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Percepção sobre o desenvolvimento de habilidades como a comunicação não violenta

CNV para o sucesso como profissional do futuro como você esta se preparando para
isso?

Dizem que gentileza gera gentileza e, esta é uma verdade mais do que necessária nos
dias de hoje. A internet, que surgiu com a proposta de conectar as pessoas, tem se tornado
palco para disputas, destilação de ódio, preconceitos diversos e a pura falta de empatia para
com o próximo. No espaço virtual, as pessoas se agigantam e a comunicação passa a ter
apenas uma ótica – a da violência. Não se pode negar que a internet é uma realidade da qual
não podemos escapar. Igualmente, não podemos negar que a comunicação é inerente ao ser
humano.

Neste sentido, a Comunicação Não Violenta – CNV torna-se uma habilidade


imprescindível para todas as pessoas e os profissionais em especial. Esta é uma habilidade
ímpar que permite melhorar nossos relacionamentos pessoais e profissionais de forma muito
intensa. A importância da CNV reside na constatação de que “se o nosso desejo for construir
um mundo mais pacífico, colaborativo e sustentável, precisamos mudar o nosso modo de
enxergar, escutar e de nos conectarmos uns com os outros” (LIMA, 2020). De forma que é
imprescindível que não apenas as pessoas na sua vida privada, mas também os profissionais
de hoje e do futuro. Esta habilidade é baseada na compreensão de si e do outro com base na
empatia que, na prática, significa estar na pele do outro, saber dos seus sentimentos, das suas
angústias e pautar suas palavras nesta percepção. “A empatia é a presença concentrada no que
estamos vivendo”(D’ANSEMBOURG, 2013), ou seja a consciência plena de si mesmo para
gerar a habilidade de se colocar no lugar do outro e, assim gerar uma comunicação pacífica e
pacificada.

Apesar de parecer uma coisa bastante simples (a princípio seria apenas não usar
palavras mais rudes), a CNV, vai muito além desta simples impressão. Para que haja, de fato,
a CNV, é preciso que exista uma predisposição para alcançar o bem estar de todos os
envolvidos nela. “A CNV é uma prática autêntica de comunicação empática, baseada no
diálogo, na intenção de contribuir para o nosso bem-estar e o bem-estar dos outros, com
compassividade” (LIMA, 2020). Esta habilidade permite que se desenhe um novo olhar, uma
nova perspectiva para os conflitos gerando novas possibilidades para além das
tradicionalmente usadas na resolução. Contudo, para que isto ocorra é preciso se conhecer, se
aceitar e se mostrar para os outros da forma como você é como ensina Brown (2016) “
estamos aqui para criar vínculos com as pessoas. Fomos concebidos para nos conectar uns
com os outros. Esse contato é o que dá propósito e sentido à nossa vida, sem ele, sofremos”.
Para Arun Gandhi citado por Lima (2020) diz que há dois tipos de violência, a física – que
instiga o uso da força - e a passiva – que promove o sofrimento emocional – e, que uma
alimenta e retroalimenta a outra fazendo um ciclo vicioso que precisa ser quebrado. Estando
esclarecido o que faz a prática da CNV tão complicada, passa-se a mostrar a prática.

Para praticar a CNV, é necessário fortalecer a força compassiva de cada um de nós. Os


homens nascem para a compaixão e a doação, mas a estrutura de poder vigente impõe seu
modo de viver e de ver o mundo que instiga a violência como forma de se posicionar e de se
comunicar com o outro sempre querendo subjugá-lo. Para Marshall (2006) “o que cria a
violência é o modo de pensar, ou seja, um tipo de linguagem e um modo de usar o poder, em
uma estrutura de dominação em que algumas pessoas se dão o direito de controlar outras
porque consideram que sabem o que é melhor”. Em outro momento, o mesmo autor aponta
que o poder desta ideologia é muito forte. “Para educar um povo para ser submisso e
obediente é necessário ensinar uma linguagem da qual eles se desconectam dos seus próprios
poderes e assim permitem que as autoridades os guiem em relação a como eles são feitos para
viver” (MARSHALL, 2006). Então, o primeiro passo é praticar sobre como transformar esta
linguagem estática, binária, dicotômica, pautada no verbo ser para o verbo estar, que traz em
seu bojo, uma transitoriedade muito maior.

Basear as palavras na compaixão, na boa vontade, sem culpa, sem vergonha, sem
medo da punição, através da doação, da alegria, e do acolhimento. “A CNV é uma linguagem
diferente da linguagem da dominação porque focaliza a nossa atenção nas necessidades
humanas e se essas necessidades estão sendo atendidas ou não e quando elas não estão sendo
atendidas, vamos nos comportar de maneira a atender ou nutri-las” (LIMA, 2020). Para
alcançar isto, é preciso ser mais girafa e menos chacal. Ser girafa significa falar e também
escutar com o coração. Já ser chacal é usar a tática de fugir, lutar ou defender. Ambos se
degladiam entre si e intimamente com seus demônios internos (reproduzindo a linguagem da
culpa aprendida por todos). Porém a girafa sempre olha tudo de cima, possuindo uma
perspectiva mais ampla de todos os elementos implicados. Entende-se que a CNV é uma
forma diferente de pensar.

Um componente da CNV são as necessidades atendidas ou não, outro componente é a


observação clara seguida dos sentimentos e dos pedidos. Esta forma de pensar pode ser
praticada diariamente colocando a empatia como um dos seus pilares basilares.Durante a
pratica da escuta empática, deve-se evitar: “aconselhar, competir pelo sofrimento, negar ou
minimizar a dor do outro, educar, consolar, ou contar uma história” (LIMA, 2020) usando
os seguintes passos: esteja presente, acolha o que tem dentro de si, escute abertamente o outro,
desapegue-se dos seus julgamentos moralizadores, e, por fim faça uma reflexão acerca da sua
autoconexão.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BROWN. Brené. A coragem de ser imperfeito: como aceitar a própria vulnerabilidade,


vencer a vergonha e ousar ser quem você é. Rio de Janeiro: Sextante, 2016.
D’ANSEMBOURG, Thomas. Como se relacionar bem usando a Comunicação Não
Violenta. Rio de Janeiro: Sextante, 2018.
LIMA, Núbia. Apostila de Comunicação Não Verbal do governo do distrito federal.
EGOV SEEC GDF. Brasília. Distrito Federal Brasil. 2020.
ROSENBERG, Marshall. Comunicação Não Violenta: técnicas para aprimorar
relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.

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