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Natal/RN
2018
MONALISA SILVEIRA DE SOUZA
Natal/RN
2018
Souza, Monalisa Silveira de.
Uberização” nas relações de emprego à luz da Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT) brasileira / Monalisa Silveira de Souza. - 2018
77f.: il.
The study under analysis has as scope the work over of the Uberisation system,
which presents itself in the form of the precarization of work and the flexibilization of
labor relations, a process that has been intensifying concomitantly to the advance of
capitalist reorganization and globalization. Against this scenario, this research initially
analyzes the differentiation of the concepts of flexibilization and precarization. In the
second step, it discusses the Uber application, taken as the main study’s object due
to its popularity and its role as a flagship for this new model of labor relations. Finally,
it analyzes how the application is inserted in the current legislation, discussing the
dubiousness of an employment relationship between the drivers and the platform.
The research is justified by the current economic environment, and also because of
the companies’ purpose, in this case Uber, to reach a large number of people with
efficiency, causing competition and increased demand to bring the need to make
working conditions more flexible. Such circumstances leads to the uncertain
conclusion that those who choose to be “application partners” are in a favorable
employment relationship, when, in fact, there is an uncertainty in the interpretation of
this link caused by the platform itself, from the moment it leaves an interpretative
margin in its rules and service terms presented. In this way, historically conquered
rights are allowed to be suppressed, strengthening the condition of the worker's
fragility in the name of capitalist interest. The present study utilized the qualitative
deductive method, and, as a research technique, the structured interview.
CF – Constituição Federal
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
2 DIREITO DO TRABALHO BRASILEIRO E PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES
EMPREGATÍCIAS ................................................................................................................. 4
3 EMPRESA UBER E O REBAIXAMENTO DO CUSTO DA FORÇA DE TRABALHO ...... 14
3.1 O QUE É "ECONOMIA DE COMPARTILHAMENTO"? .............................................. 14
3.2 O QUE É A UBER? .................................................................................................... 15
3.2.1 Como funciona a plataforma? ........................................................................... 16
3.2.2 História do aplicativo Uber: Surgimento e popularização .............................. 18
3.2.3 Polêmicas e regulamentações do aplicativo Uber no Brasil .......................... 20
3.2.4. Polêmicas envolvendo a Uber e os Direitos dos Trabalhadores no contexto
internacional ............................................................................................................... 21
3.2.4.1 Estados Unidos ............................................................................................. 21
3.2.4.2 Inglaterra ....................................................................................................... 22
3.2.4.3 Espanha ........................................................................................................ 23
3.2.4.4 Bélgica .......................................................................................................... 25
4 UBER NO CONTEXTO DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS VIGENTE .. 25
4.1. JUDICIÁRIO BRASILEIRO E A UBER NO BRASIL................................................... 26
4.1.1 Subordinação ..................................................................................................... 27
4.1.2 Habitualidade ..................................................................................................... 29
4.1.3 Onerosidade ....................................................................................................... 31
4.1.4 Pessoalidade ...................................................................................................... 34
4.2 PESQUISA DE CAMPO: ANÁLISE DAS ENTREVISTAS COM OS MOTORISTAS ... 36
4.2.1. Abordagem e Dificuldades ........................................................................... 36
4.2.2. Dados e análise ................................................................................................. 37
5 CONCLUSÃO......................................................................................................................40
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 44
APÊNDICE I - ENTREVISTA............................................................................................... 49
1
1 INTRODUÇÃO
Ainda nesse cenário, aqueles que não se adaptam aos novos moldes
impostos ou, de qualquer modo, não estão inseridos no mercado de trabalho,
buscam outras formas de sobrevivência e findam se sujeitando ao que se conhece
por trabalhos precarizados. Como ilustração, citam-se os subempregos, atividades
temporárias, ciberproletariado1 ou trabalhos informais – camuflados na pregação da
independência do trabalhador quando na verdade sujeitam-nos à chefia.
