Você está na página 1de 3

Universidade de Brasília

Disciplina: Introdução à Teoria Literária


Professor: Ricardo Araújo
Aluna: Beatriz Brito do Nascimento
Turma: E
Referências: Auerbach, Erich; Introdução aos estudos literários, São Paulo, Ed. Cultrix, “A
Filologia e suas diferentes formas”, pp. 11-42.

“A filologia é o conjunto das atividades que se ocupam metodicamente da linguagem do Homem


e das obras de arte escritas nessa linguagem.” (p. 11)

“A necessidade de constituir textos autênticos se faz sentir quando um povo de alta civilização
toma consciência dessa civilização e deseja preservar dos estragos do tempo as obras que lhe
constituem o patrimônio espiritual; salvá-las não somente do olvido como também das
alterações, mutilações e adições que o uso popular ou o desleixo dos copistas nelas introduzem
necessariamente.” (p. 11)

“[...] não há quase autor da Antiguidade cuja obra tenha chegado até nós inteira, e um número
considerável de livros importantes não existem senão numa única cópia, muito amiúde
fragmentária.” (p. 13)

“[...] desde a invenção da imprensa, o problema da edição crítica se coloca sobretudo em


relação às obras póstumas; devem-se acrescentar-lhes as obras de juventude, os esboços, as
primeiras redações, os fragmentos, que o escritor não julgou dignos de serem publicados; à
correspondência pessoal, as publicações suprimidas pela censura ou retiradas do comércio por
qualquer outra razão;” (p.16)

“[...] foi com base nos textos antigos que a gramática histórica, a história do desenvolvimento
das diferentes línguas, se pôde desenvolver;” (p. 17)

“A Linguística tem por objeto a estrutura da linguagem, aquilo que se denomina comumente de
gramática;” (p.18)

“O que há de comum em todas as concepções modernas é que elas consideram a linguagem,


antes de tudo, como a língua falada, como uma atividade humana e espontânea,
independentemente de todas as suas manifestações escritas; consideram-na sob todos os seus
aspectos, em toda a sua extensão geográfica e social; e consideram-na como uma coisa viva,
relacionada com o Homem e com os homens que a criam perpetuamente [...]” (p.19)

“Um linguista moderno sente-se tentando a desprezar um tanto seus antecessores, e sorrirá ao
ler uma gramática científica do começo do século XIX, em que o autor confunde o conceito de
som com o de caráter.” (p.19)

“O estudo do vocabulário se subdivide em duas partes: a Etimologia ou investigação da origem


das palavras, e a Semântica ou investigação de sua significação.” (p.20)

“Saussurre é conscientemente reacionário no sentido de que não aceita o ponto de vista


exclusivamente dinâmico da Linguística histórica moderna; institui, ao lado e mesmo acima dela,
uma Linguística estática, que descreve o estado de uma língua num momento dado, sem
considerações de ordem histórica;” (p.22)

“[...] para ele, a Linguística é uma parte da “Semiologia”, ciência que estuda a vida dos signos no
seio da vida social; e mesmo esta vida social tem, nele, um caráter assaz geral e abstrato.
Logrou Saussurre aprofundar as concepções do funcionamento da linguagem por via de um
sistema de classificações claramente definidas;” (p. 23)

“A microscopia dos fenômenos dialetais permitiu estudar mais de perto o funcionamento das
variações linguísticas e delas extrair observações gerais tão interessantes do ponto de vista da
Linguística pura quanto da História e da Sociologia.” (p. 24)

“A bibliografia, instrumento indispensável da ciência literária, compila relações de autores com


suas obras, e as compila da maneira a mais sistemática possível.” (p. 25)

“[...] a História é uma tentativa de reconstrução dos fenômenos no seu desenvolvimento, no


próprio espírito que o anima, e desejamos que o historiador da literatura explique como
determinado fenômeno literária pôde nascer, seja por influências antecedentes, seja pela
situação social, histórica e política de onde se originou, seja pelo gênio peculiar do seu autor; e
neste último caso, exigimos que nos faça sentir as raízes biográficas e psicológicas desse gênio
peculiar.”
(p. 31)

“O grupo positivista, [...], rejeita todo o misticismo na concepção da História e intenta aproximar
tanto quanto possível os métodos das pesquisas históricas dos das ciências naturais; visa
menos ao conhecimento das formas históricas individuais que das leis que governam a História.”
(p. 33)

“[...] os motivos espirituais pelos quais os românticos explicavam os fenômenos foram rejeitados
para um segundo plano ou mesmo postos de parte, e os fatos econômicos tomaram-lhes o
lugar; explicavam-se, por exemplo, as cruzadas não como por um ímpeto de entusiasmo
religioso, mas pelo interesse que alguns grupos poderosos, feudais e capitalistas, tinham por
uma expansão em direção do Oriente.” (p. 33)

“[...] se é verdade que os fatos materiais não bastam sempre e inteiramente para explicar os
fenômenos literários, é absurdo querer explicar estes sem levar em conta aqueles.” (pp. 33-34)

“[...] os métodos que o positivismo descobriu nos permitem situar mais exatamente os
fenômenos literários no quadro de sua época, estabelecer com maior precisão suas relações
com outras atividades contemporâneas, e completar as biografias dos autores com tudo quanto
a Ciência moderna, por exemplo a hereditariedade, possa fornecer.” (p. 34)

“As questões linguísticas são particularmente importantes nas discussões a respeito da


autenticidade das obras de atribuição duvidosa.” (p. 37)

“A explicação literária se aplica de preferência a um texto de extensão limitada, e parte de uma


análise por assim dizer microscópica de suas formas linguísticas e artísticas, dos motivos do
conteúdo e de sua composição;” (p. 40)

“A explicação de textos, malgrado seu método muito claramente circunscrito, pode servir a
intenções as mais diversas, segundo o gênero de textos que escolhamos e a atenção que
prestemos às diferentes observações que neles podemos fazer.” (p. 42)

Você também pode gostar