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Notas de aula de Mecânica Prof.

Alessandro Leonardo da Silva UEMG 1

UEMG

Notas de aula de
MÊCANICA

Prof. Alessandro Leonardo da Silva

Divinópolis - Minas Gerais


Notas de aula de Mecânica Prof. Alessandro Leonardo da Silva UEMG 2

LISTA DE SÍMBOLOS

letras maiúsculas letras gregas


A área α, θ ângulo, coeficiente
E módulo de elasticidade δ deslocamento
F força θ diâmetro
I momento de inércia ε deformação específica
L comprimento γf coeficiente de majoração das ações
M momento, momento fletor ζ tensão normal
Ms momento estático 

N força normal  tensão normal admissível


P carga concentrada η tensão tangencial

R resultante de forças, esforço  tensão tangencial admissível
resistente υ coeficiente de Poisson
S esforço solicitante
V força cortante

letras minúsculas
a aceleração
b largura
g aceleração da gravidade
h dimensão, altura
l comprimento
m metro, massa
max máximo
min mínimo
q carga distribuída
s segundo
v deslocamento vertical
x distância da linha neutra ao ponto de
maior encurtamento na seção
transversal de uma peça fletida
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1 Introdução

1.1 Conceito

As estruturas e as máquinas nunca são absolutamente rígidas, deformando-se sob a ação


das cargas a que estão submetidas. Estas deformações são geralmente pequenas e não alteram
apreciavelmente as condições de equilíbrio ou de movimento da estrutura considerada.
No entanto, essas deformações terão importância quando houver riscos de ruptura do
material.
A Mecânica é uma ciência física aplicada que trata dos estudos das forças e dos
movimentos. A Mecânica descreve e prediz as condições de repouso ou movimento de corpos
sob a ação de forças.
A finalidade da Mecânica é explicar e prever fenômenos físicos, fornecendo, assim, os
fundamentos para as aplicações da Engenharia.
No projeto de qualquer estrutura ou máquina é necessário primeiro usar os princípios da
estática para determinar as forças que atuam tanto sobre como no interior de seus membros.
As dimensões dos elementos, sua deflexão e sua estabilidade dependem não só das
cargas internas como também do tipo de material do qual esses elementos são feitos.

1.2 Sistema Internacional de Unidades

O Sistema Internacional de Unidades (SI) é subdividido em unidades básicas e unidades


derivadas.
As unidades básicas são: metro (m), quilograma (kg) e segundo (s). As unidades
derivadas são, entre outras, força, trabalho, pressão, etc.
As unidades do SI formam um sistema absoluto de unidades. Isto significa que as três
unidades básicas escolhidas são independentes dos locais onde são feitas as medições.
O comprimento é necessário para localizar a posição de um ponto no espaço e, por
meio dele, descrever a dimensão de um sistema físico. O conceito de espaço é associado à
noção de posição de um ponto material, o qual pode ser definido por três comprimentos,
medidos a partir de um certo ponto de referência, ou de origem, segundo três direções dadas.
Estes comprimentos são conhecidos como as coordenadas do ponto.
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A massa é uma propriedade da matéria pela qual se pode comparar a ação de um


corpo com a de outro. Dois corpos de mesma massa, por exemplo, serão atraídos pela Terra
de modo idêntico; e também irão oferecer a mesma resistência a uma variação de movimento
de translação.
O tempo é concebido como uma sucessão de eventos. Os princípios da estática são
independentes do tempo. O tempo desempenha papel importante no estudo da dinâmica.
A força é medida em Newton (N) que é definido como a força que imprime a
aceleração de 1 m/s2 à massa de 1 kg. A partir da Equação F=m.a (segunda Lei de Newton),
escreve-se: 1 N = 1 kg × 1 m/s2.
As medidas estáticas de forças são efetuadas por meio de instrumentos chamados
dinamômetros.
O peso de um corpo também é uma força e é expresso em Newton (N). Da Equação
P=m.g (terceira Lei de Newton ou Lei da Gravitação) segue-se que o peso de um corpo de
massa 1 kg é = (1 kg)×(9,81 m/s2) = 9,81 N, onde g=9,81m/s2 é a aceleração da gravidade.
A pressão é medida no SI em Pascal (Pa) que é definido como a pressão exercida por
uma força de 1 Newton uniformemente distribuída sobre uma superfície plana de 1 metro
quadrado de área, perpendicular à direção da força Pa = N /m . Pascal é também unidade de
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tensões normais (compressão ou tração) ou tensões tangenciais (cisalhamento).

Múltiplos e submúltiplos
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Conversão de Unidades

COMPRIMENTO MASSA
Unidade SI Multiplicar por Unidade SI Multiplicar por
n(nano) .m 10-9 .g kg 0,001
(micro) .m 10-6 Ton kg 1000
Dm .m 0,1 lbm kg 0,45359237
Cm .m 0,01 Slug kg 14,594
.mm .m 0,001 oz (onça)avoirdupois kg 28,35.10-3
Km .m 1000 Grão kg 6,48.10-6
Ft .m 0,3048 Tonelada (inglesa) kg 1016
In .m 0,0254 Utm kg 9,80665
yd (jarda) .m 0,9144 Arroba kg 14,688

ÁREA Força
Unidade SI Multiplicar Unidade SI Multiplicar por
por
Are .m2 4,047.103 Kgf N 9,8
2
Acre .m 100 Libra força(lbf) N 4,45
Hectare .m2 10000
km2 .m2 106
Pé2 (ft2) .m2 0,06451
Polegada quadrada (in2) .m2 9,290304

1.3 Trigonometria

Para o estudo da Matéria da Mecânica Geral necessitam-se dos conceitos fundamentais


da trigonometria. A palavra trigonometria significa medida dos três ângulos de um triângulo e
determina um ramo da matemática que estuda as relações entre as medidas dos lados e dos
ângulos de um triângulo.
Círculo e Funções Trigonométricas
____
sen α = EF
____
cos α = OF
___
tg α = AB
____
cot g α= DC
____
sec α = OB
____
cosec α = OC
____
OE = R =1
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Triângulo retângulo

No triângulo retângulo, os catetos são os lados que formam o ângulo de 90º. A


hipotenusa é o lado oposto ao ângulo de 90º e é determinada pela relação: a2 = b2 +c2.

