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A Gestão de Pessoas e
Seus Principais Conceitos
Introdução
poder coercitivo aparente, por aplicar ações punitivas em nome da empresa e ter o aval do
patrão.
Consegue imaginar o desafio para o profissional com este perfil, na década de 1920,
com o movimento das relações humanas? Com certeza, não foi um momento fácil para os
empregadores e chefes de pessoal, visto que, passou-se de um momento em que o foco
era a produtividade máxima do bom funcionário, para esse outro modelo, que propunha
aumentar a produtividade pela eliminação dos conflitos e valorização do trabalhador.
Alguns estudiosos da época, como Follet, Mayo, Roethlisberger, Dickson, Leavitt,
McGregor, entre outros trouxeram a valorização do Homo Social em substituição ao Homo
Economicus da escola científica da Administração.
Essa mudança, para a valorização do indivíduo, fez com que houvesse uma pressão
forte sobre o chefe de pessoal, uma inversão do seu papel, para o que naquele momento
ninguém estava preparado: chefe de pessoal, patrão e trabalhador. Mesmo assim, nesse
contexto, estudos e pesquisas lançaram luz que refletiu, fortemente, na mudança de
comportamento da empresa, da gestão de pessoas e do empresário se relacionar, e, além
disso, trouxe avanços para a área e novos estudos, dos quais surge o Behaviorismo, que
apresentava críticas à escola da relações humanas por ir do extremo da escola da
Administração científica para aspectos totalmente comportamentais do trabalhador.
Segundo Marras (2016, p. 25)
Controles da frequência
Faltas ao trabalho
Pagamentos
Admissões e demissões
Controles da frequência Cumprimento da CLT
Faltas ao trabalho Serviços gerais
Pagamentos Medicina e higiene
Controles da frequência Admissões e demissões Segurança patrimonial
Cumprimento da CLT Segurança industrial
Faltas ao trabalho Serviços gerais Contencioso trabalhista
Medicina e higiene Cargos e salários
Pagamentos
Segurança patrimonial Benefícios
Admissões e demissões Segurança industrial Recrutamento e seleção
Contencioso trabalhista Treinamento
Cumprimento da CLT Cargos e salários Avaliação de desempenho
Benefícios Qualidade de vida
Recrutamento e seleção Desenvolvimento gerencial
Treinamento Relações trabalhistas
Sindicalismo
Desenvolvimento
organizacional
Estrutura organizacional
Quadro 1 - Desenvolvimento das responsabilidades da função de pessoal
Fonte: Marras (2016, p. 25).
Com isso é perceptível que, com o passar dos anos, a área de gestão de pessoas
ou recursos humanos da organização se desenvolve de forma positiva e começa a agregar
novas responsabilidades e preocupações com os trabalhadores das organizações? Isso foi
e é muito positivo para o crescimento e estabelecimento da área enquanto um
departamento de valor no contexto empresarial.
Dessa forma, alguns autores dividem a evolução da área de gestão de pessoas em
cinco grandes fases, sendo elas:
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economia, tecnologia, globalização e mercados dinâmicos, o que tem exigido dos dirigentes
das organizações muita competitividade, criatividade e coragem para enfrentar as
mudanças, numa velocidade jamais imaginadas anteriormente. Cabe enfatizar que, a
globalização alterou o campo de trabalho no que diz respeito ao diferencial competitivo,
apresentado pelas formas de trabalho do primeiro mundo, no que tange a tecnologia,
maquinário e especialização, quando comparado ao nosso país pré-globalizado, atrelado
ao índice de desemprego.
Tais situações vêm obrigando as organizações a reverem os seus conceitos, bem
como formas de pensar e atuar em todos os ângulos possíveis, para que a gestão de
pessoas possa acontecer de forma satisfatória e contribuir para que a empresa passe por
todas as intempéries do mundo pós-moderno.
No atual contexto em que vivemos, para que a área de gestão de pessoas possa se
manter indispensável e atuante, diante do cenário apresentado, é válido que a área seja
flexível, que os profissionais de recursos humanos conheçam o mercado de atuação da
empresa, estejam atentos às mudanças de mercado e estejam alinhados com toda a base
estratégica da organização.
Saiba mais
Gestão de Pessoas
Vale a pena conferir! O artigo PORQUE ODIAMOS O RH? da Revista HSM Management
O intuito
55 março é que
- abril, a área,
2006, que interessante
traz uma faz a gestãoleitura
de pessoas,
sobre oconsiga
tema. captar a real
A revista HSM Management apresenta um artigo intrigante e desafiador para aqueles
que já atuam ou que pretendem atuar na área da Gestão de Pessoas sobre como se
auto analisar, por meio de uma lente crítica e inovadora sobre a área de pessoas.
