Você está na página 1de 23

MEDIDAS DE COMPORTAMENTO:

DEFINIÇÕES, DIMENSÕES E
FUNÇÕES

Prof. Msc. Emerson S. Pereira

Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164


Definições e Funções de Medidas em ABA
[O que é medir?]

Atribuir números e unidades a características peculiares de objetos e eventos


(Johnston & Pennypacker, 1993)
Ato de aplicar rótulos quantitativos ou qualitativos a eventos, fenômenos ou
propriedades (Bloom, Fischer & Orme, 2003)

É representada por rótulo, fornecendo meio de descrição, comparação, relato,


interpretação e análise do comportamento.
Envolve:
■ Características do que está sendo medido;
■ Qualidade e adequação das ferramentas de medição;
■ Habilidade técnica do medidor;
■ Como as medidas obtidas são usadas.
Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164
Vantagens de Medidas em ABA
Para Pesquisadores
■ Descrição de fenômenos observados – premite descrição, predição e controle;

■ Permite comparações do comportamento intra e entre diferentes condições,


auxiliando em tomadas de decisão no tratamento.

Para Aplicadores
■ Contribui para a determinação de níveis do comportamento, permitindo
avaliações e tomadas de decisão sobre a intervenção;

■ É base para a avaliação de mudanças no comportamento, sua duração,


variabilidade/ estabilidade do comportamento e mudanças comportamentais
em outros contextos ou em outras classes de respostas.

Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164


Vantagens de Medidas em ABA
Em Geral
■ Ajuda profissionais a melhorar a sua eficácia, maximizando tempo e recursos;

■ Permite profissionais verificarem a legitimidade dos tratamentos, baseando-se


em evidências;

■ Ajuda a acabar com tratamentos baseados em pseudociências, modismo ou


ideologia;

■ Permite prestação de contas a clientes, consumidores, empregadores e


sociedade;

■ Ajuda profissionais a atingirem padrões éticos.

Educador que negligencia os efeitos de sua intervenção é como uma enfermeira que não mede sinais vitais do
paciente, argumentando estar ocupada e confiando em estimativas subjetivas (Kauffman, 2005)
Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164
Dimensões Mensuráveis do Comportamento
■ Contagem: quantidade de ocorrências de uma determinada classe de respostas.

■ Extensão temporal: duração de tempo de ocorrência de uma classe de respostas.

■ Lócus temporal: pontos em uma linha temporal nos quais determinada classe de
resposta ocorre.

Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164


Medidas Baseadas em Repetitividade
CONTAGEM
Número de ocorrências de um comportamento, ou soma da quantidade de eventos
(e.g., quantidade de dias em que o aluno esteve presente nas aulas).

■ Geralmente, esta medida por si só é superficial – depende da determinação do


período de observação (e.g., durante uma sessão).

TAXA/FREQUÊNCIA

Número de respostas
Unidade de tempo
(e.g., taxa de respostas/10s)
■ Permite comparações entre diferentes períodos de observação de unidade de
tempo padrão.
Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164
Medidas Baseadas em Repetitividade
TAXA/FREQUÊNCIA
 Regras e Diretrizes para Uso
■ Sempre fazer referência ao tempo de contagem (entre sessão, horas, dias, etc.)

■ Ao avaliar desempenho de habilidades:


a) Calcular taxas de respostas corretas e incorretas; ou
b) Utilizar taxa relativa (respostas corretas/respostas totais) ou taxa de
fluência (taxa de respostas corretas/unidade de tempo).

■ Assegurar que as respostas sejam exigidas em mesmo nível de complexidade


(e.g., driblar um adversário).
Cadeias comportamentais: Uma saída pode ser contabilizar os elos de uma cadeia comportamental (e.g.,
passos para a resolução de um cálculo matemático complexo).
Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164
Medidas Baseadas em Repetitividade
TAXA/FREQUÊNCIA
 Não é útil para
a) Medir respostas em tentativas discretas (e.g., responder a uma pergunta
feita pelo professor)  Para tais, uso de porcentagens e teste de critério se tornam
úteis.

b) Medir comportamentos contínuos que se prolongam por grandes períodos


de tempo (e.g., brincar no playground). Tais comportamentos são melhores medidos
em função da duração do engajamento na tarefa.

Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164


Medidas Baseadas em Repetitividade
ACELERAÇÃO
Medida de como as taxas de resposta mudam com o tempo, aumentando ou
diminuindo.
■ Envolve:
Taxa (nº/unidade menor de tempo)
Unidade maior de tempo
■ Permite a verificação de padrões dinâmicos de taxas de respostas, como fases
de transição e estabilidade de resposta.

