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Acessibilidade em Museus

Acessibilidade Museus
Sumário

Apresentação........................................................................................................... 3

MoMA – Museum of Modern Art – Nova Iorque........................................................4

Museo Tiflológico de la Once – Madrid..................................................................... 7

Cité des Sciences et de l’Industrie – Paris................................................................8

Museu da Comunidade da Concelhia da Batalha, Batalha – Portugal...................... 10

Museu de Arte Moderna de São Paulo..................................................................... 12

Museu do Futebol – São Paulo............................................................................... 15

Museus do Instituto Brasileiro de Museus.............................................................. 17

Museu Lasar Segall – Exposição Esculturas Táteis................................................. 18

Museu Histórico Nacional – Circuito de Visita acessível para pessoas com deficiên-
cia visual com peças táteis..................................................................................... 19

Museu Nacional de Belas Artes – Exposição Ver e Sentir através do Toque e visitas
mediadas............................................................................................................... 20

Museu da República – Audioguia e Videoguia em Libras......................................... 22

Encerramento......................................................................................................... 25
Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Apresentação
Olá!

No último módulo do curso, apresentaremos algumas experiências nacionais e inter-


nacionais de museus e espaços culturais que são referências na promoção de aces-
sibilidade e inclusão de visitantes com deficiências.

Atualmente, muitas instituições têm desenvolvido projetos para adequação de aces-


sibilidade universal e programas de acessibilidade cultural com ótimos resultados.
Nesse sentido, achamos interessante apresentar alguns casos pioneiros no Brasil e
em países estrangeiros.

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

MoMA – Museum of Modern Art – Nova Iorque


O MoMA, Museum of Modern Art de Nova Iorque, é um dos museus mais represen-
tativos do mundo por sua importante coleção de arte moderna, por sua arquitetura
vanguardista e sua localização privilegiada, no coração de Manhattan, e, também,
pelas ofertas culturais diversificadas. Fundado em 1929 por um grupo de mecenas
da área de artes, como uma instituição educativa, o museu recebeu investimentos
profissionais e financeiros para ser o principal museu de arte moderna do mundo e
quebrar com os paradigmas preservacionistas dos museus tradicionais.

Nesse museu há um dos mais antigos programas de acessibilidade e inclusão de


visitantes com deficiência, que é coordenado há mais de duas décadas por Francesca
Rosemberg. A acessibilidade é compreendida institucionalmente como base para
a legitimação social da instituição e é também um dos principais programas que
viabiliza a captação de recursos com empresas e pessoas físicas. Alguns dos pontos
que conferem ao MoMA destaque e premiações em relação à acessibilidade e inclusão
de públicos com deficiência e neurodiversidade são:

§§ O programa de acessibilidade do museu tem o mesmo nível de relevância e in-


vestimento que as demais áreas, como: comunicação, conservação, exposição
e educação;
§§ A coordenação do programa tem o desafio de atrair patrocinadores e premia-
ções para o desenvolvimento das atividades do museu, apostando na qualida-
de de suas ações e satisfação do público visitante;
§§ Os diferentes públicos-alvo do programa de acessibilidade: surdos e pessoas
com deficiência auditiva; pessoas com deficiência visual; pessoas com defi-
ciência física e mobilidade reduzida; crianças e jovens com deficiência, incluí-
dos em escolas regulares; famílias com crianças e jovens com deficiência in-
telectual; idosos; pessoas com Alzheimer e seus familiares; além de idosos em
situação de internação em hospitais ou internação domiciliar, são atendidos
em suas necessidades e características, isto é, o programa desenvolve ações
de acolhimento e fidelização específicas para cada grupo, mesmo fora do âm-
bito físico do museu;
§§ São oferecidas opções de visitas orientadas e tecnologias de comunicação
acessíveis, que permitem aos públicos-alvo do programa optar por visitas es-

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

pontâneas com suas famílias ou visitas exclusivas com maiores ofertas de


acessibilidade, sem perder o direito à inclusão cultural em nenhum dos casos.

Exemplo
Como exemplo, podemos citar as ofertas específicas para pessoas com
deficiência visual, as quais podem usufruir de visitas previamente agen-
dadas, quando é permitido o toque em peças originais da coleção e visitas
espontâneas com recursos de acesso à informação: folhetos e mapas
em Braille ou letras ampliadas e audioguia descritivo das principais obras
expostas.

Também existem ofertas e eventos específicos que atendem idosos com Alzheimer e
seus acompanhantes (foi o primeiro museu a desenvolver um programa para atender
essa comunidade), surdos, pessoas com deficiência intelectual e neurodiversidades.

