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ADMINISTRAÇÃO DE

MEDICAMENTOS
VIA PARENTERAL
VIA PARENTERAL

O termo parenteral provém do grego “para” (ao lado) e


“enteros” (tubo digestivo), significando a administração de
medicamentos “ao lado do tubo digestivo” ou sem utilizar o
trato gastrointestinal.
( CASTRO & COSTA, 1999 )

A via parenteral é usualmente utilizada quando se deseja


uma ação mais imediata da droga, quando não há
possibilidade de administrá-la por via oral ou quando há
interferência na assimilação da droga pelo trato
gastrintestinal.
VIA PARENTERAL

A administração parenteral envolve


injetar um medicamento dentro dos
tecidos corporais.
Trata-se de um procedimento invasivo que
deve ser realizado com o emprego de
técnicas assépticas.
VIA PARENTERAL

Vantagens:

Disponibilidade mais rápida e previsível; a dose eficaz pode ser


escolhida de forma mais precisa; valiosa no tratamento de
emergências.

Desvantagens:

Possibilidade acidente, riscos de infecção, dor,


desconforto, ansiedade, alto custo, perigosas
devido a rápida absorção,
VIA PARENTERAL

A enfermagem utiliza comumente as seguintes formas


de administração parenteral:
• Intradérmica,
• Subcutânea,
• Intramuscular
• Endovenosa.
VIA PARENTERAL

Para proceder a administração de medicamentos


por via parenteral são necessários alguns
equipamentos tais como: seringas e agulhas que
estão disponíveis, cada qual destinada a
administrar determinado volume de
medicamento para um tipo específico de tecido.
SERINGA

As seringas consistem em um cilindro com um bico desenhado para se


ajustar ao canhão da agulha e ficar justo ao êmbolo.

As seringas, em geral, são classificadas como sendo Luer-Lok ou não• Luer-


Lok.

As seringas possuem tamanho e capacidade diferentes.


não• Luer-Lok
1 ml
Luer-Lok

20 ml
10 ml
5 ml
3 ml
Seringa 50 ml

• Utilizada para
infusões em
grandes
quantidades de
Volume.

• Alimentação
Enteral.
AGULHA

As agulhas vêm empacotadas em revestimentos


individuais para permitir flexibilidade na escolha da
agulha certa. Algumas são pré•colocadas nas seringas de
tamanho padronizado.

A agulha possui três partes: o canhão, que se fixa de


encontro ao bico da seringa; a cânula, que se conecta
com o canhão e o bisel.
AGULHA

Cada agulha tem três características: a inclinação do


bisel, o comprimento da cânula e a espessura da agulha
ou seu diâmetro. Os biseis longos são mais afiados, o
que minimiza o desconforto causado por injeções SC
e IM.
Agulhas conforme coloração do canhão x
calibre • 40 x 12 ou 40 x 10 - ASPIRAÇÃO

20 x 0,55 – SC, IM , INTRAVASCULAR

25 x 0,80 – IM

13 x 0,30 - SC
Agulhas conforme coloração do
canhão x calibre
• 13x4,5 e 13x4 SC

25x0,6 SC, EV

30x0,7 e 25x0,7 IM, EV

30x0,80 e 25x0,80 IM
CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO D O EQUIPAMENTO

Via de administração: há necessidade de uma agulha


mais comprida para uma injeção intramuscular do que
para uma intradérmica ou subcutânea

Viscosidade da solução: alguns medicamentos são mais viscosos


do que outros e demandam uma agulha com lúmen maior

Quantidade a ser administrada: quanto maior a quantidade


injetada, maior a capacidade da seringa
CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO D O EQUIPAMENTO

Tamanho do corpo: uma pessoa obesa necessita de uma agulha


mais comprida para que seja alcançado o tecido muscular se
comparado com uma pessoa magra

Tipo de medicamento: determinados medicamentos, são


irritantes ao tecido subcutâneo. Assim deve ser usada uma agulha
mais comprida para garantir a colocação adequada no tecido
muscular.
APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS

AMPOLAS

FRASCOS
PRINCÍPIOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO VIA
PARENTERAL

 Lave as mãos antes de realizar qualquer procedimento.


 Verifique a integridade e validade das embalagens.
 Para evitar contaminação da solução, retire o
medicamento da ampola ou frasco rapidamente, não
permitindo que fiquem expostos.
Evite contato da agulha e seringa com superfície
contaminada.
Não toque o êmbolo, bico ou parte externa do corpo da seringa;
não toque na haste ou bisel da agulha.
PRINCÍPIOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO VIA
PARENTERAL

 Prepare a pele do paciente - lave com água e sabão s/n;


faça antissepsia com álcool 70%.
 Utilize material descartável.
A escolha da seringa e da agulha depende da dose e viscosidade
do medicamento, via de administração, idade e condições físicas do
paciente.
Via intradérmica
É a administração de medicamentos na derme, indicada para a aplicação de
vacina BCG e como auxiliar em testes diagnósticos e de sensibilidade (teste
tuberculina)

Para testes de hipersensibilidade, o local mais utilizado é a região escapular e a


face interna do antebraço; para aplicação de BCG, a região deltóide do braço
direito.
Via intradérmica
TÉCNICA

Esticar a pele para inserir a agulha - o que facilita a introdução do bisel.