■ Unidades de tempo comuns (s, min, sessão, semana, mês e ano).

■ É comumente apresentada em gráficos por meio de linhas de tendência.

Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164


Medidas Baseadas na Extensão Temporal
Quantidade de tempo em que o comportamento alvo ocorre (duração).

■ Apropriada para comportamentos que ocorrem em altas taxas (e.g., balançar


perna enquanto lê) ou comportamentos contínuos por tempo prolongado (e.g. ler)

Tipos básicos de medida de duração:


Duração total por sessão: duração acumulada de tempo de engajamento no
comportamento alvo. Registros cumulativos (soma total) ou percentuais (diferentes
períodos de observação em quantidade de tempo).

Duração por ocorrência: duração parcial de tempo de engajamento (por


ocorrência), que podem dar um dado médio (e.g., tempo médio fora do assento
durante a tarefa escolar).

LEMBRETE: O QUE MEDIR - FREQUÊNCIA OU TEMPO (DURAÇÃO TOTAL OU PARCIAL)?


RESPOSTA: DEPENDE DA DIMENSÃO RELEVANTE DO COMPORTAMENTO!!!
Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164
Medidas Baseadas no Locus Temporal
Medidas sobre QUANDO o comportamento ocorre, a partir da cessação de respostas
anteriores ou do início de evento do estímulo antecedente.

Latência da Resposta
Tempo decorrido entre o início de uma estimulação e o início de uma resposta
subsequente.

■ É medida importante em ocasiões quando o pesquisador/aplicador está


interessado em saber a partir de que tempo em que a emissão de uma resposta
pode ocorrer ela, de fato, ocorre.

■ Estes dados geralmente são relatados por meio de médias e medianas.

Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164


Medidas Baseadas no Locus Temporal
Tempo entre Respostas (IRT)
Quantidade de tempo que decorre entre duas instâncias de comportamento.
Especifica quando ocorre um evento comportamental em função de outro.

■ É uma medida útil em situações nas quais se requer taxas baixas de respostas,
como em esquemas DRL. (e.g., piadas em sala de aula)

Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164


Medidas Derivadas do Comportamento
São medidas geradas a partir da medida direta do comportamento alvo

PORCENTAGEM
É uma razão (proporção) de quantidades de uma mesma dimensão, determinada
comumente pelo número de ocorrências em 100 oportunidades.

■ É comum ser utilizada em ABA para relatar:


a) Proporção de respostas discretas corretas (e.g., pesquisa em leitura
musical)
b) Proporção de intervalos de tempo de ocorrência do comportamento (e.g.,
quantidade de tempo em atividades de dispersão durante uma tarefa).

>> É altamente utilizada em ABA <<


Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164
Medidas Derivadas do Comportamento
PORCENTAGEM
Cuidados no uso:
■ Ideal uso de 20 divisores (oportunidades) no mínimo (Guilford, 1965), porém
melhor acima de 30, em contextos de pesquisa.
Porcentagem baseadas em pequenos divisores são indevidamente afetadas por
pequenas mudanças no comportamento  estas são superestimadas.

■ Quando uso de tentativas discretas, calcular mudança proporcional de


porcentagem de respostas certas e erradas sempre que condições permitam
quantidade de divisores diferentes.

■ Imposição de limites superior e inferior pode levar a efeito teto e piso (e.g. leitura
de grupo de palavras).

Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164


Medidas Derivadas do Comportamento
TENTATIVAS PARA ATINGIR CRITÉRIO
É a medida do número de ocorrências de resposta necessárias para o alcance um
nível predeterminado de desempenho.

QUANTAS TENTATIVAS FORAM NECESSÁRIAS PARA QUE O CRITÉRIO DE APRENDIZAGEM TENHA SIDO
ATINGIDO?

■ Tentativas são predeterminadas, em função da natureza do comportamento alvo


(e.g., pesquisa de leitura musical).

■ Geralmente se utiliza como medida a contagem (e.g., nº de respostas corretas),


mas também pode ser outras medidas (e.g., latência, duração e taxa).
■ Muito utilizada para comparar eficiências relativas de dois ou mais tratamentos
ou métodos instrucionais (e.g. nomeação antes de treino de relações
condicionais ou não?).
Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164
Medidas Definidoras do Comportamento
Parâmetros quantitativos que auxiliam a definir e identificar a ocorrência de comportamentos.