No MoMA, o programa de acessibilidade contribui, de fato, com a inclusão cultural


das pessoas com deficiência e idosos, uma vez que existem fortes investimentos em
opções de acesso ao conteúdo do museu, sem excluir as pessoas por conta de suas
diferenças em situações diversificadas.

Francesca Rosemberg conduzindo visita com idosos com Alzheimer

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Francesca Rosemberg conduzindo visita tátil com visitante cega

Exposição com design adequado para visitantes com baixa visão

Identidade visual da atividade MoMA Nights para visitantes surdos adultos – o museu prepara um
cocktail para receber os visitantes após a jornada de trabalho e oferece visitas às exposições

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Museo Tiflológico de la Once – Madrid


O Museo Tiflológico de la Once – Organização Nacional de Cegos da Espanha,
fundado em 1992, preserva o patrimônio cultural ligado à história da deficiência
visual na Espanha e expõe os avanços sociais, tecnológicos e culturais em benefício
dessa população. O espaço possui uma expografia completamente acessível, com
adequações físicas, de comunicação e informação, com uso de recursos sensoriais.
A entrada é gratuita a todos os visitantes.

Seus principais objetivos são expor a história das pessoas com deficiência visual na
Espanha e promover acesso à arte e à cultura por meio dos sentidos para as pessoas
com deficiência visual. Apesar de ser dedicado à história da deficiência visual, o que
está explícito em seu nome, “tiflológico”, que significa o conhecimento e desenvolvi-
mento da educação de pessoas cegas, a instituição amplia os benefícios da acessi-
bilidade e da comunicação sensorial para todos os visitantes.

Sua exposição mais atrativa é a Sala de Maquetes, com miniaturas de monumentos


históricos do mundo todo, especialmente confeccionadas para apreciação tátil e vi-
sual. Exemplares do Taj Mahal, em mármore branco, do Coliseu, da Torre Eiffel, em
metal, e da Estátua da Liberdade estão entre as peças mais famosas. Todas estão
dispostas em mobiliários com altura adequada para apreciação de crianças, pessoas
em cadeira de rodas e adultos, possuem legendas em Braille e letras ampliadas, pla-
cas com informações adicionais sobre os monumentos e aparelhos com audiodes-
crição e contextualização histórica dos monumentos.

O espaço expositivo conta com sinalização sonora desde o início do percurso. Sempre
que o visitante entra em uma sala, é acionado um sinal sonoro, que informa o nome
daquele espaço.

A comunicação nesse museu é prioritariamente tátil e sonora, o que atrai famílias


com crianças, turistas, grupos de escolas e profissionais de arquitetura e design, por
apresentar estratégias de comunicação museológica pouco usuais, possibilitando que
todas as peças expostas possam ser tocadas e que as informações e os conteúdos
possam ser acessados pela audição.

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Maquetes táteis do Museo Tiflológico de la Once – Madrid, Espanha

Cité des Sciences et de l’Industrie – Paris


O espaço cultural de divulgação e pesquisa científica Cité des Sciences foi criado na
década de 1980, como parte dos projetos governamentais de revitalização do parque
La Villette, antiga área destinada à criação, a matadouro e a comércio de gado bovino
na periferia de Paris.

A Cité des Sciences foi oficialmente aberta em 13 de março de 1986, dia em que o
Cometa Halley passou pela Terra, pelo então presidente da França, François Mitterrand.
O Centro de Ciências integra as ofertas culturais e de lazer do parque La Villette, como
a Geóde (cinema 3D), o Cité de la Musique (museu com coleção de instrumentos
musicais), o Argonaute (submarino de guerra aberto à visitação) e outros espaços
destinados à cultura e ao lazer.

As instalações físicas do espaço são completamente acessíveis às pessoas com


deficiência física, pessoas com deficiência visual, idosos, pessoas com mobilidade
reduzida e famílias com crianças. Dentro das áreas de exposição do Cité des Sciences
existem diversas mostras que tratam de teorias científicas, inovações e temáticas
diversas de diferentes áreas do conhecimento (física, paleontologia, arqueologia,
geologia, história, matemática, astronomia e ótica). Contrariando outros museus e
espaços culturais franceses, em todas as suas exposições são oferecidos recursos
de mediação e comunicação multissensoriais acessíveis a todos os visitantes.

