Você está na página 1de 52

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


FACULDADE DE NUTRIÇÃO

ANA LUIZA ARAÚJO DA SILVA


BEATRIZ BACHESCHI DO CARMO BENETTI

RELAÇÃO DO CROMO SÉRICO COM A HOMEOSTASE


GLICÊMICA, PERFIL LIPÍDICO E ANTROPOMETRIA
EM INDIVÍDUOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2

Goiânia
2018
2

ANA LUIZA ARAÚJO DA SILVA

BEATRIZ BACHESCHI DO CARMO BENETTI

RELAÇÃO DO CROMO SÉRICO COM A HOMEOSTASE


GLICÊMICA, PERFIL LIPÍDICO E ANTROPOMETRIA
EM INDIVÍDUOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade de Nutrição da Universidade
Federal de Goiás, como requisito para
obtenção do título de Nutricionista.
Orientadora: Profª Drª Marília Mendonça
Guimarães

Goiânia
2018
3

Dedicatória 1

Aos meus pais, Nara Henriques e Abel Henriques

Ao meu irmão Sérgio Murilo Silva

A minha avó Maria Aparecida

A minha afilhada Antônia Maria Carvalho e minha afilhada de coração Maria Fernanda
Carvalho

A toda minha família do complexo

Ana Luiza Araújo da Silva

Dedicatória 2

Aos meus pais, Bárbara Benetti e Rodrigo Benetti

A minha irmã Marina Benetti

Aos meus avós Nilo e Maria José, e José Quirino e Celina.

Beatriz Bacheschi do Carmo Benetti


4

AGRADECIMENTO 1

A Deus, em primeiro lugar, que nunca me desamparou e sempre me


fortaleceu.

Aos meus pais Nara Roberta Araújo da Silva Henriques e Abel Francisco
Simões Henriques, pelo apoio, por todo o carinho e amor e por sempre acreditarem
em mim, tudo o que sou devo a estas duas pessoas e por este motivo sou muito
grata pela bênção de tê-los sempre ao meu lado.

Ao meu irmão Sérgio Murilo Araujo da Silva, por ser um grande amigo e
parceiro, que sempre torceu por meu sucesso.

A minha avó Maria Aparecida da Silva, por ser exemplo de mulher


batalhadora.

A Wanessa de Souza Castro e Wladmir André Carvalho Guimarães por terem


me presenteado com minhas pequenas Maria Fernanda Souza Carvalho e Antônia
Maria Souza Carvalho.

A toda família do complexo, em especial minha madrinha Izy Carvalho,


minhas tias (Maria José de Carvalho, Marly Araujo e Carlota Neta de Carvalho),
meus tios (Alvando Carvalho e Euvanderly Carvalho), que sempre torceram por mim.

A minha dupla de TCC e amiga Beatriz Bacheschi do Carmo Benetti por ter
feito parte da minha trajetória e ter aceitado compartilhar comigo as angústias e
vitórias da vida acadêmica.

As minhas amigas Ana Caroline Marcelo Rodrigues, Ana Clara Sena Soares
da Silva, Rayssa Martins e Victória Arantes pela amizade, carinho e parceria de
sempre.

A Profª Drª Marília Mendonça Guimarães pela impecável orientação, apoio e


paciência.

Aos professores da FANUT/UFG Ana Tereza Freitas, Maria Luiza Stringhini,


Karine Martins, Ida Helena Meneses, Géssica Almeida, Luciana Bronzi de Souza e
Rosana Marques por contribuírem imensamente com a minha formação.

Aos membros da banca Profa. Dra. Maria Luiza Stringhini e Profa Dra. Maria
Sebastiana Silva o meu mais sincero muito obrigada.

Ana Luiza Araújo da Silva


5

AGRADECIMENTO 2

À vida.

Aos meus pais, Rodrigo de Lima Benetti e Bárbara Maria Santos do Carmo
Benetti, por me apoiarem, fortalecerem e pelo amor imensurável.

À minha irmã, Marina Bacheschi do Carmo Benetti, pela fonte de coragem e


incentivo para seguir meus sonhos.

Aos meus avós, Nilo e Maria José, Celina e José Quirino, por serem minha
fonte de luz e inspiração nessa trajetória.

Ao meu namorado, Gustavo do Carmo Laudares, por me apoiar e ter


paciência em todas as horas dedicadas.

À minha prima e minha tia, Fabiana Approbato e Vânia do Carmo, por


estarem presente na minha formação, pelo carinho e apoio.

À minha tia, Glaucia do Carmo, por estar presente em cada passo da minha
formação e pelo carinho.

À minha companheira, amiga e dupla de TCC, Ana Luíza Araújo da Silva, que
me apoiou nos momentos mais difíceis e acreditou em nosso potencial.

Às minhas amigas Ana Caroline Marcelo Rodrigues e Ana Clara Sena Soares
da Silva, pela cumplicidade, pelo apoio e por terem feito esses cincos anos serem
incríveis.

À Prof.ª Dr.ª Marília Mendonça Guimarães, pela impecável orientação, apoio


e paciência nesta trajetória.
Aos professores da FANUT/UFG Ana Tereza Freitas, Maria Luiza Stringhini,
Karine Martins, Gustavo Pimentel, Géssica Almeida, Liana Jayme Borges, Luciana
Bronzi de Souza e Rosana Marques por contribuírem imensamente com a minha
formação.

Aos membros da banc, a Profa. Dra. Maria Luiza Stringhini e Profa Dra. Maria
Sebastiana Silva, o meu mais sincero muito obrigada.

Beatriz Bacheschi do Carmo Benetti


6

“A verdadeira coragem é ir atrás de seus sonhos


mesmo quando todos dizem
que ele é impossível”.

Cora Coralina
7

RESUMO

O Diabetes mellitus (DM) apresenta uma incidência cada vez maior na população
mundial, sendo um grande problema de saúde pública. Dentre os tipo de diabetes, o
Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) representa o maior número de casos diagnosticados.
Estudos relacionam a deficiência de cromo com resistência à insulina, hiperglicemia
e consequentemente, ao DM2. Há evidências de que pessoas com diabetes e
resistência à insulina apresentam concentrações séricas baixas de cromo. Assim o
objetivo do estudo foi relacionar a concentração de cromo sérico com a saúde
metabólica e antropométrica de indivíduos com DM2. Foram avaliadas as variáveis:
cromo sérico, HOMA-IR e HOMA – β , glicemia de jejum, hemoglobina glicada,
colesterol total e frações, triglicérides e antropométricas. Os dados foram analisados
utilizando-se o programa Epi Info versão 7.2.2.6. Para a comparação e associação
entre as variáveis dependentes e o desfecho foi aplicado o teste Qui Quadrado ou
Teste exato de Fisher, com um nível de significância de 5 %. A maioria dos
participantes apresentou classificação de obesidade quanto ao IMC e risco de
complicações metabólicas muito aumentado, além de resistência à insulina (5,87 ±
4,73%) e valores de glicemia de jejum elevados (168,50 ± 10,27 mg/dL). Ao todo 78,
57 % dos indivíduos em estudo apresentam deficiência de cromo sérico. Foram
encontradas associações entre deficiência de cromo sérico e resistência à insulina
(OR = 7,66; p = 0,04), reduzida capacidade funcional das células beta pancreáticas
(OR = 10,49; p =  0,02) e glicemia de jejum alterada (OR = 8,10; p = 0,03). Não
foram encontradas associações entre deficiência de cromo e estado nutricional, sexo
e lipemia (p>0,05).Como conclusão, em indivíduos com DM2, a deficiência de cromo
sérico associou-se às variáveis relacionadas ao controle glicêmico, exceto
hemoglobina glicada.