Relações trigonométricas

Razões Trigonométricas Especiais


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1.4 Alfabeto Grego

Os problemas usuais em engenharia são definidos por formulações matemáticas, as


quais, usualmente, utilizam letras do alfabeto grego. É, pois, necessário, seu conhecimento
para as práticas comuns da Engenharia.
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Alfabeto Grego
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2 Estática

A Estática se refere aos corpos em repouso ou em movimento, com velocidade


constante e estuda as forças em equilíbrio, independentemente do movimento por elas
produzido. Na Estática, os corpos analisados são considerados rígidos, conseqüentemente,
os resultados obtidos independem das propriedades do material.

2.1 Forças no plano


A Força representa a ação de um corpo sobre o outro e é caracterizada pelo seu ponto
de aplicação, sua intensidade, direção e sentido. A intensidade de uma força é expressa em
Newton (N) no Sistema Internacional de Unidades (SI). A direção de uma força é definida
por sua linha de ação, ou seja, é a reta ao longo da qual a força atua, sendo caracterizada
pelo ângulo que forma com algum eixo fixo, como indicado na Figura 2.1.

O sentido da força é indicado por uma seta (vetor).


Denomina-se Grupo de forças, o conjunto de forças aplicadas em um único ponto de
um corpo. Sistema de forças é o conjunto de forças aplicadas simultaneamente em pontos
diversos de um mesmo corpo.

2.2 Resultante de uma força


Constata-se experimentalmente que duas forças P e Q que atuam sobre um ponto
material podem ser substituídas por uma única força R que tenha o mesmo efeito sobre esse
ponto material. Essa força é chamada de resultante de P e Q. Portanto, a resultante de um
grupo de forças é a força que, atuando sozinha, produz ação idêntica à produzida pelo
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grupo ou sistema de forças. A resultante pode ser determinada por soluções gráficas ou
analíticas.
a) Soluções gráficas: quando um ponto material está em equilíbrio sob a ação de mais
de três forças o problema pode ser resolvido graficamente pelo desenho de um
polígono de forças, como indicado nas figuras seguintes.
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b) Soluções analíticas: os métodos analíticos utilizam a trigonometria e as equações


de equilíbrio.
Exemplos:
1. O parafuso tipo gancho da figura, está
sujeito a duas forças F1 e F2. determine a
intensidade (módulo) e a direção da força
resultante.

2. O parafuso na forma de gancho


mostrado abaixo está sujeito a uma força de
200N. Decomponha essa força em
componentes nas direções mostradas na
figura.
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Exercícios: 4– Duas forças P e Q são aplicadas no


ponto A de um suporte tipo gancho, como
1– Duas forças são aplicadas à cabeça de
mostra a figura. Sabendo que P = 198 N
um parafuso preso em uma viga.
e Q = 66 N, determine graficamente a
Determine graficamente a intensidade, a
intensidade, a direção e o sentido da
direção e o sentido de sua resultante.
resultante.

2– Os cabos AB e AD ajudam a suportar


o poste AC. Sabendo que a tração é 500 N
em AB e 160 N em AD, determine
graficamente a intensidade, a direção e o 5– Duas hastes de controle são
sentido da resultante das forças exercidas conectadas à alavanca AB em A. Usando
pelos cabos em A . trigonometria e sabendo que a força na
haste da esquerda é F1 = 120 N,
determine:

3– Duas forças P e Q são aplicadas no a) A força F2 requerida na haste da direita


ponto A de um suporte tipo gancho, como para que a resultante R das forças
mostra a figura. Sabendo que P = 66 N e exercidas pelas hastes na alavanca seja
Q = 110 N, determine graficamente a vertical.
intensidade, a direção e o sentido da b) A intensidade correspondente de R.
resultante .
6– Duas forças são aplicadas a um
suporte tipo gancho, como mostra a
figura. Usando a trigonometria e sabendo
que a intensidade de P é 63 N, determine:
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a) O ângulo requerido α se a resultante R 10– Determine os componentes x e y de


das duas forças aplicadas no suporte for cada uma das forças indicadas.
horizontal
b) A correspondente intensidade de R.

7– Para o suporte tipo gancho da figura


abaixo, usando a trigonometria e sabendo
que a intensidade de P é 110 N,
determine:

11– Determine os componentes x e y de


cada uma das forças indicadas.

a) A intensidade requerida da força Q se a


resultante R das duas forças aplicadas em
A for vertical.
b) A correspondente intensidade de R.

8– Determine os componentes x e y de
cada uma das forças indicadas.

12 – A extremidade de uma lança O da


figura está submetida as três forças
concorrentes e coplanares. Determine a
intensidade e a orientação da força
resultante.
9– Determine os componentes x e y de
cada uma das forças indicadas.
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2.3 Vetores Cartesianos

Componentes retangulares de um vetor


Um vetor A pode ter um, dois ou três componentes ao longo dos eixos de coordenadas
x, y, z, dependendo de como está orientado em relação aos eixos.
Em geral, quando A está orientado em um oitante do sistema x, y, z, com duas
aplicações sucessivas da lei do paralelogramo pode-se decompô-lo em componentes, como
A = A‟ + Az e depois A‟ = Ax + A.
Combinando essas equações, A é representado pela soma vetorial de seus três
componentes retangulares;
A = Ax + Ay + Az

Vetores Cartesianos Unitários


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Em três dimensões, o conjunto de vetores unitários i, j, k é usado para designar as


direções dos eixos x, y, z, respectivamente.
Como foi dito anteriormente, o sentido (ou ponta da flecha) desses vetores será
descrito analiticamente por um sinal positivo ou negativo, dependendo se indicam o sentido
positivo ou negativo dos eixos x, y e z.
Os vetores cartesianos unitários positivos são os mostrados na figura acima.

