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EXERCÍCIOS SOBRE ESCOLAS LITERÁRIAS /SEM CATEGORIA

EXERCÍCIOS ARCADISMO
16 DE ABRIL DE 2016  FACILETRANDO DEIXE UM COMENTÁRIO
 

1.(FESP) Aponte a alternativa cujo conteúdo não se aplica ao Arcadismo:


a)Desenvolvimento do gênero épico, registrando o início da corrente indianista na poesia brasileira.

b) Presença da mitologia grega na poesia de alguns poetas desse período.

c) Propagação do gênero lírico em que os poetas assumem a postura de pastores e transformam a realidade em um quadro
idealizado.

d) Circulação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo político.

e) Penetração de tendência mística e religiosa, vinculada a expressão de ter ou não fé.


2.Sobre Bocage, assinale a informação incorreta:
a) Além de produzir poesia culta, foi poeta popular e exímio improvisador.
b) Sob a linguagem grosseira, mas sempre divertida, com que representa situações escabrosas, revela-se, muitas vezes, um
moralismo bastante convencional, machista e preconceituoso.
c) A capacidade de representar o traço caricatural e ridículo de situações e pessoas, aliada à versificação fluente e precisa, à
linguagem próxima da oralidade, fazem-nos rir, até nas passagens vulgares, mesmo quando discordamos da visão distorcida
e encobertamente moralista.
d) Os alvos privilegiados de sua sátira foram os mulatos e os mestiços das colônias orientais. É contra eles que mostra a
presunção de superioridade do branco europeu, o racismo e o preconceito.
e) A sátira bocagiana é superior à sua produção lírica, além de ser muito mais popular, autêntica e original.
3.Movimento estético que gravita em torno de três diretrizes, Natureza, Verdade e Razão, buscando fazer da literatura a
“expressão racional da natureza para, assim, manifestar a verdade”. Trata-se do:
a) Barroco     b) Romantismo           c) Simbolismo        d) Neoclassicismo         e) Modernismo
4. (CESEP – PE) I   – “O momento ideológico, na literatura do Setecentos, traduz a crítica da burguesia culta, ilustrada, aos
abusos da nobreza e do clero.”
II  – “O momento poético, na literatura do Setecentos, nasce de um encontro, embora ainda amaneirado, com a natureza e os
afetos  comuns do homem”.
III – “Façamos, sim, façamos doce amada / Os nossos breves dias mais ditosos.” Estes versos desenvolvem o tema do carpe
diem.
a) só a proposição I é correta;                    d) só a proposição II é correta;
b) só a proposição III é correta;                 e) são corretas somente as proposições I e II;
c) todas as proposições são corretas.
5.. (MACKENZIE) Sobre a obra de Bocage, é correto afirmar que:
a) seus sonetos contêm o mais alto sopro de seu talento lírico, sendo considerado um dos maiores sonetistas da língua;
b) basicamente se faz de anedotas, todas se aproximando da obscenidade grosseira;
c) a sátira ocupa o lugar de maior importância em seu desenvolvimento;
d) pode ser colocada como ponto máximo da poesia romântica portuguesa;
e) não supera regras e as coerções literárias ligadas ao movimento arcádico.
6.(FUVEST) De Bocage, pode-se dizer que:
a) passou a maior parte de sua vida no Brasil;
b) é o expoente máximo da poesia portuguesa do século XVIII;
c) foi grande cultor do soneto barroco;
d) escreveu contos eróticos;
e) representa a poesia parnasiana em Portugal.
7.(CENTEC-BA) Quando o poeta neoclássico pinta uma paisagem como um “estado de alma”, podemos dizer que estamos
diante de uma paisagem:
a)tipicamente neoclássica.                                         d) prenunciadora do Parnasianismo
b) sugestivamente simbolista                                     e) antecipadamente romântica.c) rebuscadamente barroca
8.(MACKENZIE) Sobre Bocage, é incorreto afirmar que:
a) como poeta satírico, ironizou contemporâneos seus, o clero, a nobreza decadente;
b) houve, notada inclusive por ele mesmo em um famoso soneto, uma série de semelhanças entre sua vida e a de Camões;
c) em sua obra lírica, o Arcadismo interessou apenas como postura, aparência, pois, no fundo, o poeta foi um pré-romântico;
d) como abriu mão totalmente dos valores neoclássicos, desprezou o apuro formal, o bucolismo e a postura pastoril;
e) o subjetivismo, a confidência de sua vida interior, a confissão foram elementos frequentes em sua obra lírica.

9.(FUVEST) Bocage foi:


a) o poeta mais representativo do Arcadismo em Portugal;
b) o poeta mais representativo do Arcadismo no Brasil;
c) um poeta pré-romântico;
d) o escritor-chave para a compreensão do movimento barroco;
e) um cronista medieval.
10.Bocage só não escreveu:
a) poesia satírica e obscena;                        d) poesia lírica bucólica;
b) poesia lírica reflexiva;                            e) poesia encomiástica e de circunstância;
c) poesia épica.
11.. Assinale a incorreta sobre Bocage:
a) Foi fundador da Escola Arcádia Lusitana, em 1756, e pertenceu à Nova Arcádia, mas rompeu com as duas
agremiações.
b) À semelhança de Camões, teve vida atribulada: viveu no Oriente, conheceu a miséria e a prisão.
c) À semelhança de Gregório de Matos, notabilizou-se como poeta satírico e como poeta lírico.
d) A lírica bocagiana evoluiu do Arcadismo convencional para o egocentrismo pré-romântico.
e) A tensão entre o racionalismo neoclássico e o individualismo pré-romântico é um dos eixos temáticos de sua obra.
12.(ITA) Dadas as afirmações:
I) O Uruguai, poema épico que antecipa em várias direções o Romantismo, é motivado por dois propósitos indisfarçáveis:
exaltação da política pombalina e antijesuitismo radical.
II) O (A) autor(a) do poema épico Vila Rica, no qual exalta os bandeirantes e narra a história da atual Ouro Preto, desde a
sua fundação, cultivou a poesia bucólica, pastoril, na qual menciona a natureza como refúgio.
III) Em Marília de Dirceu, Marília é quase sempre um vocativo; embora tenha a estrutura de um diálogo, a obra é um
monólogo – só Gonzaga fala, raciocina; constantemente cai em contradição quanto à sua postura de Spastor e sua realidade
de burguês.
Está(ão) Correta(s):
a) Apenas I           b) Apenas II          c) Apenas I e II        d) Apenas I e III              e) Todas
13.(ITA) Uma das afirmações abaixo é incorreta. Assinale-a:
a) O escritor árcade reaproveita os seres criados pela mitologia greco-romana, deuses e entidades pagãs. Mas esses mesmos
deuses convivem com outros seres do mundo cristão.
b) A produção literária do Arcadismo brasileiro constitui-se sobretudo de poesia, que pode ser lírico-amorosa, épica e
satírica.
c) O árcade recusa o jogo de palavras e as complicadas construções da linguagem barroca, preferindo a clareza, a ordem
lógica na escrita.
d) O poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão, tem como assunto o descobrimento da Bahia, levado a efeito por Diogo
Álvares Correia, misto de missionários e colonos português.

e) A morte de Moema, índia que se deixa picar por uma serpente, como prova de fidelidade e amor ao índio
Cacambo, é trecho mais conhecido da obra O Uruguai, de Basílio da Gama.
14. Poema satírico sobre os desmando administrativos e morais imputados a Luís da Cunha Menezes, que governou a
Capitania das Minas de 1783 e 1788:
a) Marília de Dirceu                                          d) Vila Rica
b) Fábula do Ribeirão do Carmo                    e) Caras Chilenas
c) O Uruguai
15.Qual a alternativa que apresenta uma associação errada?
a) Barroco / Contrarreforma.                            d) Arcadismo / Iluminismo
b) Romantismo / Revolução Industrial.             e) Arcadismo / Anti-Classicismo
c) Arcadismo / Racionalismo
16.Entre os escritores mais conhecidos do “Grupo Mineiro”, estão:
a) Silva Alvarenga, Mário de Andrade, Menotti del Picchia.
b) Santa Rida Durão, Cecília Meireles, Tomás Antônio Gonzaga.
c) Basílio da Gama, Paulo Mendes Campos, Alvarenga Peixoto.
d) Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto.
e) Alvarenga Peixoto, Fernando Sabino, Cláudio Manuel da Costa.
17.A respeito da época em que surgiu o Arcadismo:
a) o século XVIII ficou conhecido como “século das luzes”;
b) os “enciclopedistas”construíram os alicerces filosóficos da Revolução Francesa;
c) o adiantamento cientifico é uma das marcas desta época histórica;
d) a burguesia conhece, então, acentuado declínio em seu prestígio;
e) em O Contrato Social, Rousseau aborda a origem da Autoridade.
18.Indique a alternativa errada:

 a) Cultismo e conceptismo são as duas vertentes literárias do estilo barroco.


b) O arcadismo afirmou-se em oposição ao estilo barroco.
c) O conceptismo correspondeu a um estilo fundado em “agudezas”ou “sutilezas”de pensamento, com transições bruscas e
associações inesperadas entre conceitos.
d) O cultismo correspondeu sobretudo a um jogo formal refinado, com uso abundante de figuras de linguagem e verdadeiras
exaltação sensorial na composição das imagens e na elaboração sonora.
e) O Arcadismo tendeu à obscuridade, à complicação linguística e ao ilogismo.
19.Assinale o que não se refere ao Arcadismo:
a) Época do Iluminismo (século XVIII) – Racionalismo, clareza, simplicidade.
b) Volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas (o belo, o bem, a verdade, a perfeição, a imitação da
natureza).
c) Ornamentação estilística, predomínio da ordem inversa, excesso de figuras.
d) Pastoralismo, bucolismo suaves idílios campestres.
e) Apoia-se em temas clássicos e tem como lema: inutilia truncat (“corta o que é inútil”).
20.(MACKENZIE/SP-2006) Tomás Antônio Gonzaga, outro poeta árcade brasileiro, assim expressa o sentimento amoroso:
Se não lhe desse, / compadecido, / tanto socorro / o deus Cupido; / se não vivera / uma esperança / no peito seu, / já morto
estava / o bom Dirceu.

Nesses versos, encontram-se índices que apontam para o fato de que a poesia brasileira do século XVIII

I.preservou da cultura clássica as referências mitológicas.

II.adotou explicitamente o “fingimento” poético, ao desenvolver motivos pastoris.

III. apoiou-se também em padrões métricos mais populares, como o verso tetrassílabo.

Assinale:
a) se apenas a afirmação I estiver correta.           d) se apenas a afirmação II estiver correta.

b) se apenas a afirmação III estiver correta.        e) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.

c) se todas as afirmações estiverem corretas.


21.(MACKENZIE/SP-2006) Assinale a alternativa que apresenta comentário crítico adequado à obra de Cláudio Manuel da
Costa, poeta do Arcadismo brasileiro.

a) … sua poesia prolonga uma atmosfera lírica e moral que descortinamos na poesia camoniana, evidente no
emprego constante da antítese, do paradoxo e do racionalismo …
b) … a essência doutrinária revela um homem primitivo, apegado ainda à Idade Média: os poemas respiram uma fé
inabalável, intocada pelos ventos críticos da Renascença.

c) … o sentimento amoroso se espraia livremente; nota-se que o poeta infringe os princípios clássicos da contenção e
manifesta a emoção dum modo tal que seus versos acabam adquirindo foros de crônica amorosa.

d) …é preciso ver na força desse poeta o ponto exato em que o mito do bom selvagem, constante desde os árcades, acabou
por fazer-se verdade artística.

e) … os seus versos agradaram, e creio que ainda possam agradar aos que pedem pouco à literatura: uma expressão fácil,
uma sintaxe linear, uma linguagem coloquial e brejeira..

