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CIV 0433 – POLÍTICA E

PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES

PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Métodos gravitacionais ou sintéticos
Modelo concebido originalmente com base na lei de
gravidade Newtoniana (1686). Estabelece uma relação
entre as viagens e as medidas de atração, geração e
resistência.
Premissa básica: as viagens emanadas de determinada
zona i se distribuem a todas as outras zonas, conforme as
oportunidades de atração efetivamente oferecidas aos
passageiros.
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Expressão matemática

(2.5.19)

Onde: Tij = viagens futuras com origem em i e destino j.


Oi = viagens futuras com origem em i
A j= viagens futuras atraídas por j (força atração de j)
d ij = fator de resistência a realização das viagens que
poderá ser a distância, o tempo, ou custo das viagens
entre zonas.
α = expoente de ajustamento/calibração da resistência
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Para aplicação do modelo:
Variáveis independentes: força de atração por zona,
resistência interzonal e seu expoente e viagens geradas
Resistência interzonal – pode ser a distância determinada
percorrendo-se de centróide a centróide ou uma medida
das linhas de desejos, entre os centróides.(tempo ou custo
de viagem)
Expoente α varia com o propósito da viagem e com a área
urbana em estudo e é obtido experimentalmente, por
calibração do modelo. O seu valor deve ser tal que
minimize a diferença entre os resultados obtidos com a
aplicação do modelo e aqueles observados em pesquisas.
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Expressão matemática (forma mais usada)

(2.5.20)

Onde: f ij = função de resistência da separação espacial d ij


entre as zonas, expressa pela equação do tipo:

(2.5.21)
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Os modelos de gravidade, quando de sua calibração
e aplicação exigem que sejam satisfeitas duas
restrições, em forma de equações de normalização
ou de fins de viagens

(2.5.22)

(2.5.23)
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
A partir das últimas três equações e usando um
processo iterativo, é possivel calcular um padrão
atual para as viagens e comparar com o observado
através do erro padrão de estimativa

(2.5.24)

Onde: e = erro padrão da estimativa;


Vo = valor observado da variável;
Ve = valor estimado da variável.
n = número de observações envolvidas
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Para o caso da matriz de viagens, temos:

(2.5.25)

Exemplo: Determinar a matriz de viagens futuras através


do modelo gravitacional e usando a mesma matriz de
viagens atuais dos exemplos anteriores, os mesmos
valores das viagens geradas e atraídas no futuro e a matriz
de resistência dada a seguir.
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Viagens atuais
O/D 1 2 3 4 oi Oi

1 0,00 10,00 15,00 12,00 37,00 80,00

2 13,00 0,00 23,00 14,00 50,00 70,00

3 31,00 43,00 0,00 11,00 85,00 100,00

4 19,00 32,00 18,00 0,00 69,00 90,00

aj 63,00 85,00 56,00 37,00 241,00

Aj 120,00 90,00 70,00 60,00 340,00

Matriz de resistências
O/D 1 2 3 4
1 0 3 2 4
2 4 0 5 6
3 3 6 0 3
4 3 5 4 0
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Resolução: calibração do modelo usando a equação
(2.5.20) com a função resistência dada pela equação (2.5.21).
Para iniciar o processo é necessário arbitrar um valor inicial
para o expoente α. Para α = 1, a equação (2.5.20), fica:

Para o cálculo dos elementos da matriz :


PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens

Matriz de viagens para α = 1

O/D 1 2 3 4 oi Oi

1 0,00 15,98 15,80 5,22 37,00 80,00

2 23,78 0,00 16,91 9,31 50,00 70,00

3 37,58 25,35 0,00 22,07 85,00 100,00

4 27,86 22,56 18,58 0,00 69,00 90,00

aj 89,22 63,89 51,29 36,60 241,00

Aj 120,00 90,00 70,00 60,00 340,00


PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Cálculo do erro padrão de estimativa

Como valor absoluto, este número não traduz um


significado preciso da aproximação entre as duas
matrizes. Deve-se arbitrar outros valores para α.
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens

Matriz de viagens para α = 2

O/D 1 2 3 4 oi

1 0,00 13,57 20,11 3,32 37,00

2 27,32 0,00 15,54 7,13 50,00

3 44,16 14,40 0,00 25,94 85,00

4 34,75 16,88 17,37 0,00 69,00

aj 106,23 44,85 53,02 36,39 241,00


PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Cálculo do erro padrão de estimativa

Como e2 > e1 para α2 > α1 → variar α para baixo


(α = 0).
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Matriz futura de viagens para α = 0
O/D 1 2 3 4 oi Oi

1 0,00 17,67 11,64 7,69 37,00 80,00

2 20,19 0,00 17,94 11,86 50,00 70,00

3 28,95 39,05 0,00 17,00 85,00 100,00

4 21,31 28,75 18,94 0,00 69,00 90,00

aj 70,45 85,47 48,52 36,55 241,00

Aj 120,00 90,00 70,00 60,00 340,00

e0= raiz quadrada de (343/16) = 3,90


PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Matriz de viagens para α = - 1
O/D 1 2 3 4 oi

1 0,00 18,32 8,05 10,63 37,00

2 16,71 0,00 18,57 14,72 50,00

3 19,83 53,52 0,00 11,65 85,00

4 15,56 34,99 18,44 0,00 69,00

aj 52,10 106,83 45,06 37,00 241,00

Cálculo do erro de estimativa

Como e -1 > e 0 → o α ótimo está próximo de 0.


PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens

A tomar valores inteiros de α, o recomendado


seria o zero;
Na realidade o valor mais preciso de α está entre
-1 e 1;
Para α com uma casa decimal de precisão → -0.9 ;
-0,8; -0,7 .......0......0,7; 0,8; 0,9, até encontrar α
que ofereça o menor erro padrão de estimativa e;
Para α com duas casas decimal de precisão, o
procedimento seria semelhante.
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens

Para efeito de cálculo, α que produz o menor erro →α = 0.


PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Cálculo da matriz futura de viagens (α = 0)
O/D 1 2 3 4 oi Oi

1 0,00 17,67 11,64 7,69 37,00 80,00

2 20,19 0,00 17,94 11,86 50,00 70,00

3 28,95 39,05 0,00 17,00 85,00 100,00

4 21,31 28,75 18,94 0,00 69,00 90,00

aj 70,45 85,47 48,52 36,55 241,00

Aj 120,00 90,00 70,00 60,00 340,00


PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Matriz futura de viagens (α = 0)
O/D 1 2 3 4 oi Oi

1 0,00 33 25 22 80 80,00

2 34 0,00 20 17 71 70,00

3 44 33 0,00 22 99 100,00

4 39 29 22 0,00 90 90,00

aj 117 95 67 61 340,00

Aj 120,00 90,00 70,00 60,00 340,00


PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Considerações:
Modelos de fator de crescimento
Estimulam uma matriz futura proporcional a uma matriz
atual, ano base, modificada pelos fatores obtidos a
partir das viagens geradas e atraídas no futuro,
estimadas na fase de geração de viagens:
Previsão de viagens com crescimento linear, atualização de
matrizes de viagens em períodos curtos;
Falta de sensibilidade à mudanças no uso do solo ou nos
componentes da produção de viagens
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Considerações:
Modelos gravitacionais ou sintéticos
Produzem matrizes futuras com base nas viagens
geradas e atraídas no futuro e incorporam a
probabilidade que tem as viagens interzonais de serem
afetadas por alguma força de propulsão, na origem e
outra força de atração, no destino.Compõe ainda uma
resistência a realização da viagem.
Fator principal é sua calibração→identificação da função
resistência.
São sensíveis a possíveis mudanças no uso do solo, ao longo do
período de projeção do estudo.
PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES:
Distribuição de viagens
Ler Capítulo II do livro “Planejamento dos Transportes”
de Jonas Pereira de Andrade, ed. Universitária
UFPB.

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