Vetor Unitário
A direção de A é especificada usando-se um vetor unitário, que tem esse nome porque
apresenta intensidade 1.
Se A é um vetor com intensidade A≠ 0, então o vetor unidade que tem a mesma
direção de A é representado por: uA = A/A, de modo que: A = A.uA.
Sendo A um certo tipo, por exemplo, vetor força, costuma-se usar o conjunto de
unidades apropriadas para descrevê-lo.
A intensidade de A também tem o mesmo conjunto de unidades.
Então pela equação anterior, o vetor unitário é adimensional, visto que as unidades se
anulam; a referida equação, indica, portanto, que o vetor A é expresso em termos tanto de
sua intensidade quanto de sua direção separadamente, ou seja, A (escalar positivo) define a
intensidade de A e uA (vetor adimensional) define a direção e o sentido de A;

Representação de um Vetor Cartesiano

Como os tres componentes de A, atuam nas direções positivas i, j, k, pode-se escrever


A sob a forma de vetor cartesiano como:
A = Axi + Ayj + Azk
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Há uma vantagem em escrever os vetores dessa maneira.


Note que a intensidade e a direção de cada componente do vetor estão separadas e,
como resultado, simplificam-se as operações de álgebra vetorial, particularmente em três
dimensões.
Módulo de um Vetor Cartesiano

É sempre possível obter a intensidade de A, desde que ele esteja expresso sob a forma
vetorial cartesiana;
Como mostra a figura ao lado, temos, pelo triângulo retângulo cinza-claro;

Pelo triângulo retângulo cinza-escuro;

Combinando-se essas duas equações, tem-se:


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Direção de um Vetor Cartesiano

A orientação de A é definida pelos ângulos diretores coordenados α (alfa), β (beta) e


γ (gama), medidos entre a origem de A e os eixos positivos x, y, z localizados na origem
de A.
Observe que cada um desses ângulos está entre 0° e 180°, independentemente da
orientação de A.
Para determinamos α, β e γ, vamos considerar a projeção de A sobre os eixos x, y, z.
Esses números são conhecidos como cossenos diretores de A;

Direção de um Vetor Cartesiano


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Exercícios:
1 – Expresse a força F, mostrada na figura 4 – Duas forças atuam sobre o gancho
abaixo, como um vetor cartesiano. conforme mostrado na figura abaixo.
Especifique os ângulos diretores
coordenados de F2 de modo que a força
resultante FR atue ao longo do eixo
positivo y e tenha intensidade de 800 N.

2 – Determine a intensidade e os ângulos


diretores coordenados da força resultante
que atua sobre o, anel conforme a figura
abaixo.
5 – Determine a intensidade e os ângulos
diretores coordenados da força resultante.

3 – Expresse a força F1, mostrada na 6 – A viga está sujeita às duas forças


figura abaixo, como vetor cartesiano. mostradas. Expresse cada força na forma
vetorial cartesiana e determine a
intensidade e os ângulos diretores
coordenados da força resultante.
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2.4 Vetor Posição


Vetor posição r é definido como um vetor fixo que localiza um ponto no espaço em relação
a outro. Sendo (a) a origem e (b) a extremidade.

Obtém-se a soma:
r = (xB-xA)i + (yB-yA)j + (zB-zA)k

- Módulo do Vetor Cartesiano:


r = (rxi2 + ryj2 + rkk2)1/2
- Vetor unitário:
u = r/r
- Vetor Força orientado ao longo de uma reta:
F=Fu = r/r
Onde:
F é a força cartesiana e F é a força escalar.
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Exercícios: 4 – Uma marquise é suportada por cabos


1 – Uma fita elástica está presa aos conforme mostrado na figura. Se os cabos
pontos A e B, conforme mostrado na exercem forças FAB = 100 N e
figura. Determine seu comprimento e sua FAC = 120 N sobre o gancho colocado na
direção, medidos de A para B. parede em A, determine o módulo da
força resultante atuante em A e ângulos
diretores coordenados.

2 – Expresse o vetor posição r na forma


cartesiana; depois determine sua
intensidade e os ângulos diretores
coordenados.
5 – Uma torre de transmissão é sustentada
por três cabos de sustentação ancorados
por parafusos B, C e D. Se a tração no
cabo AB é de 2100 N, determine os
componentes da força exercida pelo cabo
no parafuso B.
6 – Uma torre de transmissão é sustentada
por três cabos de sustentação ancorados
por parafusos B, C e D. Se a tração no
cabo AD é de 1260 N, determine os
componentes da força exercida pelo cabo
no parafuso D.
3– O homem mostrado na figura puxa
uma corda com uma força de 70 lb.
Represente essa força, que atua sobre o
suporte A, como vetor cartesiano e
determine sua direção.
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2.5 Produto escalar:


O produto escalar define um método particular para “multiplicar” dois vetores e encontrar o
ângulo formado entre duas retas em três dimensões.

Cosθ = (xB.xA) + (yB.yA) + (zB.zA)


|rA|.|rB|

Exercícios:

1 – O tubo da figura está sujeito à força 3 – Determine o ângulo θ entre os lados


F = 80 lb. Determine o ângulo θ entre F e da chapa triangular.
o segmento BA do tubo.

2 – Determine o ângulo θ entre os dois


vetores. 4 – Determine o ângulo θ entre o eixo y
do poste e o arame AB.
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Exercícios de Revisão:
1 – Determine a intensidade, a direção e 4 – Os cabos da figura são usados para
o sentido da força resultante sabendo que sustentar a antena. Determine a
θ = 50º. intensidade e os ângulos diretores
coordenados α, β, γ da força F1.

2 – Determinar a intensidade e a direção


da força resultante sabendo que
F1 = 500 N e θ = 20º.

5 – Vários cabos estão presos em A no


topo de uma torre. Determine o ângulo θ
formado entre os cabos AB e AC.

3 – O olhal da figura está sujeito às duas


forças mostradas. Encontre o módulo e os
ângulos coordenados diretores da força
resultante.

