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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Departamento de Engenharia Civil


CIV0440 – Engenharia de Tráfego Urbano
Prof. Victor Albino

AULA 11
• Mobilidade Urbana
Mobilidade Urbana
CONCEITOS

Mobilidade urbana: condição em que se realizam os


deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano

Sustentabilidade: ações visando satisfazer as necessidades


presentes sem comprometer a satisfação das necessidades das
gerações futuras

Mobilidade urbana sustentável: busca por formas de


transporte que levem em conta a preservação ambiental e o
atendimento às necessidades de deslocamento inerentes à vida
urbana
Mobilidade Urbana
PANORAMA

A realidade das grandes cidades do país, de uma forma geral:


• crescimento social e econômico
• taxas de urbanização crescentes
• transporte público caro e deficiente
• aumento da motorização (principalmente autos e motos),
com frequentes recordes de produção pelas montadoras
• o atual padrão de mobilidade é baseado no transporte
motorizado individual, que é insustentável
• a má qualidade do transporte público e a falta de
planejamento urbano estimulam o uso do automóvel, o que
gera congestionamentos, degrada o ambiente e causa
prejuízos econômicos à sociedade
Mobilidade Urbana
PANORAMA
Mobilidade Urbana
PANORAMA

Ônibus
Mobilidade Urbana
PANORAMA

FONTE: FOLHA DE S. PAULO, 11.MAR.14


Mobilidade Urbana
PANORAMA

• o incremento do transporte individual também pode ser


constatado na queda dos passageiros transportados por ônibus
no país

FONTE: NTU
Mobilidade Urbana
PANORAMA

• nessa conjuntura, não é possível


atender às necessidades de
deslocamento da população e
tampouco à proteção ambiental

• na cidade de São Paulo estima-


se que o custo da baixa
mobilidade é de R$ 40 bilhões ao
ano
Mobilidade Urbana
PANORAMA

• outra consequência do uso crescente do automóvel é a


elevação da poluição causada por veículos velhos (mais
poluentes que os novos) e que ainda circulam em grande número

FONTE: FENABRAVE
Mobilidade Urbana
PANORAMA

• a baixa mobilidade pode ser constatada no tempo médio de


deslocamento casa-trabalho nas principais regiões metropolitanas
brasileiras, conforme tabela abaixo

FONTE: IPEA
Mobilidade Urbana
PANORAMA

FONTE: IPEA,2013
Mobilidade Urbana
PANORAMA

• além das questões de qualidade citadas, o custo atual das


tarifas também influencia no uso do transporte público no Brasil

• parte da razão do custo elevado do transporte público para o


usuário é a falta de políticas públicas de remuneração, que
dissociem o valor das tarifas da receita arrecadada, entre outras
ações
Mobilidade Urbana
PANORAMA

NATAL/RN:
R$ 2,20 x 20 dias úteis
12,15%
Mobilidade Urbana
POLÍTICA NACIONAL

O Governo Federal, em busca de soluções para esse problema,


publicou a Lei 12.567/12, que traz a Política Nacional de
Mobilidade Urbana (PNMU).
A PNMU traz Princípios, Diretrizes e Objetivos a serem seguidos.
Mobilidade Urbana
POLÍTICA NACIONAL

Os Princípios da PNMU
I - acessibilidade universal
II - desenvolvimento sustentável das cidades, nas dimensões
socioeconômicas e ambientais
III - equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público
coletivo
IV - eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de
transporte urbano
V - gestão democrática e controle social do planejamento e
avaliação da PNMU
VI - segurança nos deslocamentos das pessoas
VII - justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do
uso dos diferentes modos e serviços
VIII - equidade no uso do espaço público de circulação, vias e
logradouros
IX - eficiência, eficácia e efetividade na circulação urbana
Mobilidade Urbana
POLÍTICA NACIONAL
As Diretrizes da PNMU
I - integração com a política de desenvolvimento urbano e respectivas
políticas setoriais de habitação, saneamento básico, planejamento e
gestão do uso do solo no âmbito dos entes federativos
II - prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os
motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o
transporte individual motorizado
III - integração entre os modos e serviços de transporte urbano
IV - mitigação dos custos ambientais, sociais e econômicos dos
deslocamentos de pessoas e cargas na cidade
V - incentivo ao desenvolvimento científico-tecnológico e ao uso de
energias renováveis e menos poluentes
VI - priorização de projetos de transporte público coletivo
estruturadores do território e indutores do desenvolvimento urbano
integrado e
VII - integração entre as cidades gêmeas localizadas na faixa de
fronteira com outros países sobre a linha divisória internacional
Mobilidade Urbana
POLÍTICA NACIONAL
Os Objetivos da PNMU

I - reduzir as desigualdades e promover a inclusão social


II - promover o acesso aos serviços básicos e equipamentos sociais
III - proporcionar melhoria nas condições urbanas da população no
que se refere à acessibilidade e à mobilidade nas cidades
IV - promover o desenvolvimento sustentável com a mitigação dos
custos ambientais e socioeconômicos dos deslocamentos de pessoas
e cargas nas cidades
V - consolidar a gestão democrática como instrumento e garantia da
construção contínua do aprimoramento da mobilidade urbana
Mobilidade Urbana
TRANSPORTE COLETIVO X INDIVIDUAL

II - prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os


motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o
transporte individual motorizado

A priorização do transporte coletivo sobre o individual é diretriz


fundamental da PNMU.

