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FATEC TATUÍ

Gestão Empresarial

NOTAS DE AULA 2

➢ Conceitos de Sistema
➢ Conceitos de Sistemas de Informação
➢ Dado, Informação e Conhecimento
➢ Requisitos da Informação

Prof. Walter Masson

Observação
Os resumos e citações aqui apresentados não substituem os livros referenciados; apenas visam
servir de guia para o estudo e pesquisa dos temas tratados e facilitar seu ensinamento em sala de
aula.
1. OS SISTEMAS

• Num conceito amplo, entende-se por sistema um conjunto de elementos


(componentes ou subsistemas) - das mais variadas espécies - que atuam
interligados e de maneira interagente para atingirem objetivos específicos: a
finalidade do sistema.

• Os sistemas mantém uma forte relação com a Administração, especificamente


em funções de Organização e Métodos das Empresas, conforme as definições
a seguir:

“É um tipo de estruturação que visa o estabelecimento da orientação técnica,


de forma sistêmica, entre órgãos que exercem atividades-meios.”.

“Sistema é um conjunto de partes coordenadas para realizar um conjunto de


finalidades, qualquer que seja a atividade exercida (meio ou fim)”.

• As bases de conhecimento que apoiam os conceitos sobre sistemas foram


estabelecidos formalmente na década de 40 do século XX, abrangendo
diversas especialidades e aplicações, entre as quais destacam-se: Pesquisa
Operacional, Teoria de Jogos e Filas, a Cibernética e a própria Teoria Geral
dos Sistemas como uma área específica.

• No início da década de 1940 surgiram importantes grupos de aplicação da


Pesquisa Operacional (métodos de cálculo para otimização dos resultados
dos sistemas) nas questões militares. Duas propostas contemporâneas
contribuiram diretamente para a formulação das bases teóricas sobre os
sistemas: a Cibernética e a Teoria Geral de Sistemas.

• Sobre a Cibernética. Em 1948, Norbert Wiener lançou as bases da teoria


sobre os sistemas, através do livro-chave-definição: Cibernética ou Controle e
Comunicação no Animal e na Máquina. Numa publicação posterior -
Cibernética e Sociedade: O uso humano de seres humanos, o autor
apresentou a idéia mais ampla, desenvolvendo toda a sua abordagem
sistêmica. O núcleo dessa abordagem é a proposição de que a comunicação
(a informação) e o controle (a regulagem) existentes naturalmente no indivíduo
e na sociedade, deveriam ser imitados pelas máquinas, gerando assim
condições para seu autocontrole e auto-regulação de funcionamento,
independente da ação humana externa.
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• A Teoria Geral de Sistemas – TGS – como uma disciplina ou área de estudo
e conhecimento, foi proposta por Bertalanfy (1975) na sua afirmação, numa
visão mais generalista, voltada para as ciências sociais e menos mecanicista
do que a visão da Cibernética. Para esse autor, nos organismos vivos
percebe-se claramente a interação e a integração dos seus elementos
(subsistemas) com vistas a atingir um objetivo bem definido: a finalidade do
sistema:

• O enfoque sistêmico foi adotado como resultante da ampliação da perspectiva


de examinar e conceber alternativas viáveis para a solução de problemas
complexos na área de Ciências Sociais, onde se enquadra a Administração.

Esse enfoque sistêmico decorre do fato de que estes problemas (sistemas)


são interligados e se sobrepõem parcialmente, não sendo claro, de modo
algum, por onde se deve começar. Desta forma, a solução de um problema
tem muito a ver com a solução de outro.

• Pelo princípio da decomposição (divisão de um elemento em vários elementos


que o compõem) da TGS os sistemas são “divididos” em subsistemas
sucessivamente.

• FEEDBACK também é um conceito da TGS: os resultados obtidos pelo


sistema e seus subsistemas são controlados (comparados) com os resultados
esperados e, quando necessário, entram em ação mecanismos de ajuste ou
correção (regulagem), que atuam nas entradas e no funcionamento dos
subsistemas.

