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CENTRO UNIVERSITÁRIO FACULDADE INTEGRADA BRASIL AMAZÔNIA

CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO

LÍVIA MAHELY GARCIA


LUANA EDILAILCE OLIVEIRA NASCIMENTO
REGIANE DE MELO NOGUEIRA

ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO: ELABORAÇÃO DE UMA CARTILHA


NUTRICIONAL PARA CRIANÇAS AUTISTAS

BELÉM – PA
2020
LÍVIA MAHELY GARCIA
LUANA EDILAILCE OLIVEIRA NASCIMENTO
REGIANE DE MELO NOGUEIRA

ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO: ELABORAÇÃO DE UMA CARTILHA


NUTRICIONAL PARA CRIANÇAS AUTISTAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso


de Nutrição do Centro Universitário FIBRA, como
requisito para a obtenção do título de Bacharel em
Nutrição.

Orientadora: Prof. MSc. Yamila Fernandes Mota Alves.

BELÉM – PA
2020
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD
Biblioteca do Centro Universitário Fibra
Gerada mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

G216a Garcia, Lívia Mahely


Alimentação no autismo: elaboração de uma cartilha nutricional
para crianças autistas / Lívia Mahely Garcia, Luana Edilailce Oliveira
Nascimento, Regiane de Melo Nogueira. — 2020.
47 p.

Orientadora: Prof.ª Me. Yamila Fernandes Mota Alves. Trabalho


de Conclusão de Curso (Bacharelado em Nutrição) – Centro
Universitário Fibra, Belém, 2020.

1. Autismo - Criança - Nutrição. 2. Cartilha Nutricional. I.


Nascimento, Luana Edilailce Oliveira. II. Nogueira, Regiane de Melo.
III. Título.

CDD 613.28

Elaborado por Adriele F. Bandeira Alves – CRB2 - 28/P


LÍVIA MAHELY GARCIA
LUANA EDILAILCE OLIVEIRA NASCIMENTO
REGIANE DE MELO NOGUEIRA

ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO: CRIAÇÃO DE UMA CARTILHA


NUTRICIONAL PARA CRIANÇAS AUTISTAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso


de Nutrição do Centro Universitário FIBRA, como
requisito para a obtenção do título de Bacharel em
Nutrição.

Orientadora: Prof. MSc. Yamila Fernandes Mota Alves.

Data da aprovação: 11 de Dezembro de 2020.

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________________________________
Orientadora: Prof. MSc. Yamila Fernandes Mota Alves (Orientadora)
Mestre: Ciência e Tecnologia de Alimentos - UFPA
Centro Universitário Faculdade Integrada Brasil Amazônia - FIBRA

___________________________________________________________
Membro: Profª. MSc. Sheila Cristina Martins e Silva
Mestre: Biologia Parasitária na Amazônia - UEPA
Centro Universitário Faculdade Integrada Brasil Amazônia - FIBRA

___________________________________________________________
Membro: Profª. MSc. Yonah Leda Vieira Figueira
Mestre: Planejamento e Desenvolvimento da Amazônia - UFPA
Centro Universitário Faculdade Integrada Brasil Amazônia - FIBRA
DEDICATÓRIA
LÍVIA GARCIA,
Dedico este trabalho primeiramente a DEUS, por me conceder a graça de
chegar até aqui, por me dar sabedoria, força e fé, e nunca ter me deixado
desistir do meu sonho.
A minha querida mãe, MARGARIDA GARCIA.
Aos meus amados avós, MARIA BRÍGIDA e JOSÉ MARIA
GARCIA (em memória).
A minha filha canina, LAYLA GARCIA e minha filha de
coração, ISABELLE GARCIA.

LUANA NASCIMENTO,
Dedico este trabalho primeiramente a Deus por ter me permitido a realização
desse sonho.
Ao meu irmão, GABRIEL OLIVEIRA e minha avó, MARIA JOSÉ
CORDEIRO.
A minha tia, SOCORRO CORDEIRO e meu primo, INEVALDO
CORDEIRO (em memória).

