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TEORIA E FUNDAMENTOS DA

CONSTITUIÇÃO

CARACTERÍSTICAS DE EFICÁCIA E DE
APLICABILIDADE DA NORMA
Clara Coutinho

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Olá!
Você está na unidade Características de eficácia e de aplicabilidade da norma. Conheça aqui as classificações das

normas constitucionais com relação à executoriedade e à eficácia de seu conteúdo, imprescindíveis para a

adequada interpretação e aplicação dos predicados constitucionais.

Bons estudos!

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1 Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais
Como já abordado nas Unidades anteriores, a Constituição brasileira de 1988 é uma Constituição classificada

como rígida, o que significa que a reforma do texto constitucional apenas pode ocorrer se observada uma série

de limitações formais. Uma vez que a Constituição é soberana e não pode ser facilmente alterada, todas as

demais regras jurídicas do ordenamento jurídico devem estar aderentes ao que dispõe a Constituição. Em

virtude desse contexto, se faz imprescindível o exercício da hermenêutica jurídica, ou seja, de interpretação do

conteúdo jurídico do texto normativo.

O objetivo da hermenêutica jurídica é sempre conferir à norma conteúdo, sentido e objetivo à disposição

normativa. A interpretação das regras jurídicas deve obedecer sempre a premissa de que as normas existem em

um sistema jurídico, em um ordenamento, do qual a Constituição é a regra maior. Na verdade, a unidade do

Direito decorre da própria Constituição, uma vez que “o intérprete é obrigado a partir sempre das normas

constitucionais, adequando, sempre que necessário, as normas infraconstitucionais ao conteúdo específico da

Constituição” (TAVARES, 2012, p. 102).

A hermenêutica é a atividade que alcança todo o ordenamento jurídico, mas em virtude das particularidades das

normas constitucionais, a doutrina faz referência à existência de uma hermenêutica constitucional. Sobre o

assunto, Tavares (2012, p. 104) leciona:

Os autores indicam diversas peculiaridades do Direito Constitucional que justificam a existência ou

menção de uma hermenêutica constitucional, além da já mencionada “jurisdição constitucional”.

Dentre os elementos apontados, têm-se: a supremacia da Constituição, a utilização de normas

abstratas, de princípios, o tratamento dos direitos fundamentais e dos poderes e a regulamentação

da esfera política. Assim, a supremacia normativa da Constituição é um fator que não se faz presente

em nenhum outro ramo do Direito, não podendo ser ignorado na elaboração dos instrumentais

adequados à interpretação da Constituição. A atividade do intérprete, por força desse dado, deverá

ser sempre comedida, porque suas intervenções despertam uma sensibilidade muito maior do que

nos demais ramos do Direito.

A interpretação da Constituição se inicia, obviamente, pela interpretação do texto na língua em que se encontra

redigido. De acordo com Bastos (1999 apud TAVARES, 2012), a letra da lei constitui sempre ponto de referência

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obrigatório para a interpretação de qualquer norma. Ocorre que, na interpretação da Constituição, a

interpretação do texto da lei pode se relevar tarefa árdua, uma vez que as normas envolvem a exposição de

conceitos abstratos, aos quais podem ser conferidos diversos significados.

Os termos adotados pelo Poder Constituinte originário, os quais muitas vezes podem se revelar vagos ou

imprecisos, demandam, portanto, a atribuição de sentido por parte do intérprete da norma. Por óbvio, a

interpretação não pode significar uma deturpação ou uma subversão do sentido original do texto, estando

limitado ao que foi positivado na Constituição.

Deve-se destacar, ainda, que é o fato de o texto constitucional ser amplo e admitir interpretações que torna

possível a ocorrência das mutações constitucionais, ou seja, sua alteração informal, a evolução do Direito

Constitucional por meio da mudança da interpretação dada a determinados dispositivos.

Também deve-se considerar a possibilidade de que a interpretação da Constituição ocorra por meio da adoção

de uma abordagem por meio de um critério teleológico, por meio do qual se considera não apenas o texto, mas

também o que o legislador constituinte, ao criar a norma, pretendia alcançar.

Em busca do que seria o “espírito da norma” ou da “vontade do legislador” – a mens legis ou mens legislatoris,

respectivamente –, o intérprete irá resgatar atas e registros da Assembleia Nacional Constituinte. A finalidade é

compreender o que foi considerado pelo constituinte para a escolha do texto a fim de deduzir quais os objetivos

do próprio texto.

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1.1 Validade, vigência e eficácia da norma

A aplicabilidade de uma norma jurídica depende de sua validade, de sua vigência e de sua eficácia. Esses três

conceitos, embora possam soar como sinônimos, referem-se a diferentes aspectos.

Se refere especificamente à regularidade com que esta adentra o ordenamento jurídico.