6 – Cada uma das quatro forças que


atuam em E tem intensidade de 28 kN.
Expresse cada força como um vetor
cartesiano e determine a força resultante.
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3 Equilíbrio de um ponto material


3.1 Sistemas coplanares
Ponto material é uma pequena porção de matéria que pode ser considerada como se
ocupasse um ponto no espaço.
Quando a resultante de todas as forças que atuam sobre um ponto material é nula, este
ponto está em equilíbrio. Este princípio é conseqüência da primeira lei de Newton: “se a
força resultante que atua sobre um ponto material é zero, este ponto permanece em repouso
(se estava originalmente em repouso) ou move-se ao longo de uma reta com velocidade
constante (se originalmente estava em movimento)”.
Para exprimir algebricamente as condições de equilíbrio de um ponto material,
escreve-se:

F  R  0
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Exercícios:
1 – Dois cabos estão ligados em C e são 4-Dois cabos estão ligados em C e são
carregados tal como mostra a figura. carregados tal como mostra a figura.
Determine a tração nos cabos. Sabendo que α = 30º, determine a tração
nos cabos.

2 – Sabendo que α = 25º, determine a


tração nos cabos.
5- Um teleférico parou na posição
indicada.sabendo que cada cadeira pesa 300
N e que o esquiador que está na cadeira E
pesa 890 N, determine o peso do esquiador
da cadeira F.

3 – Sabendo que α = 50º e que a haste AC


exerce no pino C uma força dirigida ao
longo da linha AC, determine a intensidade
dessa força e a tração no cabo.
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3.1 Sistemas de força tridimensional


Se as forças estiverem decompostas em seus respectivos componentes i, j, k, teremos:
∑Fx= 0
∑Fy= 0
∑Fz= 0
Essas equações representam a soma algébrica dos componentes x, y, z da força que
atuam sobre um ponto material. Usando-as podemos encontrar no máximo três
incógnitas, geralmente representadas como ângulos ou intensidades das forças
mostradas no diagrama do corpo livre.
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Exercícios:
1 – Considerando que o cabo AB esteja 4 – O caixote mostrado na figura abaixo é
submetido a uma força de tração de 700 N, sustentado por três cabos. Determine o peso
determine as forças de tração nos cabos AC do caixote, sabendo que a tração no cabo
e AD e a intensidade da força vertical F. AB é 3 kN.

2 – Se o balde e seu conteúdo tem peso total


5 – O conjunto de apoios mostrados na
de 20 Ib, determine a força nos cabos de
ilustração é aparafusado no local em B, C e
apoio DA, DB e DC
D, e sustenta uma força P para baixo em A.
Sabendo que as forças nos elementos AB,
AC e AD são dirigidas ao longo dos seus
respectivos elementos e que a força no
elemento AB é 146 N, determine a
intensidade de P.

3 – Um cilindro de 200 kg está pendurado


por meio de dois cabos AB e AC, presos ao
topo de uma parede vertical. Uma força
horizontal P perpendicular à parede segura 6 – Três cabos são usados para amarrar um
o cilindro na posição mostrada. Determine a balão, como mostra a figura abaixo.
intensidade de P e a tração em cada cabo. Determine a força vertical P exercida pelo
balão em A, sabendo que a tração no cabo
AB é 270 N.
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4 Resultantes de sistemas de forças


4.1 Momento de uma força
Define-se Momento como a tendência de uma força F fazer girar um corpo rígido
em torno de um eixo fixo. O Momento depende do módulo de F e da distância (d) de F
em ao eixo fixo. Considere-se uma força F que atua em um corpo rígido fixo no ponto
0, como indicado nas figuras 4.1 e 4.2.

Figura 4.1
Figura 4.2

A força F é representada por um vetor que define seu módulo, direção e sentido.
O vetor d é a distância perpendicular de 0 à linha de ação de F.
Define-se o momento escalar do vetor F em relação a 0, como sendo :

Mo  F  d
Mo= momento escalar do vetor F em relação ao ponto 0;
0 = pólo ou centro de momento
d= distância perpendicular de 0 à linha de ação de F, também chamada de braço de
alavanca.
O momento MO é sempre perpendicular ao plano que contém o ponto 0. O sentido
de MO é definido pelo sentido de rotação imposto pelo vetor F.
Convenciona-se momento positivo se a
força F tender a girar o corpo no sentido
anti-horário e negativo, se tender a girar o
corpo no sentido horário.

No SI, onde a força é expressa em Newtons (N) e a distância em metros (m).


Portanto, o momento é expresso em Newtons × metros (N × m).
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4.2 Momento de um sistema de forças coplanares


Chama-se Momento de um sistema de forças coplanares S={(F1,A1),....,(Fn,An)}
em relação ao ponto 0, à soma algébrica dos Momentos de cada força em relação ao
mesmo ponto 0.

4.3 Teorema de Varignon


Seja R a resultante do sistema de forças S. “O Momento da resultante de um
sistema de forças em relação a um ponto é igual ao momento do sistema ou seja, a soma
algébrica dos Momentos de todas as forças componentes em relação ao mesmo ponto
O”.

Observação: Cabe mencionar que muitas vezes o momento de uma força nem sempre
provoca rotação, como se apresenta na figura .

Exemplos:
1 - Determine o momento da força em cada relação ao ponto O. Em cada caso Ilustrado.
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4.4 Momento de um binário


Duas forças F e –F que tenham o mesmo módulo, linhas de ação paralelas e
sentidos opostos formam um binário. A soma das componentes das duas forças em
qualquer direção é zero. Entretanto, a soma dos momentos das duas forças em relação a
um dado ponto não é zero. Apesar de as duas forças não transladarem o corpo no qual
atuam, tendem a fazê-lo girar.

Exemplos:
1- Um binário atua nos dentes da engrenagem mostrada na Figura 4.3 substitua esse
binário por um equivalente, composto por um par de forças que agem nos pontos A e B.

Figura 4.3
2- Um momento torsor de 4 N.m é aplicado ao cabo de uma chave de fenda.
Decomponha esse momento de binário em um par de binários F exercido no cabo P
atuando na lâmina da ferramenta (Figura 4.4).

3- O sistema de rodízio é submetido a dois binários. Determine as forças F que os dois


mancais criam no eixo, de modo que o momento de binário resultante no rodízio seja
nulo (Figura 4.5).