Assim, os sistemas têm a seguinte conceituação, independentemente de sua


categoria (física ou abstrata), para cumprir sua função de atender às suas
finalidades:

1. As entradas, constituídas pelos dados, as informações comunicadas com o


meio exterior;

2. A memória, que corresponde às combinações dos dados introduzidos no


momento com os registros obtidos de dados anteriormente armazenados;

3. As saídas, compreendendo os resultados alcançados pelo funcionamento do


sistema;

4. A realimentação (feedback), que abrange o controle da comparação do


desempenho efetivo (as saídas), em relação ao desempenho esperado
(através de dispositivos sensores, detectores ou monitores). A realimentação
tem a finalidade de acionar mecanismos de ajuste ou correção do
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funcionamento para evitar a entropia (processo natural de desorganização
interna) e alcançar os resultados esperados, por aproximações sucessivas.

2. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

“Um Sistema de Informação (SI) é uma série de elementos ou


componentes inter-relacionados que coletam (entrada),
manipulam e armazenam (processo), disseminam (saída) os
dados e informações e fornecem um mecanismo de feedback”.

2.1 A abordagem de O’Brien (1993)

Incorpora os conceitos da TGS, integrando os seguintes recursos: pessoas


(‘peopleware”), equipamentos (“hardware”), programas e procedimentos
(‘software”) e dados (“data”).

As entradas são os dados sobre as transações de negócios e outros eventos a


eles relacionados, que são obtidos e preparados para processamento pelos
usuários do sistema, através dos diversos meios: digitação de formulários,
transferência de arquivos magnéticos ou ópticos, imagens ou som, etc.

Dados são mais do que simplesmente a matéria prima dos Sistemas de


Informação e passaram a ser considerados como bens de uma organização.
Devem ser processados para serem transformados em informação, para
beneficiar todos os usuários e para contribuir para os negócios.

Arquivos ou memória de dados significam uma atividade, através da qual os


dados são mantidos numa maneira organizada, para utilização posterior,
tipicamente em: bancos de dados, que possibilitam seu processamento, bancos
de modelos, que propiciam modelos conceituais, matemáticos e lógicos, que
expressam relacionamento de negócios, rotinas computacionais ou técnicas
analíticas e bases de conhecimento, que possibilitam conhecimentos numa
variedade de formas, como fotos e regras sobre diversos assuntos.

As saídas são as informações devidamente interpretadas, apresentadas em


relatórios impressos ou em telas de vídeo, ou ainda, a transferência de arquivos
de dados através dos meios digitais ou ópticos para armazenagem das
informações.

A retroação ou controle (“feedback”) pode ocorrer sobre qualquer uma das


partes componentes ou das atividades do sistema, com o objetivo de monitorar e
avaliar se ele está funcionando de acordo com os padrões previamente
estabelecidos.

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As pessoas (“peopleware”) são necessárias para operação de todos os sistemas
de informação, incluindo neste recurso os usuários finais e os especialistas em
sistemas de informação:

• Usuários finais (também chamados clientes) são as pessoas que usam um


sistema de informação ou informação que ele produz;

• Especialistas em sistemas de informação são as pessoas que desenvolvem e


operam os sistemas de informação para torná-los disponíveis aos usuários
finais, incluindo-se neste grupo: analistas de sistemas (ou engenheiros de
computação), programadores, operadores, técnicos em teleprocessamento e
outras funções técnicas e gerenciais.

Os equipamentos (“hardware”) abrangem toda e qualquer espécie de bens


materiais usados no processamento da informação:

• Os sistemas computacionais, compreendendo as unidades centrais de


processamento, a memória e toda variedade de dispositivos complementares
ao seu funcionamento;

• Os periféricos conectados aos sistemas computacionais diretamente ou através


de redes de telecomunicações, tais como teclados, mouses, meios de
armazenagem (magnéticos e ópticos), impressoras, coletores de dados, etc.

