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GESTÃO DE PESSOAS
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Cláudia Regina Pinto Michelli
Prof. Norberto Siegel
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
341.6
K1844a Karkotli, Ana Paula Balbueno.
Aspectos Legais em Gestão de Pessoas / Ana Paula Bal-
bueno Karkotli [e] Gilson Rihan Karkotli. Centro Universitário
Leonardo da Vinci - Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2010. x
105 p. : il.
ISBN 978-85-7830-784-4
APRESENTAÇÃO.......................................................................7
CAPÍTULO 1
Organização Judiciária e Trabalhista ...........................................9
CAPÍTULO 2
Direito do Trabalho...................................................................25
CAPÍTULO 3
Direito Individual do Trabalho....................................................41
CAPÍTULO 4
Contrato Individual do Trabalho................................................55
CAPÍTULO 5
Remuneração e Férias................................................................73
CAPÍTULO 6
Extinção do Contrato de Trabalho e Estabilidades. ...................89
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Sempre que iniciamos uma nova leitura, surge uma expectativa: a que ponto
tal leitura irá atender nossa busca de novos conhecimentos.
Pois, frente a tais considerações, este caderno foi escrito, com a intenção
de atender as suas expectativas de ampliar seus conhecimentos na gestão de
pessoas, que é circunscrita pela área jurídica trabalhista. Nesse sentido, será a
partir dos tópicos e respectivos desdobramentos sobre: Organização Judiciária
Trabalhista, Direito do Trabalho, Direito Individual do Trabalho, Contrato Individual
de Trabalho, Remuneração e Férias e a Extinção do Contrato de Trabalho e
Estabilidades previstas pela lei, que percorreremos esse desafio.
Os autores.
C APÍTULO 1
Organização Judiciária e Trabalhista
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Capítulo 1 Organização Judiciária e Trabalhista
Contextualização
Você já deve ter estudado, em algum momento do curso, sobre as
mudanças que ocorreram no mundo do trabalho. Essas mudanças exigem
que os colaboradores das empresas apresentem novas competências, para
acompanharem os novos modelos de gestão de pessoas.
“Você há de concordar que é um bom começo, não é?” Você vai ficar por
dentro da função da Organização Judiária e Trabalhista e suas implicações, como
normas Internacionais do Trabalho fundamentadas na Organização Internacional
do Trabalho (OIT.).
Com certeza, este estudo fará você ampliar seu foco de atuação, enquanto
estudante e/ou profissional, preocupado com a evolução das relações de trabalho
nos espaços em que estas acontecem.
Você pode perceber que foi uma longa caminhada até os dias atuais. E deve
estar pensando: E no Brasil, como será que isso aconteceu?
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Art. 111. São órgãos Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
da Justiça do
Trabalho: I - o Tribunal Superior do Trabalho;
I - o Tribunal Superior
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
do Trabalho;
II - os Tribunais
Regionais do III – Varas do Trabalho - Juízes do Trabalho
Trabalho;
III – Varas do Veja a seguir a denominação de cada uma das esferas
Trabalho - Juízes do pertencentes à Justiça do Trabalho.
Trabalho
Varas do Trabalho (VT)
As Varas do Trabalho, antes conhecidas como Juntas de Conciliação e
Julgamento (JCJ), são os órgãos de 1º grau ou 1ª instância do Poder Judiciário
Trabalhista, onde usualmente inicia-se o processo trabalhista ou reclamação
trabalhista.
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Capítulo 1 Organização Judiciária e Trabalhista
conforme o art. 112 da Constituição Federal, ao dizer que “a lei criará varas da
Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição,
atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do
Trabalho”.
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Capítulo 1 Organização Judiciária e Trabalhista
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
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Capítulo 1 Organização Judiciária e Trabalhista
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Capítulo 1 Organização Judiciária e Trabalhista
19
Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
• Cabe ao juiz procurar fazer uma interpretação social da lei, com o objetivo
último de atender ao bem comum, ao bem da coletividade, dos empregados e
dos empregadores.
