que se lhe apresente. Ter conhecimento sobre a amostra clínica a ser coletada, o
tempo de transporte da mesma e as ações a serem desenvolvidas em caso de acidentes com a
amostra, reconhecendo-as como potencialmente infectante. O profissional de coleta deverá ser
devidamente treinado e, periodicamente, reciclado (12).
O início da correta realização das hemoculturas dá-se com a identificação da amostra
clínica:
a) Feito isso, o profissional de saúde deverá realizar a higienização das mãos e se
paramentar adequadamente, fazendo uso dos EPI’s indicados para cada caso;
b) Devidamente protegido, o profissional então entrará em contato com o paciente,
explicando o procedimento que será realizado, procedendo em seguida a escolha
do local para a punção;
c) Realizar a antissepsia do local com o antisséptico padronizado pela instituição de
saúde: Álcool 70%, Clorexidina 0,5%, Iodo Polivinilpirrolidona (PVPI). A
antissepsia deverá ser realizada com algodão e antisséptico em movimento
circulares por cerca de 30 segundos e repetir o processo com novo algodão e
antisséptico para garantir a higienização correta do local de punção, evitando-se
dessa forma, a contaminação da amostra clínica. Uma vez realizado o processo de
antissepsia, o local da coleta não deverá mais ser tocado;
d) A coleta da amostra deverá obedecer aos critérios estipulados pelo laboratório de
microbiologia responsável, observando o frasco adequado para a inoculação do
sangue coletado e o volume ideal a ser coletado, tendo em vista a metodologia
utilizada e as especificações técnicas de cada caso. Obter o maior volume indicado
pelo fabricante (observando-se as condições individuais do paciente), pois dessa
forma aumenta-se a chance de isolamento do micro-organismo, se presente;
e) A coleta deve ser realizada preferencialmente por acesso venoso, uma vez que
sangue arterial não contribuirá para a captura de micro-organismos;
f) Preferencialmente, coletar antes da administração de antibióticos. Caso não seja
possível, coletar antes da próxima administração de antimicrobiano;
g) Observar se o paciente está em pico febril, pois é nesse momento do episódio
febril que há a maior destruição microbiana, o que dificulta o isolamento e
recuperação dos mesmos. Neste caso, proceder às coletas assim que detectado o
início do episódio febril;
h) Determina-se a coleta de duas amostras ou mais, de sítios anatômicos distintos,
com vistas a eliminar casos de crescimento de contaminantes. Além disso,
favorece a recuperação de micro-organismos em sítios diferentes;
i) Nos casos de solicitação de hemocultura de sangue de cateter, coletar amostra
pareada de sangue venoso periférico. Assim, se tornará possível a distinção de
infecção relacionada ao cateter ou não, levando-se em conta a positividade e o
tempo de positividade das amostras clínicas em questão;
j) A amostra clínica deverá ser encaminhada imediatamente ao laboratório de
microbiologia, à temperatura ambiente, obedecendo ao seu tempo de estabilidade
(3,12).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
9. ANVISA. Assistência segura: uma reflexão teórica aplicada à prática. 1ª Ed., 2013b.
10. OLIVEIRA, T. N. DE; CORTEZ, A. C. L.; MADEIRA, M. Z. D. A. A. Técnica de
higienização das mãos pelos profissionais da saúde na Unidade de Terapia Intensiva. Revista
Piauiense de Saúde, v. 2, n. 1 p. 1-5, 2013.
11. ANVISA. Segurança do Paciente em Serviços de Saúde - Higienização das Mãos, 1ª Ed.,
2009.
17. DERELI, N.; OZAYAR, E.; DEGERLI, S.; SAHIN, S.; KOÇ, F. Três anos de avaliação
das taxas de infecção nosocomial em UTI. Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 63, n. 1,
p. 79-84, 2013.
21. HETTI, L. B. EL; BERNARDES, A.; GABRIEL, C. S.; FORTUNA, C. M.; MAZIERO,
V. G. Educação Permanente e Educação Continuada como Estratégia de Gestão em um
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 15, n.
4, p. 973-982, 2013.