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   

ANUL Ç  O & OUTRO


Outras obras do autor: ROS REPROS/  E V R   E
VIN/Au COLLOQUE DES MONSTRES/ ABOUT THE HUNT/ As HORS E E
KTHRN/
KTHR N/ s .EUSES E HOJE/
HOJE/ s SPOS
SPOS E ONTE/ A BL
BL  O
ÃRERE/ 0 UNO OO É
Bruno olentino

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Revisã: Eugênio Vinci deMoraes


 e Beatriz de reitas Moreira
Capa:  Paua Astiz
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 de Johann Berhard iscer von Erlac (656)
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. Poesia brasiira I Títuo

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UÁ

E FR ONTSPÍC O 2

 A  EPFANAS (andante spianato) . .  .  . .  . .  . . 27

1  Preete pre  ser se trü             3


2  Ne d se des , d e td  resí 3
3    teps e e ses sns j   re  s         32
4 À edd e ge   repsr                   32
 Qe er de  rs de re, gt                33
6 . Pr e Aexdr? C e e  de expr 33
7. N,  ç setd, eu se, s  ipr .          34
8 Ae Aexdr pdete                     34
9 Perd pe pd,  depress des!           3
10 O úer, u ed, e  prç d ser 35
   Vtei  ese ssut, n ert, es ç              36
1 2  Dde etre es,  idde e  ed 36
 3  e sse só jgs de u  pde .                 37
1 4 Pre  pssíe,  út, eber             37
 O e e  tr,  etnt,  ue e espt 38
6  E ss, etre s pets d  strdr             38
  Vs tressnd, de srpres e srpres .           39
8 E esr detr, s ress usis 39
1 9 O esrç bs ue   ete  .              40
20 a veha embiagez moa a iata .               
2   Mas eo o fio a meaa, aqee eneo               
22 O too foi m ássao, em toa a Antigiae           
23  Aexania  toa assim, semiagã                    
24 Ah, omo ai o á Qe xtases tão gaves 
2 Minha seaa msi a o esse hão                  
26  iae-mba a ambigiae e o iema             
27 Metink  etas oisas não se evem ize             
28  Qe enfim a onição a ane qe se entega          
29  o fogo esse amo sob os tes s aesos 
30 Re oaás , iae-e o, m eto amoço .             
3 1  Mas não nos aessemos tanto, qe afina 
32 Toa aqea manhã ee anaa siso .                
3 3  eveo as vioetas onas esse ga                  
34 Mas não fao em vioetas o asaiae .             
3 At então e não me havia ao onta 
3 6  tava om o sotaqe nói o, tenaz                
3  ma sabia o qe faze Via o qe ovia 
3 8  ão me seia sto, o asíve , ize               
39 , qe o estava e, na ata inonfníve  . . . . . . ... 
40 A somba amaa eo so einante 
4 1   ee ia e e segiao aone vai aa a .            
42 Páis, ó me imão, tambm foste o ogete .          
4 3  É ena,  a ena e só ena, o niveso  . . . . . . . . ... 
44 Se aqea z, no entanto, emestasse o ine 
4 5  Desisto e tenta inta a enite  . . . . . . . . . . . . . . ... 
46 Tínhamos eaao, ao oba e ma esqina 
47   agoa va-o abi-o om toa a i tensiae .          
48 Soia qano inteogao, e agma vez .             
49  sintome qe hesito ma omeçaa a históia 
50 O so ia aino ente as mãos a fohagem  . . . . . . . . . . . . 
5 1  Uma voz qe sofia . . . Sofíamos os ois  . . . . . . . . . . . . . . . 
2 á ma onsoação então, ma mooa . . . . . . . . . . . . . . . 
5 3   ee ia, tava, sai ao e so  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
4 Pobe o moço, Aexania tentaoa 
5 5  Mas o sonâmbo mamóeo não me ovia . . . . . . . . . . . .  
5 6  Ah, tanto foa at então instinta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
5 7  a ma tae ensoaaa, embanqe a  . . . . . . . . . . . . 59
5 8  omo a novena bs amente inteomia . . . . . . . . . . . . . 
59 Os hoofotes o fao tenta a  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
60 Fi ome essa eviavota em eno a  . . . . . . . . . . . . . . 
6 1  O ton o a qe se abaça a gái teaeia . . . . . . . . . . . . 
62 Fi es eno os ín aos omo se ma tóia 
6 3  á seme no esteto e qaqe aoxiso 
64 Se e me eiei a tantas vezes inteo  . . . . . . . . . . . . . . 
6 5  Jntos o aa a em qe ava anaa  . . . . . . . . . . . . 
66 Rosto nenm, no entanto, vaia o qe a me ao  . . . . . . 
67 Oa (es) , anos e z A, mas eitor  . . . . . . . . . . . . . . 
68 Dize  o se, em gego antigo, qe  o aoma  . . . . . . . . . . . 
69 One ana agoa a efeição qe anava nia  . . . . . . . . . 
70 O amo  ma aáboa, a nstante tação . . . . .  . . . . . . 
7 1  Seme sobeste, Aexania, o qanto a óia 
72 Votamos tare àqee qato em qe a ooa  . . . . . . . . . . 
3 Ciaeesfinge, afetina e m oteo . . . . . . . . . . . . . . . . 
74 Te eotismo iena tmtao  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
7 5  Daqea vez Aq ies tavez tivesse (tinha  )  . . . . . . . . . . . . . 
76 Se o te fao, essa atite egenária  . . . . . . . . . . . . . . . . 
77 nfim, omono aos ses os infinitos ees . . . . . . . . . . 
78 Mas não, não te enteneças ao ensa no inizíve  . . . . . . . 
79 Se os anos toos em qe fi hegano eto  . . . . . . . . . . . 
80 Mas se e ensa no amo, se e eensa o instante  . . . . . 
 1  Moe tão entamente a efoia a festa  . . . . . . . . . . . . . . 
82 Mas qe azão se tem e a eita na via  . . . . . . . . . . . . 
8 3  A essas atas á me oo ia en antao  . . . . . . . . . . . . . 
84  ma via o qe via, o não via mas naa  . . . . . . . . . . . . 
8 5  ohi o omo as esies à vinha  . . . . . . . . . . . . . . .  
86 Re oo to assim  as ata a as aa  . . . . . . . . . . . . . . 
87 Sbino essa avenia one aía o beio . . . . . . . . . . . . . . . . 
88 Me amo, me aim, me am hamao 
89 De qem seia aqee b to tão siso  . . . . . . . . . . . . . . . 
90 A fnção miseráve e existi, qe ão toca              75
9 1  Temeno e aiscarme aqi contra a razão             76
9 omo m be o tonao a emoç ã taiza               76
9 3  A nez e m aroma, o ha o e m erfme            77
94 s como Des os fez, os ois breves instantes 77
9 5  o entanto, esse instantâneo  o único retrato           78
96 Uma giana eicaa e açcenas                   78
9 7 A everberação essa cena qe en aça                  79
98  qis evar, e qis regar ma aveia               79
99 Fiqei cantano a minha áia avenia                80
100 Um ga   Um lgar e m instante abraçaos 80
1  1  Ó m tiforme aaição, ó coman eira                8
1   ão e anoitecer tamoco e , se ermito            8
1 03  Bem sabes t, qe to fias e esfias                 82
1 04 Um gemio não tem, o ão a cança ter               82
1 5  Uma visão, aina ao mais limo os o hares            83
1 06 esse ga, nessa aveia o es enor               83
1 07 Ah, me besoro arisionao nas vtrinas              84
 08  Foi a músca, e sei, o qe há e mais breve           84
1 09 anta, me coração, me artefato frio                85
 1 . E ese então o coração fez-se-me assim 8
 1 1  Ao mineraizar-seme a va na veia                   86
1 1   T, qe antaste essa isão no temo afora            86
 1 3  T, qe imitaste à erfeição aqela flora               87
1 1 4 Se assei os cinq enta e as trs a manhã            87
1 1 5  Dele não tive mais qe m vago refrigrio              88
1 1 6  A ovialiae imanente no canto                     88
1 1 7  E eis qe à z a eteniae em qe caminha          89
1 1 8  Ah, o sange ! Ah, o incnio! A assombração o fogo 89
1 1 9 Observa esse avão vermeho, hemorragia              90
1 0 O qe sofre nm coo  o sange qe resvaa          90
1  1   e vo co heno as minhas foes e vita            9
1   A istância comõe ma so eniae                  9
1  3  aa canta, aa aceitar qe t renesses             92
1 4  Mas a tensão essa eserança  monocore 92
  5 . anto assim mesmo a ofsão o qe foi me . . . . . . . . . 
 6 . Ah, fantasia  .  Se me esqe ia e emba . . . . . . . . . . . . . 
 7 . ntaste nm ista? istaizao estás . . . . . . . . . . . . . . 
 8 . onsoação qe o anto te e, s ae ia . . . . . . . . . . . . . 
 9 . O qe tentas faze esse atifíio o . . . . . . . . . . . . . . . 
 3. Sabeo e qe o sto e aa hesitação . . . . . . . . . . . . . 
 3  . O amontoamento as vsões à z qe fina . . . . . . . . . . . 
 3 . Não, não se tata e ma seeção aenas . . . . . . . . . . . . . . 
 3 3 . ssa vinheta, o qe fi o aqee ia . . . . . . . . . . . . . . . . 
 34 . Nem a noção e louça  m ai ho a Msa . . . . . . . . . 
 3 5 . Veo-a e , banino em vão m gaanao . . . . . . . . 
 36 . ão esna agoa  essa ena bana . . . . . . . . . . . . . . . 
 3 7. O aze, o aze   Ann iação o o aso . . . . . . . . . . . . . 
 38 . O ássao me âni o, o oígio e moa . . . . . . . . . . . . . . 
 39. Não abe va em ta aoogtia . . . . . . . . . . . . . . . . 
 4 . Góia à ança o eteno no baie temoa . . . . . . . . . . . . 
 4  . Não me anima a ambição e embasama-te a via . . . . . . 
4. ssa oa sabe, e sabes mito bem . . . . . . . . . . . . . . . . . 
 43 .   assm, e não o te a abção e ea-te . . . . . . . . 
 4 4 . amos o eqiáteo, t e esse a e amantes 
 4 5 . Qe mais ize? Qe atavessamos o a aso . . . . . . . . . . 
 46 . Se e tnha too m vestiáio, m manan ia . . . . . . . . . . 
 47 . Sa fieiae ao qe moe ea intensa . . . . . . . . . . .  . . 
 48 . Nn a e o e ao ma mean oia . . . . . . . . . . . . . . . 
 49 . a m aexanino o fastio e in ia . . . . . . . . . . . . . . .  
 5 . Ao ea este mno omo ma z se aaga . . . . . . . . . . 
 5  . Qantas vezes mes ohos oavam ( omo agoa) . . . . . . . . 
 5  . Tinha a fonte na   s  ie e aeia . . . . . . . . . . . . . 
 5 3 . A, ea o me eíio mais íntimo e mais gave . . . . . . .  . 
 54 . núti insisti, a oisa  in omeensíve . . . . . . . . . . . . . . 
 5 5 . omo t sabes mito bem  . . m qe açaa . . . . . . .  . . 
 5 6 . Ó ssto a beeza, a misima vez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
 5 7. Qe signifia, na e áia e onomia . . . . . . . . . . . . . . . . . 
 5 8 . Mas foi aqea qea, e esto onta . . . . . . . . . . . . . . . 
 59 . O ovem Jian Geen, nota tea istante . . . . . . . . . . . 
60 , no entanto, eixeime ifia sem eo  . . . . . . . . . 
6 Foise-me a voz agoa, esviose a anção . . . . . . . . . . . . 
62 antas vezes, anção, onfniste os ois textos  . . . . . . 
6 3  To a a fonte na, bab ia no vento  . . . . . . . . . . . . . . . 
64  Tansfiga-se e se a mesma, à ifeença  . . . . . . . . . . . 
65  Mas á agoa não sei . . . Fi o a ensa nas hoas . . . . . . . . . 
66  Foi to extção. Se vae a ena agoa . . . . . . . . . . . . . . 
6 7  Min ioso, om estes fios e m in e  . . . . . . . . . . . . . 
68 So as mas o te veão, ó esma fia 
69 Sge seme o fno vazio o oo 
70 Foam ias estanhos, z na eifeia  . . . . . . . . . . . . . . . 
7 omo a atase qe esove ma tensão  . . . . . . . . . . . . . 
72 Agns instantes antes assaa a maiosa  . . . . . . . . . . . . 
73 m sin io meíamos ntos, nm oha  . . . . . . . . . . . . 
74  saávamos a esse ga e, e eente . . . . . . . . . . . . . . . 
7 5  Tatamos e esqiváa  omo a imotân ia  . . . . . . . . . 
76  Mavas o te a omo qem ese e atia  . . . . . . . . . . . 
 77 O qe nos avas a entene, ó bxa na áea . . . . . . . . . . . 
1 78  Mas qe imota à aegia os oos o oosso  . . . . . . . . 
1 79  Re oo, ao  o tna, agns anos eois  . . . . . . . . . . 
80 Pois veio m vento e aina, anún io gente  . . . . . . . . 
8 Too veão tem ses esastes, sas hvas . . . . . . . . . . . . 
82 ós , en haaos novamente eo ovaho 
83. Tem os heios o amo eto eito esfeito  . . . . . . . . . . . 
1 84  Ah, o e ine isão as eíias qe ão  . . . . . . . . . . . . . 
8 5  om aShgafa, as ata mbas e Aiano . . . . . . . . . . . . 
186 Patiamente em âni o, insistia em faa . . . . . . . . . . . . . 
8 7  Se não es emos nesse ia agns egas  . . . . . . . . . . . 
88  ntamos, isso sim, e ese aqee ia  . . . . . . . . . . . . . . 
89  Vae ize qe sseitamos na mea . . . . . . . . . . . . . . . . 
90 Mas foi então, omo qe à magem esse instante 
9 Íamos ntos, as asas e m veeio . . . . . . . . . . . . . . . . . 
92 Se anos eois aina me vltam essas esqinas  . . . . . . . . 
93  e mais ize Qe a va toa  ma fmaça 
 A  ANTíFNA (aro con variaioni                 
1  Vamos e enonto ao so. Vaise fitano a fina          
2  to a meita agoa, não aenas                     
3  O Oiente oõe e vve e  m aneo                  
4  Mas ta tentação maio vem o Oiente               
5 Pensativa, vaa sobe o tanqe o instante            
6  No fim as ontas e as votas há o oa               
  onta a onta vais, e minto em minto              
8   a vaiae a istóia  toa assim  en ostase           
9  easte a tentação e ma esatoogia                 
1  Foi em ti qe e ohi a fo aqee ena e              
1 1   a istóia  iss o, m eobase à ontaz 
1 2 Sea gego o te efi, hieogífia                     
1 3  Não a inventaste, aoeaste te a ena                
1 4   vais  ano, ó enitente, ó eentoa                 
1 5   toos os ais são tes Os tes aios              
1 6   o moho qe baixo o eso atás o ato            
1   Fi a m teo e qe ao fina, qano aagaem         
1 8 . . . . Qe fiqe o se tam quam non esset A obsessão 
19 É o amento qe a, a oaa eegia                 
20 Me monmento fneáio ao veho Ofe              
2 1   se  a Ofe qe faz aeo essa aixão                 
22  o eotismo enqanto onte ognosente  
23  O Oiente se fez e abaça a agonia                 
24 É e esanta qe a z e t sgissem ntas           
2 5  Penso na es tanha ena qe oõe Bonnefo y             
26 É na foha qe mha e ai, imeetíve               
2   Paa a ança a eaiae a ama não tem 
8 . Atavesso me e aameas tansvesais                 
29 evome ao aaoxo, à staosição                  
30  Nea foi a a en osta e ma eta oina              
3 1  É ossíve qe a via sea e fato o esaço              
32 A veha maga obíqa não nega, esonfia               
33 á m aaoxo esti qe imita a iez              
34. a qase m menino então, anava eto              149
3 5 . Segiseiam os anos, vagaosos imeio .              150
36. A m ooio, a m atama e esaaia .              150
3 7 . Dei om me Pgaso nos s nsstentáveis .           151
3 8 . As oessas o númeo e os mistios anais .          151
39. Melho aina, se á vva a ta voz .                    152
40. Assim me a ontee e assim fiz e . . . Mal e           152
4 1 . Íamos eesaos em mantos e resilhas .               1 53
42. A osaoeserto, esse eemoinho .                  153
4 3 . O abismo nos esetos atm-se às imensões .           154
44. Talvez o olha eeba ns boblhs e ola .          154
4 5 . Se o abismo nm eseto  bimensional .              155
46. Qe faze? Qe ize à alma exosta assim              155
4 . De  e aa o o se e m sa lenite .               1 56
48. Abanonei Oígenes ali mesmo, e Clemente .            156
49. Tentei, e lga e lga, a onvesão .                 1 57
50 Mas antes e hegar tão longe há qe es e .           157
5 1 . A es a no Caro foi qase sem bagagem .             1 58
52 . Mas basta de metáfoa agoa, qe as mais vívdas .        158
5 3 . De lga em lgar, omo ma iertinnia .            159
54. Como nos figamos o se? maginemos                159
5 5 . A fagmentação no instante hinotiza                  160
5 6. Sim, e sei, o oto lao essa reoma havia .           160
5 7 . Sintome tesassao e soliaeae 161
58. Fgimos, o tentamos fgi, ao rooio .                161
59. Foça  onvi a Hi stóia omo o rqiem e m eo .     162
60. Sem a melan olia dos instantes efeitos .               162
6  . Qem sabe o qe iss o qe ize? Temos m meo .       163
62. Vivese m intervalo ontíno, a hesitação .             163
6 3 . Há algo mais qe me ooe a oósito isto .           164
64. ingm fará amais a mea negação                 164
6 5 . a vivez a Históia ea ma vez m bem . .      . . . .  . 165
66. Os ães não ansam e laa. . . A aavana .             165
67. aam os ães à la e a aavana afna      .         166
68 . A História ana onfsa . . . Pomosa e eisóia 166
69 Só o o Sin  Best orono-e  test            1
7 To irá r no onto erto, Des  or               1
7   O p nobis t , Snto Arno Mige                 18
7 Qnto à en o ser,  stóri, bstri              18
7 3  Ms qe rzo e ser sen o o enteniento             19
74 Mrins esvoçntes tornno-se  eser           19
7 Ó soi o, onrç o o eeentr                   10
76 Ms so ontrfções  en e rr                170
77  às vezes senti qe roxiv o nto               171
78 A, oo s trts e ná r e  Niágr           11
79 Psseio só gor, o o extinto, rente                 172
8 Se evo   e o nesse sseio 12
8 1  Se  irr esse sseio soitário                     13
8 á tiões à vot e  reeo ss               173
8 3  A , ize, ns e eg .  tetivo                  174
84 U gesto nte Biznio,  est vz             174
8 Os fres os íos e Arezzo,  ooç o               1
86 Penso nos árores íos; n figr                  1
8 Penso n Crz, ntrene  . .  se  resso            176
88 Se á  estát no ser,   s negço               176
89 á qe es e o fno  fntsgori               177
9 O sátiro qe ri .  . Dei o  estát ssi            7
9 1  Por is qe bsqe e e interroge , no en ontro       18
9 É  o efeto estrno qe re ore t o o o            8
93 N o, n o  vi in, iginv o no               19
94 O ser   roosiço; soos o esboço                19
9 O ser qe esoe o exío e n soto no osos         180
96  ee iv, eorv-se e e eito               180
97  ros vivos oo os árores e ente            181
98 No entnto o eito qno eio e rzer              181
99 xiste sere, estát  estát, nesse or             182
  O ser qe bs   nie entre os brços          182
   Pr qe zer s? Ning eg  sber            183
1   O or ito   interrç o o ereíve            183
 3  Ms er m r efeito, or is qe fosse ei       184
1 04. oos ao mno    O ea o mno qe moia .        184
105. Binávamos om a via o ene os aaeios 18 5
1 06. Daqees aaeios eb ei me imeio .            18 5
1 0  stáas não se soam nem satam om a ana       186
108. Me amigo sato om a eegânia o atisa .           186
109. státas soas, ives, esáas aoas              18 
1 1  As esáas  o amo ensimesmao vão .               18 
1 1 1 . Ae  ogo e exemos, e too amo à ae .           188
1 1 2  aina assim, emii me agoa a onfissão .           188
1 1 3 .  eis me agoa vao a amaa o saao .            189
1 1 4. gaes , não essoas, hoa a hamonia en a .          189
1 1 5 . O m oação sevagem omo o me, eabno .       190
1 1 6. á ma geomeia egíima a qe ae .              190
1 1 . Deixaime aça agoa àqea nobe ata              191
1 1 8 . É sem oifnia a amonia ossíve               191
1 1 9 . Msa a seção, oesã o esase                 192
20. Poqe s intemináve omo aqees tbantes          192
1 2 1 . Anniavam o meio-ia e os minaees .               193
122. omo a bxa exma, a qe Dmmond enea      193
1 23 . Mas a sesa esavoia o moego                194
1 24. Os osigos a mene innam, qano abetos .        194
1 2. Mas a bxa qe áa no ao, qe vsia               19 5
1 26. e hano  rei de sine  omo m nix ao fim .         19 5
1 2.  somos nós esses fanasmas beínos                196
1 28 . omo o ião oano só, omo m ião .              196
1 29 . O esfoço e es aa onstanemente ao fino .          19
1 30. ão sei ize se a obsevei o ângo eo .            19
1 3 1  Vine ooia, e avaga omigo .                   198
1 32. Rmo à esinação sem fim o bano aao .           198
1 3 3 . Ta  a efoia agoa a hoa as saaes .            199
1 34. sse aano  eíve tambm e a soião .             199
1 3 5 . Mas onta, ó oação, a hisóia ineomia .          200
1 3 6 . sto, o se não eso ea esta ansao .            200
1 3 . as se a anção se esene, se a anção onina .       201
1 3 8 .  essa anção infina  a úni a giana .             201
1 39  Sege, me caçã,  giass cnstante              202
1 40 Cha, me caçã, cm  giass qe cha          202
1 4 1  Sabes  qe te i t  qe  i aga              203
14 Levantes ntais as fntes a lembança             203
1 43  E  mistéi a His tia é  mesm tamanh 204
1 44  Aexania, a minha Eecta é ta imã                204
1 45  Nã tem senti algm este sábi cnselh            20
146 Mas nã é  ma qe bilha à tna e m lha          20
1 47 nte mainha n eset, stella maris                 206
1 48  O ásis é mágic e eam cisa e ásis                206
1 49  Cm n ásis e miagem, ana san 207
1 50 N ásis existe seme, u ã seia                  207
1 5 1  Sim, mas  h  fim qase acaba cmig           208
1 5   A ciatua angélica n c e animal                208
1 5 3 Esfinge gega n eset iental                     209
1 54  A iâmie azl qe intemia a caa 209
1 5 5  Cm a luz atavessa infinitas esfeas                 210
1 5 6 Qe, se tca faze  instante ma esculta            21 
1 5 7 A Histia, essa maga abstata, a estanha hiena         211
1 5 8  T se tansfiga T vai a agnia                211
1 59 Recca  e qe esme  imefeit 212
1 60 E aceitams que  se s  se cneça assim             212
1 6 1  O ma e ma  a agnia e ee? 213
1 6  A estnteante nviae a beleza                    213
1 63  E, aina assim, ctejan a vetigem cnstante          214
1 64  Paa encnta em caa cisa a a essncia           214
1 6 5  Paece e canta sem nega à estanheza               21
166 Dizem  a e a em i, a aeia              21
1 67  Pens nessa metáfa, e uma btaiae             216
1 68  A ti, qe ese  níci fste m beç infinit          216
1 6 9  É s cm a ctesã qe ts s mnacas              217
1 70 Tavez aa ima m ia a alma ente               217
1 7 1  " ulpa no é mina   ", ensava Dna Pácia          218
1 7  As vaiaes  am cm ensais a ágina            218
1 73 Ah, se a aixã  se e a máscaa  nme             219
1 74  E  s as vã la se quee              2 9
1 75  E eu, que sh aagae! O que eu ais ecessit     220
1 76 Eu, que ebehei  teal eu u ágic      220
1 77 Mas já ã que ais vive a itesiae             22 
1 78 Qua eu g à geaa  cat que cgele          22 
1 79 Na eteiae, e que Histia a u ascuh         222

 O NOTURNOS (adagio molto moss)   223

1  Siga, c u véu iáfa e vela                 227


  ica  que  vet iz    Ua esja  a              227
3  O vet, eu sei, há e faze de ua escultua             228
4 O eu elíi let    O istate ediviv                228
. Célee c  ves que busca eta                 229
6 Paa bte aquele vet caichs                    229
7 aze, u teta faze c que  ifiit                 230
8  Ou seá ala e cuia? A e ã ita               230
9  A fl a ita a Flesta a Tijuca                    23 
1  Ah, as aisas  desej isatisfeit !                 23 
  . Mas esta aui ã sai da saa ! cseüete            232
   Ouvi ize u ia,  vet que aaece                232
1 3  Dele uvi ceta vez que, se  haa escit               233
1 4 "Luz angélia e negra lhe há e have it a Mu sa        233
1 5  Nã, eles uca se egaaa, c efeit              234
1 6  É ali que suge Tebas, ta aquela faília             34
1 7  Fas a, zih a a c que fige           235
1 8  O t assassia ,  esect que assiala             235
19 Aas sziha A fulguate cahia                236
2  A te é aa ti c  excess a festa               236
2 1  E ls c  gest laia                      237
 . Seás eteaete assi, aaixaa                  237
2 3  As eis aida ivaias as calçaas                 238
24 Talvez que  efue ageste a Sicília              238
  co mo as mares
25 . E e ·is que tomaste pos 1çao, , ............. 239
26  A cleçã e ivicias que eestas           239
2 7  Cla que tu está sleeete ata                 240
28 É  chei acienta, mista, a ália                240
29 A ia, naçã e efmes mtais                 241
30 Qan a sã aaixnaa se eaa                 241
3 1  T tem m efme qe sfca mas canta            242
32 Ta nez e a minha cnfnemse n nt            242
3 3  Mas qe efme,  tta, Alexania                 243
34 Tenh as laanja s, caa ma a c                  243
3 E tenh is naciss bancs, is instantes 244
3 6  Tas inslações ttais tnaam áis                 244
3 7 Qem f ien a emçã a eseia              24 5
3 8  Pinciiaste, Aexania, ne a eceita                 245
39 A ia ta é m eicái itineante                   246
40 Um ia, na calçaa e ma tae e agst              246
4 1  Dis elefantes incmam mita gente                 247
4 Me s is baçs em t aqee ts, à alta        247
43. E ia a ança cm  ene n mba              248
44 E se algm ia se inteme esse te?               248
4 Nsss tinfs, nsss ats e age               24
46 Há see m caafe slitái na ia                24
47 Mas me  am, talez, jamais m c ama        250
48 N caçã  inen ma flha iaga                250
49 E se a gema ofegante que tomas em teus baços .        .   251
0 a m es e Gethe a insialhe  snet          251
 1  Vej  esc qe haia ese seme n ag           252
 Ot ema e Gethe, sbe  ec, ema            252
3  S  mleqe  Ri (e  Ri Cmi!)             253
4 O ma instaa a música ensaa                 253
 Da esia ele izia qe ea a música                   254
6 Se e qisesse faze qe sçassem as flatas           254
7  O am também é música, a passacag lia a giga           255
8  A mim qe imta  bel ace essas sas           255
9  N  eselh em qe cmbin sns e isões a  m naa      256
60 Vaiste tnan ea, me caçã, e sint             256
6 1  Me infe é m ga e gitaas azias              257
62 A ate nã tem escú ls, tem aenas meia           257
6 3  Po e Mecúcio! Convence Rome a enta            28
64 Se como o foentino e baixo aos mes infenos          28
65 Sonhase qe esto eitao e agoa onha 29
66  isme agoa e volta a esse qato ieal               29
67 aiste tonano agoa ma flo e balcão               260
68 Ah, mas e as nvens qe aancávamos às cinas          260
69 É seme extemoânea a ança a alegia              261
70  e, qe agaa to e qe saía atás                 261
7 1   fime acostmano a confnite a m e           262
72 Tavez fosse melho nnca mais ensa nisso             262
 3  Ceta manhã ele acoo ceo emais                 263
74 Nesse eqilíio incontentao, essa ginástica            263
7 5  aze, como Camões, sbolos ios velhos                264
76  Recosteio aos fontões o temo, caiátie              264
77  Mas é to mentia, essa múmia exemla              26
78 maginemse os cabelos e Aqiles (o e Atea)         26
79 Mas qano minhas as mãos osavam os eos 266
80 Ah, a evocação o amo! Mas qal? A enlaaa          266
8   O visia e a hoa gave    É no vazio                  267
82 Mas fico a solça assim, como qem ensa             267
8 3  Qe me oem vale agoa a encenata                268
84 Qe me imota choa o não choa agoa? 268
8 5  Qe te esta ize? Qe mal te conhecias               269
86 Sacoe agoa a imenitente caeleia                  269
87 Desenteose aa seme o te jaim                270
88 Mas acabose o qe ea oce, stela' A lva! 270
89 É qe não qeo mais, Alexania, naa                271
90 Mas vai ano como m oio camafe              271
9 1   enqanto a oce assom ação o eseseo            272
92 Deixaime solça como qem moe os eiços           272
9 3  Solça as aavas e ao qe oço ize              273
94  Ah, a em to isso ma longa agonia                273
9 5  inte anos eois evelaamlhe o eo                 274
96  m ia hei e moe e tamém. Totalmente          274
97 São as coentes a aasta a assom ação               27
98  Seeni in extremis esse gest                     2
99 Sa múmia é eal, mas é aina  avess                26
00 É  mssíve me ne a l  se ebela               26
 0   Há qe sbi à egiã escnhecia                  27
 0  Tenh a esciã, e se eclhiment              2
 03  À istância, isla ela esectiva                  28
 04 Lent , mven na l  banca a majestae             278
  5  A eaeia aaiçã nm ce                   2 9
 06 Pens em Eli abeth Bish iante                   29
 07 Um se assim, Alexania, tã istante                280
 08 Vi em Kae an essa única ve                    280
09  E  lhava e lnge sb m sl qe caía              281
 0 A almeiaeal, a qe alma  alma                281
   C aía  vent, a ventania amainaa                    282
   Calávamns ts éams cinc  seis 282
  3  Um e n s mmava algma cisa assim             283
 4 Mas nã  ea  Cev Real  Kalavala               283
  5  T nã mes nem eixas me, t nã cessas         284
  6 Deixaime ente esses is extems exemaes         284
  7  Lnge, a extem st aqele ama aga          28
 8  É qe eles vam em ieçã a Oiente               28
  9  Um seia , m sange extemâne e aée          286
 0 Pclamaas as asas, live e cnfnilas              286
    É entã qe a ce eçã  xinl               28
   Tens a ã, t vlta, a l  é esec tal                28 7
  3  Pe se qe tqems assim, m ia,  fim            288
4 Mas nã é essa a eteniae qe eems             288
  5  É ecis i men, cnstatan qe  viv           289
 6 Ns tems a esantsa metáfa e Hme          289
  7 C nfi em qe etenhas essa enteaa ta             290
 8  Cet sla, m s tes líics gigantes             290
 9 E instante a instante am, cm  ce esese      291
 30 Al mentate ele, lba cnciscente                 291
 3   Sei esina, cm  esinava  se sla           292
3 E ali vej m sla ante ma eteniae             29 2
 3 3 Um vt inca a s, Osíis, Mita             293
 3  Vta, assa as ucs e vtei a aaesc          293
 3 5 Kt Ge s seu teema ae                  294
 3 6  É ma ca aente, m juieu e esinhs           294
 3 7 N Nv Méxic, a cem mihas e Abuqueque :        295
 38  O ânic a ama à fme sem eméi                295
 39 Eu evcava a uz imitanhe  jg                  296
 4  Hei e me assim: n ua meia             296
   Os és  Reent, que anaam neste mun         297
 4  Divnae  Styx, minist  aquineg             297
 3  Quan eu me axima  útim caast .           298
  Aeus, meu Agnauta, meu uxi e u           298
   Ntaste , Anacente, cm eu  man ema         299
 46  Sem mais efesa aguma, cnvesaei cntig           299
 47 D que cheste,  que anaste hamnizan         300
 8  E um c que cessa O meu c nã qe        300
 49  Caegams cnsc, caa qua a seu m            301
 5 Aeus, ciaesign, ciaecicatiz                  301
    C atai cmig aga, assim, stumamente 30
   Sms  c e aquee t esea aga              302
  3  Canta a nite seme xima, imanente              303
   E se nã f ssíve caa musicamente               303
    Ah, cm seaa a ançaina e a ança?               30
 5 6 Mas tcame encea este cnt seni                304
 5 7 Ps a ena a ae saen muit em               305
 5 8 Um execíci em tn as ms temais            305
 9 Pens em Pína aga, que também nã saia         306
 6  Esíit e Aexania e s meus vess               306
 6   Aancame a ca es te ai iitante               307
 6  O teu eíi, caçã, ascene enfm                 307
 63  Teu eíi também sbe as asts aga              308
 6  Ouve  me git,  gi eten e umins             308
 6 5  Ó Via Láctea,  minsa imã  segun              309

Ínice  em afabética s imeis vess             311


In Memoriam
Simn, Lrd Glenalmnd
1111.1971- 1981992

"If you, in whirling om the mirror gaze,


reect on this, hal-caught in sudden recognition,
pause, accept that this also is your face:
the bne less harsh and contour more fine
revealing both fires; a compound, enduring uition,
the incepton o soul where two halves entwine.
P Hospes comesque corporis.

"Fosse tua vita quella che mi tiene


 sulle soglie, e potrei prestarti un volto,
 vaneiarti igu as non e
non e cosi Il polipo che insinua
tentacoli d'inchiostro t gli scogli
puà seirsi di te Tu l'appartieni
e non lo sai Sei lui, ti credi te.
 M La Bufe e altr.

" .. each mirrored the othe neither


 was outshone So they ashed and vanished
and all that suived them was the stark gund
of this pain I made no sound, but once
I stiened as though a remte c had
helded my name It was nothing  
Y H King Log

"C'est déjá quelque chose que d'avoir été heureux,


et pouvoir paois se chauer les mains aux yons
des soleils morts
]  Terre lointaine.
E  FRONTISPÍCIO

"Eu vos compensarei pelos anos que


o  gafanhoo comeu . 
( : 

O Senh metea ns cmensa s ans


qe a egiã s gafanhts evaa,
me caçã, mas a messa ea tã aa
qe achei mais nata v-L ma e ans

qe afina ca-Se e assnts tã mnans


Assmba-me, tant, ve m a z tã caa
fecname as cantigas, caçã me  eaa
cm cescem esigas ente escmbs hmans . .

Natamente, qem s e aa qe Des


cmisse em minha va messa tã efeita,
e  entant ei L aan, iman s hs mes,

fazen-s ve qe, n tiga em qe se eita


a lz aa e msica, se ag eese
fi cm  gã  ente a seaa e a cheita.
 PRIMEIRO MOVIMENTO

s EPIFANIAS

anane spanao
O tempo se é que podemos intuir essa identidade é uma iu
são: a indiferença e inseparabiidade de um momento de seu
aparente ontem e outro de seu aparente oje bastam par desin
tegráo [    ] egar a eteidade supor a vasta aniquiação dos
anos carregados de cidades de rios e de júbios não é menos in
crível que imaginar seu total savamento
 Lurs S História da eternidade
 

Pvvelmente que  se se intnqüiliz


e já nã se  que i sen; ntesmente,
que s fgueis e um mti imenitente
sã seus tiunfs, seus tféus cheis e cinz;
e finmente que tu  que gniz
que mug, slenz  imemnente,
 cçã, nquee fun mbivente
 cis humn, mmetâne cm  bis,
ms esui e que s músics  mete
hã e ete  se g mis que u m sm,
 cçã ve s smbs e um m
S mut mente esse ilui se nte
 fç e c ntes que  luz cente
 ee luc cm à msc n em

I. 

Nem tu se esfz, n em tu um esquci,


um ec u u t  mis e ests e estçs,
qu e cnçm u n ã lcnçm vlt  seem nsss ,
segun um cçã be  seu ecici
Que  ventu é esc e  escl ifcil,
lguém já isse iss ; izse tmbém que s ss s
   ci, nus, ingl is, sã cm um eseci,
u fgfátu n memi  qunts fsses
smm um s st,  mã que  liv num s gest
e um fee e cbes  tumultuhe  tes t    ?
Rest que um c c luc e legi,
s que, c cm um ânf vzi,
n há uc iviu, lhe entu  c fest,
 luz quele gest que ele há tem s nã v . . .

3
 3

Há tems qe em ses snhs já nã eva mais


 m Píncie Chang,  mit qe  evcasse . . .
E eis qe aqela manhã a lz e m st saise
cm m feixe e caels evts e enasce
t m mn lá atás! Ah, a lz aqela face
aina ea ígis nele! Ele, qe, élas!,
incaaz e canta já há tant tem faz,
nem snhs tinha mais. Ah, se aqele asse!
Se  fizesse vlta atás e vez em qan!
Yeats em Cle vava ente cisnes selvagens,
ele vaia a sl as ganes estiagens,
ia ve  s se n e t m an
e famings esatizan, einventan
a lz  amanh ce cm  e as miagens . . .

 4

À meia qe fge a lz cescla,


estenemse e ilemse nela m hiznte,
a qe ta silheta e, vae  mnte,
as cvas, as aestas, as bas e m ga.
Mas as s as  instante , qan esetam  lha,
acecam  vi a ái qe as ecnheça e cnte,
e é entã qe aqele cânta ve vta à fnte
 ai qe escece e nã sae cala.
É em nme essa eaçã seme  sca,
ses jgs e amlheta s em vazia,  cheia
a invesã vagasa e ma sa e aeia
qe tca e ga aa fingi qe a,
é nesse encnt ene a aeta e a atita
qe ma ciae existe ta qal imagineia

32
 5

Que fae
fae e ma s a e aeia  fugitiva
fugitiva
cntínua cm  ai?
ai? Cequei
Ce queia cm ue
e uma gua
gua u uas  smea à nfinitue
que v bia em cetas uas  sem que q ue viv
vivaa
a f esses vlteis mais que a smba ftiva
e uma aquaea fia
fia Um ia  an
ante
te um açue
a mna enine cmae a atitue
e a lacie e um a e uas  umau ma vv
vvaa 
ativa e a uta  st a Ofia sucia
eui  esbament
 esbament  u nives
nives
ente a imagem e  eflex a exlicaç a via
a sena aa  se
se e enganavame
enganavame   inves
inves
 qe aei
a ei e e tamb m n tem mea 
lexana e a lu n cabem n meu ves

I. 6

P que lexania? Cm me ei e exica


se mal anei  á us-me g a senti
s vags bihs malgas e um vi
a mumua meu nme ente a emç e  ma
ente  mment e  mt? Ente aquee uga
e esta qase canç a m que tenta uni
a ágina a ea
ea n se e im ei
e i busca as vietas que enciam um houlard,
mas
mas n es tca mai s ue a músi ca   veae
veae 

 sei  que
que exania 
 Sei ue ç
ç 
uns mumúis n san ge a caa ve ue um ç ç 
s me abe sem fun e eu vej uma ciae
um mun á  ent se a ate  um caabuç
essa
ess a vis
vis  uma
uma iç e ibe ae
ae 

33
 7

N n faç senti eu sei mas n imprta


imprtame  avançar
avançar nest e meu lairnt
e tentar alcançar certs passs que sint
afastarse u vltar talvez ali a pta
  sem
s empr
pree gira
gi ratt ria
ri a c  m   s an
angg u e n a a
artrtaa
e  craç n tem alternativa
alternativa M int 
tina  recurs e parar 
parar  N e n t an
ant
t    n s tin
ti n t
e recapitular
recapitular se nemne m sempe
semp e cnfrta
cnfrta
anima tu e encntra ta uma cae
uma c ae feita fnix
fnix  verae
verae
mas feita a fg cm a stria  arcan e  tur
disputaramna em v pr sculs e  mur
tmu mas n mu aquele sreur
a rf e lexandre a flr a amigüidae

. 8

mei lexanra apaixnaamente


Fi naquela cade que amei cm ingum
cm s e ama a verda
verdaee e a lus quan
q uan vm
a ar quase n mesm um craç cnsente
qualquer amigüiade
amigüiade  alma quand tem tem 
cm se iz  a da
 da ta
t a pela
pel a frente
frente 

À mais ntria cniç incnseqüente
que um vem craç cultiva eu dei tamm
cm  arc  eriva a quil  sempre prnta
a naufrági ideal Mas n fi  ciae
que eu aprtei um ia  a vem alma tntatnta 
 cp ama a la  fi quela metae
 eten cmati  a  ia a vaiae
ce cm
cm  um cla e  is  cnt   cnta 

34
 9

Pe
Peãã pela impuncia, vu epess epessaa emais!
en umau ma lnga is t ia a cnta e  pecis
peci s
same, eca que nunca ecnmiz
 que me empesta a Musa Paa vlta atás
  se
s e mpe
mp e bm
b m n
nta
ta c
cm
m cant
ca ntaa  fugaz
fuga z 
issimulaamente ápi
ápi á um as
lg  entaa
entaa e um paque e lá lá  "O Paaíso
não tem pessa e te espea   "
 " O lembete maz
vlta a e eca a media,  cmpass
a segui cm cuia, cas váme váme acec
ace can
an
a um t que encntei ali mesm, bian
egla num tanque  nã tant aga  pássa páss a
quant  enigma me cama, me faz nta que eu an
cm mais pessa que  cant, que le atpel atpel  pass  . 

. 

O núme, u meida, e a apaiçã  se


sã is antnims exats
exats eu queia
que fssem cnvegentes e pusme a cncebe
as músicas a mente, as ates a pesia,
cm uma
u ma taduçã a e tena gemetia
gemetia
impessa n fugaz
fugaz  luz  entaece,
entaece,
n entant, eu já apaz, nã me eu vive
em paz p
p muit ambígua
ambígua,, j amais a sma fia,
fia,
s algaism
algaismss que Pitágas snaa
smaval
smavalee s peaç s pque a mente nã nã páa,
mas nunca ava cm a meia imaginaa
aquela tae
ta e um pássa
p ássa e gaganta
gaganta ctaa
afina
afina fezme ve cm a e mçã sepaa
e une tu uta vez s vseas  naa.

35
 

ltare a este assut a erta esta l


a e dar utas ltas
ltas e eludarse as
se eu seur re aead as atrs
reed
reed u re
reed
ed   ad a f
fura
ura
de u ud etr el as se raz
a raz aquele pssar  fuaz
 u apa de tes e ua leta
euada e ada
ad a ea e tat faz faz
se  at  terrpd  altura da arata
pr as ua
u a la feta a al alua
ua ratura
ratura
u se  estrue d tep eedra ua fura
perfeta
perfeta etra    eeaa que ata
a ta
e ata quad
quad  sa de ea utra es ultura
e  lt
l t est
est d  as   adata.
adata .

I  

de etre elas a dade e a edda


a tele e a sa as as a 
at que u da se e f se despedda
a a pera que  asa. O az az
a te se quartel a esperaa  fast
e a fere de 
er
er u fals
als  a utra auerrda
auerrda))
sara et reflexs futuad u r
uja fz
fz faz de fte u tra ez ez e a edda
e dda
eeduse e  z z ltue a apareer
apareer!!
Mas 
   sa e ste punad
punad  de aleras
aleras
adentes para a m que as eupera e fias
cm
c m as alas cntra um c u de entardece
  ua
u a equa
eq uaç
ç d a a  m a a ama
a ma tent
te ntan
andd   s e 
a ee
ee etas cen as ertas
ert as lex
lexandas
andas  . 

36
 3

 ss
ss
 s  s d lz  pldz
dql  d  q q s rt,
 str td  l dr   xt
 r d rtat  tt, r  z
a ddprs, rms trs
 trs
trs ts qla tl tl strt
 strt
q  stt ldr  dx rs, tlz 
pr sr s  st
s t  d  tr
tr pl lr
d  dd rr tr s rs trrs
ql prq, trs dql rtza,
rtza,
ql s
 s tq r  rtz
 lz d drd, ltpld ns,
ults, rxs, ss d  rr lz,
s pr q m m stls pns

.  4

Prqu
Prqu  pssíl
pssíl,, 
  t,
t , r
 r
 m d d tr  ps
u dsrt, rts ts, rts s
iuss m  lt lrr,
sst  rtrrm ssi, tr s pqs
vits d arlq d lz q d  sr
 um ls ds álrs, utr d d ,
nta u u al adms as
instatas tas  n sm uga
qu  tmp mbalsam ara ssu ssusi
sita
ta

núti sstihs
sstihs u busálas   a
qu atmnta a xistnia  sm uma  sa
isubmissa  abitáia  vm ana
n qu quan q u bai quas  ifnal!
ifnal!

37
 5

O que me a canta n entant  que me esanta


e esanta tant que n sei cm cala
  aque
aq uee
e t
t  tu
t u c ia
i a  e l e  que c an
anta
ta
em tu  incnsla    Ele  que invae invae  a
cm iava ali t a e luga
 ic aet cm seu git sem gaganta
ente as quíeas
quíeas e as e stelas.
stelas . u
u encanta
enca nta 
tu  que n se entene vive aa encanta
e sacui  mem essa eia alaa
que camams e ate aulaç u mit
mas eu me eaei cm  ssia  ininit
n enteniment egíci a ni tansmaa
em t assassina ane s tais  naa
e  inevitável que uça aina aquele git

I  6

E assim ene as aletas a lu mistuaa


e tns e siluetas n aile ulguante
e que as ias e vltas v clin
cl in  instante 
em ca cena ieetível que eua
e cnune  invsível a me nesse aga
que a  que se nessa tela incnstante
e inacaá
inac aável
vel em qe  se se  se v e a
a
uma ciae vlta e u t utuante
ame eca s ls paa cnta a istia
a lena e um instante n cistal a memia.
i asseiam aa seme  iguante
 c  cieu e esse eu cuja glia
  se
se   q ue c e s s  u e se
se    se
se  ian
i ante
te
a u que  ectava
ectava cnta um mun  istante 

38
I 7

as atraessan, e surresa e surresa,


ua cntínua nulaç  tnernte,
ua lna crtna futa, as rsa
 entaç  craç ante
 nstantâne e  etern  e a   aante ,
u craç, seun a rra crrenteza,
ase arn u can nesse espe nulante,
nesse crstal e fáula e que ta eeza,
e aarç e esaarç,  nstante
 eternae, entre  eal e a natureza,
eretua  fuaz e alucna u aante
 ass que lexanra, essa estrana acante
resttun s ls a cada Orfeu, reeza
c  real e a esa  sere as aante   

 8

E escur aentr, nas flrestas uscas


que  cant traz e lexanra, a nextnuíel,
e a reclcan e trn  sensíel,
 r esses sques reads u atrás
e u sei-sn, ua ae rta ane ela az
a-e arrastan   anta  insíel
E a as tu surin,  ciade caaz
e recr este uners nter a níel
as ras,  luz crtaa s tras,
 atura s rtas e que  ser, r ncríe
que a fáua e sea, cnfaua ana as
c ea, cm a estea c_ a estrea, e  fugaz,
 ren este mun, c  r ntegíe
a va, a eanaç as ras rtas

39
 9

O esfç fabus que a aa ente fa


aa tna-se úsica  see u exage
as  t  seu be  cnquant guae  chei
a bsess ais ace e  sab que  fuga
vai ccan e tu  um a cntua
u assassin ent esse esfç estangei
 hania  se  a caç iei 
a instint e seguia   cane e a tu ais
 huan eu sei eu sei. N entant essa eente
a aa que se esbate cntínua e cegaente
cnta as igalhas a vs que te ns açs
fçan-se a aanca u t a seu s eaçs 
ana as abaçs c u fantasa ienitente
assassin e ar sa ente  ch e s asss.

I. 

Na veha ebiague a a ciatua


 snh ais tena  ais aiciante
fi c cetea see a nç eiante
e existir e aneia tta na investiua
n cec  instantâne aquea aquitetua
fugitiva e va que chaas e instante
Pea cintiaç e um bih assi  aante
tca  unives intei aa ant-  atua
e u vagaue assi t ái  jga
enaa  instantâne  seu ea
cnfune  un a se unívc que ama
e vai uan tu e baias e chaa.
exania   icaei esecta
a mascaaa e fg nutese esse aa

40
 

Mas ec  fi a meaa aquele ene


que ia sevi e bússa u a mens e esquelet)
aa aentame neste iv em que me met
leva ela m  mit  muit ce
aa eeme ent ele seu sege
se guaa algum n á e abise a meu snet
 intemeia e um qualque amulet . . .
N  mas aquele ássa sangan ente  ae 
a nite e as águas quietas levei cmig um sust
e que ans mais tae ia aga a cust
 maavilament e aquela escbeta
ua emni estina na inceta
afei as as fime a página abeta
em que li um avis butal talve mas just .