Os recursos são bastante variados em termos sensoriais, com ofertas de acesso tátil
e auditivo, prioritariamente. Além dos recursos de comunicação sensorial, o Depar-
tamento de Acessibilidade desenvolve exposições acessíveis com temas ligados ao
universo da inclusão social, como a mostra itinerante “Au doigt et à Louis, le système

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de lecture et d’écriture Braille” [Dos dedos e de Louis: o sistema de leitura e escrita


Braille], sobre a invenção do sistema Braille por Louis Braille.

As ofertas de ação cultural acessível também são extensivas à criação e compreensão


das manifestações científicas e culturais para pessoas com deficiência visual. Nessa
área, um dos principais projetos é o curso regular Stages Tactiles, que aborda a
história da arte, a percepção e a produção de trabalhos artísticos bidimensionais,
utilizando uma metodologia que alia desenhos em relevo, modelagem, aspectos
teóricos e prática de desenho sem referenciais visuais.

O Departamento de Acessibilidade, em sua ação cultural, também produz materiais


educativos de divulgação científica, com abordagem tátil e auditiva para ensino
de ciências para crianças e jovens com deficiência visual. Uma de suas políticas
de garantia de qualidade dos serviços de acessibilidade e comunicação sensorial
é a inclusão profissional, buscando sempre contratar colaboradores e consultores
com deficiência, além de estreitar relações por meio de ofertas culturais atrativas e
fidelização de públicos cativos com deficiência.

Objeto interativo tátil que Objeto tátil em exposição sobre evolução humana
simula a reconstituição de
objeto arqueológico a partir
de cacos

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Museu da Comunidade da Concelhia da Batalha – Batalha,


Portugal
O Museu da Comunidade da Concelhia da Batalha, localizado no município de Batalha,
em Portugal, é considerado referência em acessibilidade em todo o país.

Trata-se de um museu ligado à gestão municipal criado e desenvolvido pela museóloga


Ana Marcedes Stoffel (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias) a partir
de 2008. O acervo e as exposições apresentam os aspectos arqueológicos, históricos,
sociais e antropológicos da região.

Foi criado com a perspectiva da museologia integral como um museu comunitário


por meio da participação e escuta das demandas sociais dos habitantes da cidade,
respeitando sua diversidade, diferenças e perfis.

Entre suas principais características estão o edifício em um casarão histórico com


adequações de acessibilidade, o projeto expográfico acessível, os recursos de co-
municação baseados no desenho universal (elaborados pela pesquisadora Josélia
Neves, que, na ocasião, trabalhava no Instituto Politécnico de Leiria) e o programa
educativo acessível, com visitas e eventos inclusivos e que se dispõe a debater ques-
tões relacionadas à acessibilidade de diferentes públicos.

Por conta desses diferenciais, a instituição ganhou vários prêmios de acessibilidade


de Portugal e da Comunidade Europeia. O município de Batalha e a área rural que o
circunda integram um destino turístico acessível que, além do museu, também ofe-
rece outros estabelecimentos de lazer e cultura com adequações acessíveis às pes-
soas com deficiência e mobilidade reduzida. Entre eles estão:

§§ Ecoparque Pia do Urso – complexo de hospedagem (vila) e atividades de lazer


– trilhas sensoriais de caminhada e ecoturismo no ambiente natural da região;
e
§§ Mosteiro Gótico – grande atrativo com adequações físicas e algumas propostas
de recursos sensoriais em exposições temporárias.

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Fachada do museu em casarão histórico do município

Mapa tátil da exposição de longa duração do museu

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Maquetes táteis do Mosteiro Gótico em área de exposição destinada à história do mosteiro

Educadora do museu mostrando o videoguia do museu em Língua Gestual Portuguesa

Museu de Arte Moderna de São Paulo


O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) inaugurou, em 2002, de modo pioneiro
no Brasil, seu programa de acessibilidade e inclusão social, então denominado como
“Igual Diferente”, coordenado na ocasião pela educadora Ana Maria Gitahy.

No início do trabalho, esse programa voltou-se ao atendimento em oficinas e cursos


de artes para pessoas com sofrimento psíquico, frequentadoras de hospitais e centros

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de apoio psiquiátrico e jovens surdos. A orientação do programa era estabelecer


parcerias com os coletivos e as organizações interessados em desenvolver trabalhos
de inclusão social ligados à arte.

Assim, o MAM caracterizou-se pela progressiva ampliação de suas ofertas de


acessibilidade para cada grupo de pessoas com deficiência e públicos não usuais.
Após cinco anos de existência, o programa, já sob coordenação da psicóloga Daina
Leyton, buscou ampliar sua oferta cultural às pessoas com deficiência física, visual
e intelectual e, atualmente, além de cursos que atendem especificamente à demanda
desses públicos, oferece acessibilidade universal às pessoas com deficiência física,
mobilidade reduzida e deficiência visual.