Figura 4.4 Figura 4.5


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Exercícios:
1 - O poste da figura esta sujeito a uma 3 - Uma força de 200 N atua sobre o
força de 60 N na direção de C para B. suporte mostrado na figura. Determine o
Determine a intensidade do momento momento da força em relação ao ponto
criado pela força em relação ao suporte A.
em A.

4 - Determine o momento de binário


que atua sobre a estrutura de tubos
2 - Antes que o tronco de uma grande
mostrada na figura. O segmento AB
árvore venha a cair, são amarrados
está orientado em 30º abaixo do eixo x-
cabos AB e BC, como mostra a
y.
ilustração. Sabendo que as forças de
tração nos cabos AB e BC são de 777 N
e 990 N, respectivamente, determine o
momento em relação a O da força
resultante exercida sobre a árvore pelos
cabos em B.

5 - Uma viga de 4,80 m de


comprimento está sujeita às três forças
mostradas. Reduza o sistema de forças
dado:
a) Um sistema força-binário
equivalente em A;
b) Um sistema força-binário
equivalente em B.
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4.5 Forças Distribuídas


A atração da Terra sobre um determinado corpo é constituída por um sistema de
forças distribuídas aplicadas em cada partícula do corpo. Considerando tratar-se de um
corpo rígido, a ação da gravidade pode ser substituída pela ação da sua resultante – o
peso P do corpo, aplicada no centro de gravidade do corpo.
O mesmo se passa com outras forças distribuídas como, por exemplo, a ação do
vento sobre uma superfície, a ação da pressão hidrostática sobre superfícies submersas,
etc...

Ação do vento (pressão).

Ação da pressão hidrostática. Substituição pela resultante.


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Cargas Distribuídas em Vigas

As vigas estão habitualmente sujeitas a uma função de carregamento w = f(x) –


devido ao próprio peso, ao peso dos elementos estruturais e não estruturais restantes, à
ação do vento, etc... – que indica a intensidade de cargas ao longo do comprimento de
um elemento de sustentação. Essa intensidade é medida em N/m ou lb/pé.
Podemos, para efeito do equilíbrio global, substituir a carga distribuída pela sua
resultante aplicada na sua linha de ação.
Intensidade da Força Resultante:

Localização da Força Resultante:


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Conclusão: “uma carga distribuída atuante numa viga pode ser substituída por uma
carga concentrada; a intensidade desta carga única é igual à área da superfície sob a
curva de carregamento e a sua linha de ação passa pelo centróide do carregamento”.
Exemplos:
1 - Determine a intensidade e a localização da força resultante equivalente que atua no
eixo mostrado na figura.

A força resultante é equivalente à área sob o diagrama das cargas distribuídas e


tem uma linha de ação que passa pelo centróide ou centro geométrico dessa área.
Sempre que possível cargas distribuídas complexas devem ser divididas nas superfícies
de formas usuais conhecidas (retângulos, triângulos, círculos). Cada uma dessas
superfícies pode então ser substituída por uma força única equivalente. Se necessário
pode-se ainda reduzir o sistema de forças equivalentes a uma força única equivalente.
2 - Determine a intensidade e a localização da força resultante equivalente que atua no
eixo mostrado na figura.
Notas de aula de Mecânica Prof. Alessandro Leonardo da Silva UEMG 34

Exercícios: 4 – Determine a intensidade e a


1 – Determine a intensidade e a localização da força resultante
localização da força resultante equivalente que atua no eixo mostrado
equivalente que atua no eixo mostrado na figura em relação ao ponto O.
na figura em relação ao ponto A.

2 – Determine a intensidade e a
localização da força resultante 5 – Determine a intensidade e a
equivalente que atua no eixo mostrado localização da força resultante
na figura em relação ao ponto A. equivalente que atua no eixo mostrado
na figura em relação ao ponto O.

3 – Determine a intensidade e a 6 – Determine a intensidade e a


localização da força resultante localização da força resultante
equivalente que atua no eixo mostrado equivalente que atua no eixo mostrado
na figura em relação ao ponto O. na figura em relação ao ponto A.
Notas de aula de Mecânica Prof. Alessandro Leonardo da Silva UEMG 35

5. Equilíbrio de um Corpo Rígido

Nesta seção vamos a conhecer as condições necessárias e suficientes para o


equilíbrio de um corpo rígido. Para isso considere o corpo rígido da Figura 5.1.

Figura 5.1
Um corpo rígido está em equilíbrio quando todas as forças externas que atuam
sobre ele formam um sistema de forças equivalente a zero, isto é, quando todas as forças
externas podem ser reduzidas a uma força nula e a um binário nulo.

F 0 M 0 0

As expressões acima definem as equações fundamentais de Estática.


Decompondo cada força e cada momento em suas componentes cartesianas, encontram-
se as condições necessárias e suficientes para o equilíbrio de um corpo rígido o espaço.

3.1 Equilíbrio em duas dimensões


Para uma aplicação bem-sucedida das equações de equilíbrio, é preciso uma
completa especificação de todas as forças externas conhecidas e desconhecidas que
atuam no corpo. A melhor maneira de fazer isso é construindo o diagrama de corpo livre
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(DCL) para esse corpo. O diagrama é um esboço da forma do corpo, representado


isolado ou „livre‟ dos elementos vizinhos, isto é, como um „corpo livre‟ (Figura 5.2 a,
b).

Figura 5.2

As condições de equilíbrio de um corpo rígido simplificam-se consideravelmente


no caso de uma estrutura bidimensional. Escolhendo os eixos x e y no plano da
estrutura, tem-se:

para cada uma das forças aplicadas ao corpo rígido, então as seis equações de equilíbrio
no espaço reduzem-se a:

F X 0 F y 0 M A 0

onde A é um ponto qualquer no plano da estrutura. Estas três equações podem ser
resolvidas para um máximo de três incógnitas.
O equilíbrio em duas dimensões é também conhecido como equilíbrio no plano.

3.2 Reações de Apoio


Para o estudo do equilíbrio dos corpos rígidos não bastam conhecer somente as
forças externas que agem sobre ele, mas também é necessário conhecer como este corpo
rígido está apoiado.
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Apoios ou vínculos são elementos que restringem os movimentos das estruturas e


recebem a seguinte classificação:

Apoio móvel

 Impede movimento na direção normal


(perpendicular) ao plano do apoio;
 Permite movimento na direção paralela ao
plano do apoio;
 Permite rotação.

