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Toaz - Info Os Oraculos Sibilinos PDF PR
Toaz - Info Os Oraculos Sibilinos PDF PR
O
meu sincero desejo era traduzir e publicar gratuitamente
na internet uma edição integral de Os Oráculos Sibilinos,
porém, a obra é extensa e de uma linguagem realmente
difícil de ser compreendida e traduzida com fidelidade, e
ainda que não o fosse, eu jamais poderia levar o empreendimento a
cabo, pois as minhas ocupações são muitas e não sobraria tempo para
me dedicar a esta tarefa.
A acusação que tem tudo para ser verdadeira é muito antiga, porém,
a defesa também o é, e mesmo que ficasse comprovado que os
primeiros cristãos não adulteraram as profecias das sibilas, uma
fustigante questão pairaria no ar: Por que os santos pais do cristianismo
primitivo admitiram estes versos como sendo verdadeiras profecias e
lhe conferiram a mesma autoridade que repousava sobre as Escrituras
Sagradas?
Mas para sintetizar a minha tão prolixa resposta afirmarei que não
me impressionam nem interessam as origens ou a fidelidade dos
Oráculos Sibilinos, porque procuro examiná-los sob o ponto de vista de
um antropólogo, reconhecendo-lhe o valor e a importância que tiveram
para a formação do pensamento social e religioso das civilizações
antigas, principalmente se estas civilizações incluem o mundo greco-
romano e a cultura judaico-cristã. Não creio que devam ser estudados
segundo a perspectiva da teologia; eles até podem nos convidar à
expansão do pensamento, mas não devem ditar os parâmetros. Porém,
eu também não pretendo direcionar os passos do leitor para qualquer
destes rumos. Vamos então à introdução de Os Oráculos Sibilinos.
Até hoje há quem diga que a palavra sibila seja um nome próprio.
Outros há que prefiram associar o termo ao suposto chiado que a sibila
fazia quando entrava em transe antes de profetizar, mas também
existem aqueles que imaginam que essa palavra tem a ver com o rugido
dos ventos à entrada da caverna onde a pítia podia ser consultada.
Porém, Varro e Lactâncio nos dão uma explicação verdadeiramente
convincente. De acordo com eles, a palavra sibila vem da contração de
dois termos do grego antigo: zeus – deus + boule – conselho. A
pronúncia dos antigos diferia da nossa, portanto, não diziam theous –
zeus, mas sios; também não diziam boule, mas bile, daí: sibila, ou
conselho de deus.
Não faço parte dessa escola, pois está muito claro que alguns versos
das sibilas são espúrios, mas nem por isso posso deixar de reconhecer a
importância do estudo desses escritos para a compreensão do
pensamento escatológico dos primeiros cristãos. Também não
estranharei se puder ficar comprovado que algumas daquelas profecias
cujos elementos se relacionam diretamente com a nossa fé tenham
nascido no coração de qualquer pitonisa.
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