Você está na página 1de 13

Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ADMINISTRATIVO

Sumário
PONTO 13 - INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE: NOÇÕES GERAIS; TIPOLOGIA; FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE;
RESTRIÇÕES E LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS EM GERAL; TOMBAMENTO; OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA; REQUISIÇÃO;
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA; DESAPROPRIAÇÃO; TRATAMENTO CONSTITUCIONAL E INFRACONSTITUCIONAL;
FUNDAMENTOS E REQUISITOS; BENS EXPROPRIÁVEIS; COMPETÊNCIA; FASES E PROCEDIMENTOS; INDENIZAÇÃO;
IMISSÃO NA POSSE; DESISTÊNCIA DA DESAPROPRIAÇÃO; DESTINAÇÃO DOS BENS EXPROPRIADOS; RETROCESSÃO;
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA OU APOSSAMENTO ADMINISTRATIVO; EXPROPRIAÇÃO. ...................................................3
1. O QUE É INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE?.......................................................................................................................3
2. A INTERVENÇÃO ESTATAL NA PROPRIEDADE É FRUTO DO EXERCÍCIO DE QUAL PODER DO ESTADO?..............................3
3. QUAIS SÃO AS MODALIDADES DE INTERVENÇÕES DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA E QUAIS AS ESPÉCIES DESSAS
RESTRIÇÕES?.............................................................................................................................................................................. 3
4. O QUE É SERVIDÃO ADMINISTRATIVA? CITE EXEMPLOS....................................................................................................3
5. QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE A SERVIDÃO ADMINISTRATIVA E A SERVIDÃO PRIVADA?...................................................3
6. QUEM PODE INSTITUIR AS SERVIDÕES ADMINISTRATIVAS?...............................................................................................4
7. AS INTERVENÇÕES ADMINISTRATIVAS PODEM INCIDIR SOBRE BENS MÓVEIS OU DIREITOS?...........................................4
8. QUAIS AS FORMAS DE INSTITUIÇÃO DAS SERVIDÕES ADMINISTRATIVAS?........................................................................4
9. QUAIS AS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DAS SERVIDÕES ADMINISTRATIVAS?.........................................................................4
10. É CABÍVEL INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DA SERVIDÃO ADMINISTRATIVA?........................................................................4
11. QUAL É O PRAZO DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DA SERVIDÃO ADMINISTRATIVA?. . .4
12. O QUE É REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA? CITE EXEMPLOS...............................................................................................4
13. QUEM TEM COMPETÊNCIA PARA IMPLEMENTAR REQUISIÇÕES E QUEM TEM COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE O
INSTITUTO?................................................................................................................................................................................5
14. SOBRE QUAIS ESPÉCIES DE BENS PODEM INCIDIR AS REQUISIÇÕES?...............................................................................5
15. COMO SÃO INSTITUÍDAS E EXTINTAS AS REQUISIÇÕES?..................................................................................................5
16. É CABÍVEL INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DA REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA?....................................................................5
17. QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL DA PRETENSÃO DE INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DA REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA? 5
18. O QUE É OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA? CITE EXEMPLOS.......................................................................................................5
19. QUAL A PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE A REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA E A OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA?.......................6
20. É POSSÍVEL A OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA DE BENS MÓVEIS E DE SERVIÇOS?....................................................................6
21. QUAIS AS FORMAS DE INSTITUIÇÃO E DE EXTINÇÃO DA OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA?......................................................6
22. É CABÍVEL INDIDENIZAÇÃO EM VIRTUDA DE OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA?.........................................................................6
23. QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL DA PRETENSÃO DE INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DA OBRIGAÇÃO TEMPORÁRIA?.......6
24. O QUE SÃO LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS? CITE EXEMPLOS.........................................................................................6
25. QUAL É O OBJETO DAS LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS?.................................................................................................7
26. COMO SÃO INSTITUÍDAS E EXTINTAS AS LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS?.....................................................................7
27. É CABÍVEM INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DAS LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS?...............................................................7