 O bisel deve estar voltado para cima visando atingir
somente a epiderme,
Formar um ângulo de 15º com a agulha, posicionando-a
quase paralela à superfície da mesma.
 Não se faz necessário realizar aspiração, devido à
ausência de vaso sangüíneo na epiderme.
Via intradérmica

O volume a ser administrado não deve ultrapassar a 0,5ml, por ser


um tecido de pequena expansibilidade, sendo utilizada seringa de
1ml e agulha 10x5 e 13x4,5.

Quando a aplicação é correta, identifica-se a formação de pápula,


caracterizada por pequena elevação da pele no local onde o
medicamento foi introduzido.
Via subcutânea
É a administração de medicamentos no tecido subcutâneo, cuja
absorção é mais lenta do que a da via intramuscular.

Doses pequenas são recomendadas, variando entre 0,5ml a 1ml ou


1,5 ml. Também conhecida como hipodérmica, é indicada
principalmente para vacinas (ex. anti-rábica), hormônios (ex.
insulina), anticoagulantes (ex. heparina) e outras drogas que
necessitam de absorção lenta e contínua.
Via subcutânea
Seus locais de aplicação são a
face externa do braço, região
glútea, face anterior e externa
da coxa, região periumbilical,

região escapular, região


inframamária e flanco
direito ou esquerdo.
Via subcutânea
Para não ultrapassar o tecido, deve-se primeiramente observar a
constituição do tecido subcutâneo do paciente, definindo o ângulo a ser
administrado conforme a agulha disponível (se agulha de 10x5, aplicar em
ângulo de 90º; se de 25x7, aplicar em ângulo de 45º).

Quando da introdução da agulha, fazer uma prega no tecido subcutâneo,


para facilitar sua localização. Para promover a absorção gradativa do
medicamento, efetuar leve compressão sem friccionar ao retirar a agulha da
pele.
Via subcutânea

Realizar a assepsia com algodão embebido em álcool 70%;


Fazer a prega cutânea para diminuir do risco que a agulha passe o
tecido subcutâneo;
Introduzir a agulha em angulo de 45 ou 90 grau, dependendo da
agulha utilizada e do peso do paciente;
Massagear delicadamente a região apos a retirada da agulha para
que seja distribuída a medicação e facilitar a absorção.
Via subcutânea
Via intramuscular

Conceito

É a introdução de medicamentos no tecido muscular.

INDICAÇÕES

Quando o medicamento é muito irritante para ser


administrado por outra via;
 Quando o volume é superior a 1,5ml e inferior a 5ml;
Quando há necessidade de absorção e início de ação mais rápida
que as vias oral, ID, SC.
Via intramuscular

VANTAGENS - absorção rápida, mais segura que a intravenosa, alguns


fármacos fazem depósito no músculo promovendo terapêuticas
prolongadas (ex. Penicilina: 3 a 4 semanas).

DESVANTAGENS – possibilidade de lesão de nervos, tecidos ou vasos


sanguíneos, dor, desconforto, dano celular, hematoma, abscessos estéreis
ou sépticos e reações alérgicas .
Via intramuscular

REGIÕES UTILIZADAS

Região Ventroglútea (VG) – músculos glúteo médio e mínimo.

Região da Face Ântero Lateral da Coxa (FALC) – músculo


vasto lateral da coxa.

Região D orsoglútea (DG) – músculo glúteo máximo.

 Região Deltóidea – músculo deltóide.


CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA A SELEÇÃO D O
MÚSCULO MAIS SEGURO

 Distância em relação a vasos e nervos importantes;


Musculatura suficientemente grande para absorver o
medicamento;
 Espessura do tecido subcutâneo;
 Idade do cliente;
 Irritabilidade da droga;
 Atividade do cliente;
 Condições da musculatura;
 Volume do medicamento;
 O tipo de medicação;
 Preferência do cliente se não houver contra-indicação.
MATERIAL E PROCEDIMENTOS
Material:
Medicamento, agulha de tamanho adequado, seringa compatível como
volume de medicamento (1,5ml), álcool, algodão 70%, luvas de
procedimentos e bandeja.