Isso porque os processos legislativos são formais, e não se poderia admitir que uma
Validade
pretensa norma que não observasse os processos legislativos estabelecidos pudesse

produzir efeitos.

Tem relação com a sua presença no ordenamento jurídico, o que torna a norma exigível.
Vigência
Apenas são exigíveis os comportamentos prescritos em normas vigentes.

Há diferentes critérios para caracterizar a eficácia. Adiante, detalharemos a eficácia social


Eficácia
e a eficácia jurídica.

De acordo com Tavares (2012, p. 1269), os requisitos que precedem a estabilização de uma lei no ordenamento

implicam a validade da Lei:

A validade de uma lei pressupõe sua existência. Se a lei é inexistente, não se pode falar em validade

ou invalidade, uma vez que não se aquilata a validade do que não se constituiu. Já a lei existente,

juridicamente falando, pode ser ou não válida. Neste caso, é lei, embora possa ser lei irregularmente.

Os conceitos não se confundem, uma vez que uma norma válida pode não ser vigente, pois o legislador pode

determinar que a vigência apenas ocorrerá após determinada data. O período em que a norma é válida sem estar

vigente se denomina vacatio legis. Da mesma forma, a norma pode estar vigente e não ser válida, seja por vício

em seu processo de elaboração ou por incompatibilidade de conteúdo com outras normas. Contudo, se estiverem

vigentes, ainda assim serão exigíveis, até que sejam retiradas do ordenamento jurídico (TAVARES, 2012).

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1.2 Eficácia social e eficácia jurídica

A doutrina estabelece diferentes critérios para caracterizar a eficácia da norma. Tavares ensina que Kelsen

atribui a eficácia à sanção, entendendo que o que torna uma norma eficaz é a possibilidade de que esta seja

cumprida pela sociedade.

[...] uma norma eficaz não significa que ela, sempre e sem exceção, é cumprida e aplicada; significa

somente que ela geralmente é cumprida e aplicada. Sim, precisa existir a possibilidade de não ser

cumprida e aplicada porque, se ela não existe (se o que deve acontecer de maneira natural e

necessária, sempre e sem exceção, tem de acontecer), uma norma que fixa este acontecimento como

devido, é supérflua. Assim como seria também inútil estabelecer uma norma que põe algo como

devido, do qual se sabe, por antecipação, que, de modo natural, jamais poderia acontecer. (KELSEN

apud TAVARES, 2012).

Esse conceito é compreendido como eficácia social, uma vez que alcança toda a sociedade, tanto o sujeito, que

deve observância à norma sob pena de sofrer a sanção, quanto o Estado, a quem incube aplicar a sanção em

virtude de seu descumprimento. Há, contudo, quem entenda que a eficácia da norma decorre não da sanção, mas

da capacidade de que esta produza efeitos a partir das condições reais identificadas na sociedade e sua

adequação às demais normas do sistema. Para Ferraz Junior, a eficácia da norma se verifica em virtude das

condições fáticas que permitam sua observância, e a isso se denomina eficácia jurídica (FERRAZ JUNIOR apud

TAVARES, 2012, p. 1270). Temer sintetiza o assunto:

Eficácia social

Se verifica na hipótese de a norma vigente, isto é, com potencialidade para regular determinadas relações, ser

efetivamente aplicada a casos concretos. (TEMER, 2008, p. 25).

Eficácia jurídica

Significa que a norma está apta a produzir efeitos na ocorrência de relações concretas, mas já produz efeitos

jurídicos na medida em que sua simples edição resulta na revogação de todas as normas anteriores que com ela

conflitam. Embora não aplicada a casos concretos, é aplicável juridicamente no sentido negativo antes apontado.

Isto é: retira a eficácia da normatividade anterior. É eficaz juridicamente, embora não tenha sido aplicada

concretamente. (TEMER, 2008, p. 25).

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1.3 Classificação de José Afonso Da Silva: Normas de eficácia plena, contida
e limitada

As normas constitucionais foram classificadas pela doutrina de acordo com a sua eficácia. Em alguns sistemas

jurídicos, a classificação das normas quanto à eficácia se limita a estabelecer se esta é uma norma autoexecutável

ou não-autoexecutável. No Brasil, prevalece a distinção formulada por José Afonso da Silva, que classificou as

normas quanto à eficácia em normas de eficácia plena, de eficácia contida e de eficácia limitada.

Normas constitucionais de eficácia plena


São as normas que, desde o momento em que ingressam no ordenamento jurídico, estão aptas a produzir todos os

efeitos essenciais pretendidos, porque lhe foram especificadas todas as particularidades necessárias à sua

aplicação. Como exemplo, Mendes indica o art. 12, inciso I, por meio do qual a Constituição qualifica como

brasileiros aqueles “nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de paises estrangeiros, desde que estes

não estejam a serviço de seu país”. Esse dispositivo prescinde de complementações ou informações para produzir

imediatamente os efeitos que pretende.


