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LINFÁTICA
1. Introdução (Definição e história)
A drenagem linfática é uma das técnicas mais conhecida do mundo e uma das mais populares
no Brasil, tem uma rica história no passado e se consolida, a cada dia. Seus mestres semearam
suas modalidades e, atualmente, os frutos são colhidos pelos clientes e pacientes que são
beneficiados por suas manobras.
Essa técnica foi desenvolvida em 1932 pelo terapeuta dinamarquês Vodder e pela sua esposa,
tornou-se popular graças aos efeitos referidos pelos pacientes, tendo sido posteriormente
aperfeiçoada. É uma técnica usada para drenar e limpar macromoléculas e resíduos celulares
que, devido ao seu tamanho, não entram no sistema venoso, acabando muitas vezes por ficar
no organismo devido à uma má drenagem linfática.
1967 foi criada a Sociedade de Drenagem Linfática Manual incorporada em 1976 à Sociedade
Alemã de Linfologia. Muitos grupos aderiram à técnica e passaram a difundi-la, acrescentando
contribuições individuais, porém mantendo os princípios preconizados por Vodder.
Na década de 60, Foldi estudou as vias linfáticas da cabeça e suas relações com o líquor
cérebro espinhal. Ele e sua equipe desenvolveram a terapia complexa descongestiva,
associando cuidados higiênicos, o uso de bandagens compressivas e exercícios
linfomiocinéticos à drenagem linfática manual, principalmente no tratamento clínico do
linfedema.
Em 1977, os professores Albert e Oliver Leduc, adaptaram o método do professor Foldi e do
Dr. Vodder, demonstrando mediante radioscopia, o efeito de aceleração do fluxo linfático
mediante drenagem linfática manual.
2. Anatomia e Fisiologia do Sistema Linfático
O Sistema Linfático e o sistema cardiovascular estão dentro do sistema circulatório. O sistema
circulatório por sua vez, é caracterizado pela presença de fluídos que fazem o transporte de
toxinas, nutrientes, oxigênio e gás carbônico.
Há 4 tipos de líquidos importantes no sistema circulatório:
Plasma sanguíneo, Líquido Intersticial, Hialoplasma, e Linfa.
Quando o sangue é bombeado pelo coração, rico em nutrientes e oxigênio, este é levado pelo
plasma sanguíneo (líquido-veículo) para as células. Esse plasma sanguíneo deságua do meio
intersticial se tornando parte dele, e depois é absorvido pelas células se tornando parte do
hialoplasma (líquido no citoplasma). Quando as células fazem a absorção de nutrientes e
oxigênio, elas precisam excretar os subprodutos, e dessa forma os capilares das veias irão
captar novamente esse líquido, o transformando em plasma sanguíneo rico em gás carbônico,
e levando de volta para o coração para ser oxigenado.
Esse funcionamento de reciclagem da água do nosso corpo pelo sistema cardiovascular ocorre
quase que perfeitamente, porém, o auxílio do sistema linfático acontece da seguinte forma:
Se houver excesso de líquido intersticial, os capilares linfáticos serão comprimidos pela
pressão desse líquido, e irão captar parte desse excesso (edema), levando para a filtragem que
ocorre nos gânglios linfáticos, e posteriores faz a devolução desse líquido para a corrente
sanguínea que retorna para o mesmo ciclo.
O sistema linfático então, tem o papel de absorver líquido em excesso no interstício, evitando
o aparecimento de edemas. Além disso, esse sistema é essencial na imunidade do organismo,
durante a circulação nos vasos linfáticos, a linfa passa através de órgãos, como os linfonodos,
adenoides e baço, responsáveis pela produção, armazenamento e amadurecimento de células
do sistema imune, tais como linfócitos, responsáveis pela defesa e combate de
microrganismos estranhos.
Este importante sistema é composto por uma complexa rede de células, vasos, tecidos e
órgãos, que desempenham variadas funções. Os principais componentes incluem:
1. Linfa
É o líquido que percorre através da circulação linfática, geralmente, originado do
extravasamento do líquido da corrente sanguínea para o tecido ao redor das células.
Função: o líquido fora dos vasos é capaz de banhar as células, ofertando os nutrientes
necessários, mas ao ser captado pela corrente linfática, transforma-se em linfa, que é levada
para o coração, com o intuito de voltar para a corrente sanguínea.
2. Capilares e vasos linfáticos
Os capilares são pequenos e finos vasos linfáticos, que entram em contato com as células do
organismo e captam líquidos, e à medida que levam a linfa para o coração, crescem e formam
os vasos linfáticos maiores e ductos.
Função: captam e absorvem o líquido e proteínas ao redor das células, evitando o acúmulo de
líquidos e inchaço no corpo.