 

O t fi um ássa  e m ta a ntigüiae 


que  alexanin uvia mais c quem venea
 que eleita aquele cant  ecs a esfea
insistiam s gemetas  teia a ieae
e entava maula  c ua enfemiae 
estitui  am e algum . . . Ningu m esea
ígis ele aga mas aquela ciae
  aina um sacil gi mata um t  a mea
men a cena  a esci que fi  fat
e  luga em que se ea ! ) muitas vees
causaa escânal estuefa. E meses
ans eis váias vesões  meu elat
ciam aina as uas e exania  s euse s
ui ie le vingaiam  assassinat!

4
 2

lexanra  a ass, seag,


sem-agn sca  N n e na verae,
es e s cls e secrsanae,
e em mas que  mln cm rem  sl,
 se assa c se ra ve a r
 Fara  amasse a  M s s na ae
e saer  qe a, as se al   l,
 a sea e qe lá se envlve a realae,
n v e vela  e ca sl ,  a ecel
rgsa qe lara se vnae,
alve, mas an a ass c aaxna a,
ara envlvla  E r q e n, se a cae
reere  qe õe s lenas  aan
e aqela se aru a r ra eernae  ?

 4

, c ar r lá! Qe xases  graves,


que c enera  e alera n  cas
nernável, a, qans nermnáves,
lngs enes levanns, qan aras
e âara na ca, e salva ns ras!
Caene s excesss neáves ,
rque e ve nas s, e m es lens áss,
 eern qe á n nsane, eernaene as aves
 erene ver qe e ese  e ar
cm  mesm enlaaen gual em caa ar
e alexanrns e ssla  e assage . 
Ne se ecar s ls se mas ma mragem
s leques a alera cran ma
n a ans aas ,  save,  selvagem!

42
 5

Mina seara musical r esse c


que enredu e artiu mina da e metades
  uma irudente  uma recára elaç 
n craç das mas febrs fragilidades
Migalas velas na estaç das d esvntades
mas que cnura uma cidade e u  craç
a euar unts n banquete ter
 estran ar de fragilíssis cnfrades  
ltar a tem de fruir artir  
ds desvars ds delíris das vadades
de um cr jve emanturrad de emç 
  trig lur de alegria que e invades!
ud galas mu sicais   Mas r que n
eu craç canta  teu rest de etades !

I 6

Cdade-umbral da ambigüdade e d dlema


ura rmessa rlngada de nterdi
entre  sn e seu mal s febre se remdi
e  sabid que a mente cnge qualquer diadema
irrefletidamente   lu que tud queima
e tud aaga fa de cinas nss td
mas reslandeces nesse vácu c a teima
de uma fgueira fabuls a cm  ass i
d cr  alma emururada que ceda   
N r aver idlatrad um craç
que me aertava cntra um eit nite e dia
mas r averte cnfiad uma a
em tud igua  lu mrtal lexandria
fi tud um mit esse infinit a eç.

43
I 7

Metink certas cisas n se evem ier


nem se  e aagar. . . Que faer? N tentar
as aleiras inquietas n lng houlad
a meria e tu  que n quer mrrer
e insiste e ivagar esuma sem er
na a na extinguir-se  assmraç  mar. . . ?
lexanria  esua slta a fermentar
ta a lcura ta a r t  raer
utra ve e utra ve e utra ve  tu ara
aliciante alucina e alucinante 
vin rii e erraa e que a alma tma
s cultas  tep   lu  ia e antes .
Certs cisas  menk s um esta e cma
er tu  lexandria  teu erfl teus amantes . . .

I. 8

Qe enfim a cniç a c arne que se entrega


 carne  mera imitaç s aus de lena
um r cima  utr a ver se  fg ega . . .
Mas n   fg   a sli que s e esena
memria aentr e  inevitável que a alma vena
e lnge e ne anava falsa falena cega
imlar-se utra ve cnfessar  que nega 
assinar um reci senil.   E quem esena
as nvas cntrções essa caligrafia
rsa e rgulsa entrega-se melr
 aariç a escuri que a renuncia
nas nvens cr e cina emururaa a cr
a nite que s e alastra as c s e lexania
feixes e lena aren intimações  amr

44
 9

E  fg esse ar sb s teus cus acess,


c be  recras, rina e u antig,
e um etern ritual ança s braçs ress
s algeas e ur, as luxs e u abígu
canr e ser u s , sen is  Prque  trig
assi, e bca a bca , trnans inefess
ante  esenr a esiga, e tu e n s, s trs,
s únics talez a esenar arig
misturaas telas e  eu aig e eu
nunca escles u .  . ) , fs, ss um tri
estran, lexanria  ais je rreu,
 utr esquarteju -se e tu, rtal azi,
enceste cm as ars que lta u lng ri,
entre a nascente  a z caa ez ens meu

I 3

ecrarás, ciaeec, u cert alç


e quase i e tare, ue Rosette u instante
e uma sleniae cmica eu, iante
 glaiar que se renia , aina era ç
e u tant as laa  tal  escç
a flr carnra curarse, estnteante
cm  erfue e isita a caabuç
Que estran sust  amr! E que estran u amante!
Prque era inteiraente eu aq uele estran
enfi,  ser escneci e cneci
cm uma ez aenas um c faz senti
eri e antem u n, ele era  gan
que seniza a era caa, cm,
gamenn que se esia ara  ban   

4
 

Mas n ns aesses tant que anal


tes aquela eteniae a que a ciatua
quan se ee e uta e aneia vtal
einvnica u inventa n sei  sei que enua
 se n instante nessa escie e stua
tant ais eaante  suse ital 
al c a istia  a essuõe  final
e ua batala eável  a istua
 cntingente a inefável  a eceita
 se ttal segun  artsta enquant aante
De acr c Plat  se nasce ante
 utr a etae e a ala issatiseita
ant le  c  eseita at  lti nstante,
quan atavessa  esel e se entega se eta   

I. 3

a aquela an ele anaa sisu 


lebavae u cael que ua ve e Pais
fugira e busca  eset u aeni
 bre cise bauelaan e tu
aastaa a agnia e u lng la agu
quan enfi esabara aquele la e gi
 quaneg a eç teia e eu fi
que n  ecebia absrt n estu
s caics a lu eu va aga acesa
aa see ente ns a sa  esej
P lança uta ve n encalç a belea
Fec s ls aga ans eis e vej
aquele tte escultual e ua nbea
ancestal inecis ente  Juas e  beij   

46
 33

E reve  vle dn dee lugr


ler, me rx u vle    )
ruvm quel ru n ver em prr
e pnuvm lexndr e  lue
que   pun n   rreque
 nuvenn  prem egr empre d r
e nrmeer-e  en, m qund m prr
nquel prç prem rle
murnd-e  ráfeg, perurnd  prd
pud n vrl d lu , m  r,
m prend enç  ud pr derá
d nnu vvm enre  ruel r,
 vle qu e eu v lnd  pr
d rm melnl á n e m m

L 34

M n fl em vle pr uldde,


ev prque gr que v xnd  eur
nt- de nv l, de ennr quele mur
 que n rem lngmene e rde
Nd e de ân,  rç vrde
fle de m leve  ml e  dur,
pr m q ue e de, prr ne um fuur
erd de vle e prene de udde
M, pr emldurr d m grve pe
um pr de mne red  um mur ,
retrn gr  ee ll de lexndr,
 um nfer em que uvi  Ug F l,
epulr pr epulr, n jvem v que  l,
e reve  vile prn l n

47
 5

t ent eu n me aa a cnta


a  a sremesa e um almç !) que em lugar
aquele mç cnviarame a almçar
 etern rama alescente a alma tnta
incaaz e aceitar mens que  amr a afrnta
 insult que le faz  ese vulgar
uma alma assim irm e Páris nasce rnta
a arer r ria inteira  n r um luanar!
Os assantes ntava aquele ve rst
e nmae atrci len-me esia
cm  acent grave s eserts a slst
e cnstatan nele ua melanclia
que cnecia uit em cm t  gst
etinam  lar na vz que s  eu entenia

 36

Lutava cm  staque n ric tenaz


insistia em fazer virar as cnsantes
cm se fssem tas ulas rinciiantes
tenem a rar as reves a acentuar s ais
a lngua italiana .  . nsistia emais
e fazia rar s sins issnantes
a mrte que vagueia entre s els instantes
cm  vent na areia a estátua e u raaz
mei curva sre um li una a m
n mámre a mesa entre a area armnia
e as nervuas a era e a eleza smria
rilava a sl caente segun a encantaç
e sílaas erfeitas cua enunciaç
tremia cm a luz em trn  lusa fria

48
 7

Eu mal sabia o que fazer! Va o que ouvia


e não movia um músculo, mal respirava agora,
como suspenso entre a vsão que se evapora
e a sombra que lhe vem ao enconro a poesia,
que ali chegara como a luz a um beco, iria
dobrar a úlima slaba e esvair-se, ir-se embora
entre um caraanchão e um ro � to  . . udo agora
udava de lugar, cruzava a pone esguia
entre a mente e este mundo, sugerndo-me o umbral
que a alma acordada reconhece enre o real
e a alegoria. E ainda ass restos de orfeus
retnha aquela luz, davam-na aos camafeus
mais comoventes, a essa aurora que há nos breus
armóreos da harmonia, de que a vda é um portal.

 8

Não m e seria juso, ou plausvel, dzer


que só enão, que só ali, naquele da,
eu ficara sabendo que de fao lhe hava
trespassado ama e corpo e enfim tocado o ser,
essa luz que entre as malhas da emoção, do prazer
e da ilusão, conduz à úlima harmonia
que ninguém definu jamas . Mas o saber
e o sentir, elevados por força da poesia
às aluras do instante em que a luz vai morrer,
transfiam de repente a perfeita alquima
que é o lugar habitado do amor: Alexandria,
os sepulcros do Fóscolo e aquele entardecer,
juntos formavam u berço a esse frágil poder
que une enim o svel e o invsvel que o cra

49
 39

Eu , que o e scuava ler, na paua inconfundvel


de versos imorais, a canção de um desino
como ficara sendo segundo o crisalino,
o elo mausolu de um poea,  possvel
que percesse enão cero fio invsvel
que une enre si as almas no que êm de mais fino:
o prodigioso acoro qu e orna o ser connuo   
 e enre ós dois e o óscolo pairávamos ao nvel
de uma melancolia,  porque o ser  assim,
resumo de perfumes prómos e disanes;
ma s enre nó s, u ma cidade e essas acanes
que resiuem de repene o Oreu sem fim
ue anda na luz, udo canava e agora sim,
agora ramos um, em mais que u m par de amanes

I. 4

 somra acumulada pelo so l declinane


rerocedeu dez graus no relógio de caz,
mas naquele lugar rerocedeu em mai s:
iluminou severamene aquele insane
Um ailado de somras de rás para diane,
reemoinando o mio nos carreis morais,
ameaçava, no enano, arrasar cada amane
à úlima união, a que confunde a paz
e os campos do icorpóreo: um fanasma de lança,
de espada em punho, mas sem empo e sem espaço,
un e, ou respassa, especos    ssim culmina a dança
erminal de um amor sem mais es cudo ou raço,
assim quiles ane o Párocles que avança
e o procura enre as somras para o inúil araço 

50
 4

E ele lia e eu seguiao aonde vai cada pa


paa alé deste undo, na luz etogradante
que funde as sobas nu enlace deliante
ente o incopóeo e a assobação paia no a,
ente antigas ualhas e a luz cepuscula,
cada enconto ente os paes assi: se cada aante
é ua etena etade, o todo é u nada  vante!
grta Caonte, e i o eco e seu lugar  
Antes que óia adesse que udou de e ndereço
tnha toda razão, coo Cassanda a tnha:
elena era u fantasa apenas e seu peço
alto deai s .  . Quando os aantes cuza a linha
entre este undo e o ito, via-se pelo avesso
até qu e saiba a cnza as delcias da vina.

 4

Páris, ó eu ião, tabé foste o joguete


da ingratidão, dos deuses não, sepe éis,
coo o são, à ilusão que eu tabé tive aos pés,
as do deal. .  No teinável palacete
rodeado de otos e que aaste u joanete,
o pio coo o elhor de u copo, agoa és
pouc o ais que u especto, poque afinal cedeste
a taóias iguais . . . oos cegos cuéis
os que aaos deais, se que ningué entenda
que a cada novo enconto nada ais nos ipote,
ne os capos elsios ne os capos da orte,
nada, a não se os olhos e que poos a venda
da cegueia ideal. Tóia adeu, as o fote
eras tu, ea eu, tudo o ais ea lenda . . .


 

É lenda, é pura lenda e só lnda, o unverso


que a luz va entornando, encarnando ao redor
de um balado de estátuas  e até mesmo o melhor
acredta nos ards da luz! O mas perverso
confunde-os à lnguagem, enfa-os entre um verso
e a realdade e arde também    Eu se de cor
o que vale esse ard, no entanto vvo merso
nas ascvas da Musa, ergo o meu M aldoror
com a mtação do mal da aurora    O trocadlho
r do ue Lautréamont mal ousara dzer
ue há uma chaga, uma brecha entre a lguagem e o ser,
e e a essa feda é ue chamamos arte, exlo,
sonho, mtologa Que mesmo o amanhecer
baxa a esse absmo como um pára maltrapo.

! 44

e aea luz, o etato, emprestasse o pcel


a um poeta ualuer, eu tentara agora
fazer que retvesse o retrato cre
daquea ntensdade qe nunca se demora,
que atnge o age um beo da e vase embora,
esgarçando-se aos poucos entre a doçura e o mel
até ue as brumas de uma tela ou de um papel
msturam-se e dluem-na pela exstênca afora   
entara prender a cabelera loura
de um jovem helle às gradações daquele céu,
a mão marmórea folheando a embragadora,
a doce fludez da hora .  . , mas é meu
e só meu esse quadro que nnguém vu e Orfeu
legou a Alexandra, sua bacante moura

5
 45

Desisto d e tentar pintar a plenitude


e volto à inha história, u a lenda de aor
coo a reenda e  vão a ão de u aador,
de u ero contador de histórias. Nunca pude
ou nunc a quis cantar senã o a finitude,
a desaparição, e se provei do aor
coo que ee a u do eterno, seu saor
confundiue a paleta de atiude a alitude
e não e restou ais que u vago acio.
Faço daquee ins tane a agônica oldura
 de u paine ao inverso porque sei que só dura
a glória de cantar neste universo, e o rio
do epo e do lugar aandono a igura
e o sentido de tudo, eolduro u vaio.

I 46

nhaos deparado, ao dorar de u a esquina,


co certa oja de aniquáro quase ao i
da onga perspectiva aerta que terina
onde o ar recoeça às eiras de u jardi,
atrás da fortaea chaada a s a-in;
ali, entre a cacoonia levantna
dos cacarecos desta vida, ante u esti
de inconseqüências, coo a estátua na neina,
déraos com o livrinho do Fóscolo, calado
ao ado de um troone . á ua vo que coanda,
qualquer que seja o preço, ao silêncio, ao cuidado
do que se di às contravoltas da ciranda
copraolo, ou elhor, resgatamo-lo à anda,
e lá foos levando u sepulcro fechado.

3
 7

E agoa va-o abr-lo co m toda a ntensdade


do momento solene: os cabelos cando
sobre a fonte cuvada, estatuesco, lndo
como cada cadênca, ele ea da dade
da juventude gave ue habta a eterndade
voltava as págnas de um labrnto nndo
em ue a beleza é o mnotauro e a realdade
a vrgem desmembrada, e a lendo, nsstndo
com uma carnfcna de mármore esculpdo 
Não fosse tão precára a armadlha da luz,
e, po pefeta, a cena talvez fzesse jus
a mas ue este soneto mas fcou-me um gemdo
e dó-me ouv-lo agora, cmo o pobre avestruz
ouve o tropel na area: entre cego e atuddo

 48

orra uando nterrogado, e alguma vez


me obgava a mentr, fng ue não saba
como melhor dzer certo som, a harmona
deste ou dauele verso ue mportava? alvez
mpotasse lemba ue tudo morre, em vez
de admra outa menta    Alexandra
jamas o admta, pensava eu: seus es,
embalsamados com o nós pela maga
da note a ue há no ser, davam a volta
um po um à escudão ds mortos e, no a
como em tono a uma aena, ouvam-no canta,
vamme ouv sem dzer nada auela escolta
subluna, no entanto, saba o que um lugar
deve às sobas do nstante, à folha ue se solta   

54
  9

E sno- u so: al coçada a hisória,


nrropê-la  dar av rr
o lor pacn d cgar ao l
 salar a arrra nr o coa  a glóra.
os u pacn  A ar é ua lu lusóra
dspondo nr os spulcros u úlo conv;
s u o ouva, o ouro não a a lança  rs
u vou árocls u da  da óra
d ua aala  d u aor f o u fa
dsd oro u poa: caa o u vê orrr.
 vjo aula laça a cada nardcr,
é poru a via ão nu sol cando arás
d ua vo u canava: a doc lu vora
u udo lva à rva coçara a rr  .

I 0

O sol ia cando nr as ãos d a folagm,


pondo nr u pardão  u ap o ordn,
curioso prl d u Orfu dfrn:
aos pdaços aé, as algo mais slvag
nr os náculos acans da lnguag
 u Oru sui geneis o gpco, odn
ao au  ao agora, coo s d rpn
ua cdad, o po úsico  a linagm
ininrrupa dos nsans dsroçados
consguss runi-lo E por odos os lados,
sobrudo por rás daula aniga vnha,
u o va spriando-nos, ouvndo-nos s vna
por Fóscolo ou por nós não s, si qu algo inha
d órco uma vo d acnos dsmmbrados

55
 5

Uma voz ue sofia    ofamos os dois


de uma meancoia como só a tem o amo
ue se compaa a uma hamonia: é só depois
ue tudo se desfaz no a, na uz, na co
semp tadia do fugaz  como o condo
cado, o Ofeu exausto, a fênix ue se pôs
ao dispo do holocausto  é só então ue o amo,
hamonizando um copo a um outo ainda mais doce,
alcança conjugá-los à lu z de ssa unidade
em ue Platão via um banuete e um a ofandade;
a alma então incopoa a metade vazia
e, em penitude, o se tiunfa po um dia,
uma tarde, um instante, sobe a luz sem idade
ue vai caindo e unindo-se a uma melancolia 

 

á uma consolação então, uma modoa,


uma sesta no se, uma tanüilidade
paecida ao cansaço dos membos, da metade
na metade: uma uz de sita à masmoa,
súbita e intemitente c omo numa gangora
Ai, à mina fente, à útima luz da tade,
dava-se a endição de um heói ao covade
ue habita um coação, sem ue nada os socoa
da solidão de se um só Mas há também
uma paciaidade feoz, uma eufoia
(ue eu e ouva na voz) em ue a vda não tem
dieito mais agum de dete o vaivém
dauea uz tão capichosa: a da aegria
a e é inúti lemba ue mesmo um so esfia

56
I 5

E ele lia, lutava, salpicado de sol ,


com a s slabas lunares d o grande italiano
sombrio  e hava ali um rio agora, arcano,
frio, imemorial, em ue éramos o anzol
e o sol cadente a isca; ou tudo era um lençol
pairando entre gotas brilhantes, ou me engano,
e era um colchão de sombras auele chão de pano
ue os respingos da luz manchavam: um urinol
cravejado de furos luminosos, suspenso
na tarde levantina, chorava sobre nós
por um caramanchão ue parecia imenso
de repente, e eu ouvia, ouvia auela voz
como se o próprio sol encharcasse-me, e penso
ue me afoguei as sim, numa alegria atroz!

I 54

Pobre do moço, Alexandria tentadora!


Quem lhe faria agora o favor de acordá-lo
antes ue adormecesse? A crina de um cavalo,
todo só luz, cingia uma cabeça loura
em ue eu via cair sempre mais enta agora
uma chuva de setas de ouro: era o embalo
do Zeus ante a Dana a enredar-se no halo
da luz ue se desfaz enuanto a ninfa a adora   
Coitado do rapaz! Confundia-se a u m deus
num paradoxo igual à fuga umo ao mármore
ue Daphne ops a Apolo ao ransformar-se em ávore
e o Bernini esculiu para sorrir os cés
Eu, sem me rir do deus nem do moço, soria
buscando arrebatá-lo à irmã melancolia   

57
 55

Mas o sonâmbulo marmóreo não me ouva,


já não acordaria  .  Calou, cruzou os braços
e fou-me com uma delicadeza, uma alegra
tão puerl no roso ineiro, que seus traços
 odos por um Praxeles  desfizeramme os laços
inúeis que me aavam ainda: nesse dia,
a mais grave emoção que eu vera ele iria
salpicá-la de pérolas, púrpuras e palácios .  .
Foise dali ão leve como quem sopra a pluma,
a bola de sabão no ar; ensaboou-me
com a esripulia do menino e a mão do omem
que se abandona ao passarino e uma a uma
le alisa as penas todas, acariciando espuma;
ao secar meus cabelos desmoronava, a fome

da alma se esirava a meus pés, como a bruma  . .

. 56
A, anto fora aé enão insinual,
desabalado e cego e conrasane o amor,
ano udo era lento, diáfano, ideal,
quase irreal agora: uma gaze enre a cor
e a essiura do inefável conrisr. . .
E u cerrava nos braços u m ordo de crisal,
estilaçava-o com um cuidado paernal
e respirava um álito em que andavam o sabor
e o perfume do ólen quando arrancado à flor.
Engolira uma nuvem e agora, colossal
e inaferráel como um ser celestial,
regorgitavame nos braços o candor
mais o esplendor de amar no ar fazia o amor
a meio céu, enre o condor e o vendaval!

58
 57

Era uma arde ensolarada, embranquecda,


eu segurava a vda oda pelo alo
e um mar de péalas remia ane a subda
de um peo nu, mpacene de nundá-lo!
E a confundr-nos, quem o re, quem o vassalo,
nos demorávamos a dar-nos à corrida
quase ropel, que o mel dáfano da vda
alucnava uma gargana de cavalo
Na genufexão da arde que desca
quase ão lena, eernamene emoldurase
aquele quadro lumnado, Aexandr,
peos jasmns que lenamene desfolase.
A, o ramalee nconrolado da aegria!
eus d os narcsos sacuddos pe a ase . . 

 8

Como a novena bruscamene nerrompda


porque mpossvel de acabar como o rosáro
qe se pare nas mãos como o mar, a nvesda
redobrada do mar souçando um precáro,
um longo gro eemenar fragmenáro
como os murmúros da oração, da despedda
ou da emoção que alaga o ar como o canáro
ceo de sol a esrangular-se como a vda
que se desfaz mas regurga e para and
e se rebela de acabar-se  a, como udo
o que não basa, a forma  quém do coneúdo,
pura meáfora carnal de uano finda,
ele chegava ao fim, com o branco gro mudo
que pare e muda ud o numa agona lnda!

59
 59

Os h olofoes d o farol eacular


que e persegura o escuro a vda era,
aores de repee, do aaho do mar,
o ar ero cedado pea esera
da lua agoate e ceebrae  à bera
do eclpse u par de olhos cosegua brhar
as do que as asas do fago ao ergulhar
o ocaso fulgurae, a a foguera   
Guarde daquee sae perfeaee aéreo
coo ua pea sola de pavão, u pedao
de u esauesca: o geso vão de u brao
erguedo-se, solado-se, agarrado o séro
para arracá-o ao ar e oferecê-o, lasso
e doce, aos eus cabelo, coo ca u péro!

I 6

Fcou-e dessa revravoa e peo ar,


a vda era aravessado-e as puplas
co dos archoe vvos, aquele seu olhar
que uca as se e apagou por ere as flas
das sobras que abrace e dexe, traqülas
ou sacadas, a alaeda crcular
do labrto e que se aa se aar:
aceso só u par de tochas! Mas segu-las,
persegu-las ou ão de lugar e lugar,
me sera supérfluo ess par de berlos
a escadaria das visões, de ataar
em atamar como dos lúdicos esquos
de ramo em ramo, é que me v ecurralar,
sacudr, acordar, sem que eu saba edlos

60
 6

O ronco a ue se araça a rác repadera,


a âmna na mão de uma reve vóra
arndo, arndo ua carera na emóra
denro da selva esra de uma exsênca nera;
esse dom de roea nandose à era
do provsóro, porue a fesa é provsóra,
essa s reenaçes de espuma ardendo, a óra
se depos de uma sempre ena de fouera,
oda essa cena unosa é merencóra
porue a meancoa é a u dessa carera
O sono é anda o enadr da vea sóra,
o osue é sempre o meso e sepre escuro e , uera
ou não uera, começa onde acaa, à nera
da fênx runfa, seperna e lusóra

 6

u  descendo d os pncaros como se u a vóra


rreversve me vesse acorrenado
e, eo a eo, no meu peo coroado
dos mas oucos laurés, do ouro e pó da óra,
pesasse ora  e na alma nera  perempóra
e rrecusáve sepre, a correne ue o amado
acea de  amane ao pôr o cadeado
do própro coração no desfeco da sóra
Acorrentado a uma esclura orrada
peo cne su de um prazer espanoso,
e abraçava aela esáa amotnada
qe me envolvera para sempre, como o esposo
miracloso de ma Gaatéia alaa
toca a pedra animaa entre o pânco e o gozo

6
 6

á sempre no estertor de qualquer paroxismo


o sabor instantâneo e inóspito do e terno,
há um pânico e ventre aberto de mulher
no efêmero abordado pelo lado do abismo.
udo  vertigem, tudo  gozo e  tudo inferno
a proclamar seu clmax e sotopô-lo a um cis ma,
amonoandoos sob a pele o copo quer
novas carcias para estrangular o cisne
que canta nele mas recusa-se a morrer.
e  tudo imolaço, como conter na mo
uma fogueira imperiosa sem poder
de durar ou findarse, a como, ó coraço,
interromper a hemoragia que há no chão
da perfeição, dos estuários do prazer?

I 64

e eu me deixei cair tanas vezes inteiro


entre dois braços nus; se aqueles intealos
que a alma atravessa se paar eu fui buscálos
e arrancá-los à noite do ser coo um braseio
insiste em extrair uma vez mais ao cheiro
da cinza moribunda a elegância dos talos,
a arrogância da lenha, o tronco sobranceiro
despedaçando-se a galope  esses cavalos
que ante a alvorada a noite solta e no apaga,
esses archotes delirntes, encontreios
entre o claro daquele instante e os altos veios
cheios de sombra da consciência que divaga.
Divaguei por amor do extremo, como a vaga
or conta da amplido: sem fim e sem os meios.

62
I 65

Juntos por cada rua e ue Cava adara,


lá foos à procura da taverna proda
ue ele ortalzara, olando cara a cara
a esa ultidão, ue é sepre a esma vda
a extasar-se e tua óvel avenda,
exandra. E e cada pele ue prepara
tão ma o olar para a ecatoe a ue convda,
nossos olos roçava talvez a esa á scara,
o eso nácar ue Catuo, nacreonte,
exandre e Cava acarcara: a pérola
ue é toda superfce e do ue não revela
faz a proessa adável. . . Mas por onde
fugr, sutrar-se ao ue essa gea esconde,
se a corola consola e a aela vve dela?

I 66

osto nenu, no entanto, vala o ue ao eu lado


retna do relâpago a eerga vtal,
corpo nenu ova a note e seu passado
coo auele o faza   O sorenatural
aúde stura-se co ua volênca tal
à uz da cratura, ue apesar do cudado,
do teor co ue a ente c odfca o real,
u corpo às vezes surge coo arcanjelzado:
até auele dia eu nunca o ava vsto
tal coo o va, era evdente ue outro ser
aor ue ele o possua! O entardecer
podia dissover-se se ue auele prevsto,
auee intenso arcanjo se apagasse, ao contráro,
toda l uz nha dele, era extraordnáro!

63
 67

a (ieis), anjos  e luz! h, m as leitor,


se nunca te encontaste, não com um ser abstato,
mas com algum corpo aceso como os olhos o gato,
que sabes o fenômeno e que aqui falo?  amo
para ti alguma vez foi susto? Entre o teror
e o maravilhamento algum ia o retato
a pefeição te olhou? Vá lá, vamos supor
que é aina o mesmo c orpo, tátil aina ao tato
há nele um súbito perfume inesperao,
e é inútil, é impossve não percebe que alguém
já mal cabe num corpo; eu o conhecia bem
e nunca havia antes sentio que ao meu lao
pairava aquele aroma e um muno ignorao   
Não, leitor, certas coisas chegam e muito além

I 68

Dizer o ser, em grego antigo, que é o aroma


a passagem e um eus    Deveriam ter ito,
se não isso, algo assim  se é o infinito
tabém, ou sobetuo, e quano esce e toma
os caminhos o muno aquele copo é a soma
o contingente ao inefável; quase um mito
ente o fugaz e o inafeável, o esquisito
é que acomoe seus pefumes na eoma
e um copo, ustamente  quele ea perfeio,
eu sei, mas sei também que ail é a efeição
um eus passou , evapoouse a flo o peito,
e eu, qu abacei aquele insante com paão,
fiquei cantan  o, ou soluçano, es sa extensão
e um aroma ieal, soneto po soneo

64
. 69

nde anda agora a perfeição que andava unida


à fronte de u avor se ácua? nde estás
agora, ó perfeição, diadea da vida,
que a harpa da uz tocava e não odua mais?
Aexandria, oradia do fugaz,
tu, roseira e areia vva na descida
dos desertos ao ar, tu, perfue e ferida
e inconcusão  onde anda agora esse rapaz?
reve parêntese entre a iage e a semelança,
a te deoras neste undo, ó perfeição,
que haronizaste, coo os corpos nua dança ,
aquee par, metades duplas da abição
de perpetuar o passageiro  ah, que te alcança
agora, ó uidez, ó fuga, ó deserção .  ?

I. 0

 amor é ua parábola, a instante tradução


do real e etáfora; no entanto, não iporta
se a aparição que s e desvela quando a porta
se escancara entre os undos, é ua aucinação
ou ua sombra ta gve o ser é ua porção
incerta do insve e o oho não suporta,
uito enos reté-no, o ipacto da vsão;
o ohar huano dói ais fundo quando corta
a escuridão ao eio e penetraa e não toca
sequer seus iriapos, ne meso ua variante
da noite e seus reâagos  um corpo desubrante
pode se encher de uz primeva, as a boca
é a entrada da treva, e o mais puro diamante
não cuza nunca o espeho ne te vaor e troca .  

65
 7

empre soubese, Alexadra, o quao a jóa


que zâco propuna raa um coração;
por ouro lado oleravas a ramóa,
o mas cruel ardl da luz, e a tração
vra a dar o mesmo    e em ua eceação
a promessa de um c éu torado clarabóa
afnal só seduz, só covence ou só dó
a quem quera ludr-se, menes a um coração
ao alardear a luz de que ele ã o precsa;
por mas que encae e alumbre, esse eu aso alarde
corabadea a note sempre que a erorza,
sempre que ofera aos corpos a luz depos que arde:
como um apee mágco a quem o compra e psa
e rola sobre ele, como ós dos mas arde  . 

 7

Volamos arde àquele quaro em qu e a corola


eoeca, esadeca o céu da boca,
e embragados pelas pérolas do póle
que eserlza cada péala que oca,
mpacees porque os corpos se desfoam,
volamos a cobrar-os cada promessa louca
de perdurar como um peúro; ms é pouca,
é cosane a alegra: ca, resvala do colo,
dos braços de um amae, e va rolar o cão   
Porque efim udo casa, e afal ão ocávamos
senão a ctara do nstae, a duração
como o lugar da alma lâguda, a alma escrava
acorreada por s mesma a um coração
E os dos gemam, Alexadra, e u calavas

66
 73

Cidade-esfinge, cafetina de um coteo


de fantasmas no a, tu, cacia da chama
no lago elementa, ciatua de escama
e pluma, abeação, contusão no azuleo,
a cada vez que ceo os olhos te eveo,
e a um ovem cisne na metade de um piama,
batendo os baços, deslizando pela cama
como um eexo têmulo à pocua de um bei .  .
E vão voltando e emolduando aqule ins tante
telhados vedes topeçando nas esquinas,
nos becos bancos, numa conusão de quinas
detonadas no tempo .   E o amado é o amante
e mistuas os dois, cavalgano as meninas
dos olhos , baahando as visões, ó bacante!

I 74

eu eotismo milena tumultuado


ente as escamas nacaadas de um paze
de peixe fio em maé alta, faz do se,
ou faz da fábula do se, um endilhado
cuos vazios vão cecando se m ete
um copo eante, uase sempe o copo eado
enunciando-se ente os fios de um bodado
inacabado, e fica tudo po have . 
Não foi o copo natual enfastiado
ue abandonamos em teu colo, pode se
que fosse o esboço desse copo, o sósia amado
da alma sozinha, o que mal chega a apaece,
fuga ente as malhas, sem tocálas: é o intocado
que coteamos, os que amamos, é ele o se

67
. 7
Dauela ez uiles tale tiesse tia
se ão iea oulo e se coo u  se u sósia
uase peeito    uele eito ea ua osa
u cteio oaz e ea oce e ia
esciale os obos espuas se bia
e e oeos e ptea ciosa
caa atebaço ea ua coa oulosa
abio a ão coo ue toca  luz aia
Duas coluas óicas e coulsão baoca
subia ao poto copulsio oe se uia
ao auo capicoso a ltia ia louca
po cee outo aol e lexaia
e ete a uba leoia e os os coais a oca
u pa e uasaias uiaa e aleia

. 6

Se o teu aol essa altitue leeia


coo a oueia coeçaa a eio céu
copaecesse lexaia à costuria
iolação ao ioisaco apoeu
os teus ocasos ebilhando cota o breu
da tua oga cabeleia e aiia
de ursa afial aio aida porue vria
e acoetida das estrelas que acolheu;
se esse farol reconocado pelo nteu
que anda nas ruas cotempando o bestirio
ue acumulaste tepo afora como Orfeu
o eio dele ou coo o gesto de um sicário
tenasse coroar todo aquee escarcéu
empalideceria eu sei ere ee e eu   

68
 

 pd     lr


  dp drr   p
 l d pl l pr
 lprd d p pl   
l   r    l
 dprr d d   r   l
d r  d r l   d
 d  rr       ll
d rplr  r d Gl
rpr  r  rl Cr
pr   l  prl
  d rr! O   l
d pr rl  x rl
rd r  c    r     d

 8

M        pr  dzl


rp  t dd  d   pl
   x     u
  l l l 
O u  dfl r  íl
S essa dla da    prfum
uta v tm c mu   eta uma
 afa  cra r ta  síl.
O s quer  que é uet ccer-le.
N et uta v a luc gmtria
as alucaõs  elís a l
nesse eteecmet á uma fgua fa
e a salamaa cteaa que aa ele
 tem efesa cta a lu que a acaca.

69
 79

e os anos tod os em que fui chegando perto,


mais perto do mistério que há na festa carnal
subitamente transmutada em ritual;
se  mais de uma vez esse prodgio incerto
nascr com a rapidez da rosa-do-des erto
que a aurora encontra feita de areia e vendaval;
se a caravana em que crzei o ento umbral
de uma eterna cidade em que a rosa de eerto
há milênios tornou-se um roseira mais grave
 a rosa-múndi que há num corpo e cuja cor,
cujo aroma e sabor, nada têm de suave 
se um tão longo exerccio jamais me deu a chave
dos enigmas da luz ue há no ser, fez-me pôr
ohos, lábios e mãos a servço do amor

I 8

Mas se eu pen sar no amor, se eu repensar o instante


desassombrado e proongado que eu 
se eu pensar no sabor do teu corpo, ou em ti
separado de tudo o mais  o meu amante,
o meu amor sem nada em torno  eu sei que al,
ao sol da sensação sozinha e alucinante,
começaria o precipcio. Eu não pedi
à Musa que acalmasse o meu corpo ofegante,
mas não pedi que me troesse o teu tapouco;
o que eu pedi a o meu demônio alexandrino
foi que me desse o troco apenas, algo, um pouco
do que se esvai e o canto traz É um desatino
recuperar-te de repente àquele ouco
delta febril como a lição do descontnuo!

70
 8

Morre ão lenamene a euforia da fesa!


A agonia da luz condivdida é mai s,
muio mais vagarosa e dolorosa, e empresa
a odo esfolhameno uma rosa capaz
de ir morrendo e brilhando ao esmo empo; arás
da clareira mais nua, mais fria da floresa,
iluminando-a ainda, a agonia da besa
infesa udo, eu sei, mas devagar demais!
A desaparição do perfeio é ão lena,
e a infecção de udo pela luz moriura
é ão oblüa e ão esuiva, ue a figura
vai-se ornando emblema, conuração ue ena
ransformar a agoia do ser numa doçura
dúplice, conivene, cúmplice do ue invena   

 8

Mas  ue razão se  em de acrediar na vida


senã ue nos encane? E de ue serve o ser
senão para encanar-se? Ou ue vale vver
seão de encanameno? E ssa pea perdida
de canar, por exeplo, o encano da medida,
de ue vale esse rio frio se o prazer
de um arefao não encher uma avenida
de encano, de emoção? O cano, enardecer
da alma deslumbrada e rêmula, é um infido
encanameno sem função  e, irradiane,
o meu encano deuse assim: foiseme abrindo
a rosa pasma da alegria desde o ins ane
em que oquei seu corpo nu, muio mais lindo
ue odos os Das, do Donaelo em diane!

7
 83

A essas alturas já meu corpo ia encantado,


que esses instantes, por perfeitos e imortais,
me embalsamavam, e me u sarcófago abraçado
era de luz acariciante, era bem mais
que a flor mortal que ele ocultava do fugaz. . .
Que esses abraços , que e ssa luz de braço dado
com a for do ser que se e abria num rapaz,
m iuminavam e me arrastavam àquele lado
em que todo cristal se estilhaça ou se aclara.
O encantamento nesta vida é coisa rara
e eu v dele anos a fio  ah, tão depress a
me embalsamara aquele encanto, o qu e começa
onde termina, que eu v como quem pára
de respirar porque afina perde a cabeça!

I. 84

Eu ma l via o qu e a, ou não via mais nada


para além do que hava de encantamento puro
em tudo o que vivia atravessar o escuro
com um tal archote à mão é fácil caminada,
há um halo de luz, como em contos de fada,
que cega mas condu z o presente a um futuro
que nunca se desfaz: diante de cada muro
basta rir do fugaz e desdizêlo a cada
obstáculo, esquina, queda, contradição . . .
Assim fazia u abraçado a um archote,
sacudindo no ar a reverberação
de um vaga-lume preso a mim pelo c angote
 que mais havia de fazer? A escuridão
pacientaria, não daria ainda o bote . . .

72
 85

Colhi o poo das espérides à vinha


ardente e delicada, àquela a cujos raos
ua vez enlaçados nunca ais aordaos . . .
Para que despertar? A ala anda sozinha
a vida inteira atrás daquilo qu e não tinha
e se adorece u dia ouvindo os gaturaos
não te ais por que andar ne onde ir: a inha
penetrou na clareira onde só vão os gaos
e as corças da Arteisa, as reclinou-se ao lado
do ais doce asti  para que despertar?
Ouço a cascata para sepre gargalhar
e entendo-lhe a ironia, as ando ebriagado
e consinto e deixar-e à ercê do luar:
Ácteon tabé orreu udo e aravilhado . . .

 86

ecordo tudo assi: cascata a casc alhar


nu poeiral de prata, últios cortinados
ante u olhar que cega, eu sei . . . ei que, arrancados
ao que eu insista e conseguir solenizar,
os eus foneas al tê voz, jogos de azar,
gaguejs de u esboço: porque o arfi dos dados
soou enfi a cifra par e o eu par
de aventureiros se perdeu se ter jogado.
icou rolando, é be verdade, lado a ado,
foi cainhar nua avenida onde o ugar
do efêero parou: eus dois enaorados
perdera-se entre o instante e a Ateisa do ar
que joga os dardos ao acaso, ou joga dados
co o perdedor, se piedade e se parar. . .

73
 87

ubindo ssa avnida ond caa o bijo


da luz jogado ao ar as qu cad a andorina
roubava por roubar  nrgava ao corjo
do s palirais , cdad aora a ala cana
oura vz coo ourora;  is qu a rva danina
insisindo  rpor o scândao d u bjo
num jardi públco, a u rcano d pracina
vai dsvando a aa;  a vndo o qu u vjo
pára  r oura vz co o so o smo su so!
E as andorinas, ciunas dss bijo
qu  não roubara circundando u cro buso
rprovador vão dando as volas do dsjo
àqul insan  rclaando a odo cuso
o mso par s candaloso qu u rvjo   

I. 88

M u aor m u jardi, u clarim caador


d anção qu a andorina  a ala ouv ainda
a o-céu daqua praça anda o s-i
daqu bijo alubrano  dspudor!
O mpo, a rva o so corpo raidor
apagam udo nrgam udo à noi ininda,
as qu cancla aqula cna louca  lind a
coo as vrigns rnins qu á no aor?
Ua andorina  ai ua só cada vrão! 
conduz a ala àqul xao  msmo pono
d xclaação do corpo doido,  u, dando a ão
ao u fanasma prolongado coo u cono
das mil  uma  d ocs nois qu lá vão,
vou- briagando, vou icando ono, ono   

74
 89

De q ue seria aquele buso ão sisudo


que apelidáraos enão de E M Forser
Já não sei ais, aquela esfinge é se resposa
O qu e eu perguno, Alexandria, é por que udo
o que s e iola faz de u beo o breve escudo
arás do qual a ala se inclina, se recosa
a u peio nu  . . Ah, oracular esáua exposa,
ele nclinou-se sob o eu perfil agudo,
cúplice anônio, e beijou-e co o hoe
que vai dear o ser amado pela lua   .
O aor heróico e seu lado ragicôico
e se despede as não cede, não perua
o vulnerável pelo eerno O eróico é agônico
O adeus de Pároces, eu sei, abé foi curo.

 9

A função iserável de exisir, que não oca


senão a ineriência, ofegane exerccio
de ilênios ineros copriidos no vcio
de cercar, de ocar a fora sepre pouca,
a carne sepre fbria, a hesiação da boca,
o beijo do inefável  odo esse precipcio
incopóreo e que o ser aeando do ncio
ao fi não oca nada, udo enfi dseboca
para i nessa praça   . Andávaos assi
nesse passeio circular, alvez de braço
co a sobra do real, mas sepre nu jardi
de espiral coo a vida, a da coo espaço,
não co o duração: colheranos no laço,
Alexandria, ua desinação se fi.

75
 9

reendo de arriscar-e aqui contra a razão,


porque não sei se penso ass i, se algua ez
terei chegado ao fi desta reflexão,
atreo-e a dizer que há na eoção talez
a área de lz e outra de lucidez:
a prieira lampeja, é a ree aparição
do ser, qualqer que seja; a otra é a sugestão
da eleza iortal e aleja a nitidez
de u pórtico stil para alé deste mundo
A iage que entreê seu refexo no fundo
do c ristal de  olhar, perce ou adinha
o e a ala uscaa, tdo o que ela não tinha
 as ai-se o raio de retorno à escuridão
e al ficam as pegadas de uma deastação

. 9

C oo  elo tornado a emoção taliza


o que ai deolindo  u rosto, a paisage,
róias inteiras ao redor   Mas, na estiage,
enanto o endaal ai retornando à risa,
a ala dá-se conta do que olatiliza
u coração: o ser e sepre de passagem,
sepre de supetão entre o reflexo e a iage,
e é ipossel retê-lo porque ele não precisa
ne de que o ame ne de que, busc ando aá-lo,
al consegue entreê-l o A crina de u c aalo
iluinada de repente pela lua
desaparece e a noite esquece-a e continua.
A eleza é fugaz porque é apenas u halo
e o ser ua nuez que não sabe andar nua.

76
I 93

A nudez de u m aroma, o ao de u m perfume


ue enoe de repee, mas de modo oraz,
os aanes de um nsane, como o ume
acende mas consome o ue araçar Arás,
enre os dedos do omem, fca a cnza e não mas
o clarão ue enreu O amor é um aga-ume
e depende da noe para ngar, é o esrume
da escurdão ue nure cada raz fugaz,
cada eegaca e soene epfana
Quano ao ser, surge nu e ese-se dos ros
d fesa nerane, energa a fanasa
e a máscara do amane, mas seus rees dos
não perencem  uz, perencem  noe fra,
Aeandra, os agaundos andaros   

 4

Nus como eus os fez, os dos rees nsanes


da epfana e do desejo conam apenas
de uma frág ensão enre duas consanes 
o anfearo escuro e a rapdez das cenas.
Uma gurlanda mprovsada, de açucenas,
de jasmns enfados em fas ou aranes,
é crcundada pea noe, e d os amanes
no mesmo aço, macucando-e as peuenas,
suaes péas d e enconro ao coração,
ão aprendendo junos uma anga l ção 
a aparção do ser, ue um reâmpago rouxe,
é um aroma amém, mas em como se fosse
a erra de ninguém para aparar e não
para uni ou dura, nenhum laço é ão doce

77
 95

No enano, esse insanâneo é o único rerao


que não empalidece, e o coação se ampla
para reêlo a qualquer cuso porque o fao
de que o amor era um su so não anula a alegia,
anes a agrava. A reva, a noie e não o dia,
a corina de sombras rondando o úlmo ao,
cicundam desde o incio aor e anfiearo
e oem o exo aé que udo se esvaa.
Mas algo fica, Alexandra: se resises,
se a emoção resisia a cada despedda,
é que udo se pa ssa à pora da sada
onde o par mais vora, como os abures rises,
nurese do qu e morre. O nsanâneo da vida
é como um ônx alvejado de ameisas.

I 96

Uma gurlanda delicada de aç ucenas


emoldurando-lhe o pescoço de masim
naquela praça: esse nsanâneo é para mim
um dos reraos ais perfeios que as serenas
ampliações me revelaram. E não apenas
aquele orso, eu vejo odo o eu jardim
e os figuranes que o copunham, uas cenas,
eus c orifeus sempe a ondar-nos    E é assim
que o eco ocupa o anfiearo e cada vea
naquele peo de esculua recondu
ao coração esupefao a vda cheia
de exclamações coi sicadas pela lu.
Aquela cena, Alexandria, pendurei-a
ao eu pescoço: o seu colar, a minha cru

78
 9

A revererçã dess cen ue enlç


 vd d cm um únic clr,
mnumen liu n emp uel prç
em ue  insnâne cnseguiu c purr
 segred d efêmer; enre  insne e  lugr,
epifni de verdur e de rgmss,
uel cen de jrdim plnu n r
 rs-múndi e seu s refes n ue pss,
crisl de lu ue  emp fe pr durr
C en nl, de cd di, pr desgrç
u pr frun, u pel si mples dm de mr,
eu cnveri- pr sempre n curç
d slmndr e n fgueir sem fumç
ue  l sin nd  vesir e  rvessr

I. 98

Eu uis levr, eu uis pregr um venid


e um prcin à el viv d pupil,
eu uis rur, ó ençã d lm inrnüil,
uel el ue  egôni,  mrgrid
e  plmeirl emldurvm; eu disse à vd,
passepatout dess ilusã,  cnseni-l,
 suspendê-l n mldur enernecid,
ue uil ud er imrl prue  iil
fugir à ânfr e crri nvmene,
perenemene  ld meu    Ah, ms  pl
 uem pedi, pensnd nel,  incnseqüene
eernidde e ser jvem, n meu cl
pôs  ceç mui frágil, dcemene
disse ue nã e espifuse cn  sl!

79
 99

Fiquei canando a minha pálida avenida,


lençol inenso e iinerane como o mar,
como a verige da memória, como a vida,
essa avenida derrapane e circular
que se desva pouco a pouco ao oduar
o curso alado desde o pono de parida.
Nessa avenida, nessa ocupação do ar,
onde a surpresa de uma fasa despedida
vai erminando e começando sem parar,
lá vou seguindo enre as palmeiras, na comprida
encuração da inha vda  eu não, um par
de peregrinos ado a lado e, que, à medid
que o empo encura, faz da fábula da vida
um capiel cuja coluna é esse lugar.

I 

Um lugar. . . U lugar e u insane abraçados


à venania, à luz, à desaparição . . .
E a fulgurane, a indemorável comunhão
do meu par de passanes, seus passos descuidados
pisando nas voleas, nos seixos, nos graados,
no revo enre os lajedos, nos alares do chão . . .
Ai, de novo e  fragilssima união
conigo e udo aquilo, por odos os baiados,
por odas as ramóias e que a uz  e resume,
ali volo a viver como mais um esboço,
mais u fugaz desenho eu . Já não sou m oço
e inveno udo agora, mas não esse perfume,
Alexandria, o que comanda que eu e exume
e e faça viver como sei que não posso.