Normas constitucionais de eficácia contida
São aquelas que, embora tenham sido objeto de caracterização pelo constituinte, em algum grau contêm em seu

texto mecanismos que serão utilizados pelo legislador para estabelecer especificidades e particularidades. Ou

seja, poderão ter seus efeitos restringidos pelo legislador infraconstitucional – mas apenas naquilo que lhe foi

atribuído. Moraes (2017) exemplifica a norma de eficácia contida com o que dispõe o art. 5º, XIII, uma vez que o

constituinte estabeleceu que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as

qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Uma vez que caberá ao legislador estabelecer quais são as

qualificações profissionais exigidas para o exercício dos trabalhos, ofícios e profissões, a eficácia da norma é

reputada contida.
Normas constitucionais de eficácia limitada
São aquelas, como o nome sugere, que possuem limitação em sua aplicação, uma vez que dependem da existência

de uma norma posterior, infraconstitucional, que lhe confira possibilidade de aplicação. Os exemplos

apresentados por Moraes são o art. 37, inciso VII, que estabelece que o direito de greve será exercido nos termos

e nos limites definidos em lei específica – portanto, condicionando o seu exercício à legislação a ser elaborada; e o

art. 7º, inciso XI, que prevê a participação dos empregados nos lucros, ou resultados da empresa, conforme

definido em lei – já que, sem que haja definição legal de como ocorrerá a participação dos empregados nos lucros,

não é possível assegurar a referida participação.

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Destaca-se que tanto a norma de eficácia plena quanto a norma de eficácia contida são classificadas como

autoexecutáveis, uma vez que podem produzir efeitos no mundo. Enquanto o legislador infraconstitucional não

estabelecer as limitações ou exigências para o exercício das profissões, todas elas serão de livre exercício. Já a

eficácia limitada da norma constitucional depende do exercício de um poder constituído, como ensina Mendes

(2014, p. 83):

Estas somente produzem os seus efeitos essenciais após um desenvolvimento normativo, a cargo dos

poderes constituídos. A sua vocação de ordenação depende, para ser satisfeita nos seus efeitos

básicos, da interpolação do legislador infraconstitucional. São normas, pois, incompletas,

apresentando baixa densidade normativa. Nessa categoria de normas se listam as de princípio

institutivo, referentes às que contêm um apanhado geral, um início de estruturação de institutos e

instituições, entidades e órgãos.

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1.4 Outras classificações

Além da classificação proposta por José Afonso da Silva, existem outras classificações propostas pela doutrina,

ainda que possuam adesão menor. Como exemplo, mencionam-se as normas constitucionais de eficácia

absoluta. Diniz (ref faltando) as classifica como normas intangíveis, por serem inalcançáveis pela reforma do

legislador infraconstitucional. Como exemplo, mencionam-se os dispositivos que ampararam a federação; o voto

direto, secreto, universal e periódico; a separação de poderes; e os direitos e garantias individuais que, por

serem insuscetíveis de emenda, são intangíveis, por força dos artigos. 60, § 4º, e 34, VII, a e b (MORAES, 2017).

Também possuem eficácia limitada as normas constitucionais classificadas como normas programáticas. Como

o nome sugere, essas normas indicam ao Estado uma atividade a ser executada futuramente, a qual pode

depender de elaboração de normas infraconstitucionais ou de esforços materiais, não raro exigindo uma

combinação de tais medidas. Contudo, o caráter programático de uma norma constitucional não significa que o

preceito esteja destituído de força jurídica. De acordo com Canotilho,

[as normas programáticas ] não são simples programas, exortações morais, programas futuros,

juridicamente desprovidos de qualquer vinculatividade. Às normas programáticas é reconhecido

hoje um valor jurídico constitucionalmente idêntico ao dos restantes preceitos da constituição.

(CANOTILHO, 1993, p. 184).

Como exemplo de norma programática, menciona-se o artigo 196 da Constituição de 1988:

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e

econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e

igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

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2 Evolução histórica do constitucionalismo brasileiro
A evolução histórica do constitucionalismo brasileiro é caracterizada por diversas rupturas em um curto espaço

de tempo. O Brasil vivenciou sete Constituições vigentes entre 1824 e 1988, ou seja, em pouco mais de 160 anos.

Entre constituições outorgadas e promulgadas, em meio a obstáculos à ordem constitucional, como golpes

militares e regimes ditatoriais, observa-se a evolução do Estado até a configuração que hoje assume.