1
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ADMINISTRATIVO
28. QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL DA PRETENSÃO DE INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DA LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA?..7
29. O QUE É TOMBAMENTO?.................................................................................................................................................7
30. QUEM TEM COMPETÊNCIA PARA PROMOVER O TOMBAMENTO E QUEM TEM COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE
ELE? 7
31. QUAL É O OBJETO DO TOMBAMENTO?............................................................................................................................8
32. O TOMBAMENTO PODE INCIDIR SOBRE BENS PÚBLICOS?................................................................................................8
33. COMO SE CLASSIFICA O TOMBAMENTO QUANTO AO PROCEDIMENTO NECESSÁRIO PARA SUA EFETIVAÇÃO?..............8
34. COMO SE CLASSIFICA O TOMBAMENTO QUANTO AOS SEUS EFEITOS?...........................................................................8
35. COMO SE CLASSIFICA O TOMBAMENTO QUANTO À AMPLITUDE OU ABRANGÊNCIA DO TOMBAMENTO?.....................8
36. COMO SE CLASSIFICA O TOMBAMENTO QUANTO AO ALCANCE SOBRE DETERMINADO BEM?.......................................8
37. COMO É INSTITUÍDO E CANCELADO O TOMBAMENTO?..................................................................................................9
38. É CABÍVEL INDENIZAÇÃO AO PROPRIETÁRIO DO BEM TOMBADO?..................................................................................9
39. QUAL O PRAZO PRESCRICIONAL DA PRETENSÃO DE INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DO TOMBAMENTO?...........................9
40. O QUE É DESAPROPRIAÇÃO?............................................................................................................................................9
41. QUAIS SÃO AS MODALIDADES DE DESAPROPRIAÇÃO? DISCORRA TAMBÉM SOBRE A COMPETÊNCIA E O CABIMENTO
DE INDENIZAÇÃO EM CADA UMA DELAS...................................................................................................................................9
42. QUAIS AS FASES DO PROCEDIMENTO DA DESAPROPRIAÇÃO...........................................................................................9
43. O QUE É DESAPROPRIAÇÃO POR ZONA?........................................................................................................................10
44. QUAIS SÃO OS REQUISITOS LEGAIS PARA A IMISSÃO PROVISÓRIA NA POSSE DO IMÓVEL NA AÇÃO DE
DESAPROPRIAÇÃO?................................................................................................................................................................. 10
45. O QUE O RÉU PODE ALEGAR EM SUA DEFESA E QUAL É A EXTENSÃO DO CONTROLE JUDICIAL?..................................10
46. O PROPRIETÁRIO TEM DIREITO DE EXIGIR QUE A DESAPROPRIAÇÃO PARCIAL SE TRANSFORME EM TOTAL (DIREITO DE
EXTENSÃO)?............................................................................................................................................................................. 10
47. COMO SE DÁ A INDENIZAÇÃO NA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO?...................................................................................10
48. SÃO CABÍVEIS JUROS MORATÓRIOS, COMPENSATÓRIOS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NA AÇÃO DE
DESAPROPRIAÇÃO?................................................................................................................................................................. 10
49. O AUTOR PODE DESISTIR DA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO? SE SIM, QUAIS OS REQUISITOS E AS CONSEQUÊNCIAS?. . .10
50. É OBRIGATÓRIA A INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO?.....................................11
51. QUANDO SE CONSUMA A TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE NA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO?.................................11
52. O QUE É RETROCESSÃO?.................................................................................................................................................11
53. O QUE É TREDESTINAÇÃO LÍCITA E ILÍCITA?....................................................................................................................11
54. O QUE É DESDETINAÇÃO E ADESTINAÇÃO?....................................................................................................................11
55. QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL PARA A PROPOSITURA DA AÇÃO DE RETROCESSÃO?...............................................12
56. O QUE É DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA?..........................................................................................................................12
57. QUEM TEM LEGITIMIDADE ATIVA PARA A PROPOSITURA DA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA?.........................12
58. QUAL É O FORO COMPETENTE PARA O PROCESSAMENTO E O JULGAMENTO DA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO
INDIRETA?................................................................................................................................................................................ 12
59. QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL PARA A AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA?......................................................12
2
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ADMINISTRATIVO

PONTO 13 - INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE: NOÇÕES GERAIS; TIPOLOGIA; FUNÇÃO SOCIAL


DA PROPRIEDADE; RESTRIÇÕES E LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS EM GERAL; TOMBAMENTO;
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA; REQUISIÇÃO; SERVIDÃO ADMINISTRATIVA; DESAPROPRIAÇÃO;
TRATAMENTO CONSTITUCIONAL E INFRACONSTITUCIONAL; FUNDAMENTOS E REQUISITOS;
BENS EXPROPRIÁVEIS; COMPETÊNCIA; FASES E PROCEDIMENTOS; INDENIZAÇÃO; IMISSÃO NA
POSSE; DESISTÊNCIA DA DESAPROPRIAÇÃO; DESTINAÇÃO DOS BENS EXPROPRIADOS;
RETROCESSÃO; DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA OU APOSSAMENTO ADMINISTRATIVO;
EXPROPRIAÇÃO.

