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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ABAETETUBA


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ANDREIVA PINHEIRO DOS SANTOS


IAN ALBERTO DE ALMADA
RUI JOSÉ LEÃO COSTA CARDOSO

O PROCESSO DE UBERIZAÇÃO DO TRABALHO


Sociologia do trabalho

Abaetetuba – PA
2022
ANDREIVA PINHEIRO DOS SANTOS
IAN ALBERTO DE ALMADA
RUI JOSÉ LEÃO COSTA CARDOSO

O PROCESSO DE UBERIZAÇÃO DO TRABALHO


Sociologia do trabalho

Pesquisa realizada para a avaliação da disciplina de


sociologia do trabalho, no sexto semestre do curso de
engenharia de produção na Universidade Federal do Pará
– Faculdade de Engenharia Industrial, Campus
Universitário de Abaetetuba/ Baixo Tocantins. Este
artigo tem como finalidade desenvolver uma noção
abrangente acerca do fenômeno da uberização, desde seu
histórico, processo legal de instalação da empresa Uber
no Brasil, até a sua consolidação e fenômenos
adjacentes, sejam eles convencionais ou inovadores,
como forma de explanação do conteúdo, possibilitando
ao leitor, um conhecimento geral sobre o assunto.

Palavras-chave: Uberização, Uber, Trabalho, Brasil.

Research carried out to evaluate the discipline of


sociology of work, in the sixth semester of the
production engineering course at the Federal University
of Pará - Faculty of Industrial Engineering, University
Campus of Abaetetuba / Baixo Tocantins. This article
aims to develop a comprehensive notion about the
phenomenon of uberization, from its history, the legal
process of installing the Uber company in Brazil, to its
consolidation and adjacent phenomena, whether
conventional or innovative, as a way of explanation
content, giving the reader a general understanding of the
subject.

Keywords: Uberization, Uber, Work, Brazil.

Docente: Prof. Elaine Cristina de Souza Angelim.

Abaetetuba – PA
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2. HISTÓRICO DO TERMO UBERIZAÇÃO ............................................................. 1

3. O PROCESSO DE UBERIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................. 1

4. PROCESSO LEGAL DE INSTALAÇÃO DA EMPRESA UBER NO BRASIL ....... 2

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 3


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1. INTRODUÇÃO
Desde o início das configurações trabalhistas, as relações de trabalho se adaptam ao
tempo e a ocasião, tornando-se algo maleável e codependente de fatores externos à esfera do
trabalho. Analisando por essa perspectiva, cada fenômeno, em particular, é oriundo da
tendência do mercado, adaptando-se para perpetuar. Logo, a presente pesquisa foi elaborada
para abordar sistematicamente o processo de uberização do trabalho, levando em consideração
a instalação legal da empresa Uber no Brasil, responsável pelo fenômeno, os fatores que
possibilitaram seu advento e como o processo influenciou as modificações das relações
trabalhistas preexistentes. Dessa forma, através de um estudo de caso simples, a equipe pode
alcançar respostas satisfatórias para as indagações apresentadas, evidenciando as possibilidades
presentes na estruturação da terceirização.

2. HISTÓRICO DO TERMO UBERIZAÇÃO


O advento da internet promoveu alterações não somente no ambiente produtivo, mas em
toda a sociabilidade integrada ao movimento do capital. Nesse sentido, o processo da
uberização só pôde se iniciar a partir da tecnologia da conectividade adotada pelas organizações
produtivas e massivamente disponível para um significativo número da população consumidora
que engloba os prestadores de serviços como as plataformas digitais e os consumidores dessas
atividades. O ambiente virtual atual já mostrava sinais prévios da uberização como o trabalho
do tipo crowdwork, ou seja, o trabalho da multidão que se torna integrado ao sistema produtivo,
podendo atuar direta ou indiretamente no processo de valorização do valor. O crowdwork
geralmente conta com três elementos: os “solicitantes” (consumidores), que representam as
pessoas que demandam o serviço; as plataformas virtuais, as quais permitem que haja um local
digital para reunir a oferta e a demanda, no qual o aplicativo recebe um percentual do valor dos
trabalhadores que se engajam na tarefa, e os trabalhadores prestadores de serviço, como
acontece com o aplicativo Uber criando o termo uberização, Franco (2019).

3. O PROCESSO DE UBERIZAÇÃO DO TRABALHO


Uberização do trabalho é o termo referente ao aplicativo Uber que foi pioneiro em
controlar e organizar o trabalho de milhões de trabalhadores pelo mundo, utilizado pelas
plataformas digitais, igualando ao trabalho terceirizado, sendo trabalho intermitente, em grande
parte informal. Considera a uberização do trabalho, no contexto do capitalismo financeiro
informacional, como forma da terceirização, informalidade e flexibilidade, que utiliza
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processos de subcontratação, atraído pela eficiência em conectar passageiros e motoristas pelo


uso da tecnologia. O resultado é a criação de pequenos negócios com se fossem empreendedores
e à produção em massa de pessoas nano-empreendedoras. Além disso, os adeptos deste sistema
estão condicionados ao um modelo trabalhista de pouco pagamento dos impostos ou tarifa
estabelecidos pelo setor, a supressão dos direitos trabalhistas como férias e décimo terceiro
salário e a intensificação do trabalho, Morais (2019).
Neste sentido, o efeito da facilidade de atribuir este trabalho gerou um aumento
significativo de trabalhadores somado com a alta da inflação e desemprego os aplicativos de
foram que mais “empregarem”, segundo os dados Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) desde o início de 2019, 3,8 milhões de brasileiros tinham no trabalho por
aplicativo sua principal fonte de renda, Estadão, (2019). O que leva a subsunção virtual do
trabalho, isto implica que o trabalhado está subordinado na relação de trabalho sob os moldes
da uberização, no qual é vendida a imagem de autonomia e liberdade sobre a forma produtiva,
mas na verdade esconde a determinação sobre como executar o trabalho, sobre os padrões e as
metas produtivas se comandada pela empresa detentora da plataforma de intermediação,
enquanto o trabalhador, em vez de submetido diretamente a um contrato de trabalho formal,
submete-se às imposições estabelecidas sob o risco de desligamento da ocupação e sem direitos
amparado pela lei, Franco (2019).