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2.1 Política do império do Brasil de 1824

A primeira Constituição do Brasil foi outorgada em 25 de março de 1824, ainda na época do Império. Sua

elaboração, contudo, não ocorreu conforme inicialmente planejado. Em 1823, foi instalada a Assembleia

Nacional Constituinte com o intuito de editar a primeira Constituição política do Brasil. Ocorre que uma série

de conflitos políticos existentes entre os deputados que integravam a constituinte e o Imperador Dom Pedro I fez

com que a Assembleia fosse dissolvida antes que pudesse elaborar o texto constitucional. Em um discurso

realizado no dia da instalação da Assembleia Nacional Constituinte, Dom Pedro I frisou a importância de uma

Constituição que se preocupasse em limitar poderes do povo e da classe política. O discurso não agradou os

deputados liberais, grupo do qual faziam parte brasileiros e portugueses que desejavam maior autonomia para

as províncias, bem como o esvaziamento político das funções do monarca e a manutenção da escravidão.

Contudo, o discurso de Dom Pedro I encontrava apoiadores entre os deputados conservadores, que defendiam a

manutenção de uma monarquia forte e dos privilégios políticos de uma classe econômica e socialmente superior,

bem como a abolição da escravidão. Isso porque o Imperador não tinha interesse em exercer um papel

meramente figurativo, ainda que não desejasse exercer as funções de um monarca absolutista. A Assembleia

Nacional Constituinte elaborou uma versão da Constituição a partir de um texto que continha fortes influências

da Constituição francesa e norueguesa, mas diversos conflitos internos entre os grupos que integravam a

constituinte e Dom Pedro I levaram à denominada noite de agonia, em que o Imperador determinou a reunião

de tropas em virtude de uma insurgência capitaneada por deputados liberais, que acusavam o Imperador de

cometer excessos contra o povo brasileiro.

Diante da reunião de tropas por Dom Pedro I, a Assembleia Nacional Constituinte exigiu esclarecimentos ao

Imperador, o que culminou em um decreto de dissolução da constituinte. Com o intuito de dar continuidade ao

trabalho iniciado pela Assembleia, Dom Pedro I nomeou um grupo pequeno de pessoas de sua confiança para

integrar o Conselho Imperial. Em virtude da ausência de participação popular na elaboração da Política do

Império do Brasil de 1824, diz-se que a Constituição foi outorgada.

Com relação às suas características, a Constituição de 1824 estabeleceu a monarquia hereditária como regime de

governo. Por sua vez, a divisão de poderes contemplava o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder

Judiciário e um quarto poder, denominado Poder Moderador, a ser exercido pelo próprio Imperador. Cumpria ao

Imperador o exercício do Poder Executivo e do Poder Moderador, enquanto o Poder Judiciário ficava a cargo

de juízes indicados pelo próprio Imperador.

O Poder Moderador dava ao Imperador o direito de que exercesse intervenção direta nos outros três Poderes.

De acordo com a Constituição, o Imperador poderia, se assim desejasse, dissolver o parlamento e interferir

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diretamente no processo legislativo por meio de sanção ou veto a leis. Poderia, ainda, nomear e depor ministros

e magistrados.

Os juízes integrantes do Poder Judiciário eram indicados diretamente pelo Imperador, e exerciam os cargos de

forma vitalícia, exceto se fossem removidos pelo próprio Imperador ou removidos por decisão do próprio

judiciário.

O Poder Legislativo era exercido pelo parlamento, organizado em Câmara dos Deputados e Senado. Os

deputados que integravam a Câmara eram eleitos por voto censitário, ao passo que os integrantes do Senado

eram nomeados diretamente pelo Imperador.

Com relação ao voto censitário, a eleição dos representantes era precedida de eleições primárias, nas quais

homens livres – incluindo escravos libertos –, maiores de 25 anos e que comprovassem renda, estavam aptos a

votar nos candidatos que poderiam eleger os seus representantes. Os homens libertos não podiam ser

candidatos a eleitores nem representantes; e apenas homens brasileiros e católicos poderiam ser candidatos a

representantes (deputados e senadores). Os critérios censitários para participar das primárias, para ser eleitor e

para ser representante eram progressivamente mais restritivos.

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2.2 Constituição de 1891

A Constituição de 1891 deve ser compreendida no contexto político de transição entre regimes. O Brasil, que

antes organizava-se sob o regime monárquico, caminhava para o regime republicano, o que exigia a alteração da

Constituição de forma a refletir sua nova realidade política. Após a proclamação da república em 15 de

novembro de 1889, o governo provisório designou uma comissão especial para que fosse elaborado um projeto

de Constituição. O projeto elaborado tinha inspiração nas constituições da Argentina e dos Estados Unidos,

inclusive aproveitando desse último o nome “Estados Unidos do Brasil”, além de instituir uma República

Federativa por meio da transformação das antigas províncias em estados autônomos, os quais poderiam editar

suas próprias leis e atos de governo.

