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GIL VICENTE E O TEATRO

VICENTINO

1.Manifestações teatrais pré-vicentinas


Manifestações teatrais pré-vicentinas
Podemos considerar Gil Vicente como o fundador do teatro português, já que não há, em Portugal,
qualquer registo de peça de teatro como composição literária anterior a este autor.
Há, no entanto, referências a representações teatrais, sobretudo de carácter popular, protagonizadas
por jograis e outros saltimbancos que faziam pantomimas, habilidades, malabaris- mos teatro com
bonifrates e se mascaravam de outras pessoas ou animais.

A.Teatro de carácter religioso


 Mistérios ou dramas litúrgicos - peças baseadas em episódios bíblicos;
 Laudes - cânticos dialogados sobre os evangelhos;
 Milagres - cenas da vida dos santos e seus milagres;

B.Teatro de carácter profano


 Farsas - peças de carácter satírico e popular, em que se zombava de forma exagerada,
explorando o cómico através dos defeitos, dos vícios e das fraquezas de diversas figuras da
sociedade;
 Momos e entremezes - pequenas representações de carácter satírico, envolvendo mi- mica, em
que os atores se podiam disfarçar de animais.

2.Vida e obra de Gil Vicente


Em 1502 representou a sua primeira peça, o Mono- logo do Vaqueiro, perante a rainha D.Maria.
O Auto Pastoril Castelhano (1502) e o Auto dos Reis Magos (1503) obtiveram tanto sucesso que a
carreira de Gil Vicente como dramaturgo estava lançada.
Até à data da sua morte, em 1536 ou 1537, produziu cerca de quarenta peças teatrais, que foram
compiladas pelo seu filho Luís Vicente, em 1562, sob o título Copilaçam de todalas obras de Gil
Vicente. Eis algumas peças emblemáticas de Gil Vicente: 1509 - Auto da India 1521 - Cortes de
Júpiter 1515 - Quem tem Farelos?
 Currículo: Lara Andrade

2.1.Evolução do teatro vicentino


A sua primeira peça, Auto da visitação (ou Monólogo do Vaqueiro), representada em 1502, deu a
tónica à sua primeira fase, centrada no auto pastoril e em outras representações de
conteúdo religioso, sob a influência do dramaturgo espanhol Juan del Encina.
partir de 1521, o teatro vicentino, além dos motivos pastoris, satíricos e patrióticos, alarga-se a
enredos nove- lescos (cuja ação se baseia nas histórias do ciclo bretão, por exemplo, Amadis de
Gaula) e a alegorias de grande aparato cénico, animadas de espírito patriótico (Cortes de Júpiter,
Frágua de Amor...).

2.2..A triologia Auto das barcas


A.Auto da Barca do Inferno
Como lugar deste julgamento é escolhido um profundo braço de mar (a água como símbolo da
passagem da vida para a morte e da purificação) onde estão dois arrais: um conduz a Barca da
Glória (o Anjo), outro, a Barca do Inferno (o Diabo). Por este porto vão passar diversas almas
que terão de enfrentar um tribunal, esgrimir argu- mentos de defesa, constituindo-se como
advogados em causa própria, e enfrentar os argumentos do Anjo e o Diabo que surgem como
advogados de acusação.

B.Auto da Barca do Purgatório


Todos os defuntos pretendem embarcar na barca do Anjo.
O Lavrador, a regateira Marta Gil, o Pastor e a Pastora (representantes do povo) são condenados a
expiar os seus pecados no Purga- tório.

C.Auto da Barca da Glória


0 Auto da Barca da Glória trata do julgamento final dos ricos e honrados.
A partida todos parecem destinados ao Inferno, no entanto são salvos pela intervenção direta de
Cristo.

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