1
Segundo Antunes, Ciberproletariado é uma classe de trabalhadores que surge decorrente das
tecnologias da informação, globalização e de gradação das condições de trabalho. O autor considera
esse tipo de mão de obra contraditório por utilizar tecnologia avançada, ser de ponta, ao mesmo
tempo que herda condições de trabalho do século XX. (In: Admirável mundo novo? Entrevista de
Ricardo Antunes por Christian Carvalho Cruz, O Estado de S.Paulo, 11/10/2009)
2
Por fim, analisa de que modo o aplicativo está inserido na legislação vigente,
discorrendo sobre a dubiedade de um vínculo empregatício entre os motoristas e a
plataforma e objetivando, enfim, oferecer melhor elucidação do tema e possível
solução.
2
SUSSEKIND e PAIVA foram extraídos da Revista ANAMATRA.
5
Já Delgado (G. N., 2015, p. 148) cita como apontamento que esse contexto
de esgotamento do padrão taylorista-fordista culminou com a queda da taxa de lucro
e aumento do preço da força de trabalho, maior concentração de capitais, aumento
das privatizações e crise do Estado Social de Direito.
Como resultado disso tem-se que tal modelo estatal representaria a ruptura
do Estado de Direito e suas finalidades éticas, sendo esse submetido ao capital e
seus interesses econômicos, que representariam a base valorativa da nova
sociedade capitalista (Salgado, 1998, p. 56-58).
7
Sob essa égide torna-se viável o exercício das práticas de gestão Toyotista
que trabalha de acordo com a demanda, ou produção enxuta, e o pronto
atendimento, ou just-in-time, exigindo, assim, menos força de trabalho.
3
Dados organizados por PALMEIRA SOBRINHO, Zéu. Flexibilização. Revista Anamatra, Brasília, v.
XVIII , n. 53, p.14-24, 2° semestre de 2007. Semestral.
9
Contudo, não tão somente por definição é possível compreender seu caráter
precarizante. Observa-se, por conseguinte, o art. 4°-A, §2°, no qual é expresso que
não há “vínculo empregatício entre trabalhadores, ou sócios das empresas
prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante”.
A duas, a Magna Carta de 1988 que trouxe como advento, em seu art. 7°, VI,
a “irredutibilidade do salário salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo”.
Mais uma vez, atentando-se às definições doutrinárias pertinentes, é regularmente
assinalado que alterações salariais desfavoráveis ou inferiores ao que é devido
trata-se de precarização das relações laborais. Assim, ao que chamam de
“Constituição Cidadã” resta questionado o quanto ela protege seus sujeitos de direito
se, por si, ela já permite que sejam violados o Estado Social de Direito e os
princípios da dignidade da pessoa humana e ao valor social do trabalho autorizando
a diminuição salarial.
A cinco, a sanção da Lei n° 9.601 de 1998, qual acrescentou o art. 59, à CLT,
em seu §2°, assimila que é aceito que o operários trabalhe mais sem que isso gere
custos ao empregador, em consonância seguem os §§ 5º e 6º do mesmo artigo,
bem como os arts. 59-A e 59-B, que versam sobre banco de horas.
A principal inovação trazida foi a do art. 443, o qual trata sobre o trabalho
intermitente, essa passou a permitir a remuneração do trabalhador pelas horas
trabalhadas sem que se faça necessário o pré-estabelecimento de jornada de
trabalho. Com isso, o empregador pode, portanto, utilizar-se do serviço do
empregado conforme suas necessidades e pagando somente pela demanda, não
observando, nesses casos, o valor mensal estabelecido pelo salário mínimo. Na
prática, o coletivo obreiro tem que trabalhar mais, atender mais demandas, para
alcançar seu sustento, o que leva a precarização, seja pelo assédio moral, burnout,
redução salarial, aumento do período trabalhado.
Enfim, frisa-se as ajudas de custo previstas no art. 457, §2°, da CLT, que
deixam de integrar a remuneração do empregado, não se incorporando ao salário e,
portanto, não constituem base de incidência de encargos trabalhista e previdenciário
e; em consonância a isso, tem-se o art. 75-D, que repassa os custos dos
instrumentos de trabalho e sua manutenção, aqui sendo, portanto, o carro, ao o
trabalhador. Logo, visualiza-se que, para se manter em sua função, o hipossuficiente
terá que também investir na produção, o que lhe confere prejuízos diante sua
remuneração.