O projeto que havia sido elaborado pela Comissão Especial não sofreu alterações significativas por parte da

constituinte, de forma que, em menos de três meses após a instalação da Assembleia, houve a promulgação da

Constituição Republicana, em 24 de fevereiro de 1891. A Constituição previa eleições para os cargos de

presidente e de vice-presidente, mas excepcionalmente determinava que, para o primeiro período, a eleição dos

representantes ocorreria de forma direta pela Assembleia Constituinte. Com a instauração da República, o Poder

Moderador foi extinto. Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário organizavam-se em independência e

harmonia. Sobre a Constituição de 1891, Mendes (2012, p. 112) aduz:

A Constituição de 1891 criou a Justiça Federal, ao lado da Estadual, situando o Supremo Tribunal

Federal no ápice do Poder Judiciário. Ao STF cabia, além de competências originárias, julgar recursos

de decisões de juízes e tribunais federais e recursos contra decisões da Justiça estadual que

questionassem a validade ou a aplicação de lei federal. Também lhe foi atribuída competência

recursal para os processos em que atos estaduais fossem confrontados com a Constituição Federal.

Os juízes não mais poderiam ser suspensos por ato do Executivo, tendo-lhes sido asseguradas a

vitaliciedade e a irredutibilidade de vencimentos. A Constituição de 1891 reservou uma zona de

14.400 km², no Planalto Central, para a fixação da futura Capital. As antigas Províncias passaram a

ser chamadas de Estados-membros, e a elas se reconheceu competência para se regerem por

constituições próprias, respeitados, sob pena de intervenção federal, os princípios constitucionais da

União. Os Estados eram livres para adotar regime legislativo bicameral, e muitos tinham deputados e

senadores estaduais.

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O voto deixou de ser censitário, podendo alistar-se para eleitores os cidadãos maiores de 21 anos alfabetizados.

Os que não pudessem se alistar para eleitores, da mesma forma, não poderiam se candidatar aos cargos eletivos.

A Constituição afastou privilégios de nascimento, desconhecendo foros de nobreza e extinguindo as ordens

honoríficas existentes. Todas as prerrogativas e regalias e os títulos nobiliárquicos e de conselho foram

igualmente extintos.

Além de prever a liberdade de culto para todas as religiões, havia clara separação entre Igreja e Estado. Tal

separação era evidenciada, entre outros fatores, pelo reconhecimento exclusivo do casamento civil, o caráter

secular dos cemitérios e o ensino leigo e gratuito nos estabelecimentos públicos. A Constituição de 1891 veio a

ser alterada uma única vez, pela Emenda Constitucional de 03 de setembro de 1926, depois da qual permaneceu

vigente por apenas mais quatro anos.

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2.3 Constituição de 1934

Em 1930 ocorreu, no Brasil, a Revolução de 1930, por meio da qual o então presidente Washington Luís foi

deposto e o presidente eleito, Júlio Prestes, foi impedido de empossar-se no cargo. A revolução se insere em um

contexto de crise econômica mundial, causada principalmente pela Quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, o

que afetava o Brasil em virtude de sua participação no mercado internacional como exportador de café, assim

tendo sido afetado pelo contexto externo. A crise fez com que a denominada política do café com leite, aliança

política entre mineiros e paulistas, fosse rompida. As oligarquias paulistas indicaram o paulista Júlio Prestes à

presidência e, em retaliação, os mineiros apoiaram o candidato Getúlio Vargas, gaúcho. Mesmo tendo sido eleito,

Júlio Prestes foi impedido de assumir o governo, e Getúlio Vargas tomou posse como líder do Governo

Provisório. O parlamento foi dissolvido e a Constituição de 1891 foi cassada.

Apenas dois anos depois eclodiria a Revolução Constitucionalista de 9 de julho de 1932, movimento armado

por meio do qual poderes políticos pressionavam pela instalação de assembleia constituinte e fim do Governo

Provisório de Getúlio Vargas. Sem o apoio necessário, o movimento foi derrotado. Antes da deflagração da

Revolução, Getúlio Vargas já havia convocado eleições para uma Assembleia Nacional Constituinte, que ocorreria

em 3 de maio de 1933, e nomeado um interventor, ou seja, as principais reivindicações da Revolução de 1932

estavam atendidas.

Foi editado um Código Eleitoral para a eleição da constituinte, segundo o qual as mulheres poderiam votar pela

primeira vez no Brasil. Foram eleitos 214 representantes entre mais de 800 candidatos. A constituinte foi

instalada em 15 de novembro de 1933, e a princípio observava um regimento interno editado pelo Governo

Provisório. Segundo o regimento, os trabalhos da Assembleia seriam precedidos da atuação de uma Comissão

Constitucional, que tinha como objetivo estudar o anteprojeto do Governo Provisório. Assim surgiu a chamada

Comissão dos 26 - que era composta por um representante de cada bancada estadual e dos grupos

profissionais. O seu nome vem do fato de que contava com 26 integrantes.