Palavras - chave: cromo, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia, obesidade,


resistência à insulina.
8

ABSTRACT

Diabetes Mellitus (DM) presents an increasing incidence in the world population,


being a great public health problem. Among type of diabetes, type 2 diabetes mellitus
(DM2) represents the largest number of diagnosed cases. Studies relate chromium
deficiency with insulin resistance, hyperglycemia and consequently, to DM2. There is
evidence that people with diabetes and insulin resistance have low serum levels of
chromium. Thus the objective of the study was to correlate serum chromium
concentration with the metabolic and anthropometric health of individuals with type 2
diabetes. Data were analyzed using the Epi Info version 7.2.2.6 program. For the
comparison and association between the dependent variables and the outcome, the
Qui-Square test or Fisher's exact test was applied, with a significance level of 5%.
The majority of the participants presented a markedly increased risk of metabolic
complications, as well as insulin resistance (5.87 ± 4.73%) and elevated fasting
glucose levels (168.50 ± 10.27 mg / dL). In all 78, 57% of the individuals under study
have serum chromium deficiency. There were associations between serum
chromium deficiency and insulin resistance (OR = 7.66, p = 0.04), reduced functional
capacity of pancreatic beta cells (OR = 10.49, p = 0.02), and fasting glycemia altered
(OR = 8.10, p = 0.03). No association was found between chromium deficiency and
nutritional status, sex and lipemia (p> 0.05). As a conclusion, in type 2 diabetic
subjects, serum chromium deficiency was associated with variables related to
glycemic control, except glycated hemoglobin .

Keywords: chromium, Type 2 diabetes mellitus, dyslipidemia, obesity, insulin


resistance.
9

QUADROS E FIGURAS

Quadro 1. Valores de referência para exames laboratoriais............................... 26


Quadro 2. Classificação do estado nutricional conforme o Índice de Massa 28
Corporal..............................................................................................
Quadro 3. Riscos de complicações metabólicas associadas à obesidade em 29
relação à circunferência da cintura....................................................
Figura 1. Mecanismo de transporte de glicose e síntese de proteína e 15
glicogênio...........................................................................................
Figura 2. Mecanismo de ação do 20
cromo.................................................................................................
.
Figura 3. Protocolo de pesquisa........................................................................ 23
10
11

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DM Diabetes mellitus
IDF International Diabetes Federation
SBD Sociedade Brasileira de Diabetes
Cr Cromo
VLDL Lipoproteínas de muito baixa densidade
LDL Lipoproteínas de baixa densidade
HDL Lipoproteínas de alta densidade
HOMA-IR Homeostasis model assesment – insulin resistence

HOMA β Homeostasis model assesment - função da célula β


A1c Hemoglobina glicada
IMC Índice de Massa Corporal
CC Circunferência da Cintura
12
13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 12
2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 14
2.1 FISIOPATOLOGIA DO DIABETES MELLITUS TIPO 2............................. 14
2.2 FATORES DE RISCO DO DM2................................................................. 16
2.3 RELAÇÃO ENTRE CROMO SÉRICO E DM2........................................... 17
3 OBJETIVOS............................................................................................... 20
3.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................... 20
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................... 20
4 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 21
4.1 CASUÍSTICA.............................................................................................. 21
4.1.1 Aspectos éticos........................................................................................ 21
4.1.2 População, amostra e local de estudo................................................... 21
4.2 MÉTODOS................................................................................................. 24
4.2.1 Avaliação 24
bioquímica...............................................................................
4.2.2 Avaliação da sensibilidade à insulina.................................................... 24
4.2.3 Avaliação antropométrica....................................................................... 28
4.2.4 Análise estatística.................................................................................... 29
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 30
5.1 RESULTADOS........................................................................................... 30
5.2 DISCUSSÃO.............................................................................................. 34
6 CONCLUSÃO............................................................................................ 37
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 38
APÊNDICE A. Ficha antropométrica......................................................... 43
ANEXO A. Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa............................... 44
ANEXO B. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido......................... 47
14

1 INTRODUÇÃO

O Diabetes mellitus (DM) apresenta uma incidência cada vez maior na


população mundial, sendo um grande problema de saúde pública. No ano de 2015,
pesquisa realizada pela Federação Internacional de Diabetes (International Diabetes
Federation, IDF), encontrou que 8,8% da população do mundo, que corresponde a
415 milhões de pessoas, com idade entre de 20 a 79 anos, apresenta diabetes
(International Diabetes Federation, 2015).

Na década de 1980 no Brasil, estimou-se a prevalência de diabetes de 7,6%


na população adulta. Em 2015, o Brasil ocupou a quarta posição, entre os dez
países com maior número de casos de diabetes (IDF,2016) com uma população de
14,3 milhões de pessoas diagnosticadas. Outro estudo apontou que o estilo de vida
da população brasileira impactou no aumento da prevalência de diabetes e, em uma
década, houve um aumento de 61,8 % de indivíduos com diabetes (VIGITEL, 2016).

Dentre os tipos de diabetes, o Diabetes mellitus tipo 2 (DM2), representa o


maior número de casos diagnosticados, cerca de 90 a 95% do total. Sua origem
envolve tanto fatores genéticos como fatores ambientais, de modo que há uma
grande relação com o número de casos de DM2 na família e os hábitos alimentares
inadequados associados ao estilo de vida sedentário, que contribuem para que o
indivíduo venha desenvolver obesidade, um dos principais fatores de risco para
doença (SBD, 2017).

A deficiência de micronutrientes também pode estar relacionada à etiologia


e/ou fisiopatologia do diabetes. O Cromo tem exercido efeito importante quando se
trata da ação da insulina em indivíduos portadores de DM2. O Cromo agrega-se a
ligantes distintos, o que pode estimular ou não sua absorção no organismo (SHILS
et al., 2009; COZZOLINO, 2009). Assim, estudos apontam que a deficiência de
cromo pode estar envolvida com a resistência à insulina, hiperglicemia e
consequentemente, ao DM2. Porém, os resultados ainda são inconclusivos
(GUIMARÃES, et al., 2017).
15

O cromo é encontrado em alimentos de origem animal e vegetal e sua


absorção não ocorre em grandes quantidades, sendo excretado principalmente pela
urina. A excreção do cromo é influenciada por sua ingestão e por fatores físicos,
hormonais e ambientais. Há hipótese de que há uma perda de cromo urinário devido
a hiperglicemia encontrada em pacientes com DM2, e como consequência a
deficiência do mineral. Portanto o consumo ou a deficiência de cromo na
alimentação pode ter influência no DM2 (GAMÉZ et al., 2002).

Outra função conhecida do cromo é a de desempenhar ações importantes no


metabolismo dos lipídios e hidratos de carbono. A deficiência deste mineral pode
levar ao aumento da glicose sanguínea, do colesterol total e dos níveis de
triglicérides, além da redução dos níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL) e
a sensibilidade à insulina (SUNDARAM, 2012).

Diante do exposto, este estudo visa observar se há associação entre


deficiência de cromo sérico e resistência à insulina, homeostase glicêmica, perfil
lipídico e estado nutricional em indivíduos com DM2.
16

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 FISIOPATOLOGIA DO DIABETES MELLITUS TIPO 2

O Diabetes mellitus (DM) é caracterizado por um distúrbio metabólico,


ocasionando hiperglicemia contínua, pode ser devido a deficiência de produção de
insulina no organismo do indivíduo ou por deficiência na sua atividade, que a longo
prazo pode levar a distúrbios microvasculares e macrovasculares, como por
exemplo retinopatia, nefropatia, neuropatia, doença coronariana, doença
cerebrovascular e doença arterial periférica. Existe mais de uma classificação de DM
e esta classificação é feita com base na etiologia e nos principais fatores causais,
que podem ser genéticos, biológicos e ambientais (SBD, 2017).

O DM2 pode ocorrer por defeito das seguintes proteínas do metabolismo:


ENPP-1 que tem como função receber a insulina, IRS, GLUT - 4 e CAPN-10. No
metabolismo normal, as células beta pancreáticas recebem a glicose ligada aos íons
cálcio, o que acarreta a liberação de insulina. Dentro das células ocorre o
metabolismo da glicose, gordura e insulina. O RNA polimerase faz síntese de RNA
mensageiro formando um RNA mensageiro codificado. O ribossomo traduz as bases
de RNA mensageiro, formando a proteína IRS. Este mesmo processo acontece com
ENPP-1, GLUT-4 e CAPN-10. Na membrana celular, as proteínas CAPN-10
decompõem a gordura. A ENPP- deixa passar insulina para o interior das células. A
proteína IRS recebe e fosforila a insulina, também é utilizada para ativar a GLUT-4
que permite a passagem da glicose para o interior da célula. Dentro das células há
combinação de uma parte de glicose dando origem ao glicogênio, outra parte recebe
elétrons transformando-se em piruvato, que posteriormente é metabolizado na
mitocôndria e libera energia (POITOUT et al., 2002), (FIGURA 1).
17

Figura 1. Mecanismo de transporte de glicose e síntese de proteína e glicogênio.