4. PROCESSO LEGAL DE INSTALAÇÃO DA EMPRESA UBER NO


BRASIL
Com a chegada do serviço no Brasil, seus funcionários ainda eram marginalizados aos
olhos do estado e dos colegas taxistas. Além disso, não havia nada que os amparasse. Ficando
ainda à mercê das decisões da empresa. Porém, com a chegada da Lei N°13.640 (2018), os
motoristas de aplicativos privados ganharam reconhecimento pelo congresso, através da câmara
dos deputados, sob o Supremo Tribunal Federal, fazendo com que nenhuma prefeitura tenha o
poder de parar a circulação de motoristas parceiros aos aplicativos de mobilidade urbana. A lei
abrange as diretrizes da política nacional de mobilidade urbana, regulamentando oficialmente
os serviços de empresas como a Uber (fig. 1). Segundo Vida de Motorista (2020), a cláusula
pétrea determina que as prefeituras podem cobrar algumas informações dos veículos e dos
motoristas que circulam de forma profissional em suas estradas, a cobrança de impostos sobre
os parceiros dos apps passa a ser permitida. Ademais, consta também em Brasil (2018) que
existem regras básicas que podem ser solicitadas pelas prefeituras, como a necessidade de ter
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Carteira Nacional de Habilitação válida, em categoria B. Algumas cidades ainda solicitam,


também, que o motorista tenha o cadastro de que Exerce Atividade Remunerada (EAR), em sua
CNH a fim de garantir a legalidade do serviço, as prefeituras também podem exigir que o
licenciamento anual e outras taxas e impostos do veículo estejam em dia. No entanto, vale
lembrar, isso seria igualmente obrigatório para veículos particulares que não exercem atividade
profissional. Um dos pontos já exigidos pelas plataformas e que agora também observados pelas
prefeituras tange à idade máxima do carro. Essa é uma forma de garantir que veículos íntegros
e em reais condições de rodagem estejam nas ruas. A regulamentação Uber e 99 também
permite que as prefeituras possam exigir um cadastro prévio do condutor, bem como do veículo,
que deve ser adesivado pela prefeitura. Assim, ao passar em uma estação de verificação de
veículos itinerante, é possível identificar rapidamente veículos de mobilidade urbana para que
não seja afetado sua rotina de trabalho, tal cadastro prévio também solicita que as plataformas
compartilhem dados do condutor com as prefeituras, bem como o oposto. Dessa forma, é
possível criar uma forma de trabalho mais segura, amparada pela Lei e, ainda, transformar os
aplicativos de mobilidade urbana em uma forma consolidada de se movimentar pelas cidades.
Figura 1: Logo Uber.

Fonte: logodownload.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa apresenta resultados satisfatórios perante seus objetivos. Baseando-se na
adaptação do mercado frente a consolidação dos serviços online, aplicativos de mobilidade
urbana obtiveram êxito em implantar suas atividades no Brasil, evidenciando as vantagens da
flexibilização da terceirização, desenvolvendo conceitos maleáveis de relação
colaborador/empresa, tornando o sistema produtivo integrado e consolidado através das massas.
Não só isso, como tornou possível a regulamentação dessas novas noções trabalhistas na
legislação brasileira, beneficiando e assegurando seus funcionários, tornando o serviço ainda
mais respaldado. Possibilitando emprego, renda e circulação para a população.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 13.640, de 26 de março de 2018. Altera a Lei nº 12.587, 3 jan. 2012, Lei da
mobilidade urbana. Diário Oficial da União, Seção 1, Brasília, DF, p. 3, 27 mar. 2018.

CASPERIM, S. Regulamentação Uber e 99. Vida de Motorista, São Paulo. Disponível em:
https://vidademotorista.com.br/regulamentacao-uber/. Acesso em: 23 jan. 2022.

Figura 1: Logo Uber. Disponível em: https://logodownload.org/uber-logo/ Acesso em: 23 jan.


2022.

FRANCO, D. S; FERRAZ, D. L. S. Uberização do trabalho e acumulação capitalista. Scielo


Brasil. Rio de Janeiro, v. 17, cad. ebape.br, Edição Especial, 2019.

GAVRAS, D. Aplicativos como Uber e Ifood são fonte de renda de quase 4 milhões de
autônomos. Estadão, São Paulo. Disponível em: Aplicativos como Uber e iFood são fonte de
renda de quase 4 milhões de autônomos - Economia - Estadão (estadao.com.br). Acesso em:
23 jan. 2022.

MORAIS, R. B. D; OLIVEIRA, M. A. G; ACCORSI, A; Uberização do trabalho: A


percepção dos motoristas de transportes particular por aplicativo. Revista Brasileira de
Estudos Organizacionais (RBEO). Curitiba, v. 6, n. 3, p. 647- 681, 2019.

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