80
 

Ó multiforme aparição, ó companheira


da semivuvez da alma, seminua
e semimúltipla embriaguez que continua,
que não pode parar, como o alcoólatra à beira
do milésimo gole Entre o vento e a palmeira
iluminada pela lenta mão da lua,
reconstruote
reconstruote ali, e onde quer que cons trua,
trua,
porque já não se i mais perambular na esteira
das claridades deste mundo sem te ver,
sem reinventarte ao menos, ó brua aprisionada
pelas teias
tei as de luz em que se esba te o ser
ser
Já não me importa crer, Alexandia, em nada,
depois
depoi s daquele bando em d oida revoa
revoada!
da!
h, teus flamingos desmentindo o entardecer!

I  

Não pude anoitecer tampouco e, se permito


que me acendam
a cendam a estr
es trela
ela e me levem o horizonte,
horizonte,
continuo
continu o a escutar
escu tar tudo virando
virando fonte,
fonte,
arroio
arroio em rebeldia, música
músi ca    E se não grit
gritoo
é porque canto, cato e arranco ao infinito
a imitação do amanhecer,
amanhecer, a última
úl tima ponte
entre o desejo e a noite, entre a memória e o mito!
A figura de proa na barca de Caronte
é a mesma para todos, mas a mim me insinua
uma variação: não a vejo do cais,
vejo-a de dentro, onde vcejo um dia mais,
uma noite mais ia; antes que me destrua
e a minha marca em tuas margens fique atrás,
cravote
cravote àquela proa, Alexandria
Alexandria,, nua!
nua !

8
 13

em sabes tu, que tdo fias e desfias,


que quase nada á de ficar deste passeio
entre um insante e se u lugar: tinas
tin as o freio
freio
e não paraste a cavalg
cavalgada,
ada, tens os di as
e os entrega
entregass à no ite outra ve, pelas a s
que o mesmo canto fe fe    Eu tenho só receio
de qe tudo se apa
apaggue,
ue , de
d e que s e parta
parta ao meio
o fio de iadne
iad ne das minhas
mi nhas fantasias ,
dos meus volteios pelo tempo irredimido
Volto àquele
àquel e lugar porque vivo vivo com medo
med o
de que embarales
embarales tudo, que embobines no dedo
o carretel das arcas e percas o sentido
de toda a mina vida, e a té destedes te arremeo
arremeo
de um cantochão sem ruo, o sumo de um gemido gemido   

I. 

m gemido não tem, ou não alcançaal cança ter,


ter,
direitos de canção se a força de cantar
não animar
ani mar o artfice
artfice abrindo devagar
devagar
distantes alamedas no instante: o amanhecer
se não se artefier condena-se a morrer,
segundo me ensi naste antes
a ntes de me enganar,
enganar,
ou quase ao mesmo tmpo O substrato do ser
talve seja de fato a canção de um lugar
resi
resitando
tando o instante
in stante que
qu e já não volta ais ,
não sei mas sei que estou condenado a medir
em slabas e ecos o peso de um porr
que talve não exista sem que se volte atrás:
volto àquele lugar não para me iludir,
mas para pr à prova
prova as artes do fuga  

82
 

a vsão, ainda ao ais lipo dos olhares,


é u a proessa
proessa e u a ipostura,
ipostura, c oo
o o a chaa
é a tradução vora
vorazz da luz;
luz ; que
q ue se reclaa
r eclaa
do que o seduz entre seus idos e lugares
que edite be isto Cada vez que te achares
ante a eoção qu e se traduz e se proclaa
procl aa
e counhão contigo, convé
convé não te apressares;
apressares;
nã o te levantes
levantes ebriagad
ebriagadoo des sa caa,
desse sonho acordado, procura atravessar
inuciosaente o ubicão do olhar:
o outro lado de tudo é ais que a escuridão;
cabe ao archote disfarçad e coração
arder para alcançá-lo, no entanto esse lugar
é ainda ua antecâara, ua aproxiação

I 6

esse lugar, nessa avenida do esplendor


dando no esc ândalo
ândalo encantado de ua praça, praça,
contra os postigos da eória, ante a vdraça
da da toda, estupef
estup efando-
ando-sese de amor,
há u coração, besouro vão que foi à caça
da luz de ouro do outro lado, onde anda a for
do provs
provsório
ório que ele aa
aavava    Ah, as não pass a
dessa vdraça
vdraça o eu besouro caçador!
e, obstinado a atravessar essa couraça,
esse sufocaento, olhando o sol se pôr
lá fora,
fora, ele
el e cá dentro, esse
ess e besouro for
enlouquecendo pouco a pouco, é porque a graça
que susté a vsão ebaça-a, é de supor
que  janela da cela do ser tudo é fua fuaça
ça

83
  

A,  eu besouro
be souro aprsoado
aprsoado a s vr
vras
as
do epora, eu coração besouro rse,
é ulee, é dodaee que e clas
sobre u ard de AlexAlexadr
adra,
a, que ada exse,
as do ouro lado da redoa e que c ase. ase.
e se que a luz ada rodado essas esquas
e que pousase e agora apeas agas
agas 
as coração, besouro eu, vola, desse,
dexa esse udo e que a rage e eaora!
Não oles as, ão voles as a essa aela
que e covda e e sufoca, udo agora
fcou á fora,
fora, esás
es ás sozo ua cela 
axa as coras, coração, acede a vela,
deae à luz qe esede as sobras a eóra.

I 8

Fo a sca, e se, do que á de as breve,


que seduzu eu coração a luz de ouro;
as fo o dro da cação que o eu besouro
eerecdo fo pousar, ele é que escreve
ese soeo, ese arabesco que se areve
a possur udo de ovo, o rgo louro,
o aor coldo duas vezes
vezes : quado a leve,
a doce espga se eregava e quado o coro
va crcudado a aparção do corfeu
O besouro de esale e jade da aroa,
eu coração, eu arefao, Alexadra,
obra de are poque a vda o eereceu,
reasceu ao perdee, ó eu aor, ó eu
corfeu
corfeu da ragéda
ragéda e que
qu e asc e a poesa!
poes a!

84
I 9

Caa, eu coraço, eu areao ro,


e u beso uro
uro caor ue vrase
vrase objeo
objeo
para ocar a eerdade e cada o
da harpa eluada e ue a verge do cocreo
absrada
absrada a beeza esc ulpe o cero
da soberaa soldo ue eu e co o,
Aeadra, assobraço do eu soeo,
da pura úsca
ús ca ue e u z
z do eu vazo
vazo..
objeo,, eu e escuo :   .   assim
Ca a, pobre objeo
que se vão resgatando as miragens, aquela
vertigem que h no se estátua no jardim
condenado a vir maim ou madrepéla,
metamooses do peume que há no fim,
depis que
que a via murcha,
murcha, e pétala por
por pétala.  .  

I  

E esde eo o coraço ezse-e ass,


ua caa de úsca, ua aucaço
de cuho era, eu se , as por ue ão,
ão,
se é peree ao jade, ao ô, ao ar
e às úscas da ee gr ue o ê ?
A esaço usca dessa coraaço
dourada e cravejada ue eu us rocar por 
opese à vda
vda porue
poru e a vda é ua rusão,
o nerlúdo, o eralo
eralo a ue o desc e as
o ordo
ordo de eal u scal ue eu carrego.
carrego.
Meu coraço, besouro e ordo, asa de jaspe
e gargaa de ô, é ua ave de cego,
u rasorte, Alexadra, e a or ue vas
rado à orte é à are agora ue eu a enrego.

8
 

o mineralizarse-me a vda na veia,


na avenida
avenida que reonduz,  omo uma um a aorta
aorta
ao oração, a luz de umbral da lua heia
a uma praça banal, de natureza-morta,
natureza-morta,
lexan
lexandria,
dria, de emoção
emoç ão batendo à porta
da solidão om uma insistênia que inendeia,
dou-te a toar agora,
agora, na
n a estatuária alheia
e lunar destes versos,
versos, não o que mais me importa,
que eu hoje
hoje tenho tudo a es sa meia distânia,
a essa meia ilusão do anto, a que demora
a sofrer outra vez do ml sem importânia,
da exa
exaltação
ltação do
do ser  dou-te a olher agagor
oraa
a flor istalizada, a úna flor que mora
em meu jardim de imitação e de assonâna.

I  

u, que plantaste e ssa ilusão


i lusão no tempo afora,afora,
esse triunfo
triunfo integralmente
integralmente musia
m usiall
que B izânio
izânio herda
he rdaria
ria de ti por mineral
e neoplatônio,
neoplatôni o, a ambição da flor retória
que onsolasse o oração, oluna dória
em que pous aste o ap itel do universal;
universal;
tu, que
q ue me entendes
entendes muito bem, sabes que o mal
 o mal de ser  aspira a eternizar
eternizar a flo
florara
de uma ourivesaria onria e maosa.
Um oração, lexand
lexandria,
ria, embriaguez
embriaguez
do sens vel,
el , ogita nele aquela rosa
imortal porq ue fria
fria e bela
bel a porqu e fez
fez
de si mesma um sinal, um pórtio, uma oisa
perfeitamente
perfeitamente vã: a perfeição
perfeição,, talvez
talvez   

86
 3

u que iiaste à perfeição aquela ora


que vai unindo o ineporal ao sencie ne
o raalhete riunfal dese Ocidente
que ede udo conra o peso de u agora
ransfigurado e perpeuado porque chora
o que se esva o insane o ser usicalene;
u que panaste Aeandria esse presene
inerináve onde a pda lu loura
das duas Grécias a do elio e a da emória
feriliasse esse caneiro iperanene
u reconheces nesta inha enganadora
e frági ea co seu ordo inconseq üene
não inha vida não a vida: a redenora
eamorfose da eoção da vda ausene .

  4

e passei dos cinqüena e das rês da anhã


queiando aço arás de aço ; se e agaro
desaparadaene ao úlio cigarro
coo Adão à serpene; se e ortura a vã
obsessão da queda o sabor da maçã
e ainda assi insiso e odular eu barro
e faer dele a gaia ou a flaua de ouro Pã;
se largo tudo enfi e abro a janela e escarro
entre a vaidade a noie e o carro do vinho
será alve por isso mesmo : porque creio
que tudo vai passar as o canto soinho 
se conseguir abrir a escuridão ao ei o
há de salvare! O canto    Esse meu velho espinho
sepre e fe sangrar nunca disse a que veio

87
I 

Dele não tive ais que u vago refrigério,


ua consolação tão ais pertnente
quanto feita por  para i eso. Mente
toda eoção que rotulaos de istério 
a roda dstroçada da istória, o vulo sério
e ponderoso de u Apolo decadente :
todo canto é runa, eblea de u ipéro
em singular desaventura, intelgente
por aninatural. . . No fundo desconfo
do onuento erguido, do gesto trunfal,
aposto uto ais na p ujança do ro,
ponho a fé da esperança no eu sonho banal
de aniar u lugar percorrendo u vazo,
enchendo-o se parar de ua dor joval .

I   6

A jovalidade ianente no canto


é a únca grandeza, haja vsta Catulo,
lderlin louco, Keats sco . . . Ao-os tanto
porque co eles atrev-e ao salto, ao pulo
sobre a torrente musical. E se e anulo
e e aceito ortal, ao enos por enquanto,
deles tenho tabé que é a orte o casulo
e que cresce as asas unidas desse en canto
capaz de unificar  úsica e o discurso.
Nã o creio no prodgio senão d e u ietiso,
de uma reconstrução do eterno sobre o abiso
qe escava cada rio iortal e seu curso 
partilhei co Pitágoras o sonho do algariso
mas fui rando arroio, sol uço por solço .

88
  7

E eis que à luz da eterdade e que caia


o canto a sós co essa abção da ala febril,
surge o pavão trasfigurado e, varoil,
fecuda a fora que se ipôs a ala sozia
para durar, as coo dura a erva daina:
sub-reptcia, a vida toda de perfil  
Que s e a beleza oritura, a or sutil
do que se acaba te a agústia por adria,
a graça vã da perfeição, a flor de jade
pousada ao lado do rub i do es caravelo,
te por desculpa e padroera a eteridade
que restitui, as coo a prata de u espelo
devolve a réplica: ais fria, ua eade,
Alexandria, u sague frio, se verelo

  8

A, o sague! A, o icêdio! A assobração do fogo


já ão devora ais o corpo, é só disfarce
ao consetr, codesceder e icediar-se
para voltar a isiuar-se coo u prólogo,
ua proessa    e essa cama vira logo
a página febril, soletra u de sfolar-se
que ão te fi, iitação do ar se o mar
se icedasse e essa aurora ardesse u rogo,
ua queixa, u adeus A, o sague de etira!
Alexandria etirosa, a arte é a vea
assombração de u corpo jovem que sumira
e volta esse abiso frio, de caélia
que recoeça uma agoia as se espela
cotra u sangue de prata e pára, não susira

89
 1 9

Obsea esse paão emelho, hemoagia


de uma ilusão, coe de lâmina de espelho
na eenidade de que fala o escaaelho,
smbolo e umbal ee ambém; segue es sa fia
ansmuação, pela canção, de uma agonia,
de um coação num sangue inee, se emelho,
um sangue pasmo de i ando alegoia   
Admia esse paão, mas oue ese conselho,
ese aiso à emoção : lao de paa fia
sobe o eal ansfiguado, a ae é um elo
de coene de algea, ó coação, confia-
e a esse p aão ensangüenado-se do belo,
mas não confundas essa bela geomeia
ao copo amado e nunca dees de pedê-lo

. 

O que soe num copo é o sangue ue esala


na eenidade ue não em; o que esemece
num copo dúci é o sao  que ee conhece
da insane o que ai moe; peso n a sala
do poisóio, o copo é mais que a luz de opala
de uma ouiesaia, e o que nele padece
é o sangue em agonia, e nunca aquele ou esse
aificioso jogo a aemeda-lhe a fala
Mas é um fogo inanimado que ilumina
a cinza gave da fogueia da colina
do peio amane onde baia um cação,
um sangue io; é espaifada pela mão
que faz· dos cacos um ial que a pefeição,
essa ilusão, acode ao peio em que gemina

90
 11

E e vo colhendo as nhas flores de vitral,


es estlhaços de jard, es rendlhados
espatfados pela vda; pelos lados
de a avenda colorda e scal,
vo recolhendo nas do real
es cacos fráges, es jasns estlhaçados,
e vo fazendo o e vtral desses legados
erdei aqlo qe perd e fz do al
de havr herdado este rascnho fantasma,
a exmação qe  corpo faz de ses cdados
Não te as nada, Alexandra, esse jogral
do inanado, o coração jogando dados
co a perfeção, pena perdda, e coo tal
nteporal coo os jardns transverberados

. 

A dstânca copõe a solendade


qe a vda lúdca não te: a da súplce ,
a vda ávda, anda sepre atrás da grade
de a gaola de brnqedo enqanto cpre
se exercco de gastar-se O tepo é cúplce
dessa coéda flgrante, as as tarde,
qando os trnados da vsão co ses vslbres
engaolados na dstânca e na sadade
vão renndo as savdades da harona,
a da sonha recopor-se e , qas grave,
qase veaz, a ave de prata nos espa   o
A vda aprsonada pela arte é a ave
ecânica e Bizânco, as e Aexandra
é o teor da esperança, a elega save

9
 

r tr pr tr  t prd


      z
  zd  r  td 
rt  rt d  
   t d  d d   t
  d  r    pd 
xdr t t d  pr
-  t     
t d d  d  pd
r  t tr   pr 
      r
  pr   d  
dpdrd   d r
tr  t   d d .

I 

M  t d pr  rd


 t  rd d tr t
q  d    d d  rd
 rtt-   pr t
pr qr-  trd d  
M  vlt   q rd
 t plp d d l  á r
 rdr n ubl  cr
 pal fra  mt d pr tu
 lu  lxn c vótc
m qu  al  nt acmanan ft u frtr
  um atft    cç f l um órtc 
um arc bt  rcõ   u f ric 
alt rn amba  mnt a caa cr   

92
I 

C     r


r d    
 ,
 ,
 rd   d r
d 
 d   
  rdr,
rdr,
 
  
 
  d 

d  dê, d  d  
 r  r d r
Qd  r
r    d ,
d,  r  rr,
  r
r  r
rd,
d , 
   ,
d  rdr
rdr d d r r ,  

   dr  ,    d 
 d r r, d  êdd,  ,
  d r  d   ,
 r   ,     r!

I 6

h,       


  d rr
d   ó 
    d d  r
d pôr  d  r, l  pr
s s d rl,   lr
d l l,  nc d igrr
 r snã m dstl Prr mr-,
ó d rm d r, sdd à pr,
recsom  dlr  dsstr  actr
ma bel isão cmo  locus do sr,
onde r deiando estar, o desprecer,
o e não fr
fr precisamene
precisamene e ssa isão
i são .
 , qe
q e inventaste, Aex
Aexandria,
andria, essa
ess a noção
de eterno constdo, esc-te dizer
e nada tm a ver a da e a constrçã o!

93
I 7

Entraste num crisal? Cristalizado estás


Confundiste-te ao veio? És agora a safira
Bailavas
Bailavas no dea? Vais sendo
sen do essa
es sa mentira
m entira   
Meu ordocoração trinado do fugafugazz
tu sabes bem melhor que eu que o canto traz
consolação como a ilusão que tabém tira
o chão debaixo dos teus pés. Não troques mais
a resa pela sombra o alvo pela mra
o que perdeste por aquilo que inventares
Alex
Alexandri
andriaa é como
co mo a C irce é um a perersa
perersa
vai trocando o que é pelo que faz
faz seus
seu s ares
estão cheios das árias que a luz traiu:
traiu: conversa
com ea coração mas guarda os teus lugares
como os recordas ora agora submersa

I 8

Consolação que o canto tece és parecida


a algo da luz mas como a Estrela da Manhã
que chega tarde
tarde e não demora  .  És temporã
temporã
e se
s e lograste iluminar-me uma avenida
avenida
é porque o verso é uma permuta troc a vida
pelos seus pomos ilusórios a romã
por um rubi todo um pomar pela ferida
cristalizada e Alexandria é tua irmã.
Dança
Dan ça no ar ar em teu
te u adim
adim semiencantado
semihabitado dos trinados de um além
 semibreve
semibreve e  semifusa em seu bailado
imitam a flor qe a vida tinha e á não tem.tem .
Mas nãonã o e dees seduzi
sed uzirr enamorado
besouro meu nesse ardim
ardim não há ningém
ningém

94
I 9

O que tentas fazer desse artifício duro


que te adula e estrangula é um mio; o que queres
e não queres dizer não é que a vida fere
estonteantemente ou que o impuro era puro
e o fictício factível; o que tocas no escuro
entre as visões a que te abraças e preferes
ao instante que passa é o que certas mulheres
(as que perde
pe rderam
ram um filho por exemplo)
exemplo) no furo
furo
improvável da agulha da ilusão enfiando
o fio de um bordado partido
partido  vão também
procurado passar um vazio
vazio que vem
lá de dentro e alucina Ah cato canto! Quando
te curvas a esse ofício coração miserando
não tocas nem AleAlexa
xandri
ndriaa nem
n em ninguém
ninguém..

I 3

Sabedor de que o custo de cada hesitação


entre um
u m caminho e outro é c omo um preço pago pago
pelo dom de perder
perder como
co mo se de antemão
antemão 
um desses braços que se estedem para o vago
sempe nalguma encruzilhada
enc ruzilhada acendo
ac endo e apago
apago
as hipotéticas
hipotét icas lanternas que
que há o vão
da porta entreaberta da memória e repago
meu imposto ao vivido o selo na emoção
do insante
ins ante inapagáv
inapagável
el Por exemplo
exemplo há uma esquina
em Ravea
Ravea também
também vestida da neblina
em que a deixei
deixei envolta sob o céu de dezembro
dezembro ;
dali me acena às vezes o longo adeus de um membro
amputado a uma estátua de névoa mas não lembro
ninguém naquela rua rosto algum a ilumina

9
 3

O monomento ds visões à z que find


find
como  cnção ds coiss é doce confsão
e prição
prição  prição por mis bemvind
ess o qe ohndo trás emse no vão
d port entreber pens  emoção
qe prece vestid de mui cois ind
in d
de tod  fntsi d vid ces ind
e no ennto
en nto é m vzio que vemos  ilsão .
Ms no cminho qe ommos n ess estrd
qe se cmpri
c mpri qe  cd esqin
esqin  foifoi dobrd
dobrd
d ilmind e não só entrevist
entrevist
 vid é como fo permnece E ind exis
ou não cen por cen  visão bemmd
é o rel como é não como o qer o rtist.

 3

Não não se rt de m seleção pens


em  rte é  vid pssd o codor
trse de slvr n esmp o se cndor
o qe se cb o seu esfolhmento s pens
despencndo d b de m chpé s eqens
eifnis d goni e do esplendor.
Espreio m vehot por eemo
eemo d cor
ds nozes de N s bochechs morens
no roso cnido
cn ido proegid
proegidss de cé
c é
e so egípcios peo espênddo chpé
 qe às vezes cím s pms qe m m  grh
grh
robr  gm pvão. Esse poge de ph
dz ms qi desse re qe o veno esph
qe ese mesmo soneo
soneo qe ee mesmo me de .  .

96
I 33

Essa nha, o q fico daq dia


ia a anos, raicômica
raicômica xcço
xcço
nos riais d ma conína
conína ncnaço
m q o pa p avo da ar vs
vs-s
-s d ma
m aia
ia
 ocpa o paco odo com sa horraia;
ssa cin
cin  cosmira
cosmira d m sao
ipo Cavé q a cada ard aparcia,
saia d pailleté  bnaa na mo,
prdndo as pmas ma a ma dsd casa;
ss
s s candor
cando r d Axandria,
Axandria, sa fé
na ssmaria do ra como  é,
ssa
s sa moço hilarian
hilarian é co mo a brasa
 no como o rbi passa, aoniza, vaza
como oça
o ça parida,
parida, mas viva,
viva, aiva
aiva,, m pé!
pé !

I. 34

Nm a noção d louça é m capricho da Msa


o sso
ss o da rima rvrvjo
jo caramn
m incidn à msa ao ado, a q m cin
parira,
parira, sm
s m noá-o,
noá- o, o vaso m q ma dúzia
d rosinhas
rosinhas dormiam
dormiam;; cna mio confsa
como sa vida sabanada d rpn,
no si como, aaara-s a msa, a saia, a bsa
da sia diva
diva do chapé
c hapé improv
improvidn
idn . . .
O so ma rcordo,
rcordo, mas aqa dnosa,
ânida
ânid a manca nr as miçanas da vhinha, vhinha,
fico-
ico-  para smpr
smpr ; aqa
aq a cna é mina
como é indév
in dév cada manca
manc a  cada rosa
q o mpo  Ax Axandri
andriaa misram,
mis ram, vrso  prosa
pr osa
no ono
on o iv
ivo,
o, cada páina sozinha.

97
 3

Vejoa
jo a de pé
pé  brandindo em vão um u m guardanapo
guardanapo
sacudindose
sacudindo se e pondo
pon do de repente
repente em e m perigo
perigo
as derrad
derradeir
eiras
as plumas heróicas
heróicas    Nem consigo
separar o elemento polêmico do papo
(apoplético agora) do do cavalheiro
cavalheiro um sapo
e uma gralha de pé no histt de um u m amigo
acometendo untos
un tos em francês
francês e com co m um trapo
a mancha car
c ariciosa
iciosa que se iria comigo
comigo   
A vda é toda assim desastres que qu e os poetas
acumulam e levam anos e anos untos
até que vêm a noite a memória as discretas
fabulações
fabulações da arte
arte e eis que um par de defuntos
defuntos
e uma cidade inteira transbordam das canetas
como
com o as gotas da luz retornan
retornando
do aos assuntos
as suntos   

  36

Tão esplêndida agora é essa cena banal


cruel e hilariante de mistura que o rio
do instante e do lugar
lugar emolduraa sombrio
mas generoso como um veio de cristal
a entesourar as mil gravuras do real
Sinto pena dos dois revivo o calafrio
que me subia a espinha e sintome que io
tão disfarçadamente como então! Tudo igual
tudo o oposto
opos to preciso da vida
vida ohet d'a
tudo quanto o artefato
artefato não é nem pode ser
reclamame a emoção
emoçã o novamente
novamente o prazer
como anto Agostinho o acusava de adar
entre Catago e Alex
Alexandria
andria a dor no
n o ar
ar
a flor de fogo a imitação do amanhecer
amanhecer   

98
  37

O przer, o przer. .  Anncição do ocso,


ele intromete-se, segndo o sábio snto,
 m cen qlqer, m incidente  m cnto
de mes de cfé e, o vzr do vso
frágil qe o corpo é, como qe por cso
mnch  eegânci d ilusão, confnde o prnto
e  ág d vid, derrmd sempre e enqnto
vi desprecendo o ser, no lgo rso
e evpornte,  doce mnch de vver
 o przer  nos persege, constrói, destrói e dr
entre  goni e  exltção d critr.
E  rte? Se logrsse ser mis do qe m przer,
que nos trri? A ceitção do entrdecer,
 dor como poesi, o mis m impostr?

 38

O pássro mecânico, o prodígio de mol


qe cntv em Bizâncio pr m imperdor
cnsdo d verdde qe morre  ve d cor
voitiv d ói, imitção d esmol
qe o efmero concede  emoção n giol,
segndo o cego corção de m construtor
sem legri, entre  contrfção d dor
e o simlcro do przer ess corol
sem póen em qe o instnte e o ser não frternizm
ess fnix fls, desdehos d cinz
e lhei à toch pixond, qee triste,
io trinfo, Aexndri, o condziste
otr vez o rel, embrigsteo do piste
mort, deste-lhe m ninho no pomr qe goniz.

99
 39

Não cabe duvidar: em tua apologética,


em tua advocacia do instante, ou do que cessa;
em tua exaltação de quem perde a cabeça
e as plumas ao brlhar e darse; em tua estética
da ambigüidade, da emoção peripatética,
não há como negálo, em tudo és sempre avessa
às configurações do Ideal peça a peça,
desmontas e humanizas a solidão ascética
da ave imperial de Bizâncio    E não sei
se te faço justiça, mas recordote assim,
contraditória e radical como um motim
na embarcação da última luz: onde ande o rei
que fabrica prodígios, pões a morte, o festim
do efêmero, o gorjeio que perdi porque o amei

I 4

Glória à dança do eterno no baile temporal,


misericórdia solidária do sensível;
glória à memória do inefável vindo ao nível
do reduto visível, púrpura mperial
do monarca no exílio, no reno natura;
glória à magia da beleza perecível,
à luz de Alexandria, onde é sempre impossível
vver, morrer, mas onde udo até o final
é um diadema na cabeça que se perde;
glória às comédas do real, seu belo passe
de mágca em que a ave é que é a jóia em disfarce;
glóra à aleluia do fugaz, ao campo verde
dos telados de louça, ao jadm do praze
de fenecer, glóia à aeluia d imolarse!

 00
I 

Não me anima a ambição de embalsamarte a vida,


meu oração, a hora é grave e mal me atrevo
a endereçarte a teia vaga do que esrevo
na noite alta ante a oruja empedernida
junto ao busto de Atena, tal omo foi nasida
de uma dor de abeça gêmea do teu enlevo,
insone oração, ando é busando o trevo
que olhi num jardim ao fim de uma avenida,
na emoção sem quartel mas om destinação   
Tento é m e aproxmar desse lugar banal
que a lua anda prateando agora e a assombração
da memória rastreia ali, junto ao portal,
ante aquela oruja, quem sabe há algum sinal
de que a louura dura mais d que a ilusão    ?

I 4

Essa oruja sabe, e sabes muito bem,


omo nos omportamos passado esse portão,
omo nos desfolhamos, saudidos na mão
da emoção, dois trevos trêmulos e sem
razão de desfolharemse assim, ante o vaivém
da idade que passa, a vaga multidão
emoldurando sempre a ena e sem noção
da posição que tem na omédia do bem
desfolhado ou o mal quase sempre fortuito
Alexandia, oifeu daquele oro
impudente de pétalas, passava a mão de ouro
sobre o dorso de dois touros idêntos, e é muito,
muto tade demas paa deter o estouro
da z despetaada, ah, o urtoruito!

0
 43

E é ssim, e não por ter  mição de exumrte


à vid que escoheste, corção oediente
à ei d insoção e que se fo  rte,
ms por ter como tu cen  cen presente
tod  ong emoção d vd inconseqüente,
 ventur em que ndmos como quem tom prte
no texto que compõe, é ssim, tremumente,
como quem cheg  um ne pr ohrte
descer um venid e prr num rdim
de Aexndri trnsprente de sudde,
ó corção que não deixste ess cidde,
é ssim que eu vou seguindo um trevo no semfim
que nd perto demis de ti, onge de mim
e insepráve d invenção d eternidde.

I 44

Érmos o eqüiátero, tu e esse pr de mntes


iguis  tntos, com certez: de um o outr,
entre nós dois, Aexndri,  cd encontro
o trço de união, tornvs mis rihntes
s rests d uz que define os instntes
Dizem do tempo dos mntes que é um monstro
trvessndo s doces vtims e pronto
 esvziás de sentido; o meu foi ntes
 reciprocidde perfeit do przer:
ess eegânci sem receit ou endereço
não nos fhou um só vez, desde o começo
té os útimos umris do entrdecer
que trvessmos tão unidos como o vesso
e o do impo dos borddos que há no ser

 02
I 4

Qe mais die? Qe atavessamos po acaso


m dia e paa sempe a neblina ilsóia
qe insiste em sepaa o instante o se e a Históia?
O ota metáfoa qalqe: m tanqe aso
em qe se deitam as vagaeas de m ocaso
onde os eexos se confndem  lmemóia   
Paa qe epeti ota ve qe nm vaso
e nm vaso qalqe cabem o vaio e a glóia
da flo desfeita mas pefeita a osa fia
qe das mãos compõem das colhem e m dia
a comnhão a qato mãos va a sonata    ?
Tdo via ota coisa tdo se desbaata
tdo se esfma e contina a Alexandia
sempe mais na do qe o pássao de pata.

I 46

Se e tinha todo m vestiáio m manancial


de máscaas e asas paa aceca-me  vida
se e tinha a adácia de m mocego msical
o me amigo tinha apenas a feida
qe o efêmeo lhe abia na alma doloida
E ea m acobata ele ea o ogal
estilhaçando-se a si mesmo ante o potal
da desapaição da l da despedida
de tdo o qe apaece    Onde e me paecia
me apaentava  co qe escapa ao aebato
 flide da fga  l de Alexandia
ele ea o se inteio: do qe e fosse o etato
ele ea o modelo vivo! E o atefato
e o aleqim ele o eal sa agonia.

03
  7

 fideidade ao qe morre er inens


não esqivv nd gravv o conrse
enre o espendor sevgem e  pide qe pens
hiv o r consmavao o dessre
e msicvao ee aceivo como a hse
s pés qe do o veno. E pnha a crenç
n re do exiicionis m dispens
imens chei de ccrecos cda rse
m geso pendrado à vidprdoro
Ee não! Nee h o respeio d arei
com as marcs do snge e dos cscos do oro
ns minhs handeillas fingids pnha  vei
era d exisênci. Ms foi de m gouro
exndri qee revo à  chei.

 48

Nnc deixo de do ma mencoi


qe o envoveri n eegância mis discre
e foi ficando ssim si coo  se
e i pirr o modo se ms não cí
prv como o fcão no . . . Aexndria
reconhecio como se mis m poe
qe esdv com e  fórm dire
qe fosse ind m espira e m goni   
Andei com ee por inúmers ciddes
sem perceer q fosse qe diferenç
qe o sepro sempre de mi ds medes
nm des  essênci e n or s vaidades
é qe ee er o arisocr o vgo pensa
qe mnd em do ee pedinos icença

 04
 49

Era um alexandrino por fasio e ciência,


combinações de melancólico fiel  
Seu dom de s i desconfiava do papel
que lhe exigia o diaadia, e a reicência,
nele, por lucidez, jamais por complacência,
era a sua ressalva às pressas de Babel
Foi um cenauro nisso em que era o corcel
que o arqueiro coroava com aquela displicência
que Alexandria afea quando mais disciplina 
Separava os fios da luz mais crisalina
com modos de quem oca a harpa proibida
e punha em cada geso um om de despedida
e uma alegria de crisal que se ilumina
Recordoo assim, inaco à porta da saída   

 

Ao deixar ese mundo como uma luz se apaga,


deiou-me, e reverberamme ainda a cada instane,
lâminas sob a pele, a canção lancinane
de um mar inerior a udo Se há uma chaga
sempre abera na mão da carícia disane,
à maneira dos golpes repeidos da adaga
a que ronda o meu peio agora é cinilane
como os gesos da luz que vai guiando a vaga
Há uma ambição que Aexandria ainda despreza
enre as anas que a enam a cidaderefexo
refina a imagem e solaa, desfaz o elo, o nexo,
o raço de unão enre o ser e a beleza;
enre nós, ao conrário, mesmo às horas do sexo,
udo ornava ao cenro, de surpresa em surpresa!

0
 5

Quantas vezes meus olhos rolavam (como agora)


por um rostouniverso em que cada hemisfério
tinha um lado da luz o que queima e o que doura!
Quantas vezes revivo a surpresa o mistério
com que me deparava num rosto o lado sério
da alegria infantil que o animava! Há uma hora
imóvel como os mármores e quase tão estéril
em que alcanço reverlhe a cabeleira loura
caindo como a luz como uma cachoeira
e tocandolhe quase as pálpebras de cera
as safiras do olhar o mar ante o infinito   
Calavame tão grave que sufocava um grito
e Alexandria então bacante e feiticeira
arrancavame os olhos cegava um corpo aflito!

. 

Tinha a fronte lunar Espécie de clareira


no bosque de ouro antigo que quando lhe descia
às sobrancelhas coo uns leques de palmeira
que a mão da luz ia entregando à ventania
cobriam quase toda aquela fronte esguia
e turvavam-me o olhar sempre ameaçado à beira
daquelas labaredas súbitas Sorria
e vinhame ao socorro com alguma brincadeira
mas ao liar com um gesto impaciente a fronte
proibiame de sofrer: naquele olhar
que e tremia a a nuvem no horizonte
a adaga da emoção cegando o olhar amante
Alexandria ria e rolava o seu par
de dados eus dois olhos nos dedos da acante   

06
I 3

Ah era o me delírio mais ínimo e mais grave


Sofrer como se sofre diane da perfeição
diane daqele cofre de que nos fala a chave
e abre-se de repene ao alcance da mão
dos lábios da carícia brsca é uma emoção
insporavelmene esranha A mais suave
e a mais feroz embriaguez nemse e o chão
sbraise ao amane ransformando-o na ave
qe a flecha respasso em pleno ar Verigem.
Mdez ou balbucio Decúbio drsal
da ama sacudida pela visão oal
do ser Alexandria A alma é sempre vrgem
e o mais franco sorriso a carícia brual
de nada seem qando o rio vola à origem

I 

Inúil insisir a coisa é incompreensível


é velha como a vida e mal vale m desvo
nas dobras de ma hisória mal conada. Hoje rio
o ao menos sorrio porque do é possível
alvez salvo explicar a passagem de nível
enre a calma banal e as enchenes de m rio
mloso de m desejo qase frio
qase marmóreo às vezes não fosse o indefinível
o voeno vazio da alma respassada
sbiamene pea aparição friva
da beleza oal: a alma em carne viva
diane de m roso familiar qe a afineada
da lz vem revelar de novo   A ama se priva
de do Alexandria menos dessa esocada

07
 155

Como tu sabes muito bem . . . Em que calçada,


contra que paredão de terreno baldio
parei daquela vez para conter o rio
que retornava à fonte outra vez, a enxurrada,
o redemoinho entre uma fronte e uma pancada
de bofetada interior? Entre o vazio
em que eu caía e o paredão de um muro esguio,
ele me olhava com a expressão desalentada
com que tentava me amparar naquelas crises.
Não dissera mais nada. Não se acostumaria
amais àqueles raptos, que chamava "deslizes
a modéstia impediao de entender. Mas sorria,
sorria sempre . . . Hoe, ai de mim, á não consigo
"desliza  não sei mais c orrer esse perigo . . .

I   6

Ó susto da beleza, a milésima vez


é exatamente a mesma, e caías-me e cima
com a exatidão do raio, a música da rima
e a impertinência da emoção! Carnal, talvez,
as tradução de um impossível, da nudez
que o sensível não tem. Amei uma obraprima
tumultuada pela estranha placidez
de um corpo ovem que me revelava um prisma
de luz total a cada instante, repentino
como o vulto de u deus atravessando a rua.
eveo bem aquela rua em que um menino
ogava pedras no vazio e me insinua
o mesmo instante agora: a beleza mais nua
faz de uma fronte o precipício a que me inclino.

08
 57

Que signifia na preária eonomia


das ombusões do amor esse súbio insane
em que um olhar esbarra nas feições de um amane
na onínua surpresa da perfeição na orgia
da beleza e esraçahase enre a melanolia
e a insurreição da arne sempre deirane?
Por que sofrer omo quem rasga a fanasia
à enrada do baile e volase hesiane
envergonhado de enonrar-se uma vez mais
ão malrapilho para a fesa o riua
Esse desequilíbrio inerior arnal
e esoneane dessa vez foi ão fugaz
quano a esorregadea que dei e por sinal
u-se amparada pelos braços do rapaz . . .

 58

Mas foi aquela queda de reso ponual


omo um elipse previsível a guardar
para os arquivos da linguagem esse lugar
que enerra Alexandria ineira; era banal
repleo das minúias da vida e essenia
agora à evoação da idade exemplar
veonos a enreolharnos alados ane o mal
e o bem supremo dese mundo; veo o mar
gesiulando além daquee muro anigo
meio em ruínas; veo alguém que abre um posigo
se inlina e hama uma riança; veo a luz
que há num roso um sorriso limpo me seduz
mas se desvio os olhos ao muro o meu aigo
de repene abre os braços ! Vejohe a somra em ruz   

 09
 9

O ovem Julian Green, noura erra disane


em que aizaria a alma, deu com a enchene
do mesmo rio urvo e ierior, à rene
de um roso elo como aquele, e expecante   
Carregou vda aora essa luz riunane
e dolorosa, a pereição como um presene,
mas recusoulhe o abraço desesperadamente,
araçouse apenas à Cruz que aquele insane
eu via conra a cal descascada de um muro
Naquele Sul proundo que ele celebraria
a cada página cruel e inensa, havia
a Cruz, a mesma Cruz de sempre    É que o uuro
em cada roso amado  anunciação no escuro,
diz de renúncia e redenção, Alexandria

I 6

Eu, no enano, deixeime cruciicar sem peo


e sem hesiação! Se não ui proesane
nem sequer ao rocar o eterno pelo insane ;
se não nasci o eunuco de Deus nem do deseo
e não sori ampuação nenhuma, veo
as coisas de ouro ângulo hoe; mas diane
daquele par de raços em socorro do amane,
senime nu, desci da Cruz e deilhe um eio
enre a palmeira e o muro de um erreno baldio,
o velho mar lá longe em doce sinonia
com o corpo asurdamene ovem em que eu vivi
Na rua mais anônima de oda Alexandria,
coloqueilhe enre os raços a enchente do meu rio,
roquei a somra pela presa aquele dia!

 0
 6

Foiseme a voz agora desvouse a canção


e a caneta na mão não sei continuar. . .
e resto continuar o quê? Tinha a intenção
se bem me lembra de extrair a esse lugar
e a esse nstante ago mais que a febre de um ohar
mas um rosto cortoume quase a respiração
Creio que ia dizer que a arte aspira savar
uma visão bana restituindoa à paão
com que o ser se percebe ou se deduz às vezes
as dei com aquea fronte sob aquea cascata
que um gesto tenta em vão conter e como os deuses
perdime ante a beeza morta. . . O amor me mata
não sei recomeçar Aexandria e os meses
hão de passar em vão porque a Musa é uma ingrata

 6

Quantas vezes canção confundiste s dois textos


o que ias dizerme e o que afina disseste 
Mas a arte é assim em seus paimpsestos
os níveis se atropeam e a eegia de Alceste
cobre a ode ao esposo    O canto uz a oeste
faz as sombras e animaas de graças e pretextos
porque o ser quer durar ao modo seu e veste
seus vagos arequins com os trapos mais canhestros
Cantar é sempre assim seta aquém da intenção
que raramente toca o que persegue a mira
e a meta se confundem que se a arte é mentira
é a ncerteza do ser qe a seduz Mas não são
provas essas surpresas de que a ama deira
porque ea aspira o tempo todo à redenção.


 63

Toca a fronte lnar, balbcia no vento


tas encantações de solitário, beia
a pétala qalqer em qe te sonho vea
m trevo, m malmeqer, bsca contentamento
no verso qe sober fazer do te tormento
a espiga do prazer, esqece o qe desea
ta carne: morrer   Ah, mas qe tdo sea
o mesmo baile em vão, a dança de m momento,
a delícia frgal do qe vive a acabarse!
Persege o qe perdeste entre os mesmos farrapos
de qe se enfeita a noite, na comnhão dos sapos
e das estrelas, mas, de m a otro disfarce,
despete do passado, do ftro, dos trapos
em qe tdo se oclta: a alma qer procamarse!

I 64

Transfigrarse e ser a mesma, à diferença


do qe perder por pro amor Se a alma o sober,
o canto vem e restitilhe o qe ela qer
O canto é só m aroma, mas resme a presença
à maneira da asa, com aqela indiferença
ao limite mortal qe o vôo tem: qaqer
transformação é m vôo e, se a alma o qiser,
tdo se transfigra, crisáida qe pensa
Ó borboleta incomparável, qem te diz
qe para além da insaciável solidão
de m coração qe se atrofia há ma amplidão
idêntica à poesia? Ó trêmla aprendiz
da seta, do perfme, da lz, é com razão
qe te obstinas : salvas tdo por m triz   

 2
 6

Mas já agora não sei .   Fico a pensar nas horas


que a vida desfolhou totais cheias de pétalas
alegres aduladas e se comparo aquelas
consolações mortais a tudo mais agora
nas cadências que nascem daquilo tudo embora
brilhe uma vez mais e procissão as veas
que Cava entrevu tudo mais se evapora
enquanto viram música as vertigens mais belas
tudo sabe a oucura  . . Porque fomos talvez
o raalhete separado do jardim
um instante perdulário e grave e que se fez
e se desfez porque a alegria é sempre assim
Alexandria . .  Ainda o outro dia éramos três
e já agora não sei o que fazer de mim !

I. 66

Foi tudo exaltação Se vale a pena agora


emoldurar esses delírios é porque
a vida se revela ao poucos e demora
a aparecer entre os pedaços que a alma vê
A tela é rápida demais mal chega a ser
promulgação e se a eclosão promulgatória
de seus instantes acumula na memória
as aquarelas luminosas o prazer
coo a luz vem de longe é à força de instantâneos
que a trama oculta se concede e se elucida.
Eu pinto agora numa esplêndida avenida
entre os braços do Nilo e os belos sucedâneos
que Alexandria opõe à enda desta vda
lá vo pintando um par perdido entre os gerânios

 3
 6

Minucioso com estes fios de um pincel


imaginário pinto agora dois espectros
os lineaments de um perfi de um torso atlético
reaparecendo pouco a pouco quando o véu
proibido se esgarça e garça conta o céu
a alma que vai voltando ao corpo seu dileto
o doce enconto em pleno ar   Pinto um patético
par de fantasmas cor do ocaso cor de mel
Pelos ardins de Aexandria tão suspensos
e tumultuados quanto a dança do enforcado
dois copos pendem da miragem como os lenços
dos seus veeiros do céu bao prolongado
como um pescoço estangulado de siêncios
E tudo oscia endurado como um quadro

I 68

São as marés do teu verão ó espuma fria


que vão trazendo estes delírios de cantar
ou de abraçar (é quase o mesmo) a estátua esguia
que eu vou erguendo e vais mudando de lugar
Reveo-a agora numa esquina à beira-mar
enquanto o vento misturava a maresia
a uns cheiros cheios de deserto tumular
tuas ressacas sempre enormes nesse dia
subiram ais interromperam o houlad
entre a Coluna de ompeu e a confraria
dos teus cafés peas caçadas que iam dar
em peno ar naquele dia  quando o par
que ando seguindo tempo afora Aexandria
ficou-te olhando enfurecer e espumear

 4
 69

Surge sempre do fundo vaio: do oco,


do vácuo que há na da, ee sai, vai pousar,
como a queimada na ardidura, em cada toco
da terra ressequida, branco enxofre do ar.
É um vento arquineurótico, espécie de siroco
que sopra quando quer, mas quando vai soprar
a útima ve, anunciando pouco a pouco
o fim do instante ouco, é o deserto anuar
que Aexandria enfia no dedo, o áspero, o seco
bilhete histérico da noiva abandonada
sse vento, que surge de repente do nada,
pendura o céu no opaco e, à maneira do eco,
espreme o que se esvai: seguese a u de beco,
de bico de urubu, de carniça adiada

I 

Foram dias estranhos, u na periferia


da u, como se agora, e ento, o corredor
do instante se esticasse e deixasse supor,
se no um desenace, uma antesaa fria
como a hora aongada que precede a agonia
do dia e desemboca aos poucos num sabor
metáico, de pape de estanho, uma anticor
de ocaso adivinhado, que ainda ma se anuncia
sses dias de u mais fria, como os embro,
tinham de uma caridade obíqua, fotogáfica,
entre a nude metáica e a geometria errática:
Aexandria, abandonada membro a membro
a bacantes tardias, sensuamente sádica,
cortavanos ao vivo no estanho de setembro

 5
 7

Como a caarse qe resole ma ensão


inoleráel como m belo bisri
qe abre o mor do nada enso e percebi
e ele ambém com m só remor do coração
no eno sacdindo o ar como a m colchão
como a m lençol empoeirado m colibri
esse sina do insane alado ir dar no chão
e ali deiarse esar refaselarse ali
como m corpo qalqer qe cai e renncia
Pensei enão não sei por qê no qe dizia
da ragédia Aisóeles qe é a prificação
de ma paião faal não pela fanasia
mas por ma olena súbia e aqele dia
indesejada  se oal  liberação.

I 

Algns insantes anes passara a mariposa


a mesma qe há milênios esoaça e resme
concreiza o fgaz al como o agalme
em qe a lz erra à oa; a hora agarosa
qe do despooa se harmonizaa a coisa
e a sombra confndidas somaaas ao perfme
áspero do siroco. E segndo o cosme
da aparição banal aqela mancha airosa
disraindo e espanando ao mesmo empo o olhar
fazia nm jardim qalqer do fim do dia
e do silêncio conrasados m plsar
sem senido nenhm Uma melancolia
e ma aga fmaça escalaam m lar
precoce e do aqilo fsigaa e doía   

 6
 3

Em siêncio medíamos junos, num oha


sobressalado e eno, a pequena disância
que spaava udo de udo, a dissonância
serpeneane e beve que apa ao ugar
e cooc ene o insane e o insino de dua
o coação que passa da peniude à ânsia
da desapaição Como uma eenância
subaise na somba à veigem soa,
oda a vedade enão, como essa venania,
apaecianos avusa e abiáia,
e sem dizenos mais odo o ea sumia,
confundiase à fuga, ao edemoinho, à áia
eóica do insane fouio: Aexandria
esculpiao na aeia, máscara mouáia

 4

Escapávamos a esse luga e, de epene,


uma muhe que podeia e cinqüena
ou vine e poucos anos, ano a do apaena
os exemos que oca, ao passanos à fene,
oda despeneada peo veno, enedenes
dissenos, com um oha de soslaio:  cinzenta
a oa d ama gu cai do céu sobe a gente    "
Não esava embiagada nem ouca, esava aena
àquee insane em que a insisene venania
ameaçava cede o paco à chuvaada:
ohos posos no empoa que Aexandia
havia décadas não via, desgenhada,
inha ago de goesco, uma hiena que ia
Soia, ea evidene Tocamos de caçada

7
 

Traaos de esquivála como dar imporância


ao monumeno vvo de uma dor irascível
de que o amor nos proegia? Era impossível
Mas eu olhava-a ainda e lialhe uma ânsia,
oda uma angúsia fria num roso que, à disância,
vejo melhor ainda sofria e era errível
a desorde da alma, que caminhava ao nível
das nuvens dessa arde, de uma deselegância
sobria, desgrenhadas como essa cabeleira
que iria imporse a mim aos poucos como a imagem
da força anárquica do ser Há uma paisagem
que a alma vslumbra e guarda para mais arde; à beira,
às venas do vazio, ela vola, selvagem,
o avesso da ilusão, e é como a vida ineira   

I 6

Mudavas o eu ar como quem despe e aira


para rás a camisa com uma desenvolura
de corpo elásico que muda de posura
e balbucia nessa roca uma menira
de amane saciado, que espreguiça e respira
mais devagar, faro, enrevado de venura . . .
Tudo muio mais frágil, enalhe de gravura,
cor de definição insolene, e eu senira,
e ele ambém, em udo enão e na disância
com que conaminavas udo, a dissonância
e sublinha a sonaa, por mais doce ue cal
o doce adagio    Ó appassionata a da vale
um al suspense, Aexandria, a concordância
de vozes divergenes, a fuga, o gn finae

 8
 

O que nos davas  entender, ó bruxa na área


de luz ambígua, ó opacidade repentina
no instável do cristal, ó valetudinária
que te alongavas (e duravas, ó Sabina
do longo rapto!), era que tudo não termina,
que tudo vai mudando como a estação precária,
o abandono do pássaro interrompendo a ária
e entregandose ao vento, o vento atrás da esqina,
o vento atrás de tudo  . . Que ias mudar a senha,
mas sem tocar no código, que a tradução do enigma
é sempre a confissão da perda, como a lenha
traduzindose em cinza, Alexandria, é o estigma
e o triunfo da chama, e o amor o paradiga
das cambiantes do ser, ou do que o ser retenha

I. 8

Mas que importa à alegria dos corpos o colosso


legislador das utações? Pouco lhe importa,
que quem pulsa de mor aos ritmos da aorta
num peito amado, e se pendura num pescoço
como uma jóia, um beijo, um gorjeio, um esboço
de tatuagem, é sempre o mesmo e se transporta
de uma euforia a outra como a abelha absorta
entre o pólen e o mel   E que lhe importa a um torso,
confluência de membros trêmulos de efvios,
e excessos e salivas, que lhe pode importar
as cambiantes da ei da luz no limiar
de um estertor tão fundo? Que sombras, que dilvios,
que letra morta ou terremoto há de matar-
lhe a ome, Alexandria, ou calar seus vesvios?

