Dois grandes pensadores que discutem acerca da educação, Paulo Freire, no
capítulo 2 da "Pedagogia do Oprimido", quanto bell hooks, em "Ensinando a Transgredir: A Educação como Prática da Liberdade", compartilham uma visão crítica da educação convencional e propõem abordagens pedagógicas que visam à libertação e à transformação social. Embora abordem essas questões de perspectivas diferentes, há pontos de convergência em seus pensamentos: ambos os autores enfatizam a importância da conscientização como um processo fundamental para a libertação e a transformação. Freire destaca a conscientização como o despertar crítico dos oprimidos em relação às estruturas opressivas, enquanto hooks enfatiza a necessidade de diálogo e questionamento para alcançar uma consciência crítica.
Ambos autores em suas obras defendem a importância do engajamento ativo
dos alunos no processo educacional. Freire propõe uma pedagogia que envolva os alunos como participantes ativos no diálogo e na construção do conhecimento, enquanto hooks promove uma abordagem pedagógica que valoriza a participação dos alunos como agentes ativos na sua própria aprendizagem. Os dois criticam a "educação bancária", na qual o conhecimento é depositado passivamente nos alunos, sem considerar suas experiências e perspectivas. Eles defendem uma abordagem educacional que reconheça a reciprocidade do ensino e da aprendizagem, promovendo a emancipação dos oprimidos.
hooks, em particular, destaca a importância do amor na educação, entendido
como um compromisso ativo com o bem-estar dos alunos e a transformação das estruturas opressivas. Essa dimensão emocional da educação não é explicitamente enfatizada por Freire, mas ambos os autores reconhecem a importância de uma abordagem pedagógica que considere as emoções e experiências dos alunos. Uma pedagogia que valorize a conscientização, o diálogo, o engajamento ativo dos alunos e a crítica às estruturas opressivas presentes na educação convencional. Suas obras são fundamentais para repensar e transformar práticas educacionais em direção a uma educação mais libertadora, igualitária.
Em resumo, o diálogo entre Paulo Freire e bell hooks destaca a riqueza e a
complexidade da educação como prática da liberdade. Suas obras, ao se entrelaçam, oferecem uma visão abrangente e inspiradora sobre como a educação pode ser um instrumento poderoso para a transformação social e a conquista da liberdade.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1974.
Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade. São Paulo: WMF