14
compartilhamento por si, visto que esta já seria uma discussão a parte. Logo, será
dada apenas uma ideia geral dessa atividade econômica.
O teórico Tom Slee (2017, p.21), na sua obra “Uberização”, entende como
“economia de compartilhamento” o modelo de negócio se utiliza do meio virtual, no
qual é possível negociar produtos e serviços concretos, celebrando contratos
normalmente mediante contraprestação monetária, cabendo à plataforma o papel de
intermediador, não protagonizando diretamente a negociação.
Para utilizar o serviço, o usuário deverá estar com o GPS conectado e, com a
devida permissão, o serviço de geolocalização colocará como ponto de partida o
local que o dispositivo móvel encontra-se, podendo ser alterado à vontade de quem
o controla. Em seguida, deve ser colocado o endereço para onde pretende-se ir ou
até mesmo parar durante o percurso (é permitido ao cliente fazer paradas de até 3
17
minutos durante a corrida), e a partir disso, a depender ainda de fatores como local
de onde é pedido, disponibilidade de motoristas e histórico do cliente no app, é dada
estimativa de preço de acordo com as opções.
Após o envio dos documentos requisitados, será feita análise desses e, uma
vez aprovado, o motorista entra para a plataforma. Salienta-se que não há nenhuma
avaliação presencial de qualquer representante do aplicativo das questões
mecânicas ou de segurança do carro assim como não é exigido o seguro do
18
Slee (2017, p. 22) destaca também dois apelos que são feitos pelas
Economias de Compartilhamento e claramente são percebidas na Uber: 1) o
primeiro é a mensagem de igualdade entre as partes, de um vizinho ou amigo que
ajuda o outro, omite-se a imagem hierárquica de quem detém o poder, de que há
alguém representando a mão de obra e de que a outra parte é o consumidor,
perceptível é apenas de que a Uber atuaria como intermediador; 2) o segundo é de
20
A primeira ocorreu ainda nos primeiros meses após sua entrada no mercado
nacional, no Rio de Janeiro, ganhando força e maior notoriedade ao começar a
operar em São Paulo, período em que ocorreram manifestações organizadas pelos
Sindicatos dos Taxistas dos respectivos municípios a fim de coibir seu
funcionamento após observar a perda de clientes. Isso ocorreu principalmente
devido aos baixos preços praticados pelas corridas e da falta de regulamentação
para um serviço com características tão próximas a dos taxistas que, por sua vez,
arcam com despesas fixas e altas, como o alvará de funcionamento, licença especial
e impostos.
3.2.4.2 Inglaterra
A Uber, no entanto, apenas respondeu que iria recorrer de tal sentença, assim
como já fez em outros casos.
3.2.4.3 Espanha
Mister faz citar aqui que devido às demandas desse coletivo, foi criado na
Espanha um portal na União Geral dos Trabalhadores (UGT) para atender as suas
reivindicações, tendo essa como como pretensão apenas pleitear a aplicação das
normas laborais vigentes.
Rubéns Ranz, coordenador do site com o qual a UGT pretende unir-se a fim
de amparar os trabalhadores, entende que:
Desde sua criação, o portal já foi requisitado pelo menos 124 vezes com
pedidos de informações e/ou ajuda. Pela sua proposta, o sindicato deve responder
às partes interessadas em até 24 horas, respeitando o anonimato.
4
“La Inspección de Trabajo ha presentado una propuesta basada en un modelo de relación con riders
que ya no está vigente en España. La compañía confía en que se demuestre la condición de autónomos
de los riders, como así lo han manifestado sentencias recientes en el Reino Unido y Francia, en las que
se ha avalado que los riders que colaboran con Deliveroo son autónomos” (RODRÍGUEZ, Ara. 2017)
25
3.2.4.4 Bélgica
4.1.1 Subordinação
ele critérios pelos quais o motorista pode ser avaliado e expõe-no a punição, como
suspensões temporárias até o desligamento da plataforma. Diante disso, cita-se:
4.1.2 Habitualidade
Afinado à essa tese, o magistrado Dr. Márcio Toledo Gonçalves conclui que:
4.1.3 Onerosidade
Pois bem, é fato que a Uber fica com 20 a 25% da remuneração do motorista
e que isso não representa metade da produção da força de trabalho. Contudo,
etimologicamente a juíza erra ao dizer que houve um acerto; há, no entanto, uma
imposição, visto que ao postulante a contratado só resta aceitar a cláusula contratual
ou a ela não aderir.