22.(UFPB-2006) No Romanceiro da Inconfidência, Cecília Meireles recria poeticamente os acontecimentos históricos de


Minas Gerais, ocorridos no final do século XVIII. Nesta mesma época, circulavam, em Vila Rica, as Cartas Chilenas,
atribuídas a Tomás Antônio Gonzaga.
O fragmento a seguir foi extraído da Carta 2 em que Critilo (Gonzaga), dirigindo-se aoseu amigo Doroteu (Cláudio Manuel
da Costa), narra o comportamento do Fanfarrão Minésio (Luís da Cunha Meneses, governador de Minas).

Aquele, Doroteu, que não é Santo


Mas quer fingir-se Santo aos outros homens,
Pratica muito mais, do que pratica,
Quem segue os sãos caminhos da verdade.
Mal se põe nas Igrejas, de joelhos,
Abre os braços em cruz, a terra beija,
Entorta o seu pescoço, fecha os olhos,
Faz que chora, suspira, fere o peito;
E executa outras muitas macaquices,
Estando em parte, onde o mundo as veja. GONZAGA, Tomás Antônio. Cartas Chilenas. São Paulo: Companhia das Letras,
1995, p. 68-69.
Considerando as informações apresentadas e esse fragmento poético, é correto afirmar:

a) O autor descreve as atitudes do governador de Minas sem fazer uso de um tom irônico.

b) O autor critica algumas atitudes do governador de Minas, julgando-as dissimuladas.


c) O autor descreve, com humor, o comportamento do governador de Minas, sem apresentar um posicionamento crítico.

d) O tom satírico, presente nas Cartas Chilenas, não é observado nesse fragmento, pois, aqui, há apenas a descrição das
práticas religiosas do Fanfarrão Minésio.

e) O autor chama a atenção para o fato de que o governador de Minas age com fervor, longe dos olhos dos fiéis.

23.(PUC/PR/PAES-2006) É só a partir do Arcadismo, que começa a surgir no país uma relação sistemática entre autor, obra
e público, que caracterizam um sistema literário. Aponte a alternativa que melhor descreve esse período.

a) Busca da simplicidade, racionalismo, imitação da natureza, caráter pastoril, imitação dos clássicos, ausência de
subjetividade.
b) Individualismo e subjetivismo, culto à Natureza, evasão, liberdade artística, culto à mulher amada, sentimentalismo,
indianismo, nacionalismo.
c) Subjetivismo, efeito de sugestão, musicalidade, irracionalismo, mistério.

d) Liberdade, de expressão, incorporação do cotidiano, linguagem coloquial, inovação técnica, ambiguidade, paródia.

e) Racionalismo, incorporação do cotidiano, culto à mulher amada, imitação dos clássicos, efeito de sugestão.

24.(UFAC-2007) O Arcadismo brasileiro surgiu por volta de 1700, tingindo as artes de uma nova tonalidade burguesa, só
não se pode afirmar que:

a) Tem suas fontes nos antigos grandes autores gregos e latinos, dos quais imita os motivos e formas.

b) Apresentou uma corrente de conotação ideológica, envolvida com as questões sociais do seu tempo, com a crítica aos
abusos de poder da Coroa Portuguesa.

c) Legou a nós os poemas de feição épica Caramuru, de Frei José de Santa Rita Durão e O Uraguai, de Basílio da Gama, no
qual se reconhece qualidade literária destacada em relação ao primeiro.

d) Teve em Cláudio Manuel da Costa o representante que, de forma original, recusou a motivação bucólica e os
modelos camonianos da lírica amorosa.
e) Em termos dos valores estéticos básicos, norteou a produção dos versos de Marília de Dirceu, obra que celebrizou Tomás
Antônio Gonzaga e que destaca a originalidade de estilo e de tratamento local dos temas pelo autor.

25.(PUC-CAMPINAS/SP-2007) A imagem mítica de uma natureza harmônica, capaz de inspirar o desejo do equilíbrio
racional e da vida simples, constitui uma espécie de paradigma da poesia neoclássica, tal como se pode perceber nestes
versos:

1. a) O Demo a viver se exponha


Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
2. b) O vocábulo puro, em que me amparo,
Esquiva-se a meu jugo; e raro canto.
Que a palavra da boca é sempre inútil
Se o sopro não lhe vem do coração.
3. c) O poema é uma pedra no abismo.
O eco do poema desloca os perfis.
Para bem das águas e das almas
Assassinemos o poeta.
4. d) A morte é limpa.
Cruel mas limpa.
Com seus aventais de linho
– Fâmula – esfrega as vidraças.
Tem punhos ágeis e esponjas.
5. e) Pois que viva eu em paz, em calma pura,
Abrandando a paixão nestes ribeiros,
Aspirando dos álamos a brandura,
Ouvindo ao vento os cantos mais inteiros.
26. (UFV-MG) Todos os fragmentos abaixo representam, pela linguagem ou pela temática, o movimento árcade brasileiro,
EXCETO:
1. a) “A mesma formosura/é dote que só goza a mocidade:/rugam-se as faces, o cabelo alveja/mal chega a longa
idade.”
2. b) “Pastores que levais ao monte o gado,/Vede lá como andais por essa serra,/Que para dar contágio a toda a
terra,/Basta ver-se o meu rosto magoado.”
3. c) “Passam, prezado amigo, de quinhentos/Os presos que se ajuntam na cadeia./Uns dormem encolhidos sobre a
terra,/Mal cobertos dos trapos, que molharam/de dia, no trabalho.”
4. d) “Que havemos de esperar, Marília bela?/que vão passando os florescentes dias?/as glórias que vêm tarde, já
vêm frias,/e pode enfim mudar-se a nossa estrela.”
5. e) “Oh! Que saudades que eu tenho/Da aurora da minha vida,/Da minha infância querida/Que os anos não
trazem mais!”
27.(UFV-MG) Observe com atenção os textos abaixo, pertencentes a autores dos estilos árcade e barroco:
Texto I “[…]
Ornemos nossas tendas com as flores,
e façamos de feno brando leito;
prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
gozemos do prazer de sãos amores.
Sobre as nossas cabeças,
sem que o possam deter, o tempo corre;
[…]”
Texto II “[…]
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
[…]”
Dentre as seguintes alternativas, assinale aquela que estabelece uma relação CORRETA entre a temática dos poemas
transcritos, seus autores e os períodos literários a que pertenceram:

1. a) O texto II traz implícita uma crítica à sociedade mineira do século XVIII e foi escrito pelo poeta barroco
Gregório de Matos Guerra.
2. b) O autor do texto I prioriza a tranquilidade da vida campestre e, movido por um forte sentimento nativista,
exalta as belezas da natureza brasileira.
3. c) O texto II insere-se no gênero satírico da estética barroca e confirma a veia crítica do poeta Tomás Antônio
Gonzaga.
4. d) O texto I compara os prazeres da vida no campo aos dissabores da vida na cidade e retoma o famoso princípio
poético “fugere urbem”.
5. e) O texto I é de autoria do poeta árcade Tomás Antônio Gonzaga e evidencia a inevitável passagem do
tempo, sobretudo a necessidade de aproveitar bem os momentos de felicidade.
28.(Ufam) Leia as afirmativas abaixo, feitas a propósito de poetas brasileiros do período colonial:

I.O apego à felicidade do “lar, doce lar” e ao comodismo burguês perpassam sua lírica muitas vezes erótica, e esse último
aspecto desfaz em parte o código da idealização platônica da mulher eleita.

II.Seus versos, que nunca foram editados e circularam muito tempo em cópias volantes, até serem coligidos a partir do
século XX, constituem um dos grandes problemas de autoria de nossa literatura.
III. Sua grande contribuição à literatura reside na habilidade com que infundiu lirismo ao verso narrativo, tendo imprimido
no confronto civilização versus natureza várias notas de simpatia pelo selvagem.
Os enunciados se referem, respectivamente, a:

1. a) Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama, Gonçalves Dias.


2. b) Cláudio Manuel da Costa, Bento Teixeira, Santa Rita Durão.
3. c) Alvarenga Peixoto, Gregório de Matos, Gonçalves Dias.
4. d) Tomás Antônio Gonzaga, Gregório de Matos, Basílio da Gama.
5. e) Cláudio Manuel da Costa, Alvarenga Peixoto, Basílio da Gama.
29.(Ufam) Leia as afirmativas abaixo, feitas a respeito do Caramuru, poema épico de Frei José de Santa Rita Durão:
I.Possui inspiração devota e a vontade de celebrar em Diogo Álvares Correia um herói camoniano, capaz de dilatar a fé
cristã e o Império português.

II.Moema, preterida pelo Caramuru em favor de Paraguaçu, apostrofa o ingrato herói e morre agarrada ao leme do navio que
o levará, com sua eleita, para a França.
III. Emprega o verso branco, que o neoclassicismo, em seu duplo afã de austeridade e naturalidade, valorizava.

IV.O alarido da glória bélica perde importância ante a sensibilidade amorosa registrada nas cenas de namoro entre o herói e
sua eleita.

Estão corretas:

a) Apenas III e IV. b) I, II e III. c) I, III e IV.     d) Apenas II e IV.    e) Apenas I e II.
30.(Ufam) Todas as características de estilo abaixo relacionadas pertencem ao Arcadismo, exceto:

1. a) A defesa de uma função social para a literatura, que devia ter caráter didático.
2. b) O retorno ao equilíbrio e à simplicidade dos modelos greco-romanos.
3. c) O culto da teoria aristotélica da arte como imitação da natureza.
4. d) A exaltação da vida campesina, com sua paisagem, seus pastores e seu gado.
5. e) O gosto pelo noturno, como forma de acentuar a atmosfera de mistério.
31.(Ufam) Considerando, principalmente, o nome da musa inspiradora, somente um dos trechos abaixo foi escrito por
Tomás António Gonzaga. Assinale-o.

1. a) “Não sei, Marília, que tenho.


Depois que vi o teu rosto,
Pois quanto não é Marília,
Já não posso ver com gosto.
Noutra idade me alegrava,
Até quando conversava
Com o mais rude vaqueiro:
Hoje, ó bela, me aborrece
Inda o trato lisonjeiro
Do mais discreto pastor.”
2. b) “Nise? Nise? Onde estás? Aonde espera
Achar-te uma alma, que por ti suspira;
Se quanto a vista se dilata e gira
Tanto mais de encontrar-te desespera!”
3. c) “Eu vi a linda Estela e namorado
Fiz logo eterno voto de querê-la;
Mas vi depois a Nise e é tão bela,
Que merece igualmente o meu cuidado.
[ ]”
4. d) “Uma, que às mais precede em gentileza,
Não vinha menos bela do que irada:
Era Moema, que de inveja geme,
E já vizinha à nau se apega ao leme.”
5. e) Este lugar delicioso e triste,
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a miséria Lindóia.
Lá, reclinada, como que dormia.”
32.

(UFPA)Convite a Marília
“Já se afastou de nós o Inverno agreste
Envolto nos seus úmidos vapores;
A fértil Primavera, a mãe das flores,
O prado ameno de boninas veste:
Varrendo os ares o subtil Nordeste
Os torna azuis: as aves de mil cores
Adejam entre Zéfiros [vento brando] e Amores,
E toma o fresco Tejo a cor celeste;
Vem, ó Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo:
Deixa louvar da corte a vã grandeza:
Quanto me agrada mais estar contigo
Notando as perfeições da Natureza!”

BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Sonetos.


Lisboa: Europa-América, s. d. p. 38.
Acerca do soneto, é correto afirmar:
(A) Observa-se, devido à presença de uma natureza agreste, um afastamento das convenções árcades referentes ao “locus
amoenus”.

(B) O Pré-Romantismo, com sua valorização do sentimento, manifesta-se nas referências mitológicas, como “Zéfiros” e
“Amores”.

(C) “Locus amoenus” é configurado, nos quartetos, por expressões como “a fértil Primavera”, “o prado ameno”, “a
cor celeste”, o que afasta o texto das paisagens noturnas do Pré-Romantismo.
(D) A oposição entre “a vã grandeza” da corte e “as perfeições da Natureza” revela o conflito entre o eu lírico e os valores
da sociedade, numa antecipação pré-romântica do sentimento da paisagem.

(E) No primeiro terceto, dada a presença do tema campestre, evidenciam-se o bucolismo e o sentimento da natureza, típicos
do Pré-Romantismo.
33.(Ufal) Considere as seguintes afirmações:

I.Gregório de Matos e Tomás Antônio Gonzaga compuseram poesia lírica, mas o talento de ambos encontrou sua expressão
máxima nas sátiras.

II.Em Marília de Dirceu, o árcade mineiro buscou figurar um equilíbrio entre a vida rústica e a cultura ilustrada.
III. Cláudio Manuel da Costa confronta a paisagem bucólica idealizada com a de sua terra natal.

Está inteiramente correto o que vem afirmado SOMENTE em

1. a) I.                             b) II.                  c) III.                   d) I e II.                    e) II e III.


34. (UEL-PR) A chamada atividade literária das primeiras décadas de nossa formação histórica caracterizou-se por seu
cunho pragmático estrito, seja a circunscrita ao parâmetro jesuítico, seja a decorrente de viagens de reconhecimento e
informação da terra.
São representantes dos dois tipos de atividade literária referidos no excerto acima:

1. a) Gregório de Matos e Cláudio Manuel da Costa.


2. b) Antônio Vieira e Tomás Antônio Gonzaga.
3. c) José de Anchieta e Gabriel Soares de Sousa.
4. d) Bento Teixeira e Gonçalves de Magalhães.
5. e) Basílio da Gama e Gonçalves Dias.
35.(Ufal) Considerando-se a produção poética de Gregório de Matos e Cláudio Manuel da Costa, é correto afirmar que
ambos:

1. a) Cultivaram o soneto, forma fixa pela qual exploraram temas e recursos poéticos próprios dos diferentes
períodos e estilos literários que tão bem representaram.
2. b) Cultivaram o soneto, pois valorizaram o mesmo estilo de época predominante no século XVII, quando essa
forma fixa de poesia era considerada superior a todas as demais.
3. c) Notabilizaram-se pela sátira, dirigida contra os mandatários da Coroa portuguesa responsáveis pela exploração
econômica do açúcar e pela corrupção política na Bahia.
4. d) Notabilizaram-se por um tipo de lirismo sentimental que já prenunciava o movimento romântico, influindo
diretamente nas obras de Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo.
5. e) Notabilizaram-se pela idealização do amor e da natureza, esses dois elementos centrais para a lírica que seguia
os padrões e os valores do chamado estilo neoclássico.
36.(UFPE)

“Basta senhor, porque roubo em uma barca sou ladrão, e vós que roubais em uma armada sois imperador? Assim é. Roubar
pouco é culpa, roubar muito é grandeza. O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas
que levam de que eu trato, são os outros… ladrões de maior calibre e mais alta esfera… Os outros ladrões roubam um
homem, estes roubam cidades e reinos, os outros furtam debaixo de seu risco, estes sem temor nem perigo; os outros se
furtam são enforcados, e o bucolismo estes furtam e enforcam.”

Antonio Vieira. Sermão do bom ladrão.


“Que havemos de esperar, Marília bela?
Que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde já vêm frias;
E pode enfim mudar-se a nossa estrela.

Ah! Não, minha Marília,


Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças
E ao semblante a graça.”     Tomás Antônio Gonzaga. Lira XIV.
Sobre a obra desses autores, analise as afirmativas a seguir.

I.A obra de Gonzaga é exemplar do Arcadismo. O tema dos versos acima é o “carpe diem” (gozar a vida presente), escrito
numa linguagem amena, sem arroubos, própria do Arcadismo.

II.Despojada de ousadias sintáticas e vocabulares, a linguagem arcádica, no poema de Gonzaga, diferencia-se da linguagem
rebuscada, usada pelo Barroco.
III. O texto de Vieira, sendo Barroco, está pleno de metáforas, de linguagem figurada, de termos inusitados e eruditos, sendo
de difícil compreensão.

IV.Vieira adota a tendência barroca conceptista que leva para o texto o predomínio das ideias, do raciocínio, da lógica,
procurando adequar os textos religiosos à realidade circundante.

Está(ão) correta(s) apenas:

a) I, II e III.           b) I.                                     c) II.                 d) I, II e IV.         e) II, III e IV.


37.(PUC-MG)

Texto I
“Discreta e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo claramente
Na vossa ardente vista o sol ardente,
e na rosada face a aurora fria;

Enquanto pois produz, enquanto cria


Essa esfera gentil, mina excelente
No cabelo o metal mais reluzente,
E na boca a mais fina pedraria.

Gozai, gozai da flor da formosura,


Antes que o frio da madura idade
Tronco deixe despido o que é verdura.

