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Modelo HC Preventivo Craco
Modelo HC Preventivo Craco
Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Impetrantes: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Autoridade Coatora: Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de Sã o Paulo
HABEAS CORPUS
com pedido de ordem liminar
E-MAIL
da Polícia Militar de Estado de Sã o Paulo, na pessoa do Coronel XXXXXXXXXXXX,
situado na Praça Coronel Fernando Prestes nº 115, Bom Retiro, Sã o Paulo, SP, CEP:
01124-060
1. DOS FATOS
1
http://www.policiamilitar.sp.gov.br/unidades/ccomsoc/index.html
ENDEREÇO DA UNIDADE - TELEFONE
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geral do estado de coisas, está a ocorrer, de forma sistemá tica e diá ria,
constrangimento ao direito constitucional ao direito de ir, vir e estar em
logradouros públicos, constrangimento esse direcionado à populaçã o a toda
evidência hipossuficiente: maltrapilhos, moradores de rua e dependentes
químicos.
2
http://www.apadep.org.br/news/2011/defensoria-publica-de-sp-inicia-hoje-atendimento-juridico-
especializado-para-a-populacao-de-rua-da-capital
ENDEREÇO DA UNIDADE - TELEFONE
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Lá estando, finalizou ontem a primeira fase do atendimento, colhendo 70
(setenta) relatos formais entre 04 e 13 de janeiro, dia de ontem.
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Especial atençã o merece o caso de uma adolescente que, segundo relatos
dela pró pria e de testemunhas, recebeu um disparo na boca de um policial militar
por ter se recusado a sair da via pú blica onde se encontrava (doc. 11 a, b, c). Note-
se que a referida adolescente foi atendida pela Defensoria na sexta-feira,
06/01/12, à tarde, momento em que foi orientada sobre seus direitos, dentre os
quais o direito de liberdade, ocasiã o em que se encontrava sem ferimentos; poucas
horas depois, na noite de sexta-feira, foi gravemente lesionada na boca, apó s
responder a uma abordagem policial que permaneceria naquele local, resguardada
pelo seu direito de locomoçã o.
E-MAIL
Depois do acosso para tentar dispersar os cidadã os, é desnecessá rio dizer,
tais pessoas, exercendo o seu direito de liberdade, retornam ao local pú blico onde
moram e estã o habituadas a freqü entar.
E-MAIL
Em vídeo gravado pela Defensoria Pú blica no ato de seu atendimento (doc.
19), o paciente complementa que: “quer dizer é, tratando como alguém que não tem
direito nenhum, ou que cometeu um crime, que no caso meu nome não consta, em
nenhum... e não tem processo” e “tô pedindo meu Direito Constitucional de ir e vir,
eu não posso ficar num lugar, outro dia eu não pude passar numa rua, que todos os
pedestres passavam” (doc. 20).
E, de fato, o paciente sequer possui inquérito policial contra si, muito menos
processo ou condenaçã o criminal, conforme demonstra “Sivec” em anexo (doc. 21)
A impetraçã o desta medida se faz necessá ria uma vez que, nesta ú ltima
quinta-feira, 12/01/12, a autoridade ora apontada como coatora declarou à
imprensa que “a postura deve ser enérgica sem demonstração de agressividade,
porém ostensiva e desestimuladora” e que a operaçã o em questã o vai durar pelo
menos mais seis meses, o que demonstra a imprescindibilidade do salvo-conduto.
(doc. 22)
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drogas em seus lares e festas poderiam ser proibidas de ir ao trabalho, o que, além
de inimaginá vel, causaria sérios impactos sobre a economia do país.
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3. DO CABIMENTO E DO MÉRITO DO HABEAS CORPUS
PREVENTIVO
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Nos casos em que haja ameaça de constriçã o ao direito de permanecer sem
ordem legal ou judicial para tanto, caberá Habeas Corpus preventivo, a fim de que
cesse a ilegalidade e se restabeleça o direito do cidadã o de estar na via pú blica.
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Nesse sentido:
E-MAIL
No caso de que trata a presente impetraçã o, nã o poderia ser mais notó rio o
fato de que os cidadã os que habitam a regiã o popularmente conhecida como
“Cracolâ ndia”, na capital paulista, vêm sendo constantemente ameaçados no seu
direito de ir, vir e ficar.
E-MAIL
“Na verdade, sendo o paciente morador de rua, não há motivos para
determinar a coercitiva retirada dele do Abrigo Boracéia. Não haveria
razões objetivas para essa ordem, não está demonstrado o cárcere
privado nem que o paciente esteja sendo maltratado. Por outro lado, não
há como avaliar se o paciente quer permanecer em tal local, para
onde foi encaminhado compulsoriamente, segundo a exordial.
Ademais, se foi liberado do Hospital Psiquiátrico é porque não houve
conclusão médica de que o paciente representa perigo à própria saúde ou
à saúde de outrem. Até que se prove o contrário, o paciente é homem
livre, não interditado, que não parece oferecer risco a quem quer
que seja. Por ser assim, somente a ele pode caber a decisão sobre o
que seja melhor para si; se quer voltar para as ruas, se quer
permanecer no abrigo ou, ainda, se prefere uma outra via pública
para estar.
Posto isso e por tudo mais que dos autos consta, CONCEDO A SEGURANÇA
para o fim colimado pelo impetrante para que o paciente Manoel
Menezes da Silva, enquanto livre e não interditado, tenha assegurado o
seu direito de ir, vir e ficar, sem qualquer restrição ou impedimento por
quem quer que seja” (DIPO - HC 050.05.041367-8 – j. 24.06.2005, g.n.).
Logo, por todo o exposto, vê-se que a demanda ora postulada é plenamente
cabível pela via do habeas corpus preventivo, requerendo-se à Vossa Excelência
que conheça do mérito da impetraçã o, concedendo a ordem a fim de que o paciente
obtenha salvo-conduto para que nã o seja acossado, intimidado ou violentado de
qualquer maneira por agentes pú blicos, nã o podendo ser removido contra sua
vontade do local pú blico, salvo em hipó tese de flagrâ ncia por crime (excetuados os
abarcados pela Lei 9.099/95) ou ordem judicial.
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4. DA MEDIDA LIMINAR
5. PEDIDO
E-MAIL
Por todo o exposto, requer o impetrante a concessã o da ordem de habeas
corpus, confirmando-se a medida liminar, a fim que seja expedido salvo-conduto ao
paciente, garantindo que ele possa circular e permanecer em locais públicos de
uso comum do povo a qualquer hora do dia, nã o podendo ser removido contra a
sua vontade salvo se em flagrante delito ou por ordem judicial, estendendo-se os
efeitos da ordem aos cidadã os que se encontrem na mesma situaçã o.
Defensor(a) Pú blico(a)
Unidade de XXXXXXXXX