9
 19

Recordo ao pé do Etna aguns anos depois


outros dias assim: um estremecimento
em tudo gua ao teu daquees tempos ento
como um aiso inadiáve que repôs
o teu fim de verão de novo entre nós dois.
Mas se ma entendêramos o primeiro amento
na eterna Taormina é tudo adiamento
também e aquea uz que vacilava foise
esvaiuse sem nós escapamos aos ventos
outra vez! Farejar de vucão em vucão
a ava lacrimosa e mudar de emoção
Aexandria moduando os movimentos
e as insistências da aegria é assim que vão
(ou iamse) adiando os desmoronamentos . . .

I 8

ois veio um vento de rapina anúncio urgente


que já rondava o nosso eito o nosso instante
desaguador que se inunava de um constante
doce diúio de suor dessa corrente
que corre e prende um corpo ao outro o conivente
enço manchado das garoas de diamante
que os corpos trocam agora o amado sobre o amante
agora o outro sobre  mesmo e de repente
ou devagar não sei que é tudo um ritmo só
deu-se o preúdio dessa fuga que se faz
do instane peno e uma avaanche de ouro e pó
uma cortina fugurante e tão voraz
que Aexandria estremeceu aixou sem dó
do que anuviava e anuviaria uito mais!

 20
. 8

Todo verão tem seus desastres, suas chuvas


reconsagrando o precipício universal
que resplandece entre os abraços: teu sinal
de traição, teu colossal beijo de Judas,
surpreendeunos na alameda das arrudas
e das begônias, do cortejo triunfal
de Marco Antônio    A debandada funeral
dos urubus, seus alarmados guarachuvas,
negras contradiçes da eterna, da usual
Alexandria das egretes e das uvas,
formando um teto inesperado como o mal
da consciência, ou como o aviso dos dilvios,
mudou teu ar, manchou teu céu  porque afinal
também sabes chorar, vez que outra envivas   

. 8

Nós, enchrcados novamente pelo orvalho


dos relicários preciosíssimos do amor;
nós, dados a esanjar diamantes de suor,
por alacostumados tãosomente ao traalho
de refundir metades de um contínuo calor;
nós, dois pardais, dois pomos a variar de galho
para o contentamento de um nico estertor;
nós, sacudidos como um lúbrico chocalho
nos dedos úmidos de um semitemporal,
nós, ao entrar em casa, dois êmulos, dois párias,
dois figurantes n a voragem universal
do teu mais espetacular baile de máscaras,
Alexandria, nós, ao som daquelas árias,
enlaçados bailávamos em torno do deal  

2
 83

Tem os cheiros do amor certo leito desfeito,


m canteiro salgado em qe os corpos em or
se mistraram, salpicaram o cobertor
de m rendilhado delicado cor de peito
sado    Tem as marcas do amor esse estreito
jardim tmltuado pelo aroma e o sabor
qe a voragem dos corpos obstinase a impor
à contína miragem em qe geme o imperfeito
Ah, não me leves, não me eges do soneto
esses levíssimos diamantes de sor,
essa garoa, Alexandria, o sal do amor
na terra qente dos mes versos    Nesse leito
indeclinável, não perturbes o esplendor
do cortinado sobre aqele par eleito

I. 84

Ah, doce indecisão das delícias que dão


no indefinido, onde há de dar enfim o peito
cja coraça são carícias, se elas vão
se lacerando contra a adaga do perfeito?
Aonde irão dar os moribndos que há num leito
de intermináveis eforias, e estarão
inconsoláveis qando tudo for desfeito
consoante o leito transbordante do vulcão?
 interminavelmente inútil a gília
daqeles dois, que já nem sabem mais q em são,

de tanto andarem confndidos, cmo brilham
a adaga e a lâmina da adaga, qe a incisão
não cosegia separar Mas or qe não,
Alexandria, e a começar pela virilha  

22
I 8

Kom aShugafa, as catacmbas d Adriano   


Mas não tiv a coragm d abandonar o mndo
 ntrar por as ma toqui nm trapo imndo,
chio d pérolas incôngras,  do pano
viom um som d múia cantando por ngano
Rcui arcm ouvr m moribndo
a tntar ncantarm  m arrastar ao fundo,
o fundo imprial da dor d um sr humano
qu idoatrara um outro    O imprador sabia,
ao dscr por ali, qu só Axandria
guardaria  amaria como  um dfunto,
mas fatou-m a coragm da homnagm tão junto
ao m naqu dia, eu mudava d assunto,
arrastava-o dai, h adiava a agonia!

I 86

raticamnt m pânico, insistia em faar


d uma scapada ao Cairo, qu não tinha sntido
pois rtornávamos d á! No tanto, o ar
faavam aos pumes da ama: ao me ovdo
o tiintar daqueas contas tinha sido
bm mais qu um ssto  u só quria afgntar,
dbandar os morcgos qu naqu ugar
investiam contra um ocaso amarcido
como ddo anuar d Ramsés 
Viao apontar na dirção do meu amigo,
como a prndêo ao chão, sm mbrar q o prigo
vai smpr aond for qm muito amar; qu ao fundo
de todo amor tota há smpr um moribundo;
qu nm Aexandria adia um drama antigo

 23
I 187

Se não descemos nesse dia alguns degraus


Kom al-Shugafa passo a passo os subiria
e nos perseguiria no espaço os ventos maus
os redemoinhos repentinos a euforia
como fasa cortina sobre a meancolia
esses jogos de azar em que o nove de paus
vale mais do que o ás de copas da aegria
tudo o que o dia-a-dia acumula de caos
na ordem sucessiva das viradas do amor
e as febres que um amante resiste e não confessa
tudo traria aquelas contas quase à flor
do ar que me faltava .  . É a morte se não for
o tempo tradutor quem trava a doce pressa
ou se atravessa à uz em torno a uma cabeça

I. 8

Entramos isso sim e desde aquele dia


nas antesaas do futuro essa ameaça
que como a ruga de um espelho não embaça
mas vagamente modifica ou contraria
o que consente em repetir. Não se rompia
ainda uma harmonia e tinham a mesma graça
as procissões contaminadas de euforia
ue atravessavam a luz do dia e a cor esparsa
em cada ocaso mienar de Alexandria
as só então obserando certa garça
qe confudindose a um veeiro que surgia
e qe suia e coo as curas a fuaça
espiralandose e esgarçandose entraria
na escridão só etão notamos o que passa

 24
I 89

Vale dizer que suspeitamos na medu la


no mais terno regaço da hora mais perfeita
da emoção mais completa onde o efêmero deita
uma cabeça enternecida a que a alma adla
e acaricia de doçras e de qeixas;
intuímos sobemos qase qe mergulha
no corpo amado como num bordado a agulha
de uma quase tortura o mofo nas ameixas
a madureza nas delícias    Que dizer?
Que se eu disser que aqeles dias duvidamos
de que o real seja jamais o que a ama quer
 o pomar no verão a abunância nos ramos
e a continência na abastança  o que e disser
de naa vale porque nnca o confessamos 

I 

Mas foi então como que à margem desse instante


atravessado do estertor de uma agonia
de qualqer coisa de imortal qe anoitecia
à beira-rio além da garça flutante
qe se esfumava além da vela que sumia
entre os extremos de uma lz eqüidistante
do sonho e o real; foi então qe urante
m brevssimo olar talvez mas qe poria
entre nós como o vé daqela lz de cobre;
foi naqele episódio also como m vôo
no cotiiano qe o mais lcido o mais nobre
pressentimento de passar recoloco
a comaão do assageiro como m dobre
em nossa vda Aexandria e ela o escto

25
I 9

Íamos juntos, duas asas e um veleiro


em movmento escuro adentro, pelo estreito
leito da noite um só lençol no mesmo leito,
e fomos dar nas procissões do passageiro,
um par de velas circundadas pelo cheiro,
não dos jasmins, mas dos limões cercando o peto:
vimos o tempo entre a magnólia e o limoeiro
tecendo a teia em que se enreda o amorperfeto.
Aparentávamonos, pálidos de lua
e de delírios, aos raminhos de marfim
que apregoava o beduíno a cada rua:
lavor barato de um amor que é sempre assim,
mal terminado, Alexandria, como a tua
paixão perdida ou interrompida, mas sem fim

I 9

Se anos depois ainda me voltam essas esquinas


teus beduínos com seus pobres ramalhetes,
é que a distância e a apoteose que combinas
aperfeiçoaram o casual, fizeram destes,
como de tantos ramos teus, um desses testes
do entendimento enamorado: o que me ensinas
é que o imperfeito e o inacabado são cortinas
do instante grave que é atrás delas que escondeste
a vida toda, Alexandria, as esculturas
que imerecemos, os que somos como elas,
inacabados e apressados que as figuras
desse instantâneo a que sorrimos são aquelas
que hão de durar, por indistintas como as velas
dos teus veleiros tateandose às escuras.

26
I. 93

Que mais dizer? Que a da toda é uma fumaça


a que se abraça a forma efêmera do ser?
Que nos dourados esbatidos do prazer
(a cor do amor nas aquareas do que passa
a tea breve do que é tem certa graça
certa razão? Que é tudo um beo amanhecer
e de repente noite e te falta escoher
a última frase de um quarteto sem que faça
diferença nenhuma o que tentas dizer?
Lugarcomum do que escolheres teu comparsa
entre os instantes e os vocábulos o ser
é o que puseres na aquarea aquea garça
Alexandria e seus veeiros contra a esarsa
a doce tea ah mas não trates de entender!

 27
SEG U N D O MOVIMENO

 s AN T í F O NA S

largo co arazo


Sem uma eteidade sem um espelo delicado e secreto do que
passou pelas almas a istória universal é tempo perdido e com
ela nossa istória pessoal  vida é demasiado pobre pa não ser
também imortal Mas nem sequer podemos estar seguros de
nossa pobreza dado que o tempo tão facilmente refutvel no
plano sensitivo não o é também no intelectual de cuja essên
cia parece inseparvel o conceito de sucessão
JORG LUis BoRGs  História da eternidade
 

Vos de encontro ao so. Vaise fitrando a fina,


deicada resina do ar por dois cristai
vistos  contraz Esse so qe o fgaz
vive apagando, coo e ti nada terina,
coo através de a idraa peregrina
deitava no te chão das conas ais.
Ta z, tradtora, é estranha, containa.
É ito grave, Aexandria, o qe ea faz
orienta, ea iina este Ocidente
qe acredita no ser qe cooca no instante,
as faz dos dois, do acorrentado e da corrente,
eo por eo, a confissão itinerante
qe apeida de História ta  vai  frente,
atrás as soas dessa archa escravizante

 

E toca editar agora, não apenas


a orte, a soidão, o fgaz, a vangória
do aor, Alexandria, o o te pavão de penas
escpidas depois  toca pensar na História
No encantaento atraessado canta a gória
do provisório natra, no entanto as cenas
de anfiteatro qe procaas são eória,
são cônicas do ser co sas acenas
engiandadas, e depois, porqe terrenas,
as tas penas são pensadas enso agora
na tentaão da História, qe o Oiente ignora
e t earanhaste para sepre s eenas,
instante a instante a caeeira qe envenenas
e o pente do Ocidente oganiza e enaora.

 33
 

 riene propõe e vive de m aneo


em amanhã a eernidade no inconane
qe embale o er em a rede e do inane
faça m piro em conexo Ali o belo
é m abandono de onâmblo diane
do inerminvel o inefvel peadelo
fio por fio e vé a vé de m flgrane
movimeno da nca enregando o cabelo
como a cacaa ao inviível.  riene
abia a l qe vai rgindo do vaio
e conena-e dele e dela fio a fio
a cabeleira acdida é inconeqüene
Alexandria depeneada o devario
dea cacaa é a enação do e preene

. 4

Ma a enação maior vem do Ocidene:


é na eqina erminando nm ocao
qe o e rio de l ebarra de repene
como a cacaa nm remano conra m prao
ma medida m limiar cercando o acao
e repreando o fgiivo o impermanene
na rede epacial da Hiória  eu poente
mai qe promea de m remo é o anque rao
de odo o refexo jno à maneira
da eia e da rança a prender de elo em elo
malha por malha e fio a fio a cabeleira
do inane olo Alexandria ee aropelo
diciplinado e acorrenado pelo belo
no belo epelho a penaiva priioneira

 34
l. 

Penstiv curvd sobre o tnque do instnte


ensdo esse belo reflexo reresdo
é el ind el outr vez de brço ddo
com o temo interromido bservlhe o semblnte
su nudez n luz su curv ondulnte
observ ess estátu trêmul: é o trindo
erdido que  seduz esse vulto eselhdo
é olhndo r trás que ele se vê dinte
d lcidez do tnque quieto que o emoldur
E dmir  fluidez refeit d figur
oferecid  que  memri esse limir
reconquist outr vez: Alexndri é um r
de imgens quse iguis o ssdo que dur
e o resente fugz conts de um s colr

l. 6

No fim ds conts e ds volts há o colr


que o ssdo te õe no colo: o teu resente
é quel i circundndo  ugulr
E é no lço que dás à vid inermitente
que vis unindo nesse fio irregulr
 consciênci s  sonâmbul consciente
Alexndri és tod ssim erfeitmente
lúcid no delírio e vidos o ssr
no fio que escolheste s conts que consentes
Sem ilusão se nunc h nunc sem vidde
encosts distríd s érols os dentes
o símbolo o rel  mentir à verdde
e  vid à consciênci  um erversidde
 tu lucidez de louc entre rênteses!

35
 7

E cona a cona vais de minuo em minuo


passando um fio pelo umbral da sensação
que não se acaba de cruzar na ua mão
vai-se esendendo esse colar o absoluo
ece o fgaz enre o insanâneo e o dissoluo
e arás da agulha a aravessar um coração.
Mas é depois sempre depois que a aparição
da jóia inerminável se desenha é o luo
é a escuridão que exibem ao peio esse cola.
Recomeças o instane acabas por conar
de novo as mesmas contas é circunvagane
a jóia Alexandria o staccato no andane
exáico e é no espelho essa hisória do insane
que dás a vola à da a jóia é circular.

 8

E a vaidade da Hisória é oda assim encosa-se


à noie amontoada no peito a inebriane
guirlanda de açucenas moras as resposas
que dás ao desfoharse e enfiar-se consante
da vida reunida brilhante por brilhane
cona a cona no fio unido pelas cosas.
A Hisória é esse riunfo no espelho delirane
do após uma avalanche escalando as encosas
udo viso de novo udo oura vez agora
udo jogos de espelhos. E não há nada fora
dessa moldura é no crisal na praa fia
da memria que dura a jóia da alegria
e a agonia da jóia eu colar se demora
em seu reflexo e nele só Alexandria.

 36
li 9

Herdaste a tentaço de ma escatoogia


do deserto à direita, mas do otro deserto
herdaste ma certeza: a de ndar sempre perto
da reaidade e da miragem qe a anva
Foste dar mais a oeste, ó gnóstica fria,
evada pea História em peno desconcerto
ante a intrso da eternidade, e, for de enxerto
ante ma z cemente, t foste Aexandria
otra vez, e tavez mais ainda, ao deixarte
estar aos pés da Crz, com a graça das visões
se a História era expiaço, pátio de confissões,
serias a morada de tdo aqio, "a parte
elor a aoeharse à beira do qe pões
em tdo, e nas visões como obras de arte

  

Foi em ti qe e cohi a for daqee enace,


nos deírios do corpo enqanto estáta, e sei,
mas, for de espeho o for do instante, e encontrei
no te canteiro meditado o mesmo impasse
do inconseqüente e do rea: qe a vida passe,
qe os corpos se desfoem e qe se cmpra a ei
do provisório, é intoeráve sem qe a face,
o corpo, o ramahete de aromas qe e amei,
e tdo mais, Aexandria, qe somaste
a cada instante, se organize e
A História é isso, esse resmo do qe soa,
gestica e se esvai, mas vai somando à aste
as pétaas pensadas Garça espectra, medona,
bea, a aqarea vai srgindo do esastre

37
li. 11

E a História é isso um reobrar-se à ontraluz


uma aquarela de perfl retroativa
tendeniosa e surpreendente porque viva
ainda ou talvez ainda mais no avestruz
que liberta a abeça do areal e onduz
o instante que passou à ena remissiva
Nesse voltarse atrás para exstir eu pus
omo tu minha fé também que a sempreviva
do amor também é história Alexandria e são
duas breves metades o que foi e o que é
O palmeiral do ser vai seando de pé
olhando para trás seus leques seos vão
resumindo a avenida atravessada e até
que o tempo vire espaço a vida é essa atenção

 1 2

Seria grego o teu perfil hieroglífia


a tua imagem e a tua sombra oidental.
Prolamas o sabor do instante o teu real
e fazes desse orvalho a doe fonte oníria
do sonho oriental mas a forma magnífia
e átia por trágia e nossa por mortal
s das esfinges a mais sóbria intemporal
e indiferente semi-hebraia e semi-olímpia
mas lentamente vais foando um diadema
da insolação do pensamento na aeça
da Medusa ideal a equação do dilema.
Retroativa e instantânea a tua dor não essa
a tua flor não morre o teu noturno teima
Alexandria e a tua ena reomeça!

 38
 3

Não a ivease, apoderasee da cea


a qe o Ocidee chama Hisória, o úimo ao
cofdidose ao próogo e a isre madaea
afogada m chá de mercado barao
Qe és prosiaa, ó ode pidárica do fao
iesgoáve, e Swa, pea por pea,
como o cise caado e o braco da açcea,
é mais qe o emblema de m avor, de m arefao,
o o pehor do rigor de m jardim maarmaico 
é o sigo da verigem    s m frio mosaico
ardee e mioso, e o egaoso Oriee
sedze, Aexadria, mas aida assim cosee
em diirse, e a ses deseros, esse arcaico
drama e de drar, moral e oipresee

 4

E vais drado, ó peiee, ó redeora,


ó oriea coceial, e qem e oca
se iraqüiliza: eveease a z mais lora,
imiase o paradoxo como roca
de dois corários acoplados boca a boca,
e abrido a a para o beijo qe devora,
vais masigado a doce popa sempre poca
e resmidoa às espirais de ma demora   
Não, ão e acso da baa cmpicidade
ocidea com o mdo frio do coceio,
a esaária do e êxase é a verdade
qe se evapora e faz do agora o úimo eio
s mais si, Aexadria, o e perfeio
é o empora, em i a fga é a reaidade!

 39
 5

E odos os papéis são eus  s teus papos


polomacos izannos ou udeus
são odos caas de aaho não de u deus
(sís ou Amon que impoam?) dos delíios
que ais aindo como um leque um acoís
E os cos sacficados soe os teus
leos de ogia seus gemidos seus suspios
são co mo hieóglifos do se seus camafeus
Buxa feil os eus castrti sem lange
canam o ao Aqui e agoa e mais além
o leque amíguo Aexandia de nnguém
é o ogo teu e a ogadoa agoa finge
e agoa não mas nnguém sae o que ea tem
Comédia pua a tua sollóquios de esfnge

li. 16

E o mocho que aixou do escuo atás do ato


que aaessaa um eu poma empenuado?
Tamém em honas de moldua esse etato
do teneoso esse nsantâneo do noado
do a lúgue e do chão de ônx tudo ápido
udo assomado a apaição do úlmo ao
o elâmpago anco e o éano aancado
s oda assim fulguação pntando o fao
o oníico esculpndo o eal cada enalhe
uma supesa a assomação faz a fgua
e a ama se complca que se o mséo ae
a cena Aexandia eus enedos são pua
molação  no anfeao uma escuua
aás da oua e a isóia oda um gran finale

 40
. 17

Fica m terror de qe ao final, qando apagarem


neste me corpo a última mecha, e o remo, a arca,
o vlto mesmo de Caronte, atravessarem
a hora estreita e o rio largo, e as mãos da arca
desamarrarem a última amarra a essa antiarca
e ao me dilúvio inapelável me entregarem,
e o arqeiro acenarme e os morcegos cantarem
na escridão  tamém apages minha marca
pelo te chão . . . Ah, qando a alsa enfim levarme,
como a Maria gipcíaca ao contrário,
é de spor, Alexandria, qe e me alarme
de confiarte totalmente m solitário
jogo de naipes, sem ningém . . .  qe desarmes
nosso castelo, qe emaralhes o aralho . . .

. 8

. . . Qe fiqe o ser tam quam non esset. A osessão


da anlação, qe e meditei desde o começo,
é o qe soro de tdo aqilo qe e conheço.
Mas poco importa qe se anle m coração.
O qe mais fere contemplar, ó solidão
qe esqadrinhaste o te pomar e o se avesso,
é a raição, a anlação qe paga o preço
do qe e tocar; o qe não tem consolação
é essa agonia indeclinável do perfeito,
do qe deslmra e vai smindo enqano vão
amontoarse poco a poco pelo peio,
nada, os canteiros qe eram tdo e qe serão
amontoamento desolado porqe estão
ao te dispor, anlação, único leio!

4
[[ 9

É o lamento qe dra, a dorada elegia,


o lovor do perdido, o lavor msical
da renda fnerária . .  A música é imortal
por ser esse epitáfio tornado epifania
qe sozinho trinfa e faz do qe perdia
a lágrima perfeita, agora intemporal
Há só o acorde e arrancamos ao rea
depois qe tdo se desfaz, nossa agonia
é msical porqe o fgaz, Alexandria,
é a passacaglia qe bailamos ante o mbral
da imperfeição Mas se a esse baile sem valia
o canto extrai-lhe ma esctra fneral,
a música do ser deixa de ser mortal
porqe condz m desperdício a ma harmonia

li. 20

Me monmento fnerário ao velho Orfe,


celebração da exmação de ma vanglória,
procamação da vocação celebratória
e dionisíaca do ser, qer ser o me
depoimento sobre o tempo qe nasce
da operação do pensamento: o tempoHistória,
a conência do instantâneo e da memória,
qe não são nada, mas de tdo o qe for se
faz m contíno soletrado, m camafe
de redções no remissivo, porqe a glória
dese Ocidente, Alexandria, fiho ate
dos tes pedaços, faz da crônica isória,
da vida ida e proclamada, otro apoge
da lz qe se perde mas vem cantar vitória.

42
11. 1

E se é a Orfeu que faz apeo essa paão


é porque até da imoação desse fermento
dessa equação conspiratória do momento
e da emória o ser espera a savação
A História surge dessa rede de emoção
ançada ao ar entregue ao mar do pensaento
e Orfeu esquarteado renasce nesse intento
nessa abição de resgatar o ser e não
abandonar-se ao seu voraz afogamento
É a um fogo frio a uma constante imoação
do passageiro ao cogoscete que o amento 
o ouvor e até mesmo este soneto vão
evando a consciêcia Aexandria e são
os pedaços de Orfeu tantos sopros ao vento

 22

E o erotismo enquanto ponte cognoscente


não só da superposição dos corpos no banquete
mas da gória do ser que se ebate e refete
contra a fuga do instante é o espeho que o Ocidente
deu ao fugaz E essa paixão meio doente
de conhecer de reunir o ramahete
em seus perfumes de escupir o espermacete
enquanto a mecha o iuinar essa insistente
operação que quer savar tudo o que verte
à agona contínua augura da corrente
que a tudo quanto prende o arrasta e o subverte
tudo isso é a História e ato a oucura consciente
o  ehor do ocidenta a refazer-te
Aexandria na equação ora da ente 

43
 3

O Ocdente se fez de abaça a agona,


o empoa pea paxão, umo ao sudo,
foam passando a nsueição do magno
e essa acumuação de udo, Aexandia,
que o se visuba e especfica A confaia
dos seus pedaços ecolados ao contio,
sepe do avesso, cona u fundo sempe vo
e sempe uno de ta de epfana,
é o que Ocidente chama Hstóia e entegaa
aos seus pofetas e poetas pedulos,
mas conscientes E de quê? De que suga
ente os baços vazos que h em toda agonia,
conjunção do bana e do extaodino,
a Cuz, snal de as, calvo após cavo

! 4

 de espanta que a Cuz e tu sugisse juntas


desse deseto tão aado, do sensíve
apegoado como o oposto do nvsíve
Mas ao egado que fzeste de peguntas
e esfnges sucessvas, que se não foa utas
foam sempe abusvas, veo unse u possíve
enaçamento de contos, e a esse níve
tudo nasce outa vez Possvemente juntase
a esse mstéo outo mao e o que entendemos
po paadoxo é soção; do engma não,
que o eniga é ubíquo e insepave dos exteos
em que acançamos e aduamos a usão,
as da paxão, Aexanda, essa tensão,
essa atenção à cuz que é nossa e não sabemos

44
1 5

Penso na estranha cena que prope onneoy:


o assassinato passional do ser de cera,
pesadeo da dor de perder, carniceira
e suicida por amor de quanto há.
Que no holocausto dessa estátua que s dá
aos batismos da chama, a alma prisioneira
dos casulos da déia, da História, essa viseira
de mármore do ser, da ansiedade de um fá
que nunca chega ao sol  que diante dessa cena
o instante em que a alma perde o efêmero a refaça
Ardese entre dois mundos, Alexandria, e a graça
de morrer mas reter uma última açucena,
aponta em cada aroma, como em toda fumaça,
ao reino passiona, o rea da falena

1. 26

É na folha que murcha e cai, imperceptível,


se não ao tanque queto em que a carícia deixa
a seara de rugas; é segundo o sensível,
na sucessão de ugas do real que se echa
e abre como a lor carnívora; é na mecha
erguendo a chama como um beio ao invisíve,
que a alma se reconhece e, de níve em níve,
chega à nobrea do que morre. É quando a quea
resume a lu que queima e celebraa, procamaa,
cingehe o diadema; é quando, Aexandria,
o roseiral da lu, emblema da alegria,
sobe ao patíbulo à procura do que ama,
é nesse insante em qe a grandea é uma agonia
que a ama ecunda tudo: ao abraçarse à chama

4
11 7

Para alcançar a realidade a alma não tem


roteiro ou bússola que enfim não a atravesse
sem um Sebastião trespassado ninguém
conhece o coração a noite em que padece
a sustância temporal a luz que desce
como a flecha que cai ustamente a esse bem
a esse legado da miséria humana a esse
holocausto do sonho e do real também
que a toda essa agonia banal e comovda
a alma diga um amém balbucie-lhe o sim
que legitima a festa errante do ardim
Alexandria ao me levar a uma avenida
em que a luz se reinventa num último motim
legou-me a escuridão coroação da vida.

11 28

Atravessou-me d e alamedas transversais


em que a luz dexa os cumes para abraçar-se às c rinas
de telhados contíguos como um beio; e fez mais
a louca amotinada cravou-me nas meninas-
dos-olhos com seus dentes de luz suas esquinas
aveludadas pelos beios que o fugaz
vai roubando e entregando ao ser como sinais
de menos e de mais; incrustou-me as neblinas
as brumas delicadas do mar subindo os becos
estindo os palmerais; e na perspecia
do lento houlevard da memória caiva
a eterna Alexandria que de cacos e ecos
faz a amplidão secrea de cada imagem vva
deu-me o eio aissal que sagra os olhos cegos

 6
 9

Levou-me ao paradoxo, à jusaposição


do imediao e do infinio perdulário:
naquela desaparição que faz do vário
uma esranha unidade porque seus rasros são
um círculo perfeio de pegadas sem chão,
Alexandra vai ecendo o relicário
especral que é e embalsama o precário
em sua própria fuga, o adeus menos a mão . . .
Porque enfim o que lega essa cidade-vento
é uma conradição, o êxase em movmeno,
o espaço raduzdo em música; o mosaico
à luz do seu colar presene e sempre arcaico
é o seu recado à vda: ressurreições, lamenos,
lendas, emblemas, signos, inimações de oráculo.

11 30

Nela foi dar a encosa d e uma cera colina


a que subia minha esóica juvenude
arás de uma medida que combinasse a sina
e a escolha do espírio humano; e nunca pude
senão sonhála porque a a finiude,
a precariedade do ser, como a neblina
guardando o roso do real: a no açude,
enre o reflexo e a imagem, o ser como o imagina
a ineligência do absrao. O ao, a pura
aparição do mundo, a emergência conínua
das espirais em que o real se refigura,
udo aquilo escapava-me Fiz da mene a corina
que Aexandria rasgaria, repenina
como a águia que baa para levar à alura.

47
 3

É possível qe a vda seja de ao o espaço


em vez da dração, do rtmo qe a haba;
o alvez o nvsível ande aq de vsita
ao reno emporal, levandoo pelo braço
Concebíve ambém qe, do primeiro passo
 úlima elegância, nossa dança ininia
possa conerse nm olhar, como ma ia
aada de m só geso e nindo num só laço
o empo inteiro, as caras idas e as ras   
Alexandria sabe qe ma hipóese é ria;
qe oda geomeria embriaga, exasa
e atrasa o coração da da; qe as mais puras
cogiações não raro envenenam a alegra,
a nobreza da dor e o amor das criauras

 32

A velha maga oblíqa não nega, desconia


dessas consolações ão breves quano graves,
e proege de dardos assim odas as aves
em se rágl pomar Enre a lz e a agona
da lz, ela consene apenas ma orga
a dos corpos passandose aqelas semichaves
sem pora algma a abrr   A coresã sombra
preere sas múmas langorosas, saves
como pereiamene nócas, e preereas
porue az do sarcóago a nsrreção do leo,
a úlma ereção: as paixões são mas séras
e as geomeras da lsão, e o amorpereo
essa amae mora das coisas deleérias
desolhao ane os espelhos, não o enrega ao conceo

48
 33

H á m paradoxo eséri qe imia a cidez:


o ohar é qase âmina, mas a mene imagina
o qe vê, persadida de qe é do a corina,
a casca de ora coisa; e fi assim avez
a jvende ineira, bscava a niidez
qe o sensíve não em    Sbia ma coina
e mdava á em cima em jogo de xadrez
minha eqação: dispnha com o geso qe exermina
das peças qe senia hesiarem, as covardes . . .
Sonhava-me ma ordem forma, de geomeria,
ébrio de ma medida exaa Aexandria
não significava nada para mim nessas ardes,
mas o rea ampoco: enre m oeiro e o mar
pnha mes agarismos e, embriagado, descia.

 34

Era qase m menino enão, andava pero


da enação de organizar do o qe via
(e o qe ma inía) segndo aqee enxero
qe a jovem mene sonha impor à z do dia
e ao caro-escro do rea: ma harmonia
a compear a qaqer preço O espaço abero
e inerior de Rike, creio qe o concebia
como ma correção do sensíve, e é cero
qe se me emocionava do qe enão inha aos pés,
da vasdão, da onipresença do nverso,
redziao e insisia em meêo nm verso!
Qe me era enão Aexandria Nada O berço
em qe haveria de ir nascendo ma ora vez
O a coina ao reverso, a úima embriagez

49
 35

guir-sia os anos vagarosos priiro


chios daqula lnidão xaspran
a u jov coração; não inha copanhiro
nss jogo nal qu qur fazr do insan
uma qação sgundo u êxas a consan
na profusão fbril do univrso srangiro;
 aé qu  nconrass s fôlgo dian
d algué co aqula fbr abé não fui iniro
fui coo o cavaliro carrgando o cavalo
o cnauro ao conrário co o po prguiçoso
insalado no dorso    E não sria o gozo
o qubrano do corpo as o da n a dálo
d vola à da ss corcl d u inrvalo
chgava a Alxandria a ua spiral s pouso   

 36

A u rodopio a u paaar d scadaria


arás do ouro a ua ascnsão  a ua vrig
a u rapo    Era a colina d qu já não dscia
a réplica daqla porqu s ainda ra virg
não rao oura v agora   Ao lr Orígns
srci no nano: lim na aposasia
 qu havia vivido  nrgui a algria
à isória qu raíra cobrira das fuligns
d ua fornalha fria Minha colina não
passou a sr a vida su rio goérico
d rpn aniado já não daqul spcro
suposo o ral as da aclração
qu Alxandria viv  põ no coração
do aan coo a ão agarra o pixlérico!

 50
11 7

Dei com meu Pégaso nos céus insusenáeis


em que a alura embaralha os números da mene
e os sonhos calculados colapsam de repene
pedese o fio dos possíeis e proáes
e precipiam-se universos nuens aes
udo resvala aquém do ôo  .  Era edene
que aquelas asas que ecia adolescene
á não me basariam em páramos ão graes
e ão alucinanes o amor na or da idade
orna udo ão ene a ese mundo moal
que a mene obsinadamene alera aé o final
á mal pode ampararse à lei da graiade
 udo flui nos abismos de uma felicidade
que mia a realidade e nada mas é igual.

11 8

As promessas do número e os misérios carnais


êm só iso em comum que deslzam em pares
ímpar odo algarismo menenos muio mais
É nas encruzilhadas de insanes e lugares
em doce derrocada que o amor chega dos ares
al Zeus mudado em ága  e adeus lições moras
fórmulas descarnadas equações imoras!
Oueo bem coação coarde ao deparares
com o abismo que sobe ao eu enconro aceiao
dobra as asas e desce; obedece à erigem
que deora o agarismo arga a  esmo e dea
as álgebras da mene aos rios sem orgem!
Alexandria em a fórmula perfeia
deae nela e flui com ela e serás rgem

5
I. 9

Mehor ainda, será viva a tua voz!


Assim me dis se a brisa e assim me aconteceu   
Escuta seus rnácuos, desiza como eu,
esquece os cáculos e amarga a hora atroz,
a ora sexta  observa-a ea não eva à foz,
antes reinventa o rio e o raio, Prometeu
entre as rosas de maio, absorto a ouvir a Orfeu,
Baudeaire de retorno ao porto e o abatroz
bicando os caramujos, esquadrinhando o mar  
O escárnio dos marujos, o número, o rochedo,
o fígado e o abutre que o bica sem parar,
tudo isso é iusão  no abismo está o segredo
e não podes contá-o, mas não podes cantar
ante a morte tampouco se morreres de medo

 40

Assim me aconteceu e assim fiz eu    Ma pude


erguer o ohar da areia à ua e vi-me aos pés
dos ongos palmeirais no oásis de Gabés
acei-me cotejando à distâcia, a atitude
e as duas arquejantes em torno a um certo açude
e a um vuto desumbrante que entregava a nudez
a uma safira represada em pacidez   
Tudo me convidava a mudar de atitude,
a estrea, o pameira, o marfim como engaste,
e a branca, a avíssima impureza da apidão
Foste tu, sede omissa do deserto, que aaste
aee corpo então, as foi meu coração
ue se perdeu em ti não há sede que baste
ao cântaro ue eu vi beber em mina mão 

 52
II 4 

Ímos represos em mnos e presilhs;


enrolse o homem em cslos zis
e o cmelo em noelos erminno em forqilhs ;
nem os olhos se ergim os rseiros  z
nem os corpos se im ixse o cpz,
jsse  mn os omros às irihs
e, fones no qeo, segímos s rilhs
qe odo g se conzirem  Ormz
Enre Fez e Dmsco há com od  cerez
s sfirs de Ormz   . Um prd só,
m noie pssd  beber d elez
à eir s nscenes qe não êm fim nem dó
Ali fli  sfir no engse d repres
e  esrel espi o eno compor ross de pó.

 4

A ros-o-desero, esse redemoinho


de cris e de lz, nsce  enni;
do przer de eer às fones  legri
fli  joem sfir  meio do cmino.
Qno o sol ir  opl e fog-se sozino,
 l perde  fl enre  fzilri
s esrels e s plms do eno  lz esfri,
espe-se, esenrol o oem pergminh,
e lê-se qele corpo e enconro  m cé já morno.
Não há mis n nm oásis, n em orno
 m corpo de mrfim cso ee s ssim
os linhos esenolos, s âmrs no forno
qe, cm  chm, cede  m roxo-crmesim
e i findo o rm   Aconece-me  mim.

 3
I. 43

O abismo nos desertos atém-se às dimensões


horizona e vertical; tudo se espraia
e não tem fundo, o mundo é meos que uma praia
a que o mar vem do ato, dentre as consteações.
Entre as vagas de ônix que embaraham as visões,
no oho enuarad, na mpide de afaia
com que a lua desperta, dissovese e desmaia,
pairam ongas camsas abrindo seus botões
nos roseiras de areia que o vento escupe: nada
vem somar-se ao siêncio em que um corpo merguha.
A fonte no deserto é uma fonte caada,
ocuta, subterrânea, fria como uma agulha
que sai de dentro do bordado e entra deitada
na opala que se caa, fagulha após fagulha

!I 44

Tavez o ohar perceba uns borbuhs de pérola


emergindo do abismo à hora em que o uar
maca-se nas dunas vendo o vento enfar
as rosas que importuna nos fios que enovela,
mas o siêncio fia o manto: cada estrea
é uma ampoa partda e pousada no ar
entre as ondas de um mar que ão cabe na tela
e algum pince febril obstinase a pintar.
De extremo a extremo range muda a rede enore
em que o ohar vai buscar um corpo e se cndena
a seguio no ar como a uma puma: a pena
que acaba de arrancar à imesidão informe,
já não pode entregáa de volta a Leda, a Helena,
a Páris nem ao Cisne  o Oimpo inteiro dorme.

 4
I 45

Se o abismo nm desero é bidimensiona,


m oásis recsa a enor prondeza
à supe Í osição dos corpos; com cereza
há m abismo qe cana na conjnção carna,
mas não chega à gargana olhase o paeira
gesicar sobre a mdez da one presa
e não se esca nada  a ama lea acesa,
mas a carne se caa e o do é sidera
Fi andar m corpo nas represas da a
e  boiar ma oeda de oro branco
à ona da ampidão ohaa a pee na,
o mea borbhane, a one abrindo o anco,
mas não oa nada   A mene ainda fa
a sós com aqee sabre a cada ez qe o arranco!

 46

Qe azer? Qe dizer à ama exposa assi,


senão que m redemoinho aina se redz
à pra interseção de dois planos em c rz?
O horizona e o erica faram em mim
aqee pono linoso em qe o marfi
e o ôn azem as pazes, e desde enão me ps
à beira dos oásis, a seiço da z
que ningém há de er jamais    Lá via, si,
as era ma miragem da alma insaiseia;
o da carne, aina, qe por mais qe descreia
bem sabe qe dois panos basahe A aa aceia
o qe a carne he dê  a rosa de areia,
ma noie no oásis em qe a la se deia
e o veno ia a prece qe oerece: aceieia

 55
 47

 d cr co m o sr m s plnd


 pss  sglo  nílo d cr
nm lo rodopo q m dsconcrr
 m mprr o msmo mpo E s não pd
rnncr à mgm rfld no çd
sm dlzál pd vêl s clr:
 máscr fgz d vlh nfnd
m l d ág q l sá ms não pár
rc fnlmn  não sm sofrmno
q o nácr d prênc   mrgênc do sr
concdm qvlms; q s m vm d dnro
 or vs como  lz do nrdcr
o crscn splhdo ss plo przr
 m Gés dfronm  nfnos concênrcos

 48

Andon Orígns l msmo  Clmn


ond o hv nconrdo; fo à r do smo
q dsps d ágors  do noplonsmo
com q h scldo m coln à frn
d m corjo d númros mrgdos rn
 m nfno frcdo o lgrsmo
d dolr d mdd  m ponlhso
dsconcrn dslocdo o prsn
porq dn d oro sr gl  mm
s m ms mporn fnl sgr
 rn crv do sn m q  lgr
é o rscnho d prd dr nm jrdm
m q os nsos d m ds  Alndr
nrsm à lz q morr  não m fm

 6
I I. 49

Tenei, de lugar em lugar, a conersão


do empo em puro espaço  freqüenei a eoria
orienal da alma e fiz o que podia
para iêla em lierdade, mas em ão
Não consegui caer na ela escraidão
de um ponilhismo irmão de uma misagogia
em que a da seria riual sem função
e o ser a folha sola ao éu na enania.
Foime caindo denre as mãos meu pesadelo.
E se fingime esáua, adorei meu reflexo,
falsifiquei o amanhecer e andei perplexo,
não ousei suerter a alma nem do elo
fazer o meu refúgio Alexandria e o sexo
deoleramme o empo  força de perdêlo.

 50

Ma s anes de chegar tão longe há que descer


daquela caraana (não sem pagar o guia
pela enésima ez. . . ) e deixála correr
onde corra a memória, como core uma enguia
nda das águas mornas a uma grua mais fria.
Há que rocar de guia a carne pelo ser
e a alma pelos dois . . . Quem o conseguiria,
Alexandria, quem iria se encolher
em uas doras que nem cora ao meiodia,
ou meeria os dedos nas rasas do prazer,
sem anes conencerse de que udo o exigia?
udo", no caso, é um mero modo de dizer,
asa com os cães se a caraana, quem diria,
pára de serpenear e dá no amanhecer.

 57
 51

A desda no Cairo foi quase sem bagagem


onde estariam    ? )  Despertaranos a aurora
e só reonheemos a famosa paisagem
pelas velas aesas do Nlo àquela hora
em que o tempo retoma a fuir. Sem demora
passamos dos amelos a uma antiga estalagem
em que a manhã meta as unhas or de amora
na palma esanarada de um pto sem orgem
de enterrlas de todo  tudo era tão imundo !
Mas assim vão os rtos de passagem  dos nves
em que se ruzam as almas superpostas ao fundo
de ptios quase beos em que as oisas sensíves
tornamse os grãos das oisas graves deste mundo
e as mãos troam no ar haves inompreensves.

 52

Mas basta de metfora agora que as mais vvdas


e as mais onírias imagens vram lenda
e atrasamme esta história Fomos de tenda em tenda
omo os tantos heróis das tantas narrativas
em que a luz serpenteia entre sombras furtivas
as almas aem umas nas outras e outra emenda
 mais uma nota ao rodapé  quer que se entenda
as novas enas  omo provas onlusivas
de que as almas não abem no uzo ou no enredo.
Assm tem sido h muito tempo sobretudo
desde que veio a Hitória e foi ompondo o estudo
ao inio sobre as telas pretas om um só dedo
mas ao abo om os dez Mandamentos do mudo
que não diz nada e faz do nada o seu segredo   

 58
 53

D e lugar em lugar como uma impertinência


a vida nos precede: o instante é sempre urgente
e a cada esquina é muito arde de repente
a da a vda adiantousenos . . . Paciência
toca recomeçar daccapo uma inocência
que nenhuma linguagem permite totalmente
e esta vida é linguagem: o que se pensa e sente
exprimese imediatamente ou a consciência
não saiu de si mesma. Porque a da é diálogo
ou desolada abstração perder a hora
falhar ao próprio encontro é como ler o prólogo
e acharse sem o livo. O aqui e o agora
reclamamnos Alexandria Baco e Apolo
vivem às correrias porque o ser não demora!

11 54

Como nos figurmos o ser? Imaginemos


uma instantânea escadaria em espral
que tocasse subir e descer mas que mal
permitisse entrever entre seus ois extreos
o degrau á pisado e o próximo degrau;
ali supondo o todo entre aqueles dois ermos
tudo o que eduzirmos tudo quanto entendermos
tornase conetura  sonho bom sonho mau
tudo se esvai: o ser habita o nstante apenas.
Mas se os instantes fossem prismas num cristal?
A sucessão de seus degraus seriam as cenas
de um só caleidoscópio a cua luz de umbral
o que ele faz no escuro seu baile de falenas
seus vagalumes somariam o ser total.

 59
 5

A fragmenação no insane hipnoiza


enreda a ama aônia; o espírio que soma
fabrica-se um refúgio mas quando sineiza
reduz udo a um abrigo a u sado de coma
num rea reduzido: a mosca na redoma.  
Apavora-se a mene à superfície lisa
quer sair quer passar da emoção de um aroma
a níveis que não doma porque a ma somaiza
as percepções e cusa a enender o que ameja
Tavez a soidão em que caiu proteja-a
de algo pior ainda alvez haja saída
ai mesmo onde está junto à mente e à medida .  
Mas na parceação da unidade perdida
o inseo perde a vida  e o que faz que assim seja?

 56

Sim eu sei do ouro ado dessa redoma havia


a música e as mais puras refrações do diamane;
mas arás do indizíve o ser vê-se diane
de seus espelhos como se uma escadaria
irreversíve o arrasasse. Noie e dia
nas reverberações do rea consoane
à ei que o espírio percebe a de um insane
de um ponihismo cuja fanasmagoria
insrui o que desrói oda a parafernáia
da vida que he escapa ensina-he a paciência
de uma reconsrução conínua: a inermincia
que o aormen ee enão emboinaa amortaha-a
naquea múmia a Hisória e bae coninência
ao espero na guaria que sobrar da muraha

 60
 57

Sintome trespssdo de solidriedde


com quele espectro  imginári sentine
 critur d critur; sinto nel
 idêntic ânsi minh de ser mis que  metde
mis que o rstilho do que fui e ess nsiedd
se me ilumin de reente um nel
lá fic el brindo os brços prle
à luz que foge em tudo rumo d ternidde .  
Mir los mus  la patria mia e o medo
do sentine  sós com o vulto qu dvnh
é igul o meu; mplio o verso de Quevedo
e so quel sombr qu nunc nd sozinh
que rsto  cd psso qulqer cois só minh
segeme noite for solidári em segredo.

11 58

Fugimos o u tentmos fugir o odopio


de um girândo contínu n postur
esttuesc de um sombr sobre um rio
n bstção d Históri o gesto d escultr
o tnse prítico Ms o instnte  procur
ssim trnsfixdos são como um desvrio
mrmóreo fntsml o se segundo o frio
egdo do cinzel criturs d criur . . .
Somos ssim qundo fin não somos mis?
Qundo deixrmos não de ter ms de insistir
m deter esse rio cu essênci é fugir
ogrmos deix escupido o fgz
o qu m cçmos? Como dixr tás
s pegds do espectro que s não sob imprimir?

6
 59

oça é convi a Históia como o éqiem e m eo


São seme os taços e se iaceamento
qe o se econstiti, qano o oga, ao elento,
à mínga e si mesmo. Exumao oto enteo,
essgimos e novo monacas em esteo,
incomatíveis com os etalhos e m momento
seaao e si, fohas sots ao vento   
Toa iae e oo v-se incsta a feo
nalgma mutção ente  Too e o Acano,
e, goe a goe e isesão o isesão,
 Aexania qe escimos,  visão
que institmos amtaa a m toso humano,
não é nnca o que fomos , é a esaaição
que  Históia nos evove, to o mais ogo, engano

 6

Sem a meancoia os insntes efeitos,


sem os ios e luz ooio os cistis,
sem a agonia minos  fgaz
é imossíve canta. O cto tem ieitos
inextingíveis que o conchavo os conceitos
e s imagens não tinge: o nncamais
e o aa-seme seno antnimos igais,
as seeias o canto vão tansfomano em eitos
os túmlos que amam, isesos o concntios,
mas sem a exumação e uma meancoia
exata e onisciente, ngente oqe fia,
os ois eaçs o ea, e esto inicos,
não se entegm aos baçs a Ms , Alexania,
e é imossíve canta sem esses ois excnticos . . .