Apoio fixo

 Impede movimento na direção normal ao


plano do apoio;
 Impede movimento na direção paralela ao
plano do apoio;
 Permite rotação.

Engastamento

 Impede movimento na direção normal ao


plano do apoio;
 Impede movimento na direção paralela ao
plano do apoio;
 Impede rotação.

Exemplo: Viga de ferro


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3.3 Tipos de Estruturas


As estruturas são classificadas em função do número de reações de apoio ou
vínculos que possuem. Cada reação constitui uma incógnita a ser determinada.
Para as estruturas planas, a Estática fornece três equações fundamentais:

F X 0 F y 0 M A 0

3.3.1 Estruturas hipostáticas


Estruturas hipostáticas são aquelas cujo número de reações de apoio ou vínculos é
inferior ao número de equações fornecidas pelas condições de equilíbrio da Estática.

A figura ao lado ilustra um tipo de estrutura


hipostática. As incógnitas são duas: RA e RB. Esta
estrutura não possui restrição a movimentos
horizontais.

3.3.2 Estruturas isostáticas


Estruturas isostáticas são aquelas cujo número de reações de apoio ou vínculos é
igual ao número de equações fornecidas pelas condições de equilíbrio da Estática.
No exemplo da estrutura da figura, as
incógnitas são três: RA, RB e HA. Esta estrutura
está fixa; suas incógnitas podem ser resolvidas
somente pelas equações fundamentais da Estática.

3.3.3 Estruturas hiperestáticas


Estruturas hiperestáticas são aquelas cujo número de reações de apoio ou vínculos
é superior ao número de equações fornecidas pelas condições de equilíbrio da Estática.
Um tipo de estrutura hiperestática está
ilustrado na figura ao lado. As incógnitas são
quatro: RA, RB, HA e MA. As equações
fundamentais da Estática não são suficientes para
resolver as equações de equilíbrio. São
necessárias outras condições relativas ao
comportamento da estrutura, como, p.ex., a sua
deformabilidade para determinar todas as
incógnitas.
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Exemplos: 4- Determine a intensidade das reações


1- Desenhe o diagrama de corpo livre e na viga em A e B. Despreze a espessura
determine os componentes horizontal e dela.
vertical da reação para a viga carregada,
como mostrado na Figura1. A viga tem
massa de 100 kg.

5- A chave de boca mostrada na figura


5a e 5b é utilizada para apertar o
parafuso em A. Se a chave não gira
quando a carga é aplicada ao seu cabo,
2- Desenhe o diagrama de corpo livre e determine o torque ou momento e a
determine os componentes horizontal e força da chave aplicados ao parafuso.
vertical da reação para a viga carregada,
como mostrada na Figura . Despreze o
peso da viga em seus cálculos.

Figura 5

6- Quando se segura uma pedra de 5 lb


em equilíbrio, o úmero H, considerando
liso, exerce uma força normal Fc e FA no
rádio C e no cúbito A, como mostra a
3- Determine as reações nos apoios em
figura. Determine essas forças e a força
A e B da estrutura da Figura. (1000 lb =
FB que o bíceps B exerce sobre o rádio
1 kip (kilo-libra))
para manter o equilíbrio. A pedra tem
centro de massa em G. Despreze o peso
do braço.
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Exercícios: 5 – Determinar para a viga abaixo, as


reações de apoio. Use P = 20 kN e
1 – Determinar para a viga abaixo, as
w = 10 kN/m.
reações de apoio. Use P = 20 kN e
w = 10 kN/m.

2 – Determinar para a viga abaixo, as 6 – Determinar para a viga abaixo, as


reações de apoio. Use P = 20 kN e reações de apoio. Use P = 20 kN e
w = 10 kN/m. w = 10 kN/m.

3 – Determinar para a viga abaixo, as 7 – Determinar para a viga abaixo, as


reações de apoio. Use P = 20 kN e reações de apoio.
w = 10 kN/m.

8 – Determinar para a viga abaixo, as


4 – Determinar para a viga abaixo, as reações de apoio.
reações de apoio.
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9 – Determinar para a viga abaixo, as 13 –Determinar para a viga abaixo, as


reações de apoio. reações de apoio.

14 – Determinar para a viga abaixo, as


10 – Determinar para a viga abaixo, as
reações de apoio.
reações de apoio.

15 – Determinar para a viga abaixo, as


reações de apoio.
11 – Determinar para a viga abaixo, as
reações de apoio.

16 – Determinar para a viga abaixo, as


12 – Determinar para a viga abaixo, as reações de apoio.
reações de apoio.
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6. Análise Estrutural
6.1 Treliças
6.1.1 Definição
Treliça é toda estrutura constituída de barras ligadas entre si nas extremidades. O ponto
de encontro das barras é chamado nó da treliça. Os esforços externos são aplicados
unicamente nos nós (Figura 4.1).

Figura 4.1

Denomina-se treliça plana, quando todas as barras de uma treliça estão em um mesmo
plano (Figura 2).

Figura 4.2

Estas treliças são utilizadas para sustentar o


telhado do prédio de metal. Note como os
elementos se unem em um ponto comum de
placa de reforço e como as travessas do
telhado transmitem a carga aos nós

Para se calcular uma treliça deve-se:


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a) determinar as reações de apoio;


b) determinar as forças nas barras.
A condição para que uma treliça de malhas triangulares seja isostática é:
2n = b +v
onde:
b = número de barras
n = número de nós
v = número de reações de apoio

Adota-se como convenção de sinais:

Positivo negativo

barras tracionadas: barras comprimidas:

setas saindo do nó setas entrando no nó

Os esforços nas barras das treliças podem ser resolvidos por métodos gráficos e
analíticos.
Um dos vários processos analíticos usuais é o Método do Equilíbrio dos Nós, abaixo
exemplificado.