• As redes de telecomunicações, que permitem a conexão física e lógica entre os


equipamentos, incluindo-se modens, roteadores, repetidores, divisores de
sinais, fibra óptica, etc.
Os procedimentos e programas (“software”) incluem todo o conjunto de
instruções para o processamento das informações:
• Os procedimentos, que correspondem ao conjunto de instruções para o
processamento das informações para as pessoas; desta forma, mesmo os
sistemas de informação que não usam o computador (sistemas manuais)
requerem este recurso de software;

• Os programas, que correspondem ao conjunto de instruções para execução pelo


computador e que podem ser divididos em dois grandes grupos: os programas
básicos (ou operacionais) e os programas aplicativos. Os primeiros possibilitam
o funcionamento do sistema computacional e/ou de telecomunicação e os
aplicativos processam os dados para os usuários dos sistemas.

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RECURSOS:
Pessoas,
Equipamentos,
Programas e procedimentos,
Dados

Arquivo
(memória de dados)

Saída de Produtos
Entrada de dados Processamento de Informação

Controle do desempenho do sistema:


Mecanismos de Retroação (feedback)

Abordagem de O´Brien sobre Sistemas de Informação

2.2 A abordagem de Alter (1994)

Alter apresenta uma abordagem semelhante à de O’Brien, com a vantagem de


representar o agrupamento dos componentes dos Sistemas de Informação
diretamente voltada para o enfoque da Tecnologia da Informação.

Informação

Tecnologia da
Informação: Objetivos do
Práticas de Sistema de
Equipamentos Trabalho
e Programas Informação,
orientados para
os objetivos da
organização
Recursos
Humanos

A informação corresponde ao conjunto de dados (fatos, imagens ou sons) cuja


forma e conteúdo são pertinentes e apropriados para utilização em uma tarefa ou
atividade particular.
A tecnologia da informação deve ser entendida como o conjunto de
equipamentos (“hardware”) e programas (“software”) que desempenha uma ou

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mais tarefas de processamento das informações, tais como coletar, transmitir,
armazenar, recuperar, manipular e exibir dados.

Os recursos humanos corresponde às pessoas que coletam, processam,


recuperam e utilizam os dados de acordo com as práticas de trabalho –
determinadas pela organização ou pelas características individuais de ação e
decisão – e com a disponibilidade de tecnologia da informação.

As práticas de trabalho: métodos utilizados pelos recursos humanos para


desempenharem suas atividades. Incluem-se os procedimentos descritos pelos
manuais de operação, com os quais os recursos humanos coordenam-se,
comunicam-se e tomam decisões, realizam negócios ou serviços. Por isso, as
práticas de trabalho centralizam as conexões com os outros elementos do S.I.

As práticas de trabalho são influenciadas pela ambiência organizacional,


conceituada por Socalschi(1993) como o conjunto de fatores internos e externos
que interferem na organização como um todo e, em cada uma das suas partes,
influem no seu desempenho e exigem práticas gerenciais que garantam sua
estabilidade e crescimento. Principais fatores a ressaltar: a estrutura
organizacional, o estilo de administração e a cultura organizacional, pois,
influenciam o nível de burocracia comportamental e documental, o grau de
centralização ou descentralização administrativa e decisória, o estilo de
comunicação e de gerenciamento e, até, a própria ética organizacional.

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3. DADO INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

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QUADRO RESUMO
DADO, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

Dados Informação Conhecimento


Simples observações sobre Dados dotados de Informação valiosa da
o estado do mundo relevância e propósito mente humana
Inclui reflexão, síntese,
contexto
• Facilmente estruturado • Requer unidade de • De difícil estruturação
• Facilmente obtido por análise • De difícil captura em
máquinas • Exige consenso em máquinas
• Frequentemente relação ao significado • Freqüentemente tácito
quantificado • Exige necessariamente • De difícil transferência
• Facilmente transferível a mediação humana
FONTE: Davenport, Prusak - 2001- p.18

3. REQUISITOS DA INFORMAÇÃO

➢ Disponibilidade: informação deve estar disponível para ser acessada e atualizada,


sempre que necessário, preferencialmente de qualquer lugar.
➢ Integridade: deve-se garantir que o acesso e a atualização da informação não
comprometa sua integridade.
Ex.: dois usuários acessando/alterando simultaneamente a mesma informação.