 62
 6

Qe sae o qe sso qer dzer? Teos  edo


erfeaene nara da da e fga,
do sorenara da da, e é rga a rga,
goe a goe, qe a raa a reeando o enredo
E é nara qe seja ass, do degredo
e do r-a-ser, do z qe adrga
arde demas, a z arás da sora em fga.
É do adaeno, a Hsória é o arreedo
de  prosóro qe nímos, qe se arasa
Alexandra era  jard e e se lgar
fca a ferda erfmada, a for no ar  
Tdo é ésera o eco o ôo e ez da asa,
o fanasma do fogo e não a carne e rasa,
o resmo, o erfe aenas e canar

 6

Vie-se m nealo coníno, a esação


de m insane breíssio ane oro, e é ossíe
qe essa afção de rodoo arás de  níe,
essa espra de escadaria enre a eoção
e a insane radção de do no inangíe,
ane o ser aos ocos na aceeração
ncaaz de reêo nas alas do snsíe,
a fga, o esgarçaeno dos raos da são   .
Mas ode ser qe o ser, ara á da ndez
e o aé das soras de a z sóra,
confnda-se à esra redenora. E aez
e ez de  ero ocaso seja só sso a Hsóra
aez de a arona as aa qe a eóra
 sa razão de ser  srja o ser ora ez  . .

 63
 63

Há ago mai que me ocorre a propóio dio,


um ago mai que há de er empre a diferença
enre a aga oraória que chamamo de "crença
e o enido da Hiória ee "algo mais é o Crio
Ou Jeu, e preferem; ou Johua, o homem o
em eu corpo de gória A o era inena,
ma no era oura imagem  a Perfeia Preença
no é uma peronagem ou uma noço, é um quio,
uma inruo carna por o o imaginário
de cada ocidena. Que pode no egui-Lo,
reemoinar a Hiória, aee a io ou àquio,
e dar o reo à Paca  .  Ma rea que, ao conrário
do óio e do impreio, o Vero, a Forma e o Eio
o o Corpo do Crio, o uno por rá do ário

 64

inguém fará jamai da mea negaço


um oo firme, um cho em que edifique nada,
e a fáua do er é uma edifcaço,
que fazer . ? Edificae a Cruz quando a aorada
prega o raço da uz num muro, ane a caçada
de um erreno adio, num azio, num o
enre ee mundo e eu refexo na ampido 
é ai que o er, na ecurdo crucificada,
ecora uma ez mai oidez e eaura
e a Hiória foe apena uma charada rie,
ua rada à pare d odo, à criaura
anda he rearia aquea Cruz em rie
de nconro a um Céu em derrocada "Deus existe
oua o ada ; "Um coro morre mas cura-O!

 64
 65

Na vivez da isória era ma vez m em,


m coro como o noss  sólido  a erfeição
socorrendo desroços como m onem qe vem . . .
E m qalqer coro a glória vem da escridão
e o Criso fez do Se nossa rgene lição
qe imora a dor hmana, monóono vaivém,
se a inania verba a mene insana e se ningém,
não conceer se em como m dom emorão,
m dom dado de graça em plena imolação?
Nec ut soles dabis iocos  do em
passagem, acesso e gia rmo à ressrreição,
sim, aé mesmo a lenha, a fogeira amém!
Tdo faz que Ele venha, oda cinza coném
o geso qe se esvai e o amor qe esende a mão.

II. 66

Os cães não cansam de ladrar. . . A caravana


já passo? Passará? Não há vlo or pero.
Qe deduzir da escridão da mene hmana?
Qe a caravana se erde pelo desero?
Os coioes e os c ães, a mailha em concero,
fnerizaram a aarição e do engana
desliza o olhar à or da noie, o olhar incero,
cego de si na vsidão da noie lana,
e a la na amlidão é ma foice, o crescene
no marelo do Não. Qe dizem os cães a oese
e a la ao Oriene, qem mene, mene, ene
à mlidão informe? Já ningém dorme, a ese
ransorda das garganas e o laido insolene
recomeça, resondehe  .  Qe soilóqio é ese?!

 6
11 67

drm os cães à  e  crn fnd,


não pss do oeiro os nornos n m . . .
A esre,  epifni de  o onge, cm
em siêncio mor o come circnd
de io, mio onge  ini imnd,
ms comes morrem mém, esre é chm,
e há miênios qe   fe  úim cm,
o cre eric pr  more fecnd
qe ningém qer morrer. Qe fem n grr
s minhs sedens de m prer qe desrói?
Qe fer de m fere em q  dor mee  grr?
A lini esor e  soidão do herói
é desendor:  mão crispd esrr
em nd, os cães do nd mordemn e  noie dói . . .

 68

A Hisóri nd confs . .  ompos e derrisóri,


 mene rise à o, e  m crse, dor
e por fim ri mém há n re gor
qe e não sbe em qem é, qe fé, qe góri,
qe poeir, o qe em, cie o pé. Sem memóri
de onde i ssim qe  es qe  deor
enre nos ids  recm á for,
ei si por si mesm o enconro d escóri  . .
Esá fr de esper e dorne escree
 hisóri com s minúscs d no ceqese
O segundo advento talvez advena em breve
e talvez nunca vena    " ec E em qe pese
 m em qe chfrd,  mene srd é ee,
é g, é srd, é oc,  ms ssémhe  ese

 
 69

ó co o in d Bs coondo-  s


o ni cop  vnd n qss dnin,
à o  q noic; só  Bs,  sqin,
copc o fsi d B, n fos
d Bb, no pp do Ms  é q ps
 cob  fz s cons  dá  i: "É mina
é meu só meu sou Eu Eu a Menti  dest!
A sinis,  cnsr don d úi vin,
 Bs Rbdi: Po, io à ão,
cond  Zs,  Osíis  o Bzo no cão   
É  o dos pgõs às pos do pds,
 o do Asod, do A, do Cfjs
com os cornos do cscn  os gios do ião
nos ds: "Vinde a mim compraime o que não preste!.

 70

Tdo iá d no pono co, Ds  o


 Agripp d'Abigné não co s o
p cgr o poo po m ds idio
o m com já oo Q vá po ond fo
 qss dos doidos, odos ão d dpo
ss bios d pdsgnos, s co
d oo oco o d sno,  do, no  o,
á s oco ps ãos do Cido
Po nqno é o ds d do  do, go
é  or do so-pô Não ipo s d,
nd pod d is q  do q não co,
 do dos oos nsos q spi  ci
 s insn coivo d oc   
O  nobis VigMã Noss no

 67
 7

O pro nobis t Santo Arano Migel


longa espada de Des ora por nós e todos
os qe nna vêem nada a manada em tropel
a olna rindo o apitel dos doidos.
Ora por nós na feira rasa dos engodos
dos pregões fnerais o m qe se vende o fel
e os venenos morais por todos esses lodos
qe apregoamos  bestas bobos de Babel!
E qe orem ontigo os mais perilitantes
entre os anos e aranos por si mesmos e a paz
de m Cé tão fáil de perder .  E ali distantes
do esaré dos mtantes e do fogo voraz
qe orem por mim qe vo morrer os diamantes
da Coroa de Espinhos e assim sea aqi az.

 

Qanto à lenda do ser a História bastaria


dizer qe nna basta; qe pende do fgaz;
qe se dirige a ele e a ele só e faz
desse mbste ma glória. Ó haga-alegoria
ó praga em litania qe ovido te oviria
as plagas imortais? És o menos do mais?
A Sibila Heresia? A Sonsa? Ainda és apaz
de stifiar tdo omo  dom da poesia!
Como em Alexandria . . . Ali entes demais
aos doentes do aor histriônia e aiga
omo a hetaíra e a historieta ó nova antiga
ó oerna anestra anzonea dos pais
o fa dos fihos! á ovi-te a aiga
 riei a tdo eos eles ais . . .

 68
11. 73

M s que rzão de ser senão o entendimento


de um oni recoocri o ser
dinte de si mesmo? Não  dor ou o przer,
ms  mencoi une enfim o momento
e o ser, Aexndri, nte um conhecimento
desnuddo de tudo que, como o entrdecer,
som no eque incendiário o esfohmento,
 oni d uz incpz de morrer  
Se o ser reto, vot  ser ssim, perpexo
e resumido de repente peo susto
conoscente: o fntsm febri erue o busto
dinte do ohr núti, ms rve, de um refexo,
e fzse o ser seundo  Históri Ao preço, o custo
d distorção de tudo, porque o espeho é convexo   

11 74

Mrinhs esvoçntes tornndose  esmerd


prisiond n memóri,  prição
como ourivesri, os cmpos d emoção,
os triis do przer,  oscição d
dos verdes pmeiris n mour dourd,
 qure d vid, fuz como  visão   
u és ssim, Aexndri, e porque são
êmeos em ti prisms e sombrs,  vord
e o contínuo oocusto nos espehos d Históri,
porque é teu o modeo funerário d óri
instntâne de udo, porque és  comunão
ds erupções d vd com  rosmúni e não
com  espção pes, cnto or
tu esrez e o se como ressurreição

 9
11 75

Ó oidão onjração do eemenar


no reeo do er  múia inranqüia
qe vai eendo a eia únia apear
de não drar enão na noie da ppia
Ó oidão enaar  onga fia
de fanama ainda o ora vz no ar
no enro dooroo d� m nada qe vai dar
o no memo gar onde é inúi egia
o em gar da aparição no inompreeníve
Aexandria oidão qe me envenena
a iria é múia ambém múia apena
é do a fga mia bindo ao níve
enfim era do eníve da ena
irrevogvei eulpida no inviíve

11. 76

Ma ão onrafaçõe da enda de drar


Aexandria a iria e a meodia roa
da Ma do engano embao à for da boa
 ma e a boa qe m dia e deixei de beijar?
e e pdee o-a ora vez em penar
o ao meno em embrar qe oda voz é poa
para aançar a meio ar aqea oa
aegria feroz qe e vivia a abraçar
e e obee hoje em dia  minha irmã oare
omo ane abia omo  mão amane
aem oar aez o rê eqüidiane
omo andamo agora n do oro à pare
ea z arranada à vda e dada à ae
aez avemo  o rê  o inane   

 70
 77

E às ees sen qe apxmaa  can,


as âmnas sensíes, se ênes, da ngagem,
sen qe as acecaa de epene, nã a
à áea de z d se, mas àqea magem
em qe a da se dá cm a z de passagem
ene ma sma e a; chege a ce, enqan
d se mnaa a ez p encan,
 p cna ae da cdez seagem
qe a ama se faca à fça de facasss,
chege a imagna que enha s edaçs
e  send de d, qe afna ecmpnha
da a enda d se,  nme e nã a acnha,
 s d ea! Acde ns es açs,
ó escdã, mas ma fasa esemnha

11 78

Ah, cm as caaaas de náca de m Nágaa


ncessane e s, nssas fágeis sões
ã paand n a sem paa, e nde pões
a z de Axanda, aqea aa de náca
a eda, sem as ee, as pcssões
de m passad cnín, nde pões a amaga
cnjaçã de especs ancs cm a aga
a s a pn  a a  as cnfsões
da z e da memóa, d desej e da espma,
agam cnads cníns qe nenhma,
nenhma apaçã cnsege aaessa!
A Hsóa, a nha e d cas, é a de m ga,
de ma eez cazada, e  qe pefma
m ga é ma asênca, d sempe n a  

 7
!. 79

asseio só agora, do ado exino, rene


a paredes caiadas, ane um vazio cheio
de mármores e nadas, e sinome no meio
especra da Hisória, seu passadopresene
um cerimonia de sombras; enho à frene
a mesma uz de sempre e as ousas em que eio
os arabescos de um gemido meu e aheio;
mas nem aqui, onde o invisíve é aparente,
Aexandria posa para a ea absraa
à força de baiar com esta vida que maa,
sinoa que aqui ambém ea é a mariposa
rocando de epiáfio, eve de ousa em ousa
em movimenos rápidos, ão desatenta à rosa
quanto ao feixe de ossos que aos poucos se desaa

11 8

Se evo a ama pea mão nesse passeio


e a faço visiar assim, como uma cega,
a mariposa e a pária obscura de que veio,
é que acredio na iusão como uma enrega
e não como a ressurreição que a Hisória ega
Enganamonos ucidamene, como um meio,
como uma ravessia no escuro, mas não creio
que subterfúgio agum, enre o afa e o omega
da humana condição, seja mais que exercício
isio agora os cemiérios da são
ue chamo Aexandria e evo pea mão
ao abirino úimo em que a saudade é um vício,
minha mendiga cega, a ama, e doua ao chão
mais féi do rea, como o gro mais difíci

 72
I I 8 1

Se é circuar esse passeio soitáro


e se a cada parada a morada vaza
finge votar atrás segundo essa harmonia
da arquitetura em movimento imaginário
é que a emoção é sempre a espira ao contrário
um declinar-se paraeo à uz do dia
da aparição do vaga-ume à da eegia
Se dou a vota como um carro funerário
ao fm das entas aamedas meu cortejo
ão deia Aexandria ou ea é que o não deixa
tanto faz há uma paz que é ausência de desejo
ou ago assm nesses ocais e se uma fecha
cai mas não vota atrás a ama queia por quexa
dá votas a si mesma a cega ao reaejo .

 8

Há mutidões à vota de um reaejo assm


fantasmas sem históra cooridos . . . Um dia
demos com uma arruaça de uz e de harmona
inconceíve numa praça em que um fortim
sempre muito guardado vgiava o jardim;
mas supresas ass pintam Aexandria
de suas cores astrusas Ras aTn
seus mútipos perfs de péroa macia
suas torres vazas saudades do marfm
assedao de ma áacre euforia
contepava ua cega usca que faza
rodar u reaejo nm cantochão sem fm;
recoendo as gojetas de co aero eu va
um passanho aoximandose de m .  .

 73
 83

 , ie, nsce ceg  erio,


negno o ser  soção qe á no g,
ie qe se iscrso, exnri r
o e o à consciênci e  oio,
e  cen e r, o niero io
e roopine qe á no insne,  ceg 
 enreo násico e o epo i rás
ess nri coo  pássro cio
Há qe ig qe  Hisóri é e es preni
 l endig, is  pássro inqieo
esenerrndo  ilsão pe riz
E cer escdri  ero o eo,
oo e osicos, co  cen ssi  preo
ne  ceg ove o qe  pássro e diz.

 84

U geso ne Biâncio,  esp azia


do lio neirdo de ors ers a i   
O o qe zeos ela ness cena roíd
pel slsge, peo epo lexanri,
sendo  osico rrino, n gia
de  pndo de cacos põe  ão dlorid,
às ezes d reie presuid
por  pássro, às ees de lg egori
Ms recordo e regisro qi qel ige
e  goso dúio, porqe qel cs nig
(n cer eoli gor  nge
o epo crcoio nos dess íg
sorção  d pel Hisóri  orge
e  é o   or es qe   enig   

 74
 8

 s escos íos  e Aeo,  cooo


e e o efêeo oeno noene
ene os njos e  l soeene
 ineectíe, gos inflexo
 te el ,  esiço
in, gesto  geso,  o teni à ene
 ee cor o se, esigios e to,
o ágil qno  lz ot, se is ngene
 esfecço qe Elio min,
co s melncólic e lúcd ioni,
not ige  nqel  qe co e uina
sem uso do Senor - li, Alexni,
e one te enconte  i, o qilo e ensin
 esconfi  esmol coo  o i

 86

enso nos mámoes cíos n fig


o Aninoo sem nri e lími nos ois rços
qel Vêns qe os pee e in os oc
e  mr e esci nos eços
soinos qe ningé consol nos cnsços
o o,  o,  esol   . eno n qier,
ess efso  er, se info e os esços
qe ns leg, ios    enso n noite esc
qe  eten Alexni finge esconec
enqno ti e  en  es qqe
qe gonie o el    enso ne, o est
qe se recs  ê coo So Joo  C
 escee e esel enso n fo o se,
o el qno ee ene ess noie e   .  

 75
 87

enso n a Cruz naturalmente    E se a resisto


entendo que me agrava assim quando me pesa
porque me restitui ao real à nobreza
agônica de tudo Subo a colina e um misto
de escuridão e de lanterna é quanto avsto
os vagalumes que h no ser.  . Se a realeza
coroada da graça de morrer como a presa
não como o arqueiro ou sua echa como o Cristo
se essa agonia de monarca sem reinado
não for minha alegria de que hei de vver?
Se o meu calvrio é Alexandria é esse passado
que me ilumina como um falso amanhecer
minha cruz nem seuer é minha mas do ser
que se abraça a um vazio e morre o ser amado

11 88

Se h uma esttua no ser é a sua negação


A História a arte o amor carnal a lucidez
histriônica ou melancólica o salão
dos mrmores altivos só são vivos talvez
ao abraçarem a noite que h no ser se uma vez
abrem as mãos Toda essa pobre multidão
musical indigente e nobre estende a mão
que mendiga no escuro Abdcação dos eis
das esttuas que amamos só certa luz cadente
estaura a realeza e a esmola que a sustente 
Tudo mais nessa onga ou cta gaera
que atravessamos mente  as es qe Aexandia
nem cega nem mendiga com seu deseo rente
ao seu chaco indgente que que a esttua sorra!

 7
11 89

Há qe descer o fndo d fntsgor,


o scender o ce  d bstrço,
r rrncr, se no à m, o corço
s fertdde, e torná- i
É reciso inentr-se gu egor,
o ássro de mo qe nnc desce o cho,
um simuço do ser que rodoi
e fá-o, redui-o  m noço,
à sobr esttuesc do qe é. E é ossíe
simur esse Oo xondmente,
retêlo n xo de m erene resente
e inentr  emoço que se cooque o níe
d edr sorridente Ms seu sorriso mente,
Aexndri, e ess entir é irreersíe

1 9

O sátiro qe r... De co m estát ss


já no recordo onde, ms recordo-me be
do longo ohr srdônco que e ousou e mm
e d erexide, d irrtço tmbém,
com que o retribí. . . Nquee nstnte gué
ro dinte de , e desertei e ef
fg, refgiei-e à sobr de um jrdim
em que h  fonte: ne  o ém
dos ros e ds es dquee nstnte estrnho.
Há  tendênci óe no ser,  eternidde
d nérci, m sbterfúgo que se gin  gnho
e esttfc-se e sorr. Nqe trde
fi tentdo o extreo corei-e o tnho
de  uso éfic e senti-me u corde!

 
 91

 ais e bse e e inege nã encon


ã d c a casiã e ens c  ga
desse episdi dessa esáa e há de esa
nde á esaa a e si. Esse cnfnt
ene  efex e a iage ene i e esse nst
desapaeceia à  de   ha
agé e intepia gaa e aanca
a a esáa ae pe e sse a pno
de sihe de ta e tansfae assi
n e seia  dia  a isã qe si.
Espeaia Aexandia não p i
não pe se qe aei e cnfndi a mi
as pea tentaçã do áe  adi
peificad e qe sind adeci .

 9

É c efeio estanh qe ecde tã puco


das cicnstâncias desse encn nem seque
da figua e e aanc (a uhe)
a a peniçã de peda. Estava lc
 estaa ceg si as nde estaa? O soc
qe e dá na boca do estômag quaque
obapima de peda o nã é com m fco
  fach de  na entranha pende o se
a  oca a  instante. Mas tae estivesse
naqee dia ane a l a  e desce
de  ai e  dispõe e on do ea
Aexandia e cnhece essa espia
bea as descendene ave ai me dese
ainda i de nge se piei sina.

 78
 93

Não não a a ainda imaginava o mndo


segndo a lz da mente hmana; a otra a insone
a lz lnar era-me a voz ao telefone
m chamado intrigante porqe e vinha do fdo
caótico da vida onde tdo é fecndo
tinha selvas na alma: o triânglo o cone
as geometrias do Ideal eram m profndo
mistério a m ma alno de Ral de Leoni
Imaginava e amava o qe inventava apenas;
diante do ssto estatesco de m sorriso
qase perdia o tino mas seria preciso
qe a luz qe há numa face rodeasseo das cenas
do esplendor levantino para qe aqele aviso
voltasse e me assstasse como m pavão sem penas

 94

O ser é ma proposição; somos o esboço


de m primeiro rascnho diz São Boaventura
Bem mais que m testemnho ma grave aventra
a vida é m emergir-se: escapase do poço
mítico da Medsa o morre-se ainda moço
daqela eternidade qe sgere a escltra
o contrário dos atalhos de Dante a selva escra
marmorizada o ser à lz de m calaboço
Há múltiplas versões do mesmo malefício:
a arte pela arte o sistema o edifício
abissal da soberba o coração qe cansa;
mas nenhma mais fria mais longe da esperança
qe a pose estatesca do loco cjo vício
 o êxtase da ilsão  rondao desde criança

 79
I 95

O ser que escolhe o exílio e nd solto no cosmos


trás do encnto seu comprs qundo tem
nos interlos osculdos nesses ósculos
de epini um legri que lhe vem
de desolhr-se e repetirse; o dr-se  quem
vem contrpor-se à sucessão de instntes póstumos
o pobre inundse de luz. É ssim que  sós
com quele corpo igul o dele e o de ninguém
o ser conunde-se o seu duplo Tu compunhs
Alexndri quel cen reletid
quele enlce d metde repetid
entre s moldurs dos espelhos  e s lcunhs
do ser completo quels dus testemunhs
de um mesmo encnto protegi-s ms d vid

 96

E ele pirv demorvse em meu peito


hors inteirs    Ms pssv pelo undo
de cd brço como um dissbor do mundo
o mndo se rouxv como um lço deseito
Aexndr seprv quele eito
do mundo inteiro. Há ns promesss do inecudo
um destcr-se grdul de moribundo
persudido de qe o nd é mis pereito
Há como m nd engirlnddo de mistério
no enlçeno de etdes sem moto;
é se tro e se pssdo o eijo eséri;
e ntempor porqe há um único hemisério
ness niverso o or do ármore is io
( estát é od do insntâneo é reduio

 80
 97

E éaos vivos coo os áoes de entahe


incustações da pee isa na u asa
e confundidos u ao outo coo a asa
a u céu vaio povoávaos u vae
petrificado de espendoes. Ao tocarhe
a estatuáia agnfica de basa
e bonze vivo eu penetrava nua casa
abandonada    É necessáio que a aa ae
a ngua ota dos heóis de Queonéia,
paa tenta dize tave nesse diaeto
de dois copos toados à pefeição da Idéia
aquee undo estanho eteno onge eeto.
De estatuáia tuutuada as aheia
Cheio de so as coo a osadodeseto

11. 98

No entanto o peito quando cheio de paze


sonha tificase e o poa deiante
das áores de áoe defontase ao instante
co paixão e, no fogo de u abaço ao cohe
o futo do instantâneo apenas chega a ce
que acança etenidade. Perpetuase o aante
não co utipicarse co procuar deter
ou subveter as eis da espécie na constante
da fga inteira a ua só voz.   E co razão
prestdgitação de ago soitáro,
qaqe aor assi, se fruto o soção,
é  pro oásis nacarado, é suspensão
fora do tepo, Aexandra, reicáro
dos desertos do espeo, o eterno tepoário.

8
1 99

Eiste sempre, estátua a estátua, nesse amor,


omo um eíio inontentado que auina
a boa sea e vai seando omo a or
desabrigda, o ado agreste da oina.
Lado unar do sol que tudo ontamina
om a iridesênia, o fogofátuo do espendor
sem sombra, sem depois nem antes, sem supor
a seqüênia do grão, a esmoa peregrina
que há de morrer para doar. Esse prazer,
dom do beijo da estátua, euforia do mármore
e apite da dissonânia que há no ser,
atém-se à ama apenas, desdenha ser a árvore
e, lenha ainda, aende só por aender,
Aleandria, a imitação do amanheer. . .

11 1

O ser que busa uma unidade entre os abraços


do espetro que projeta, ri seja o que or
e lhe submete a identidade, sonha impor
seu efleo a essa imagem. Há um par de olhos baços
de desejo também, mas há sempre no amor
de u duo assim, Aleandria, um par de braços
vazios porque toa no outro só a dor
da ama,  dea apenas, tudo o mais estihaços .
Tudo é sombra ou reeo passado erto umbra.
Certos triunfos, quase sempre paraeos,
onatenados quase, a gaze fantasma
da arne hipoteada à ama, são tão beos
quanto preários, porque a uz onjetura
entre os orpos iguais ria bsurdos elos .

 82
11 1

aa e die as ingé hega a sae


o e fa o e  opo á desapaeendo
ofndindose assi a   se dpo . . .  prae
ene o reflexo e a iage é  esteeendo
se para se jntar ne diidi reendo
esse isa inieto e teina po se
poo ais do e o sol de  faso aoreer!
Vano ae a aeça de Zes o o golpe horrendo
de e nase oa espée da esa dindade
e o or asino seá sepre algo assi.
Só e e e ao dino à Trindade se fi
não he d á de adir essa dpa etade
da laanja dea Aexandria e enf
a noie ai e t oo e ualue idade.

11 1

 aor adio é a inerrpção do pereíel


pos parêneses no rso nara
seara fora dos iites do rea
tdo segndo o inteinel o ipossíe.
Se o aor é o eo de  stéro no inisíe
o aor se frto o ao da estáa é sial
oo o aode perdido nas fohagens de  a
o a de ao no ose rano indefiíel.
s es dois oiris de náar eslpdos
oo a dor fa a pérola no fndo de  aso
aía presos pela l ente os sentidos
e e as eias sais de ilsioniso
foa fiando assi Aexandria nidos
oo as estáas ao se elo ioiiso.

 83
 13

as era m par perfeio, por mas qe fosse aheia


aqea perfeição! Nesse idea do amor
reinvenase o rea qe se isena e semeia
no chão de m mármore infinio, se não for
no coo de agm mio, esse soo sem for
nesse caneiro esaesco, a a cheia,
enre o mndo do mar e o fndo do esplendor,
vai compondo arabescos, vagas rosas de area . . .
Fizemos m do oro,  m no oro, ão nos
como os abraços imoras da esaria,
a perpeação perfeia da precária
nidade do amor   Ah, como esses connos
imóveis para sempre, peneramos na área
de mármore do ser, como os herós defntos

 14

oros ao mndo .  . O era o mndo qe morria


por não caber nesses abraços, nem coner
m par de esranhos monges desdenhosos de ser
o qe o mndo consene e o nara confia
à scessão de conseqüências da egenia?
ramos como m fimdeinha, m desfazer
de do o qe não fossem os prazos do prazer,
moros àqee mndo em qe o grão da aegria
é a véspera do pão, mndos da padaria . . 
Não, não cabíamos naqea confraria,
Aexandra, do fesim do mediao,
preparação do fro, pomar do amor sensao,
a fábrica dos corpos .   Ah, qem fabrcaria
ma aegria assim, oda apenas do ao .  . ?

84
11 

Brincávamos com a vida por enre os parapeios


de m esreio bacão; davam sobre m jardim
encerrado em si mesmo como os sonhos perfeios
de qe csa acordar porque à beira do fim
começam a embarahar o uar e o jasmim,
a espiraar, a embriagar como os conceios
que do refigram E vivemos assim,
sem remorso nenhm, arrogando direis
de refabação aos exremos da mene
qe do pode qando do é brincadeira.
Demos com Aexandria arrasados na eseira
dessa bea isão, e eis qe sbiamene
ocava-nos descer porqe a exisência ineira
circndara o bacão e ohavanos de frene!

 6

Daqees parapeios debrcei-me primeiro


no qe ocava as nvens: difíci a saída
por ai; hesiava e vi me companheiro
saar peo oro ado, cair numa avenida,
e esihaçar-se nma onga despedida,
esvaindo-se e sorrindo-me ainda    O desespero,
subindo a repadeira rêma da vida,
acançoume em segida e, como m caaheiro,
sgeri qe e descesse primeiro Sorria
como ee, e propnhae ma rama mais aa
da árore da vida, conga à fanasia
do me baco vazio e frio; disse: "Salta    "
E e, agarrado à raa como ma noa à paa,
saei, e ando caindo ainda, Aeanria

85
11  0

státas nã se stam ne m satam cm a cana


a étaa  a fha fihas  ensament,
esvaçam ente m bacã e t, vã n vent
cm s eeminhs, esas aina à ata,
as ms a emçã qe ta aqiteta
ege  chã msicamente   O sfiment
a estáta sta e eegina é ma figa
e etóica aenas e, se a m mment,
cm  aeenint case, a  é bee
cm a nta n a, se ess a escta esceve   
Mas a ta, a qe tenta  sicíi em vã
 te a áve a va seme à mã,
essa cai qase intacta, Aexania, e eve
a se m cntant às fgas n bakã

 I 8

Me amig sat cm a eegância  atista,


se ig qe cai sã m s e ize
na veae esvaç e ent n entaece
cm m faming te, ma asa taezista
a esatifase cnta  cé, nã sbe a ista   
Vi eixame s ó aa eixa e se
Tavez snhasse esbase a cncebe
 útim megh cm m maabaista,
mas á, naqea ata em qe e ficaa só
catanhe s eaçs aa m msaic assim ,
acnavame cm ma cascata e  em ó,
a cabeeia e m cmeta  tinha ó,
mas inveava, Aexania, qe enfim
 eciíci  ecamva e nã  mim


 19

Esáas solas, livres, esáas radors


da liberdade em lz e da lz em masmorra,
lz qe a princípio sala como a fone qe jorra,
aé qe coagla a passagem das horas,
a flidez da da   Esáas sedoras
e víimas a um empo, sem que o amor as socorra
do sorilégio em que vageiam na gangorr
de uma alegria agônica e encanada As amoras,
cor de sangue ambém, solam a hemorragia,
enchem a boca e morrem, elas não: elas vão
de perfeição em perfeição, da noie ao dia
como coágulos de luz, de uma emoção
a ma euforia sem razão, Alexandria,
vôos de pedra em pedra de balcão em blcão .  .

  

As esáuas do amor ensimesmado vão


e vêm na encanação qe há no mooconíno,
nas horas sem limie e sem fro, Aninoo,
Ane alez, moosperpéuos da ilsão,
esáas no jardim em qe andam o corção
e o corife, o coro não . . . Qando o meno
seg a ágia e enro no reino crisaino,
poso sem drse con para ma scesão
de esáas pronas, rdções carnais o belo
na fr perfeição da majesade eséril.
Qado exare, eqlibrando m emisfério
a ão qe mssarra o amigo, com perêo
ampa a si mo o soo   pesaeo
 aeôna  d lpa ro pério.

8
II 1 1 1

Are é jogo de exremos e odo amor à pare


da sina do rebanho a de perpeuarse
é ludismo ambém ao puro disfarce
da alimária do insino    Aconeceu-me amare
como se amam as frisas e nem Vênus nem Mare
aconeces-me agora a meio ar a face
marmórea meio ocula pelo embuse do enlace
mas sorrindo    Alo  o cuso da are pela are
mas se lameno a derrocada que há num geso
de união sem função ão oalmene a sós
com o empo roedor não lameno esses nós
que a ida faz de quando em quando sem preexo
e sem oura promessa que a luz canando a oz
da harpa o amor sem mais que a eugena do exo   

 11

E ainda assim oui-me agoa a confissão


o auode-fé: recuso os mundos absaos
e io da adesão aos exremos que ão
de delícia em desasre nerrompendo os aos
de demissão da criaura seus conraos
de domador de sombras A minha é ma noção
passional da eisência colho udo na mão
da emoção meus enigmas meus oposos exaos
Não êm nada em comum c om essa minha paixão
da inuição do ser os pomposos relaos
da da coligida em álbuns de reraos:
io do paradoxo e sempre em direção
aos rios do real deslizo como os gaos
de elhado  no alo  ou as fones  no chão

 88
 3

E eisme agora curvado a amarrar o sapao


pousado ao pé da minha esáua perdulária
a pensar um soneo ouro puro arefao
sem mais função que a de invenar a própria ária
celebração de uma efusão desnecessária
Porque o canto ambém não se aém ao conrao
naural a canção como o amor insensao
é ouro misério estéril a irmã da esauária   
E como Prous olhando a boa e aando o laço
lembrava a voz da avó um roso de anciã
penso na Alexandria venerável e vã
a ancesral de um amor de mármore o palácio
e o bordel onde vive a eerna cortesã
da are  e lhe ofereço a úlima for do Lácio

11 4

Lugares não pessoas chora a harmonia lena


do úlimo Srauss o ancião enre as ruínas
da Europa ensandecida a gemer cavainas
de uma cinza elegíaca sobre os anos quarenta   
Tudo é meamorfose u m lugar se acrescena
de escombros e de msica eu sei mas se e inclinas
ane a dor dese mundo enre as uas esquinas
vais sempre mais ao fundo velha odalisca aena
à aparição do ma por rás do minaree   
Enfermeira ponual da luz e m derrocada
de urbane e avena renvenas a avorada
sapicada do sangue do amor eu cacoee
mais adoráve leandria    Srauss e o ada
se te ssem veriam que a reva é só um embree

89
 15

 m coração selagem como o me errabndo


e msical   A ti qe te pode importar
qe se lamentem os sábios todos deste mndo
se sabes por experiência própria qe m lgar
como m caleidoscópio refazse sem parar . ?
É certo qe ao us loci o qe srge do fndo
do espaço temporal da memória segndo
as senhas de m local a esse cabe giar
cada andarilho pela mão mostrarlhe a lira
oclta em cada corpo qe se confnda ao se
Mas qando Strass chora m mndo qe delira
confndeo com as bacantes    Qem rasga tira a tira
a sempiterna rosamúndi? Essa ainda gira
mais linda ainda qando despedaçam a Orfe   

1 116

Há ma geometria legítima a qe alde


o coração mais lúcido qanto mais trespassado
dos estilhaços qe perde é o otro lado
da desaparição a espécie de altitde
em qe paira a ertigem de entender Se não pde
persegir esses cimos em qe brilha o passado
sem confndilos a m reflexo ilminado
força é reconhecer a essa la de açde
a esse astro imitado a condiço de m cme
caído e ergido dos escombros de m pináclo
Alexandra a consrção como perfme
a aritera espectral de m espetáclo
nos palcos trêmlos da z me agame
geométrico é isso alto úmo e orclo

 90
11  7

Deixaime açr gora àqea nore ar


os mais perfeios, os mais frágeis esihaços
da nidade feri qe riho nos mes raços
aceiai qe perdre assim, pore figra
refigrada, a coisão da encenara
e do paco idea, a cidade aos pedaços
e os rapos da visão coo  cego os cosra
ohai a Aexandria qe  vejo, como os raços
qe m reso de emoção dispa à iinra
evaporane do rea, e nos espaços
de ma evaporação qe foge e qe perdra,
perdoai qe e pendre a gória morira
de do, o amor, a isória e a dor qe sege os passos
e os ecos, peos ecos sem fim da formosra

11. 8

É sempre poifônica a harmonia possíve


as músicas d e m corpo, s da are e as d z,
nemse em conrapono qand  vida as radz
no soióqio apaixonado do sensíve
Onda a onda, eco a eco, o concero invisíve,
ininerrpo enqano exa, nos condz
a profsões ocas convocadas a m níve
mais compexo ainda  do em pono de crz,
do m reve ordado nm eseho convexo,
do formando ma emriagada sinfonia,
ão ógica fina qano é reve a harmonia
em qe os acordes se esfiapa odo nexo,
oo senido eva à fga, e Aexandria
aqi é o conrono enre a imagem e o reexo

9
 119

Msa da sedção, oresã do desasre,


Aexandria, oleção de adiamenos,
serias  a devolver nossos momenos
à dor do empo mediado, no onrase
qe riase enre a flor do ser, apensa à hase
de m enano idea, e os desfaleimenos
da memória, da Hisóia    Qanas vezes volase
rodopiando em orno a m nada omo os venos
bedínos, qanas vezes voase as esqinas
e, repenina, pendrase na emoção
nossa razão de ser? Aqelas peregrinas
onsolações a qe enosase o oração
do homem, orienal qando vem de onde vão
srgindo as variações do qe nna erminas   

 

Porqe és inerminável omo aqeles rbanes


qe a a z põe nas abeças, lz esgia,
z de ma seda impermeável à eforia
do enendimeno oidenal; es elebranes
são odos ébrios de m vazio onde os insanes
são espirais, onde o fgaz, Alexandria,
é ma figra de reória E a mais fria
imolação onsola ainda esses amanes
qe se onenam das onsânias do desero
e vêm omer na a mão Mas, se o qe omem
os es profeas emorais é a dor do homem,
e é o idea de m holoaso sempre pero
do absolo qe annias, e onero
de aegorias, do danças do abdômen 

 2
11 

Annciavam o meiodia e os minarees


desenroavam todos entamene os rbanes
de m canochão de z serpeninas anes
de aide a aide centenas de esiees
nm delo de z cantada . . . Era m confee
coníno e soo como a dança dos insanes
mas aongava imiava a z como barbantes
aando ma cidade de fasete em fasete . . .
Parávamos ambém nós ambém expectantes 
voados para os ados de Meca dois amanes
qe a z canora interrompia Às vezes nesses
instanâneos da z procamada ainda desces
de qando em qando das aras e apareces
Aexandria às vezes como os deses distanes   

11 

Como a brxa exempar a qe Drmmond prendera


na área de z ficaste presa  ambém
entre os mes versos e essa z de qe és refém
no ar no tempo a parte aada prisioneira
do ambramento qe encrraa a ama ineira
a da toda .   Porqe a are às vezes tem
m encantameno na agonia m mal no bem
ma assombrada fiidez sspensa à esteira
da z oa  nesse idea qe a mene faz
do corpo qe prende mecha da noie acesa.
asro de z na ca enferma do fgaz
Aexandria aprisionada na beeza
enhoe imóve contra o tempo e é porqe estás
onde a z ca qe estás ão peo ó brxa presa!

 93
li. 

  rpre eporid do morcego


e eferi cno n' rei de Ásine, o
e memo ponderei nm poem qe do
por perdido, ee o, ee deoego
emice go ne  z, foi m corpo de pêego,
m corpo mdo, qe me de e embro o ôo
nido, de o à gr qe deio,
Aexndri, é porqe há empre em odo pego
de m corção peo perfeio o memo imeno,
derordo o inici   Não digo
e o co dee o é crn, m e peno
em i, ciddez, cidde do perigo
d z, ejome i como m morcego eno
ne  z e há nm corpo, e fecho ee poigo

 24

O poigo d mene inndm, qando bero,


o oho empre fráge d m E ão enrndo
e edindo o corção, ee deero
de e cerc noo inne: ejo m bndo
de bedíno cgndo, circndndo
 z prd com e momeno cero,
dnç do brnco no diáfno    Hoje e ndo
como ee bndo, empre mi, empre mi pero
de nd  ee nd exáico, mgnéico,
de z de dg, Aexndri E enno ão
rodopindo ee o, me péico,
me deine, epirne corção,
fech o poigo, foge à dnç do epecro
e m di e i edindo  oidão 

 94
II 15

Mas a bruxa que pára no alto que visita


a área de luz da conciência aquele vão
entre a argamassa do real e o coração
do enigma a bruxaenigma o ser que delimita
a escuridão com a aparição na luz restrita;
esse inseto esse instinto iluminado e não
explicado é também como a alucinação
da História exandria sua teia esquisita
de alumbramentos sobre a cal do fugitivo
Nessa teia da aranha alumbrada e presente
só nos laços que faz deixase estar o vivo
inerte: o que devora agora o impermanente
também acende o interruptor do retroativo
halo de luz de que se tece este Ocidente.

11 16

Fechando O rei  Aie como um ônix ao fim


de um colar de rubis de sangue e de diamantes
de luz Seferis põe na trama dos instantes
aprisionandoos por um fecho no festim
moral da consciência o negro espadachim
do desastre um morcego às tontas que as secantes
no espaço da equação em ângulos cortantes
encurralam persegue enlouquecem . . . É assim
que o ser fugindo à gruta obscura da existência
defrontase à memória ao gume da consciência
em qe se aina e forja a História. O ser é isso
 morcego febri e rêmulo e enferiço
mas chamad ao duelo do bel à evanescência
que rranca a História leandria a  recipíci

9
 1 7

E somos nós esses fanasmas eduínos


rodando à vola de si mesmos, procurando
encurralar no insane a percepção de um quando
que alvez gre e alvez vole, os peregrinos
circunvagando o pono puro, repeninos
e calcuados como a Hisória Aquele ando
que ainda me espana, Aexandria, aravessando
o fundo ranco sempre mais, mais pequeninos,
são como nós no espelho em ranco que haiamos,
cheio de somras rodopianes: como nós,
eles dão cerco ao ilusório, mas os ramos,
os raços rancos desses roncos sempre a sós
com seus ponos de fuga, parecem ir dando os nós
à Hsória, à eia pósuma dessa luz em que andamos

1! 18

Como o pião rodando só, como um pião,


como o deíro circular do eduíno
na areia soa, como essa revolução
inerminável, esse único genuíno
senido da paixão do ser, como o conínuo
sem senido do ser, girândoa na mão
da imperfeição, rodopiando ane a noção
do cenro imaginário, o pono repenino
e migraório do precáro, do desino
andarilho do corpo, esse riho em que vão
se reunindo e dspersando o desaino
e seus fanasas convergenes, coração,
é assim que vais da Aexandria da emoção
à Meca do real, coração peregrno   

 96
1! 19

O esforço de escapar consanemene ao fino


empalhador de pássaros, ao geso qe disfarça
o convie do laço,  a marca do desino
enre as idas e volas de m poea E na farsa
sinosa de se diaadia, a única graça
qe jamais lhe perdoam  aqee repenino
embaralhar das caras para qe do faça
menos senido ainda  a pare do menino
na baalha sil em prol do ser ineiro
Aexandria reina o espírio qe a observa
em arimanhas ais, esse semiesrangeiro
ela o naralia, alimenao com a erva
chamada liberdade e veseo com a resera
desdenhosa da fera em pleno picadeiro

1!. 3

Não sei dier se a obserei do ânglo cero,


do pono mais correo, mas sei qe poco a poco
moldei o mndo à sua imagem; o giro oco
do beduíno em orno a m nada no desero,
por exemplo, me enro na alma como o enxero
mais faboso do indomável.  o me foco
de l vial aqea cena, e a ela revero
de ve em qando em mes delírios, desemboco
naqele pono pro e giro qando o reso,
o circo ineiro, encurralome sem aviso
e devo o ânio à poesia, me proeso
imia aqele bando girando, e nem preciso
negar a isória o conar ora, há m paaíso
em qe cavago l afora, sem cabreso!

 9
!I 31

Vinde rodopir recvlgr comigo


rumo  esse ponto puro qulquer ponto no espço
interior deslumbrdor tudo o que fço
é entrecerrr os olhos e rodr sem perigo
pr longe do lço . . . For de lcnce sigo
meu bndo em redemoinho vertiginoso e psso
d memóri  um rel redivivo o compsso
o ritmo musicl se não do tempo ntigo
do tempo redimido . . . Mre Proust sbi
que  lm tende  um giro ssim e encrcerouse
menos entre predes que entre ritmos um di
à sombr de Blbec ou à luz de Alexndri
são como esse glope como se tudo fosse
um rodopio só rumo  um confim mis doce . . .

I.  3

Rumo à destinção sem fim do bndo ldo


que pssou por qui por li por cso
porque  vd é ssim bile no tnque rso
e evpornte d emoção. Ms tem cuiddo
corpo que te evpors se  visão por um ldo
ml se demor nd por outro um certo trso
em rodopir o psso errnte do bildo;
mrc-lhe o ritmo ou ermins como o vso
vzio no lcão revogdo e suspenso.
A re é suspensão ms não d relidde
d scesso somene ds medds do ienso
e cso Aendri fosse só um cidde
udo no pssr de um rnco  mis u enço
scdindo o vo sobre  vcude.

 98
 33

 é  efo go d ho ds sddes,


esss e ecvs do echs os es
co s es . . . As ds eddes
de e dse à oc es d ho, o des
co es e cddo esse  de edes
ode sege  fo ro os bes
vzos  s hos, do os úos es
fose ebo e j gé bd às vddes
deds p s . . . ebe   eoção,
brd  esse reco  e o s  vão
d  esecdç co se vgo hdo
de ceros ss, e d ss e cddo
 e é fe de ds, e c o e do
o cjo do dzíve co  choe  ão.

11 34

Esse rcjo é eríve bé e  sodão


é efeíve  ess esco,  con
e e ofeece e se eço, coção.
Ms ! s co ee de vo  exd,
à eveção de  cdde e exs
e o go ene es vesos, e fção
d são de e bss . . . vez  ov f,
 ú evo e úscs ,  grde ção
e ecoeç  o cjo segee ão.
O esecro do eddo, o e e b o d
e e esej  oe, o edoso ão
do gozo, e o oso ão o esedo e d,
s  foge f d desção,
 soe d ev, e   vz

 99
 135

Mas conta, ó coração, a história interrompida


como os frontões roídos, a semicariátide,
o capitel soinho, os escombros da vida,
e Alexandria, a estátua nua sobre a lápide
Canta � desolação pela força do hábito
de celebrar, morcego ébrio, uma ferida
retrogradante e conformada pelo rápido,
célere arroio de uma febre em despedida
Porque a ti que te importa a História, peripécia
de morcegos de corda, títeres no barbante
da abstração, meu coração? Tu dás a Grécia,
o Ocidente insolente, o Oriente delirante
e o céu também, por uma imagem sem promessa
de tramontar ou devolverte o teu instante   

 36

Estou, ou se não estou devia estar cansado


de te circunvagar, vertigem do ideal!
Que cesse a sucessão de fugas ante o umbral
espiralante, Alexandria, e sempre ao lado,
sempre ante o coração tonto de seu bailado!
Que me abandone, que me deixe essa espiral
emocionada, eu nada sei do intemporal,
é em meu jardim mortal que hei de ser recordado,
se o for, pelo que fui, ponto vertiginoso
do que cantei porque o perdi Deixame em pa!
ão faças mais dessas girândolas sem pouso,
ó coração, teu solilóquio contuma,
vota ao real, teu rodopio é perigoso,
é melodoso, é cego, é rápido demais!

200
11  37

Ms se  cnção se esende, se  cnção conin


lém do enrdecer, misrndose à escr
hor en do ser, à prição d l,
pr rnslcide do qe se rnsfigr
e não cb de cbr-se, se el dr,
 conín cnção qe i sbindo  r
ind, o or e, é porqe n grar,
n essir o qe há, na el n
gor, mas igl de certo modo ind,
do o qe é, do o qe foi, do o qe hoer,
há de coninr ess agoni lind,
Alexndri, e inoleráel porqe o ser,
sblimção do cisne, não consege morrer
nem poe inerromper  canção do qe find   .

11 38

E ess cançã infind é  únic girland


incabáel, rnç hisóric do nd
e do do qe foi, o qe é, porqe nd
ssim solo no r, ness l espehd
qe se deole à l e ol à mdrgd,
sempre hbid pel sol srbnd
de do o qe psso. E  gargn cord
do ordo, e o roinol qe cesso, e  chndr
qe se enrolo n sombr e smi, do qilo
qe se oi, não se i onde enro, q esqn
dobro, do fco misrdo o rnqüilo
espelho d cnção do ser, qe não ermn
irs exndr peo esso e germin
o mesmo girssol, e  sempre  segi-o

20
11 139

g m coração o girasso consan


 a somra da z sg aqa girândoa
da rra namorada do lm ai canando
o soçando mas sgindo a for aman
Enqano  nor a canção dliran
o dsoada mas consan sg o ando
d péaas q nnca há d ir dspalando
o smp srmcr da ida flgran
O girasso nnca dsis nm s sfolha
 aixa o roso a rra amparalh o olhar
Alxandria é sa irmã não m scolha
snão olhar d ola: obsra ss par
a flor xasa  a rra m flor na imitar
aql doc múo olhar q o oralho molha

11 4

Chor m coação com o girassol q chora


qando a noit roa n-t a ss clarão
qando o dia s sai busca consolação
não na lz q csso mas na ida q mora
ao résdochão nqano a a s dmora
A a ai passar ai oltar a sação
do sol  o girasso é flor da rra agora
como ans imia-o ssémno és s irmão
E Axandria é irmã dos dois propiciadora 
 conin sois m io odo à par:
m coração m girasso  a ora d ar
d ma pixão q s nrolo na lz q dora
o coningn  hisoriciza a nadora
aparição do girasso q anda a chamar

202
11. 4

Sabes por que te dói tudo o que dói agora,


coraçãogirasso? Porque há de doer,
para durar, a uz na eovia do ser,
mas a uz do idea, não a que vem de fora,
a que vem de um vazio, fasa fonte que jorra .  .
É um enganoso iuminar-se o entardecer,
mas só assim se anima essa enta masmorra,
a istória, sempre atrás de uma fonte a correr
aos souços á fora, gemendo atrás dos sécuos . . .
É assim que surge a istória, vaga caricatura
de uma fonte que havia entre o vazio e os ecos,
mas só assim se perpetua a partitura,
ecos de tecas pretas e arroios que não secam
nem renunciam  uz que se perde e perdura.