REGIANE MELO,
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, que iluminou meu caminho
durante essa caminhada, que é o autor e criador do meu destino, meu guia,
meu socorro e minha alegria.
Dedico ao meu pai DURVALINO PUPO NOGUEIRA e a minha mãe
MARIA REGINA LIMA DE MELO.
Dedico a minha tia MARIA LÚCIA LIMA DE MELO.
Dedico a minha madrinha APARECIDA PUPO
NOGUEIRA.
Dedico, em memória, a meus falecidos avós
MANOEL BRANCO LIMA DE MELO e MARIA
JOSÉ LIMA DE MELO, CAETANO PUPO
NOGUEIRA e RITA PUPO NOGUEIRA e a meu tio
avô ISAIAS PUPO NOGUEIRA.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus o meu maior agradecimento por todas as bênçãos que
tem derramado sobre a minha vida, por ter me sustentado nos momentos de
fraqueza em que pensei que não conseguiria seguir em frente, por ter colocado em
meu caminho durante esses 4 anos pessoas maravilhosas que, com certeza, levarei
comigo para sempre. Por segurar as minhas mãos e estar na minha frente em tudo
que faço, a Ti, Senhor, eu louvo e rendo graças.
A minha querida mãe, Margarida Garcia, por estar comigo em todos os
momentos, por me abençoar, por não poupar esforços para me dar o melhor, por
sempre interceder por mim em oração, por sonhar os meus sonhos e acreditar na
minha capacidade de vencer, por me ensinar a ser uma pessoa íntegra e de caráter.
Obrigada por tudo que já fizeste e por tudo que eu sei que ainda farás.
Agradeço a toda a minha família por sempre me abençoar e estar na torcida
por mim, em especial aos meus tios José Antônio e Ângela Garcia por estarem
cuidando com amor e carinho de mim. As minhas filhas do coração Layla e Isabelle
Garcia, por sempre me acalmarem e me darem muito amor. Ao meu padrasto
Agenor Batista, pela força e confiança neste período tão importante para mim. Ao
meu irmão Lucas Garcia, que me faz querer ser melhor, para que ele também seja
melhor todos os dias.
Ao meu namorado Kleiton Fiel, por todo cuidado e preocupação com a minha
saúde mental, por me apoiar e me fazer acreditar que sempre iria dar certo, e deu.
A nossa orientadora Yamila Alves, por ter nos ajudado neste trabalho, pelas
orientações, apoio e confiança. A nutricionista Joyce Monteiro por cada palavra
amiga, pela confiança depositada e por toda ajuda na criação da nossa cartilha.
Aos meus queridos professores que foram fundamentais durante todo esse
processo, em especial a professora Thayana Moreira e Christian Aires por terem
sido minha inspiração e por terem me dado força e incentivo para ser cada dia
melhor, vocês são feras demais no que fazem. Também a professora Sheila Martins
por ter sido um anjo enviado por Deus para nos ajudar, para nos acalmar com suas
palavras de amor e cuidado, você tem um coração admirável, quisera muitas
pessoas fossem como você.
Aos meus preceptores de estágio, Carla Neves e Clíssia Croelhas, Joyce
Monteiro, Tayana Aleixo, Lúcia Silva e Ingryd Carvalho, minha gratidão por todo
ensinamento e paciência, com certeza, vocês foram parte fundamental nesta
caminhada.
A nossa coordenadora Yonah Figueira, pela sua luta diária para dar sempre o
melhor para os seus alunos, sempre apoiando e incentivando na construção de um
melhor futuro profissional.
As minhas queridas amigas que este curso me deu, Hérica Carvalho, Jordana
Guimarães, Luana Nascimento, Miliane Souto, Regiane Melo e Regiane Santos,
também a futura enfermeira Daniela Sampaio, agradeço pelo companheirismo, pelas
risadas, pela força e pela linda amizade que construímos ao longo desse tempo,
vocês são demais, ao Lucas Ximenes que chegou depois, mas que se tornou uma
pessoa muito querida. Estendo meus agradecimentos a Luana e a Regiane Melo
pela parceria na construção deste trabalho, sem vocês nada seria possível. Também
agradeço as minhas amigas de longa data que torceram muito para que este
momento chegasse, Jully Karoline, Naiana Almeida e Vanda Martins, obrigada por
todas as palavras amiga, palavras de força e de carinho, torço muito por vocês
também e as levarei sempre em meu coração.
E ao meu pai, que mesmo não estando presente contribuiu para que este
sonho esteja se tornando realidade.
Não foi fácil chegar até aqui, mas vencemos e vocês foram fundamentais para
que isso acontecesse, por isso o meu MUITO OBRIGADA! Eu os amo muito.

