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QUESTÕES DA DIVERSIDADE
NO CURRÍCULO
ANEXO 2
CURRÍCULO: A DIVERSIDADE NA
EDUCAÇÃO BÁSICA
REFLEXÃO SOBRE AS QUESTÕES DA
DIVERSIDADE NO CURRÍCULO
ANEXO 2
CURRÍCULO: A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA
1 INTRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A diversidade sociocultural brasileira presente no contexto da educação escolar
A diversidade
tem suscitado sociocultural
discussões brasileira
diversas entre presente nonocontexto
os educadores sentido da
de educação
entendê-laescolar
como
temdos
um suscitado discussões
principais eixos dadiversas entrehumana
experiência os educadores
(BRASIL,no2013),
sentido de entendê-la
refutando como
a concepção
um que
em dos aprincipais eixos
diversidade da experiência
é colocada como um humana (BRASIL, 2013), refutando a concepção
problema.
em que A a diversidade
diversidade écomo
colocada como
inerente um problema.e resultado da produção humana, da
à humanidade
cultura,Aé diversidade comoainerente
entendida como à humanidadepara
grande contribuição e resultado da produção
a sociedade humana,
reconhecer-se da
como
cultura,
igual e, éaoentendida como adiferente.
mesmo tempo, grande contribuição
Ao contrário,para a sociedadenegada
a diversidade reconhecer-se comoé
e incômoda
igual e, ao como
percebida mesmoum tempo, diferente.
problema por Ao contrário,
fugir à regraa dediversidade negada
humanidade e incômoda é
homogeneizante,
percebida como
padronizada, umseproblema
em que reforça umpor fugir idealizado
modelo à regra de humanidade
de homem homogeneizante,
e de sociedade em que
padronizada, em que se reforça um modelo
a maioria da população não se encaixa. idealizado de homem e de sociedade em que
a maioria
A da população
dimensão não se
escolar daencaixa.
educação como um processo de formação humana é a
A dimensão escolar da educação
condição concreta de apropriação dos benscomo um processo
materiais de formação
e simbólicos humana
produzidos é aa
por toda
condição concreta
humanidade, de apropriação
em que dosebens
se reconhece materiais
respeita e simbólicos
o sujeito em suaproduzidos por todadea
etnia, identidade
humanidade, em quesexual,
gênero e orientação se reconhece
condiçãoe social,
respeitapertencimento
o sujeito emterritorial
sua etnia,e cultural,
identidade de
entre
gênero e orientação
outros. É sexual,
nesse sentido condição social,
que considerar pertencimento
a diversidade territorial
é essencial e cultural, entre
na sistematização dos
outros. É nesse
conteúdos sentido na
organizados, quepromoção
considerardas
a diversidade
experiênciaséescolares
essencialdona ambiente
sistematização dos
educativo
conteúdos organizados,
inerente à escola na promoção
e nas relações das experiências
que a escola promove. escolares do ambiente educativo
inerenteOs
à escola e nasanos
primeiros relações que aXXI
do século escola promove.
trazem à educação brasileira grandes desafios
Os primeiros anos
que, correlatamente, do século
exigem XXI trazem
das políticas à educação
públicas grandesbrasileira grandes
e arrojadas desafios
decisões. A
que, correlatamente,
presença exigem
de quase todas das políticas
as crianças, públicase grandes
adolescentes jovens na e educação
arrojadas básica,
decisões. A
com
presença
todas de quase
as suas todas associoculturais,
diversidades crianças, adolescentes e jovens
é um destes desafiosnacuja
educação
decisãobásica, com
em termos
todas
de as suas
política diversidades
educacional socioculturais,
requer, é um
entre outras destes desafios
providências, cuja decisão
uma revisão em termos
curricular – dos
de política educacional
conhecimentos, posturasrequer,
e açõesentre outras providências,
pedagógicas umapraticadas
instituídas e/ou revisão curricular dos
– a fim de– que
oconhecimentos, posturas
currículo reconheça e ações
e atenda às pedagógicas
necessidadesinstituídas e/ou praticadas
de todo o público escolar. – a fim de que
o currículo reconheça
A visão e atenda
do mundo às necessidades
social de currículos
presente nos todo o público escolar. está, segundo
tradicionais
MoreiraAe visão do mundo
Silva (2002), social presente
“vinculada nos currículos
aos interesses dos grupostradicionais
situados emestá,
uma segundo
posição
Moreira
de e Silva
vantagem na (2002), “vinculada
organização social”aos interesses
(p.23), dos uma
deixando grupos situados
lacuna emaos
quanto uma posição
interesses
de vantagem
dos sujeitos na
daorganização social” (p.23),
classe trabalhadora e dadeixando uma lacuna
diversidade quanto aos
sociocultural. interesses
Enquanto os
dos sujeitos
interesses da classe
do primeiro trabalhadora
grupo e daemdiversidade
se concentram sociocultural.
legitimar a escola tal como Enquanto os
está e manter
interesses do primeiro grupo se concentram em legitimar a escola tal como está e manter
11
Textoelaborado
Texto elaboradopela
pelaequipe
equipede
detécnicos
técnicospedagógicos
pedagógicosdodoDepartamento
DepartamentodadeDiversidade.
Educação e Diversidade.
1
Texto elaborado pela equipe de técnicos pedagógicos do Departamento de Educação e Diversidade.