 4

Levantes ponuais das fontes da embrança,


o oásis do amor e a careira da istória
são duas das constantes do ser: propiciatória
uma e arbitrária a outra, um par na dança
das águas tumutuadas sob a corrente mansa,
subterrânea ou subcutânea da memória,
a aparição daquee duo, da esperança
e da recordação, não é nunca a iusória
confagração apenas de uma torrente agora
desaada e febri e submergindo a vida;
entendo o amor e a istória como a fauna e a fora
dos reinos submersos do ser tudo, à medida
que a sempiterna for do instante se evapora,
vai surgindo outra vez, miragem repetida

203
li 13

E o mistério a História é do mesmo tamanho


do enigma que há no amor: num como noutro a vida
transborda e se refaz, tudo sempre à medida
qu se esfuma o fugaz e se represa o antanho
contínuo que há no ser O amor é como o banho
de Agamenon, uma violenta despedida,
e a História é aquele sumo opaco da ferida
que nunca há de fechar na banheira de estanho
e insiste em represarse, Aexandria, o ganho
da perda acumuada    E a família reunida
pelas úrias, quem sabe, cada amargo rebanho
arrependido e dispersado pela vida,
é ainda amor e História, reuniões do estranho
e do familiar, vítimas sem guarida.

11 4

Alexandria, a minha Electra é tua irmã,


e, espectro por espectro, sobrei eu, teu Orestes   
Mas  á não há mais nada a vingar, há s ó estes
pedaços do que foi vestidos de amanhã.
Nem amanhã virão as Fúrias, só a vã
desolação de arder sozinho ou esqueceste
essa cda da História, Eumênide que deste
estranhamente o teu perdão? São da manhã
agora estes meus uivos salpicados de orvalho,
porque a noite fugiu . .  Vai, imita Ifigênia,
deate adomecer tabém, que o teu rabaho
e o meu á não têm mais razão de ser e apenas
a Hisória, a nossa Eecra, não dorme nunca as cenas,
os papios que inventa, esqueceos, estraçahaos . . .

204
 45

ã em end m ee b ne


endr nn m  de pr
 qe  m r  d  re   bre  epe 
em qe íe pre enre  deer e  mr
 m r qe en      e nã  r  e p r
O m r qe e re n   dbr  e 
enred  pzd n r
qe en bndn e  empre  mem e
e epe d m r perp  pne
   men  d  e n  nd   ee 
d  pr nd  d en n   de e r pmer
e en re -e dep m  epm  n  re 
à m   empe n  d  memó  en e   e
d  m re  e    bn  qe eme .
 46

M nã   mr qe b à n de m r


   deer : nee e epe    r  n 
d  p   em d e  n qee  r
empre b d e empre ó d  end  m n 
qe e  reend  erem n
d m prner É  qe ã dr
pre d  çõe d  ed de qe en  
 d   dõe n qee lm r
 r np ren e d er qe  ã prna
C d  ppa ba    qe dn 
m a  deer m à a
da própr z a mre a zina
lexdri eprae   dra
a aprçã or pro nobis ó  d 

5
i 47

nte mrinh n deert stea mas


Alexndri imitçã deternidde
epelh vl e peregrin n lg e
perene m  tml lt nidde
tr nigr d di  di  ó divnd de
ml dirçd e entrelçd  meu pere
 me pe de mr n gni d t rde
nã e levntrã qnd te levntre
prqe  d mnhã m nv  dde
embrlhd  t há de ir drnd e há de
irme rend m  verme tmr
petà, mdrinh d perme exemplre
t  q e td perd prqe td  vidde
rg pr nó di libri nde  pre . . .
 48

O ái  mági e erm i de oái


qee d Aexndr; nentite
em reeber qele enxert n qe ze
e reze dlz  ng  lz em rite
qe  deert enterrm lhr dentr e vite
brire em lr qele enxert di rp ze
e m p ó m  einge ntmze
nee delíri qe mitr  qe exte.
E qe zer de m pr tã lid de mirgem
mitrnd  beç de m  tr d tr?
O qe ze de td   d etá de p  gem
nete niver vnd td  te enntr
e embrlhte ditríd  de mntr
enmr de i mem  t imgem.

 49

C n ái de ige nd pnd


ninene e i ele p igl
  libi á d  . . . Qe inl
pene n    e  bnd
e be e é l e  di e nd
 dee i n hã n ã d vendvl
penni e di ind  inl
 ineinável i d veã e e e nd
end gennd e pedind  ç
 nã en  vô   . Ah  e e e bndn
ele epl ne  pi d n
in e e levn Alexndi e  eç
e e ze ze n   nón
 lng ri n el levnd     
  50

N ái ee epre  nã ei


ái  ne l   pç
 nene epld e nni
i vez deenend e peç
 ég n ei eg  lvç
epenin n lng pliçã vzi
d dn e d di.  Alexndi
ân l e ede p e e ee ç
 igi  ineviável vn
e p epe e pá epre nee p
eb  ei  ân glh
d ede nul  velh ede hn
e ebign d vei lin
  el  bedín  l  â  . .
7
 5

Sim, mas o horror do fim quase acaba comigo,


Aexandria, há em tudo  contíno acabar-se!
Só t nnca terminas, ias mais um disarce
e anotas tudo com esse tu costume antigo
d remendar-te, e sei; mas eu, que não cosigo
nem fiar-me da arte, sonho com um subevarse
de cinzas, com uma spécie d ênix que canasse
Se a lenda qe fiars, mina  do meu amigo,
or mera anotação, s teus dedos persos
retocarnos demais, se nr a chama e a mdida
ama ênix não se erer destes meus versos,
nada terá vaido a pena, nem a vida ..
A arte traz na gargana múipos niversos,
mas se a êni não canta tudo é pna perdia.

 

A criatra angélica no corpo de anima,


o colosso de pdra dissimuaa e qente
e ria como a vda, sienciosamnt
t reetia, Aexanria, no area
circunjacnt,  no vazio coossa
da tarde muda e atravessaa da corrente
sbunar do tmpo, sbinava o prse,
sorria a essa noção, recordava o fina
se não da criatura, do jogo, do jogra
ncantado do insante... Srea, indifrente,
conemo ainda, ohos ecaos essa urgee
roosiçã de pera: soos como m sia
de mnos, asseamos de coro prese
a ausência acmuada e a via é esse riua.


 5

Esfig gga  ds ial,


chcs das as ssas d silêci
 ã gtas ada Está b Qad vc
 istéi ai, cstaçã ta
d  ds s tivs,  ar vra  ci ta
d  sacófag abt   dsrt  is
çl sb  sdái É c azã q s
aga a aixã da Históia, trifal
c a d d  ibnd à biaú
Q  dsta dss tif é s  al
d sr, é sp dl  sr r acúl
q vai srgid a atitd,  é aal
q ba vr, Axadria, d cas,
a aa crd aida  v iicia
  4

A iid az q itria a claa


xtsã da avada  dst  scdia
as tas das, ac-s ct dia
c  a iagd q saa
a Históia  a scidã E cta aa
q visss d lg, diss-s q hava
qalq cisa d ti tabé, Alxadia,
aql bal É s, é s a ta caa,
slicada d a, idlt  cisa
c as aaiçõs ats, q sa
 s lhs fchads, sja c  tt
la,  c a lz às slas l vt
Lz d aal ab, v cd a sa
stéil d cisal, c  st la


  

C a lz aavssa ifiias sfas


 vai cd  cd a aisag,
assi abé a Hisóia, cvcad as as,
aavssad as aclaçõs da iag
 sdas à csciêcia d assag,
faz qas a sa cisa laçad as has,
vai cbid scbs, vsid s d iag,
 gd cidads, ivss, qias   
N  a, aqi,   ifi i  a sfíci,
a aaiçã é s  c sb  xáic
ss d al, q  s, faasáic
 a da  a çã, é ós, é  aífic
d a visã q  faz assa d  ciíci
a , Alxadia,   a é  s viáic
[]  56

Q, s ca faz d isa a scla,


ssa iliaçã d q é fi  s,
lag d áca, há d i s à ft
daqla açã sabd q ã da,
sabds d as da figa
q cada aaçã, cada alh, cs
 dzi  cdzi à fa a,
a fa q fica da i sci
Q s  cizl da Hisóia  a ã d s, d
d al abi claias a vlha slva sca,
sã casas da fb aaixada, g
 dlsa d assa  q s ca
ca ss claã liáid  s, 
c  si, q d ais é a isa
1
  7

A Históia, ssa aga abstata, a staha hia


q faz da scidã  lga da haia
 da cacaça abta a sclta fia,
a vlha fiticia slcal é sa
a afias s dts stitid à ca
d a caificia a lgca tadia
da fa scltal bsvaa c afa
 cizl à ssata ibda, s a
da caag q xtai à cisa ita,
a s q vai dixad d s aa q vha
d fd staçalhad a státa da ciata
E via Axadia c  códig,  a sha
a dla, da Históia, da hia q dsdha
td   d óst, d a va ista
  8

Td s tasfiga Td vai da agia


à lgia ai d q s tasfigra
A úsica d s, d al, é ssa a
trassiçã d ctigt a a lgia
a aas ssa úsica vazia
 lta q havia às vltas da figa,
a td, a s a fga a scltra,
 gst  itagívl,  c a xvia
E  tat,  sc, ssa b haia,
ss cizl  vag, ssa ivsaia
sl  sical q faz d a ista
 ç altíssi da vida, a a ca,
a  ct iit, a qas ilia
q valia  ã valia a a, Alxadia   

11
  59

Recoocado o ser qe rese o iereito


à atra da eória etre os dois edestais
da aixão e da História o coração voraz
e a ete isaciada os o os do coceito
as aqiias da i a e e a deseto
da ába ebr qe aieta o az,
vão eredado o teo e a orte e tanto az
se a da vra  ada o ada ais qe o eto
rovisóro de tdo o qe cabe ivetar
orça é ivetar o ser dize-se os dois e ão
o sacro aeas de a ressrreiç o
a s a i ração de tdo o q e sobrar
do istate a reclaar se otra vez de   ar,
de a atvez resttda a aarção
!  6

E aceitaos qe o ser só se coheça assi


soa de esvaietos, coração o escro
de a iiação sere ósta e e
ehor or arbitrára Aida assi, coo é dro
coo é itoerável qe esse vlto tro,
só f a aida, seja feito do ar i
de etalhe da fi ra qe há de sr ir do i
de tdo e de si eso É horrve qe o ais ro
 ozo de estar de ter, de ser, qe o ser coheça,
desole, seão eso eloqeça a cabeça
eosada o colo aado, qe al te   
S e o ser é aarição, fatasa desse al é
a ser recerado  o ão  à oite avessa,
qe dor, Alexadria, a qe ais lhe cové?
1
i 6

O al de aar  a agna de erder?


A da de al ter a nçã httca
de abraçarse a a ga aenas o a hertca
revelação d abs abert n razer?
Resta qe à lz do ar há o ntens aarecer
n esvaento da sene da attca
chaa d ser lgraçã erat tca
e se no entant esse nstant ne de a ver
entre rel ags no eselho da consc nca
td o qe va rrer ágl trn agora
Al qe vale a Hstóra a escltra da as nca
se  essa vtóra qe há de vr qe o aante chora?
e  nstante  sere transarente e a transar nca
ao cntrár do ac nã s revve à Hstóra   ?
i 6

A estnteante vdade da beleza


nnterrta e vva aenas a vez
 hano engenh eldranda da reza
da Hstóra edranda de a nva ndez
reclaanda arracada à eóra talvez
lgre resttíla de ag d à srresa
da ala ntranqüla  as  a era e nã a resa
essa estáta acada el vet qe a ez   
Ah rqe  ils ncntrlável de abraçála
essa escltra erdlária e ertinente
 sh de ret a desila a ae sala
brevíssa d nstat falhas de reente
a Históra  dtária sas tgas de ala
rda  c deslbrante as asente

13
i 
E, aida assi, ctjad a vtig cstat
d a,  sisad,  a Históia, icidêcia
da sa bsssã, a aaiçã at
d  a gi  a çã da xistêcia
c tvsã, ac cfêcia
d idêticas aixõs a d sh  a d istat
a façã d vt hóic  a ititêcia,
a ticêcia ita d êxtas aat
aç d Axadia a úica ca
dssas das cabças da ágia vbia,
íica, q dsc, aaixas  va,
q aqa cidad  ac  ta,
 ba da aã históica d  a
 a q xtai a státa d dt da ss 
i 64

Paa cta  cada cisa a ra ssêcia,


há q disr rii d td  q a sstt
d ft há q xci a t da snt,
a at da agia a fb da xistêcia
Da at há q t tã-só a abivaêcia
d  c, a sba aas d td  q  st
as d a, sbtd a abiçã ais dt
a státa a da a ati d a asêcia   
Oa, s a asêcia é tida c cstittiva,
q atativa, q saída sta a s,
a ã s scis  fas aahc  ?
Ct ta, q cha d asênca vva
ss á aag, aiscs a d,
ã a tca  a  a státa ativa

14
 6

Padc  caa s ga  sahza,


 icávl ia da ciaa,
a liha squ da lgia ada
q a vai sliza s ca-lh a blza
 da la agia  la fia za
da sla la, is a liçã ais da
jaais caila  çã d sc la
d aia a  d  s a za
q l ã   d  Oávi Ma
ôs  a  Hisóia, ã q a dsdhass,
ci , as alvz q  aqi   aga
ã ai  sfíci  dda d  ass
d ágica al, as da lz d a fac,
d  c q dslba, as dói, as vais ba   
 66

Diz d a d da  did, da aia,


q qa áv qiiha a aisag,
ã ac a daiha q é q, à aia
ds désas ais ds,  dças d aag
a s lgida, s gss da flhag;
diz dla q ssa désia ã iia
ba s s q a chc  q  bia
d c aé  achad hsia Nssa iag
da aia gasa é  á q vc,
s gs ii l, s ch idívl,
s daa fi, Alxadia E é b ssívl
q a Hisóia, ssa scla ghsa d  c
q s disfaça  c ha, a  c ívl
sja abé c ss a  d da  lc 

15
i  67

Ps ssa táfa, d a btalidad,


d a fça tlúica hda, q ci
 cada lda,  cada iga   cada vi
da avta sta, taz da haidad
E s lg dst há d td,  q há d
liita-lh  hizt,  stácl chi
d blas  d ssts? A cada fi s i
 a cada aadx s sgd a vdad
talvz ad à ca tabé d ss daçs
talvz, a fi  a cab, ã sjas só ós
a iita, latad,  Of q cai s baçs
das bacats fiéis a cada istat atz
talvz caialh as és s ós q a ta vz
do ar õ à Históia a dsfaz-lh s açs
 68

A ti, q dsd  ici fst  bç ifiit


d ilsõs cvsvis a q tcas  at
a ti, q b chcs  caçã d it
 tat aatál d gait  d cat
a ti, q s diz a s q  qat
s  é diçã, slidã   cflit,
sist  lh stdst a ã d  it,
s ã d salvaçã, d lz, a lz d cat
a ti, q balas igalt tat  bç
qat  túl,  é a sa a caçã d ia,
q t d ita q faça d ivs
 css   cas , s t  istat   lga
és s Alxadia  és liv d da
a tiqta d td t  vs   vs   ?

1
! 69

És c a ctsã q tds s acas


shaa sdzi  h c c
as Axadia ats d  i a Of,
c dis d a útia gia, cjas acas
gadas dsd ss dia c atd  às Pacas   
Rcbst a Cai dis q  t ,
ã q  abssss, q  q sba é t,
ó dc idift as diúis  às acas,
q aas td  al  acdash s áias
Na a da Rsta abist staats
 dás  chá Chai as isitats
s ahs ada ts its, tas áias,
ts hiógifs a  ds istats,
faa da z scta, das has gdáias   
!  7

Taz aa ia  dia a aa dt,


h das bas isõs cacdas,
 s ciass a Históia,  xcci ict
da ã q ai abid ta z as fidas,
tcd, disd as cas  dsdidas,
hcasts, a ha ésa iit
d abis distad  q ta d t
s sts, s scts, as staas das
a sasg ta da ha tidad   
Axadia   t dsd tã cbiads
 abaçads a t q i ta a cidad
dift  st só as lhs fchads,
c  a dsctt d lhs aads,
fig, istua td    Paa scd a idad?

17
  7

"A cupa não é mina    ", sava Da Plácida


a slia da a, à sa d Vigília
aa q  d as vss idas É a ilha
a csciêcia haa, a b agaassa
d clas  dsclas, a alidad ácida
li cs ssa Hisóia, as da qilha
da bacaça calhada   ld  a faça,
é vã afa disigi a aavilha
 a sidigiaçã a xaçã d isat
Mas ã jlg a q aa, as fala  xaa
q s hj sha  q vv, sab  q é sh
N s a Da Plácida d lxadia, h
a caaha da csciêcia à visia,
as dlh as bas-vdas, s  aih ish
  2

s vaidads d a c sais da págia


d cfissõs da Históia s la, sss isas,
sss dlíis, sss líis flas
as xadas, sã aas a iag,
a áfa  bac da iag
É c azã q  q Plaã diss as aas,
q a cédia d a c fábla adógia
sõ a cvgêcia d ads as,
é c azã q ssa liçã sõ a Hisóia,
ssa caaad    O sl da óia
 q isófas sia d f,
é  ial d s ss cisal ad
lxadia vai iad a agólia
aás d vaga-l, d  bac  sc


 
 s a aã d s  a áscaa d 
s hazass alga vz,  vz d s
a a abçã da ta S a staçã d az
 a dtdad, ssas tads q há  h,
csttss  só st,   abdô
da déa, ssa dalsca atás d tadc,
cssass d chaa, ctar, cv
 cfd as tads a q s
Mas ã td é sbl  é td adss,
 ssa daça d vt da xstêca é dra
q é csa da Hstóra,  c a Hstóa é  vc
da tgêca, a daçaa ttada
é, c Axada, xataçã agra
 haa ds, dis d td ss 
i  
E c s dads vã lad s q
até q aa  fca ss l acas,
ass a Hstóia, a cta fxa a f d  az,
dads óvs, sa a vda E csta a c,
cta  cta, q  cla ccad  s
sa clt c a fa   vas
s ada dt q a fa, c d
 stat aas, ada tha  q é  atas
da csciêcia q va ss vaz 
Ela é q aia, lhad atás,  lg fi
óst  itt a vida é tativa,
a vida é Históia  ã é ada Ó ssitiva
q al t aias, a ati tu tal sgi
Alxadia t tasfa  sr-viva


i 7

E , q sh aagar O q  ais cssit


é barahar s rasgs tds d tdr
 dixar ficar, a sbra qaqr
sada, istrada à sbra d ifiit,
c  crv ar, c a úia d Egit
O girass, assbraçã  tardcr,
  s s q  dsrtar csg sr
sbras fihas da z as cavras d it,
as tca ficar c ais  grafit
q a ória grav  sh  vai vivr
iiad l g arrfcr,
Alxadria, dss s it bit
 it issa, q ã sab rrr
 ã d drar, td it sqisit
  76

E, q brhi  tra  d ágic,


sr assbrad, sr às vltas d ivisívl,
a cfiart s s raschs d ssívl
ã  di cta, Alxadria, d ctági
ivitávl d rfit l frágil
Falt vr q a rfiçã é idistigív
d cibri st a lz, as q a ss ív
ta blza é isarávl d rssági,
d tdit d q td é scridã
Tast aq ar d státas la ã
q acariciava a dlícia  a qira
a s t,  aql ávid artsã
da irfiçã,  t grav,  t célr
c  istéri, lv td d rldã

i  

Mas já ã q ais v da itsidad


dsss aêss fits d fia
cistalizada  a ivsaia
aldia  sical, ivçõs da vtad
d dividi a vda  da-lh a tad
A iha  a ta fa s, Alxadria,
das vaiaçõs da sa isidad
 tabé qis tca  istat   q l fia
 a cstçã  a, a cidad
tasfigada  satada d sia
Mas q fazr da d tal? A fi d dia,
a gs q aast  a státa d sadad
 d sal q  vsti d a adt haia,
sã gêas, as d ada, caital da vaidad   
i  8

Qad  g à gada d cat q cgl


tda aqla çã, é aida  dsati,
 vlh glh  qis faz d  dsi
a scla    Ah, as qi aqla l
 aaís visói , j a l,
talvz t as s dlíis d i
 ca  da idad qad  si
tga a a s dsflha-s,  gs é-lh
aal c a lz q  cb,   abé,
l tabé, Alxadia,  abé ,
vlha lda sical q   v
dlad  dad  flai d bab,
alvz, cs d u db,  s vjas  alé,
dsflhad s abé , q   ada 


  79

Na tidad, d q a Históia a  asch


 sss cs s abiscs, cada sbç
da fiçã q  cfdi c aql ç,
s Platã diss ct há d da tsth
da alidad q tv as s f sh,
s td  aqi sã fáblas d  ts,
td vag aabsc , a fi d tat sfç,
a at é a dida  a vida  fadh,
sbatid ail d sbas sb scbs 
staia a caícia da fa a figa,
 ssa valia a a  s ais q ista,
 alg t daqla lz dad s bs,
s lábis q bilhava a bv it sca
d s  Q   sab  q aiava aqlas sbas  ?


TC  MV MNT

ÜS OROS
aa g io olo oss
Na aião a ecodação inclina se ao inemoal Cong egamos
as aleg ias de um assado numa só imagem; os oenes diesa
mene ubs ue conemlo a cada ade seão na memóia um
único oene Dio com ouas alas o esilo do desejo é a
eeidade Fiue ois em anedoa emocional a islumbada
idéia e na confessa iesolução desa ágina o momeno eda
 dio de êase e a insinuação ossíel de eenidade de ue essa
noie não me foi aaa
JoRGE Lurs BoRGEs, Hisóia da eeidade
 

Sigado, coo  vé diáfao d vla,


a solidão iabolat d Odss
o d Eéas, atás daqilo q scolh
oq dsaac, a ala  tod aqla
icotoávl alidão cha do b,
dos otros do istat bto, é coo a érola
vai ascdo soziha , coo a caravl ,
sr do abiso, ada o abso  o abiso é s.
Estraha iécia a volta ciclar
da icottada q, abaçados ao q tha,
abodava  dixava a oss s tocar
o q itía, Alxadia . . . Ada soziha
a assobação daq vé a z aha.
É tdo sa. A vida toda é coo o ar.
 2

ica o q o vto diz . . . a soja o a,


a ão q ão s vê v a soja fia,
vai aagado a solidão  s lga,
vai dsfazdo o q o stáclo fazia,
 é só dois, ito dois, Axadia,
q o vto v, o to ão, o to é  a
idift, é só dois q v cata
o vlho vto, tstha da algia.
Ov o q o vto diz t dsto sabia
q  a doc idação do t oa,
 t faol icdiado a asia
diia ada, ão tê ada o q cota
os ottos do do, só o vto v da
s tstho   do ao vto sta lgia.


 
O vento eu e há de fzer de um cultur
um elegi É nevtável ele ouvr
mr gemer mentr e gor em mentr
vi revver reoletrr cd doçur   
O vento enn  confir e não n cur
no l de um bem perddo é empre ele quem vr
 págin do mor contentdo e upr
porque é  vd que geme m é o eco que dur
Dgo-te to Alexndr e fço dto
um que elegi pr prer o vento
pr recomendrlhe gor enqunto exto
nd e nd endereço à vid ete lmento
que não lmente  mm que finl fu um mto
de vento e luz que cnte o meu contentmento
 4

O meu delírio lento    O ntnte redivivo


como foi um vez e o lugr que renvento
não como é, tlvez m como o trz o vento:
ecultor do fugz um vento ubjetivo
e obevo o meo tempo em motivo
em ntenção preci reucit o momento
locliz-o n iluão cnor no lmento
que chmmo memór É por ele que eu vivo
trá de ti Alexndr evoçnte
ou tlvez ej tu que nd tá de mim
não import  confuõe do m ão empre im
Ret que o vento inite em pôr o teu emblnte
ente  luz e o meu lho o vento num jrdim
no rtro rodopinte e vivo de um intnte   


 

Célere como o vero que buc retornr


um intnte  u  lugr o vento vi rndo
 págin d vd reoletrd e qundo
equin por equin todo um livo no r
reprece inteiro ele é que vem fechr
 últm págin vzi evzndo
o entido morti : à comoção do olhr
à mão titubente e finlmente o bndo
d minúcul mnch d memóri exceiv.
Pr dizerte Alexndri pr drte
à folh de ppel é neceári  rte
do vento num pinel; logo pr que vv
rogo  ee nmdor d ombr m equv
que te fç voltr peo meno em prte.
i 6

Pr obter dquele vento cprichoo


que cegue o penmento é que tento imitr
 indiferenç do poet ee r
de coi que não pen; tudo vem duvidoo
m tudo vi voltndo e é por io que eu ouo
viver im Alexn ri de lugr
em lugr o ndrilho em direção nem pouo.
em empre  luz que há n memóri vem cntr
e pm-e  emn o mee nee trito
crepuculr do indefinido com o infinito.
Que mi fzer então debruçdo à jnel
do vzio d d enão coler quel
ou e cor delid lgum veze bel
 mi d veze nd  e fzer del um grito?


 
zer ou tentr fzer com que o nfnto
e dexe eduzr em trr u eênc
pr voltr  voltejr com  ligênc
d ndornh nte o roto de grnto
de um etátu equecd de  mem e o mto
ue enche um jrdm um vend  . . A pcênc
m  ntblde ão  rte e  cênc
que o vento enn o oltáro e o conflto
dee o mprováve é o grto mucl.
Muclmente Alexndr  tu ecl
de prçõe eduz o vento entr n l
pel jnel bert d mnúc e o nl
e que chegte enfm é empre o vendvl
que e me ntl n emoção de cu e  ml.
 8

Ou erá ml e cu? A orem não mport


é  deordem que cnt el é que cont  htór
e cont- té o fm e lhe brem  port
ou e el mem rromb  port d memór
trve  vdrç  . . A mrpo cort
 conver e nunc  ombrção lá for
gor etá n l e não quer r-e embor.
O tonto do Brá Cub peregue emmort
e com rzo tem medo  pobre nceu pret!
A mrpo negr d emoção e  tolh
(brnc provvelmente) que lhe fz de mortlh
o Velho Bruxo noto com tint de cnet
provvelmente zul como um borbolet
porque  lm é dltônc e à veze e trplh


 9

 flr a mita a lreta a ijuca


era negra? ra ra? ra igualzina a ela,
à r que arrata a cxa, que entra ela janela
e auta, afrua a alma ébei    Que inuca,
a inuca e bic em que a alma e macuca
e fere a maria, citaa, quae bela   
"Quase- ã le enrtrm  cint n a fivela?
Ma talaa é aa à aa, ã à nuca,
a, ã, lá i unca! É ó quetã e cr  
O u uma quetã e evaçar a ala cert
cm a inclinaçã erra:  l a e ôr,
entrava um tant blqu ela janela aberta,
 ângul um tat trt em relçã à r,
e a gemetria é eutra, é inclr, ma acert!
 Ü

, a maria  eej inatfei!


Ou mem atfeit:   e na ea
é  r coup d grâce    Ma, quant à maria,
quem le alicar a talaa a é  leit
vra uma alma enaa,  eectr  cceit
a efiar a cua  utr la  lua   
O lega a na miéria nã reua,
em fil aa a utr, que e  etil é erfeit,
nã rar acaba em metafica abuiva
matu-e a maria em razã e em ó
e, r melr que cne a cea, u a revva,
 tem t ói a ca e Jacó
egra, errabuna e ua, a memória é furtiva,
vla uxa a era e encntra  bre ó

 
 

M et qui não i d l nconeqüente


obtind como  luz trá do vento
com  du   d uror e  do poente
 mripo fz girr meu penmento
e  mão e me votei gor ete momento
obre o ppe em brnco mnchndo-o lentmente
minuciomente  múc o relento 
 intru  Mu n tolh de repente
Alexndri  mripo prioneir
d luz que há n memór difrç  lhuet
em prim de critl de pont de cnet
à olt pel págn  ntnte compnheir
do vero ee univero no eo de um plnet
e o vento enfun  vel de um cidde inteir
 2

Ouvi dizer um di do vento que prece


cheio d cen viv do fugz que o Oriente
e não fz dele um zéfro conider-o o ervente
do ídolo do r o vento n quermee
no celete fetim que de repente dece
volt o loci do mundo pixondmente.
Pedi detlhe e ecutei de intJohn Pere
 fábul do r e  lend do prente
egundo  metfíic orientl; recordo
principlmente  imgem de um brco do  bordo
 tribo tod d memóri  .  A legori
com eu nufrágio de um imbá que preci
prente de Aldim fezme penr no Tordo
do grnde grego que te mou Alexndri

 3

Dele ouv cert vez que, e o v ecrito


(ou decddo recompor) de volt  Aten,
v do o per pelo nfnto
que ocult e revel, no decorrer d cen
ob  tu jnel, que ele ouvr  eren
fbulçõe d br reuctndo o mito,
 ílb d múc que v cercndo o grito;
tudo qulo ele o v vdo e não pen
mgndo, Alexndr, à ber-mr,
onde eu nde m trde durnte um outr guerr,
não longe do jrdn de Montz: do r,
precerle ver,  que  luz enterr
pupl ceg dentro, dipo depencr
do ol, como um brc fund olndo  terr 
 

"Luz ang élcae neg  le á de ver dito  Mu


provvelmente então; e não o pé do ouvido,
à mrgem d rzão,  ee receo urddo
no umno corção de mneir confu,
pr  elucidção concetul d mic,
o fo d vend vz de entdo
do longo no olitário A btru
borção de Ícro  um dpo turddo
pel revelção, Sefer nee di
não ceg  etendê-l; não  entendi tpouco,
m ficoume  noção de que  qued de um louco
e  terrível repot à efinge, Alexndr,
derrmm-e no miolo d lm, pouco  ouco
e dentifcm, e vi urgndo  poe

 

ã, ele nunc e engnrm, m efe,


 el mere,  pnr  fmen,
 g dr d mem, de Auden. Ace
ue Sófcle lvez e epne um mmen
 er  re de eb mnd o reben
de Dédl, depencnd d l; m ã ere,
ã lmd pel nól é  le
em ue e m e fre  êxte e  rment,
ue n n de Édp Re cbe  d mç.
mgn  ur d Trlog a m
pndernd  ncdênc, vend  ebç
d rgéd de eb n Tordo, m enfm
cegnd  p de Anígn  .  E cm nã, e  pç
em ue  pen mergulm é  mem e nã em fm?
 6

É l ue urgem eb, d uel fmíl


u  cegue engendru, e  mendr de Cre
dnd à luz  mbçã d vô,  mrvl,
 runf,  dere . .. ud l à cne
dep ue u  c n bm,  pen nue
depenc d pvã n r pr el brl
 mbr d rgéd d mem e, enre  fl
rebelde de Jc enfrcd e  re
 fm de um crrd exumór, cn
e dg fd  um luz mlenr;
um pn de lum nr em cn,
mu ud, um cdde e len,
 mr lm, Alendr, e ndm n r,
e u e eule e buc um grgnt . . .

 

ôramo dar vzino ao mar como quem finge


não ter um velho entendimento com o deerto
num laranjal ceio de epino um concerto
de cacto e limõe com o epelo da efinge
num dee tanque quieto que a luz oblíqua tinge
de ambíguo e verde gaio ele aa murc incerto
de eu c u epelado m tordo o colo aberto
e o etilhaço de uma etrela na laringe   
  toda aim ceia de cena de mit rio
entre dua equina! nigma efingtico
vêm abimare em ti contelaçõe inteira
rondam teu meiodia Oculta o emifrio
mai turvo Alexandria em teu ardin hermtico
tronco etrangulado tântric trepadeira   
 8

O tordo aainado o epectro que ainal


ao coração a condição diimulad
da morte que o circunda;  lenta luz afiad
a rendilar aquele tanque cor de opala
de má orte como uma lâmina dourada
uma contradição na tarde a contorná-la
de interrupçõe; aquele ieróglifo que cala
o que proclama aquela cena recortada
Alexandria obre a pele como à tona
do intante luminoo e grve de quem ama;
a vneta cruel do belo que e cama
agonia terror e o copo e apaixona
aquela cena no motrou teu carcinoma
oculto montruoo ó Medua itriônica!


 9

And oznh. A ugurnte ompnh


do teu rerut todo empre de pgem
m te rode e é tudo re e o e rgem
tudo mrgem . . . E tu oznh  Aexndr.
Pln (ou detd?)  ptmr de edr
ubterrâne oberv tudo d vntgem
do hão é  terr que etremee onde ntergem
pe der do teu vento   legr
 gon   nção do orpo e eu momento
de mbrmento no níve. M evnt
n ventn  ueão de outmento
do teu per  de á ou  é n grgnt
do teu ntore degodo que o lmento
uvm por t  e é m oznh qundo nt.
 0

A morte é pr t omo o exeo n et 


Morrem de mor ele ençdo o teu mútuo
enordo e o do reebemo n tet
teu beo de Cm  provvemente unto .
M mv dem o uturo de unto
e  dndo  vuvez omo e empret
o orpo oven  gon do que ret
 gon de mr que monto o mnuto
e fz de d enle u omutção
d pen ptl de bre. Há um uído
Alexdr em teu rdn ó de emoção
o entnto   d tnte  te rníde 
to crí  tono  trono  etende  mão
e bre- no r  mão tão fágl de um orquíde . . 

 2

 doloro o como o ge to lpdr


d orquíde humn  ncorrgível prt
do  unver o nebrnte  que v t 
ncompreenível como  mão olt no r
 empre n o  como o n tnto de durr 
ecndloo como o geto  mão retrt
pelo tto e que toc e não logr grrr
o engm que  lucn h m que quel lt
mbção de tocr num corpo o nnto
m  louco m  eroz m  doloro o e m 
mnucoo nd  o przer equto
que ten  de lmentr e  lu ão vorz
de mner totl ó cptl do mto
Alexndr dmento do que dá . . .
 22

erá  eternmente  m pxond


pelo que dá pelo que dex... ão erá
 enão e  pxão. u tmb m. nto m 
que obrmo o  do  dquele  trê  que nd
con egu prtr ou domr!  e  que cd
fuão n confuão delcd e fugz
de v  cd enlce um pouco m  trá 
um de nó ão tu não fote emre  vngurd
Que   muto depoi  de enfm bndonrte
ímo  dr contgo ind! Ah qun  veze 
Alexndr repenin no  chm te
de um e quin qulquer em Me n onde o deue
te evoc em .    um di quem diri um perdeu-e
e o ouro enlouqueceu m tu pereverte!


 
Ano depoi ind invdi  clçd
o prque de Plermo! Certo Abril  colméi
d  um luz muicl de mel n Vill ge
crcundv o pomr com doçur dourd
e não penávmo em nd:  melopéi
iclin u belh demord
não ó btv m ml tínhmo idéi
de que ind dure M quem foi de mão dd
jovem luno teu borvid  lição
decobree incpz de ecpr e ee di
percebemo porque  como um belo clrão
entre o rel e  ecuridão Alexndri
põe  vertigem de um perfume n emoção
que contmin porque nunc renunci
 2

lvez porque o perfume grete d icíli


eu lrnji embrnquecido te imite
horto por horto e  cd equn  tu fce
no circundv feit ombro e mrvilh
oi ccottet quem percorrendo  mem trlh
rom por rom o celebrr o impe
d per eção dnte d vid de à ilh
embrigd que  belez er um difrce
M e   que e evi la beauté d ce oe
nó  ncorávmo em ti cidde-mu
e ouvímo de novo o teu eco por onde
teu peregrino limoeiro deem múic
Alexndri incontinente há um confu
geogrfi nete mundo que e econde!

 25

 ei que tomte poição como  mré


entre o fulgor d lu hei e ee lngor
do mr em qulquer porto; entre o corpo e o mor
do corpo; entre o uor do rpto mi fiéi
e  bit flor do ccto d olidão tlvez;
por certo d iluã çucen incolor
inebrinte o epelho errnte em que te vê
não como é  como erá e tudo for
regtdo lgum di. Tu  fd mdrinh
tomte  form d mré d clmri
e d rec d memóri e nd ozinh
perpetundo emblmndo quele di
e quel noite que onde nde  luz mrinh
qulquer perfume multiplic Alexndri . . .
 26

A coleção de improdênci que empretmo


à vid b ve pr o uo perdulário
do corpo tdo à ocilção ue nd no rmo
tumultudo; o qe o uno fz do vário
do belo ninho que hbitou com eu contrário
ou com eu duplo ; tudo quilo que deimo
montore  cd corpo que brçmo
Alexndri em teu udo etuário
ne cont que fze com o preente uurário
troco io tudo pelo cheiro de tâmr
de bndej que depej no precário
cidderom hopedri d mil cm
que perfumte e nd mudndo de lugr!
É o ml do rom é ee veneno que derrm . . .

 27

Claro que tudo etá olenemente atado


ao provóro, ma do ntante em que Cam
abandonou a vda nômade e o fetm
enangüentado da caçada pelo prado,
alternatva de eu boque, teu jardm,
Alexanra, ee deerto perfumado,
entrou na htóra: a tradção te quer ao lado
do mau rmão e  maldção tornoute m,
lugar do ambíguo, entre o remoro e uma luóra
conolação de encruzlhada  fo chegando
o tempo lúcdo, e a elucdço da tóra,
a quem traíte, dtraída, todo um bando
de malfetore e poeta, pô na glóra
mpentente o teu perfume de gurlanda
 28

 o chero acdental, mturado, da dála


e do ntnte total, qe entra pelo narz,
e annha entre a emoção e o nervo e e epalha
no  corpo dtraído. O corpo é um aprendz
do aroma da vda, o caule na raz
de uma acumulação enível que amortalha
para a reurreção tudo quanto ele qu
e vu agonzar, eu ncêndo de palha.
ra o teu elo, eco e acre, de deerto,
que devolva, amalgamado à luz do mar,
ano a fo, em qualquer porto e empre perto
do mpermanente, o que penáramo dear:
um chero q ente, de arcófago entreaberto,
que te faza, Alexandra, retornar.

 29

A vd ndulçã de perfume mrt


é um eprl que e recu  evprr-e
que vlt empre neperd e à veze fz
de eu retlh perfumd  dfrce
d mmentâne dedcd  reflhr-e
Há um luã fmlr n epr
dee retrn um velh embl que lgre
recnttur  que nã vlt nunc m.
A vd td fnt de rlequm
funmbulec prçã d perecível
é cm  dce mpertnênc de um jrdm
que e evpr e e devlve e é bem pível
Alexndr qu e  gn d enível
ej mrgem prque é tud empre m.
 

Qund  vã pnd e evpr


e  vd errnte  rebeld d jrdm
egue de rt  pegd d em-fm
v reurgnd trá d luz prenuncdr
 prçã che de rm d memór
ntermtente cm  rvlh n lecrm:
e pã d vd td que há n fm
de cd ntnte vlt empre é  embrgdr
nurreçã d mntur d jmm.
Pr ee cheir que e entrnm n luz lur
 vd vlt  eu perfue nã têm f
Alexndr  ecultur d demr
ntermnável vã vltr de nv 
que eu te equecer mbrçã perfumdr!


 3

u tem um perfume que ufc m cnt


que fere m cnl tu  que tc; tu
entrege embrg  lgum perfume gu
que entr pr c pr e i pel grgnt
e vlt  entrr num crp cm  ev n plnt
 crp repr fun e fc mu
trnverber pr e emç que epnt
 nte e eu mrceg  temp bretu
e tu tu pr  e breve ebrez   
Pr que er  exceç n  ble ére
lexnr r ec  e um impér
pr que ter  lg tu!   etupez
e um crp que e neg cm e fe éri
 mtér  rm e ele mem te fez?
 32

u nuez e  mn cnfuneme n pnt


em que  emç denue e  luz trne rm
 luz n ecur entre  mun    Quem tm
um gle ó ee venen mrre tnt
e quem vve em ele quer mrrer etá prnt
pr beber tmbém: entre  men-quem
e  mqueubtr nee pnt e encntr
entre  tud e  n  mc n rem
vem e vi m n  nem quer r l   
É l que u me encntr çur e bre
ufcment perfum eu n 
 rem e rm em que pute  e
em que fgte  tr lexnr é em ti
que  t e rmnz e  rm é  teu egre

i! 33

M que perfume pr ttl Alexndri


cntentri um crçã que nd dente
n lbirint delcd d preente
e priçã  priçã de um legri
fz  viã que e deflh e rdpi
e e entrelç intervld e cmvente
 qulquer ri em que vlte  que fugi?
Que etlhç d er  intnte pel rente
e m nd n brç que cc que retlh
que perçã d crçã  que r emplh
r cde  cumulçõe d rvlh
n glh frágil d intntâne d que brilh
e me h que prçã febril dee trblh
de redimr retituiri  mrvilh?
 4

enh du lrnj cd um d cr


d crp e mb tônt em ber o que fçm 
um  pm durd e rgulh d mr
e  utr  que Rilke rdenu que dnçe
Cmpr muici n pmr d enlce
di epectr  pr  cd vez que fr
pível rdpir em pgr  penhr
d pe d brç ee meu di pedç
di gm d eplendr cm  lábi de um beij
brei à veze um  fv triunfl
 mr multiplicd em di pel deej
imrtl m  utr  lrnj idel
que  pet encntu Alexndri  rpej
funerári de Orfeu pel teu lrnjl . 

 
 tenho o nrco brnco do ntnte
ldo ob céu dtnte: vão upeno
como um pr de gvot prndo do lenço
brlhndo do uor contente do mnte
got d nuven do teu céu rrdnte
enho do colbr cor de nácr propeno
a confndreme um o outro e no lênco
do meu deerto tenho do eqüdtnte
perfume lento como o te oá brnco 
enho ee duo em mdrepérol uve
e debotd um doce pr de ltmbnco
que  tu lz decoloru te bejo grve
e ntemporl Aexndr e e o rrnco
m o outro ou  t  or é nuportável!
 6

u nolçõe tot tornrm páldo


de moroo exceo ee meu do fntm:
lvor de prt obre  névo e o mm
do corpo conflgrdo quele pr de nváldo
d btlh febr confuão de cráld
que e vão dlundo nd cd vez m
páldo ó vgo pr de  fntm
que nd móve como quel note cáld !
Ah quele pr que emblmte no lvímo
ortlégo d lu mtndo  çucen
é o memo duo enmemdo no bmo
d note o compnhero brnco d flen!
O do que ndvm, Alexndr em teu ervço
e emldecem enqunto  vd e pequen

 37

Quem for vendo d  emoção d  de pedd


como do enlce enmordo quem gurdr
num ó perfume odo  borddo  que e t v d
fz e de fz quem vver dele e do lugr
do mor que é empre ovem tem  ext edd
d perfeção e luão ue há de durr
quem vve del vve pen no limr
do reto  crcundálo de uror perdd.
udo num corpo nce  eper de eu pr
tudo é mperfetmente nteno e glr
num corpo e e ele um d complet e ferd
vve de lz vve no beco em íd
d perfeção emblmd pel vd.
Alexndr é precd  ee lugr.
 38

Prncpte Alexndr onde  recet


do êxte vc e é mpoíve dze
que ngredente crecentte que przer
 utl que toque rro que grão de que colhet
inefável plntte em mnh crne fet
erupção de de então de um me mo mnhecer!
 em noção do que procur que  lm det
 cbeç no colo mdo, é em ber
que zer dee corpo pixondo que el,
 lm, vi dexndo tudo contecer.
M que recet montruo ten do er,
pr que o miture, e tão de leve àquel
levedur idel d loucur m bel
h, tão bel il que é impovel vver. . ?

 39

A vd tod é um relcáro tnernte


um precár coleção de lumbrmento
e evporndo enqunto  pétl do ntnte
vãoe rrncndo enqunto oltm-e no vento
brço berto o relâmpgo volento
do mor. Ah  ntermnável note em que o dmnte
c e etlhçe entre brço entre o mnte
e  co md h  doce fábul em frgmento!
Aquele mor quel note perfumd
que e ebt contr  d lvord
fo todo m um delcdo montomento
de prçõe Alexndr e frgmento
 frgmento etlhçv n clçd
noo crt  fbulçõe do teu fermento
 0

m d n clçd de um trde de goto


rvncd de fntm e de hortên 
ele prou e com  mor d dplcênc
pô o olho no meu e crcou-me o roto
como repot  um d mnh nolênc 
m dquel entnel empre o poto
d repreõe do corção um mocho moto
do uor do rncor fetor d nocênc
que não conhece m detet detndo
 grtr mpropéro deu urr n buzn!
n gordo elefnte decontente d n
ou cumento  trepdrm como um bndo
de bêbedo berrndo: nó prdo n equn
Alexndr como  luz de vez em qundo . . .

 
Di elefnte incmm muit gente
m i mnte incmm muit mi;
e incmm muit mi epecilmente
e c um n mem pr fr um rpz
Que e incme  Zô t  mr é mi
que  nimi  rc  utr e e cnente
em er igul cb en iferente
O mr fecun é um crrênci cntumz
e é neceári e repente lhr mi fun
pr extrirlhe  c cm  eu prquê
M quem iri meu mr vej vcê
i elefnte ninguém nt m  mun
e i mnte pár  trânit e crê
n lterntiv  libere  infecun  . 
 42

Meu i brç em trn quele tr à ltur


 rin;  minh mã enlç pr trá
 curvtur ce e um etreit cintur;
eu ntebrç n meu mbr tlvez mi
 lt n trpézi; eu e à prcur
 minh nuc    Olh n lh  rpz
mi bel ete mun e eu um ecultur
 gt ntig um ee mármre mrti   
Incntávei mnte ne mem ptur
cntemplrm-e m i im e  luz vrz
inciável cntrnn-lhe  figur
fi crren-lhe  tóri tã fugz
M tm- em tu mã pr empre e emlur
quel etmp im Alexnri  em pz


 
u vivi  dnçr com o duende no umbrl
delicdo d luz em que bil  erpente
que eduz o rco-íri e gor de repente
e muito lentmente  vou eguindo o jogrl
coreógrfo ind dee bildo gul
à vd que eu me decuiddo e indolente
Ah qundo eu tinh  vd tod pel frente
e bilv brçdo o duende idel
do intnte ilumindo houve um centuro louro
q e gurdv o meu olho no etojo de ouro
de um corpo muicl e eu molhv o pncel
nquel hrmoni entre o pólen e o mel
e impenitente dv tudo  um oedouro
indolente o duende o jogrl o corcel  
 44

 e lgum di e interrompe ee tropel?


Ou porque ci o cvlero do cvlo
ou porque Pégo é lçdo pelo céu?
Ah quem ocorre e metde ee inter lo
intervldo? A enlouquecê-lo  circundá-lo
ee centuro dvidido nem corcel
nem todo humno  mem luz torne um hlo
rdendo à volt d cbeç que perdeu   
O peritilo deertdo pelo pólen
como  cct interrompid é inconcebível
e du  eprd não e podem
imginr btendo v l no invível;
m eu obrei Alexndri como  poe
impouíd e cnto gor ee impoível

 45

oo triunfo noo rpto d e pogeu


irrepetível di e noite repetido!
Alexndri que fizete do entido
lie reciprocdo que um pr de louco deu
um o outro e perdeu? O olfto no ouvido
o bor n nrin e quele zul ó meu
n íri n pupil dele  h que ei eu
 debndd diuturn do bndido
que e ltvm tudo depreceu!
M que fizete ó brux errnte do feitiço
que mlgmvm num perfeito cmfeu
 vd tod com eu belo precipício
incontornávei como  mldção de um deu?
Ó bruxulente onde nd gor tudo io?

