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O filme Narradores de Javé, retrata uma cidade do interior da Bahia e a luta da sua

população para impedir que seu lar seja destruído por conta de uma represa que está para
ser construída. Ao perceber que as cidades com patrimônios históricos não podem ser
destruídas, eles decidem escrever um livro para ser tombado. Antônio Biá se torna o orador
do povoado por conta da sua habilidade em contar histórias e por ser um dos poucos
"letrados". Na obra, percebemos as transformações que ocorrem nas histórias orais, as
diferenças de pontos de vistas por conta da influência individual, pessoal e cultural dos
personagens. O filme é conduzido em uma atmosfera regional, com nuances e
representações do nordeste brasileiro e da importância do patrimônio imaterial, isto é, a
cultura não palpável de todo um povo, seus cantos, histórias transmitidas de geração em
geração, elementos religiosos/espirituais, os ideais que dão vazão ao sentimento de
pertencimento e integração cultural. A UNESCO define como patrimônio imaterial "as
práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com os instrumentos,
objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os
grupos e, em alguns casos os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu
patrimônio cultural.", com essa definição, podemos compreender que o roteiro de
Narradores de Javé, se desenrola em harmonia com essas questões do povo da pequena
cidade, sua grande fortaleza é imaterial e intrínseca na população.

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