20
Capítulo 1 Organização Judiciária e Trabalhista
Atividade de Estudos:
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
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Capítulo 1 Organização Judiciária e Trabalhista
Algumas Considerações
Você deve ter observado que o objetivo deste capítulo foi contextualizar e
explorar o tema referente à Organização Judiciária e Trabalhista. Desta forma,
entendemos que você, a partir destes conhecimentos e enquanto profissional
e estudioso da área de Gestão de Pessoas, irá relacionar os desafios
contemporâneos das relações do Homem X Trabalho, uma vez que estes são
inertentes ao cotiano das organizações de trabalho.
Referências
BRASIL. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. 2010. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657.htm>. Acesso em:
28 fev. 2015.
KARKOTLI, Ana Paula; KARKOTLI, Gilson Rihan; ROCHA, Rudimar Antunes de.
Gestão de Pessoas. Curitiba: Camões, 2008.
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C APÍTULO 2
Direito do Trabalho
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Capítulo 2 Direito do Trabalho
Contextualização
Refletir sobre a missão da Organização da Justiça do Trabalho, consiste
na busca da conciliação de controvérsias decorrentes da relação de trabalho,
em face da internacionalização da economia. Em vista disto, precisamos,
necessariamente, nos adequar à nova realidade, lembrando que o Direito, como a
sociedade, é dinâmico, dialético.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
o “trabalho” não era como conhecemos hoje, mas sim a incessante luta pela
sobrevivência.
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Capítulo 2 Direito do Trabalho
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
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Capítulo 2 Direito do Trabalho
Vamos descobrir juntos se existe alguma novidade até aí... Neste momento, vale
uma reflexão sobre a forma como ocorreu esse processo no Brasil.
A primeira forma de trabalho que houve no Brasil foi a mão de obra escrava.
O escravo era considerado um objeto, não tinha dignidade, não possuía direitos, o
escravo podia apenas trabalhar para seus proprietários.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
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Capítulo 2 Direito do Trabalho
Ter identificado que foi no início dos anos 1990, data dada na literatura
como a era da informação, que as empresas no Brasil começaram a modificar
seu processo de gestão, visando enfrentar a concorrência do mercado, fruto da
abertura da economia. Foi nesse novo contexto econômico-empresarial, que o
fator humano das empresas passou a ser o elemento-chave para alavancar a
competitividade e, por esse motivo, as empresas voltaram-se com redobrada
atenção, para a qualificação de seus profissionais.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Com efeito, em matéria trabalhista, o país não pode ser considerado como
mero mercado de capitais. Os fatores sociais precisam ser levados em conta
ao lado dos fatores econômicos, nunca abaixo destes, nunca relegados a
segundo plano, e, desta forma, pode-se concluir que: este é o principal papel da
organização judiciária trabalhista (MANUS, 2006).
Além disso, você deve ter percebido como é amplo este conceito, uma vez
que mostra que o Direito do Trabalho compreende, além das normas, também os
princípios.
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 Direito do Trabalho
2. _________________________________________________
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3. _________________________________________________
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
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Capítulo 2 Direito do Trabalho
Princípio que estabelece maior valor probante ao fato real do que aos
documentos formais, ou seja, apesar dos registros feitos pelo empregador
em CTPS ou Contrato de Trabalho, deverá ser considerada a real situação do
empregado na empresa.
Deve primar sempre a verdade dos fatos sobre os acordos formais. Portanto,
podemos concluir que os fatos, ou seja, a realidade é mais importante que a
prova documental. Por exemplo: Temos o cartão-ponto, que pode perder a força
probante, se prova testemunhal contundente demonstrar jornada de trabalho
diversa daquela lançada no controle de jornada.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
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Capítulo 2 Direito do Trabalho
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Algumas Considerações
Em síntese, o Direito do Trabalho é o ramo jurídico, voltado para a regulação
da inserção de um determinado trabalho humano no processo produtivo, em
determinado período capitalista.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Referências
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? Ensaios sobre a metamorfose e a
centralidade do mundo do trabalho. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1998.
MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Direito do trabalho. 10. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
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C APÍTULO 3
Direito Individual do Trabalho
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Capítulo 3 Direito Individual do Trabalho
Contextualização
Falar sobre Direito Individual do Trabalho implica em partir das relações
individuais de trabalho, que são aquelas desenvolvidas entre o empregado e o
empregador, individualmente considerados.
Sabemos que muitos dos atos praticados pelo empregador têm alcance sobre
a totalidade de seus empregados, como por exemplo, o pagamento do salário a
cada mês. Esta situação passa por um caráter individual da relação, uma vez
que receber determinado valor, estar sujeito a sofrer descontos, por adiantamento
ou por faltas, ou mesmo o direito ao recebimento de horas extras, constituem
aspectos da relação individual do trabalho.
Logo, você, enquanto profissional de RH, deve concordar que, decidir sobre
a contratação ou demissão de um trabalhador, não é um processo fácil e isolado,
desencadeado entre quatro paredes de uma empresa. É muito mais que isso!
Ser o profissional que vive a área da Gestão de Recursos Humanos vai além
de ser um mero executor dos instrumentos administrativos, e sim um participante
efetivo, pautado nos princípios éticos, no comprometimento com as pessoas e o
trabalho, com seus respectivos projetos de vida. É a partir desta perspectiva que
estamos percorrendo a nossa disciplina entrelaçada ao humano, na conquista
de uma aproximação necessária, que atenda aos aspectos legais da Gestão de
Pessoas.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
O mesmo autor adverte, porém, que não se devem confundir tais expressões
com a designação funcionário, pois esta é reservada aos que prestam serviços
ao Poder Público, ou seja, à Administração Pública, e como tal, é submetido ao
regime estatutário e não ao regime da CLT.
A partir de uma perspectiva voltada para o social, Ficher (1992) anuncia que
as relações de trabalho constituem a particular forma de relacionamentos, que se
verifica entre os agentes sociais que ocupam papéis opostos e complementares
no processo de produção econômica, ou seja, os trabalhadores que detêm a força
de trabalho, capazes de transformar matérias-primas em objetos socialmente
úteis, e os trabalhadores que detêm os meios para realizar esse processo.
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Capítulo 3 Direito Individual do Trabalho
Você lembra que, no capítulo anterior, foi anunciado que a CLT seria sua
companheira nesta caminhada de aprendizado/do conhecimento? Então, ela já
está próxima a você?
Tipos de Empregado
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
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Capítulo 3 Direito Individual do Trabalho
e) Aprendiz (art. 7o, XXXIII, CF, arts. 424 a433 da CLT e Decreto no 5.598, de
1º de dezembro de 2005): a Constituição Federal estabelece que o menor
de 16 anos não pode trabalhar (art. 227, § 3º, inc. I da CF, com a redação
dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 15-12-1998), salvo na condição
de aprendiz dos 14 até os 24 anos, quando realize um contrato de trabalho de
natureza industrial, comercial ou rural (art. 428 da CLT).
Agora que você já pode identificar quem são os possíveis sujeitos do contrato
de trabalho e as tipologias que podem ser incluídas, a seguir serão apresentadas
as possibilidades de outras formas de trabalho em que entra em cena a ação
transformadora do sujeito que trabalha.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
• Riscos da atividade: “Se os riscos são suportados pelo trabalhador, ele será
autônomo; porém, se os riscos são suportados, não pelo trabalhador, mas por
aquele que se beneficia dos seus serviços, o trabalho será subordinado.”