Concluídos os trabalhos da Comissão dos 26, foi apresentado um substitutivo ao anteprojeto do Governo

Provisório. Mais de mil emendas ao anteprojeto original foram apresentadas, o que tornou complexo o processo

de elaboração de um único texto.

Uma vez definido o substitutivo, teve início a segunda fase do processo constituinte. As forças que compunham a

Assembleia Nacional Constituinte eram, na maioria, voltadas para a continuação do Governo Vargas. No fim das

atividades da Assembleia, os atos do Governo Provisório foram aprovados, ficou definida a elegibilidade dos

interventores e foram realizadas as eleições, nas quais Getúlio Vargas foi eleito presidente constitucional. A nova

Constituição foi outorgada em 15 de julho de 1934.

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Diferentemente das Constituições anteriores, a Constituição de 1934 inspirava-se na Constituição alemã.

Fortemente caracterizada por direitos sociais, especialmente com relação à legislação trabalhista, trazendo ainda

em seu texto constitucional referência aos serviços notariais e registrais. Ainda, eram perceptíveis as influências

de ideais socialistas. Getúlio Vargas foi forte crítico da Constituição, por entender que os direitos sociais

impunham graves ônus ao Estado e aos setores privados.

A Constituição, considerada progressista, adotava o Código Eleitoral que havia sido formulado e confirmava a

possibilidade do voto feminino. Ainda, o voto passou a ser secreto e obrigatório para maiores de 18 anos – antes

era obrigatório para maior de 21 anos. Os princípios básicos da Constituição anterior foram mantidos: o Brasil

permanecia como uma república federativa, em que a autonomia dos Estados era reduzida. Sobre o controle de

constitucionalidade na Constituição de 1934, Mendes (2014, p. 113) leciona:

A Constituição de 1934 buscou resolver o problema da falta de efeitos erga omnes das decisões

declaratórias de inconstitucionalidade do STF, instituindo o mecanismo da suspensão, pelo Senado,

das leis invalidadas na mais alta Corte. No campo do controle de constitucionalidade, ainda, a

intervenção federal em Estados-membros por descumprimento de princípio constitucional sensível

foi subordinada ao juízo de procedência, pelo STF, de representação do Procurador-Geral da

República. A Constituição previu expressamente o mandado de segurança.

A carta, contudo, permaneceu vigente por curto tempo, uma vez que em 1937 o presidente Getúlio Vargas

outorgou nova Constituição.

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2.4 Carta política de 1937

Em 10 de novembro de 1937, o presidente Getúlio Vargas outorgou a nova Constituição, em substituição à

constituição anterior. A Constituição outorgada recebeu o apelido de “polaca”, em virtude da influência que

recebia da Constituição polonesa de 1935, caracterizada por aspectos fascistas e totalitários. Nos termos da

Constituição, o Presidente da República atuava como “autoridade suprema do Estado”, centralizando o exercício

dos poderes executivo e legislativo na figura do presidente, a quem era facultado adiar as sessões do parlamento,

ou mesmo dissolvê-lo, bem como legislar por decreto-lei.

Tanto a Justiça Eleitoral quanto os partidos políticos existentes foram extintos, e o mandado de segurança e a

ação popular não mais encontravam previsão constitucional. Com relação ao controle de constitucionalidade, o

artigo 96, parágrafo único, estabelecia que as decisões do Supremo Tribunal Federal que declarassem a

inconstitucionalidade de lei poderiam ser submetidas pelo Presidente à revisão pelo Parlamento. Na prática, o

parlamento poderia afirmar a constitucionalidade da lei declarada inconstitucional, o que tornaria a decisão do

STF sem efeito.

A Carta de 1937, em seu art. 96, manteve a previsão encartada na Constituição anterior, acerca da

necessidade de manifestação da maioria absoluta dos membros do Tribunal sobre a

inconstitucionalidade, mas trouxe, em seu bojo, precisamente no parágrafo único do referido artigo,

uma inusitada modalidade de “reconstitucionalização” de lei inconstitucional, para fazê-la prevalecer

contra a Constituição. O preceito citado possibilitava ao Presidente da República, com fundamento

no bem-estar do povo ou na promoção ou defesa do interesse nacional de alta monta, submeter uma

vez mais ao Parlamento a lei já reconhecida como inconstitucional e, assim, com maioria de 2/3,

retirar os efeitos da decisão proferida pela Suprema Corte, que ficava, assim, subjugada aos

interesses políticos momentâneos. (TAVARES, 2012, p. 304).