 46

Há empre um cmfeu olitário n vd


udo o que o corpo qui todo o rremte
do eu borddo defolhdo  mrgrid
mtinl  cméli do upiro eráfico
e um di de repente o jcinto emblemático
e tudo e confunde  om confundid
não e mitur àquele intnte em que  ferid
imit  luz  luz ngrndo em torno à hte ..
A hte ozinh o tronco brupto do detre
que trnfigur  tel inteir rcníde
porque er  morte que  teci e ind contrt
 ecuridão trnfigurd com  luz vívd
u fote o gume Alexndri recortte
o intne eterno obre  tel dolorid

 
as mrre  amr, talvez, jamais um cr ama
Se a luz ambgua  esej esecifica
 êsseg  rat, a lgua n esrela
céu a bca s beijs, ur verb, trasfa
 ce eigma que ficu trasfigura
as armias  sesvel, uma rica
eteriae que alcançams, cm um quar
enbrecen a frma efêmera magfica,
istaura ara semre um erfeit equilbri:
tu  que amams e clems ficu ce
O amr é aturezamrta rque true
à tna  real seu mais bel elri,
e  cr ama e transfrma nesse bril,
lexaria, ã mrreu, trasfiguruse
 48

 craçã  invern uma fla vaga


ceia e images imit as, euzias
a rimavera, cujas lias clrias
r recces emais  gel vem e aaga .  
ra um text asci a mesa mã que afaga,
e via ali izer as ras istraas,
as que sã cm  ensai aquelas eseias
que ã er em mai Deu cm uma caga,
aia assim: e era lmi, clar cm a geaa,
via as évas circua a marugaa,
cala a assaraa ia ete  mei
a fi, aquela ági , clrações e um vei
a luz e mármre e Weiar, mas ã crei
ue  esre se amuasse, u le muasse aa:

 49

"E se a gema ofegante que tomas em teus bços,


o simulacr do diamante que há na face,
no corpo todo d um amante, te lembrasse
d reente o que Goethe intuía aos cansaços,
às lassidões do amor? Se um par d olhos assos,
cheios d  febre ainda, ainda assim trespassasse
intempestivamente os eus e perguntasse
pela zão d olhar assim, entre os edaços
do diamante se im... ? Um par de olhos secos
ixos os teus, tzendo à toa aueles ecos
e ua voz eleaca... Ouve-os: por ue doar
ao ser ue aa e vai orrer, auele olhar,
o ue vai ais  uno, seão pa ue os ecos
as sóros o utro e o ese a aar..."

 

Fora um verso de Goethe a inspirar-lhe o soneto:


Pr e, a, s este s s res".
Tu nuca o hás de saber, leitor, se ão amaes
itetamete, uca hás de sab poquê.
Todo e qualque oha que ão dê no esquto,
qu ão peet o copo aado, os sguas
augúos sus, sus obscuos patms,
ququ oha qu s co do qu ê,
 é ofuo  qu  O o o
 o jo t qu o co Ax
s o os sso ss 
  qu fqu oo uo ss jo
s qu  oôs   s soo
o o o  o só o o  


 
Vejo o ecuro que hv dede empre no vgo
no dourdo d tel  fug  evnecênc
 vd trved pel mnch d uênc
como  ombr d nuvem prndo obre o lgo
À ton d extênc o brço do náufrgo
o ndo debtere de um corpo cuj eênc
é quele fogmento contínuo  decdênc
do frágl  ebtere como  luz dentro d'águ
Vejo à luz d memór quele ebtmento
o ecomento do ntntâneo no precáro
e vejo quele corpo n profund do olhr
e o movmento dele contr mm de momento
 momento m longe m precdo o vento
Alexndr o nbrçável perduláro .
 52

Outro poem de Goethe obre o eco demor


me gor como um rtro rrefeto do epectro
do fntm olr dquele d for
do tempo memo m como demor o eco
n grgnt do vento. vporoue o éculo
que ele cntv e ouçoo nd porque gor
que e me v fugndo  flor que e evpor
fc  noção do eu perfume und à pétl
o eco olto d cnção d dor lhe
e eco em mm quem quer que cnte e emoção
Volt de Wemr ee eco que eme
Alexndr no meu vero  confuão
do éculo vgue m m um che
unverl  geogrf d cnção   

 53

ou o moleque do Rio (e do Rio Comprido!)


que creceu n  ijuc, verneou em Min
e enlouqueceu no mundo ui dobrndo  equin
de cd brço, etontedo e embevecido
como um bicho qulquer, um cchorro fugido
que, deduzindo  vid tod d nrin,
perdeu-e n emoção Agor que me enin
que o corção do mpmúndi é um reumido
do qurteirão d comoção inicil,
intome, Alexndri, de novo o pé do morro
do Queroene    que o meu fundo de quintl
iri dr no ilo, quem diri!, um cchorro
cheio de fnti e imbuído do ml
do mor, ltindo à to o eu ml em ocorro   
 54

O ml inturdor d múic pend,


ee ltido (no entido do epnhol)
do corção empre  heitr do lá bemol
o lá menor d vid, tudo ouvido n rcd
do oloncelo d emoção hrmonizd
que empre à mneir d fug; h, m o nzol
lnçdo o lrgo d pião, rumo à dentd
d trut de rnz chubert, cuj ic er um ol!
Porque eu, Alexndri, oleque crioc
e muicl, me pixonei pel hrmoni
que e deduz de um corpo e pu  ut à boc,
 Zuhette d pião que crici
 comoção d própri múic, e me toc
ceitr não tocr nunc mi como um di   

 
D  poe ele dz que er  múc
d mente e é nturl que eu vivee contente
 imgnálo e tnto m nturlmente
que eu vv  tocá-lo ele er  emfu
levtndo entre  put e  flut que  lm u
pr no rrncr on de corpo preente
e hrmon no r de um etrofe dfu
 qutro mão egundo  múic d mente.  .
Deue entre nó  poe que recu
conter-e lmtr-e jubição e urgente
vrção do er pxondmente
bem o etlo teu Alexndr  Mu
de um polfon no trduz em múc
fzno  compor um o outro omente   
 6

e e u quee fzer que oluçem   flut


btr pedir o Orfeu empre-vvo
que mte n lr o eu roto fetivo
e ininterrupto como o ro d cct
Ou rogr à Artemi que o trouxee d mt
do boque d nocênci quele corpo ltvo
e dócl que eu me meu páro ctvo;
que o exbe outr vez nudez entre  incut
mt vrgen do onho    Ah m  velh lou
n er inteir im chorr bem mi ind
mi do que  flut tod cuj múic é lind
m vem  dionânci no corção d co 
 pobre co que oluçm qundo poum
 góri o ldo del  glói o que in   

 57

O mor tmbém é múic,  passacaglia,  gig,


 rbn, o  o um ute
que e bil no intnte, ee eelolimite
no bile evornte    é inútil que e ig
e eu reflexo que ão eco e um ntig
rmoni iel à fet em convte
cegmo em rzão, não como o grão à eig
ou  not à cnão, m como e ermite
 c r rooir no intnte breve
Pirmo nee eelo ou no refugimo
no erfeito vetbulo em que  oeti eteve
colheno ro, mi à múic que o rmo,
 ro e lbro com que tão bem ecreve
 fug erminl em que rooimo   
JJ 58

A mim que imort o belo core e ro,


erfeit or inerte, mentir  ecultur  ?
Que vlem gor o rbeco  figur
imitd o e êmero, Alexnri, há coi
bem mi ungente em que   à veze ou
 mão e à veze não, m lá vi à rocur,
trá e um legri, té à últim lou
n oeri terminl  critur
e no enorme vetbulo  erfeição, Cecli,
enfti  fe crnl, refugioue,
eu, que reni min lião meio grioce
e mem iluão, ecobri que não bril
enão no eelo  intnte flor  mrvl
nquele eelo er outr vez como e foe   


 
o epelho em que combno on e võe  um nd
o todo e efrel  noçõe dão n mgem
e fechme  jnel    lee de etgem!
Chove nete velóro dede qu e forço  entrd
o plco do luóro! M cnt n cld
d note ó corção  ár vle  pgem
e  mtção do mnhecer pede outr págn
v bucte o lúde e rremed  lvord
meu corção é pedr tudo m já e deu;
ret  vão que dó  louc n jel
 ó d fmíl    Olhte  é como e
tu tmbém fze prte do be e d bel
m tu dor é bel cnt  outr luz morreu   
Cos fan tutte e um d dete fçoo eu!

 60

Vte tornndo pedr meu corção e nto


que é bem e  ttude de quem m dem   
M volt trá meu lúe o bnto
que fz jorrr  fonte de um corção em pz
oge o montro que crpe ele quer muto m!
Quer devrte e conduzrte o que prento
não er o Mnoturo o fm do lbrnto
roendo  od em poçõe nupc
m tu memo ó glutão tu lubrcdde
de Apolo trá de Dpne brndo o tronco o dente!
Alexndr o tordo  Htór  reldde
e tudo o m que dze ou me dze que ente
tuo ão conv lõe d mem nndde
m vle  pen m cntr como o demente   

 
Meu inferno é um lugr de gutrr vz
longe do om que  defolhv A dor que mt
m não ce peregueme e n cord de prt
p de leve o dedo lento d gon
e é tudo mudo. O meu inferno é como o di
igu à noite em pixão nem erent
e é por io que eu cnto como quem e rrebt
 um ilênco mldto ndo fugindo à fri
declnçõe d note den como o ml
de ndr oznho pr cim e pr bxo
Alexndri Ando ecpndo  ee brutl
 ee infernl lênco onde nd o contrb o
que em vez de múc deu todo um roeir
vzo o vetíbulo frio em que eu me cho.
 62

A rte não tem ecrúpulo tem pen medd.


Ce o rtit upeitr de um prome
que começ onde cb e cb onde começ
porque tudo flei mormente  dor d vd:
 rte prede-mei entre um depedid
e  luz que  mente extri à ecuridão tem pre
e mente invent tudo à medd que ce
 fet do fugz  que morte  convd  . 
Todo em trá de fl convv
d bel nftriã que Romeu não b
lhe hver mrcdo o último encontro quele di
e  morte é empre im diimuld equiv
e bel como  rte e fl lquimi
que é puro engno m d qul ninguém e priv!

 
Pre Mercci! Cveceu Rmeu  enrr,
 iiur-e  fe,  c d vulcã
eduru-le  e  mácr, e  r
 cvie d mre    Vá lá, i rzã,
cid, er reci mudr de eã,
ã e de vver d r de um lr,
em e deve mrrer em rimeir ernr
 ç d veen que frm um c rçã   
Só que  rte, nuc mi nem men que ixã,
é ur mlenedid que rz clçã
 rei d imi    Pre rz, que zr,
ã revir que  mig i e rcr
de iluã, deedurr mácr  emçã   
M  re é emre im, mee e de mr
 64

Se cm  flrentin eu bix  meu infer,


é pr meditr tmém, ã n  exli
d lm ó  rmenre, qu  ril
d cr idei, eu ie mi er
e eu fg mri, gr emier
Deç guid el mã d meu Virgli
dlecete,  etfic ril
d cm emre à frene, r mr- e ver
 l um d ur  É im que me emre
ecur der, cm, crcul ó crcul,
De deci  ecdri r que ve 
e um demôi edurd um etcul,
lexdri, m que imr, e id e
 mã dele  ur e viv dee vcul    ?

 
upone que etou detdo e gor pon
 pr não confundr o mundo  um vend
obre o olo fecdo e  fonte obre  fron
o corpo entre o lençó  nturlmente etend
o brço ttendo meu tálmo de lend
 que me trnportou o corção que on;
upone que tudo l e recompon
um vez m e  lm prtd e em emend
brcee o prodígo de um corpo rrefeto ;
mgnee gor o êxte ee do
fntm enlçdo outr vez e depo
be-e o cortndo obre o ntnte pereto
que o tempo devolveu e  poe repô
no epço Alexndr velee quele leto . . .
 
me gor de volt  ee qurto rrel
fecdo o mundo ou pelo mundo m eleto
em todo co porque co do perfeto
como o brlo no vento  lu no rel
 cen n memór . . . Atrveo o conceto
lcnço o ono e l depono um enxovl
em vuvez:  efervecênc mucl
do mor ontente. .  Crcundndo quele leto
percorro o qurto todo Alexndr e o peto
e me ebrr outr vez contr o memo vrl
oletrndo o  lvre noo tpo do ml
de mr ddo o ol cegome o prpeto
do blcão de zulejo, toco o proceonl
do pote: o geâno o ccto o aopefeo . . .


 6 
Vi-te tornndo gor um flor de blcão
meu corção onírco  upeno e regurddo
pel frágil redom de um critl conquitdo
o tempo e à tentçõe d mente. A olidão
é jrdineir complcente e u mão
cuid bem do limite do teu reino ombrdo
teu mundo ltivo e muicl. M tem cuiddo
flor de blcão não te debruce obre o chão
longínquo do preente vve melhor no lto
não é coi d ru d clçd do flto
do concreto d vid  tu vid não
iu de Alexndri e  prtcipção
que te tocou no incompreenvel epetáculo
é brirte im ccto upeno  um cnção.
 68

Ah m e  nuven que rrncávmo à crin


do mor o tufo brnco e breve brlhdo
à luz de Alexndr  luz dobrndo equin
e dobrndo o joelho n lmofd do prdo
n genuflexão de éreo cortindo . . .?
A legri d luz com u repentin
colorçõe entre zulejo e telhdo
eu rmo eu relâmpgo  tropeçr n quin
e  depencr no beco como um bndo de ino
 eptifr-e legremente n clçd . . .?
Que fzer de doi colibri de doi menino
e eu grito de guerr n mnhã btlhd
com um fúri fingid o trveeiro fino
enchendo o r de pen proteto e rid  ?


 
 empre extemporâne  dnç d legri
empre jubilção em vo e em dt
empre for do tempo porque o fio de prt
d mpulhet etrngul e  medid defi
 unidde o lençol do mnte hv
então e à veze não n liberdde ext
dquel profuão  doi  luz intct
de um ol prdo trnlunr   Ah quem diri
utentávmo nquel tel  cor do intnte
e Alexndri e qurel do perfeito
punh o geto de um n mão do outro e o leito
do doi longe de tudo. Ah tudo de tl jeito
que  extemporneidde em que o mdo é o mnte
e mbo não ão ninguém perdurv exultnte!
 0

 eu que lrgr tudo e que ír trá


de um corde do ol de um etátu nimd
pel modulçõe do orvlho n lvord;
eu que e confundi o univero  um rpz
entime  eclr regiõe imorti;
eu ue  um ol diuturno bri um encntd
cnção de girol n vtidão ld
de um pixão mior mi veloz ue o fugz
entime tocr como o frontõe d entrd
do reino que ó tu Alexndri dá
o vencedore mútuo    enti empre mi
pertre o brço à volt d lmofd
do gemido d luz er o nel do nd
o brilho que conume o êxte que o trz   

 
 
 fui-me cotumndo  confundr-te  um eu
que e entregr e imginndo (é nturl
e iluo do mor) que foe imortl
ou lgo im e nunc nunc me ocorreu
que o teu toro de etátu e quele cmfeu
do teu perl helenzdo de zgl
de Ancreonte e obretudo o mnncl
contnuo do teu ro de cct e o véu
de mrfm que ftv com o geto  cd vez
que me explcv o engm que me dete
jmi jm pene que lgum d tlvez
tudo qulo ter um fm . .  A luz que vete
o zul de eterno te vet  luz de lete
e Alexndri eternzvm  tu tez . . .
 72

lvez foe melhor nunc m penr no


no corpo que eu mei eu roto trunfl
cheio d ntelgênc fulgurnte que o ml
do mor emoldurv o meu nobre cniço
cntnte que ntur  belez mortl
como  fl no er e decontente do
eleger  pixo como um eu pedetl
à etátu fugtiv como um eu comproo
entre o intntâneo e o eteno. lvez foe melhor
pgr ee corpo que eu bi de co
no qudro-nego d eoço  or de gz
ltmo grifo d memó . . . Ah m e for
melor tlvez coler  flo que er feliz
Alexndri? le coleu uo o que qui . . .

 
Cea man ele acdu ced demai
e ôe a avia vcand  canái
que queia dmi, cm eu; fi  vái
 cnce que deu, que  vizin de á
enduu-e à janela imiand  aaz
que imiava, inciava  áa: a cnái
d e,  canái, quae eme lquaz
cm um lu, calava-e  u ambém. O aviái
alau-e, eendeu-e à vizinança inteia,
a caai d,  nic auene
 aarin e eu! Hje em dia, à maneira
eáica d bêbed (u d bevivene),
n cnig cala-me, Aleandria, à beia
d vazi avi a canç d demente
ll 4

ee equilbi incnenad, ea gináica


d iuai em que a emç tena vive
de eu fanama embalamad em de
me a algema d eal, aaveae
cm a cene inquebanável de um aze
ecazane, Aleandia, u deae
inenaável d deej icnclaa
n eml anáquic d deu d enadece
Acenad um a u n abaç
da eauáia a que dbava  de,
ai! , ai e nó,  que adulávam eu fal
ecaavel de mecad, em abe
que éam nó  a e ecav ue na aça
d em nu e eaava a vende!


 
zer como Cmõe  ôbolo  rio  velho 
como   priçõe  que o rcófgo fech
e bre como um leque pore  minh quei
e ue e mor .  Ponho entre o e pelho 
 eu e quife encimo por oi  e crvelho 
 entinel  fin  e tuo o que e eix
proclmr o fugir vg chm em mech
e cnto com Cmõe  v e oelho
 v que e fo crcun e gno
entupi e mú ic . . . ui bu cr o lúe
à ombr e um lgueiro qulquer tumor mligno
n exltção  in olção  uventue
e cnto gor  um corpo  um morto que não pue
eixr e embl mr pr levr comigo . . .
. 6

Reco teio o  frontõe  o tempo criátie


o templo o meu corpo e gor me contento
em vêlo coror meu emoronmento
com  fri me te  figur emblemátic.
 e vivo  fgr o túmulo em lápie
o luto o critl é que  too momento
é precio ulr o montro ciumento
o invólucro vioo pr que gure intct
quel perfeição tão frágil que eu mei
Alexnri e e rcófgo e rei
juoume  reterlhe  exião o ro to
com ntig  mgi e bál mo  e po to
que o vcio egpcio e urr contorn  lei
 morte emblmei li meu ol epoto!

 

M  é udo menr e  múm exemplr


com que eno encmr meu delíro eculor
é qundo muo um mulcro do eplendor
que quele moço fo rel ol olr
como  meáfor d uror no lo-mr.
nd qundo  poe lcnçe upor
o boluo e crcundá-lo de eplendor
não logrr defnr-lhe o corpo ndr
com ele n ltur em que vve  nvená-lo.
le que nh o doro nobre de um cvlo
 rculr o erpenn movmeno
do felno o lur não cbe em meu lmeno
mpouco Alexndr ele er como o hlo
de luz ten que cerc m não defne o vento.
II 
mgnem-e o cbelo de Aqule (ou de Aen)
emoldurndo o roto (grve) de um Apolo
 encmr um oro de eu (ou memo o colo
do Párocle  corejr  more)  e é de dr pen
e mgem  conrtd à dele  ão pequen
que e mequnh. Afnl e ele nh do olo
que defz  our mbém nh  eren
lgdez que fulgur n úlm luz no pólo.
le er odo m o meu híbrdo feo
de combuõe e clmr. A cdde
d ml võe u que b que num peo
de guerrero ou poe á empre  cráde
em-roíd d ruín d udde
u be que odo eplendor oc o mperfeo.


 
a quan mina ua m puavam  e
n múcul, na cra e alaúe enível
aquele crp enre  alaar e un arreme
e lepar muical; quan  enível,
armnizane enre nó a inviível,
ervia-n  e guia n quar  egre
pueri, a paixõe eram quae flgue
a cuparn  engen     E é em pível
que a enernecia ineniae e cncer
que avia nea quea-e-raç, cneguie
rnar mai leve a lena uana, empre per
emai  lcau  ei que greg ie
 amr viril que é m  l l e eer,
Alexanria, a inlaç cm carícia!
. 80

A, a evcaç  amr! a qual? A enluaraa


rvalaa n c a nie a relen,
u a graual inrmi a maruga
ecur aenr? O impercepível mvimen
e ua anca, u a franca cavalgaa
a ea úplice, aniaa, e mmen
a mmen mai rápia, mai rípia, mai áva?
A, inefinia ineci, eu me cnen
em me aalar cm a cluna eremecen
e vu eixan-me acaar cm quem larga
a mnaria, Aexanria, e vai ecen
a rua ereia a memória a a carga,
eaala,  mal e amr a que me en
lan  ur a alvraa à cnra-ilarga!

 8

O vitnte  or grve    É no vzio,


é n vertigem o ilêncio imeito
que ele vém  noite lt, empre exto,
empre pontul e inquietnte como um rio
no ecuro e uio fntm vem o frio
 correntez ob  lu, ee regto
é om  lu, Alexnri, um rrebto,
um longo éio  crcunr meu evrio
Deix-me em pz, cnção e rroio,  or é lt
e etou vzio, o corção e me pereu;
não volte mi, não cnte mi, tuo fz flt
e   to é empre im, eixme o meu
ilêncio nquieto, que  memóri obrelt
e  lm etremece, e nmo longe tu e eu
 82

M fico  oluçr im, como quem pen


ílb  ílb um cg tumulr,
into-me oletrr comgo memo  imen,
 colol tânci que tir o lugr,
e não o er, o er mo e o er que mr
como tu me eninte, ó olão propen
 confunir-te à exumção e um preenç,
ó tu que me conen  n bnonr!
cuto Alexnr cmrme o ptmr
mi ocluo o er, one gor  en,
 impenetrável ombr e um legri inten,
e into-me  eguir um equife no r,
círculo trá e círculo, num epirl upen
à vg eternie em que tuo vi r

!. 
Qu e me podem vler gor  encentur
o drm o vzo do plco  ond contíu
do pluo mgnáro ou não? Que vle  ltur
de que meç e c lentmente  cortn
 que  m e cotum prente d nebln
mtção d brum em que ndv  gur
 elegânc mordz que e mv? À procur
de que vgo requíco  pupl  menn
oltár do olho e obreltr
oznh como  lm gor  lm nd?
Que pobre obrelto à ber do ue nd
do que proegue  nternável gon
em que e ev que  conegur gor
cudrme d pálpebr  dor que e demor?
III 84

Que me mport chorr ou não chorr gor?


Como ee memo gor nl que me mport
que me pode mportr?  trde nê é mort
ão or de clr de bndonr lá for
 lm crpder contumz cntdor
de lmento em m rzão de er:  port
 qu gemm o ferro fechou-e já não chor
já não be chorr Que venh  Mour ort
devorr-te  mãozinh ó lm ec e mnh
ó lm frnte e morbund que bi
 rte de durr pr ficr oznh
m que nunc prendete  oluçr: o d
que Alexndri eprou de ti ão vi
em retorno e em lágrm ó mer e mequnh!


  . 8 5

Que te re dzer? Que ml te conhec


qundo dv tudo meno o corção?
Que ndv preprd pr  eprção
como  cnde pr  note m que o d
te prolongvm e te cegvm e  gon
que dvnhv ofucv com rzão?
Que er ó lm e e brçv o que v
o que ntuí não doí?  por que não?
Ó má lun do fugz e d emoção
ó mznh que fzete do que hv
de peregur pr perder jogr no chão
e devorr eonzd de egr?
Onde ndm gor tnt férd org
tnto fró engrvdndo  ecurdão . ?
III 86

code gor  mpentente cbeler


d epg perdd tu que deperdçte
m de um trgl em tu vd. .  Cd hte
entre o ombro perfeto que mv à mner
do gfnhoto gurd nd  obrncer
elegânc ntntâne do efêmero o holocuto
de uz  que curvte o lábo; ee futo
mgnáro ou não e te ocult  cver
e te dfrç nd  note tenebro
d deprição d nulção d cov
embrg-te dele não o ponh à prov
de um reurreição concetul:  ro
que emblmte é fr e  ói del  nov
prção depented é ergo.


 
Depenteou-e pr empre o teu jrdim
meu corção m tu ficte embrigdo
pelo perfume que vêm empre do outro ldo
o ldo em que procur  çucen e o jmim
com  inentez de um Pã em git e em utm
Só que é loucur ndr im trvedo
do mil rom que retornm do em-fim
de cd intnte o irrepetível prolongdo   
Qundo noitece  ve do corpo fz o nino
o rédo-cão imitção d cotov
m tu não corção volt  Alexndri
 e levitção d dor do er ozino
porque  emoção que te torment é o memo vino
que te content e quem jmi te privri   ?
III 88

M  cboue o qu e er doce trel-d'A lv!


e ind retm o ciúme que ten d eternidde
Alexndr ee perfume que é cidde
já ml om  teu vero un rom de mlv
de mioóti de lu pndo  mão n clv
dquele buto ério     ru ou n udde
d ru em que brçte t melor metde
nd o lur ozino gor e quem te lv
quem te ocorre gor corção nee epelo
em que cor e dor em dobrr um joelo?
Por mi que te obtine  vgr no m frio
lbirinto do cnto  defir o etio
mi vivo em tu vd ouve-me ete conelo
corção em d olt prte ee fio!

 
É que não queo mis, lexni, n
e oo esse espleno que eu ive! gor eu queo,
nquele umbl  que encostse um esespero,
 pição que fece  pot escnc!
ão supoo mis ve  connu lvo
sobre  cm esfei, e o quto pisioneio
 luz losngul, e o oce compneio
os meus elios como  esáu eclin   
Queo um po que me fece quel enra
ão queo mis pss  vi, o empo ineio,
enno po um quo e no com  lmof
 que encosv o meu jcino sobrnceio
Queo esquece, lexni,  i pimeio,
 ele epois e  uo enfim,  uo o n!
I 0

Ms vi uno, como um oio cmfeu


 inomeerse,  eneteceme n epieme,
Penélope às vesss,  im n  e um veme
que  c noie estiui me o que oeu!
É sempre ssim qu e um semimoo, às vezes eu,
às vezes ele, en em meu corpo, e que fze
metio ness pele? Cee? Vêlo moeme
our vez? Conentrme em se e novo o seu
binqueo ecobo, pinto e ilusão   ?
Ml sei quem sou poque  cie em que o mei
muliplicouse,  lexni e o coção
muliplicos me peseguem    É  vel lei
 obsessão seguno s úis, que  noção
e solião é uvios e eu uviei

. 
 enqunt  de ssmbrçã d desesper
persudrme e eu brçr em qulquer vent
perfumd pr ti esse espetr lger
que rre pr mm e esbrr n mment
e i ânfr esgui e frágil n iment;
esses pedçs d que me d que nd quer
pr ms press que qulquer ntentment
esss ruíns d emçã que vêm n her
n ndulçã ds teus srs ndlentes
esses frrps perfumds de jsmm
despedçd esses suvíssms prênteses
n sldã exlmtv h nd ssm
Alexndr e té que enfm me desntentes
he de espremêls teus lmões de enntr  mm!
 2

Dexime sluçr m quem mrde s beçs


e r  frnh sem press de rdr.  
Pr quê s e e m meu snh há  mens s meçs 
s ntrns de um rp que uç blbur
nvtes e nls   . ? Bem se que delrr
de mr é-me mpssível sem vrr pel vess
 estupr d sensível ms deix-me brçr
e ntentr esse fntsm que eu mereç
qulquer nslçã que  lusã me lnç  
Um rçã nã tem m ter muit peg
pr fntsmgris s tud  lug
n lqum d ves Se á nites em que eg
 me bçr à esuidã m um mreg
é que tu é lusã  dexme sluç  
7
. 3

Soluçr  pl d e mor que ouço dizer


Alexndri o teu vzio tpetdo
de got cintilnte  que eu deixei de ldo
ee dimnte que perdemo em ber
São ílb truncd de mor como o przer
 blbuci itinernte e decuiddo
vetígio imorti egundo o er mdo
m dileto do efêmero egundo o ml do er
Que import e me ecut ou não? ão repondi
então e que diri gor h que diri
e me ouvie cntr im vero por vero
como quem troc de lugr todo o unvero
como quem toc  limpidez dquele di
dquel noite m do veo ou o revero . .?
I  4

Ah dur em tudo io um long goni


um dolorido entrecortdo detcre
d relidde que bv e que ubi
ldeir lent m prv nte o difrce
d lm ombrd encrcerd n legri!
nqunto io o corpo quer comunicre
com eu rroio mi perfeito e que chore
nele e com ele  lm enferm  lm vzi
Por tu culp porque tu qundo  tocte
contminte  romúndi Alexndri
o corpo treme e cudid pel hte
como um perfume que goniz ou que nunci
um goni  lm trêmul e ebte
cometid d mi doce hemorrgi


!i 
Vine no
no  depoi
depo i revelrm-lhe
revelrm-lhe o erro:
que o zrevh, que e preumir moro,
obrevver e i volr! "A mas e o corpo
que eu sepulte que embalsame no desesper?,
geme  rinh-mãe. "Que fazer desse enterr
 de
 de vnte anos de paxão? Não esse outro
ou qualquer
qualquer outr vndo
v ndo agora ao meu encontr
eu não coneço ou reconeço e não o quer!
Eu teno
ten o um morto que
qu e me ocup coção    "
ocupaa o coção
A en impreonnte
impre onnte d tr
trgédi
gédi de Shil
S hiller,
ler,
 mor d
d dor
dor otl omo
om o onolçã
ono lção,o,
enendo-o muito bem: eu não quero o elir,
o milgre tmpouo, quero  mnh pão
pótum ! Dr-lhe-ei
Dr-lhe-ei udo o que me exigir!
exigir!
 6

 um di
d i hei de morrer
morrer eu mbém.
mbém . olme
olmene
ne..
Não omo ndei
nde i morr
morrendo
endo té hoje
hoje,, ozinho,
por minh própri
própri ont omo um Rilke
Rilke mequnho
m equnho
om u ro
ro e, um fnm,
fnm, um demente,
demente ,
Alexndri, o emporão obrevvente.
Do olho brno do ol vi urgindo um epinho
que deolore o to todo do mnho,
e à vd nteir eu fui m: to inolene
 iur-e onde o deero emplidee
He i de epremer
epremer  úlim got
got do meu rudrudee
dom de o orgulhoo nte  derepitude,
e he de morrer onndo o gru;  mnh pree
há de er geométri
geométri porque finl
finl não
nã o pude
emblmr
emblmr  luz dene, o ol que dee   .


III 
S ão  cor
c orrente
rente  rrt
rrtrr  o brção.
brção.
São o gemdo umdo  compor
e não  últm chg
ch g  ntd noção
do que dó
dó  do que fo e deduzndo em dor
pr
pr durr como um teorem.  como co mo  cor
 compor  qurel não o forml enão
 reverberção n tel de um fulgor
de um brevm e ntqum luão
é o contrponto
contrponto  e  provprov  d deprção.
deprção.
Am no nftetro depo de todo o horror
o geto no vzo
vzo u conf
c onfrmção.
rmção.
Alexn
Alexndr
dr mto à
à  veze em o mpor
mnmmente à note el dfrç  mão
do ccto  mão que cu o ol que v e pôr.
III 8

Surpreend   extres ee geto


   extres
que reume  trgtrgéd
éd porque
porque não e debte;
depreme um vez vez com umu m luz de rremte
com  dor do er etóco e entendlhe o proteto
de um elegânc
elegânc lncnnte  é epre
 epre um reto
rrncdo
rrncdo à eper
e pernç
nç pelo
p elo velho lcte
d nobrez morl e dor e contextco ntextoo
e é neceáro empre que  lm e rrebte
à própr condção pr dr com o extremo
em que  moblze e tudo o m com el. el .
Alexnd
Alexndr
r deconhece
deconhec e ee  ngel
operção do eprto l tudo o que vemo
é nd um rodopo um emoção m bel
e nunc etmo ó nem deprecemo.

 
Sua
Su a múmia é real,real, ma
m a é ainda  ave
ave
de uma ubmiã, e nã uma metade
cnceitual da nite, cm a etátua de ge ge
 cemitéri de retórica é a audade
afirmativa da iluã. a cidade
fi dede empre um mapa móvel,  arreme
d dic
di c da vertigem
vertigem rum à laridade,
l aridade,
e qualquer que lá ea, u venha a ê-l,  preç
da mmentaçõe febri, a bruxa cega
afirma a área de luz pintada bre a cal!
Alexandria mente anda quand nega,
pi upende eu falfarl até  final,
põe fgu
fgueira
eira n ar: eu últim
ú ltim nal
é uma imulaçã
imul açã da pe e nunca
nunc a a entreg
entrega.a.
 00

É impível mrrer nde a luz e rebela,


e reprduz nutra cméda imediata;
é pível ceder à eitência que ata,
nã para cnfrmar-e cmpletamente a ela,
ma para cnfundi-la,
cnfundi-la, cm e e a uma anela
ecav
ec avada
ada na treva
treva a luz mete
me tee
e a pata
p ata
e raptae a múmia e a fizee mai bela,
mai ua,
ua , mai perfeita
perfeita ainda, mai exata!
exata!
a rendiçã Alexandria e btina
a uma demntraçã febril, a um mviment
icmpatível cm a derrta: exauta, a crina
que ela acde entã, derradeira crtina
ante a nudez que ela tranfrma em parament,
é mai uma ublevaçã
ublevaçã d penament .


 
Há que suir à região desconecid,
à vstidão geld d luz setentrionl,
os ltos de um mistério pr sempre invernl,
pr reconecer
reconecer que  cndei d vid vid
tem o nore direito de pgrse. À síd,
 ltim ldeir é estóic e verticl,
e Alexn
Alexndri
dri não
não  é pln,
pln , sensul
sen sul,,
lânguid, insubmiss, cei de despedid,
ms finl vzi d solidão que cede
l não cede nunc, finge tudo e, se fec
 port moribund, pg  ltim mec
pr
pr  cener o vglu
vglume
me,, el
e l é um
um  rede
rede
rrstndo o perfume do ser como um que
noite for, um rux grrd à prede!
  02

eno d escuridão, de seu recolhimento,


um noção mis clr, mis limp, mis mis trnqüil,
trnqüil,
porque me deprei com el e esse momento
icoume
icou me pr
p r sempre
se mpre grv
grvdo
do n pupil
pup il
ui à coroção d trev Hei de segui-l
té o fim sem o menor
meno r constrn
cons trngimento
gimento
porque um vez segui, por todo o comprimento
de um céu que vinvin ixo,
ixo, o ceçde-f
ceç de-fil
il
dos que glgm o ptíulo no ltimo gesto nore
É ssim que  integridde d lm se descore
como  nudez
nu dez que é  Alexnri
Alexnri pôs
em mim
mi m  mão feril
feril de um
u m rodopio
rodopio  dois ,
ms cei sozino nte o ltimo dore
de um luz que ensinv  escurecer depois


 3

À ditânci ioldo pel perpect


p erpectv
v
d goni olene que é  útim lz polr
vejo cd vez mi o lto ngulr
de um grnde
grnde ceo
c eo brnco:
brnco : u figur
figur ltiv
ltiv
contrpot  um poente mior que tudo é  viv
nuncição d hor em que  etrel no r
rá gurdr  imenidão de que é ctiv
Aprição furtv d ngút de durr
quele cervo brnco um etátu ozinh
nte  luz rruind urgume cool
e rrncou
rrncou mnh d  um poe dninh dni nh
de nrco
nrco uicid
ui cid    Ohi-o:
Ohi-o: um nml
cuj
cuj conolção
co nolção nte  hor indec
é  grç
grç eculturl
ec ulturl egue
egu e  luz qe goniz
goniz   
I 0

Lento movendo
movendo n luz brnc  mje mjetde
tde
 elegânci do vulto o cervo d Lpni
cruz o fm do verão por como  cnic
c nic
excmção
excmção crepucr
crepuc r d eternide
eternide
Já não cbe
c be mover
mover-e
-e com  mem
me m gidde
gidde
depetece-lhe correr n luz gnic
que emplidece tão depre e d emoron
emoron
elhe ente  coro grete e o pnheir  trde;
  vi morrer
morrer e ncer
n cer tnt veze
d imen
im en oidão tentcur gor
gor
que o cervo
cervo imoblize
imobliz e pr
p r  grnde
grnde demor
d emor
n trev elementr  hbitção do deue;
e lento à contrluz é um etát de cinz
excrucinte:  últim pét goniz

i!  

A derrder prção nm corredor


eguo de crtl oplecen
oplecente
te e fr
fro
recebe  ecurdã
e curdãoo de qu e há de r um roro
repentn
repentnoo   cct borel
borel d cor
vertgno d mgnção do mor
d memór doente: vem como um devro
quele
qu ele ro rdente
rdente e logr obrepor
obrepor
eu burburnho  um céu multcor e vzo.
O grnde cervo então contempl quele teto
em lucnção
lucn ção cm
c m  mem
me m ndferenç
ndferenç
ou  mem ltve
ltvezz  e permnece ereto
como o  ceberg ndível que  lm pen
prentr
prentre
e  e
e  egun
 egundo
do  poet.
O ceo brnco o corção do que gonzgonz .
III l 06

Peno em lzbeth Bhop dnte


de um vão
vão  eu  ceberg mgnáro
o corção de um obrprm.  que o contráro
d gnfcção forml é empre o ntnte
em que  mente colde com o mundo flutunte
do meno
me no e confrontd
confrontd  um vzo
vzo tão váro
váro
mt
m t  lm Alexndr
Alexndr o corolár
c oroláro
o
de cu
c uj embrguez
embrguez é empre gum ggnte.
ggnte.
Cervnte vu monho el vu  montnh
flutundo oznh eu  de repente
repente
nte um
u m hemorrg
hemorrg de luz  form
form etrnh
de um etátu de êxte
êxte e de cnz mponente
fx
x e como  lm
lm  "ereta e ndvsa
como el  decrv
dec rvee   lm nte o que gonz.
gonz.


 

m er im Alexndri ão dine


de i d u luz hiriônic é gre
é nobre é um monumeno o ilêncio em que  e
do eníel não pou: um cero eqüidine
do eterno e d eufori crnl nquele inne
à luz etenrionl ugerim  che
que bre o cofre de nee do miério o concle
d lm e do inefáel;  imgem do mne
dinte d hor eéril  eel funel
lembr com efeio Lemminkinen no umbrl
do ilêncio  ocup ozino o nfitero
zio de repene à u olt    O ingro
ofício de durr e clr não preci
de ouro modelo lém d eáu que goniz.
 08

Vio em reundo e únic ez


num rde de eo n dilcerção
contínu d cortin d luz;  fixidez
que mrmóre contr-o à profuão
do horizone moendoe em orno dele e não
preci depender mi d terr; tlez
porque udo mud rpidmene e o chão
lhe ecp eu pen em Ler um do rei
que  relez rír rgicmene em
cordá-lo de odo ou de ez .   e moi
lenmene  cbeç à conrluz o di
como o corcel e epn de enconro o que le em
no ecuro deerto eio d cmi
de fogo hercúleo d grndez que goniz

 0

u o olava e longe so um so que caía


como a lâmina lenta e alguma guiotina
a meio a soe uma nuca que se incina:
opunale a cooa usca c om galaia
e eu pensava e voltava a pensa na agoia
inteminável e Lea sua menina
a alança pelo pescoço na nelina   
A anoslz as confusões  e Alexania
o veão peecia e se po aguns meses
não voltaia aquee sol que puna a maca
soe as caaças a atala ele o monaca
peiao como se paa sempe    Qantas vezes
evejo aquela cena! Numa lz impecisa
Lea viano lápie Coélia que agoniza   
   ü

A palmeiaeal a que pama po palma


vi oscila à luz cepuscula ao vento
à eiama e Alexania esse momento
me paecia mínima eisóia ante a calma
aquele ceo imóvel ante o olocausto o tauma
a sucessão e tocas que peia    Ao elento
um acote e cinzas na escuião a alma
um anima enunciava ao movimento
coisificavase e sofia a olos vistos
aos olos sempe metafóicos o se:
a o petificante e mua e pee
tespassavao e passavao po toos os egistos
a luz que o esetava Caa vez mais concisa
a alma fazse mamóea quano o esto agoniza

   

Caía o vento a ventania amainaa;


se tuo se movia aina feilmente
a galaia apenas e uma caeça claa
eguia-se e aixava e um moo coeente
e voltava a se egue sempe tão lentamente
quanto o vazio na amplião que se pepaa
a enuncia à ltima toca; um so caente
caeça ecepaa na ponta e uma vaa
áaa e tiunfal como uma eveência
paecia aixa com uma lenta ionia
iante e um cevo eveenciano a ugência
a pópia sumissão; a um ito Alexania
à lei que ege um ito ancesta o qu asa
ao se que tuo é luz poque tuo agoniza.
   2

Calávamo-nos toos; éamos cinco ou seis


e ninguém se atevia a move-se a mua
com o mais mínimo gesto o equilíio no a
aquele instante intenso: o potesto os eis
o consenso os máties    Não avia talvez
em toa a Antigüiae mítica um luga
em que tão claamente aesse a luciez
que á na melancolia e se eu via a Lea
iante e Coélia que moia conceo
que me escapava o essencial ou em me engano
ou não cegava a ve completamente o acano
na etena peinência o ito esse aemeo
cíclico e um instante pimeo  o que isa
a alma oiginal em tuo o que agoniza

I I I   3

m e ós mumuava aguma coisa assim


quao escutei ize "Lenk nen .   e a ea
sugestão esse ome esehoume a aela
a que se a chega o homem, a alma nas mãos ao fim
a imoação o timo ato E um aim
istate e itacto ievassável como aquea
paisagem moa apesetouse a mim
v um cise cata e eixa uoea
po um aim e Aexaa: o veho Egto
um cise e aquee ceo cofuiamse. Etão
voltei a im tão peto aquee atigo ito
o eteo sacifcio mtico que o chão
como se me machou so os pés : a Atemisa
ahaose o sague o Ácteo que agoiza . . .
III   

Mas ão  ea o Cevo ea o aavaa


a vítma seguo a taição loca
e ea efetivamete caa vez mais igua
ao heói ate a aaga e uma luz que apuhaa
que o ataiçoaia apiamete: a faa
a ltima exclamação o ceimoia
e execução a hoa acéfaa  o puha
a mão a teva  ea um so lo uma opaa . . .
ua fêix fia Aexania a ua
seguo os ituais e uma mistagogia
em que emalsamas o que amas toa a tua
paafeália escaavélica e ogia
empalieceia e econto àquela lisa
lima ua altivez: aos pés o que agoniza.


i!   5

Tu o moes em eias moe, tu o cessas


em pemites cessa, és toa um ecomeço,
toa um pocessioal po eto ou pelo avesso,
acumulao-se, eetaose as caeças
ue ecepas e ás como esmolas espessas
e sague etocao às estátuas e gesso
e sucessões itemiáveis . . . Se têm peço,
o têm estiaço as estátuas acéfalas,
e é tuo uma vetigem, tuo um eemoio
em tua eteiae e efeito e fatasia.
li no na Lapônia em ue um cevo sozio
esume, efeta e aole a Históia, a noite fia,
a oite ate cotiêcia e soleiza
com uma estátua e ciza o istate ue agoiza
.   6

Deiai-me ete esses ois etemos eemplaes


a o elemeta, e estea seciete,
e um gae cevo aco ate a noite imiete,
e a osa itieante e toos os lugaes,
e toos os istates e leaia . . . Os paes
pefeitos so opostos, e ete um eles, à fete
um sol como fatasma, atás a luz caete,
ei e ua sozino euato tu uaes,
ó laaea ao loge, ó cego atás o lume,
ó vivo amo a viuvez como pefume,
ó limpa, ó lcia altivez, ó ceo agoa
e paa sempe oposto à imitaço a auoa
ue o velo gito eleizao iviiza!
Numa sauae é a eteiae ue agoiza.

i   7

Longe ao extemo oposto aquele ama agoa


vejo um espelo-poça em que a uz epecute
como um eco paao a meio a; emoa
o ia vá moe em too o Mat
a ealiae é outa    Que o sol caente lute
po um esto e céu ou que se entegue à oa
espectal no pantanal algo apavoa
os flamingos em ano: ao contáio o aute
caa qual que ete aquela emoagia
e um po um alçano-se como um longo motim
vão socoe o céu motal e Alexania
oa as asas como plasma a uma agonia 
aquea luz amígua tansfomano-a em jaim
mil papouas alaas poclamano-a sem fim   
   8

É que eles voam em ieção ao Oiente


e o vão eensangüentano tonano a tae inteia
um longo acote oposto ao fim e uma fogueia
caente majestosa    Poque suitamente
o espaço se nceneia a asa sai à fente
a luz que se eela e é sua companeia;
e ponta a pnta o céu faz pensa na aneia
e Agamenon na imolação no ato emente
no amo que mata e aina assim que epesase
conte a emoagia a fuga o tempo: á-se
o impas se e Alexania a vela esfinge co
a oa inefinia veste-se o espleno
a va que mauga seu eteno isface
a alegoia a alegia no esteto  
 
  9

m osea um sangue exempoâneo e aéeo


acoe ao céu que faha; e lao a ao o esguo
ao o e uz ma o velho io
ao onge ncanescio; a osa e um miséo
nevassáve ae as asas e é tão séo
aquee ano em eeia que o vazo
anma-se e péaas vvas como um fio
e fogo ente as uínas aaas e um impéo
Mas uma máscaa e Aexana austea
como esplêna e fasa   A um ama a que não asa
a estáua o que moe é necessáa a vasta
a aéea encenação e uma nova qumea
a eeão fna a luz conocasta
a auoa poclamanose ante a goela a fea   
III 20

Pocamaas as asas e e confun-as


ao hozonte oiena o mo céu
suevou-se e flamngo em famngo o fogaéu
e o ano atge o auge Posseguá em fas
em fas encanaas em ppuas tanqüas
alçano-se e coano tuo o que se peeu
o fogo as papouas  e so a s axas
a altua o menso o ma o eta uo é seu!
Como os lhos a fênx o ano vve agoa
e quema-se fogueas suno espaço afoa
 assm Aexania que em teu meho estio
fazes essa hiseia a mitação a auoa
em que mistuas uo o ocaso o ma o gio
a lua enfim e ao longe nfeente o ilo


 2

É então que a oce eupção o ouxinol


se faz contafação o melo: em teu poente
em que os times tansmigam, o canto opaescente
e um é como o eco o outo no aeol
Histeias a luz, acenes teu faol
agonizante e a mensião moe contente
poque naa aanonas, poque fazes o ol
e tuo quanto ae e, oseia aente,
envolves tuo aquilo no sito lençol
a altua nacaaa, a que ateias e fente
a fogueia que moe isfaçaa em nascente,
a fonte inconseqüente, a máscaa o sol!
O ltimo engoo, Alexana, o teu anzol
epenuano a luz à cuva e um cescente   
 22

ens azão, tuo volta, a luz é espectal,


cicunvagante: em ti, po um jogo e espelhos
ievesíveis e insíveis; no potal
a esapaição, po meiação os velos,
os insistentes címalos a ate, o mal
e se caa vez menos, a alma e joelhos,
o copo enguilanao e somas, o eal
pintao e ilusão com seus pavões vemelhos
e inetes, tuo aquilo e que a va se tança
volta espleniamente, Alexania, a ança,
o ceimonial no aile cognitivo
Mas tu eténs nas ees em que se esate o vivo
as mutações apenas, vaiações sem motivo,
as mmias, os contágios, as lepas a espeança

 3

Poe se que toquemos assim um ia o fim


o inteminável e oiguemonos tamém
a emiaganos e um mistéio que não tem
aitação senão em nós ; a se assim
talvez logemos confuni-nos ao semfim
efiguao ou pojetao mais além
Bem poe se que Alexania e seu jaim
inceniao aemeao a caa em
que esfolamos nos etonem num aoma
anoitecio e eelao e como um vulto
peneta a noite e apta e leva o que não oma
poe se que os flamingos o se entem no oculto
e o efiguem e nos evolvam não a soma
a essência mas a mmia o espectal o insepulto   
II 2

Mas não é essa a eteniae que peemos


não é esse o ascuno ou o se passao a limpo
não é esse o sinal o Sinai ou o Olimpo
nem a essueição é isso In extrems
et sub spece aete tats é que gemes
soma total o se iamante no gaimpo
tumultuoso o eal! Teu osto é límpio
e se és como o flamingo unino ois extemos
és tamém como o cevo pola a estátua eguia
à escuião à epifaia e ao invisível!
Mmia nenuma Alexania alguma ao nível
as magias que exuma imitaiam a via
ao onto e ouaem à osa o possível
a glóia a agonia e a o a espeia!