4.1.2 Método do equilíbrio dos nós


Para analisarmos ou projetarmos uma treliça, devemos obter a força em cada um de seus
elementos. Ao utilizar o método dos nós, é necessário primeiro desenhar o diagrama de corpo
livre dos nós antes de aplicar as equações de equilíbrio.
Exemplos:
1 - Determine a força em cada elemento da
treliça mostrada na figura ao lado, e indique
se os elementos estão sob tração ou
compressão.

Solução:
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a) Diagrama de corpo livre


b) Cálculo das reações de apoio
Equação de equilíbrio das forças: ΣFx= 0; ΣFy = 0
c) Cálculo das forças nas barras
Iniciar a resolução pelo nó que tiver no máximo duas forças incógnitas. As forças
devem estar tracionando o nó (seta saindo). Como não se sabe a priori se as forças nas barras
são de tração ou de compressão, adotam-se como se fossem tracionadas. Se o valor
determinado for negativo, significa que a barra está comprimida, portanto, o sentido da seta
deve ser mudado.
Nó B :
Nó C :
Nó A :

2- Determine a força em cada elemento da treliça mostrada na figura 4.3. Indique se os


elementos estão sob tração ou compressão.

Figura 4.3 DCL (Diagrama de Corpo Livre)


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Exercícios:
1 – Determine a força em cada elemento da 5 – Determine a força em cada elemento da
treliça e indique se esses elementos estão treliça e indique se esses elementos estão
sob tração ou compressão. sob tração ou compressão.

6 – Determine a força em cada elemento da


2 – Determine a força em cada elemento da
treliça e indique se esses elementos estão
treliça e indique se esses elementos estão
sob tração ou compressão.
sob tração ou compressão. P = 30 kN.

3 – Determine a força em cada elemento da 7 – Determine a força em cada elemento da


treliça e indique se esses elementos estão treliça e indique se esses elementos estão
sob tração ou compressão. sob tração ou compressão. P = 4 kN.

4 –Determine a força em cada elemento da


treliça e indique se esses elementos estão 8 – Determine a força em cada elemento da
sob tração ou compressão. P = 30 kN. treliça e indique se esses elementos estão
sob tração ou compressão.
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Exercícios de revisão:
1 – A treliça usada para sustentar uma 4 – Determinar os componentes horizontais
sacada está sujeita ao carregamento e verticais das reações nos apoios.
mostrado na figura. Indique se os
elementos estão sob tração e compressão.
Considere que P1 = 800 lb e P2 = 0 lb.

2 – Usando o método dos nós, determine a 5 – Determinar para a viga abaixo, as


força em cada elemento da treliça mostrada reações de apoio.
na figura. Determine se cada elemento está
sob tração ou sob compressão.

6 – Determinar para a viga abaixo, as


reações de apoio.

3 – Se o carrinho de pedreiro e seu


conteúdo tem massa de 60 Kg e centro de
massa G, determine a intensidade da força
resultante que o homem deve exercer em
cada um dos braços do carrinho para
mantê-lo em equilíbrio.
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7. Características Geométricas de Figuras Planas

O dimensionamento e a verificação da capacidade resistente de barras, como de


qualquer elemento estrutural dependem de grandezas chamadas tensões, as quais se
distribuem ao longo das seções transversais de um corpo. Daí vem a necessidade de se
conhecer claramente as características ou propriedades das figuras geométricas que formam
essas seções transversais.
A Figura 5.1 ilustra uma barra reta de seção transversal constante, chamada barra
prismática. O lado da barra que contém o comprimento (L) e a altura (h) é chamado de seção
longitudinal e o que contém a largura (b) e a altura (h) é chamado de seção transversal.

Figura 5.1 Barra prismática

As principais propriedades geométricas de figuras planas são:

Área (A) Momento de Inércia (I)


Momento estático (M) Módulo de resistência (W)
Centro de gravidade (CG) Raio de giração (i)

7.1 Área
A área de uma figura plana é a superfície limitada pelo seu contorno. Para contornos
complexos, a área pode ser obtida aproximando-se a forma real pela justaposição de formas
geométricas de área conhecida (retângulos, triângulos, etc).
A unidade de área é [L]2 (unidade de comprimento ao quadrado).
A área é utilizada para a determinação das tensões normais (tração e compressão) e das
tensões de transversais ou de corte.
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7.2 Momento Estático


Analogamente à definição de momento
de uma força em relação a um eixo qualquer,
defini-se Momento Estático (M) de um
elemento de superfície como o produto da
área do elemento pela distância que o separa
de um eixo de referência.
M x  y  dA e M y  x  dA

Momento Estático de uma superfície plana é


definido como a somatória de todos os
momentos estáticos dos elementos de
superfície que formam a superfície total.

M x   ydA e M y   xdA
A A

A unidade do Momento Estático é área é [L]× [L]2 = [L]3.


O Momento Estático é utilizado para a determinação das tensões transversais que
ocorrem em uma peça submetida à flexão.

O Momento Estático de uma superfície composta por várias figuras conhecidas é a


somatória dos Momentos Estáticos de cada figura.
Exemplo: Determinar o Momento Estático das figuras abaixo:
M1, x  yCG1  A1

M 2, x  yCG2  A2

M 3, x  yCG3  A3

M x  M1, x  M 2, x  M 3, x

Elemento vazado

M x  M1, x  M 2, x
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7.3 Centro de Gravidade


Se um corpo for dividido em partículas mínimas, estas ficam sujeitas à ação da
gravidade, isto é, em todas estas partículas está aplicada uma força vertical atuando de cima
para baixo. A resultante de todas estas forças verticais e paralelas entre si, constitui o peso do
corpo.
Mesmo mudando a posição do corpo aplicando-lhe uma rotação, ele permanecerá
sempre sujeito à ação da gravidade. Isto significa que as forças verticais girarão em relação ao
corpo, mas continuaram sempre paralelas e verticais. O ponto onde se cruzam as resultantes
dessas forças paralelas, qualquer que seja a posição do corpo, chama-se Centro de Gravidade
(CG).
Portanto, atração exercida pela Terra
sobre um corpo rígido pode ser representada
por uma única força P. Esta força, chamada
peso do corpo, é aplicada no seu baricentro,
ou cento de gravidade (CG). O centro de
gravidade pode localizar-se dentro ou fora da
superfície.
O centro de gravidade de uma superfície
plana é, por definição, o ponto de
coordenadas:
1 My M 1
xCG 
A 
AA

x  dA yCG  x   y  dA
A AA
xCG = distância do CG da figura até o eixo y escolhido arbitrariamente;
yCG = distância do CG da figura até o eixo x escolhido arbitrariamente;
Mx = momento estático da figura em relação ao eixo x;
My = momento estático da figura em relação ao eixo y;
A = área da Figura.
Centro de gravidade de áreas compostas por várias figuras
O centro de gravidade de uma superfície composta por várias figuras, é expresso por:
n

