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Estruturas Algebricas Exercicios Resolvidos
Estruturas Algebricas Exercicios Resolvidos
Moisés Toledo∗
12 de maio de 2012
(ii) GG0 6= p pois caso contrario GG0 é cíclico (por tanto abeliano) logo G é abeliano
(de fato: seja a ∈ G tal que < aG0 >= G/G0 então abG0 = (aG0 )(bG0 ) =
(bG0 )(aG0 ) = baG0 assim ab = ba).
G
(iii) G0 6= p3 pois caso contrario G0 = {e} assim dado x, y ∈ G temos xyx−1 y −1 =
e isto é xy = yx logo G é abeliano.
então |G0 | = p, e como G0 ⊆ Z(G) temos Z(G) = G0 .
c) Como |Z(G)| = p então é cíclico logo existe b ∈ Z(G) tal que < b >= Z(G). Seja
x ∈ G\Z(G) então < x >6= Z(G), considerando y ∈< / x > então < x > ∩ <
y >= {e}. Também | < x > | = | < y > | = p, pois x ∈ G\Z(G). Logo < x, y >
é um subgrupo de G/Z(G) com ordem p2 assim < x, y >= G/Z(G).
Por ultimo consideremos o homomorfismo:
ϕ : G/Z(G) −→ Z/pZ × Z/pZ
xn · y m 7−→ (n, m)
o qual é claramente bijetivo, por tanto um isomorfismo.
Exercício 2. Mostre que se G é um grupo finito com apenas duas classes de conju-
gação, então |G| = 2.
Demonstração.
Pela equação de classes de conjugação e o fato de G ter duas classes de conjugação
temos:
|G| = 1 + |Cl(x)|
Como |Cl(x)| divide a |G| então |G| − 1 divide |G| logo |G| = 2.
Exercício 3. Seja G um grupo de ordem 112 · 132 . Mostre que G é um grupo abeliano.
Demonstração.
• Iremos a usar o seguinte teorema (página 178):
Teorema (Produto direto de grupos). Sejam G, G1 , . . . , Gn grupos. Então o
grupo G é isomorfo ao grupo G1 × . . . × Gn se e somente se G possui subgrupos
H1 ' G1 , . . . , Hn ' Gn tais que:
(i) G = H1 . . . Hn .
(ii) Hi / G, ∀i = 1, . . . , n.
(iii) Hi ∩ (H1 . . . Hi−1 Hi+1 . . . Hn ) = {e}, ∀i = 1, . . . , n.
assim dado a, b ∈ G temos que existem (g1 , h1 ), (g2 , h2 ) ∈ N11 × N13 tais que
ϕ(g1 , h1 ) = a, ϕ(g2 , h2 ) = b logo
ab = ϕ(g1 , h1 ) · ϕ(g2 , h2 )
= ϕ((g1 , h1 ) · (g2 , h2 ))
= ϕ(g1 · g2 , h1 · h2 )
= ϕ(g2 · g1 , h2 · h1 )
= ϕ((g2 , h2 ) · (g1 , h1 ))
= ϕ(g2 , h2 ) · ϕ(g1 , h2 )
= ba
logo G é abeliano.
Exercício 4. Seja p um número primo e G um grupo finito. Sejam H um subgrupo
normal de G e S um p-subgrupo de Sylow de G.
a) Mostre que H ∩ S é um p-subgrupo de Sylow de H.
b) Mostre que SH/H é um p-subgrupo de Sylow de G/H.
Demonstração.
onde |Hi /Hi+1 | = pi , assim Hi /Hi+1 é de ordem prima, por tanto cíclico.
b) Como G/K é um grupo abeliano finito, então pelo item anterior existe uma serie
de subgrupos G/K = H 0 B H 1 B . . . B H n = {e} tal que H i /H i+1 é cíclico de
ordem prima, ∀i = 0, . . . , n − 1. Logo pelo teorema de isomorfismo (página 150),
sabemos que existe uma correspondência entre os subgrupos normais de G/K e
os subgrupos normais de G que contêm K, assim existem Hi (com i = 1, . . . , n)
subgrupos de G tais que G = H0 B H1 B . . . B Hn = K e Hi /Hi+1 cíclico de
ordem prima pois H i /H i+1 = (Hi /K)/(Hi+1 /K) = Hi /Hi+1 .
Exercício 8. Sejam p < q dois números primos e G um grupo de ordem pq.
a) Mostre que G é abeliano se e somente se ele possui um só p-subgrupo de Sylow.
b) Se G não é abeliano, mostre que G é isomorfo a um subgrupo de Sq , mas não é
isomorfo a um subgrupo de Sq−1 .
c) Se G é abeliano, mostre que G é isomorfo a um subgrupo de Sp+q , mas não é
isomorfo a um subgrupo de Sp+q−1 .