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Capítulo 3 Direito Individual do Trabalho
• Teoria dos Fins: Eventual é o trabalhador que não tem sua atividade ligada
aos fins da empresa.
c) Trabalhador Avulso: Conforme o Dec. 3.048/99, em seu art. 9º, VI, art. 643
da CLT e art. 7º, inciso XXXIV, CF / 88, dispõe que o trabalhador avulso é
aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou
rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com intermediação
obrigatória do órgão gestor de mão de obra ou do sindicato da categoria,
assim considerados:
• o amarrador de embarcação;
• o guindasteiro;
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Atividade de Estudos:
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Capítulo 3 Direito Individual do Trabalho
f) Trabalhador cooperado (Lei n. 5764/71, CRFB, art. 5º, XVIII; art. 146, III;
art. 174, § 2º; art. 187, VI; art. 192, VIII.): As cooperativas de trabalho são
constituídas por pessoas físicas, trabalhadores autônomos ou eventuais, de
uma determinada profissão ou ofício, ou de vários ofícios de uma mesma
classe.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Tipos de Empregador
Podemos iniciar com a seguinte questão: Quem, na realidade, podemos
considerar empregador? De acordo com a CLT 2009, podemos definir:
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Capítulo 3 Direito Individual do Trabalho
despersonalização do empregador.
Atividade de Estudos:
Algumas Considerações
Em síntese, empregado, de acordo com a CLT, tem que ser pessoa física. Já,
empregador é qualquer pessoa física ou jurídica que tenha estabelecido algum
tipo de contrato com o empregado. O tipo ou classificação de empregado: rural,
urbano e doméstico, depende da atividade do empregador. Tais questões são
orientadoras ao se pensar em Direito Individual do Trabalho, como vamos ver no
nosso próximo capítulo, que discorrrerá acerca do contrato individual de trabalho.
Referências
BRASIL, Código Civil Brasileiro. 2009.
KARKOTLI, Ana Paula; KARKOTLI, Gilson Rihan; ROCHA, Rudimar Antunes da.
Gestão de pessoas. Curitiba: Camões, 2008.
MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Direito do trabalho. 10. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
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C APÍTULO 4
Contrato Individual do Trabalho
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Capítulo 4 Contrato Individual do Trabalho
Contextualização
Hoje tem-se observado, principalmente nos grandes centros urbanos, que,
por ocasião da admissão de alguém como empregado, na maioria das vezes, ela
é precedida do cumprimento de certas formalidades, que compõem a celebração
do contrato de trabalho.
• Embora este número tenha sofrido uma pequena elevação nos três primeiros
anos da década de 1980, o grau de informalidade permaneceu relativamente
estável ao longo deste período.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
contrato de trabalho, fazendo com que ainda impere a informalidade nas relações
de trabalho no Brasil. Este fato e estes dados nos fazem identificar mais um dos
grandes desafios do profissional da área de Gestão de Pessoas.
O CT pode ser celebrado de acordo com alguns itens, que serão apresentados
a seguir:
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Capítulo 4 Contrato Individual do Trabalho
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
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Capítulo 4 Contrato Individual do Trabalho
Fique atento, a seguir, nas regras que orientam o contrato por tempo
determinado!
só pode ser prorrogado por uma única vez, nos termos do art.
451 da CLT; a prorrogação nada mais é do que a continuação
do contrato anterior e não um novo contrato; ou seja, fá-lo
vigorar sem prazo determinado;
−− “O contrato a termo [...] pode ser prorrogado uma vez (art. 451), alcançando
quatro anos: dois no primeiro contrato, prorrogado por mais dois.” (CARRION,
1979, p. 27).
−− “Nada impede [...] que, após o término de um contrato por tempo determinado,
outro seja concluído por igual prazo, desde que, computados ambos os
períodos, não seja ultrapassado o limite legal de duração.” (CLT, 2009).
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
• de aprendizagem (art. 403, 428 a 433 CLT; Dec. 31.546/52, contrato da Lei
6.019/74 e da Lei 9.601/98).