Disponível em: <http://www.cohros.com.br/uploads/tinymce/uploads/PDF/nzRkWZ-
1484057863.pdf>. Acesso em: 15 mai. 2019.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Com essa visão, percebemos que o gestor de recursos humanos e a área completa
de gestão de pessoas não pode estar fechada em seu mundo, isolado de ações com os
trabalhadores, mas deve agir atrelada a um olhar macro enquanto organização e em
parceria com os dirigentes das demais áreas da organização.
Caro(a) aluno(a), ao traçar a linha do tempo, conforme apresentado neste material,
você consegue imaginar a complexidade que é hoje atuar na área de gestão de pessoas?
Não basta mais conhecer e se especializar em relações trabalhistas e em temas
diretamente ligados à área de gestão de pessoas, é essencial que também se insira nos
assuntos relacionados aos negócios daquela empresa, interagindo com outras áreas, para
que juntos consigam atuar e explorar o melhor que os trabalhadores de determinada
empresa têm a oferecer, porque os tempos mudaram, mas o resultado organizacional
continua em evidência, embora de uma forma mais inteligente, com a valorização do
potencial humano na organização.
Além de conhecer o negócio, com esse novo cenário, manter a área de gestão de
pessoas atualizada requer saber conviver com comunidades exigentes, no que diz respeito
à preservação ambiental e ecológica, ética e transparência. Há a necessidade de
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Inovação
Como ser inovador na área de pessoas e o que devemos evitar se quisermos ser um gestor
estratégico na área de pessoas?
As questões ligadas à humanização dos trabalhos só aumentam, mas como lidar com estes
conceitos, ditos atuais, sem deixar de lado o cumprimento da meta X, o lucro?
Em suma, a área de gestão de pessoas precisa ampliar a sua forma de atuação para
além das paredes da empresa.
É importante entender que a conectividade dos talentos internos com o mundo fora
da organização, que envolve clientes, deve acontecer de forma que a gestão de pessoas
possa contribuir para aumentar a fidelidade desses clientes. Ou seja, a área de gestão de
pessoas contemporânea precisa ter um olho no que acontece dentro da organização e o
outro no que se passa fora da empresa, o que muitas vezes pode determinar o desempenho
e o grau de sucesso da organização. Esse é um dos maiores desafios contemporâneos.
Sobreviverá quem estiver atento e conseguir decifrar e se adaptar a todas as dimensões
necessárias que o mercado exigir.
diretrizes estratégicas que permitam tornar realidade uma gestão estratégica focada em
pessoas e em resultados competitivos.
1. Primeiro: reconhecer-se como líder, o que o faz buscar auxílio para identificar suas
competências e deficiências, medir sua força de influência e quanto de seus
conhecimentos é valorizado na empresa.
2. Segundo: Visualizar seus “subordinados” como líderes com potencial a desenvolver,
vendo neles pessoas que são verdadeiras minas de competências, com poderes para
serem desenvolvidos.
3. Terceiro: Buscar fortalecer-se no poder de suas equipes e lembrar que equipe unida
será sempre mais forte, e que todos são essenciais para um resultado de sucesso.
4. Quarto: Ser transformador por excelência, influenciando o ambiente, as estratégias, a
cultura organizacional e, acima de tudo, serem educadores por saberem potencializar a
capacidade de cada pessoa de sua equipe (MARRAS, 2016, p. 61).
Segundo Peter Drucker (1999), líder é aquele que tem seguidores. Sendo assim, o
líder deve investigar: Tenho seguidores? Por que me seguem? É sabido que o
conhecimento é fonte de poder, já ouviu a frase: “quem tem conhecimento tem poder”? É
disso que estamos falando. O conhecimento é fonte de poder. Os seguidores aprendem
com o líder, que os transformam em líderes também.
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Já ouviu alguém dizer que é um líder nato? Na verdade, seria possível dizer que há
uma "química" no ato de liderar. Isso significa que a figura do próprio líder, sua
personalidade, associada à motivação para liderar e a oportunidade de exercício da
liderança, o autoconhecimento e o autocontrole são importantes para saber liderar. Ou seja,
algumas pessoas podem ter certa facilidade para liderar, no entanto, qualquer pessoa que
queira desenvolver esta competência poderá fazê-lo, por meio do autoconhecimento e do
autocontrole.