Demonstração. Primeiro notemos que pelo 3º teorema de Sylow
1
nq = 1 e np = ou
q ⇔ p | (q − 1)
G G
Como T (G) ' Ker(T )
< P(C), então Ker(T )
≤ |P(C)| = r! < |G| assim Ker(T ) 6=
{e}. Além disso Ker(T ) ⊆ H pois:
• Pelo teorema de isomorfismo existe uma correspondência entre subgrupos de
T (G) e subgrupos de G que contém ao Ker(T ).
• Seja U = {Tx ; Tx (gH) = gH, gH ∈ C} ⊂ T (G) ⊂ P(C) o qual é um
subgrupo de T (G) (de fato: para Tx , Ty ∈ U temos Tx ◦Ty (gH) = Tx (gH) = gH
e Tx ◦ (Ty )−1 (gH) = Tx (gH) = gH) logo existe um subgrupo T −1 (U ) de G tal
que contém ao Ker(T ).
• Notemos que T −1 (U ) = {x ∈ G; Tx (gH) = gH} = {x ∈ G; xgH = gH}.
• Agora T −1 (U ) = H de fato:
Se h ∈ H então Th (gH) = hgH = gH logo h ∈ T −1 (H). Assim H ⊆
T −1 (H).
Se x ∈ T −1 (U ) então Tx (gH) = xgH = gH assim xg ∈ gH para qualquer
g ∈ G logo para g = e se tem x ∈ H. Por tanto T −1 (H) ⊆ H.
G
Agora considerando K = Ker(T ) temos (G : K) = Ker(T ) = |T (G)| < r!.
Exercício 10. Sejam p, q dois números primos tais que p < q < 2p, n um inteiro ≥ 1
e G um grupo de ordem pn q. Mostre que:
6 {2, 3}, então G possui um subgrupo normal de ordem pn .
a) Se {p, q} =
b) Se p = 2 e q = 3, mostre que existe um subgrupo normal de ordem 2n ou 2n−1 .
Demonstração.
a) Pelo 3º teorema de Sylow temos
1
np = ou
q ⇔ p | (q − 1)
(ii) Se n > 1 então pelo 1º teorema de Sylow existe H < G tal que |H| = 2n .
Também:
• Para C = {aH; a ∈ G} se tem (G : H) = 3 e (G : H)! = |P(C)| = 3! <
|G| (aqui P(C) ' S3 ).
• A representação ϕ de G, dada por
ϕ : G −→ P(C)
g 7−→ ϕg : C −→ C
aH 7−→ gaH
é tal que Ker(ϕ) 6= {e} (pois ϕ(G) ' G/Ker(ϕ) e |ϕ(G)| = |G/Ker(ϕ)| ≤
|P(C)| < |G|) e Ker(ϕ) ⊆ H (pelo análise feito no exercício anterior)
assim |Ker(ϕ)| = 2r com 1 ≤ r ≤ n, e como G/Ker(ϕ) < S3 então
|G/Ker(ϕ)| = 1, 2, 3, 6, logo |Ker(ϕ)| = 2n · 3, 2n−1 · 3, 2n , 2n−1 . Mas
como |Ker(ϕ)| = 2r obtemos finalmente |Ker(ϕ)| = 2n , 2n−1 .
• Por tanto existe um subgrupo normal (neste caso Ker(ϕ)) de ordem 2n ou
2n−1 .
Exercício 11.
a) Seja G um grupo de ordem 22 · 3n , com n ≥ 1. Mostre que G possui um subgrupo
normal de ordem 3n ou 3n−1 .
b) Analisando o grupo A4 , mostre que um grupo de ordem 22 · 3n pode não ter sub-
grupo normal de ordem 3n .
Demonstração.
a) Analisaremos os casos n = 1 e n > 1.
(i) Se n = 1, então |G| = 22 · 3. Logo pelo 3º teorema de Sylow n3 = 1, 4. Assim
se:
• Se n3 = 1, existe um subgrupo normal de ordem 3.
• Se n3 = 4, existe um subgrupo normal de ordem 1, neste caso {e}.
em qualquer dos casos existe um subgrupo normal de ordem 3 = 31 ou 1 =
31−1 .
(ii) Se n > 1, então pelo 1º teorema de Sylow existe H < G tal que |H| = 3n ,
assim considerando C = {aH; a ∈ G} e a representação de G:
T : G −→ P(C)
g 7−→ Tg : C −→ C
aH 7−→ gaH
temos
Estruturas Algébricas Página 9