−− a estipulação de prazo for maior que o previsto por lei (dois anos ou 90 dias);
Para que as empresas possam admitir, com base na lei, deverá haver
aumento efetivo de quadro de pessoal e autorização sindical para tal contratação.
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Capítulo 4 Contrato Individual do Trabalho
Atividade de Estudos:
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Vamos conferir?
Este tipo de jornada fica dentro dos limites da Lei – art. 58 da CLT, e tem
como baliza máxima as 8 horas diárias, que deve ser prestada durante o dia
(urbano: 5h-22h, rural: 5h-21h/4h-20h). A carga horária semanal não
Em relação à
jornada normal, não pode exceder 44 horas.
esqueça!:
Em relação à jornada normal, não esqueça!
- Máximo de 8 horas
diárias;
- Carga horária • Máximo de 8 horas diárias;
semanal não pode • Carga horária semanal não pode ultrapassar 44 horas.
ultrapassar 44 horas
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Capítulo 4 Contrato Individual do Trabalho
Em relação à jornada
Em relação à jornada compensatória, não esqueça:
compensatória, não
• Diminui a jornada em um dia para aumentar em outro, havendo esqueça:
• Diminui a jornada
compensação;
em um dia para
• Não pode exceder o período máximo de um ano; aumentar em
• Não pode ultrapassar 10 horas diárias de trabalho. outro, havendo
compensação;
• Não pode exceder
c) Jornada suplementar / jornada “extraordinária” o período máximo
de um ano;
• Não pode
Este tipo de jornada pode ser identificada como a tão temida ultrapassar 10 horas
hora extra, na perspectiva do empregador. Neste sentido, o texto diárias de trabalho.
constitucional apresenta o artigo 58, §1°, da CLT:
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Você sabia que esse tipo de jornada foi criada pela Constituição Federal de
1988, sendo de 6 horas diárias, de acordo com o Art. 7º, XIV da CF?
h) Regime de sobreaviso
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Capítulo 4 Contrato Individual do Trabalho
Não chega a ser o tempo à disposição de que trata o art. 4°, CLT,
Sobreaviso é o
até porque, se assim fosse, seria equiparado a trabalho efetivo; é, no período em que o
entanto, uma disponibilidade parcial. empregado não
presta serviço
Evidentemente, no momento em que o empregado é chamado efetivamente, mas há
para prestar serviço, não se trata mais de regime de sobreaviso, mas uma disponibilidade
parcial do seu
jornada normal. Neste caso, a hora será extra, noturna, dependendo
tempo de lazer para
da situação da prestação dos serviços. o empregador. O
empregado não pode
As horas de sobreaviso são remuneradas na proporção de se afastar livremente,
1/3 da hora normal. Essa é uma disposição que pode ser aplicada pois, a qualquer
analogicamente a outros empregados além dos ferroviários, como momento, pode ser
chamado para o
bem demonstra a Súmula 229 do TST.
trabalho efetivo. É
o que se chama de
i) Horas in itinere estado de alerta!
Atividade de Estudos:
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
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Capítulo 4 Contrato Individual do Trabalho
SUSPENSÃO INTERRUPÇÃO
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Algumas Considerações
Em síntese, o contrato de trabalho é uma referência e oficialização da relação
de trabalho, podendo ser expresso ou tácito. O contrato pode ser determinado,
quando tem um fim programado, ou indeterminado. Identificamos que o contrato,
além de ter um prazo ou não pré-fixado, deverá ter o tempo de horas que o
empregado irá laborar.
Logo, esperamos que, a partir deste capítulo, você se sinta mais preparado,
como profissional da área de RH, para mediar e orientar esta relação.
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Capítulo 4 Contrato Individual do Trabalho
Referências
BRASIL, Código Civil Brasileiro. 2009.
KARKOTLI, Ana Paula; KARKOTLI, Gilson Rihan; ROCHA Rudimar Antunes da.
Gestão de pessoas. Curitiba: Camões, 2008.
MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Direito do trabalho. 7. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
MARQUES, Fabíola; ABUD, Cláudia José Direito do Trabalho. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
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C APÍTULO 5
Remuneração e Férias
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Capítulo 5 Remuneração e Férias
Contextualização
Este capítulo remeterá você ao capítulo anterior desta disciplina, que
discorreu acerca do Contrato Individual de Trabalho, considerando que este
contrato pressupõe uma relação amparada pelos preceitos do campo jurídico.
É a partir desta perspectiva que iremos abordar os temas: Remuneração e
Férias.
Será nesse sentido que iremos percorrer, com detalhes, alguns dos principais
aspectos relacionados à remuneração e férias, que poderão orientar a sua práxis,
considerando que são direitos legais do trabalhador.
Remuneração e Salário
O antigo axioma: Você tem aquilo pelo que pagou tem o seu oposto: você
não tem aquilo pelo que não pagou. Esta é a filosofia que baseia os sistemas de
incentivo e remuneração (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).
Ao iniciar este capítulo, com o tema que faz “brilhar os nossos olhos”, é
fundamental conceituarmos e diferenciarmos salário e remuneração.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Atividade de Estudos:
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Capítulo 5 Remuneração e Férias
Essa é a parte boa, não é? É aquele famoso dia “D” no mês, esperado com
ansiedade por todos os trabalhadores! Porém, a forma de realizar o pagamento
deverá atender aos artigos da CLT. Vamos, então, conferir como isto deve
acontecer. É bom que você pegue a sua CLT, para melhor acompanhar o próximo
item.
b) Meios de pagamento
c) Valor do salário
77
Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
• Salário mínimo: art. 7º, IV, da Constituição Federal. Garante aos trabalhadores
urbanos e rurais o direito ao salário mínimo, nacionalmente unificado, que seja
capaz de atender as suas necessidades vitais básicas e de sua família, como
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte
e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo.
• Salário normativo ou piso salarial: É o valor mínimo que deve ser pago
a uma determinada categoria, estipulado em negociações coletivas, com a
participação dos sindicatos.
78
Capítulo 5 Remuneração e Férias
hora de, mais uma vez, deixar a sua CLT bem perto de você. Com ela, você poderá
aprofundar seus estudos sobre as formas especiais de salário, apresentadas a
seguir.
Ex.: São os conhecidos “vales” que o empregado solicita para pagar contas
decorrentes das despesas médicas com o filho recém nascido.
Atividade de Estudos:
• Prêmios
• Ajudas de custo e diárias para viagem (art. 457, § 2º da CLT; Súmula 101
e 318 do TST)
• Stock options
De natureza jurídica: De acordo com a CLT o art. 148 nos indica a natureza
jurídica salarial. Deve-se ter cuidado na leitura deste artigo, pois a sua parte final
mais confunde que esclarece. Fique atento ao texto que segue:
80
Capítulo 5 Remuneração e Férias
Obrigações nas férias (para o empregado) Obrigações nas férias (para o empregador)
81
Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
a) Direito a férias
Podemos ter férias integral ou chamada de cheia com trinta dias ao ano, ou
parcial podendo ter fériais parcial menos de trinta dias, de acordo com a tabela
abaixo ou pelo fato do trabalhadorr querer vender as suas férias, não podendo
ser menos de 20 dias de férias ou escalonada, podendo ser usufruída em dois
períodos ao ano.
24 06-14
18 15-23
12 24-32
82
Capítulo 5 Remuneração e Férias
Quadro 5 - Tabela de férias do trabalhador em regime de tempo parcial (Art. 130-A, CLT)
• Faltas justificadas: Não são faltas ao serviço as hipóteses do art. 131 e 473
CLT.
c) Concessão
83
Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
A não concessão A não concessão das férias dentro do período concessivo, pelo
das férias dentro art. 137, acarreta seu pagamento em dobro, sem prejuízo da fruição.
do período Sussekind (1984 apud KARKOTLI; KARKOTLI; ROCHA, 2008, p. 21)
concessivo, pelo
pontua que “pouco importa que esta concessão, verificada depois
art. 137, acarreta
seu pagamento em de decorridos os 12 meses subsequentes ao término do período
dobro, sem prejuízo aquisitivo, resulte de ato voluntário do empregador, de acordo com o
da fruição. empregado, ou de cumprimento de sentença”.