A interação da insulina com o receptor de insulina (INSR) desencadeia cascatas de sinal molecular
chave que participam ativamente na realização de ações biológicas pleiotrópicas nas respectivas
células alvo. A ligação de insulina ativa a subunidade de tirosina cinase de INSR que fosforila as
proteínas de IRS que subsequentemente ativam mediadores a jusante, facilitando assim as ações
metabólicas e mitogênicas da insulina. IRS: substrato do receptor de insulina; Shc: domínio de
homologia de Src contendo proteína transformadora 2; PI3K: fosfatidilinositol 3-quinase; Grb2:
receptor ligado ao receptor do factor de crescimento 2; MAPK: via da proteína quinase ativada por
mitógeno; PIP3: 3,4,5-trifosfato de fosfatidilinositol; SHP-2: domínio SH2 contendo proteína tirosina
fosfatase; Akt: proteína quinase B; mTORC1: alvo mamífero do complexo de rapamicina 1; GSK3:
glicogênio sintase quinase 3; Glut4: transportador de glicose tipo 4; MEK: MAP cinase cinase; ERK1 /
2: quinase 1/2 regulada por sinal extracelular; StAR: proteína reguladora aguda esteroidogênica;
p450scc: clivagem da cadeia lateral P450; CYP17: citocromo P450c17; 3βHSD: 3β-hidroxiesteróide
desidrogenase;PAC: Proteína Associada a C-Cbl; C3G: Factor de libertação de nucleotídeos de
guanina de ligação a Crk SH3; ENPP1: fosfodiesterase de pirofosfato de nucleotídeo ectoenzima;
18

CAPN10: calpaína-10; PPARγ: receptor ativado por proliferador de peroxissoma gama.


FONTE: SHAIKH, et al., 2014.

Na fisiopatologia do DM2 se verifica que quando ocorre alguma mutação no


gene que produz IRS, há acúmulo de glicose extracelular, causando aumento da
glicose na circulação sanguínea. Se a mutação ocorre no receptor de insulina
ENPP-1, glicose e insulina se acumulam no meio extracelular, aumentando a
glicemia, consequentemente. Na hipótese da mutação ocorrer no receptor de glicose
GLUT-4, também ocorrerá acúmulo de glicose extracelular. E na situação de
excesso de peso, a gordura se acumula e obstrui os canais das proteínas ENPP-1 e
GLT-4, causando aumento da glicose, insulina e gordura na corrente sanguínea
(POITOUT et al., 2002). Entretanto, além de fatores genéticos, fatores de risco
relacionados ao estilo de vida podem levar ao desenvolvimento do DM2.

2.2 FATORES DE RISCO DO DM2

A alta prevalência de diabetes está associada aos seus fatores de risco,


sedentarismo, urbanização, transição epidemiológica e nutricional e ao fato do
aumento da expectativa de vida e a maior sobrevida de pacientes diagnosticados
com diabetes (SBD, 2017). Outros fatores de risco são a história familiar, indivíduos
com mais de 40 anos de idade, diagnóstico prévio de pré-diabetes e o diagnóstico
diabetes mellitus gestacional (DMG), síndrome metabólica e obesidade. No caso do
diabetes tipo 2, a obesidade, é o principal fator de risco, pois está diretamente ligada
ao desenvolvimento da doença. (SBD, 2017),. aliada a uma alimentação
inadequada.

Deste modo, observa-se que o consumo alimentar dos brasileiros que vivem
em áreas urbanas tem sofrido intensas modificações. Aumentou-se o consumo de
alimentos ultraprocessados e consequentemente a densidade energética, teores de
açúcar, gordura saturada e gordura trans, além de redução dos teores de fibra
19

(LOUZADA et al., 2015) Estas características associadas aos fatores de risco


contribuem para o aumento na prevalência do diabetes (RIBEIRO et al., 2006).

O consumo reduzido de alimentos ricos em fibras, como frutas,hortaliças e


cereais integrais, está associado com o maior risco de desenvolvimento de Doenças
Crônicas Não Transmissíveis. A importância desses alimentos se destaca pela sua
composição, pois são ricos em fibras alimentares, antioxidantes, vitaminas e
minerais (MARTINS et al., 2010). Entre os minerais evidenciamos o cromo, que atua
na amplificação da sinalização da insulina, potencializando os efeitos deste
hormônio no controle glicêmico e lipídico (SHARMA, 2011).

2.3 DIGESTÃO, ABSORÇÃO, TRANSPORTE, METABOLISMO DO CROMO E SUA


RELAÇÃO COM O DM2

O cromo é encontrado na natureza nas formas +3 e +6. A forma Cr+3


apresenta um estado de oxidação mais estável, porém sua absorção é menor devido
a sua dificuldade em penetrar a membrana plasmática. Já o Cr+6, com alta
capacidade oxidativa, quando ligado ao oxigênio forma compostos (cromato ou
dicromato) que facilitam sua absorção. O Cr+6 dicromato quando em contato com a
saliva e com os ácidos do estômago é oxidado em Cr+3, forma não tóxica para o
organismo. Uma enzima importante neste processo é a pent gastrin (PECHOVA;
PAVLATA, 2007).

No organismo a absorção do cromo ocorre por meio da difusão passiva, isto


é, o micronutriente é transportado para o meio intracelular quando sua concentração
estiver menor do que no meio extracelular, não ocorrendo nenhum gasto de energia
neste transporte. A absorção pode variar de 0,4 a 2,5%, sendo mais eficaz quando o
cromo está ligado ao ácido nicotínico. Ao chegar ao lúmen do estômago o cromo
solubiliza-se, passa para o intestino, onde será absorvido (COZZOLINO, 2009). A
absorção ocorre principalmente no jejuno e, em menores proporções, no duodeno e
no íleo (CHEN; TSAI; DUER, 1973).
20

Fatores que podem aumentar a sua absorção são a presença de


aminoácidos, ácido ascórbico, oxalato e altos níveis de carboidratos (STOECKER,
1999). Porém sua biodisponibilidade pode ser prejudicada quando a ingestão for
concomitante com carboidratos simples. A absorção também irá depender de
compostos encontrados no trato gastrointestinal e da saúde do mesmo, ou seja, se
há presença de alguma inflamação, infecções, há diminuição considerável na sua
absorção (GUYTON; HALL, 2006).

Após sua absorção no intestino o cromo é transportado para corrente


sanguínea pela transferrina, devido a atração do cromo pelo ferro. Acredita-se que
ea ligação do cromo à transferrina é devido ao processo desintoxicação, e não
somente o transporte do oligoelemento (QUARLES; MARCUS; BRUMAGHIM,
2011). O cromo pode ligar-se também a lipoproteínas, gama e betas globulinas,
quando encontrado em quantidades superiores (VINCENT; STALLINGS, 2007 ).

A recomendação nutricional para indivíduos saudáveis é de 25 μg/dia de


cromo para mulheres e 35 μg/dia para homens (IOM, 2001). Dentre as funções do
cromo destaca-se sua capacidade de intensificar os efeitos da insulina, promovendo
o controle glicêmico. Por outro lado, a deficiência de cromo está relacionada à
resistência à insulina (MARTIN et al, 2006; SHARMA et al., 2011). Um dos
mecanismos de ação envolvido no controle da glicemia é a regularização do
transportador de glicose GLUT4 em indivíduos que apresentam hiperglicemia, além
de estar envolvido com a sinalização para aumentar a sensibilidade dos receptores
de insulina presentes na membrana plasmática das células, possibilitando melhora
no controle glicêmico (CHEN et al.,2006; PATTARA et al.,2006; VICENT, 1999).

Quando há excesso de glicose na corrente sanguínea há uma maior


estimulação de secreção de insulina, esta liga-se à subunidade α do seu receptor na
transmembrana e facilita o transporte de Cr+3, que está no complexo cromo-
transferrina (Cr-Tf). Já no meio intracelular, quatro átomos de cromo se ligam a uma
proteína chamada apo-cromodulina, ativando-a a holo-cromodulina. A
holocromodulina quando ligada à subunidade β do receptor de insulina, amplifica o
sinal e promove ativação da quinase no receptor (VINCENT, 2000). A sinalização vai
ocorrer com a ligação da insulina à subunidade α, levando a uma mudança
conformacional da célula e fosforilando a subunidade β e consequentemente uma
21

elevação na atividade do receptor de quinase. A ativação do receptor de insulina vai


desencadear uma série de fosforilações intracelulares (WHITE; KAHN, 1994).