Outra prática que ratifica sua administração dos ganhos, é o ato de controlar
os valores de acordo com a demanda. Se não houvesse interesse nos lucros dos
motoristas, a suposta empresa de tecnologia limitar-se-ia a conexão entre motoristas
e passageiros respeitando a ordem de chamadas.
Aliás, se ela fosse somente uma empresa de tecnologia, como se auto afirma,
qual seu interesse em investir persistentemente em publicidade no horário nobre da
programação aberta ou em carros autônomos?
Quando a plataforma chega a uma nova região, logo ela trata de fazer sua
divulgação utilizando-se de cupons de desconto para seus clientes como forma de
divulgação. Os motoristas, no entanto, não recebem com abatimentos, mas
integralmente ao final da semana. Como então não falar que tal empresa assume,
minimamente, seus riscos?
4.1.4 Pessoalidade
Ou seja, disso, conclui-se que a prestação do serviço exige que, por uma
questão de segurança para todos os envolvidos neste vínculo, esse seja
personalíssimo, mediante apresentação de foto legível e identificação, ou de forma
diversa, a credibilidade depositada pelo consumidor na empresa seria afetada e,
consequentemente, o seu apelo mais consistente quanto à confiança, parceria e
relacionamento amistoso seria desacreditado, ocasionando o fracasso da sociedade
empresária
36
Durante a realização deste trabalho, foram feitas entrevistas com uma mostra
de doze condutores da plataforma Uber com fito de conhecer in loco o labor das
pessoas protagonistas desse estudo.
Foi colocado por uma parte que lhes solicitaram a ficha de antecedentes
criminais (33,33%). Dedutível que seja para a segurança dos envolvidos, todavia,
não ficou claro porque essa certidão não foi resposta unânime dos entrevistados.
A outros (50%), foi dito que lhes estabeleceram condições mínimas para o
carro a ser utilizado, quais sejam quatro portas com ar condicionado e fabricação a
partir de 2008. Por outro lado, uma menor parcela (25%) alegou terem lhes
requisitado a documentação dessa ferramenta de trabalho. Da primeira informação,
a conclusão é de que o meio de produção pode não ser da empresa, mas ela exige
o padrão para poder entrar no seu grupo; então como falar em autonomia do
hipossuficiente quando há um requisito material a ser cumprido? Possível seria falar
de autonomia se com o simples cadastro o interessado tivesse a liberdade de
exercer sua atividade. Quanto a segunda informação, é deduzível que seja para
confirmar a primeira, sob o risco de ter o registro negado.
ferrenhamente utilizado em sua publicidade: como então eles têm certeza de que o
automóvel cadastrado é aquele que roda na prática? Como garantir que seus
passageiros estão fazendo uso do seu serviço em carros com bom estado de uso e
que não representam perigo técnico para o usuário e o obreiro? Aliás, caso haja
algum problema envolvendo o consumidor, a Uber será, não se falando em culpa
exclusiva do motorista.
Aos motoristas não é exigido curso de formação, mas é usado como critério
de avaliação o uso de boas maneiras, de boas condições do carro, sendo sugerido o
fornecimento de cortesias como água e balinha. Enfim, não há como justificar a
cobrança de determinados comportamentos para ter boas notas e, assim, se manter
na plataforma, se não por ser essa uma forma de subordinação e controle do
empregador que, em caso de desobediência, pode desativar discricionariamente os
trabalhadores.