➢ Precisão: a informação deve refletir a situação real.


Ex.: a quantidade exata de um item no estoque ou a situação na qual de fato encontra-se o
processamento de um pedido.

Se a informação não é precisa ou completa, decisões ruins podem ser tomadas,


custando à organização muitos prejuízos.
➢ Rapidez na Atualização: menor diferença entre o momento que um fato ocorre e
quando a informação acerca do mesmo encontra-se disponível, pois, para a tomada de
decisão a informação deve refletir situações recentes.
Ex.: tempo decorrido entre o instante que um cliente faz um pedido e quando atualiza-se
o banco de dados com tal fato.

➢ Formato Apropriado: informação deve ser apresentada no formato adequado às


necessidades do usuário.

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➢ Completa: contém todos os dados importantes.
Ex: Um relatório gerencial sobre vendas, que não inclui estatísticas e projeções não
está completo.
➢ Simples: A informação deve ser apresentada de forma simples ou com baixa
complexidade. A informação ideal para quem toma decisões, dentro das
organizações, deve caber em uma folha de papel. Excesso de informação pode
ocasionar sobrecarga de informação, tornando obscuro aquilo que realmente
é importante.
➢ Confiável: A confiabilidade da informação depende do método de coleta de
dados e da sua origem ou fonte. Por exemplo, boato vindo de uma fonte
desconhecida não é informação confiável.
➢ Verificável: a informação deve permitir ser verificada para se certificar sua
autenticidade (referência cruzada).
➢ Flexibilidade: informação deve ser disponibilizada de maneira flexível, de modo a
satisfazer às necessidades dos usuários e pode ser usada para diversas finalidades.
Ex1.: Pedidos podem ser agregados por região, por tipos de produtos, por
tipos de clientes, etc. Também, podem ser analíticas (informações detalhadas) ou
sintéticas (apresentam-se apenas resumos, totalizações).
Ex2: Informações sobre estoque disponível no momento, podem ser utilizadas
vendedores, gerentes de produção, gerentes financeiros, etc.
➢ Excepcionalidade: em termos gerenciais, deve-se priorizar informações que
possibilitem a análise de situações de exceção, as quais requerem atenção especial,
possivelmente com a necessidade de tomada de decisão.

O Valor da Informação
Está diretamente ligado à maneira como ela ajuda aqueles que tomam decisões a
atingirem as metas da organização e pode ser medido em termos de lucro gerado
pelo seu uso, ou pelo tempo necessário para a tomada de decisão.
Por exemplo:
Se utilizar uma informação sobre demanda e mercado, para desenvolver um novo
produto que irá produzir um lucro de R$ 50.000,00, o valor dessa informação para
a empresa é de R$ 50.000,00

Se utilizar uma informação que pode auxiliar os empresários a decidirem investir


ou não em um sistema de pedidos de vendas com tecnologias adicionais, e o novo
sistema que custa R$ 30.000,00 irá gerar um adicional de R$ 50.000,00 em vendas,
então o valor adicionado pela informação será de R$ 20.000,00.

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Referências:

1- LAUDON & LAUDON – Sistemas de Informação Gerenciais – Pearson, 7ª Ed, 2012

2 – ARAÚJO, Luis César G. - Sistemas, Organização e Métodos – Atlas, S. Paulo, 2004

3 – STAIR, Ralph – Principios de Sistemas de Informação, Pearson, 2011

4 - BORIM, Vivian – Sistemas de Informação em Logística, Faculdades ALFA, 2015

5 – UNIVESP – Introdução a Sistemas de Informação, 2017

WM/
Fev 2021

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