Que passado o zenith da mocidade,


Sem a noite encontrar da sepultura,
É cada dia ocaso da beldade.”      Gregório de Matos Guerra

Texto II
“Minha bela Marília, tudo passa;
A sorte deste mundo é mal segura;
Se vem depois dos males a ventura,
Vem depois dos prazeres a desgraça.
Estão os mesmos deuses
Sujeitos ao poder do ímpio Fado:
Apolo já fugiu do Céu brilhante,
Já foi pastor de gado.
Ah! enquanto os Destinos impiedosos
Não voltam contra nós a face irada,
Façamos, sim façamos, doce amada,
Os nossos breves dias mais ditosos,
Um coração, que frouxo
A grata posse de seu bem difere
A si, Marília, a si próprio rouba,
E a si próprio fere.

Ornemos nossas testas com as flores;


E façamos de feno um brando leito,
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos Amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre;
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.”     Tomás Antônio Gonzaga

O texto I é barroco; o texto II é arcádico. Comparando-os, só não é correto afirmar que:

1. a) Os barrocos e árcades expressam sentimentos.


2. b) As construções sintáticas barrocas revelam um interior conturbado.
3. c) O desejo de viver o prazer é dirigido à amada nos dois textos.
4. d) Os árcades têm uma visão de mundo mais angustiada que os barrocos.
5. e) A fugacidade do tempo é temática comum aos dois estilos.
38.(UFV-MG) Sobre o Arcadismo, anotamos:     
I.Desenvolvimento do gênero lírico, em que os poetas assumem postura de pastores e transformam a realidade num quadro
idealizado.

II.Composição do poema Vila Rica por Cláudio Manuel da Costa, o Glauceste Satúrnio.

III. Predomínio da tendência mística e religiosa, expressiva da busca do transcendente.

IV.Propagação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo político, atribuídos a Tomás Antônio Gonzaga.

V.Presença de metáforas da mitologia grega na poesia lírica, divulgando as ideias dos inconfidentes.

Considerando as anotações anteriores, assinale a alternativa CORRETA:

a) Apenas I e III são verdadeiras.             d) Apenas II e IV são falsas.


b) Apenas II e V são verdadeiras.             e) Apenas III e V são falsas.
c) Todas são verdadeiras.
39.(Ufla-MG) Apresentam-se em seguida três proposições: I, II e III.

I.O momento ideológico, na literatura do Setecentos, traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero.

II.O momento poético, na literatura do Arcadismo, nasce de um encontro, embora ainda amaneirado, com a natureza e os
afetos comuns do homem.

III. Façamos, sim, façamos, doce amada,

Os nossos breves dias mais ditosos.

A característica que está presente nesses versos de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, é o “carpe diem” (“gozar
a vida”).
Marque:

a) Se só a proposição I é correta.                d) Se só a proposição II é correta.

b) Se só a proposição III é correta.             e) se só são corretas as proposições I e II.

c) Se todas as proposições são corretas.


40.(UFV-MG) Os árcades, no Brasil, assimilaram as idéias neoclássicas européias, muitas vezes, reinterpretando, cada um
ao seu estilo, a realidade sociopolítica e cultural do país, como se observa no seguinte fragmento das Cartas chilenas:

“Pretende, Doroteu, o nosso chefe


erguer uma cadeia majestosa,
que possa escurecer a velha fama
da torre de Babel e mais dos grandes,
custosos edifícios que fizeram,
para sepulcros seus, os reis do Egito.
Talvez, prezado amigo, que imagine
que neste monumento se conserve,
eterna a sua glória, bem que os povos,
ingratos, não consagrem ricos bustos
nem montadas estátuas ao seu nome.
Desiste, louco chefe, dessa empresa:
um soberbo edifício levantado
sobre ossos de inocentes, construído
com lágrimas dos pobres, nunca serve
de glória ao seu autor, mas sim de opróbrio.”Tomás Antônio Gonzaga. Cartas chilenas. In: Alvarenga Peixoto, Cláudio
Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 814.
Todas as alternativas abaixo apresentam características desse estilo literário, presente nos versos acima citados, EXCETO:

1. a) Valorização do ideal da vida simples e tranquila.


2. b) Tendência ao discurso em forma de diálogo do eu poético com um interlocutor.
3. c) Utilização de linguagem elegante, rebuscada e artificial.
4. d) Intenções didáticas, expressas no tom de denúncia e sátira.
5. e) Caracterização do poeta como um pintor de situações e não de emoções.
41.U.F. Santa Maria-RS Autor de Obras Poéticas, apresenta, em suas composições, motivos
árcades. Assinale a alternativa que identifica esse autor, associando, corretamente, seu nome à característica presente nessa
obra.

1. a) Cláudio Manuel da Costa – desencanto e brevidade do amor.