A i  xi
x CG  i 1
n

A
i 1
i

A i  yi
y CG  i 1
n

A
i 1
i
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Centro de gravidade de algumas figuras planas


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Exercícios:
1 – Determine o centro de gravidade da 4 – Determine o centróide da superfície
figura composta abaixo: plana mostrada.

2 – Para a superfície plana mostrada,


determine os momentos de primeira ordem
em relação aos eixos x e y e a localização
do centróide.

5 - Determine a localização do centróide


da área mostrada na figura.

3 – Determine o centróide da superfície 6 - A barragem de gravidade é feita de


plana mostrada. concreto. Determine a localização do
centro de gravidade G para a parede.
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7.5 Momento de Inércia


O momento de inércia de uma superfície plana em relação a um eixo de referência é
definido como sendo a integral de área dos produtos dos elementos de área que compõem a
superfície pelas suas respectivas distâncias ao eixo de referência, elevadas ao quadrado.

dA
y
I x   y 2 dA
x
A

y
I y   x 2 dA
x A

A unidade do momento de inércia é [L]2×[L]2=[L]4 .

O momento de inércia é uma característica geométrica importantíssima no


dimensionamento dos elementos estruturais, pois fornece, em valores numéricos, a
resistência da peça. Quanto maior for o momento de inércia da seção transversal de uma
peça, maior a sua resistência.

Propriedade:
O momento de inércia total de uma
superfície é a somatória dos momentos de
inércia das figuras que a compõe.

I x  I1, x  I 2, x  I 3, x

Translação de eixos (Teorema de Steiner)

O momento de inércia de uma superfície em


relação a um eixo qualquer é igual ao momento
de inércia em relação ao eixo que passa pelo seu
centro de gravidade, acrescido do produto da
área (A) pelo quadrado da distância que separa
os dois eixos.
I x  I xCG  A  y 2 CG I y  I yCG  A  x 2 CG

I x = momento de inércia da figura em relação ao eixo y.


I y = momento de inércia da figura em relação ao eixo x.
I x CG = momento de inércia da figura em relação ao eixo x CG que passa pelo CG da figura.
I y CG = momento de inércia da figura em relação ao eixo y CG que passa pelo CG da figura.
x CG = distância do eixo y até o eixo y CG .
y CG = distância do eixo x até o eixo x CG .
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Exercícios: 4- Calcular os Momentos de Inércia para


1- Calcular os Momentos de Inércia para os eixos (X ; Y) e os eixos baricêntricos
os eixos (X ; Y) e os eixos baricêntricos (Xg ; Yg).
(Xg ; Yg).

5- Calcular os Momentos de Inércia para


os eixos (X ; Y) e os eixos baricêntricos
(Xg ; Yg).
2- Calcular os Momentos de Inércia para
os eixos (X ; Y) e os eixos baricêntricos
(Xg ; Yg).

3- Calcular os Momentos de Inércia para


os eixos (X ; Y) e os eixos baricêntricos
(Xg ; Yg).
6- Calcular os Momentos de Inércia para o
eixo X e os eixo baricêntrico Xg.
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7- Calcular os Momentos de Inércia para 10- Calcular os Momentos de Inércia para


os eixos (X ; Y) e os eixos baricêntricos os eixos (X ; Y) e os eixos baricêntricos
(Xg ; Yg). (Xg ; Yg).

11- Calcular os Momentos de Inércia para


os eixos (X ; Y) e os eixos baricêntricos
8- Calcular os Momentos de Inércia para o (Xg ; Yg).
eixo X e os eixo baricêntrico Xg .

9- Calcular os Momentos de Inércia para


os eixos (X ; Y) e os eixos baricêntricos
(Xg ; Yg).

12- Calcular os Momentos de Inércia para


os eixos (X ; Y) e os eixos baricêntricos
(Xg ; Yg).
Notas de aula de Mecânica Prof. Alessandro Leonardo da Silva UEMG 55

7.6 Módulo Resistente

Define-se módulo resistente de uma superfície plana em relação aos eixos que contém o
CG como sendo a razão entre o momento de inércia relativo ao eixo que passa pelo CG da
figura e a distância máxima entre o eixo e a extremidade da seção estudada.

onde:
ICG = momento de inércia da peça em relação ao CG da figura
x, y = distância entre o eixo do CG da figura e a extremidade da peça.
[ L] 4
A unidade do módulo resistente é  [ L] 3
[ L]
O módulo resistente é utilizado para o dimensionamento de peças submetidas à flexão.

Para o retângulo, tem-se:

h/2
CG
.
h/2

7.7 Raio de Giração

Define-se raio de giração como sendo a raiz quadrada da relação entre o momento de
inércia e a área da superfície. A unidade do raio de giração é o comprimento. O raio de
giração é utilizado para o estudo da flambagem.

I cm 4
i  cm
A cm 4
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Características Geométricas de algumas figuras conhecidas


Notas de aula de Mecânica Prof. Alessandro Leonardo da Silva UEMG 57

Momentos de Inércia das figuras básicas


Notas de aula de Mecânica Prof. Alessandro Leonardo da Silva UEMG 58

8. REFERÊNCIAS

BEER, Ferdinand. Mecânica vetorial para engenheiros: Estática. 5. ed. Editora McGraw-Hill,
2006 v. 1.
HIBBELER, R.C. Mecânica: Estática. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. v. 1
GASPAR, R. - Mecânica dos Materiais - Apostila.

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