3. Ductos linfáticos
São grandes canais linfáticos, conhecidos como ducto torácico e ducto linfático direito, onde
desagua a circulação linfática antes de atingir a corrente sanguínea.
Função: o ducto torácico coleta e conduz a maior parte da linfa do corpo para o sangue, já o
ducto linfático é responsável por drenar a linfa de todo o membro superior direito e do lado
direito da cabeça, do pescoço e do tórax para a corrente sanguínea.
4. Órgãos linfáticos
São órgãos espalhados ao longo do trajeto dos vasos linfáticos, que apresentam variados
tamanhos, estruturas e funções, e podem ser estimulados sempre que há uma infecção ou
inflamação. Os principais são:
•Medula óssea: é uma estrutura localizada dentro de grandes ossos, que tem a função de
formar as diversas células que compõem a circulação do corpo, incluindo os linfócitos, que são
as células de defesa do sistema linfático;
•Timo: é uma glândula localizada na parte superior do tórax, que tem a função de desenvolver
e proliferar os linfócitos T que vieram da medula óssea, que em seguida vão para os outros
tecidos linfoides, onde se tornam ativos para a resposta imune;
•Linfonodos: são pequenos órgãos arredondados, espalhados ao longo dos vasos linfáticos,
responsáveis por filtrar a linfa, removendo micro-organismos, como bactérias e vírus, e outras
partículas da circulação, além de serem responsáveis pelo amadurecimento e armazenamento
de linfonodos, que ficam prontos para agir contra infecções.
•Baço: é um grande órgão linfático, situado na parte superior esquerda do abdômen,
responsável pelo armazenamento e amadurecimento de linfócitos, além de filtrar o sangue,
eliminando micro-organismos e células envelhecidas.
•Além disso, existem as tonsilas, conhecidas como amígdalas e adenoides, que são
aglomerados de nódulos linfáticos, situados na boca, região inferior da língua e faringe, além
das placas de Peyer, situadas no intestino, que também são responsáveis por produzir células
do sistema imune e auxiliar na proteção contra micro-organismos.
3. Fundamentos da Drenagem e suas vertentes
A Drenagem Linfática Manual é uma técnica de massagem altamente
especializada, feita com pressões suaves, lentas, intermitentes e relaxantes, que
seguem o trajeto do sistema linfático, aprimorando algumas de suas funções.
A drenagem linfática manual drena os líquidos excedentes que banham as células,
mantendo, desta forma, o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais. Ela é também
responsável pela evacuação dos dejetos provenientes do metabolismo celular.
As técnicas de DLM mais famosas e utilizadas são: Vodder, Leduc e Godoy. Em todas as
técnicas a pressão aplicada é de 30 a 40mmHg, o que caracteriza uma pressão leve, similar
a pressão fisiologia que o líquido intersticial aplica sobre os capilares linfáticos.
Os vasos linfáticos tem origem nos interstícios, onde drenam os líquidos e proteínas que
constituirão a linfa. Os vasos linfáticos possuem válvulas que fazem com que o líquido flua
em sentido unidirecional (sem refluxo), e são contráteis, ou seja, o segmento que fica
localizado entre cada válvula constitui a unidade contrátil. A linfa presente no interstício é
reabsorvida pelos vasos linfáticos que estão distribuídos por todo o corpo, esses se
chamam capilares linfáticos. Eles desembocam em vasos que transportam a linfa, os pré-
coletores, que desembocam em vasos mais calibrosos, os coletores. Os coletores irão
transportar essa linfa até os linfonodos, em movimentos de contração lentos realizados
pelo linfangion, impulsionando o fluido de 6 a 7 vezes por minuto. Os linfonodos são
órgãos filtradores que além de fazer a limpeza dessa linfa, impedem processos infecciosos
e fazem a fagocitose de microrganismos. A linfa, depois de filtrada e pura, é transportada
para a corrente sanguínea.
A massagem de drenagem linfática faz aumentar o fluxo da linfa, auxiliando no tratamento
e/ou prevenção de edemas, linfedemas, fibro edema gelóide, entre outras. A pressão
exercida na massagem não pode ultrapassar 40 mmHg, que é a pressão interna nos
grandes vasos linfáticos. Essa pressão elimina o excesso de líquido, diminuindo a
probabilidade de fibrose, e expulsando esse líquido para o sistema sanguíneo). A
drenagem linfática manual deve sempre obedecer ao sentido do fluxo, pois se for realizada
em sentido contrário, pode forçar a linfa contra as válvulas, podendo danificá-las. Na
drenagem linfática, realiza-se a drenagem da linfa, que está dentro dos capilares linfáticos
As manobras são lentas, leves e monótonas, seguindo sempre a direção do fluxo linfático,
não devem causar dor ou eritema, sendo repetidas num ritmo determinado
EFEITOS FISIOLÓGICOS
A drenagem linfática exerce influência direta sobre:
• Velocidadedefiltraçãodalinfaqueatravésdoestímulo,aumentaofluxolinfático e
consequentemente, a velocidade com que a linfa será filtrada pelo linfonodo.