2. b) Basílio da Gama – preocupação com feito histórico.
3. c) Tomás Antônio Gonzaga – celebração da natureza.
4. d) Basílio da Gama – inspiração religiosa.
5. e) Tomás Antônio Gonzaga – celebração da amada.
42.Relacione este trecho ao seu respectivo estilo, de acordo com as informações contidas nas alternativas a seguir:
“Sou pastor, não te nego; os meus montados
São esses, que aí vês; vivo contente
Ao trazer entre a relva florescente
A doce companhia dos meus gados.”
a) BARROCO: O homem barroco é angustiado, vive entre religiosidade e paganismo, espírito e matéria, perdão e pecado.
As obras refletem tal dualismo, permeado pela instabilidade das coisas.
b) ARCADISMO: Em oposição ao Barroco, esse estilo procura atingir o ideal de simplicidade. Os árcades buscam na
natureza o ideal de uma vida simples, bucólica, pastoril.
c) ROMANTISMO: A arte romântica valoriza o folclórico, o nacional, que se manifesta pela exaltação da natureza pátria,
pelo retorno ao passado histórico e pela criação do herói nacional.
d) PARNASIANISMO: A poesia é descritiva, com exatidão e economia de imagens e metáforas.
e) MODERNISMO: Original e polêmico, o nacionalismo nele se manifesta pela busca de uma língua brasileira e informal,
pelas paródias e pela valorização do índio verdadeiramente brasileiro.
43.Considere as afirmações a respeito do Arcadismo brasileiro. Todas as alternativas estão corretas, EXCETO:
a) Foi o movimento literário que se desenvolveu no século XVIII, quando o “saber” assumiu uma importância fundamental.
b) Confirmou um dos princípios ideológicos do Iluminismo, por uma forte preocupação com a ciência e com o raciocínio.
c) Sob o ponto de vista literário reagiu contra o Barroco, retomando a simplicidade e o bucolismo dos clássicos.
d) Empreendeu uma minuciosa análise do personagem, revelando-nos claramente os traços de seu corpo e de sua
alma.
e) Vivenciou uma expressiva transformação social, sendo fortemente marcado pelos ideais político-filosóficos do
enciclopedismo francês.
44.Sobre o Arcadismo no Brasil, podemos afirmar que:
a) produziu obras de estilo rebuscado, pleno de antíteses e frases tortuosas, que refletem o conflito entre matéria e espírito.
b) não apresentou novidades, sendo mera imitação do que se fazia na Europa.
c) além das características europeias, desenvolveu temas ligados à realidade brasileira, sendo importante para o
desenvolvimento de uma literatura nacional.
d) apresenta já completa ruptura com a literatura europeia, podendo ser considerado a primeira fase verdadeiramente
nacionalista da literatura brasileira.
e) presente sobretudo em obras de autores mineiros como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Silva
Alvarenga e Basílio da Gama, caracteriza-se como expressão da angústia metafísica e religiosa desses poetas, divididos
entre a busca da salvação e o gozo material da vida.
45.Assinale a alternativa que NÃO apresenta um trecho do Arcadismo brasileiro.
a) “Se sou pobre pastor, se não governo
Reinos, nações, províncias, mundo, e gentes;
Se em frio, calma, e chuvas inclementes
Passo o verão, outono, estio, inverno;”

b) “Destes penhascos fez a natureza


O berço em que nasci! oh quem cuidara,
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!”

c) “Musas, canoras musas, este canto


Vós me inspirastes, vós meu tenro alento
Erguestes brandamente àquele assento
Que tanto, ó musas, prezo, adoro tanto.”
d) “Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel das paixões que me arrastava,
Ah! cego eu cria, ah! mísero eu sonhava
Em mim, quase imortal, a essência humana!”
e) “Não vês, Nise, este vento desabrido,
Que arranca os duros troncos ? Não vês esta,
Que vem cobrindo o Céu, sombra funesta,
Entre o horror de um relâmpago incendido?”

46.:Leia atentamente o texto a seguir e assinale a alternativa INCORRETA.


Não permitiu o Céu que alguns influxos, que devi às águas do Mondego, se prosperassem por muito tempo; e destinado a
buscar a Pátria, que por espaço de cinco anos havia deixado, aqui, entre a grosseria dos seus gênios, que menos pudera eu
fazer que entregar-me ao ócio, e sepultar-me na ignorância! Que menos, do que abandonar as fingidas Ninfas destes rios, e
no centro deles adorar a preciosidade daqueles metais, que têm atraído a este clima os corações de toda a Europa! Não são
estas as venturosas praias da Arcádia, onde o som das águas inspirava a harmonia dos versos. Turva e feia, a corrente destes
ribeiros, primeiro que arrebate as ideias de um Poeta, deixa ponderar a ambiciosa fadiga de minerar a terra, que lhes tem
pervertido as cores.”(COSTA, Cláudio M. da. Fragmento do “Prólogo ao Leitor”. In: CÂNDIDO, A. & CASTELLO, J. A.
PRESENÇA DA LITERATURA BRASILEIRA, vol. I, S. Paulo, Difusão Europeia do Livro, 1971, p. 138)
a) o poeta estabelece uma conexão entre as diferenças ambientais e o seu reflexo na produção literária.
b) Cláudio Manuel da Costa manifesta, no texto, a sua formação intelectual europeia, mas que deseja exprimir a realidade
tosca de seu país.
c) Depreende-se do texto uma forma de conflito entre o Academicismo Árcade europeu e a realidade brasileira que passaria
a ser a nova matéria-prima do poeta.
d) Apesar dos índices do Arcadismo presentes no texto, há um questionamento do contexto sobre a validade de adotar esse
modelo literário no Brasil.
e) O poeta sofre mediante o fato de não mais poder, na Europa, contemplar as praias da Arcádia de onde retirava
suas inspirações poéticas.
47.Sobre o Arcadismo no Brasil, é incorreto afirmar que:
a) Cláudio Manuel da Costa, um de seus autores mais importantes, embora tenha assumido uma atitude pastoril, traz, em
parte de sua obra poética, aspectos ligados à lírica camoniana.
b) em “Liras de Marília de Dirceu”, Tomás Antônio Gonzaga não segue aspectos formais rígidos, como o soneto e a
redondilha em todas as partes da obra.
c) nas “Cartas Chilenas”, o autor satiriza Luís da Cunha Menezes por suas arbitrariedades como governador da capitania de
Minas.
d) Basílio da Gama, em “O Uraguai”, seguiu a rígida estrutura camoniana de “Os Lusíadas”, usando versos
decassílabos em oitava-rima.
e) “Caramuru” tem, como tema principal, o descobrimento da Bahia por Diogo Álvares Correia, apresentando, também, os
rituais e as tradições indígenas.
(UFMT-2007) Leia o poema do poeta árcade Cláudio Manoel da Costa e responda às questões 48 e 49.