As eleições para presidente passaram a ser indiretas, com mandato de seis anos. E, por meio de emenda

constitucional do mesmo ano, os partidos políticos foram extintos. Com o término da Segunda Guerra Mundial,

porém, os governos que se fundavam em princípios ditatoriais totalitários perderam força. No Brasil, o cenário

levou à deposição de Getúlio Vargas em 1945, havendo instalação de nova Constituinte no ano seguinte.

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2.5 A Constituição de 1946

Em 1945, com o fim da segunda guerra e a derrota dos países totalitários, o Brasil passou a alinhar-se com os

Estados Unidos. Aos poucos, o país retornava ao caminho da democracia e abandonava os preceitos ditatoriais

que haviam sido instaurados com a Constituição de 1937. Foi editada a Lei Constitucional nº 9, de 28 de

fevereiro de 1945, que editou radicalmente a Constituição vigente, alterando 36 de seus dispositivos originais. A

Lei Constitucional estabeleceu regramento transitório, determinando que fossem fixadas datas de eleições para

presidente e governador, bem como para o legislativo federal e estadual.

No mesmo ano, o presidente Getúlio Vargas foi deposto pelas forças armadas, e o Governo passou a ser

provisoriamente exercido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, o que fez com que o período fosse

denominado Governo do Poder Judiciário. A reconstitucionalização do Estado brasileiro contemplou a eleição

dos representantes do executivo e legislativo, nas esferas federal e estadual. Recompostos os órgãos da Câmara

dos Deputados e do Senado, os representantes eleitos compuseram a Assembleia Nacional Constituinte de 1946,

a qual foi instalada em 5 de fevereiro de 1946.

A elaboração do projeto constitucional foi competência delegada a uma Comissão composta por representação

dos partidos nacionais, observada a ocupação proporcional de tais partidos no parlamento. Encerrado o projeto,

este foi submetido à apresentação de emendas, e após extensa discussão, a Constituição foi promulgada.

De acordo com Mendes (2012, p. 114):

Na vigência dessa Constituição, foi instituída a representação por inconstitucionalidade de lei,

reforçando o papel do Judiciário no concerto dos três Poderes. Da mesma forma, proclamou-se que

nenhuma lesão de direito poderia ser subtraída do escrutínio desse Poder. Ficaram excluídas as

penas de morte, de banimento e do confisco. A Constituição ocupava-se da organização da vida

econômica, vinculando a propriedade ao bem-estar social e fazendo dos princípios da justiça social,

da liberdade de iniciativa e da valorização do trabalho as vigas principais da ordem econômica. O

direito de greve apareceu expresso no Texto.

A organização do Estado na forma delineada pela Constituição de 1946 se encerrou com o Golpe Militar de 1964,

ocorrido durante o governo de João Goulart. Diante de uma série de emendas constitucionais que subvertiam o

seu sentido original, a Constituição de 1946 perdeu seu sentido original, até ser substituída pela Constituição de

1967. Destacam-se as alterações trazidas pelos Atos Institucionais Um, Dois e Três.

Ato institucional número um

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Foi editado em 1964, e atribuía ao Presidente poderes de submeter emendas à Constituição e de cassar mandatos

legislativos federais, estaduais e municipais sem qualquer interferência judicial. Ainda, determinava eleições

indiretas para a presidência.


Ato institucional número dois
Criado em 1965, dissolveu os partidos políticos que haviam se organizado em 1945. Estabeleceu a possibilidade

de que o Presidente pudesse decretar estado de sítio, sem necessidade de aprovação legislativa, bem como

suspendeu garantias constitucionais ou legais de vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade, o que tornava

possível o afastamento de opositores ao regime.


Ato institucional número três
Estabelecia regras para a eleição indireta de governadores e seus respectivos vices, bem como o processo de

indicação dos prefeitos das capitais pelos governadores.

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2.6 Constituição de 1967 e sua Emenda 1

Durante a década de 60, as discussões políticas se inseriam no contexto da Guerra Fria, o que fazia com que a

segurança nacional fosse tema levado à máxima importância. No Brasil, o regime ditatorial que já havia

descaracterizado a Constituição de 1946 incumbiu-se da edição de uma nova Constituição. A convocação do

Congresso Nacional para elaboração de uma nova Constituição se deu por meio da edição do Ato institucional

quatro. Sobre o assunto, Mendes (2012, p. 114) aduz:

Em 1967, o Congresso Nacional, que se reuniu de dezembro de 1966 a janeiro de 1967, aprovou uma

nova Constituição, gestada sem mais vasta liberdade de deliberação. A Constituição era marcada pela

tônica da preocupação com a segurança nacional – conceito de reconhecida vagueza, mas que tinha

por eixo básico a manutenção da ordem, sobretudo onde fosse vista a atuação de grupos de

tendência de esquerda, especialmente comunista. A Constituição de 1967 tinha cariz centralizador e

entregava ao Presidente da República copiosos poderes. Possuía um catálogo de direitos individuais,

permitindo, porém, que fossem suspensos, ante certos pressupostos. O Presidente da República

voltou a poder legislar, por meio de decretos-leis.