Outra violação ao Direito do Trabalho está em permitir que essa mão de obra
exerça sua atividade ultrapassando os limites legais permitidos tanto de horas por
dia quanto a inobservância do descanso semanal, afrontando questões de saúde e
segurança do operariado, sem que isso enseje em consequências. Nos Estados
40
Quanto aos intervalos feitos, observada a CLT vigente e pós reforma, apenas
um dos entrevistados desconsidera o tempo para intervalo quando faz mais que seis
horas de ofício.
5 CONCLUSÃO
Como demais setores sociais, a web inovou as relações de trabalho. Aqui, por
exemplo, foi trabalhada a Uberização, fruto das economias de rede, um sistema
econômico o qual baseia-se no compartilhamento de bens ou serviços ociosos,
gratuito ou por meio de recebimento monetário, previamente estabelecido.
Disso foi dado o recorte à Uber que, como defendeu Tom Slee, utilizando-se
desse sistema e em proveito das lacunas legislativas, jurídicas e doutrinárias,
desenvolveu-se e, sob intenso marketing, popularizou-se, convencendo a seu favor
seus “parceiros” e clientes, oferecendo ainda supostos benefícios com o intuito de
ofuscar o pensamento crítico dos envolvidos.
Ao não ser visualizado o contrato de trabalho entre essas partes, essa mão
de obra reitera-se marginalizada e suscetível às imposições do empregador
42
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? 15. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
CAVALLONE, Elena; SILVA, Isabel Marques da. Taxistas belgas protestam contra
projeto que "favorece" Uber.Disponível em:
<http://pt.euronews.com/2018/03/27/taxis-belgas-protestam-contra-projeto-que-
favorece-uber>. Acesso em: 08 maio 2018.
LEITE, Renata. Táxis aumentam preços das corridas e Uber oferece desconto.
Disponível em: <https://www.mundodomarketing.com.br/ultimas-noticias/34545/taxis-
aumentam-precos-das-corridas-e-uber-oferece-desconto.html>. Acesso em: 01 maio
2018.
46
LEME, Ana Carolina Reis Paes. El Caso Uber Bajo la Perspectiva del Derecho
del Trabajo Post Material. “Direito Material e Processual do Trabalho; V
Congresso Latino-Americano de Direito Material e Processual do Trabalho”. São
Paulo. Editora LTR. 2017. p. 215/216
SÃO PAULO (SP). 13ª Vara Do Trabalho De São Paulo. Sentença nº e852624.
Autor: Fernando Dos Santos Teodoro. Réu: Uber Do Brasil Tecnologia Ltda, Uber
International Bv e Uber International Holding Bv. Relator: Eduardo Rockenbach
Pires. SS, de 11 de abril de 2017. 11 abr. 2017. https://www.jota.info/wp-
content/uploads/2017/04/sentenc%cc%a7a-uber.sp-v%c3%adnculo.pdf.
SCHOR, Juliet. Debating the sharing economy. Great Transition Initiative, New
York, p.1-14, out. 2014. Disponível em: <http://www.msaudcolumbia.org/summer/wp-
content/uploads/2016/05/Schor_Debating_the_Sharing_Economy.pdf>. Acesso em:
30 abr. 2018.
SLEE, Tom. Uberização: A nova onda do trabalho precarizado. São Paulo: Editora
Elefante, 2017. 320 p. Tradução de: João Peres.
UBER. Mas afinal, o que é Uber e como eu posso usar? Disponível em:
<https://www.uber.com/pt-BR/blog/belo-horizonte/mas-afinal-o-que-e-uber-e-como-
eu-posso-usar/>. Acesso em: 30 abr. 2018.
VENTURA, Felipe. Uber compra US$ 1 bilhão em carros que vão dirigir sem
motorista. Disponível em: <https://tecnoblog.net/228386/uber-um-bilhao-carros-
autonomos/>. Acesso em: 02 jun. 2018.
APÊNDICE I - ENTREVISTA
Apêndice A
a) Nos casos em que se dedica seis horas ou mais, faz algum intervalo?
Quanto tempo? Não se aplica
10. Qual foi o maior intervalo que ficou sem ativar o aplicativo? Teve alguma
consequência?
Uma semana. Sem consequências.
11. Na sua opinião, dedicando-se com exclusividade à Uber, é possível garantir o
próprio sustento?