VIII
Este é o rio, a montanha é esta,
Estes os troncos, estes os rochedos;
São estes inda os mesmos arvoredos;
Esta é a mesma rústica floresta.
Tudo cheio de horror se manifesta,
Rio, montanha, troncos, e penedos;
Que de amor nos suavíssimos enredos
Foi cena alegre, e urna é já funesta.
Oh quão lembrado estou de haver subido
Aquele monte, e as vezes, que baixando
Deixei do pranto o vale umedecido!
Tudo me está a memória retratando;
Que da mesma saudade o infame ruído
Vem as mortas espécies despertando.MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através de textos. São Paulo: Cultrix, 1986.
48(UFMT-2007) A respeito do texto, assinale a afirmativa verdadeira.

1. a) A natureza é cenário tranqüilo, descrita sem levar em conta o estado de espírito de quem a descreve, como
ocorre no Romantismo.
2. b) O poema faz elogio ao pastoralismo, criticando os males que o meio urbano traz ao homem.
3. c) Exemplo típico do Arcadismo, o poema apresenta a primazia da razão sobre a emoção, revelando a influência
da lógica iluminista.
4. d) A antítese Foi cena alegre, e urna é já funesta. resume o poema, indicando a passagem do tempo e a
lembrança do amor perdido.
5. e) Faz referência à constância da vida, à previsibilidade do destino, recomendando que se aproveite o dia.
49.(UFMT-2007) 2. A respeito da construção do poema, assinale a afirmativa INCORRETA.
1. a) A métrica regular e a estrutura do poema, um soneto, são de inspiração greco-latina.
2. b) O jogo interior × exterior organiza o poema em duas partes: os dois quartetos × os dois tercetos.
3. c) Nas duas primeiras estrofes, as rimas são emparelhadas e interpoladas; nas duas últimas, cruzadas.
4. d) Apresenta períodos em ordem indireta, mas sem o radicalismo da escrita barroca.
5. e) Apresenta vocabulário erudito, com latinismos próprios à literatura clássica.
50.(UNIFESP-2007) INSTRUÇÃO: Leia o poema de Bocage para responder às questões de números 50 a 53.

Olha, Marília, as flautas dos pastores


Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre flores?

Vê como ali, beijando-se, os Amores


Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.

Naquele arbusto o rouxinol suspira,


Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares, sussurrando, gira:

Que alegre campo! Que manhã tão clara!


Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.

50.(UNIFESP-2007) A descrição que o eu lírico faz do ambiente é uma forma de mostrar à amada que o amor

1. a) acaba quando a morte chega.


2. b) tem pouca relação com a natureza.
3. c) deve ser idealizado, mas não realizado.
4. d) traz as tristezas e a morte.
5. e) é inspirado por tudo o que os rodeia.
51.(UNIFESP-2007) O emprego de Mas, na última estrofe do poema, permite entender que

1. a) todo o belo cenário só tem tais qualidades se a mulher amada fizer parte dele.
2. b) a ausência da mulher amada pode levar o eu-lírico à morte.
3. c) a morte é uma forma de o eu-lírico deixar de sofrer pela mulher amada.
4. d) a mulher amada morreu e, por essa razão, o eu-lírico sofre.
5. e) o eu-lírico sofre toda manhã pela ausência da mulher amada.
52.(UNIFESP-2007) Leia os versos e analise as considerações sobre as formas verbais neles destacadas.

I.Olha, Marília, as flautas dos pastores… — Como o eu lírico faz um convite à audição das flautas dos pastores, poderia ser
empregada a forma Ouça, no lugar de Olha.

II.Vê como ali, beijando-se, os Amores… — A forma verbal, no imperativo, expressa um convite do eu lírico para que a
amada se delicie, junto a ele, com o belo cenário.

III. Mas ah! Tudo o que vês… — A forma verbal, também no imperativo, sugere que, neste ponto do poema, a amada já viu
tudo o que o seu amado lhe mostrou.

Está correto o que se afirma apenas em:

A) I                           B.II                        C.I  e II                          D.III                  E. I e III


53.(UNIFESP-2007). O soneto de Bocage é uma obra do Arcadismo português, que apresenta, dentre suas características, o
bucolismo e a valorização da cultura greco-romana, que estão exemplificados, respectivamente, em

1. a) Tudo o que vês, se eu te não vira/Olha, Marília, as


flautas dos pastores.
2. b) Ei-las de planta em planta as inocentes/Naquele
arbusto o rouxinol suspira.
3. c) Que bem que soam, como estão cadentes!/Os
Zéfiros brincar por entre flores?
4. d) Mais tristeza que a morte me causara./Olha o Tejo a
sorrir-se! Olha, não sentes
54.(Ufscar-SP)
“Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.

Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço


De estar a ela um dia reclinado.
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!

Árvores aqui vi tão florescentes,


Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me engano: a região esta não era


Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!”

Cláudio Manuel da Costa. Sonetos (VlI).


In: Péricles Eugênio da Silva Ramos (Intr., sel. e notas). 
Poesia do outro – Antologia. São Paulo: Melhoramentos, 1964, p. 47.
O estilo neoclássico, fundamento do Arcadismo brasileiro, de que fez parte Cláudio Manuel da Costa, caracteriza-se pela
utilização das formas clássicas convencionais, pelo enquadramento temático em paisagem bucólica pintada como lugar
aprazível, pela delegação da fala poética a um pastor culto e artista, pelo gosto das circunstâncias comuns, pelo vocabulário
de fácil entendimento e por vários outros elementos que buscam adequar a sensibilidade, a razão, a natureza e a beleza.
Dadas estas informações:

a) Indique qual a forma convencional clássica em que se enquadra o poema.

b) Transcreva a estrofe do poema em que a expressão da natureza aprazível, situada no passado, domina sobre a expressão
do sentimento da personagem poemática.

Respostas:
a) Trata-se de um soneto, cuja forma poética é constituída de dois quartetos e dois tercetos.
b) É na terceira estrofe do poema em que o poeta descreve de modo objetivo a expressão de natureza aprazível.
“Árvores aqui vi tão florescentes,/Que faziam perpétua a primavera:/Nem troncos vejo agora decadentes”
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