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Teatro Vicentino

O teatro vicentino é o nome dado aos textos teatrais produzidos pelo


dramaturgo português Gil Vicente durante o período denominado Humanismo
(1434-1527).

O teatro vicentino tem início em 1502, quando ele apresentou sua peça o
“Monólogo do vaqueiro”, também chamado de “Auto da visitação”.

Posto que a maior parte de suas peças possuem teor satírico, vale lembrar
uma das mais célebres frases do dramaturgo: “Rindo se castigam os
costumes”.

Lembre-se que o humanismo determina uma fase de transição entre o


trovadorismo e o classicismo. Ou seja, é o momento que marca o fim da Idade
Média e o início da Idade Moderna.

As principais características do humanismo é a valorização do ser humano,


com o advento do pensamento antropocêntrico (homem no centro do mundo)
no período renascentista.

Quem foi Gil Vicente?


Gil Vicente (1465-1536) nasceu em Guimarães, cidade no norte de Portugal,
sendo um dos nomes mais importantes do humanismo português.

Foi poeta, no entanto, se destacou no teatro com a produção de diversas


peças, sobretudo os autos e as farsas.

É por isso, considerado o “Pai do Teatro Português” e de sua obra, merecem


destaque: Auto da Visitação, O Velho da Horta, Auto da Barca do Inferno e a
Farsa de Inês Pereira.

Características do Teatro Vicentino


Retrato da sociedade portuguesa
Teatro de costumes
Crítica social
Obra de caráter universal
Influência do antropocentrismo
Contexto do renascimento
Presença de temas de cultura popular
Personagens caricaturadas e alegóricas
Perfil psicológico das personagens
Presença de humor e comicidade
Elementos alegóricos e místicos
Caráter moralizante e satírico
Temas pastoris, cotidianos, profanos e religiosos
Exemplo
Para compreender melhor a linguagem utilizada pelo dramaturgo, segue abaixo
um trecho de uma de suas obras mais emblemáticas:

Auto da Barca do Inferno


“DIABO À barca, à barca, houlá!
que temos gentil maré!
- Ora venha o carro a ré!
COMPANHEIRO Feito, feito!
Bem está!
Vai tu muitieramá,
e atesa aquele palanco
e despeja aquele banco,
pera a gente que virá.
À barca, à barca, hu-u!
Asinha, que se quer ir!
Oh, que tempo de partir,
louvores a Berzebu!
- Ora, sus! que fazes tu?
Despeja todo esse leito!
COMPANHEIRO Em boa hora! Feito, feito!
DIABO Abaixa aramá esse cu!”

Para complementar sua pesquisa, veja também os artigos:

Humanismo
Renascimento
A Linguagem do Humanismo
Origens da Literatura Portuguesa

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