Figura 2. Mecanismo de ação do cromo


Cr3+: cromo trivalente: quatro íons de cromo trivalente; P: fosforilação das tirosinas quinase; α:
subunidade α do receptor extracelular da insulina; β: subunidade β do receptor transmembrana da
insulina; GLUT – 4: transportador de glicose da série 4.
Fonte: Fantinatti et al., 2009.

Estas séries de fosforilações serão estimuladas pelo cromo, presente no


citosol da célula. O cromo também ativará a proteína quinase B (ATK), promovendo
a translocação do transportador de glicose (GLUT4) para membrana e possibilitando
a captação de glicose para a célula (WHITEMAN; CHO; BIRNBAUM, 2002). A AKT
ativada fosforilar outras vias que ajudam no transporte de glicose (WANG et al.,
2006; DONG; KANDADI; REN, 2008). O micronutriente também promove a
22

inativação de uma proteína fosfatase (PTP-1B), que é considerada como um


regulador que age negativamente na sinalização de insulina (GOLDSTEIN, 2002;
SREEJAYAN; LIN; HASSID, 2002). A regulação positiva da AMPK realizada pelo
cromo leva a uma maior absorção de glicose, de modo que beneficia o efluxo de
colesterol nas membranas e permite a translocação do GLUT4 e a captação de
glicose como consequência deste processo (CHEN et al., 2006).
Diante do exposto na revisão de literatura sobre a importância do cromo no
metabolismo lipídico e na regulação dos níveis de glicose sanguínea e devido a
escassez de estudos sobre o tema abordado, viu-se a necessidade de uma
investigação sobre a relação entre os níveis de cromo sérico e o DM2.
23

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

● Avaliar a relação do cromo sérico com a homeostase glicêmica, perfil lipídico


e antropometria em indivíduos com diabetes tipo 2.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Caracterizar o perfil social, demográfico e de saúde;


● Determinar as concentrações de cromo sérico de indivíduos com diabetes
mellitus tipo 2;
● Caracterizar o perfil glicêmico, lipídico, resistência à insulina e composição
corporal de indivíduos com diabetes mellitus tipo 2;
● Associar as concentrações de cromo sérico com parâmetros de controle
glicêmico, lipídico e antropométrico.
24

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 CASUÍSTICA

4.1.1 Aspectos éticos

Trata-se de um estudo transversal, que faz parte do projeto matriz Efeito do


nicotinato de cromo na sensibilidade à insulina e antropometria em indivíduos com
Diabetes mellitus tipo 2. O projeto matriz foi submetido e aprovado no Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás sob protocolo nº 032/2009
(ANEXO A). Todos os procedimentos e questionamentos terapêuticos foram
esclarecidos e detalhados aos participantes do estudo, com concordância por meio
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO B).

4.1.2 População, amostra e local de estudo

A amostra foi composta por pessoas com DM2 diagnosticada de ambos os


sexos, de 30 a 60 anos de idade, residentes da cidade de Goiânia - GO, recrutados
na área de abrangência dos Centros de Saúde da Família do Distrito Sanitário Leste.

Para o projeto matriz, utilizou-se o aplicativo Gpower 3.1.2 para o cálculo do


tamanho da amostra (n=39). Estimou-se uma amostra de 13 participantes para cada
um dos três grupos, baseada na convenção de Cohen (1988) para teste F,
25

considerando nível de significância de 5 %, poder de teste de 80 %, tamanho de


efeito igual a 0,405, totalizando 39 indivíduos.

Durante a triagem foram identificados 484 diabéticos recebendo atendimento


no Sistema Público de Saúde da região Leste do município de Goiânia. Porém,
apenas 102 pessoas satisfaziam os critérios para participar no estudo. Destes, 56
foram encontrados e aceitaram participar da pesquisa. Para minimizar as perdas
amostrais, a quantidade de indivíduos foi 43 % maior que a amostra calculada
(n=39). Para o presente estudo, utilizou-se os dados de todos os participantes no
tempo 0, ou seja, antes da intervenção com o placebo ou doses de nicotinato de
cromo e que tinham realizado a dosagem de cromo (n = 28).

As etapas realizadas durante o processo de amostragem foram, (1)


Identificação dos locais de atendimento dos pacientes, (2) apresentação do projeto
para os profissionais da área da saúde e identificação dos possíveis participantes,
(3) triagem dos prontuários como critério de inclusão dos pacientes diabéticos, (4)
entrevista através de visita domiciliar com o agente comunitário de saúde e alocação
dos pacientes ao estudo.

Os critérios de inclusão na pesquisa foram, idade entre 30 e 60 anos, Índice


de Massa Corporal igual ou superior a 25 kg/m2 e circunferência de cintura igual ou
maior que 102 cm para homens e 88 cm para mulheres. Não foram incluídos
indivíduos em uso de insulina, com complicações crônicas do Diabetes, gestantes e
nutrizes.
26

DISTRITO SANITÁRIO LESTE, GOIÂNIA – GOIÁS

Vila Santo Recanto Minas Dom Jardim Aroeiras Parque Riviera


Pedroso Hilário Gerais Fernando Mariliza Atheneu

SELEÇÃO E INCLUSÃO

Reunião com as equipes de Triagem de Visita Entrevista e alocação dos


saúde da família prontuários domiciliar pacientes em estudo

CRITÉRIOS

Inclusão: DM2, 30 e 60 anos, IMC =ou > 25kg/m ,2


Exclusão: uso de insulina, complicações
circunferência da cintura aumentada crônicas do DM, gestantes e nutrizes

AVALIAÇÃO SOCIAL E DEMOGRÁFICA

Sexo, idade, escolaridade e duração do diabetes,

AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA

Glicemia de jejum, hemoglobina glicada, perfil lipídico,


27

insulinemia, HOMA-IR e HOMA-β, dosagem de cromo


sérico e urinário

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

Peso, estatura, IMC, circunferência da cintura, %gordura corporal, % massa magra

Figura 3. Protocolo de pesquisa

4.2 MÉTODOS

Todos os participantes foram submetidos a avaliação bioquímica e


antropométrica (APÊNDICE A), conforme a Figura 2.

4.2.1 Avaliação bioquímica

Os participantes foram submetidos no tempo inicial a avaliação bioquímica


(dosagem de cromo sérico e urinário, glicemia de jejum, insulinemia de jejum, índice
Homeostasis Model Assessment - HOMA, hemoglobina glicada e perfil lipídico. Foi
utilizado um laboratório credenciado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar
os exames bioquímicos necessários. As dosagens de cromo sérico e urinário, foram
realizadas em laboratório particular. Os participantes foram orientados e
permaneceram em jejum de 8 a 12 horas para a coleta de amostras de sangue e
urina.

Para análise da glicemia de jejum (glicoseoxidase), hemoglobina glicada


(cromatografia de troca iônica), insulinemia de jejum (eletroquimioluminescência),
perfil lipídico (colesterol total, HDL e triglicérides: método enzimático colorimétrico;
LDL: método Friedman) será utilizado o equipamento Cobas Miras Plus (Roche
Diagnostics) e os kits reagentes Biosystems. Para análise de hemoglobina foi usado
o equipamento ABX Micro Sessenta, kit Horiba ABX. As análises de cromo sérico e
de cromo urinário foram realizadas por meio de espectrofotometria de absorção
28

atômica em forno de grafite. No quadro 1 estão apresentados os valores de


referência para os exames laboratoriais.

4.2.2 Avaliação da sensibilidade à insulina

Foi analisada a sensibilidade à insulina através do teste de resistência à


insulina, utilizando-se dosagens de glicemia e insulinemia de jejum. Os valores que
conferirem a normalidade para insulinemia são: 2,0 - 25,0 μUI ⁄ mL. O índice
Homeostasis Model Assessment (HOMA), descrito por Matthews et al. (1985), foi
calculado por duas maneiras:

● Estimativa da resistência à insulina (HOMA-IR):


HOMA – IR = insulinemia de jejum (μUI/L) x glicemia de jejum (mmol/L
22,5

● Avaliação da capacidade de secreção de insulina pelas células β-


pancreáticas (HOMA – β):
HOMA – β = (20 x insulinemia de jejum [mU/L]
(glicemia de jejum [mmol/L] - 3,5)

Valores de HOMA-IR superiores a 2,70 foram considerados a resistência à


insulina, conforme identificado no Estudo Brasileiro de Síndrome Metabólica
(GELONESE et al., 2009). Para se estimar a função da célula β (HOMA- β), o valor
de referência é de 100% para indivíduos com concentrações glicêmicas normais
(MATTHEWS et al., 1985; WALLACE; LEVY; MATTHEWS, 2004).
29

Quadro 1. Valores de referência para exames laboratoriais.