Este princípio está descrito no caput do art. 134 da CLT. Mas existe
possibilidade de excepcioná-lo, com os fracionamentos disciplinados em lei.
f) Férias coletivas
84
Capítulo 5 Remuneração e Férias
validade das férias coletivas, sem o qual se deve considerar não concedidas às
férias.
Quadro 6 – Pagamentos
*Art. 142 § 1°: pagamento por hora, com jornadas variáveis: deve-se fazer a média das horas no
período aquisitivo, aplicando o valor da hora da data da concessão.
*Art. 142, §2°: pagamento por tarefa: apurar-se-á a média de produção do período aquisitivo,
aplicando o valor da tarefa da data da concessão.
*Art. 142, § 3°: Pagamento por comissão, percentagem ou viagem: apurar-se-á a média dos
valores recebidos nos 12 meses.
*Art. 142, § 5°: pagamento de adicionais: os adicionais por trabalho extraordinário, noturno,
perigoso e insalubre serão computados no salário que servirá de base de cálculo. A lei não cita o
adicional de transferência, tampouco os adicionais voluntários.
* Art. 142, § 6°: o pagamento de adicional não percebido uniformemente dar-se-á de forma pro-
porcional, pelo tempo que este integrou a remuneração.
• Prazo para pagamento: Até dois dias, ou seja, 48 horas antes do gozo das
férias, estas devem ser pagas, art. 145 da CLT.
85
Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
h) Abono de férias
O art. 143 da CLT O art. 143 da CLT permite a venda de 1/3 das férias, o chamado
permite a venda
“abono de férias”. O empregador tem a obrigação de comprar as
de 1/3 das férias,
o chamado “abono férias, pois, conforme disposição legal, o abono é uma ‘faculdade’ do
de férias”. O empregado. O abono deve ser requisitado até 15 dias de antecedência
empregador tem do término do período aquisitivo. O adicional de 1/3 está sempre
a obrigação de presente nas férias, mesmo no abono, conforme se observa pela
comprar as férias, redação do art. 143 caput, parte final.
pois, conforme
disposição legal,
o abono é uma O art. 144 CLT indica que o abono de férias tem natureza
‘faculdade’ do indenizatória. Porém, se o abono ultrapassar o valor de 20 dias de
empregado. salário, a parcela terá natureza salarial.
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Capítulo 5 Remuneração e Férias
Considerações Finais
Férias é um direito legal de todo empregado. Podemos sintetizar, a partir dos
fundamentos jurídicos do instituto das férias, que são: anualidade; obrigatoriedade
e irrenunciabilidade.
Referências
BRASIL. Código Civil Brasileiro. 2009.
KARKOTLI, Ana Paula; KARKOTLI, Gilson Rihan; ROCHA, Rudimar Antunes da.
Gestão de pessoas. Curitiba: Camões, 2008.
MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Direito do trabalho. 10. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
MARQUES, Fabíola; ABUD, Cláudia José. Direito do trabalho. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
88
C APÍTULO 6
Extinção do Contrato de Trabalho e
Estabilidades
33 Conhecer o referencial para uma estratégia preventiva, que evite futuro passivo
trabalhista para a Organização.
Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
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Capítulo 6 Extinção do Contrato de Trabalho e Estabilidade
Contextualização
Você sabia que, até a metade da década de 1980, aproximadamente, a
maioria dos americanos pensava, sobre trabalho, em termos de um emprego
regular em tempo integral. Os alunos que se formavam nos cursos secundários
ou universitários arrumavam um emprego em uma empresa, onde davam início a
uma carreira previsível e relativamente estável (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).