(x) Sim ( ) Não
Apêndice B
1. Idade: 27
2. Nível de escolaridade: Ensino Superior completo
3. Atualmente, possui alguma outra ocupação?
(x) Sim ( ) Não
a) Se sim, qual? Vendedor online
b) Se não, qual foi a última e por que saiu?
4. Quando entrou na plataforma Uber? Outubro de 2016
5. Foi feita alguma exigência para se tornar “parceiro”? Em caso afirmativo,
lembra de qual/quais? CNH com EAR
6. Foi submetido a algum curso de formação?
( ) Sim (x) Não
7. Seu carro passou por algum teste ou revisão por parte da Uber?
( ) Sim (x) Não
8. Você sabe como as informações submetidas à Uber são averiguadas?
( ) Sim (x) Não
9. Com que frequência fica disponível no aplicativo e por quanto tempo? Nove
horas, de segunda a sábado
a) Nos casos em que se dedica seis horas ou mais, faz algum intervalo?
Quanto tempo? Duas horas
10. Qual foi o maior intervalo que ficou sem ativar o aplicativo? Teve alguma
consequência? Uma semana. Sem consequências
51
Apêndice C
1. Idade: 26
2. Nível de escolaridade: Ensino Superior completo
3. Atualmente, possui alguma outra ocupação?
( ) Sim (x) Não
a) Se sim, qual?
b) Se não, qual foi a última e por que saiu? Analista de sistema. Baixo salário
4. Quando entrou na plataforma Uber? Abril de 2018
5. Foi feita alguma exigência para se tornar “parceiro”? Em caso afirmativo,
lembra de qual/quais? CNH com EAR e antecedentes criminais
6. Foi submetido a algum curso de formação?
a. ( ) Sim (x) Não
7. Seu carro passou por algum teste ou revisão por parte da Uber?
( ) Sim (x) Não
8. Você sabe como as informações submetidas à Uber são averiguadas?
( ) Sim (x) Não
9. Com que frequência fica disponível no aplicativo e por quanto tempo? Oito a
dez horas por dia, cinco dias por semana.
10. Nos casos em que se dedica seis horas ou mais, faz algum intervalo? Quanto
tempo? Uma hora
11. Qual foi o maior intervalo que ficou sem ativar o aplicativo? Teve alguma
consequência? Dois dias. Sem consequências
12. Na sua opinião, dedicando-se com exclusividade à Uber, é possível garantir o
próprio sustento?
(x) Sim ( ) Não
52
Apêndice D
1. Idade: 28
2. Nível de escolaridade: Ensino Superior incompleto
3. Atualmente, possui alguma outra ocupação?
(x) Sim ( ) Não
a) Se sim, qual? Vigilante em sistema de escala de 12h/36h
b) Se não, qual foi a última e por que saiu?
4. Quando entrou na plataforma Uber? Abril de 2017
5. Foi feita alguma exigência para se tornar “parceiro”? Em caso afirmativo,
lembra de qual/quais? CNH com EAR, antecedentes criminais, carro com
fabricação a partir de 2008 e CRLV
6. Foi submetido a algum curso de formação?
( ) Sim (x) Não
7. Seu carro passou por algum teste ou revisão por parte da Uber?
( ) Sim (x) Não
8. Você sabe como as informações submetidas à Uber são averiguadas?
( ) Sim (x) Não
9. Com que frequência fica disponível no aplicativo e por quanto tempo? Sempre
que está de folga. Durante o dia, de oito a nove horas, mas quando pode,
doze horas, com trabalho noturno
A) Nos casos em que se dedica seis horas ou mais, faz algum intervalo?
Quanto tempo? Meia hora
10. Qual foi o maior intervalo que ficou sem ativar o aplicativo? Teve alguma
consequência? Oito a nove dias. Sem consequência
11. Na sua opinião, dedicando-se com exclusividade à Uber, é possível garantir o
próprio sustento?