• Procedimento:
 Identifique os 13 certos,
 Explique o procedimento ao cliente,
 Lave as mãos e reúna o material,
Aspire a dose prescrita da solução a seradministrada,
Se o medicamento for reconhecido como irritativo para os tecidos, substitua a
agulha depois de aspirar o medicamento,
 Calce luvas de procedimento,
Ajude o cliente a assumir uma posição confortável e exponha apenas a
área a ser injetada,
Selecione o sítio de injeção apropriado inspecionando o tamanho
do músculo e a integridade do tecido. Considere o volume do
medicamento a ser administrado,
Faça a antissepsia da pele e permita que o local seque
completamente após a fricção com álcool,
Com a mão não dominante, segure a pele realizando o pinçamento
do músculo (o pinçamento facilita o procedimento e minimiza a
dor),
Com a mão dominante, introduza a agulha em movimento único e
rápido, com um ângulo adequado à região de aplicação,
 Aspire lentamente puxando o êmbolo para trás,
Se nenhum sangue aparecer, injete lentamente o medicamento. Se
aparecer sangue na seringa, remova a agulha, descarte a seringa e
prepare novo medicamento,
Retire a agulha enquanto pressiona o algodão sobre a pele,
 Massageie gentilmente o local,
Não recapeie a agulha. Descarte o equipamento em um recipiente
para objetos cortantes,
 Lave as mãos,
Registre o medicamento e a resposta do cliente e a resposta do
cliente de acordo com o protocolo da instituição.
REGIÃO VENTROGLÚTEA

DELIMITAÇÃO ESPECÍFICA DA REGIÃO

Colocar o dedo médio sobre a


crista ilíaca,
Deixar a palma da mão cair
naturalmente sobre o trocanter,
Afastar o dedo indicador
apontando-o para a espinha ilíaca
ântero superior,
Aplicar no triângulo formado
pelos dedos médio e indicador.
Importante:
Lado direito do cliente,
utilizar a mão esquerda e
vice-versa,
Introduzir a agulha
levemente voltada para a
crista ilíaca.
REGIÃO DORSOGLÚTEA

DELIMITAÇÃO ESPECÍFICA DA REGIÃO

Traçar uma linha imaginária em


diagonal, que sai da espinha ilíaca
postero- superior e vai até o
trocânter do fêmur,
Distender a pele com o polegar
e indicador e pinçar o músculo,
Aplicar acima da linha traçada,
no ponto médio da mesma.
REGIÃO DA FACE ÂNTERO LATERAL DA C O X A

DELIMITAÇÃO ESPECÍFICA DA REGIÃO

 Traçar uma linha média na parte anterior da coxa,


 Traçar uma linha média na parte lateral da coxa,
 Dividir a distância em três partes iguais,
 Distender a pele com o polegar e indicador,
 Aplicar no centro do terço médio.
REGIÃO DELTÓIDEA
DELIMITAÇÃO ESPECÍFICA DA REGIÃO

 Traçar uma linha aproximadamente 5cm abaixo do acrômio,


Traçar duas linhas em diagonal que se encontram na inserção inferior do
deltóide,
Distender a pele com o dedo polegar e indicador e pinçar o músculo,
 Aplicar no centro do triângulo.
Importante:
 Flexionar o braço do cliente,
O ângulo da agulha deve ser de 90 graus em relação à pele.
VOLUME

IDADE DELTÓIDE VG DG FALC

Prematuro 0,5 ml

Neonatos 0,5 ml

Lactentes
1,0 ml

Cças 3 a 6
1,5 ml 1,0 ml 1,5 ml
anos
Cças 6 a 14
0,5 ml 1,5 – 2,0 ml 1,5 – 2,0 ml 1,5 ml
anos

Adolescente 1,0 ml 2,0 – 2,5 ml 2,0 – 2,5 ml 1,5 – 2,0 ml

Adulto 1,0 ml 5,0 ml 5,0 ml 4,0 ml

Fonte: Bork,AMT. Enfermagem baseada em evidência. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005
BISEL

SUBCUTÂNEO INTRAMUSCULAR INTRADERMICA

SC IM ID

PRA CIMA LATERAL PRA CIMA

ANGULAÇÃO
SUBCUTÂNEO INTRAMUSCULAR INTRADERMICA

SC IM ID

45º ou 90º 90º 15º


Referências

PARECER COREN-DF N° 009/2004. ASSUNTO: Locais para administração


por via intramuscular das medicações Benzilpenicilinas Benzatina e Potássica
– Procaína e demais medicações aquosas de volume de 1,5 até no máximo
5ml.

POTTER, PA. Semiologia em enfermagem. Trad. Health assessment. 7.


ed. Rio de janeiro: Reichmann & Affonso, 2013. 3. SOUZA, EMS;
BRANDÃO, FS. Manual de técnicas de enfermagem.

Bork,AMT. Enfermagem baseada em evidência. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2005

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