1. O QUE É INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE?


É a prorrogativa do Estado de impor restrições e condicionamentos razoáveis à propriedade alheia para
atender o interesse público.

2. A INTERVENÇÃO ESTATAL NA PROPRIEDADE É FRUTO


DO EXERCÍCIO DE QUAL PODER DO ESTADO?
É fruto do poder de polícia.

3. QUAIS SÃO AS MODALIDADES DE INTERVENÇÕES DO


ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA E QUAIS AS
ESPÉCIES DESSAS RESTRIÇÕES?
As intervenções do Estado na propriedade alheia podem ser divididas em dois grupos: a) intervenções
restritivas ou brandas: O Estado impõe restrições e condições à propriedade, sem retirá-la do seu titular.
Espécies: servidão, requisição, ocupação temporária, limitações e tombamento; e b) intervenções supressivas ou
drásticas: O Estado retira a propriedade do seu titular originário, transferindo-a para o seu patrimônio, com o
objetivo de atender o interesse público. Espécies: diferentes espécies de desapropriações.

4. O QUE É SERVIDÃO ADMINISTRATIVA? CITE EXEMPLOS.


É o direito real público que permite a utilização da propriedade alheia pelo Estado ou por seus
delegatários com o objetivo de atender o interesse público. Ex: servidão de passagem instituída sobre o imóvel
particular para permitir a passagem de ambulância de determinado hospital público; servidão para passagem de
oleodutos ou aquedutos; servidão para instalação de placas informativas (nomes de ruas etc.); passagem de fios
elétricos por propriedade alheia.

5. QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE A SERVIDÃO


ADMINISTRATIVA E A SERVIDÃO PRIVADA?

3
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ADMINISTRATIVO
As servidões administrativas fundamentam-se no interesse público e são reguladas, primordialmente, por
normas de direito público. As servidões privadas atendem interesses privados e são regidas por normas de
direito privado.

6. QUEM PODE INSTITUIR AS SERVIDÕES


ADMINISTRATIVAS?
Podem ser instituídas pelo Poder Público ou por seus delegatários. Nesse último caso, os delegatários
dependem de autorização legal ou negocial para promover os atos necessários à efetivação da servidão e serão
responsáveis pelas respectivas indenizações.

7. AS SERVIDÕES ADMINISTRATIVAS PODEM INCIDIR


SOBRE BENS MÓVEIS OU DIREITOS?
Não. Elas incidem apenas sobre bens imóveis. Não há servidão sobre bens móveis ou direitos.

8. QUAIS AS FORMAS DE INSTITUIÇÃO DAS SERVIDÕES


ADMINISTRATIVAS?
As servidões administrativas podem ser instituídas por meio das seguintes formas: a) acordo; b) sentença
judicial e c) usucapião. Há divergência doutrinária sobre a possibilidade de instituição de servidão administrativa
por meio de lei. 1ª Posição: a servidão somente pode ser instituída por acordo ou sentença judicial, precedida do
decreto de utilidade pública, não sendo possível a instituição por meio de lei (José dos Santos Carvalho Filho e
Marçal Justen Filho). 2ª Posição: é possível a instituição de servidão por meio de lei. Exemplos: servidão sobre as
margens dos rios navegáveis, servidão ao redor de aeroportos (Maria Sylvia Zanella Di Pietro e Hely Lopes
Meirelles).

9. QUAIS AS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DAS SERVIDÕES


ADMINISTRATIVAS?
As servidões são consideradas, em regra, perpétuas, não havendo prazo de duração estipulado pelas
partes. Elas devem perdurar enquanto houver a necessidade de satisfação do interesse público que justificou a
sua instituição. Contudo, é possível apontar algumas hipóteses de extinção da servidão: a) desaparecimento do
bem gravado (ex: inundação permanente do imóvel objeto da servidão de trânsito); b) incorporação do bem
serviente ao patrimônio público (a servidão pressupõe necessariamente dois prédios titularizados por pessoas
diferentes; c) desafetação do bem dominante (ex: desafetação do imóvel que era utilizado como hospital
público).