Valores de referência Interpretação Categorização

Dosagem de cromo sérico

< 0,1 µg/L Deficiência SILVA (2003)

0,10 a 2.10 µg/L Normal

Glicemia de jejum

≥ 126 mg/dL Aumentada ADA (2011)

<126 mg/dL Normal

Hemoglobina glicada

> 7,00 % Risco de complicações crônicas ADA (2011)

< 7,00 % Meta para controle para diabetes


mellitus

LDL1

> 100 mg/dL Aumentado ADA (2011)

< 100 mg/dL Meta para indivíduos diabéticos sem


doença cardiovascular

HDL2

Mulheres: < 50 mg/dL Diminuído ADA (2011)


Homens: < 40 mg/dL
30

Mulheres: > 50 mg/dL Normal


Homens: > 40 mg/dL

Quadro 1. Continuação

Valores de referência Interpretação Categorização

Triglicérides

> 150 mg/dL Aumentado ADA (2011)

< 150 mg/dL Normal

IMC3

> 30,00 Obesidade ADA (2011)

25,00 a 29,99 kg/m2 Excesso de peso

Circunferência da cintura

Homem ≥ 102 cm Muito aumentada ADA (2011)


Mulher ≥ 88 cm

Homem ≥ 94 cm Aumentada
Mulher ≥ 80 cm

HOMA-IR

> 2,70 Resistência à insulina SBD (2011)

< 2,70 Normal

HOMA β

< 100 % Concentrações glicêmicas alteradas SBD (2011)

>100 % Nomal
1
LDL = lipoproteína de baixa densidade
2
HDL = lipoproteína de alta densidade
31

3
IMC = Índice de Massa Corporal

4.2.3 Avaliação antropométrica

Peso, estatura e índice de massa corporal

As medidas de peso corporal e estatura foram realizadas de acordo com


Gordon, Chumlea e Roche (1988), sendo utilizado apenas o tempo inicial à
intervenção. Para registrar o peso corporal em quilogramas foi utilizada uma
balança, da marca Tanita, modelo UM 080, capacidade para 150,00 kg e precisão
de 100g.  Para avaliação do peso os pacientes foram pesados descalços e sem
qualquer tipo de acessório. Em seguida foram colocados em posição ortostática,
com os pés paralelos, braços estendidos no seguimento do corpo e cabeça ereta. A
estatura foi medida em metros, utilizando estadiômetro portátil Sanny capacidade
1,10 a 2,05m, com precisão de 0,50 cm. Da mesma forma como foram avaliados
quanto ao peso, os pacientes permaneceram em posição ortostática e em apnéia
respiratória até que o estadiômetro suavemente encostasse à cabeça, porém sem
pressionar.
O índice de massa corporal (IMC) foi calculado, dividindo-se o peso (kg) pelo
quadrado da altura (metros). Quanto a classificação do estado nutricional utilizou-se
os pontos de corte sugeridos pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 1998),
conforme apresentados no quadro 2, contudo para este estudo foram selecionados
apenas os pacientes com IMC ≥ 25 kg/m2 (Quadro 2).

Quadro 2. Classificação do estado nutricional conforme o Índice de Massa Corporal

Valores de Referência Interpretação

> 30,00 kg/m² Obesidade

25,00 a 29,99 kg/m² Excesso de peso

Fonte: WHO, (1998)


32

Circunferência da Cintura

A medida foi realizada em plano horizontal, no ponto médio entre a última


costela e a crista ilíaca lateral, com o paciente em posição ortostática (CALLAWAY
et al., 1988), para tal utilizou-se fita flexível e inextensível, marca Cardiomed, com
precisão de 0,1 cm. No Quadro 3 estão presentes os pontos de corte  e sua
correlação em função dos riscos de complicações metabólicas associados à
obesidade em relação à circunferência da cintura.

Quadro 3. Riscos de complicações metabólicas associados à obesidade em relação


à circunferência da cintura.

Valores de Referência Interpretação

Homem ≥ 102 cm Muito aumentada

Mulher ≥ 88 cm

Homem ≥ 94 cm Aumentada

Mulher ≥ 80 cm

Fonte: WHO, (1998)

4.2.4 Análise estatística

A dupla entrada dos dados foi realizada para checagem de consistências,


utilizando-se o programa Epi Info versão 3.5.2. As variáveis foram tabuladas e
categorizadas no Microsoft Excel 2010 e analisadas estatisticamente no Epi Info
versão 7.2.2.6. Na análise descritiva as variáveis foram expressas em valores
absolutos e relativos, frequência média e desvio padrão e posteriormente,
agrupadas em categorias. Para a comparação e associação entre as variáveis
dependentes e o desfecho (concentração de cromo sérico) foi aplicado o teste Qui
Quadrado ou Teste exato de Fisher, quando apropriado, e Odds Ratio - OR) e
intervalo de confiança a 95% (IC 95%). Para efeito de análise usou-se um nível de
significância de 5%.
33

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 RESULTADOS

Os participantes (n = 43) foram predominantemente do sexo feminino


(71,43%), com idade média de 51,9 ± 0,93 anos, o tempo de diagnóstico de diabetes
de 5,57 ± 0,69 anos e 8,00 ± 4,01 anos de escolaridade. A variável da escolaridade
apresentou dados faltantes de 10 indivíduos. O IMC médio foi de 31,69 ± 4,72 kg/m²
e da circunferência da cintura de 102,74 ± 10,27 cm, o que mostra que em média os
participantes apresentaram classificação de obesidade quanto ao IMC e risco de
complicações metabólicas muito aumentado quando relacionado à circunferência da
cintura. A maioria dos participantes (72,09 %) apresentaram resistência à insulina e
de glicemia de jejum elevados. Quanto à hemoglobina glicada, LDL e triglicérides, a
maioria dos indivíduos apresentaram-se acima das metas de controle glicêmico e
lipêmico. (Tabela 1).
34

Tabela 1. Características demográficas, antropométricas e bioquímicas dos


indivíduos com Diabetes mellitus tipo 2

Variáveis Média ± desvio-


padrão

Sexo
Feminino 71,43 % *
Masculino 28,57 % *
Idade (anos) 51,90 ± 0,93
Escolaridade (anos) 8,00 ± 4,01
Duração do diabetes (anos) 5,57 ± 0,69
IMC (kg/m2) 1 31,69 ± 4,72
Circunferência da Cintura (cm) 102,74 ± 10,27
A1c (%)2 7,66 ± 1,41
Glicemia de jejum (mg/dL) 168,50 ± 10,27
HOMA-IR 5,87 ± 4,73
Colesterol total (mg/dL) 198,00 ± 48,90
HDL³ (mg/dL) 40,21 ± 8,24
LDL4 (mg/dL) 116,88 ± 46,37
Triglicérides (mg/dL) 199,74 ± 102,77

* percentual
1
IMC = Índice de Massa Corporal
2
A1c = hemoglobina glicada
³HDL = lipoproteína de alta densidade
4
LDL = lipoproteína de baixa densidade

Ao todo 78, 57 % dos indivíduos em estudo apresentam deficiência de cromo


sérico. Em relação ao sexo 73,68 % dos pacientes com deficiência de cromo são do
sexo feminino, porém não foram encontradas relações significativas entre esta o
sexo e a deficiência de cromo (Tabela 2). No que se refere ao IMC, 82,35 % dos
participantes estavam obesos e apresentaram deficiência de cromo sérico, porém a
35

obesidade (IMC > 30,00 kg/m2) não esteve associada à deficiência de cromo sérico
(p = 0,544). Neste estudo, também não foi observada associação entre cromo sérico
e circunferência da cintura, hemoglobina glicada, colesterol total e suas frações e
triglicérides (p>0,05). Os indivíduos com resistência à insulina apresentaram 7,66
vezes mais chances de apresentarem deficiência de cromo sérico (p = 0,044).
Indivíduos com reduzida capacidade funcional das células beta pancreáticas
também manifestaram maiores chances de apresentarem deficiência de cromo
sérico (p = 0,024), assim como indivíduos com glicemia de jejum alterada têm maior
probabilidade de ter níveis de cromo sérico baixos (p = 0,03) (Tabela 2).