A separação dos três poderes continuava prevista na Constituição, mas ao Poder Executivo foram atribuídas

prerrogativas sobre os demais poderes que, na prática, o tornavam sensivelmente mais relevante. Os atos

institucionais editados até o momento foram incorporados ao diploma constitucional; também foram

incorporados os Atos Institucionais Um, Dois e Três, os quais já integravam o ordenamento. Com o objetivo de

instituir de forma definitiva o Regime Militar instaurado desde o Golpe de 1964, a Constituição previa o controle

dos Poderes Legislativo e Judiciário pelo Poder Executivo. A competência para legislar em matéria de segurança

e de orçamento foi atribuída exclusivamente ao Poder Executivo.

Embora ainda se classificasse como uma República Federativa, as ingerências do Governo Federal sobre os

Governos Estaduais e Municipais evidenciavam seu caráter centralizador. A Constituição de 1967, portanto, se

caracterizava pela possibilidade de cassação e suspensão de direitos políticos pelo Poder Executivo, pelo

estabelecimento do bipartidarismo, além de instituir a pena de morte para crimes contra a segurança nacional e

restringir o direito de greve. Em 1968, o Regime Militar editou o Ato institucional número cinco, por meio do

qual ficou expressamente prevista a possibilidade que o Presidente da República decretasse o recesso do

Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores, em estado de sítio ou fora dele.

Os órgãos legislativos só voltariam a funcionar quando convocados pelo Presidente da República.

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Previa, ainda, a possibilidade de suspensão de direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e a

cassação de mandatos eletivos federais, estaduais e municipais, a ser determinada pelo Presidente da República,

ouvindo o Conselho de Segurança Nacional, e sem as limitações previstas na Constituição.

Fique de olho
Das sete constituições que estiveram vigentes no Brasil, foram outorgadas as constituições de
1824, 1937 e a de 1967, ou seja, quase metade dos diplomas constitucionais foram editados
sem participação popular e legitimidade democrática.

Em 1969 sobreveio a Emenda nº 01 à Constituição de 1967. Outorgada pelos Ministros da Marinha de Guerra, do

Exército e da Aeronáutica, a Emenda mais se assemelhava à uma nova Constituição, em virtude de sua estrutura

e de seu conteúdo. Assim reconhece o Supremo Tribunal Federal, que assim se manifestou sobre a Emenda nº 01

de 1969:

Apresenta a Constituição de 1967, reformulada pela Emenda 1, de 1969, outorgada pelos Ministros

da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica. A Emenda 1, de 1969, equivale a uma nova

Constituição pela sua estrutura e pela determinação de quais dispositivos anteriores continuariam

em vigor. Formalmente, porém, continuava em vigor a Constituição de 1967, com as manutenções e

alterações da Emenda 1. Vigoraram no período os atos institucionais. Primeiro como comandos

autônomos de subversão e corrupção e depois como normas incorporadas à Constituição, no seu art.

182. (STF, 2017).

A Constituição de 1967/1969 permaneceu vigente até o fim do Governo Militar. As eleições para a Assembleia

Nacional Constituinte ocorreram em 1986, e em 1988 foi elaborada nova Constituição.

é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• entender a retomada democrática que houve com a Constituição de 1988;
• visualizar a primeira vez na história deste constitucionalismo em que os direitos fundamentais e as
liberdades fundamentais foram privilegiados;
• compreender como tais direitos e liberdades foram alçados à condição de cláusula pétrea.

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Referências
CANOTILHO, J. J. G. Direito Constitucional. 6. ed. Coimbra: Almedina, 1993.

MENDES, G. F. Curso de direito constitucional. 9. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2014.

MORAES, A. de. Direito Constitucional. 33. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2017.

NOVELINO, M. Direito Constitucional. 3. ed. São Paulo: Método, 2009.

SILVA, J. A. da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 37. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2004.

STF. Guia de Direito Constitucional. Constituições Brasileiras Anteriores a 1988. Brasília, última atualização

em 18/01/2017. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?

servico=bibliotecaConsultaProdutoBibliotecaGuiaDC&pagina=constituicaoanterior1988. Acesso em: 17 nov.

2019.

TAVARES, A. R. Curso de direito constitucional. 10. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012.

TEMER, M. Elementos de Direito Constitucional. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2008.

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