10. É CABÍVEL INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DA SERVIDÃO


ADMINISTRATIVA?
Sim. Contudo, ela somente será devida se houver comprovação do dano pelo particular.

4
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ADMINISTRATIVO
11. QUAL É O PRAZO DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE
INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DA SERVIDÃO
ADMINISTRATIVA?
5 anos (art. 10, parágrafo único, do Decreto-lei 3.365/1941.

12. O QUE É REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA? CITE


EXEMPLOS.
É a intervenção autoexecutória na qual o Estado utiliza-se de bens imóveis, móveis e serviços de
particulares no caso de iminente perigo público. Ex: requisição de hospitais privados, serviços médicos e de
ambulâncias em razão de epidemia para tratamento dos doentes; requisição de barcos e de ginásios privados na
hipótese de inundação para salvamento e alojamento dos desabrigados.

13. QUEM TEM COMPETÊNCIA PARA IMPLEMENTAR


REQUISIÇÕES E QUEM TEM COMPETÊNCIA PARA
LEGISLAR SOBRE O INSTITUTO?
Todos os Entes federados podem se valer das requisições administrativas, mas a competência legislativa
é exclusivamente reconhecida à União, na forma do art. 22, III, da CF.

14. SOBRE QUAIS ESPÉCIES DE BENS PODEM INCIDIR AS


REQUISIÇÕES?
As requisições administrativas incidem sobre bens imóveis, móveis e serviços particulares. Apenas a
propriedade “particular” pode ser objeto da requisição administrativa. O STF, ao analisar a requisição federal de
hospitais públicos, entendeu que a requisição administrativa tem por objeto, em regra, os bens e os serviços
privados (art. 5º, XXV, da CF) e que a requisição de bens e serviços públicos possui caráter excepcional e somente
pode ser efetivada após a observância do procedimento constitucional para declaração formal do Estado de
Defesa e do Estado de Sítio. Não é possível, destarte, a requisição de bens públicos em situação de normalidade
institucional.

15. COMO SÃO INSTITUÍDAS E EXTINTAS AS REQUISIÇÕES?


Em razão do estado de necessidade pública, o Poder Público possui a prerrogativa de requisitar bens e
serviços para afastar o iminente perigo público, independentemente de processo administrativo prévio. A
emergência da situação justifica a autoexecutoriedade da medida. Enquanto perdurar o perigo iminente, a
requisição permanecerá válida. Considera-se, portanto, extinta a requisição quando desaparecer a situação de
perigo.

16. É CABÍVEL INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DA REQUISIÇÃO


ADMINISTRATIVA?
O art. 5º, XXV, da CF, ao tratar da requisição, assegura ao proprietário do bem requisitado “indenização
ulterior, se houver dano”. Verifica-se, destarte, que a indenização apresenta, no caso, duas características: a) é

5
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ADMINISTRATIVO
eventual: está condicionada à efetiva comprovação do dano; e b) somente será efetivada ulteriormente, ou
seja, após a requisição do bem.

17. QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL DA PRETENSÃO DE


INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DA REQUISIÇÃO
ADMINISTRATIVA?
5 anos (art. 10, parágrafo único, do Decreto-lei 3.365/1941.

18. O QUE É OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA? CITE EXEMPLOS.


É a intervenção branda por meio da qual o Estado ocupa, por prazo determinado e em situação de
normalidade, a propriedade privada para execução de obra pública ou a prestação de serviços públicos. Ex:
ocupação temporária de terreno privado para alojamento de operários e alocação de máquinas com o objetivo
de realizar a pavimentação de estradas; utilização de escolas privadas para alocação de urnas de votação e de
pessoal (mesários etc) em época de eleições.

19. QUAL A PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE A REQUISIÇÃO


ADMINISTRATIVA E A OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA?
A requisição pressupõe perigo público iminente (estado de necessidade) e a ocupação temporária pode
ser utilizada regularmente pelo Poder Público.

20. É POSSÍVEL A OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA DE BENS


MÓVEIS E DE SERVIÇOS?
Normalmente, a ocupação temporária tem por objeto o bem imóvel do particular, necessário para
execução de obra pública ou a prestação de serviços públicos. Existe controvérsia em relação à possibilidade
de ocupação temporária de bens móveis e de serviços. 1ª Posição: somente o bem imóvel pode ser ocupado
temporariamente, tendo em vista que o art. 36 do Decreto-lei 3.365/1941 utilizou a expressão “terrenos não
edificados” (José dos Santos Carvalho Filho e Diógenes Gasparini). 2ª Posição: a ocupação temporária tem por
objeto bens imóveis, móveis e serviços (Marçal Justen Filho).