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REFLEXÃO SOBRE AS QUESTÕES DA
DIVERSIDADE NO CURRÍCULO
ANEXO 2
CURRÍCULO: A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA
2
REFLEXÃO SOBRE AS QUESTÕES DA
DIVERSIDADE NO CURRÍCULO
ANEXO 2
CURRÍCULO: A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Não ignorar essa realidade é buscar alternativas para um currículo que, até então,
enxerga todos a partir de uma única lente. A mudança de lugar do olhar analítico e
questionador que se pretende direcionar ao currículo implica, por exemplo, na
percepção de que ele está enredado em disputas de poder que resultam na valorização de
algumas culturas em detrimento de outras tantas. A compreensão das lacunas presentes
no atual currículo e o entendimento de como as preencher sem repetir essa parcialidade,
são pontos essenciais à formação dos educadores na perspectiva da diversidade
sociocultural do público escolar. Nessa trajetória, é importante questionar:
- Que visão do mundo social e material o currículo ora prescrito e praticado expressa?
- O que e quem nele está valorizado?
- Negras/os, indígenas, ciganas/os, quilombolas, mulheres, lésbicas, gays, bissexuais,
travestis, transexuais, transgêneros (LGBT) e povos do campo e das águas2, dentre
outros sujeitos, estão contemplados neste currículo?
- De que forma estão?
- Como podem ser inseridos?
- Ao historicizar os conhecimentos, os educadores dispõem de elementos que permitam
ir além das histórias “oficiais” elaboradas a partir da visão eurocêntrica?
Estas e outras inquietações, quando externalizadas e problematizadas no interior
das escolas, se constituem em modos de promoção de novas possibilidades, bem como
de desacomodação no enfrentamento às experiências escolares de exclusão, negação de
direitos e silenciamento das vozes e singularidades, presenciadas em diversos processos
educativos formais. É preciso, do ponto de vista da revisão curricular, que essas
questões sejam estimuladas e acolhidas nos processos de formação dos professores e
reconhecidas como demandas urgentes pelos interlocutores da educação, principalmente
pelos professores e gestores.
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Expressão que resume os povos ilhéus, ribeirinhos e atingidos por barragens.
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REFLEXÃO SOBRE AS QUESTÕES DA
DIVERSIDADE NO CURRÍCULO
ANEXO 2
CURRÍCULO: A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA
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REFLEXÃO SOBRE AS QUESTÕES DA
DIVERSIDADE NO CURRÍCULO
ANEXO 2
CURRÍCULO: A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA
espaço para reivindicar uma educação que os atenda como sujeitos de direitos e não
como concessões ou tolerância. Mesmo que a correlação de forças nem sempre seja
equilibrada, o currículo constantemente disputado suscita mudanças: inclusões,
contextualizações, historicidade, positivações.
Moreira e Candau (2007) observam que dentro da rotina escolar há uma
proposta subliminar que parte do contexto social e educacional, que envolve
dominantemente, atitudes e valores transmitidos pelas relações sociais e pelas rotinas do
cotidiano escolar, como: rituais e práticas, relações hierárquicas; regras e
procedimentos; modos de organizar o espaço e o tempo na escola; modos de distribuir
os estudantes por agrupamentos e turmas; mensagens implícitas nas falas das/os
professoras/es e nos livros didáticos, entre outros.
Nessas ações do cotidiano escolar sempre há aprendizado, mesmo que não
planejado intencionalmente para a formação. São oportunidades para reforço ou
mudança nas concepções da própria diversidade sociocultural, como, por exemplo, a
respeito das etnias, da diversidade cultural, da diversidade sexual, da territorialidade
entre outros. O currículo torna-se então, segundo Moreira e Silva, 2002, um dispositivo
de grande efeito no processo de construção da identidade do estudante. Todo tempo e
toda ação escolar estão vinculados ao aprendizado – se constituem, portanto, como
currículo, como espaço em que se produz e se reproduz cultura, em que há criação,
recriação, contestação e transgressão (MOREIRA; SILVA, 2002).
Moreira e Candau (2007) sugerem o resgate de manifestações culturais de
grupos sociais cujas identidades se encontram ameaçadas e a participação de todos no
esforço de tornar o mundo menos agressivo e injusto. Apontam também para a urgência
de se reduzirem as discriminações e preconceitos, por meio, entre outros princípios, da
ancoragem social dos conteúdos e de questionamento das nossas representações sobre
os “outros”.
Esta ancoragem social dos conteúdos significa incluir na abordagem dos
conteúdos como e em que contexto social surgiram, bem como o motivo de serem
recortes para a aprendizagem escolar.
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REFLEXÃO SOBRE AS QUESTÕES DA
DIVERSIDADE NO CURRÍCULO
ANEXO 2
CURRÍCULO: A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFLEXÃO SOBRE AS QUESTÕES DA
DIVERSIDADE NO CURRÍCULO
ANEXO 2
CURRÍCULO: A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA
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REFLEXÃO SOBRE AS QUESTÕES DA
DIVERSIDADE NO CURRÍCULO
ANEXO 2
CURRÍCULO: A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA
REFERÊNCIAS
ARROYO, M. Entrevista: pensamento educacional e relações sociais. In: NOGUEIRA.
P.; MIRANDA, Shirley (org.). Miguel Arroyo: educador em diálogo com nosso tempo.
Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011. (Coleção Perfis da Educação, Nº 5)