Sendo assim, o que um gestor pode fazer para ser líder de pessoas? Veja algumas
dicas valiosas sobre o desenvolvimento do líder:
1. Busque apoio para desenvolver mecanismos de autoconhecimento e autocontrole.
2. Desenvolva a autoestima.
3. Crie o hábito de conversar com os liderados sobre o desenvolvimento pessoal e
profissional deles e abra espaço em suas agendas para isso com o mesmo grau de
importância dado aos demais assuntos organizacionais.
4. Avalie sua empatia com sua equipe para que seja equilibrada, nem demais nem de
menos.
5. Aprimore sempre as competências de relacionamento interpessoal, considerando as
diferenças entre as pessoas. Peça para ser avaliado por meio de conversa franca.
6. Seja comunicador em todas as circunstâncias, compartilhe informações e
conhecimento com a equipe.
7. Crie oportunidades para que todos possam exercer a liderança, aplicando
conhecimentos.
8. Potencialize seus liderados, incentivando-os e ajudando-os a ampliar suas
competências.
9. Dê feedback constante, reconheça e valorize os trabalhos bem feitos.
10. Desafie as pessoas a reconceituar seus papéis, reorientar suas responsabilidades e
a inovar na forma de realizar suas tarefas.
11. Mantenha o foco no negócio da empresa, mobilize a equipe para obter resultados
concretos por meio de indicadores de performance.
12. Vincule os projetos e trabalhos da equipe às estratégias da empresa, para que o
processo de planejamento estratégico seja participativo (DRUCKER, 1999).
Portanto, podemos perceber que liderança, de fato, deve levar em consideração a
gestão de pessoas, e a empresa deve incorporar conceitos de liderança
transformadora/educadora entre seus valores. Práticas e políticas devem derivar de
princípios arraigados à cultura organizacional. A alta direção organizacional precisa estar
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Conforme observado na Figura 1.4, a agenda de capital humano tem como finalidade
transformar a empresa numa organização de alto desempenho, por intermédio da
identificação e do desenvolvimento de competências necessárias, para atender aos
objetivos organizacionais. A dinâmica de identificação e disseminação de competências
entre os profissionais da empresa, a partir das necessidades da organização, poderá
contribuir para a retenção de talentos.
As competências profissionais constituem um dos principais pilares de uma
organização de sucesso, logo, gerir o capital humano por meio de suas competências é
uma estratégia inteligente. Nesse sentido, para Picarelli (2002, p. 218).
[...] a gestão por competências é uma forma avançada para a gestão de pessoas, pois
sua base está nos conhecimentos requeridos pela organização para que seus objetivos
de negócios sejam alcançados e na maneira como esses conhecimentos são
disseminados entre os profissionais da organização. A gestão por competências
preocupa-se com o desdobramento das estratégias em conhecimentos, habilidades e
comportamentos requeridos para todos os profissionais. Dessa forma, poderá contribuir
para o alcance dos objetivos da organização. Isto se dá visto que busca-se a integração
dos diferentes tipos de competências no desenho dos perfis dos profissionais e definem-
se novos padrões requeridos para recrutamento, seleção, avaliação, desenvolvimento e
reconhecimento dos profissionais de determinada organização.
Atitudes: comportamento do funcionário, a forma como ele age com pares, superiores e
subordinados. As atitudes estão ligadas à sua personalidade.
Indicação de Leitura
Editora: Manole
Ano: 2014
ISBN: 978-85-204-3987-6
Sinopse: Cada vez mais, os executivos têm abandonado suas tradicionais funções
administrativas para adotarem uma postura de liderança renovadora e mais participativa.
Antes, eles se fechavam a sete chaves em suas salas e ficavam distantes das equipes,
mantendo o binômio “gerente versus subordinado”; hoje, porém, esse cenário vem se
alterando à medida que os gerentes se transformam em líderes impulsionadores e gestores
de pessoas, estabelecendo um novo binômio: “liderança versus colaboração”.
Dividido em 12 capítulos, que versam sobre gestão, cultura corporativa e trabalho em equipe,
o livro pretende ser um guia para o executivo aprender a lidar com sua equipe de trabalho.
Atuando juntos, líderes e colaboradores podem proporcionar mais dinamismo e
competitividade aos negócios, tendo como resultado o sucesso empresarial.
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REFERÊNCIAS
PICARELLI, V. Gestão por competências. In: BOOG, G. G.; BOOG, M. (orgs). Manual de
Gestão de Pessoas e Equipes. Estratégias e Tendências. vol. 1. 5. ed. São Paulo: Gente,
2002.