21. QUAIS AS FORMAS DE INSTITUIÇÃO E DE EXTINÇÃO DA


OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA?
Parte da doutrina afirma o caráter autoexecutável da ocupação temporária. Outros autores entendem
que as formalidades da ocupação temporária dependem da modalidade de ocupação: a) ocupação temporária
vinculada à desapropriação: é imprescindível ato formal de instituição (decreto) e b) ocupação temporária
desvinculada da desapropriação: a ocupação é autoexecutável e dispensa ato formal. A ocupação temporária
deve ser efetivada, em regra, por prazo determinado. Expirado o prazo da ocupação, cessa a intervenção. Caso
não haja prazo prefixado, a ocupação cessará com a execução da obra ou do serviço que justificou a sua
instituição.

6
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ADMINISTRATIVO
22. É CABÍVEL INDIDENIZAÇÃO EM VIRTUDA DE
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA?
Parcela da doutrina sustenta que a indenização será sempre devida se a ocupação temporária estiver
vinculada ao processo de desapropriação, tendo em vista o art. 36 do Decreto-lei 3.365/1941. Todavia, em
relação às ocupações temporárias desvinculadas da desapropriação, a indenização somente será devida se
houver efetiva comprovação do prejuízo pelo particular.

23. QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL DA PRETENSÃO DE


INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DA OBRIGAÇÃO
TEMPORÁRIA?
5 anos (art. 10, parágrafo único, do Decreto-lei 3.365/1941.

24. O QUE SÃO LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS? CITE


EXEMPLOS.
São restrições estatais impostas por atos normativos à propriedade, que acarretam obrigações
negativas e positivas aos respectivos proprietários, com o objetivo de atender a função social da propriedade.
Ex: limites de altura para os prédios (gabarito de prédios); obrigação de permitir o ingresso de agentes de
fiscalização tributária e da vigilância sanitária; obrigação de instalar extintores de incêndio nos prédios;
parcelamento e edificação compulsórios de terrenos para atender a função social delimitada no Plano Diretor.

25. QUAL É O OBJETO DAS LIMITAÇÕES


ADMINISTRATIVAS?
O objeto das limitações administrativas é amplo, englobando os bens (móveis e imóveis) e os serviços.
As limitações incidem sobre as propriedades e as atividades privadas.

26. COMO SÃO INSTITUÍDAS E EXTINTAS AS LIMITAÇÕES


ADMINISTRATIVAS?
As limitações administrativas são impostas, primariamente, por lei e, secundariamente, por atos
administrativos normativos. A extinção das limitações ocorre com a revogação da legislação ou dos atos
normativos.

27. É CABÍVEM INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DAS


LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS?
As limitações administrativas não geram, em regra, o dever de indenizar, pois as restrições à
propriedade são fixadas de maneira genérica e abstrata. Todavia, as limitações administrativas serão,
excepcionalmente, indenizáveis quando: a) acarretarem danos desproporcionais ao particular ou grupo de
particulares; e b) configurarem verdadeira desapropriação indireta.

7
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ADMINISTRATIVO
28. QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL DA PRETENSÃO DE
INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DA LIMITAÇÃO
ADMINISTRATIVA?
5 anos (art. 10, parágrafo único, do Decreto-lei 3.365/1941.

29. O QUE É TOMBAMENTO?


É a intervenção estatal restritiva que tem por objeto proteger o patrimônio cultural brasileiro.

30. QUEM TEM COMPETÊNCIA PARA PROMOVER O


TOMBAMENTO E QUEM TEM COMPETÊNCIA PARA
LEGISLAR SOBRE ELE?
Todos os entes federados possuem competência para promover o tombamento. Em relação à
competência legislativa, o art. 24, VII, da CF prevê a competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito
Federal para legislarem sobre “proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico”. A
União, nesse caso, deve elaborar as normas gerais (art. 24, § 1º, da CF). Questão controvertida refere-se à
competência legislativa dos Municípios em matéria de tombamento. 1ª Posição: os Municípios não possuem
competência para legislarem sobre tombamento, pois a Constituição reconheceu apenas a competência
legislativa concorrente aos demais Entes federados (art. 24, VII, da CF) (Diógenes Gasparini e Maria Sylvia Zanella
Di Pietro). 2ª Posição: há competência legislativa dos Municípios em matéria de tombamento, pois o art. 24, VII,
deve ser interpretado em consonância com os arts. 23, III, e 30, I, II e IX, da CF. Os municípios podem legislar
sobre tombamento levando em consideração o interesse local ou, em caráter suplementar, a legislação federal e
estadual (José dos Santos Carvalho Filho, Diogo de Figueiredo Moreira Neto e Tércio Sampaio Ferraz Junior).