TOPOGRAFIA
Medidas quantitativas da forma física (ou formato) do comportamento.
■ Diferenças topográficas entre respostas ocorrem em função da seleção pelas consequências das
respostas. Fala-se de classes de respostas (e.g., escrever a palavra topography)

■ Definir e identificar diferentes topografias auxilia no refinamento de repertórios quando resultados


funcionais do comportamento se correlacionam altamente com topografias específicas (e.g., tocar
um instrumento).
Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164
Medidas Definidoras do Comportamento
MAGNITUDE
Força ou intensidade com que uma resposta é emitida.

■ A medida de magnitude é geralmente utilizada para determinar se a resposta foi


forte o suficiente para atingir o critério de ocorrência a ser medida e registrada por
meio de medidas fundamentais ou derivadas.

POR EXEMPLO: QUÃO INTENSA DEVE SER UMA TACADA PARA ACERTAR UMA BOLA NO BURACO)?
PERGUNTA QUE SE DEVE FAZER AO MEDIR A MAGNITUDE DE UMA JOGADA NO GOLFE),

Tabela de resumo (105 – 107) – (Heron, Heward & Cooper, 2013, 105-107)
Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164
Produtos de Medidas do Comportamento
MEDIDAS POR PRODUTOS PERMANENTES
É a medição dos efeitos do comportamento depois de sua ocorrência.

■ O produto permanente é uma mudança no ambiente produzida por um


comportamento, de duração suficiente para que seja medida.
■ Não é um método de medição particular, e sim uma forma de medição, que se
refere a uma coleta ex post facto (após o comportamento) e ao meio (produtos).
Neste sentido, todos os métodos anteriormente observados podem ser utilizados.

Exemplos: composições escritas, planilhas concluídas, perguntas respondidas, etc.

■ Alguns comportamentos não geram efeitos diretos no contexto físico (e.g., balançar
as mãos). Neste caso, produtos permanentes podem ser inventados (e.g. registro de
áudio ou vídeo). Estes últimos podem também ser úteis quando as consequências
no ambiente físico são temporárias (e.g., fotografia como registro de dança de roda).
Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164
Produtos de Medidas do Comportamento
MEDIDAS POR PRODUTOS PERMANENTES
 Vantagens Quanto Ao Uso

■ Praticantes são livres para fazerem outras atividades;

■ Torna possível medir ocorrência de comportamentos em tempos e lugares


inconvenientes ou inacessíveis (e.g., clínica);

■ Medições podem ser mais precisas, completas e contínuas, ocorrendo em momento


oportuno e serem acessadas mais de uma vez (e.g., rever gravação de vídeo).

Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164


Produtos de Medidas do Comportamento
MEDIDAS POR PRODUTOS PERMANENTES
 Vantagens Quanto Ao Uso

■ Gravações podem permitir a observação de várias medidas do comportamento e


com maior precisão (duração, nº de ocorrências, momento em que ocorre, intervalo
entre respostas e latência).

■ Facilita a coleta de dados e o acordo entre observadores e elimina/reduz a


necessidade de múltiplos observadores.

■ Garante medições de comportamentos complexos e classes de respostas múltiplas.


Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164
Produtos de Medidas do Comportamento
MEDIDAS POR PRODUTOS PERMANENTES
 São sempre a melhor escolha?
■ Medir produtos permanentes não é a melhor escolha quando se faz necessário
tomadas de decisão imediatamente após as ocorrências de respostas;
(“Um Relato de Caso no Método Científico”, Skinner, 1956)

■ Alguns comportamentos não podem ser medidos por produto permanente (e.g.,
autolesivo) - consequências não oferecem medidas precisas.

■ Para que comportamentos sejam medidos adequadamente via produto permanente


devem atender a duas regras:
a) cada ocorrência do comportamento alvo deve produzir o mesmo produto
permanente; e
b) o produto permanente só pode ser produzido pelo comportamento alvo.
Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164
Produtos de Medidas do Comportamento
MEDIDAS POR PRODUTOS PERMANENTES
 São sempre a melhor escolha?
■ Uso de produtos permanentes não é aconselhável se os procedimentos puderem ser
intrusivos (e.g., uma câmera ligada na frente do paciente pode gerar comportamentos
respondentes incompatíveis com a resposta alvo).

■ Em alguns casos a obtenção e medida de produto permanente não é compensatório: é


necessário considerar disponibilidade, custo e esforço no uso de medidas por
produtos permanentes (e.g., espelho unilateral).

Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164


Bruna - brunacaroline_15@hotmail.com - IP: 189.114.249.164

Você também pode gostar