(x) Sim ( ) Não
Apêndice E
1. Idade: 35 anos
2. Nível de escolaridade: Ensino Médio completo
3. Atualmente, possui alguma outra ocupação?
53
Apêndice F
1. Idade: 48 anos
2. Nível de escolaridade: Nível Superior incompleto
3. Atualmente, possui alguma outra ocupação?
( ) Sim (x) Não
a) Se sim, qual?
b) Se não, qual foi a última e por que saiu? Trabalhava em uma multinacional.
Corte de gastos na empresa.
54
Apêndice G
1. Idade: 48 anos
2. Nível de escolaridade: Ensino Médio completo
3. Atualmente, possui alguma outra ocupação?
(x) Sim ( ) Não
a) Se sim, qual? Funcionário Público
b) Se não, qual foi a última e por que saiu?
4. Quando entrou na plataforma Uber? Novembro de 2017
5. Foi feita alguma exigência para se tornar “parceiro”? Em caso afirmativo,
lembra de qual/quais? CNH com EAR e antecedentes criminais
6. Foi submetido a algum curso de formação?
( ) Sim (x) Não
55
7. Seu carro passou por algum teste ou revisão por parte da Uber?
( ) Sim (x) Não
8. Você sabe como as informações submetidas à Uber são averiguadas?
( ) Sim (x) Não
9. Com que frequência fica disponível no aplicativo e por quanto tempo? Oito
horas por dia, seis vezes por semana
a)Nos casos em que se dedica seis horas ou mais, faz algum intervalo?
Quanto tempo? Faz dois intervalos de meia hora
10. Qual foi o maior intervalo que ficou sem ativar o aplicativo? Teve alguma
consequência? Um dia. Sem consequências.
11. Na sua opinião, dedicando-se com exclusividade à Uber, é possível garantir o
próprio sustento?
(x) Sim ( ) Não
Apêndice H
1. Idade: 23 anos
2. Nível de escolaridade: Nível Superior completo
3. Atualmente, possui alguma outra ocupação?
( ) Sim (x) Não
a) Se sim, qual?
b) Se não, qual foi a última e por que saiu? Não teve anterior
4. Quando entrou na plataforma Uber? Maio de 2017
5. Foi feita alguma exigência para se tornar “parceiro”? Em caso afirmativo,
lembra de qual/quais? CNH com EAR, carro com quatro portas, ar
condicionado e fabricação a partir de 2008
6. Foi submetido a algum curso de formação?
( ) Sim (x) Não
7. Seu carro passou por algum teste ou revisão por parte da Uber?
( ) Sim (x) Não
8. Você sabe como as informações submetidas à Uber são averiguadas?
( ) Sim (x) Não
9. Com que frequência fica disponível no aplicativo e por quanto tempo? Oito a
nove horas por dia, todos os dias
56
a)Nos casos em que se dedica seis horas ou mais, faz algum intervalo?
Quanto tempo? Quatro a cinco horas
10. Qual foi o maior intervalo que ficou sem ativar o aplicativo? Teve alguma
consequência? Um mês, sem consequência
11. Na sua opinião, dedicando-se com exclusividade à Uber, é possível garantir o
próprio sustento?
(x) Sim ( ) Não
Apêndice I
1. Idade: 36 anos
2. Nível de escolaridade: Nível Superior completo
3. Atualmente, possui alguma outra ocupação?
( ) Sim (x) Não
a) Se sim, qual?
b) Se não, qual foi a última e por que saiu? Trabalhava em termoelétrica.
Cortes na empresa.
4. Quando entrou na plataforma Uber? Outubro de 2016
5. Foi feita alguma exigência para se tornar “parceiro”? Em caso afirmativo,
lembra de qual/quais? CNH com EAR, carro com quatro portas, ar
condicionado e fabricação a partir de 2008
6. Foi submetido a algum curso de formação?
( ) Sim (x) Não
7. Seu carro passou por algum teste ou revisão por parte da Uber?
( ) Sim (x) Não
8. Você sabe como as informações submetidas à Uber são averiguadas?
( ) Sim (x) Não
9. Com que frequência fica disponível no aplicativo e por quanto tempo? Cinco
horas por dia de quinta a segunda, com exceção aos domingos que faz dez
horas
a) Nos casos em que se dedica seis horas ou mais, faz algum intervalo?