Tabela 2. Associação entre níveis de cromo sérico e homeostase glicêmica e


antropometria de indivíduos com Diabetes mellitus tipo 2, Goiânia, Goiás.

Variáveis Deficiência Eutrofia OR (IC 95%) p


de
n (%)
Cromo Sérico

n (%)

Sexo

Feminino 14 (73,68) 5 (26,32) 0,36 (0,01 - 4,15) 0,63

Masculino 8 (88,89) 1 (11,11)

Total 22 (78,57) 6 (21,43)

Estado nutricional

> 30,00 kg/m2 14 (82,35) 3 (17,65) 1,75 (1,18 - 16,12) 0,652

25,00 a 29,99 kg/m2 8 (72,73 3 (27,27)

Total 22 (78,57) 6 (21,41)

Circunferência da
cintura
36

Muito aumentada 17 (73,91) 6 (26,09) 0,00 (0,00 - 5,61) 0,247

Aumentada 4 (100,00) 0 (0,00)

Total 21 (77,78) 6 (22,22)

LDL-c

> 100 mg/dL 12 (66,67) 6 (33,33) 0,00 (0,00 - 1,51) 0,07

< 100 mg/dL 9 (100) 0 (0,00)

Total 21 (77,78) 6 (22,22)

HDL-c

Abaixo da meta 21 (84,00) 4 9,27 (0,76 - 0,10


(16,00) 647,68) 7

Desejável 1 (33,33) 2
(66,67)
Total 22 (78,57) 6
(21,45)

Tabela 2. Continuação

Variáveis Deficiência de Eutrofia OR (IC 95%) p


n (%)
Cromo Sérico
n (%)

Triglicéride
s

> 150 14 ( 77,78) 4 (22,22) 0,88 (0,07 - 7,88) 1,000


mg/dL
< 150 8 (80,00) 2 (20,00)
mg/dL
Total 22 (78,57) 6 (21,43)

A1c

> 7,00 % 17 (85,00) 3 (15,00) 3,23 (0,33 - 32,94) 0,311


37

< 7,00 % 5 (62,50) 3 (37,50)


Total 22 (78,57) 6 (21,43)

HOMA-IR

> 2,70 17 (89,47) 2 (10,53) 7,66 (0,79 - 114,07) 0,044


< 2,70 4 (50,00) 4 (50,00)
Total 21 (77,78) 6 (22,22)

HOMA-β

< 100 % 18 (90,00) 2 (10,00) 10,49 (1,02 - 168,22) 0,024


> 100 % 3 (42,86) 7 (54,14)
Total 21 (77,78) 6 (22,22)
Tabela 2. Continuação

Variáveis Deficiência de Eutrofia OR (IC 95%) p


Cromo Sérico n (%)
n (%)

Glicemia de
jejum

≥ 126 mg/dL 18 (90,,00) 2 (10,00) 8,10 (0,84 - 120,28) 0,03

<126 mg/dL 4 (50,00) 4 (37,50)

Total 22 (78,57) 6 (21,43)

HDL: abaixo da meta (mulheres: < 50 mg/dL, homens: < 40 mg/dL); desejável (mulheres: > 50 mg/dL,
homens: > 40 mg/dL).
Circunferência da cintura: muito aumentada (mulher ≥ 88 cm , homem ≥ 102 cm),aumentada (mulher ≥ 80 cm,
homem ≥ 94 cm).

5.2 DISCUSSÃO

De acordo com o objetivo do presente estudo, que foi avaliar a relação entre a
concentração sanguínea de cromo e saúde metabólica e parâmetros
38

antropométricos em indivíduos com diabetes tipo 2, apenas três das variáveis


analisadas obtiveram resultado significativo.
Na análise realizada a estimativa da resistência à insulina apresentou
associação com a deficiência de cromo. Um estudo relata a relação entre obesidade
e resistência à insulina (ZHANG et al., 2015), porém em nossos resultados não
foram encontradas associações significativas entre a obesidade e a deficiência de
cromo sérico.
No presente estudo valores de glicemia de jejum elevados correlacionaram
positivamente com deficiência de cromo sérico. Segundo Ngala, Awe e Nsiah
(2018), níveis de glicemia de jejum, hiperinsulinemia e resistência à insulina são
mais elevados em indivíduos com deficiência de cromo sérico. Em indivíduos adultos
com obesidade e gordura visceral, os níveis de cromo são um fator considerável na
resistência insulínica, devido a relação inversa existente entre o nível de capilaridade
do cromo no organismo e os níveis de HOMA-IR no plasma (KIM; SONG, 2014).
Há indícios anteriores que apresentaram que as concentrações de cromo no
organismo estão diminuídas em indivíduos obesos (CAMPBELL, 2001), diabéticos
(BASAKI et al., 2012) ou com outra síndrome metabólica (GHUNG; YUM, 2012) e
em indivíduos que apresentam resistência à insulina (STUPAR, VRTOVEC;
DOLINSEK, 2007).
Os resultados desta pesquisa não demonstraram relação significativa quanto
a deficiência de cromo sérico e a hemoglobina glicada (A1c).No entanto, alguns
estudos observaram esta associação. Rajendran et al., 2015, observaram que
indivíduos com bom controle da doença (A1c <7,0%), possuíam níveis médios de
cromo sérico maiores, quando comparados com aqueles que não obtiveram um bom
controle do tratamento da doença (RAJENDRAN et al., 2015). Doddigarla, Parwez e
Ahmad (2016) encontraram relação negativa entre o cromo sérico e a A1c, utilizando
6,5% como ponte de corte para A1c. Para investigar os níveis de cromo sérico e os
parâmetros glicêmicos e lipêmicos, estudos investigaram a suplementação com
cromo em indivíduos diabéticos (GUIMARÃES et al., 2013; Cefalu et al., 2010) e
perceberam que não houve diferença no cromo sérico pós-suplementação. No
entanto, Cefalu et al., (2010) observou que indivíduos com glicemia de jejum abaixo
de 175 mg/dL e hemoglobina glicada inferior a 8% não apresentaram efeitos
consistentes da suplementação com cromo na melhora da glicemia. Assim,
concluíram que a resposta clínica ao cromo é mais provável em indivíduos
39

resistentes à insulina e que possuem níveis de glicemia de jejum e A1c mais


elevados.
Apesar deste estudo não apresentar relações significativas entre a deficiência
de cromo sério e os níveis de colesterol total, triglicerídeos, HDL e baixa relação
com LDL, estudos mostraram concentrações menores de cromo em indivíduos com
doenças cardiovasculares do que em indivíduos sem doenças cardiovasculares
(NEWMAN et al.,1978; SIMONOFF et al., 1984). Estudo recente demonstrou que os
níveis sanguíneos de colesterol total, lipoproteínas de baixa densidade e
lipoproteínas de muita baixa densidade são mais elevados naqueles indivíduos que
apresentam valores séricos de cromo baixos (NGALA; AWE; NSIAH, 2018).
Os achados de nosso estudo confirmam a relação cromo sérico com a
estimativa de resistência à insulina, função das células β  e glicemia de jejum em
indivíduos com DM2. Sugerimos a realização de novos estudos transversais com
tamanho de amostra que possibilitem estratificar as variáveis de controle glicêmico,
lipídico e de estado nutricional, a fim de identificar o status de cromo sérico nestes
parâmetros.  Estudos na área de análise de alimentos fonte, recomendações
nutricionais, bioquímica e saúde pública também são necessários para compreender
melhor a relação do cromo com a saúde e a doença e possibilitar evidências
científicas suficientes para a determinação de protocolos e guidelines para
indivíduos vulneráveis a esta deficiência (GUIMARÃES et al., 2017)
40

6 CONCLUSÃO

Os resultados obtidos indicaram que a maioria dos indivíduos com DM2,


excesso de peso e obesidade apresentaram resistência à insulina e altos valores de
colesterol total, LDL e triglicérides. A resistência à insulina, glicemia de jejum
alterada e a perda da função das células β estiveram associadas com a deficiência
de cromo.
41

REFERÊNCIAS

ADA – American Diabetes Association. Standards of medical care in Diabetes.


Diabetes Care, Alexandria, v.34, n.1, p. 10-61, 2011.
ALTHUIS, M. D.; JORDAN, N. E.; LUDINGTON, E. A.; WITTES, J. T.. Glucose and
insulin reponses to dietary chromium supplememts: a metaanalysis. American
Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, v. 76, p. 148-155. 2002

ANDERSON, R. A. Stress effects on chromium nutrition of humans and farm


animals. University Press, Nothingam, p. 267-274, 1994.