31. QUAL É O OBJETO DO TOMBAMENTO?


O objeto do tombamento é o mais amplo possível, incluindo os bens imóveis (ex: igreja secular) e
móveis (ex: quadro histórico).

32. O TOMBAMENTO PODE INCIDIR SOBRE BENS


PÚBLICOS?
Sim. É o tombamento de ofício previsto no art. 5º do Decreto-lei 25/1937. Há controvérsia, no entanto,
em relação ao tombamento de bens públicos “de baixo para cima” (tombamento de bens federais por Estados e
tombamento de bens federais e estaduais por Municípios). 1ª Posição: impossibilidade de tombamento dos bens
públicos dos Entes “maiores” pelos Entes “menores”. O tombamento deve seguir a lógica da supremacia do
interesse: o interesse nacional (bens federais) prevalece sobre o interesse regional (bens estaduais) que, por sua
vez, se sobrepõe ao interesse local (bens municipais). Aplica-se, por analogia, o art. 2º, § 2º, do Decreto-lei
3.365/1941, que consagra a hierarquia desses interesses na desapropriação (José dos Santos Carvalho Filho). 2ª
Posição: os Municípios podem tombar bens públicos estaduais e federais, assim como os Estados podem tombar
bens públicos federais (entendimento do STJ).

8
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ADMINISTRATIVO
33. COMO SE CLASSIFICA O TOMBAMENTO QUANTO AO
PROCEDIMENTO NECESSÁRIO PARA SUA EFETIVAÇÃO?
Tombamento de ofício: é o tombamento de bens públicos que se instrumentaliza de ofício pelo Ente
federado que deve enviar notificação à entidade proprietária do bem. Tombamento voluntário: é realizado
mediante consentimento, expresso ou implícito, do proprietário. Tombamento compulsório: é aquele realizado
contra a vontade do proprietário.

34. COMO SE CLASSIFICA O TOMBAMENTO QUANTO AOS


SEUS EFEITOS?
Tombamento provisório: os efeitos do tombamento são antecipados para se proteger o bem durante o
processo administrativo. Tombamento definitivo: é aquele verificado após a conclusão do processo de
tombamento.

35. COMO SE CLASSIFICA O TOMBAMENTO QUANTO À


AMPLITUDE OU ABRANGÊNCIA DO TOMBAMENTO?
Tombamento individual: refere-se a bem determinado. Tombamento geral: tem por objeto todos os
bens situados em um bairro ou cidade.

36. COMO SE CLASSIFICA O TOMBAMENTO QUANTO AO


ALCANCE SOBRE DETERMINADO BEM?
Tombamento total: quando a totalidade do bem é tombado. Tombamento parcial: quando apenas parte
do bem é tombado.

37. COMO É INSTITUÍDO E CANCELADO O TOMBAMENTO?


É instituído após regular processo administrativo com respeito aos princípios da ampla defesa e do
contraditório, com a inscrição do bem no Livro do Tombo. Discute-se a possibilidade de instituição do
tombamento por meio da lei.

38. É CABÍVEL INDENIZAÇÃO AO PROPRIETÁRIO DO BEM


TOMBADO?
Sim. Contudo, ela depende, necessariamente, da comprovação do respectivo prejuízo.

39. QUAL O PRAZO PRESCRICIONAL DA PRETENSÃO DE


INDENIZAÇÃO EM VIRTUDE DO TOMBAMENTO?
5 anos (art. 10, parágrafo único, do Decreto-lei 3.365/1941).