Em 2010, após oito anos de início do programa, inovou mais uma vez, ao propor mu-
danças substanciais em sua atuação, nas exposições – curadoria – e no design, com
inclinações para abordagens sensoriais e acessíveis; na comunicação, com oferta
de audioguias com audiodescrição, videoguia em língua brasileira de sinais (Libras),
legendas e publicações em Braille; e na ação educativa, com educadores surdos que
oferecem visitas guiadas em Libras e educadores treinados para oferecer visitas com
audiodescrição e apreciação sensorial.

Com essas mudanças, o programa alcançou status de área de acessibilidade do


MAM, posição inédita até então no Brasil.

Algumas das ações de longa duração da área de acessibilidade do MAM são:

§§ Cursos de linguagens artísticas e ação cultural para pessoas com e sem defi-
ciência;
§§ Visitas e atividades educativas inclusivas, com audiodescrição, recursos sen-
soriais e Libras;
§§ Guias de visitação acessíveis: audioguia com e sem audiodescrição de obras e
videoguias em Libras;
§§ Inclusão profissional: educador surdo, professor com deficiência visual e auxi-
liar de ateliê com sofrimento psíquico;
§§ Produção de recursos táteis e sensoriais para mediação nas exposições. Ma-
quetes e exemplos confeccionados com papel;

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

§§ Eventos anuais com programações especiais “Sinais na Arte” e “Ver de Perto”;


§§ Produção (bienal) da Sensity – balada organizada pela comunidade surda com
recursos multissensoriais;
§§ Parceria de orientação e tutoria de programas de acessibilidade cultural com
instituições;
§§ Evento Família MAM para famílias com bebês e crianças pequenas com
contação de histórias bilíngue (Libras e Português).

Espetáculo Canto Livro com interpretação em Libras

Réplica tátil de obra da exposição “Jardins no MAM”

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Estação de Aroma Jockey na sensity – MAM

Museu do Futebol – São Paulo


Museu do Futebol: inaugurado em 2008, foi o primeiro museu no Brasil a ser inaugurado
com projeto arquitetônico e expografia acessível e com programa educativo inclusivo
– Programa de Acessibilidade do Museu do Futebol (Pamf). Desde sua inauguração,
o Pamf oferece visitas guiadas para pessoas com deficiência, total acesso físico ao
edifício, guias de visitação acessíveis em Libras e com audiodescrição e materiais
de apoio sensorial relacionados às temáticas apresentadas na exposição, como:
maquetes táteis de jogadas de futebol, como “carrinho” e “bicicleta”; de instalações
multimídia, do Estádio do Pacaembu e retratos de jogadores de futebol em relevo.

No ano de 2010, o Programa Educativo criou o projeto “Deficiente Residente”, que


consistia em viabilizar residência educativa de profissionais com diferentes deficiên-
cias junto aos educadores e à equipe de atendimento do museu para promover a eli-
minação de barreiras atitudinais. O projeto, que finalizou sua última edição no ano de
2016, resultou em mudanças efetivas nas atitudes dos colaboradores da instituição e
de seu público e na contratação de pessoas com deficiência para integrar as equipes
permanentes.

Em 2011, o museu inaugurou uma exposição temporária, intitulada “Olhar com outro
olhar”, que apresentava uma partida de futebol de cinco (modalidade paraolímpica
praticada por jogadores com deficiência visual), por meio da percepção sensorial. O
diferencial dessa mostra era incentivar todos os visitantes a conhecer a exposição
sem a visão, utilizando os sentidos tato e audição.

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

O Pamf já conquistou prêmios nacionais e internacionais por conta de suas ações


inovadoras em benefício da acessibilidade cultural.

Prancha tátil – exposição “Olhar com outro olhar”

Materiais de apoio sensoriais, desenvolvidos pelos residentes com deficiência visual,


usados com crianças sem deficiência

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Vídeo com janela de Libras

Museus do Instituto Brasileiro de Museus


O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) é responsável pela gestão de 29 museus
espalhados pelo território nacional. Muitas dessas instituições estão sediadas em
edifícios históricos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Na-
cional (Iphan).

Conforme comentamos anteriormente, existe uma maior complexidade para imple-


mentação de adequações de acessibilidade universal em edifícios dessa natureza,
principalmente, dentre outros fatores, por conta do rigor na proposição de projetos
arquitetônicos que não descaracterizem o patrimônio construído.