BALK, E. M.; TATSIONI, A.; LICHTENSTEIN, A.H. et al. Effect of chromium


supplementation on glucose metabolism and lipids: a systematic review of
randomized controlled trials. Diabetes Care, Alexandria, v. 30, n. 8, p. 2154-63,
2007.

BASAKI, M.; SAEB, M.; NAZIFI, S.; SHAMSAEI, H. A. Zinc, copper, iron, and
chromium concentrations in young patients with type 2 diabetes mellitus. Biological
Trace Element Research, Clifton, v.148, n.2, p.161-164, 2012.
CAMPBELL, J. D. Lifestyle, minerals and health. Medical Hypotheses, Victoria-
Canada, v.57, n.5, p.521-531, 2001.
CEFALU, W.; ROOD, J.; PINSONAT, P.; QIN, J.; SEREDA, O.; LEVITAN, L.;
ANDERSON, R.; ZHANG, X.; MARTIN, J. M.; MARTIN, C. K.; WANG, Z. Q.;
NEWCOMER, B. Characterization of the metabolic and physiologic response to
chromium supplementation in subjects with type 2 diabetes mellitus. Metabolism,
Baltimore, v.59, n.5, p.755-762, 2010.
CHEN, G.; LIU, P.; PATTAR, G. R.; TACKETT, L.; BHONAGIRI, P.;
STRAWBRIDGE, A. B.; ELEMENDORF, J. S. Chromium activates glucose
transporter 4 trafficking and enhances insulin-stimulated glucose transport in 3T3-L1
42

adipocytes via a cholesterol-dependent mechanism. Molecular Endocrinology,


Bethesda, v. 20, n.4,, p.857–870, 2006.
CHEN, N. S. C.; TSAI, A.; DUER, I. A. Effects of chelating agents on chromium
absorption in rats. Journal of Nutrition, Philadelphia, v. 103, n.8, p.1182–1186,
1973.
CHUNG, J. H.; YUM, K. S. (2012) Correlation of hair mineral concentrations with
insulin resistance in Korean males. Biological Trace Element Research, Clifton,
v.150, n.3, p.26-30, 2012.

COZZOLINO, S. M. F. Biodisponibilidade de nutrientes. 3ed. São Paulo – SP:


Manole, p.1772, 2009.
DODDIGARLA, Z.; PARWEZ, I.; AHMAD, J. Correlation of serum chromium, zinc,
magnesium and SOD levels with HbA1c in type 2 diabetes: A cross sectional
analysis. Diabetes & Metabolic Syndrome: Clinical Research & Reviews, v.10,
n.1, p.126-129, 2016.
DONG, F.; KANDADI, M. R.; REN, J. Chromium (D-phenylalanine)3 supplementation
alters glucose disposal, insulin signaling, and glucose transporter-4 membrane
translocation in insulin-resistant mice. Journal of Nutrition, Philadelphia, v. 138, n.
10, p. 1846–1851, 2009.
FANTINATTI, M. C.; ZEMDEGS, J. C. S.; THEODORO, J. A.; PIMENTEL, G. D.;
BURINI, R. C.; MOTA, J. F. A Suplementação de cromo melhora a resistência
insulínica. Nutrição em pauta. São Paulo, v. 17, n. 96, p. 9-15, 2009.
GAMÉZ, A. A.; SAENZ, R. B.; MORALES, E. M. (2002). El Cromo como elemento
essencial em los humanos. Revista Costarric de Ciencia Medica, v. 23, n. 1, p. 55-
68, 2002.
GOLDSTEIN, B. J. Protein-tyrosine phosphatases: emerging targets for therapeutic
intervention in type 2 diabetes and related states of insulin resistance. Journal of
Clinical Endocrinology and Metabolism, Philadelphia, v. 87, n. 6, p. 2474–2480,
2002.
GOMES, M.; ROGERO, M.; TIRAPEGUI, J. Considerações sobre cromo, insulina e
exercício físico. Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, 2005, p. 05.

GRANT, K. E.; CHANDLER, R. M.; CASTLE, A. L.; IVY, J. L. Chromium and exercise
training: effect on obese women. Medicine & Science in Sports & Exercise,
Mandison, v. 29, n.8, p. 992-998, 1997
GUIMARÃES, M. M.; CARVALHO, A. C. M. S.; SILVA, M. S. Chromium Nicotinate
Has No Effect on Insulin Sensitivity, Glycemic Control, and Lipid Profile in Subjects
with Type 2
Diabetes. Journal of the American College of Nutrition, New York, v.32, n.4, p.
243-250, 2013.
GUIMARÃES, M. M., SILVA, M. S., ALVES, A., CARVALHO, B., NETO, M.,
TRINDADE, N. Importance of Chromium in the Diet. Preedy V., Patel V. (eds)
43

Handbook of Famine, Starvation, and Nutrient Deprivation. Springer, Cham,


2017.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro
– RJ: Elsevier, p. 1115, 2006.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos
Familiares 2008 - 2009. Disponível em
<https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50063.pdf>. Em 26 de novembro
de 2018.
IDF - International Diabetes Federation. Diabetes Atlas. Brussels - Belgium, p. 140
(7th Edition), 2015.
IOM - Institute of Medicine. Dietary reference intakes for vitamin a, vitamin K,
arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum,
nickel, silicon, vanadium and zinc. The National Academies Press, Washington, p.
773, 2001.
KIM, H. N.; SONG, S. W. Concentrations of chromium, selenium, and copper in the
hair of viscerally obese adults are associated with insulin resistance. Biological
Trace Element Research, Clifton, v.158, n.2, p.152-157, 2014.

MATTHEWS, J.R.; HOSKER, A.S.; RUDENSKI, B.A.; NAYLOR, D.F.; R.C.TURNER.


Homeostasis model assessment: insulin resistance and _-cellfunction from fasting
plasma glucose and insulin concentrations in man. Diabetologia, Berlin, v.28, n.7,
p.412-419, 1985.

MARTIN, J.; WANG, Q. Z.; ZANG, H. X.; WACHTEL, D.; VOLAUFOVA, J.;
MATTHEW, D. E.; CEFALU, W. T. Chromium Picolinate Supplementation Attenuates
Body Weight Gain And Increases Insulin Sensitivity In Subjects With Type 2
Diabetes. Diabetes Care, Alexandria, p. 1826–1838, 2010.
Ministério da Saúde, SVS. Departamento de Análise de Situação de Saúde.
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para doenças crônicas por inquérito
telefônico, VIGITEL 2015. Brasília: DF; 2016.
NGALA, R. A..; AWE, M. A.; NSIAH, P. The effects of plasma chromium on lipid
profile, glucose metabolism and cardiovascular risk in type 2 diabetes mellitus. A
case - control study. Plos One, São Francisco, v.13, n.7, 2018.
NEWMAN, H. A. I.; LEIGHTON, R. F.; LANESE, R. R.; FREEDLAND, N. A. Serum
chromium and angiographically determined coronary artery disease. Clinical
Chemistry, New York, v.24, n.4, p.541-544, 1978.

MS – Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Básica: Diabetes Mellitus.


Brasília, DF, 2006, n.16, 56 p
PATTARA, G. R.; TACKETTA, L.; LIUA, P.; ELMENDORF, J. S. Chromium picolinate
positively influences the glucose transporter system via affecting cholesterol
homeostasis in adipocytes cultured under hyperglycemic diabetic conditions.
Mutation Research, Amsterdam, p. 93-100, 2006.
44

PECHOVA, A.; PAVLATA, L. Chromium as anessential nutrient. A review.


Veterinarni Medicine, Praha, v.52, n. 1, p. 1-18, 2015.
POITOUT, V.; ROBERTSON, R. Minireview: Secondary beta-cell failure in type 2
diabetes--a convergence of glucotoxicity and lipotoxicity. Journal of Endocrinology,
London, v. 143, n. 2, p. 339 -342, 2002.