 25

 peciso i moeo costatao que o vo


po mltiplos estáulos laiitos lugaes
aomas espiais istates patamaes
gaus e egaus é um passageio sucessivo
um esoço icompleto talvez mas emissivo
se uca ao peço o sesível! Se vagaes
po cota os coceitos à volta os teaes
o Ieal teu paze ó coação altivo
que ão saes moe seá uma apostasia
uma mmia o a e em Alexaia
os Céus ou a osami te hão e eimi
O se é uma fogueia vitoiosa e ui
ente as chamas e as cizas us estos e alegia
é celea o eteo cooa o po!
 6

Ns temos a espatosa metáfoa e Homeo


a alma é só esíuo uma soma um mocego
sem imotaliae mais fime o que o apego
sempe aleatóio a posteiae: um zeo
a coloca à esquea ou à ieita    Espeo
a miha Alexaia que lie o acocego
um copo em que apei a ama ao esespeo
ão le consitas cofima o ao cego;
essa cifa total evocação a esfea
cofio que a esties ão ao lao ieito
a memóia ou a Históia mas a algo mais pefeito:
ao poto exato o uiveso em que ela ea
metáfoa vital a luz ão a quimea
e um mocego qualque que moasse em meu peito

 7

Cofio em que etenas essa enteaa tua


algo ssim como um ilo o astilo o inseto
fosfoescente a ee aancao como um feto
aspao pela mão cue na pea nua
e al lagao a papita à luz a lua . . .
Queia Alexania que esse asto seceto
tu o guaasses a ae ao longo e uma ua,
e um eco e uma paça o ouao no peto
o escaavelo totuao conta o muo.
Poque a imoaliae a que aspio a que aceit
a caa vez que me apaeces como um leito
couscante no impuo é assim: sem futuo
além esse astlo utal a o no escuo
uo suco e uz que me aancaste ao peito.
 8

Ceto solao um os teus líicos gigantes


seguiu até o Peu o jovem Anaximanes
ou seia Anaxímanes? ); a toos os instantes
queia têlo so o oa e açcacane
Alexania uo e oce . . . Amo tão gae
não páa e cesce: se le peia antes
apenas o paze como tantos amantes
veio o a em que ao pé a tuma e Alexane
popôsle a eteniae; o jovem ecusouse.
Caiia insistiu efenenoos aos ois
em guea ou escaamuça ao seu ao; epois
petenceia aos euses . Lemou-le em tom mais oce
que os euses levam o moço quano esetam o omem.
Que o amasse instante a instante como às oas que somem.

 9

 instante a instante amou-o com o oce esespeo


a eteniae ecusaa o seu soao
De vota a ti Aexania ao a ao
o que hes conceias e cama e e exageo
astaia a este io os esetos o cheio
os copos o sao a z o cotinao
o amo as fapas toas a noite o aveuao
E passaamse os anos um emao imeo
entos epois mais áios e fnamente céees;
tuo amauecia com a mesma agiiae
a veha pimavea e um ia já na iae
o apaz que fugia às mais eas mhees
como Ofeu às acantes cansou a vginae
e amou epois matouse. oise só como os quees
III . l30

Aimentate ee oa concupiscente


Aexania asceta à manea a vigem
que mais aoa o que evoa Quano sugem
tuas manhãs sangentas vão satano o vente
cheio e espasmos e um amo aolescente
e é cetamente um eles a caa auoa a oigem
a contína vetigem em que vives Se ente
a sempe jovem legião iha a feugem
a eteniae que se gasta em seu uga
tu penuas a auoa na luz cepuscula
Aoao e eevoao oamãe o solao
que amou Anaxímaes como um sae afiao
como tu me ensinaste a ama; mas tem cuiao
oa e sangue e luz u sei pesevea!
 
J 3

Sei espiona como o espionava o seu solao


a caa instante a tua imitação malsã
e uma essueição ustante a a manã
Aleania quano o sol ana cansao
Sei pecee o quanto um copo ama o passao
sei que aquele gueeio ama a luz tempoã
que á milênios opões como um teu cotinao
à tae que esaa    Não se te acaa a vã
a ictícia a oia sulevação a va
esquatejaa numa congestão e asas
ensangüentano o a Eu pouso uma eia
one pousava as mãos num punao e asas
mas sei pesevea ano ente as águas asas
o Mat e o ma numa longa avenia  
.  32

E al vejo um solao ante uma eteniae


oeeciale outa vez numa atala
atavessa a sós com um especto a muala
que insiste em sepaa o too a metae
econstitui o mito! Osevo que ae
teu acote augua na caeça gisala
na mão que escole a espaa no coação covae
não ante a mote ante a espeança que o estaçala   
Imagino a alvoaa volta não a que inventas
Aleania mas o céu esquatejao
ente a alta e a o pesentepassao
e a encenação e uma atala: vejo as ventas
e um cocel luminoso ente as nuvens cinzentas
e um moço a cavalgá-lo às voltas e um solao   

. 133

m vulto incopoao ao sol Osíis Mita


camano um velo giassol um copo um taste
um omem ato e sona! Se um also asto
volta a acene o a quano um lamngo gita
e outo e outo e toos omam a vela cítaa
que imita o mal a auoa meito no contaste
ente um ocaso e a luz ingia . . . Sigo um asto
e asas vivas investino conta a cipta
o ltimo sol eal Alexania e soo.
Soo poque em sei como se az e um sopo
e um copo eclinao no a a imitação
e uma elícia matinal numa ilusão
como a os teus lamngos suas osas e enxoe
evapoantes como o instante e o coação.
III. 34

Volta passa aos poucos e volteio a aaesco


e itmo a eseno.  . Cega e emalo a emalo
ao umal a memóia vazo e povoálo
uma ltima vez e um sono estatuesco
e uma essueição conceitual: o aesco
sem a cal nem a co não mais o que o intevalo
ente a elegância a silueta o cavalo
e a noite na guta platônca um gotesco
escanao antasma paa sempe no a  
Mas paa quê? À luz o eteno uma alegia
aimase ao peese um amo sem toca
a luz o entaece po uma apostasia;
quem jamais tocaia o instante e seu luga
pela pose a mmia seguno Alexania?


m. l 35

ut G opôs su toma ato


 a incomptu  não à noit mnta
mas aos inos o nmo aos sonhos  soma
até sata o timo fosso  cai pto
pto mais avz a noit  su sto
paa contêos na mia    Cacua
é a tntação o spito mas chgas a um uga
nt a um instant m qu s passa a s nxto
I
na scuião  um tonco ampuao à aiz
Long  Axania na ição oposta
à nitiz os gos nóicos na ncosta
as Montanhas ochosas compai o pas
o nmo  a xnsão a noi sm sposta
 i com a incompu como G a iz
III 136

 uma cooa ant um uiu  spinhos


caa nto ongo pon num sto
naa êm  imitação a auoa sss caminhos
inquitants  uma uz nfim tão pto
a imoação qu su fstim no spaço ato
é uma ança  mot sus cactos sus cainhos
 inc na gaganta a pa o sconcto
a maquináia apócif smagano os vzinhos
too um uo anguoso aéo fogaéu
vai s choca conta a ampião atavancaa
 siêncios fapaos: minha tima moaa
vou fnêa isto Axania o céu
m impota quano cai  aina qu moa ao éu
vou mo sm pstam a imitaçõs o aa!

. 37

No Novo México a cem milas e uqueque


eotei-me uma ez com um cepsculo assim
ia sozio e esviaa-me. Oe que que
o ola se estea um eseto aceso o fim
o camio le escapa; o oizote um motim
e espectos a foesta e Macet um alegue
e velos paalíticos acecavase a mim
camuscao e luz como um copo se egue
e uma caeia elética  . . esigeime a paa
omi ali. Gelaa a oite atometou-me
até vi a aloaa como em usca o omem
vem sempe aguma luz quaque. Nesse luga
essa oite o escuo passei-a a calcula
a pocua soma um pâico a uma fome .  .
 38

O pâico a alma à fome sem eméio


a mete emalsamaa a calma peetate
a oite imesuável imóvel caa istate
imita a eteiae caicatua o téio
a esta a amaia. m asuo péio
e etume uma ega paça cicuate
caa oceo ao loge ca cacto gigate
ete o egume e o ola seam e iteméio
se ão e pote à iaimaa fatasia
com que efim me etetive a e uma geometia
um cálculo um teoema os meos totais
em que o soo a mete emalsama o fugaz
e o teo que le tem .. Soo a que o stagiita
esevou seu esém mas oje quem o imita?


 139

u evocava a luz imitanolhe o jogo


seguno a geometia que não anula a teva
mas a enumea Alexania leva a leva
aquela lava infome e piche aéeo eu logo
a tansfomava em cálcuo imitações o fogo
com que a mente inceneia o infinito que leva
Deixava-me leva como um vento em que neva
mas caa foco enumeava-o e fui o pólogo
a uma quase epocé: a suspensão fomal
a esapaição  . . Pitágoas talvez
velasse assim sozinho ao léu alguma vez
ente a teva e o cálculo infinitesimal
tuo vai a num céu fecao e um anima
numa amailha faz igua a quem a fez. . 
 140

Hei e moe assim  opono uma meia


à teva teminal e aos fenesis a mente .
Sei que agonizaei enumeano a via
silaanoa contano-me a históia consciente
a noite gaual e oponolhe o pesente
que hei e esemulha à pota a saía
tal qual me foi entegue à entaa    A espeia
hei e fazêla enfim como se pela fente
tivesse um quaonego à ltima soma ceio
vou agega-lhe a Cuz maiscula e assim
ecomename à mote afimativa! m meio
Alexania não a capitulação e um fim
um teoema ostinao o ltimo veio
a mina e espeanças que escoi em mim 

. 41

O s pés o eento que anaam neste muno


talvez venam a mim quano a teva vie
como soe a cacaça apoecia e imuna
camina a mesma luz que pisa o malmeque
alvez ouça Seus passos à oa e moe
cicunanome o peito o jaim moiuno
que o oseia o amo canal oje cicuna
e pefumes e espinos cooações o se
Mas tu ciae-ofeta a fiel infiel
tu me estaás o pé na ceta a luz sozina
ente aquele jaim e seu pa que camina
como a eleza fia ente a noite e o papel  
alvez a Cuz a mão o Pai a geometia
a ate o amo mas tu na ceta Alexania!
III . 2

Divinae o Styx ministo o aquinego


ofício e finase ápice a aquitave
e fgua e poa a emacação mais gave
a que flutua paa sempe soe o cego
o fio pântano final tagote entego
a ti mina aflição Não te menigo a cave
que me aa o eino e Plutão peçote o pego
que me penue ao masto e me confuna à nave
Ouvi Alceste assim a gaganta e Callas
oga-te e se oua; escutame ó somia
ó soma fia! O pantanal e Alexania
não me á e seca jamais no peito opalas
eliqüescentes enoecemno e eu queia
emuece contigo ó esfinge que te calas!


!  i   43

Qua eu e apriar  i caasr


s prões a eçã, e ee se e erearir
para saudar  capiã que vai parir
pea lia vez,  crp aad a asr,
iiaçã feri d Odisseu e aaastr,
 rgaua qe eu peri  qua e fugir
s aras d re à fria e eisir,
e ali  eu prícipe aig, ês de Casr
a iha cfsã geersa de gêers,
águia rea, e aparecer pairad a sós
c as acuas de u céu feit d de eres
cas e seja dad ir-e a esse aatrz
a iesidã, exadria, faz de ós
de v  que fizese etã geis gêes
 4

deus, eu rgaa, me ruil de r


que a eegia da u pc a pc ecatara
e acau pr eiarse eeda pea arra
e ua há e vtar, ades iha qiera
eus apariçã sar da priavera,
 jaci ra que avia de ir-se era
e havia e deiar, cusparaa a cara
a ais cara ahã,  ara irredur
eus, flecaç ur  arc  Ceaur,
ue earã,  Escrpiã e  csisóri
e as as esrelas juas e ruara,
aeus, sea e uz! Os deuses que e aara,
u ciçara ais que e, era-e Óri
e learia e vez de i pr relicári


III 45

Nase, acree, cm e  mad embra,


diglhe ades, md de asst, vir a cara
qad  vej a ra,   ar, e ele paira
cm  póle e isise em fecdarme a fra,
a selva, á ie qe lhe ph? O sh agra
 ele mesm sha aq em mim, ã pára
de vagalmear, de esfar a memória,
a hisória tda, a la e aqea ra clara
sb m só vaga-lme, de só ele passa   
Madei embasamar para sempre ma praça
e a Msa diigee bedeceme  ele
e eadria js vã arracad a pee
àqea mmia de esclra, e dóime verhe
s sss ra vez, ah, ã cheis de graça!
III. 46

em mais defesa agma, cversarei cti,


acree, para ã capiar
a ma esáta esfada Qe pias? Qe caar
iermiavemee, cm ser m ci atig,
é aida  gme mes ceg ae  perig
da resigaçã, da lassidã de amar?
 pssíve, qem sae, qe  isae e se gar,
a vir-s catar ra vez, me amig,
jemse esse deíri ss, esse afete
d ri empra qe deschece a fte
Mas qe se há de fazer de m crp imperiee
e desmbrae,  qe me sege ere  hrizte,
a z de leadria e  imperee presee?
 qe haverias de fazer, acree?

99
   .  47

D que clhese,  que aase harza


a a era, a reve rquíea s cpasss
a sfa rura aa laçs
às prsóras prfusões e  u a
e saes sls  u u rs só peaçs,
u esculuras e u perfue  resa  sâal,
 rc apeas, ajess se s raçs   
 va a, acree, é pur escâal,
as é taé, qua se lgra eerecêla,
 ce rs, a avsa epfaa
N lg escur rre as queas, a aegra
é se razã e  craçã que vve ela
ã ecessa eplcaçã a leara
que aa a ala acee a e, apara a estrela
 148

E u crp quer cessar   O eu crp ã quer


urar c  plar e sal a va era,
ere  cerv plar e s flags a esera
a luz que a a aurra O crp quer ceer,
esveclhar-se  que f, ear e ser
e ã vlar a eragarse  que era
E aquele crp, eara,  que e espera
e eu chegar, aquele cp e esver
é e prvável que cfre  que eu e g,
ó perulára, essa lçã que ã eees
a ecare à euaçã e u crp ag
que ese eu crp, esa laera e uees,
e vagalues rasrea  eu ag,
sha apagarse, ó ceára que e acees!

 149

Carregas csc caa a a se 


a pasage harzaa a cae
e ese e ã ese c a reaae   
E  gra e va gra e va e a
e ã ca esse p eáic é e  
e as pares ã se ecra e aas a verae
caa al e se re péic  grae
d e pare ecaa e fava  r
e vha a a e efeiçava  ieir
fez de i paa sepre  ce prser
s es áss cras iads
eara pr aees ar as
 eser  ar d ar e ds caers
a perfçã cae aaa csas
III 1 5 0

es caesig cdadecicarz


cdade a saae iaçã e esre
e eira d árre aes  e e ese
e perese as Pre ef f fez
e ã hei e vver c e craz
 ehr e f se es caepese
e v viver caa  e rese 
Pre  ar ega e é  e país
e c saes e é sepre perav
 eí  aca é gee e a ala egre
cea ó egreaa agsa ó rã  gre
e arraca  craçã para aê vv
acea  e aes se aras aegre
De a aegra é e veae se v


 5

Caai comigo agora assim posumamee


à maeira do ordo com a gargaa corada
ere o siêcio e a esrea caai a madrugada
que eadria ada arracado ao so poee
Caemos uos odos a uz deiqüescee
e o girasso soziho à hora esraguada
peos fios de praa da ua idiferee
Caaremos assim como o eco a arcada
de um viooceo ou de uma escada a dor de adar
como os cacos avusos os cidos amaes
da coisa moriura esa vda os isaes
a rua rasversa da emraça o ugar
da peree esperaça    omos os figuraes
da comédia caora e é hora de caar
III  52

omos o coro e aquee ordo espera agora


que caemos por ee o vaso afieao
em que a esáua da pea perdida esse rerao
gesicuae empaidece mas demora
o espeho circuar que ão sae ir-se emora
damos odos us ae o eercício igrao
de aima um vazio o pêssego o prao
a aurezamora    udo cou á fora
e a coria de dro caiu ere os dois reios
ma s caemos caemos assim mesmo o s ue adamos
à procura us dos ouros como a uz ere os ramos
as odas ere os remos    cao cao eis-os
como os aromas os s irocos e os veeos
de eadria eisos de voa os que caamos
3
. 1 5

Caar a ie sepre próia, iaee,


se ã a chaa viva, a eha que é  arche;
caar  aiecer c  ic e
e u espsa ã reve que  eace e repee
esvaece, escurece    E caar fiaee
s ecs ierpss ere as gsas  e
e as curvas a espira, aé que a vz se esge
e  siêci eure a esáua seciee,
 erraeir ges ae a uz fugiiva
Caar sui as ruas uas e earia
é csaar que a ua cheia a haria
ue às vezes  ec e u à fra esquiva,
à escuura  ser, siecisa E u dia
caar, eiar e ser para que  ca viva
III .  4

E se ã fr pssíve caar usicaee,


esaue-s assi, pr u e,
c  aig afiear  epicetr,
a ragéia  ges ióve e repee
 aaga já  ar, gae à free,
 craçã avez visse rihar e er
a r eeear  ser, esse presee
crepuscuar  eus ais fri e ais sagre
 ipssíve caar s esses is ecêrics,
 eus que aa e  ser que rre, e uiaee
eh-s a apria-se  cer,
a ala faásica e u é ua seee
esse p e fuga, e que assi seja ee-
c  ges que seeia a escuriã ascee

.  55

 c separar a açaria e a aça?


geia Yeas    e é asur ceer
 rpi que area e eaa  ser
c ua aiçã quaquer a esperaça
e urar c s pares iseparáveis casa
fia á  araç que recusa rrer
que se arasa a aiar u s e criaça
a resisêcia a icêcia ae  prazer
aei earia e a via a
ea e au usca cvia-e à a
e u par iisiguíve perpeua  elace
e que às vezes eu via slurava ua face
u ges e e repee c a caeça ra
ã via aa u via a esapariçã  ipasse   
I  56

Mas cae ecerrar ese c sei


ese aie e árres ere a Bea e a Fera
a aegria à eória era-se ua espera
ieriável e que aila a r pueri
e ua esperaça epaôica É u ari
 el e Diógees a ra  ser e é era
vaiae ee aé ere a uez e a esfera
sepre especuaiva  uivers viril
á  paraís elirae  ccei
Nã sei se earia presarseia e
e quaregr às eegeses e u perfei
silgis geéric (crei que ã) as se
iuire e que ecerr para sere u vaivé
u i efi ecar u se fi    Que jei?

  57

Pus a pea a papel sae ui e


ue era u perpéu esa ecliaçã
 eer  a epral, ue eu e aeã
saia ieriáveis .   E saia aé
ue ã e peria liar e eles e
esse levae, essa esraa peraçã
ue faz as sicas a ee  ic cã
e ue a ala á e pisar, e usca ã e agué,
ã e alg peri u e si esa apeas
e e a aria clca açuceas,
alcões, escaarias e espelhs  lugar,
ã  isae peri se a are eula  ar,
a ese livr é a sucessã e ceras ceas
cuj p fial repõe u a rar  
. 1 58

U exercíci e r as s eprais


a eeriae ã e fi se eve iíci
ua visã paricular, u precipíci,
 uiversa a via e fuga, ã e ais
ur p e api aé s is eirais
 reve e  cíu C efi ualuer víci,
u exercíci assi é afial ã ifícil
e ierrper, circuscrever, eixar arás,
ua u  e ver, e caa apariçã
vai reva  eiga  ifii e preç,
eixase surar, as u pel avess
é aia ais ieriável, e a sã
ã ve  lar, a faasia u a eçã,
ve s sefis e u, e u é u ceç
30 5
III 1 9

es e ar agra que aé ã saia


se era u  e ser u e izer a e;
u a respiraçã e Wia que sace
ieriavelee flas se fi; a fria
resigaçã e Ovi que uca ecraria
a slaa fial; revej  vel ue
aaa u aquil que escrevia
para aravilarse e que afial  le
a fra ais eaa reesse fsse aia
espas uaçã . . . Rilke caava risa
Mas vl ais perple a i rsa de ciza
ra e luz earia eera lida
iacaável. . . Eisias? Que precisa
que usa eriar a e à esáua ifia . . .?
. 60

Espíri de learia e s eus verss


u que guiase a ã que acariciava e iscreve
 especr as carcias sre a págia reve
ealaçã  ar ere is uiverss
ere s ras se fr e s espis perverss;
espri car csrur esa leve
e apaiaa liaia que se areve
a reclaarse c s reis suerss
a lei a ua luz aé  querae  eca
esilaça a escaaria especral
a esraa craaça e ua esáua e sal
a lia esculura gesicula equa
arer eu reei   . Ó ear que al
u e susésle  ri ierrpe ese ca!

III 1

racae a ca es arri irriae


seara a eriez a fe e õe a ã
a eulsa ieira esa crafaçã
a rsa a rsai e vã    Dilacerae
esíri  ar e Orfeu ela acae
faz as eaçs ura vez esa eçã
esilaça  saic iacaa u ã
iacaável c cereza  eu isae
e  eu esíriluz e learia
sas eves que sã a eraçã aria
e eulsa e eeder e celerar
levas aqui arraca às sras e u lugar
u qua eu vivi e aei e a esia
essa aga iferl rigue a ecaar!
III 2

O eu delíri craçã ascede efi


à ciçã a que asirava eil a eseir
de esuas e Male     ua vida ieira
savas rasfrál e qalqer cisa assi
assi c ele  fez aia ç  clari
 isae reiviv ec da luz cara
e eiad adeus de  aqi a u agra
que ã de fcar  c  ar  fesi
auser e ieriável d seu Meierrâe
fial craçã e u cer  a es
acerase  eu ri a ele e eses seres
ugees ecs que e ecera a  crâi
sagano ag astr ra    Pes calare agra
es eiar rrer a iiaçã a aurra   

307
. 1

Teu elír aé se as asrs agra,


passa a Ursa Mar, as esrelas  f
a a e epar ele a u jar
 luz a eulsa,  rsera ue ra
a prera aã, qua u era
a rse lu e ra  car
 erraer f    Mas u elír ass,
espralae e csla e r-se era,
cua ue ele ã e arrase ere s feas
e e cfua s péalas caa ez as sereas,
as ue se arracar  luz e leara
para ar  esã a rsa fra,
a rsa e e u pael fe as ceas
e as fgueras, c raçã, a que suas   
 14

Oue  eu gr, ó gr eer e lus,


ó Va ácea, ue ese lg sluçar
e fe esragulaa,  r a fluuar
 arue aes,  eral  gz
e leara, a rsa eausa cuj esps,
 ere esperal, sase a caar
ue- c lea e lugar e lugar,
capaz e calar, gr ergs   
Oue- e scrre, ó ecaeca rã  es,
ó a eráel e se esaçã,
esee agra a ã, lea u  ue eu pes,
lea-e essa espral a ca e essa eçã
 crp, ó eraagae, lea-e  craçã
e eala-, e ue areça ese arr suspes !

III 1

Ó Va ácea ó lusa r  segu


llare  s fs racs a água v
a água furva ue vsa  c  u
e va se evara aé ó a r
as acesral as eulsa ó vaga l
s vs vels e ue eu a u ru
 eral sa aeas e ue  fu
e u e e  es é a sl ag
a ala ferl ue se evara e srcza
ó alaç e lexara ó va raca
e eersa é u a rsa ue se arraca
éaa a éaa s rfaações a cza
ó Via ácea ó ia r que ões a raca
a es  craç  ue agza  


Í N D I C E P O R O  D E M A L FA B É T I C A
DOS PRIME IROS VERSOS

 aa, ze, asce cega    Ierav                     174


 are ã e escrpus, e apeas ea              257
 ceçã e prvêcas que epresas              239
 craura agéca  crp e aa                    208
"A culpa ão é ma    ", pesava Da Páca              18
 erradera aparçã u crrer                      279
 esca  Car f quase se agage                 158
 stâca cpõe ua seae                      91
À stâca, sa pea perspecva                      278
 essas auras já eu crp a ecaad                  72
 eseae vae a eeza                        13
 fr a a a Fresa a juca 231
 frageaçã  sae pza                     160
 fuçã seráve e esr, que ã ca                 75
 Hsóra aa cfsa    Ppsa e errsóra             1 66
 Hsóra, essa aga asraa, a esraa ea 21 1
 jvaae aee  ca                         88
À ea que fge a uz crepuscuar                     32
  que pra  e acre essas rsas              255
 re é para  c  ecess a fesa                  236
 uez e u ara,  a e u perfue               77

 
 alira-ral, a qu ala r ala 28 1
 irâi azul qu irria a clara . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209
 rvrraçã ssa ca qu laça . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . 79
 rsa--sr, ss ri . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
 sra acuulaa l sl cia . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
 i, qu s  iíci fs u rç ifii   . . . . . . . . . . . 216
 u ri, a u aaar  scaaria  . . . . . . . . . . . . . . . . 150
 vla aga líqua ã ga, scfia . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
 va, ulaçã  rfus rais . . . . . . . . . . . . . . . .  . . 241
 via a é u rlicári iira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246
ai Orígs ali s,  Cl  . . . . . . . . . . . . . . 156
us, cia-sig, ciacicariz  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 301
us, u rgaua, u ruil d ur . . . . . . . . . . . . . . 298
laria, a ia cra é ua irã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204
, a vcaçã  ar Mas ua?  luaraa . . . . . . . . . . . . 266
, as arisas  dsj isaisfi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231
, c ari pr lá Qu êass ã gravs 42
, c as caaraas  ácar d u Niágara . . . . . . . . . . . . . 11
, c sarar a açaria  a aça? 304
, c icisã as lícias qu ã . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
, ura  u iss ua ga agia . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273
, ra  u líri ais íi  ais grav 107
, faasia      squcia  lrar  . . . . . . . . . . . . . . . . 93
, as  as uvs qu arracávas às crias . . . . . . . . . . . . 260
, u sur arisia as virias . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
,  sagu ,  icêi  assraçã  fg . . . . . . . . 89
, s a aiã  sr  a áscara   . . . . . . . . . . . . . . . 219
, a fra aé ã isiual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
lgus isas as assara a aripsa . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
laria é a assi, siagã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
lia- l, la ccupisc . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 291
i laria aaiaa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
as szia  fulgura caia . . . . . . . . . . . . . . . .  . 2 36


s ps aa vaas as calçaas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238
ucava  -a  s ars . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193
 ar s u c ua luz s apaga . . . . . . . . . . . . . . 10
 ralzar-s a va a va . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
rraca- a ca s arr rra . . . . . . . . . . . . . . . . . . 307
r é jg  rs,   ar à par . . . . . . . . . . . . . . . 188
s sáuas  ar ssa vã . . . . . . . . .  . . . . . . . . . 187
s vaas  ar c sas a pága . . . . . . . . . . . . . . 218
s prssas  r  s sérs caras . . . . . . . . . . . . . 11
ss  accu  ass fz u    Mal pu 2
é ã u ã  hava a ca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
ravssu  alaas rasvrsas 146

B sas u, qu u fas  sfas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82


Brcávas c a va pr r s paraps  . . . . . . . . . . . 1 8

Caía  v, a vaa aaara . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 282


Caáva-s s  éras cc u ss . . . . . . . . . . . . . . . . 282
Caa cg agra, ass, psua . . . . . . . . . . . . . . . 302
Caar a  spr próa, a . . . . . . . . . . . . . . . . . 303
Caa, u craçã, u arfa fr . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Ca ass s a prfusã  qu f u . . . . . . . . . . . . . 93
Carrgas csc, caa qua a su  . . . . . . . . . . . . . . . 30
Célr c  vrs qu usca rrar . . . . . . . . . . . . . . . . . . 229
Cra ahã l acru c as . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263
Cr sla, u s us lírcs ggas . . . . . . . . . . . . . . . . 290
Chra, u craçã, c   grassl qu  chra . . . . . . . . . . . . . 202
Ca-sfg, cafa  u crj . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Ca-ural a agüa   la . . . . . . . . . . . . . . . 43
Clar qu u sá s aa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240
Clh  p as Hspérs à vha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
C a rua plar, a qu Dru prra . . . . . . . . . 194
C a caars qu rslv ua sã . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116


 a luz araessa ifiias esferas                     21O
 a ea ruscaee ierrpia                 59
  ásis e irage, aa pusa                207
 s figuras  ser? Iagies                   1 59
  piã ra só, c u piã                   196
 u saes ui e    E que calçaa               1 08
 u el ra a eçã aliza                  76
fi e que reehas essa eeaa ua                 290
slaçã que  ca ece, és parecia                  94

Da pesia ele izia que era a sica                      254


Daquela ez quiles alez iesse (iha! ) 68
Daqueles parapeis eruceie prieir                 185
Deiai-e alçar agra àquela re alura                  191
Deiaie ere esses is eres eeplares             284
Deai-e sluçar c que re s eiçs 272
De lugar e ugar, c ua iperiêcia                159
De que seria aquele us ã sisu                    75
Desis e ear piar a pleiue                      53
Despeeu-se para sepre  eu jari                   270
Dei c eu Pégas s céus isuseáeis               151
Dei e cara c  ser e sua pleiue                   1 56
Dele ã ie ais que u ag refrigéri                  88
Dele ui cera ez que, se  haia escri                  233
Diiie ere elas, a ciae e a eia 36
Diiae  y, iisr  arquiegr                 297
Dize  pau e ar e i, a areira 215
Dizer  ser, e greg aig, que é  ara 64
Dis elefaes ica uia gee                    24 7
D que clese,  que aase hariza             300

 aceias que  ser só se cheça assi 212



 agra va ail c a a isia 54
 a Hisória é iss, u rcrar-s à craluz              138
, aia assi, cja a vrig csa              214
 aia assi, uv- agra a cfissã                  188
 ali qu sug Tas, a aqula faília                234
 ali vj u sla a ua ria                 292
 assi, r as palas a uz isurara                38
 a vaia a História é a assi csas             136
 c fi srah qu rcr ã puc               18
E c s as vã rla s qurr                  220
 ca a ca vais,  iu  iut                136
  spaar qu a Cruz  u surgiss juas             144
 s ã  craçã fzs assi                  85
 lrs c  gs apiar                         23 
 é assi,  ã pr r a aiçã  uart             1 02
E is agra cuva a aarrar  sapa                 189
E is qu à uz a ria  qu caiha              89
E is qu as psiçã, c as aés                 239
  ia  u sguia- a vai caa par 51
 l lia, uava, sapica  sl                        5
E l pairava, ravas  u pi                  180
 qua a c assraçã  sspr               22
 ã qu a c rupçã d ruil                   28
 éras vivs c s árrs  alh               181
 scur ar, as flrsas usicais 39
 ssa caçã ifia é a ica guirlaa                  201
 u, qu largara u  qu saíra arás                    261
 u, qu sh apagar! O qu u ais cssi         220
 u vu clh as ihas flrs  vral                91
 fui acsua a cfuir a u u              262
 ipssívl rrr  a luz s rla                   26
 isa a isa au, c  c sspr          29 1
 l, é pua a  só la,  uivrs                52

 a la ue urca e ca, erceel 1 45
  cer aceal, sura, a ála                   240
E  ers eua e cgscee 143
E  g esse ar s s eus céus acess 45
  lae ue ura, a uraa elega                   142
E  sér a sóra é  es aa              204
E  c que au  escur arás  ra               140
 ssel que a a seja e fa  esaç :                148
 recs r rre, csaa ue   289
 ue eles a e reçã a Oree                   285
 ue ã quer as, Aleara, aa                   271
E reej as leas as esse ugar                    47
"E se a gema ofegante que tomas em teus bços 251
E se agu a se erre esse rpe?                  248
E se é a Orfeu ue faz ape essa paã                   143
 sepre eerâea a aça a alegra                 261
 sere lôca a hara psse                   192
E se ã fr povel calar ucalee                  303
E se que hes  al ceçaa a hsóra . . . . . . . . . . . . 55
E ss ós esses faasas eus                    196
E eh s arcss racs , s saes               244
E ca ear agra, ã aeas                        133
E s s aés sã eus! Os eus aprs                 140
E u cr uer cessar   O eu crp ã quer            300
E u a he e rrer eu aé aee             274
 u cra aree, u jueu e eshs               294
E as ura, ó eee, ó reera                   139
Ese agra e vla a esse quar rreal                  259
E, c as seus s fs céleres              69
Eras, ss s, e ese aquele a                    124
rase u crsal? Crsaza esás                   94
ras  eüláer, u e esse ar e aaes              102
Era u alear r as e cêca                    105

És c a cs u s s acas . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
si  laa  s us ss 30
ssa cuja sa,  sas ui  1 O1
sa a,  u icu aul ia  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
 silêci as jus , u la . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
a uas u i , aaa  . . . . . . . . . . . . . . . . 19
ra ua a slaaa, aucida  . . . . . . . . . . . . . . . 59
scaáas a ss lugar ,  t . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
ss acaj é íl taé  a sli 199
sfig grga  st ial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209
stáuas  s sla  sala c a caua  . . . . . . . . . 18
stáuas slas, lis, sáuas autas . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
stu, u s  u a star cansa . . . . . . . . . . . . . . . . 201
u à zs si u aximaa  cat . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
u caa a luz iia-l  jg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 296
u al saia  u faz! Va  u uia . . . . . . . . . . . . . . . . 9
u a ia  u ia, u  ia ais aa            ·  . . . 2
u,  tant, dii-m crcificar m pj . . . . . . . . . . . . . . 1 1O
u  laa d lg s um sl u caía . . . . . . . . . . . . . . . . . 281
u, u mri n tal u und mágic 221
u, u  scutaa lr, a paua icnfdíl . . . . . . . . . . . . . 50
u us la, u ui rga ua aia . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
u ia a daça c  u n umral . . . . . . . . . . . . . . . . 248
s spr, stáua a sátua, nss a . . . . . . . . . . . . . . . 182
Faz, c Caõs, sôls is ls . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
Faz, u a az c  u  iini  . . . . . . . . . . . . . . . . . 230
Fca O rei de Ásine c u ôi a i . . . . . . . . . . . . . 195
Fica  u   iz   . Ua spja  a . . . . . . . . . . . . . . . 22 
Fica um :  u a ial, ua aaga . . . . . . . . . . . 11
cu-m ssa iala  l a 0
iui cata a ia ália aia . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
F a sica, u si,  u á  ais  . . . . . . . . . . . . . . 8

Fi  i u u cli   ul lc                137
Fis  vz g, svius  cçã                 111
Fi u lçã. S vl   g                   113
F i  s, stella mas                     206
F u vs  G  isil  s             251
F is ss, luz  ii                     115
Fôs , zi   cm qu ig              235
Fç é cv  Hisói c  équim  um          162
Fugis, u s ugi,  i                    161
F ui sc s ícs cm s u vói 61

Glói à ç    il l                 100

Há lg is  c  ósi is               164


Há muliõs à vl  u lj ssi                  173
Há u sc  u  sgi                  177
Há u sui à giã scci                      277
Há s o so  qulqu oism 62
Há s um cu sliáio  vi                   249
Há s u  sus shs já ã v is            32
Há u  séil qu ii  luciz                 149
Há u cslçã ã, um m                   56
Há u gi lgíi  qu lu                   190
Hi   ssi:  u i                 296
Ís jus, us ss  u vli                      126
Ís ss  s  sis .                  1 53
Igis s cls  Auils (u  A)            265
Iil isisi,  cis é icsívl                   107
Jus  c u  u Cv                  63
K Sug s ccus  Ai                 123

Kurt Gdel ôs seu tere ert                      294
Ldr s ces à lu e  cr fud                  166
Let, ed  luz rc  jestde                 278
Letes tuis ds ftes d lerç                 203
Leue  rdx, à justsiç                     1 47
Lge,  extre st duele dr gr              285
Lugres,  esss, chr  hri let               189
Lut c  stue órdic, tez                     48
"Luz ang éla e neg  lhe há de her dt  Mus           233
Mrihs esçtes trdse  eserld              169
Ms  rux ue ár  lt, ue isit                   195
Ms cuse  ue er ce, streld'l! 270
Ms tes de chegr t lge há ue descer               157
Ms  surres esrd d rceg                    194
Ms  ts dess eserç é crde                92
Ms st e etáfr gr, ue s s ds            158
Ms ct, ó crç,  históri iterrid               200
Ms er u r erfeit, r is ue fsse lhe           184
Ms est u  si  sl ! cseüete               232
Ms é tud etir, ess i exelr                 265
Ms fic  sluçr ssi, c ue es                267
Ms fi uel ued, de rest tul                    109
Ms fi et, c ue à rge desse istte           125
Ms j á gr  sei    Fic  esr s hrs              113
Ms já  uer s ier d itesidde                221
Ms rre  r, lez, jis u cr d           250
Ms  é ess  eeridde ue erdes                 288
Ms  é  r ue rilh à  de u hr 205
s   er  er Rel  Kll                   283
s  l e les r csuidde                  47
Ms ,  te eereçs  esr  idizel 69
31 9
as ã s asss a, qu aial 46
as  sâul aó ã  uia . . . . . . . . . . . . . . . . 58
as c  i a aa, aqul r . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
as qua ias uas ãs usaam s s . . . . . . . . . 266
as qu ia à algria s crs  clss . . . . . . . . . . . . . 1 1 9
as qu fu,  al, xaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243
as qu azã  sr sã  i . . . . . . . . . . . . . . . 169
as qu razã s   acria a a . . . . . . . . . . . . . . . . 71
as sã caaçõs a la  urar . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170
as s a caçã s s, se a caçã ciua . . . . . . . . . . 201
as s u sar  a, s u sar  ista . . . . . . . .  70
as ca- crar s co sil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 304
as ua açã ai   Oci . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
as ai ura, c u i camafu . . . . . . . . . . . . . . . . 2 7 1
lr aia, srá a a ua z . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
Men cas cisas ã s  izr . . . . . . . . . . . . . . . . 44
u aig salu c a lgâcia  aisa 186
u a u ai, u clai caar . . . . . . . . . . . . . 74
eu if é u lugar  guiarras azas . . . . . . . . . . . . . . . . 257
  fuári ao l Ou . . . . . . . . . . . . . . . . 142
us is baçs   aql rs, à alura . . . . . . . . . . 2 7
ia sara musical r ss cã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
iucis, c ss fis  u icl . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1 4
r ã la a ufria a sa . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
s a u . . . Ou a  u qu ria . . . . . . . . . . . . 184
uaas  u a c qu s  aira . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1 8
Musa a suçã, csã  sasr . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192
Na ia,  qu a Hsóia ra u ascu . . . .  . . . . . 222
Na la iaguz ral a ciaua . . . . . . . . . . . . . . .  . . 40
Na iuz a Hisóia a ua z u  . . . . . . .  . . . . . .  . 165
Nã a ias, aas a ca . . . . . . . . . . . . . . . .  . 139
Nã ca uia  ua algéica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100


Nã ls uca s gaara c fit . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Nã  aia a aiã  alsaar-t a va . . . . . . . . . . 1 O1
Nã  sria just u lausívl izr . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Nã ã a va aia iagiava  u . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
Nã ã a sti u si as ã irta . . . . . . . . . . . . . 3
Nã ã s trata  ua slã apas . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Nã u aitcr tauc  s rit . . . . . . . . . . . . . . . 81
Nã si izr s a srvi  âul crt . . . . . . . . . . . . . . . . 197
Nã t sti algu st sábi cslh . . . . . . . . . . . . . . . 205
Na fi ar a ncsta  ua crta clia . . . . . . . . . . . . . . . . 17
N a ã  louça é u  carich a Musa . . . . . . . . . . . . . 97
N tu s sfaz ana  tu u rsqíci 31
Nss quilíri ictta ssa ginástia . . . . . . . . . . . . . . 263
Nss lugar ssa avia  splr . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Nigué fará jaais a ra gaã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
N craã  ivr ua fha ivaga . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250
N tat ss istatâ é  ic rtrat . . . . . . . . . . . . . 78
N tat  it qua chi  razr . . . . . . . . . . . . . . . . 181
N spl  qu ci ss  vsõs a u aa . . . . . . . . 256
N fi as ctas  das ltas há  lar . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
N Nv Méxc a  ihas d buqurqu . . . . . . . . . . . . 295
N ásis xist sr u ã sria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207
Nós ncharcas vat l rvalh . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Nsss triufs sss rats  agu . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Ns trs a satsa táfra  Hr . . . . . . . . . . . . . 289
Ntast acrt  u  a bra . . . . . . . . . . . . 299
uca ixu  a ua aclia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Nus c Dus s fz s is rvs istats 77

O ais s srts até-s s isõs . . . . . . . . . . . . . . 15


O atat as visõs  luz qu fia . . . . . . . . . . . . . .  96
O ar é ua arála a istat trauã . . . . . . . . . . . . . . . 65
O ar alit é a itrruã  rívl . . . . . . . . . . . . . . . 183


O a aé é sica a passacaga, a giga              2 55
O sç  scaa csa a i               197
O sç auls qu a ala  az                  40
O jv ulia G ua a isat .               110
O al istaua a sica saa                     253
Ó uli aaiçã ó caia                    81
O  u ia  a aaiçã  s 35
O ásis é ágic  am cisa  ásis 206
O Oci s z  aaça a agia .                   144
O Oi õ  vv  um a .                    134
O al  aa u a agia  ?                    213
O u líi lt .  . O istat ivv .                 228
O âic a ala à  s méi                    295
O ássa câic  ígi  a .                  99
O az  az uciaçã  cas                  99
O qu  faz caa  at  qu  sata .         38
O qu s avas a t ó a a áa                119
O q s u c é  sagu qu svala .             90
O qu as az ss aiíci u .                   95
O sáti qu i.   Di c ua státua assim               177
O s é ua siçã; s  sç                  19
O s qu usca ua uia t s aaçs              182
O s qu scl  xíli  ada st  css            180
O sl ia cai  as ãs a flag .                55
Ó sliã cjuaçã  la 170
Ó sus a lza a ilésia vz                        108
O u líi caçã asc i                     307
O  assassia  sc qu assiala                235
O  i u ássa  a a igüia              41
O c a qu s aaça a gácil aia                61
O v u s á  az  ua sculua               228
Ó ia áca ó luisa iã  sgu                  309
O vsia a a gav  É  vazi                     267

sra ss a r rragia                  90
 aa agra a riç qu aaa uia              65
ra (iris) ajs  luz!  as ir                   64
Ora p nobs u  Sa rcaj Migul                    168
s arscs us  rzz a cç                  175
s cs  casa  larar    caraaa                 165
s ls  arl acular                         60
s és  r qu aara s m             297
s sigs a  iua qua ars             1 95
u srá mala  cuia?  r n ira                 230
ur a  G sbr  c mra               252
u u craç slag c  u rrau            0
u  u gri ó gir r  lumis                 308
u izr u ia   qu aarc 232
Pacr  caar s gar à sraza                   215
Para alcaçar a ralia a ala  m                  146
Para caar ara aciar qu u rnsss                 92
ara crar  caa cisa a ura ssêcia               215
Para br aqul n carics                      229
Par� qu izr ais? Niguém chga a sar 183
Páris ó mu ir amé s  jgu                51
assi só agra  la i r                    172
Psaia curaa sr  aqu  isa               1 35
Ps  liza Bis ia                       279
s  Par agra qu abé  saia             306
Ps a Cruz aural     s a rsis               176
Ps a sraa ca qu rõ B               1 45
Ps ssa ára  ua rualia                 216
Ps s árrs cas; a igura                     175
r la iuêcia u rssa ais!              35
Pr  ç laria ara!                    57
Pbr Mrcci! Ccu u a rar               258


 s u us assi, u ia,  i                288
is i u   aia, aci ug .             120
 ais u usu   igu,  c          178
 u aia? C  i  lica 33
u é iss, c iil, cc                37
u és iriá c aus ras 19
aica  âic, isisia  ala .                 123
iciias, laia,  a rcia .                   24
claaas as asas, lir  ci-las .                 286
al u  sr s iraqüiliza . . .  . . . . . . . . . . . 31
us a a a a sa i                    30
Qua a s aaiaa s  aa .                   241
Qua u  aiar  li caasr               298
Qua u g à gaa  ca qu cg .             222
Quaas zs, caç, cis s is s            111
Quaas zs s ls laa (c agra) .            106
Qa à a  s, a Hisóra, asara .                168
Qu i a ciç a ca q s rga 44
Qu azr  ua sa  aria, giia .                  33
Qu az? Qu iz à ala sa assi                 1
 Qu iu  sr tam quam non esset.  sss           141
Qu  ia ca u  car agra? 268
Qu   ar agra a cara .                  268
Qu ais iz? Qu arassas r acas               103
Q ais izr? Qu a ia a é a aça             1 27
Qu, s ca azr  isa a sclra 21O
Qu sigiica, a cária cia                      1 09
Qu  sa iz? Qu a  ccias .                 269
Qu  i a ç a sia                 24 
Qu sa  qu iss u iz? Ts u  .          163
Rcca  s  su  ii 212

Rcaás, ciac, u c aç 45
Rc, a é  a, agus as is                120
Rc u assi  cascaa a cascaha                   73
Rcsi- as õs  , caiáid                 264
Rs u,  a, alia  u a u lad          63
Ru à dsiaç s i d ad aa                1 8
Sas  u  ói ud  u dói aga                  203
Sacd aga a ii calira                     26
S as crrs a arasa a assaç                  275
S as dis aida  la ssas suias              126
S aula luz,  a, rsass  icl             52
S c  lri u aix as us is 258
S é circula ss assi sliái                        173
S u  dixi cai aas zs ii                  62
S u uisss az u  suçass as lauas              254
S u iha  u siái, u aacial               103
S fss só jgs d luz a placid                     37
S há ua sáua  sr, é a sua gaç 176
S  a ala la  ss passi                    172
S  dscs ss dia algus dgraus                 124
S  ais u dsr é idisial                  1 55
S  u al, ssa aliu lgáia                    68
 s as s  u ui chgad      .           7
S assi ds ciüa  das ês a ah 87
Sad d u  cus  cada hsiaç                  5
S as aés  u r, ó sua ia  . . . . . . . . . . . . . . . .  4
Sgu, u craç,  giassl csa                  202
Sguisia s as, agarss iir                  150
Si siar, c  siaa  su slad               22
S a laclia ds isas is                  162
S ais dsa algua, csai cig               2
S sus, xaia,  ua a jóia               66


S a ai, aaiaa                     23 7
Sia gg  u fi, iglífca                       138
Si, u i,  u la a a avia               160
Si,     fi qua acaa cig               208
Siga, c u véu ifa  vla 227
Si assa  lara                    161
Só c  Sial a Ba cral a sa               167
Sluçar a alavra  a qu uç ize                 273
Ss  c  aqul  sea agra                  302
Srria qua rrga,  alga vz                  4
Su  lq  Ri (  R Cri!)                23
Sua flia a qu rr era esa  . . . . . . . . . . . . . .  . .  04
Sua ia é a, a é aia  avss                   276
Su sa ava  caía  j  . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Sua-s q  a  aga a               29
Sug e  fu vaz   c  .  . . . . . . . . .  . . . . . . .  5
Su in extremis  gs                        27
Talvz f lr ca as esar ss               262
Talvz  lar rcba u ruls  éra              14
Talvz aa la u ia a ala                    2 1 7 
Talvz qu  rf agrs a Scíla                 238
T slêia aga é a ca aal                    98
T s c  a c li sf                 122
T ua laaja, caa ua a c                     243
T a cu,  s cli                  277
T az, u vla, a luz é cal                    287
Tei,  lga  luga, a cv                     17
Tu líi aé  as as aga                  308
Tu i ilar uulua                        67
Tia a fr lua éci  claria                  106
Ta aa, a a  ua quia 3
Tca a  lua, alucia  v                     1 1 2

Ta aua a  aaa ssu                    46
T   sus sass, suas cuas 121
Tasfgua-s  s a sa, à fnça                 112
Taas  sa c a âca 118
T  asca- au ca a az 76
Tu  a   c, Dus é a                  167
Tu s ansfgua u a a aga                    211
Tu  u fu u sufca as caa               242
Tu  s  xas , u n cssas             284
Tu, u as à fç aua fa                   87
Tu, u aas ssa us   afa                86
Tua é a ufa aga a ha as sauas                 199
Tua uz  a a cfu-s                 242
Tuas saçõs as naa s                    244
U  ós uuaa agua csa ass                 283
U a, a caçaa  ua a  ags                 246
U xcc  n as s as                305
U g n , u  acaça                    82
U gs a Bzâc, ua saa aza                174
U uga   U uga  u san abaças              80
U sa, u sagu xâ  aé              286
U s ass, xaa,  sa                    280
U u ca a s, Oss, Ma                 293
Ua guaa caa  açucas                     78
Ua s, ana a as  s as                83
U a z u sfa    Sfas  s s 56
Vas- a aga ua f  bac                  260
Vas- a a, u caç,  s                256
Va z u susas a ua                    125
Vas aassa,  susa  susa               39
Vas  c a s Va-s fa a fa             133


Vja  é ai m v um guaaa . . . . . . . . . . . . 98
Vj  cu qu havia  m  vag .             252
Vi ia cavalga cmig . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198
Vi a d vlaam-h   .                   274
Vi-  Kaua a úica vz  . . . . . . . . .  . . . . .  . . . . . 280
Viv- um ival cíu a hiaç . . . . . . . . . . . . . . . . 163
Vlam a àqul qua m qu a la . . . . . . .  . . . . . . 66
Vla aa a uc  vli a aabc . . . . . . . . . . . . . 293
Vlai a  au a ca a liç . . . . . . . . . . .  . . . . 36

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