40. O QUE É DESAPROPRIAÇÃO?


É a intervenção do Estado na propriedade alheia, transferindo-a, compulsoriamente e de maneira
originária, para o seu patrimônio, com fundamento no interesse público e após o devido processo legal,
normalmente mediante indenização.
9
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ADMINISTRATIVO
41. QUAIS SÃO AS MODALIDADES DE DESAPROPRIAÇÃO?
DISCORRA TAMBÉM SOBRE A COMPETÊNCIA E O
CABIMENTO DE INDENIZAÇÃO EM CADA UMA DELAS.
Desapropriação por utilidade pública, necessidade pública ou interesse social é a modalidade cuja
competência é atribuída a todos os Entes federados. Sempre será devida a indenização prévia, justa e em
dinheiro. Desapropriação urbanística refere-se ao imóvel localizado na área urbana que não atende a respectiva
função social (imóvel não edificado, subutilizado ou não utilizado). Possui caráter sancionatório (subsidiário). A
competência é atribuída ao Município ou Distrito Federal. A indenização é paga em títulos da dívida pública,
resgatáveis em até 10 anos. Desapropriação rural refere-se ao imóvel rural que não atende a sua função social,
conforme dispõe o art. 184 da CF. Possui caráter sancionatório e finalidade específica (reforma agrária). A
competência é atribuída à União. A indenização é paga em títulos da dívida agrária, resgatáveis em até 20 anos.
Expropriação confiscatória é a expropriação de propriedade rurais e urbanas de qualquer região do País onde
forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo, na forma da lei,
que serão destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao
proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º
da CF. A competência é atribuída à União.

42. QUAIS AS FASES DO PROCEDIMENTO DA


DESAPROPRIAÇÃO
Fase declaratória: o Poder Público declara a necessidade de desapropriação de determinado bem para o
atendimento do interesse público, iniciando o procedimento de desapropriação. Fase executória: adoção dos
atos materiais (concretos) pelo Poder Público ou seus delegatários, devidamente autorizados por lei ou contrato,
com o intuito de consumar a retirada da propriedade do proprietário originário.

43. O QUE É DESAPROPRIAÇÃO POR ZONA?


É a desapropriação que abrange a área contígua necessária ao desenvolvimento de obras públicas e as
zonas que se valorizarem extraordinariamente, em decorrência da realização do serviço.

44. QUAIS SÃO OS REQUISITOS LEGAIS PARA A IMISSÃO


PROVISÓRIA NA POSSE DO IMÓVEL NA AÇÃO DE
DESAPROPRIAÇÃO?
Declaração de urgência e depósito prévio.

45. O QUE O RÉU PODE ALEGAR EM SUA DEFESA E QUAL É A


EXTENSÃO DO CONTROLE JUDICIAL?
A discussão somente poderá ter por objeto a existência de eventual vício processual e o preço.

46. O PROPRIETÁRIO TEM DIREITO DE EXIGIR QUE A


DESAPROPRIAÇÃO PARCIAL SE TRANSFORME EM
TOTAL (DIREITO DE EXTENSÃO)?
10
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ADMINISTRATIVO
Sim. Quando a parte remanescente, de forma isolada, não possuir valoração ou utilidade econômica
razoável. Evita-se, dessa forma, que o proprietário, na prática, perca a integralidade da propriedade com o
recebimento de indenização parcial.

47. COMO SE DÁ A INDENIZAÇÃO NA AÇÃO DE


DESAPROPRIAÇÃO?
Ela deve ser prévia, justa e em dinheiro, englobando os danos emergentes, os lucros cessantes, as
despesas processuais, os juros, a correção monetária e os honorários advocatícios.

48. SÃO CABÍVEIS JUROS MORATÓRIOS, COMPENSATÓRIOS


E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NA AÇÃO DE
DESAPROPRIAÇÃO?
Juros moratórios e compensatórios sim. Os primeiros têm por objetivo recompor os prejuízos pelo atraso
no efetivo pagamento da indenização. Os segundos têm por objetivo compensar a perda prematura da posse do
bem, em decorrência da imissão provisória na posse. Os honorários advocatícios somente serão devidos se o
valor fixado na sentença for superior ao valor ofertado pelo Poder Público na fase administrativa. Os honorários
são fixados entre 0,5% e 5% do valor da diferença.

49. O AUTOR PODE DESISTIR DA AÇÃO DE


DESAPROPRIAÇÃO? SE SIM, QUAIS OS REQUISITOS E AS
CONSEQUÊNCIAS?
Sim. O autor pode desistir da desapropriação. Requisitos: a) somente é possível até o pagamento, ainda
que parcial, da indenização fixada na sentença. Em verdade, a desistência não é possível após o trânsito em
julgado da sentença, sobre pena de transformar o pedido de desistência em sucedâneo da ação rescisória; b)
devolução do bem nas mesmas condições em que ele foi retirado do particular. Consequências: a) o Poder
Público deve indenizar o proprietário por meio de ação de indenização autônoma; e b) a sentença de extinção do
processo de desapropriação deve condenar o Poder Público ao pagamento das despesas processuais e dos
honorários advocatícios.

