A visita aos museus proporciona o contacto direto com a cultura, mesmo
que não haja conhecimento, mas pelo menos desperta a curiosidade. A
promoção da cultura, parte muitas vezes dos museus, sendo eles locais públicos e com diversos equipamentos ao dispor da sociedade em geral. Os museus de ciência sensibilizam para a real importância da ciência na sociedade atual, a oportunidade de comunicação.
De acordo com o artigo da Dr.ª Ana Delicado, os museus deixaram de ser
vistos como espaços estanques de preservação do Património Cultural e Histórico, para passarem a ser vistos como espaços dinâmicos, onde a ciência é mostrada e ensinada ao público, principalmente ao público jovem/estudantil, com o objetivo de difundir conhecimento científico e motivar uma atitude positiva e criativa face à ciência.
Os jovens/estudantes, ao visitarem com regularidade os museus, estão a
desenvolver o seu conhecimento e o seu espírito crítico.
Considerando que, se todos os museus deveriam ser sobretudo um lugar
de encontro onde cientistas e leigos, se encontrassem de uma forma regular, permitindo desse modo difundir o conhecimento através das funções pedagógicas que lhes são inerentes, era natural que fizesse parte integrante da sua atividade adquirir, conservar, pesquisar, comunicar e expor espécimes naturais ou artefactos. Para isso era essencial um apoio efetivo das Entidades Públicas para desempenharem tais funções; os museus científicos são particularmente sensíveis a tais apoios pois além de serem chamados a dar a conhecer o que tem sido o constante desenvolvimento científico nos seus diversos domínios, deveriam dispor das condições indispensáveis para participarem de forma ativa na evolução científica que nos tempos que correm se desenvolve à velocidade da luz, permitindo-lhes estreitar ligações com Entidades congéneres, Universidades, Laboratórios científicos, etc., para poderem estar incluídos no pelotão da vanguarda científica.
Um museu que restrinja o seu desempenho à preservação do
património herdado, assegurando a transmissão do seu acervo às gerações futuras, não deixa de exercer uma atividade meritória, mas tende a tornar-se irrelevante.
Os museus participados são o que interrogam o mundo onde se inserem.
Um museu tem uma determinada função social. Servem a sociedade, os seus objetivos e valores fundamentais. Nestes museus a preocupação do curador é responder ao pulsar do mundo com os recursos disponíveis. A construção da narrativa é feita em colaboração com a comunidade que participa na escolha dos objetos que decide guardar e conservar. São espaços inclusivos que procuram o que é que a comunidade quer aprender. São espaços de interrogação. Para fazer este tipo de museus é necessário abrir as portas. Sair para o espaço envolvente e procurar o que é relevante. Saber o que as pessoas querem como representação da sua memória e propor que essas pessoas usem o espaço do museu para criarem atividades relacionadas com o seu património. São museus que procuram respostas para o pulsar do mundo. São lugares de encontro e descoberta de novos objetos para musealizar. Procuram compreender o território e a cidade como espaço de cidadania. São promotores da ação na comunidade. A curadoria participativa não é um trabalho fácil. A memória é um campo de confronto social. Em qualquer comunidade há diferentes memórias em disputa. Como espaço de encontro, o museu é uma oportunidade para reconhecer a diversidade e promover a inclusão do outro e da diferença.
Para que servem os museus
científicos? Funções e finalidades dos espaços de musealização da ciência
Esta interessante comunicação sobre os objetivos e as funções dos
museus científicos portugueses (os museus de ciência e os museus de ciências naturais) transporta-nos a um vasto mundo de equipamentos culturais, alguns deles muito pouco conhecidos pela população em geral.
Dos objetivos e funções destes museus, elencados pela autora, destaco
a promoção da cultura científica e a investigação, como finalidades principais de qualquer museu científico. Porém, é no apoio ao ensino das ciências nos níveis básico e secundário que encontro a função mais diretamente relacionada com a minha área de trabalho e vejo com agrado que os nossos alunos constituem uma elevada percentagem dos visitantes destes museus. Assinalo, também, o facto de a autora referir que uma função destes museus que tem vindo a perder-se é a dos serviços à comunidade, apesar de atualmente muitos museus disponibilizarem cursos de formação profissional em diversas áreas. Relativamente à educação ambiental, os museus científicos, modernizados e atualizados, podem ter, de facto, um papel bastante importante e dinamizador de uma mudança de comportamentos que se me afigura ser urgente, necessária e até mesmo vital para a espécie humana nos tempos difíceis que vivemos
Para que servem os museus científicos? Funções e finalidades dos espaços de musealização da ciência