• A quantidade de linfa processada dentro dos gânglios, onde a linfa passa mais
rapidamente em função das pressões rítmicas.
• Amusculaturaesquelética,ondeosmovimentoscalmosemonótonosinduzemaum
relaxamento muscular, favorecendo assim o fluxo do sangue e do líquido intersticial.
• O sistema nervoso vegetativo, quando as manobras são percebidas pelos
mecanorreceptores da pele, proporcionando relaxamento e sensação de bem- estar,
podendo até aliviar a sensação de dor.
• A motricidade do intestino, estimulando a musculatura lisa do intestino, além de exercer
força mecânica sobre o bolo intestinal, impulsionando-o em direção ao reto.
Há também uma influência indireta da drenagem linfática sobre:
• A oxigenação dos tecidos, por meio de uma difusão rápida, ocorrendo um aumento do
volume de oxigênio que passa dos capilares para o interstício.
• A nutrição das células, por manter a substância fundamental em condições ideais, o que
garante uma distribuição uniforme de nutrientes.
• A absorção de nutrientes, pois através das manobras sobre o abdômen, a musculatura
lisa e os capilares linfáticos dessa região são estimulados.
• Adistribuiçãodoshormônios,quedependedaboafuncionalidadedasubstância fundamental
e o aumento na excreção de líquidos, por causa da maior quantidade de linfa processada
sendo despejada na circulação sanguínea
4. Indicações e Contraindicações
Indicações
• Edema tecidual; (traumáticos, hipertensão, inflamatórios – aguda e crônica)
• Circulação sanguínea de retorno comprometido (varizes, varicoses e pós-operatório de
cirurgia de varizes);
• Linfedema (primário – ex. deficiência da circulação linfática, secundária – ex. pós
mastectomia).
• Musculatura tensa;
• Sistema nervoso abalado;
• Queimaduras;
• Enxertos;
• DLM Facial: Cefaléia (dor de cabeça) Renite,
Sinusite, edemas em geral (traumático pré e
pós-operatório de cirurgias);:
• Acne;
• Couperose (disfunção dos micro vasos);
• Rosácea (semelhante a anterior, porém com
alteração de coloração da
pele para rosado e/ou vermelho);
• Rejuvenescimento
• Pré e Pós operatório de cirurgia plástica.
lifting, blefaroplastia,
preenchimento das rugas frontais, correção de
orelha de abano,
rinoplastia, mamoplastia, lipoaspiração,
lipoescultura,..)
• LGD (celulite)
• Hematomas
• Artroses artrites
• Osteoporoses
• Fraturas depois do gesso
• Pós luxações
• Reumatismos
• Contusões
• Obesidade
• Bruxismo
• Estresse
• Trigemialgias
• Gestação após terceiro mês,
Contraindicações
• Inflamações e infecções em fase aguda;
• Tratamento pós trambose e pós tromboflebite;
• Hipertiroidismo não controlado;
• Insuficiência cardíaca congestiva (icc)
• Hipotensão não controlada
• Hipertenção não controlada
• Insulficiência renal não controlada
• Gestação de alto risco
• Patologias pulmonares
5. Manobras e Passo a passo drenagem
a. Pressão: Pressão leve, de 40mmHg
b. Direção: Direcionando a linfa para os gânglios linfáticos.
c. Velocidade: Lenta, e rítmica.
d. Manobras: Evacuação, captação e reabsorção.
e. Condução: Manobras superficiais devem pressionar o tecido superficial (camadas da pele e
tecido adiposo) sem atingir a musculatura. Toda vez que um tecido intersticial recebe um
aumento de pressão forma-se a linfa. A linfa superficial é conduzida para "DENTRO”, para o
interior da região "Drenada", e não para o Coração.
Existem 3 tipos de manobras:
•Manobras de evacuação: “Liberação dos Linfonodos” Ocorre nos linfonodos que recebem a
confluência dos coletores linfáticos com a transferência dos líquidos captados.
•Manobras de captação: Manobra realizada sobre o segmento edemaciado, através de leves
tracionamentos na pele visando aumentar a captação da linfa. (Proximal para distal)
•Manobras de reabsorção: A manobra ocorre nos coletores linfáticos que transportarão a linfa
(distal para proximal)
Dentro dessas manobras, teremos algumas técnicas para realizá-las:
Bombeamento
Círculo fixo
Dedo indicador para o mínimo
Enviar e passar
Bracelete
Doador
Passo de ganso
Patão