Não são todas as instituições que contam com acessibilidade física e ofertas de pro-
gramação acessíveis; entretanto, algumas apresentam adequações de acessibilida-
de que extrapolam a eliminação de barreiras físicas, como exposições com recursos
de comunicação e mediação acessíveis e multissensoriais, programas educativos in-
clusivos e eventos com linguagens acessíveis e uso de recursos sensoriais.

Entre esses, destacamos a seguir alguns exemplos para afirmar o esforço do Ibram
em oferecer aos visitantes com deficiência experiências acessíveis na fruição do
patrimônio cultural.

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Museu Lasar Segall – Exposição Esculturas Táteis


Exposição com réplicas de esculturas do artista Lasar Segall aberta para o acesso tátil
para todos os visitantes. Conta com expografia acessível, que facilita a circulação de
pessoas em cadeira de rodas, mobilidade reduzida, deficiência visual e baixa estatura,
maquete tátil, sinalização acessível com piso podotátil, legendas e textos em Braille
e ampliados e audioguia com audiodescrição das obras e espaço expositivo. Foi
inaugurada em 2015.

Integrando o projeto de ação educativa do museu, na mesma ocasião foi lançado


o livro “Segall Portátil” com imagens táteis, poesias em tinta e Braille e paisagens
sonoras inspiradas na obra do artista.

Maquete tátil e texto em braille

Espaço expositivo com mobiliário acessível e piso tátil

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Maquetes táteis

Museu Histórico Nacional – Circuito de Visita acessível para


pessoas com deficiência visual com peças táteis
O Museu Histórico Nacional, sediado em uma fortificação do século XVII, possui
adequações de acessibilidade física em grande parte de seu conjunto arquitetônico.

Atualmente, conta com um percurso de visita acessível para visitantes com deficiência
visual, que oferece réplicas e maquetes táteis de obras de destaque da coleção.

A visita, que deve ser agendada previamente, pode ser realizada com educadores com
e sem deficiência visual.

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Reprodução tátil de moeda e legenda em Ação cultural de acessibilidade com


braille crianças

Museu Nacional de Belas Artes – Exposição Ver e Sentir


através do Toque e visitas mediadas
O Museu Nacional de Belas Artes, sediado no edifício da antiga Escola Nacional de
Belas Artes, realiza visitas mediadas para pessoas com deficiência na exposição de
longa duração como oferta regular.

No ano de 2007, o setor educativo do museu realizou o projeto “Ver e Sentir através
do Toque”, cujo objetivo era tornar a experimentação estética promovida pelas obras
de arte, assim como a história da arte e dos processos artísticos, acessíveis aos
cegos e portadores de baixa visão. Para isto, foram confeccionadas placas táteis em
baixo relevo, maquetes, placas em EVA e textos para audiodescrição destas obras
selecionadas.

Em janeiro 2015, com o intuito de divulgar o projeto, foi inaugurada a exposição do


projeto Ver e Sentir através do Toque. A mostra era aberta a todos os visitantes, e com
as ações específicas propostas pelos educadores do museu, proporcionou acesso
multissensorial ao patrimônio artístico nacional.

Nas visitas mediadas, os visitantes sem deficiência eram convidados a tocar as répli-
cas táteis das obras e refletir sobre as possibilidades de fruição para pessoas cegas
e com baixa visão.

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Visitantes com deficiência visual tocando réplicas táteis

Maquete tátil da obra “Arlequim Vencido”

Exposição com réplicas, maquetes táteis e descrições em braille

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Capacitação da equipe do receptivo para a exposição

Museu da República – Audioguia e Videoguia em Libras


O Museu da República, sediado no Palácio do Catete, antiga residência da Presidência
da República no Rio de Janeiro, com construção do século XIX, passou por adequações
de acessibilidade física e oferece rampas e elevadores que possibilitam a circulação
de visitantes com deficiência física.

O museu oferece também guias de visitação acessíveis. O videoguia em Libras


proporciona autonomia para visitantes surdos. O audioguia oferece informações
históricas e contextuais para visitantes com e sem deficiência visual. Os aparelhos
que contêm as mídias acessíveis são emprestados ao público pela equipe de recepção
do museu.

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Visitantes com deficiência visual tocando réplicas táteis

Rampa em um dos acessos do museu

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Elevador

Audioguia

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Módulo 7 – Experiências nacionais e internacionais

Encerramento
Parabéns!

Encerramos o último módulo do curso de Acessibilidade em Museus.

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