QUARLES, J. R.; MARCUS, R. K.; BRUMAGHIM, J. L. Competitive binding of Fe3+,


Cr3+ and Ni2+ to transferrin. Journal of Biological Inorganic Chemistry, Berlin,
v.16, n.6, p. 913-921, 2011.
RAJENDRAN, K.; MANIKANDAN, S.; NAIR, L. D.; KARUTHODIYIL, R.;
VIJAYARAJAN, N.; GNANASEKAR, R.; KAPIL, V. V.; MOHAMED, A. S. Serum
chromium levels in type 2 diabetic patients and its association with Glycaemic
control. Journal of Clinical and Diagnostic Research, Tâmil Nadu, v.9, n.11, p.05-
08, 2015.

RIBEIRO, R. Q. C.; LOTUFO, P. A.; LAMOUNIER, J. A.; OLIVEIRA, R. G.; SOARES,


J. F.; BOTTER, D. A. Fatores adicionais de risco cardiovascular associados ao
excesso de peso em crianças e adolescentes. Arquivos Brasileiros de
Cardiologia,São Paulo, v. 86, n. 6, p.408-18, 2006.
SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de
Diabetes. São Paulo, SP, 2017-2018, p. 383.
SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de
Diabetes. Rio de Janeiro, 2011. 339p
SUNDARAM, B.; SINGHAL, K.; SANDHIR, R.; Efeito da melhoria da administração
de cromo no metabolismo da glicose hepática na diabetes experimental induzida por
estreptozotocina. BioFactors, Oxford, v. 38, p. 59-61, 2012.
SHARMA, S.; AGRAWAL, R. P.; CHOUDHARY, M.; JAIN, S.; GOYAL, S.;
AGARWAL, V. Beneficial effect of chromium supplementation on glucose, HbA1C
and lipid variables in individuals with newly onset type-2 diabetes. Journal of Trace
Elements in Medicine Biology, Stuttgart, p.143–149, 2011.
SHILS, M. E.; SHIKE, M.; ROSS, A. C.; CABALLERO, B.; COUSINS, R. J. Nutrição
Moderna na Saúde e na Doença. 10.ed. Rio de Janeiro: Manole, p. 222, 2009.
SILVA, C. S. Cromo. In: AZEVEDO, F. A.; CASHIN, A. A. M. Metais: Gerenciamento
de Toxicidade. São Paulo: Editora Atheneu, 2003, p.35-66.
SIMONOFF, M.; LLABADOR, Y.; HAMON, C.; PEERS, A. M.; SIMONOFF, G. N.
Low plasma chromium in patients with coronary artery and heart diseases.
Biological Trace Element Research, Clifton, v.6, n.5, p.431-439, 1984
SREEJAYAN, N.; LIN, Y.; HASSID, A. No attenuates insulin signaling and motility in
aortic smooth muscle cells via protein tyrosine phosphatase 1B–mediated
mechanism. Arterioscler Thrombosis Vascular Biology, Dallas, v. 22, n. 7,
p.1086–1092, 2002.
45

STOECKER, B. J. Chromium. In: SHILS, M. E.; OLSON, J. A.; SHIKE, M. (Ed.).


Modern nutrition in health and disease. Williams & Wilkins Company. Baltimore, p.
277–282, 1999.
STUPAR, J.; VRTOVEC, M.; DOLINSEK, F. Longitudinal hair chromium profiles of
elderly subjects with normal glucose tolerance and type 2 diabetes mellitus.
Metabolism Clinical and Experimental,Baltimore, v.56, n.1, p.94-104, 2007.

VINCENT, J. B.; STALLINGS, D. The Nutritional Biochemistry of Chromium (III).


Elsevier, Amsterdam, p. 956, 2007.
VICENT, J. B. Mechanisms of chromium action: low-molecular weight chromium
binding substance. Journal of the American College of Nutrition, New York, p. 6-
12, 1999.
VINCENT, J. B. Quest for the molecular mechanism of chromium action and its
relationship to diabetes. Nutrition Reviews, New York, v. 58, n. 3, p. 67–72, 2000.
WALLACE, J.C.; LEVY, D.R.; MATTHEWS. Use and abuse of HOMA modeling.
Diabetes Care, Alexandria, v. 27 n.6, p.1487-1495, 2004.
WANG, Z. Q., CEFALU, W. T. Current concepts about chromium supplementation in
type 2 diabetes and insulin resistance. Current Diabetes Reports, v. 10, n. 2, p.145-
51, 2010.
WHITE, M. F.; KAHN, C. R. The insulin signaling system. Journal of Biological and
Chemistry, London, v. 269, n. 1, p. 1–5, 1994.
WHITEMAN, E. L.; CHO, H.; BIRNBAUM, M. J. Role of Akt/protein kinase B in
metabolism. Trends Endocrinology Metabolism, New York, v. 13, n. 10, p. 444–
451, 2002.
WHO – World Health Organization. Chromium. In: WHO. Trace Elements in Human
Nutrition and Health. Geneva, 1996.
WHO – Word Health Organization. Obesity: Preventing and Managing the Global
Epidemic. Geneva, 1998. 276p. (WHO Technical Series, 894)
ZHANG, M.; HU, T.; ZHANG, S.; ZHOU, L. (2015) Associations of different adipose
tissue depots with insulin resistance: a systematic review and meta-analysis of
observational studies. Scientific Reports, London, v. 5, p.184- 195, 2015.
46

APÊNDICES

APÊNDICE A. Ficha de antropometria.


47

ANEXOS

ANEXO A. Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa.


48
49
50
51

ANEXO B. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Os pesquisadores da Universidade Federal de Goiás em parceria com a


Secretaria Municipal de Saúde lhe convidam a participar do estudo Efeito de
suplemento a base de cromo na sensibilidade à insulina em portadores de
Diabetes Mellitus tipo 2, Goiânia, Goiás, Brasil, cujo objetivo é avaliar efeito de
um suplemento nutricional a base de cromo no tratamento do diabetes.
Se você concordar em participar, receberá o suplemento nutricional nicotinato
de cromo em cápsula para consumir diariamente, além de que o seu estado
nutricional será avaliado por meio de medidas de peso, altura, circunferência da
cintura, bioimpedância e exames de sangue e urina. Realizaremos também algumas
perguntas, porém seu nome e outros dados que possam identificá-lo não serão, em
hipótese alguma, divulgados. Você continuará tomando todas as medicações que
tomava anteriormente. Os riscos de participação no projeto são mínimos, visto que
todos os cuidados serão tomados a fim de preservar sua saúde. Você pode se
recusar a participar desse estudo, ou mesmo depois de ter concordado em
participar, desistir de continuar, sem ser penalizado ou sem que isso atrapalhe os
seus direitos de ser atendido na unidade de saúde.
Se você aceitar participar deste estudo, você vai ser submetido a um sorteio,
que determinará se você vai fazer parte do grupo de pacientes que vai usar a
cápsula com o suplemento ou se vai fazer parte do grupo controle, ou seja, que
tomará a cápsula sem o suplemento. Esse sorteio ocorrerá a fim de que possamos
comparar o resultado entre os grupos.
Sua colaboração nesta pesquisa, seja no grupo controle ou no grupo que
receberá o suplemento, é muito importante para que no futuro possamos melhorar a
assistência à saúde de pessoas diabéticas.
O pesquisador que o está atendendo responderá qualquer dúvida que você
tenha sobre o assunto e que seja relacionada ao estudo. Caso tenha algum
problema ou dúvida favor entrar em contato com a Profa. Dra. Maria Sebastiana
Silva, na Faculdade de Educação Física – UFG e Profa. MSc. Marília Mendonça
Guimarães, na Faculdade de Nutrição – UFG ou pelos telefones, (62) 3521 – 1144,
3521 – 1256 ou 3209 – 6270 (ramal 223), 9621 – 0828 ou Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal de Goiás, pelos telefones (62) 3521 – 1075 ou
3521 – 1076.
Goiânia, ____/____/___
Nome: _____________________________________________________________
Assinatura: _________________________________________________________

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO


Eu, ______________________________________________________, RG/ CPF/
n.o de prontuário/ n.o de matrícula ___________________________, abaixo
assinado, concordo em participar do estudo Efeito de suplemento a base de
52

cromo na sensibilidade à insulina em portadores de Diabetes Mellitus tipo 2,


Goiânia, Goiás, Brasil, como sujeito. Fui devidamente informado(a) e
esclarecido(a) pelas pesquisadoras Marília Mendonça Guimarães e Maria
Sebastiana Silva sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como
os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me
garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto
leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu
acompanhamento/assistência/tratamento nesta unidade de saúde.
Local e data: _____________________________________________________
Nome e Assinatura: _______________________________________________

Você também pode gostar