Quanto tempo? Pelo menos meia hora
10. Qual foi o maior intervalo que ficou sem ativar o aplicativo? Teve alguma
consequência? Uma semana. Sem consequências.
57
Apêndice J
1. Idade: 25 anos
2. Nível de escolaridade: Ensino Superior completo
3. Atualmente, possui alguma outra ocupação?
( ) Sim (x) Não
a) Se sim, qual?
b) Se não, qual foi a última e por que saiu? Não teve anterior
4. Quando entrou na plataforma Uber? 2016
5. Foi feita alguma exigência para se tornar “parceiro”? Em caso afirmativo,
lembra de qual/quais? CNH com EAR
6. Foi submetido a algum curso de formação?
( ) Sim (x) Não
7. Seu carro passou por algum teste ou revisão por parte da Uber?
( ) Sim (x) Não
8. Você sabe como as informações submetidas à Uber são averiguadas?
( ) Sim (x) Não
9. Com que frequência fica disponível no aplicativo e por quanto tempo? Dez
horas por dia, todos os dias da semana
a) Nos casos em que se dedica seis horas ou mais, faz algum intervalo?
Quanto tempo? Duas horas intercaladas
10. Qual foi o maior intervalo que ficou sem ativar o aplicativo? Teve alguma
consequência? Não soube informar
11. Na sua opinião, dedicando-se com exclusividade à Uber, é possível garantir o
próprio sustento?
( ) Sim (x) Não
58
Apêndice K
1. Idade: 24 anos
2. Nível de escolaridade: Nível Superior completo
3. Atualmente, possui alguma outra ocupação?
(x) Sim ( ) Não
a) Se sim, qual? Advogado
b) Se não, qual foi a última e por que saiu?
4. Quando entrou na plataforma Uber? Março de 208
5. Foi feita alguma exigência para se tornar “parceiro”? Em caso afirmativo,
lembra de qual/quais? CNH com EAR, carro com quatro portas, ar
condicionado, direção hidráulica e fabricação superior a 2009
6. Foi submetido a algum curso de formação?
( ) Sim (x) Não
7. Seu carro passou por algum teste ou revisão por parte da Uber?
( ) Sim (x) Não
8. Você sabe como as informações submetidas à Uber são averiguadas?
( ) Sim (x) Não
9. Com que frequência fica disponível no aplicativo e por quanto tempo? Quatro
horas por dia, de segunda a sábado, sábados e domingos o dia todo
A) Nos casos em que se dedica seis horas ou mais, faz algum intervalo?
Quanto tempo? Caso hajam muitas viagens, não faz intervalo
10. Qual foi o maior intervalo que ficou sem ativar o aplicativo? Teve alguma
consequência? Uma semana. Sem consequências.
11. Na sua opinião, dedicando-se com exclusividade à Uber, é possível garantir o
próprio sustento?
(x) Sim ( ) Não
Apêndice L
1. Idade: 60 anos
2. Nível de escolaridade: Nível Superior completo
3. Atualmente, possui alguma outra ocupação?
( ) Sim (x) Não
59
A) Se sim, qual?
b) Se não, qual foi a última e por que saiu? Fechou empresa própria.
4. Quando entrou na plataforma Uber? Junho de 2017
5. Foi feita alguma exigência para se tornar “parceiro”? Em caso afirmativo,
lembra de qual/quais? “Documentação necessária”
6. Foi submetido a algum curso de formação?
( ) Sim (x) Não
7. Seu carro passou por algum teste ou revisão por parte da Uber?
( ) Sim (x) Não
8. Você sabe como as informações submetidas à Uber são averiguadas?
( ) Sim (x) Não
9. Com que frequência fica disponível no aplicativo e por quanto tempo? Dez
horas por dia, seis vezes por semana
a) Nos casos em que se dedica seis horas ou mais, faz algum intervalo?
Quanto tempo? Meia hora
10. Qual foi o maior intervalo que ficou sem ativar o aplicativo? Teve alguma
consequência? Dois dias. Sem consequências.
11. Na sua opinião, dedicando-se com exclusividade à Uber, é possível garantir o
próprio sustento?
(x) Sim ( ) Não