Este capítulo, que vem concluir nossa disciplina, discorre sobre a extinção do
contrato de trabalho e as estabilidades que possam impedir o término do mesmo.
Aspectos estes que necessitam de total apoio dos profissionais da área de Gestão
de pessoas, junto aos gestores das equipes, nas organizações.
91
Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
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Capítulo 6 Extinção do Contrato de Trabalho e Estabilidade
b) Proteção legal
Vale lembrar que o Brasil ratificou esta convenção, quando então passou a
93
Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
vigorar, como é cediço, em nível ordinário das legislações, gerando, por equívocos
em sua interpretação, uma série de críticas quanto à constitucionalidade desta
norma, fato que levou o Brasil a denunciar a convenção, que perdeu, assim, sua
validade a partir de 20.11.97.
• OBS.: Convenção 132 OIT: Estabelece que o empregado adquira férias proporcionais com 6
meses de vigência do contrato; antes deste prazo, o empregado somente terá férias proporcio-
nais no caso de despedida sem justa causa, pedido de demissão ou de extinção do contrato a
prazo, por advento do termo final.
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Capítulo 6 Extinção do Contrato de Trabalho e Estabilidade
PEDIDO DE DEMISSÃO
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
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Capítulo 6 Extinção do Contrato de Trabalho e Estabilidade
Atividade de Estudos:
Empresa Multinacional Y
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Estabilidades do Trabalhador -
Temporária e Definitiva
A garantia de emprego é o gênero que compreende, além da estabilidade,
outras medidas relativas à manutenção do emprego pelo trabalhador.
Importante ressaltar que a estabilidade pode ser criada por lei ou também
convencionada pelas partes, através de negociação coletiva. Também podem ser
identificadas como definitiva e provisória, como sugerem Karkotli, Karkotli, Rocha
(2008):
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Capítulo 6 Extinção do Contrato de Trabalho e Estabilidade
b) Estabilidade provisória
• CIPA
De acordo com o artigo 10, inciso II, alínea “a” do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição Federal/88, o empregado eleito para
o cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato, não pode ser
dispensado arbitrariamente ou sem justa causa.
• Gestante
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Histórico:
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Capítulo 6 Extinção do Contrato de Trabalho e Estabilidade
• Dirigente Sindical
• Dirigente de Cooperativa
A Lei nº 5.764/71, art. 55, prevê que “os empregados de empresas que
sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas por eles mesmos criadas
gozarão das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo art. 543 da
CLT” – ou seja, desde o registro da candidatura até um ano após o término de
seu mandato.
• Acidente do Trabalho
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
• Acidentados
No Art. 118, Lei 8213/1991: Art. 118. O trabalhador que sofreu acidente do
trabalho e ficou afastado pelo INSS mais de 15 dias, tem garantida, pelo prazo
mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa,
após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção
de auxilio-acidente.
• Aprendizes
De acordo com o Decreto 3.298/1999. Art. 36, a empresa com cem ou mais
empregados está obrigada a preencher de dois a cinco por cento de seus cargos
com beneficiários da Previdência Social reabilitados ou com pessoa portadora de
deficiência habilitada.
Atividade de Estudos:
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Capítulo 6 Extinção do Contrato de Trabalho e Estabilidade
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Algumas Considerações
A partir deste último capítulo que propôs discutir a extinção do contrato
de trabalho e as estabilidades originadas na relação de emprego, chegamos a
algumas conclusões.
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Capítulo 6 Extinção do Contrato de Trabalho e Estabilidade
Referências
BRASIL. Código Civil Brasileiro. 2010.
KARKOTLI, Ana Paula; KARKOTLI, Gilson Rihan; ROCHA Rudimar Antunes da.
Gestão de pessoas. Curitiba: Camões, 2008.
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