50. É OBRIGATÓRIA A INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO


PÚBLICO NA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO?
Há discussão doutrinária sobre a necessidade de intervenção do Ministério Público nas ações de
desapropriação, especialmente em virtude da ausência de tratamento do assunto no Decreto-lei 3.365/1941.
1ª Posição: é obrigatória a intervenção do MP, na forma do art. 178, I, do CPC/2015, equivalente ao art. 82, III, do
CPC/1973, tendo em vista a presença de interesse público, na supressão estatal do direito fundamental de
propriedade, bem como pela aplicação analógica do art. 18, § 2º, da LC 76/1993, que exige a intervenção
ministerial nas ações de desapropriação de imóvel rural para fins de reforma agrária. 2ª Posição (majoritária): a

11
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ADMINISTRATIVO
intervenção do MP não é obrigatória, em razão da ausência de norma legal nesse sentido, salvo na ação de
desapropriação rural para fins de reforma agrária (José Carlos de Moraes Salles, STJ e CNMP).

51. QUANDO SE CONSUMA A TRANSFERÊNCIA DA


PROPRIEDADE NA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO?
Consuma-se com o pagamento da indenização. No momento em que o Poder Público deposita o preço,
ocorre a transferência da propriedade.

52. O QUE É RETROCESSÃO?


É o direito de o expropriado exigir a devolução do bem desapropriado que não foi utilizado pelo Poder
Público para atender o interesse público. Apenas a tredestinação ilícita acarreta a retrocessão.
QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL PARA A PROPOSITURA DA AÇÃO DE RETROCESSÃO?
10 anos, na forma do art. 205 do CC/2002, tendo em vista a inexistência de prazo prescricional específico
e a inexistência de distinção entre ações pessoais e reais para fins de prescrição.

53. O QUE É TREDESTINAÇÃO LÍCITA E ILÍCITA?


Tredestinação lícita é quando o Poder Público não satisfaz o interesse público previsto no decreto
expropriatório, mas sim outro interesse público. Tredestinação ilícita ocorre quando o expropriante, em vez de
atender o interesse público, utiliza o bem para satisfazer interesses privados.

54. O QUE É DESDESTINAÇÃO E ADESTINAÇÃO?


A desdetinação envolve a supressão da afetação do bem desapropriado. Na hipótese, o bem
desapropriado é inicialmente afetado ao interesse público, mas, posteriormente, ocorre a desafetação.
Adestinação é a ausência de qualquer destinação ao bem desapropriado, revelando hipótese de completa
omissão do Poder Público.

55. QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL PARA A


PROPOSITURA DA AÇÃO DE RETROCESSÃO?
Aplica-se o prazo de 10 anos, na forma do art. 205 do CC, tendo em vista a inexistência de prazo
prescricional específico e a inexistência de distinção entre ações pessoais e reais para fins de prescrição.

56. O QUE É DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA?


É a desapropriação que não observa o devido processo legal. Trata-se de uma ação indenizatória
proposta em face do Poder Público, com fundamento na retirada substancial dos poderes inerentes da
propriedade privada.

57. QUEM TEM LEGITIMIDADE ATIVA PARA A


PROPOSITURA DA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO
INDIRETA?

12
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ADMINISTRATIVO
O proprietário do Imóvel. Caso ele seja casado, deverá o seu cônjuge comparecer em juízo, sob pena de
extinção/invalidação do processo.

58. QUAL É O FORO COMPETENTE PARA O


PROCESSAMENTO E O JULGAMENTO DA AÇÃO DE
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA?
A ação deve ser proposta no foro da situação da coisa (fórum rei sitae), na forma do art. 47 do CPC/2015,
equivalente ao art. 95 do CPC/1973.

59. QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL PARA A AÇÃO DE


DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA?
A pretensão prescreve com o decurso do tempo necessário para consumação do usucapião
extraordinário (sem justo título e sem boa-fé), pois o bem somente será adquirido formalmente pelo Poder
Público com o pagamento (compra e venda) ou com a consumação do usucapião (art. 1.238 do CC).

13

Você também pode gostar