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Folguedos Alagoanos:

Nega da Costa
Foto: Ratão Diniz
Negras da Costa é uma dança-cortejo, sem enredo ou
drama, composta por homens vestidos como baianas que
tocam bombo, caixa, ganzás e reco-reco e dançam. As
músicas geralmente são formadas por interessantes
quadrinhas e cantadas repetidas vezes por todo o
grupo. Pai Velho, Mãe Velha, o Dirigente e as Baianas ou
Negras são personagens deste folguedo.

Frame do documentário “Nêga da Costa” (2018) dirigido por Joelson


de Oliveira.
Fonte: http://desbravandoalagoas.blogspot.com/2017/10/nega-da-costa.html
Em Quebrangulo, o grupo Nega da Costa tem origem por
volta do ano de 1910, fundado pelo mestre Basílio -
descendente de escravos - e é o único grupo reminiscente
deste folguedo.

Grupo Nega da Costa de Quebrangulo


Grupo Nêga da Costa, de Quebrangulo, AL.
Foto: Ratão Diniz

Fonte: http://desbravandoalagoas.blogspot.com/2017/10/nega-da-costa.html
O folguedo é
performatizado por
homens, jovens e
meninos com os corpos
todos pintados de
preto.

Usam vestidos de
Grupo Nêga da
Costa, de baianas enquanto
Quebrangulo, AL. dançam ao som do
Fotos: Ratão Diniz
maracatu, num ato -
agora simbólico - de
resistência à dominação
branca nos engenhos e
casas grandes do Brasil
Colonial.
Fonte: https://www.alagoasboreal.com.br/noticia/5b5b49fb77b5b4529a6f77de/nega-da-costa-e-deboche-
frenetico-sobre-o-dominio-dos-brancos-no-brasil-colonial
Segundo Derlandson Lima, mestre do grupo de
Quebrangulo, “os senhores de engenho gostavam de pegar
as moças e mulheres escravas e então os maridos e
namorados delas inventaram essa dança. Eles se passavam
por mulheres e dançavam para esses senhores brancos,
mas sempre de costas para que eles não percebessem a
troca”.

Grupo Nêga da Costa, de Quebrangulo, AL.


Fotos: Ratão Diniz
Apresentação do grupo Nega da Costa de Quebrangulo no carnaval (2014).
Imagem: Bom Dia Alagoas

A garra desse grupo de Quebrangulo,


município distante 133 km de Maceió,
é (...) misturado à força guerreira dos
artistas daquele município, que
preservam a tão rica tradição secular.

Fonte: https://www.alagoasboreal.com.br/noticia/5b5b49fb77b5b4529a6f77de/nega-da-costa-e-
deboche-frenetico-sobre-o-dominio-dos-brancos-no-brasil-colonial
Em 2010, a
26ª Festa da
Cultura de
Quebrangulo
homenageou
os 100 anos
de existência
do grupo de
dança Nêga da
Costa,
considerado o
maior
patrimônio
imaterial do
município,
sobretudo por
ser encarado
como um dos
mais
resistentes da
cultura
Grupo Nêga da Costa, de Quebrangulo, AL. nordestina.
Fotos: autoria desconhecida
Pintura mural no bairro do Jaraguá em homenagem ao Grupo Nêga da Costa,
de Quebrangulo, AL. Projeto Arte na Rua. Curad

“Essa dança já existia dentro das senzalas e os


descendentes de escravos deram continuidade
à brincadeira, que vem passando de uma
família a outra. Esse grupo nosso, com essa
formação, existe há 15 anos. Já tem meninos de
nove e dez anos dançando com a gente.”
Derlandson Lima,
mestre do grupo de Quebrangulo.
Grupo Nêga da Costa, de Quebrangulo, AL.
Fotos: Ratão Diniz

Em 2018, Quebrangulo foi um dos municípios selecionados


na sexta edição do “Revelando os Brasis”, projeto que tem
como objetivo a formação e inclusão audiovisual para
moradores de pequenas cidades do país, oferecendo a
possibilidade de transformar uma história, real ou ficcional,
em filme protagonizado pela própria comunidade. O
resultado audiovisual foi o documentário “Nêga da Costa”,
com roteiro, direção e produção de Joelson de Oliveira. O
“Revelando os Brasis” é realizado pelo Instituto Marlin Azul,
com patrocínio da Petrobrás e conta também com a
parceria do Canal Futura. Os filmes são exibidos em
mostras e festivais nacionais e internacionais.

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