O transporte coletivo é a forma mais racional de deslocamento.

OCUPAÇÃO MÉDIA DE VEÍCULOS EM SÃO PAULO (CET-SP, 2008)


Excesso de automóveis
gera congestionamentos

Compra de um Desperdício de tempo no


automóvel trânsito.
Consumo de combustível
aumenta. Mais poluição
O deslocamento por meio
do transporte público é caro,
demorado e desconfortável As pessoas procuram
moradias mais próximas
CÍRCULO aos empregos
VICIOSO
O transporte coletivo é mal
planejado: itinerários inadequados;
Cidade sem planejamento
não há prioridade sobre o
urbano: o crescimento é
individual; não há políticas tarifárias
desordenado e afetado pela
racionais e investimentos públicos
especulação imobiliária
insuficientes em redes estruturais

Aumenta o valor dos imóveis


O transporte público
centrais. A população migra para
desatrelado de um plano as áreas periféricas, elevando a
diretor também cresce demanda por transporte público
de forma desordenada
Sistema viário sem O automóvel torna-se
congestionamento desnecessário

Melhor qualidade de vida: Incentivo à mobilidade


sem poluição, com melhor sustentável: a pé e por
aproveitamento do tempo bicicleta

Deslocamento entre CÍRCULO O transporte público é


empregos e moradias é mais vantajoso do que o
VIRTUOSO
facilitado individual

Planejamento urbano: Prioridade ao transporte


crescimento definido pelo público coletivo sobre o individual
plano diretor

Transporte público tem seu


planejamento vinculado ao
Valor dos imóveis desatrelado
Plano Diretor
da proximidade com o centro
Mobilidade Urbana
TRANSPORTE COLETIVO X INDIVIDUAL

Ocupação média de uma automóvel na área urbana = 1,5


pessoa/veículo (índice otimista)

2,0 m

5,0 m

Considerando as medidas acima, um automóvel ocupa 10 metros


quadrados de via
A utilidade de transporte é de 10 / 1,5 = 6,6 m²/pessoa
Mobilidade Urbana
TRANSPORTE COLETIVO X INDIVIDUAL

Ocupação média de um ônibus = 40 pessoa/veículo (índice


conservador, com todos os passageiros sentados)

2,5 m 12,0 m

Considerando as medidas acima, um automóvel ocupa 30 metros


quadrados de via .
A utilidade de transporte é de 30 / 40 = 0,75m²/pessoa
Mobilidade Urbana
TRANSPORTE COLETIVO X INDIVIDUAL

• Portanto, no automóvel, cada pessoa utiliza 6,6 m² de via

• no ônibus, cada passageiro utiliza 0,75 m² de via

• portanto o ônibus é, pelo menos, quase NOVE vezes mais eficiente


que o automóvel, apenas em utilização do espaço.

• relações bem mais favoráveis são verificadas no demais meios de


transporte coletivo
Mobilidade Urbana
TRANSPORTE COLETIVO X INDIVIDUAL

FONTE: PlanMob
(Ministério das Cidades)
Mobilidade Urbana
MODAIS COLETIVOS
TIPO RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS
ÔNIBUS Predominante no Brasil. Baixo custo de implantação. Alta Flexibilidade. Pode
trafegar misturado ao tráfego comum ou em faixas exclusivas
BRT (Bus Ônibus de grande capacidade, trafegando em faixas segregadas, com bilhetagem
Rapid externa e plataformas na altura do piso dos veículos, operando em linhas-tronco.
Transit) Pode operar com trólebus

VLT Transporte de superfície, com velocidade e capacidade superior ao ônibus comum,


(Veículo mas inferior ao metrô. Alimentação elétrica. Baixa flexibilidade. Pode operar em
Leve sobre vias segregadas ou misturadas ao tráfego em geral. Custos médios de implantação.
trilho)
Mono Composições ferroviárias que se movimentam sobre um trilho em estrutura
trilho suspensa. Baixíssima flexibilidade. Alimentação elétrica. Custos de implantação
superiores ao do BRT mas inferiores ao do Metrô

Metrô Trens urbanos, operando em linhas férreas isoladas, tanto aéreas quanto
subterrâneas. Alto custo de implantação e baixíssima flexibilidade. Alta capacidade
de transporte. Alimentação elétrica
Trem Trens de atendimento metropolitano, utilizando vias férreas em nível. Alto custo de
implantação e baixíssima flexibilidade. Alta capacidade de transporte. Alimentação
elétrica ou diesel
Mobilidade Urbana
MODAIS COLETIVOS

CAPACIDADE DE TRANSPORTE

FONTE: NTU

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