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O Amor e a amorosidade como prática de uma

educação libertária: aproximações entre bell hooks e


Paulo Freire

Diônvera Coelho da Silva, Aline Accorssi e Álvaro


Veiga Júnior.

O que tais autores têm em comum?


Partilham de uma mesma base
epistemológica/ontológica?
Apontam em direções similares na
educação e na pesquisa?

Objetivo: Aproximar tais autores e, em


especial, suas contribuições no que
se refere ao conceito de
amor/amorosidade como elemento
central de uma práxis libertária.

Podemos destacar que bell hooks embasou seu pensar na


perspectiva freiriana para pensar a coletividade, a
educação e a possibilidade de igualdade social.
Seu trabalho trás novas contribuições no que se refere a
compreensão sobre relações raciais, de gênero e de
classe de forma interseccionada.

Para Paulo Freire (1996) somente o diálogo aberto e


crítico é capaz de promover uma educação em
liberdade e uma convivência amorosa, onde os
educandos podem, junto ao educador, construir o
saber a partir de vínculos afetivos fortalecidos por
uma solidariedade profunda.
A amorosidade se materializa em atos conscientes
pela liberdade, em um agir comunicativo dialógico,
fundamental para a formação humana e preservação
do mundo.
Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor
ao mundo e as pessoas. Não é possível a pronúncia
do mundo que é um ato de criação e recriação, se
não há amor que o infunda. (FREIRE, 2020, p. 110)

Não é devido à deterioração a que se submete a


palavra amor no mundo capitalista que a revolução
vá deixar de ser amorosa. (FREIRE, 2020, p. 110)

Sendo fundamento do diálogo, o amor é, também


diálogo. (FREIRE, 2020, p. 110)
Integração racial nas escolas afro-americanas
Educação e Amor - Ato Político!
Descolonização de práticas racistas
Diferença entre a educação como prática da
liberdade e a educação que só trabalha para
reforçar a dominação (hooks, 2013, p. 12)

Para bell hooks (2013) a sala de aula feminista é um espaço


potente para formação de pessoas, visto que a crı́tica às
práticas pedagógicas são aceitas e consideradas importantes
para a prática da liberdade.
Assim, ”escolher polı́ticas feministas é, portanto, escolher
amar” (hooks, 2019,p.150).
O amor, em bell hooks, é categoria central para pensar a luta
contra a dominação, pois, em suas palavras, ”o amor jamais
poderá se enraizar em uma relação fundamentada em
dominação e coerção” (hooks, 2019, p. 149).

O amor, nessa perspectiva, é uma prática de


liberdade, visto que nos impulsiona para uma visão
política radical que se contrapõem aos sistemas de
dominação (hooks, 2013).
Uma educação libertária e transgressora necessita de
uma ética do amor, do contrário, corre-se o risco de
se desenvolver um conhecimento aprisionado em
práticas colonizadoras. A educação sem amor é uma
forma de abuso de poder, característica da
"educação bancária” (hooks, 2013)
Assim, "na resposta dos oprimidos à violência dos
opressores é que vamos encontrar o gesto de amor.
Consciente ou inconsciente, o ato de rebelião dos
oprimidos, que é sempre tão ou quase tão violento
quanto a violência que os cria, este ato dos
oprimidos, sim, pode inaugurar o amor." (FREIRE,
2020)
Destacamos que para ambos autores, o amor/a
amorosidade são categorias centrais para
estabelecer uma práxis educativa libertária. E, mais,
são compreendidas como qualidades ontológicas do
humano que embasam perspectivas epistemológicas
direcionadas no reconhecimento do saber e da
experiência dos grupos oprimidos.
REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes


necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,
1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz
e Terra, 2020.
HOOKS, Bell. Ensinando a Transgredir. São Paulo:
Editora MartinsFontes. 2013.
Gratidão
diionveracoelho@gmail.com
alineaccorssi@gmail.com
avj.pedagogia@gmail.com

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