Lívia Mahely Garcia.


AGRADECIMENTOS
Muitos foram os desafios durante esses 4 anos onde DEUS em sua infinita
bondade sempre esteve ao meu lado, tudo devo a ti SENHOR, por me levantar, me
dar coragem para seguir e continuar, agradeço a mim por ter sido tão forte, ter me
dedicado e chegado ao meu limite sem desistir.
Agradeço a minha avó Maria José Cordeiro e a minha mãe Edilailce Oliveira
por nunca me deixarem fraquejar, por acreditarem no meu potencial, por sempre me
mostrar que tudo poderia melhorar e por me ensinarem a nunca desistir dos meus
sonhos por mais difíceis que pudesse ser.
Agradeço ao meu querido e amado irmão Gabriel Oliveira por ser o meu maior
incentivo e a minha força, minha inspiração, tudo foi por você, a ti dedico todo o meu
esforço.
Aos meus tios Ronaldo, Edmilson, Edinaldo, Jonelson, Inevaldo, meu pai
Saturnino e ao meu padrinho César que em minha infância cuidaram de mim com
todo amor, cuidado e carinho, a vocês minha total gratidão. Aos meus primos
Brendo Souza e Jhonisson Oliveira por todo carinho e companheirismo.
Agradeço a minha amiga Glória Rocha por me dar forças durante todo esse
tempo, me incentivado, me acalmando e orando por mim, que esperou por esse
momento tanto quanto eu. Obrigada por ser a pessoa que sempre me motivou e
acreditou em mim.
Agradeço ao meu amor Jamison Monteiro que não me deixou desistir faltando
tão pouco e por me acalmar durante meu desespero. Obrigada meu amor por me
compreender e acreditar na minha capacidade.
A minha tia Carmem e a Luciana por toda a ajuda prestada nessa trajetória e
por também acreditarem em mim. A minha migues Erinalva Borges por todos esses
anos ao meu lado. Aos meus futuros colegas de profissão Regiane Gonçalves,
Miliane, Lucas Ximenes que me ajudaram de alguma forma durante esses 4 anos de
curso.
Minha eterna gratidão a Regiane Melo e Lívia Garcia que se propuseram a
caminhar ao meu lado nesse desafio. Sem vocês eu não teria conseguido. MUITO
OBRIGADA!
A Prof.ª Sheila Martins, sou grata por todo o incentivo durante está caminhada,
por ser incansável junto conosco e por ser meu exemplo como profissional e pessoa.
A nossa orientadora Yamila Alves por nos guiar neste Trabalho e a Joyce Santos por
tirar um pouco do seu tempo para nos ajudar. Muito obrigada.
A minha tia Socorro Cordeiro e meu primo Inevaldo Cordeiro (em memória) que
são as estrelas que me guiam e me dão forças para continuar, dedico este trabalho
a vocês.

Luana Edilailce Oliveira Nascimento


AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por todas as graças e ensinamentos recebidos
durante a minha etapa de formação acadêmica. Agradeço por todas as pessoas que
estiveram comigo nesse processo, algumas estiveram desde início, outras chegaram
no meio e outras apareceram só no final, mas cada uma teve a sua importância
nessa trajetória.
Agradeço os meus amados pais, Durvalino Pupo Nogueira e Maria Regina
Lima de Melo, que em toda a minha vida estiveram ao meu lado, que me ensinaram
todos os valores que carrego comigo, sempre com muito amor. Dão-me forças, me
incentivam e exaltam o melhor que há em mim.
Agradecimento a minha querida tia, Maria Lúcia Lima de Melo, que se tornou
como uma segunda mãe para mim desde que vim morar em Belém. Seu apoio foi
essencial durante a minha etapa acadêmica.
Agradecimento especial à professora e orientadora geral de TCC, Sheila
Martins, que nessa etapa tão importante sempre se mostrou prestativa e gentil com
todos os alunos.
Agredecimento a minha orientadora Yamila Alves, por ter aceitado orientar
esse trabalho tão especial para o nosso grupo e por confiar na nossa ideia.
Agradecimento à nutricionista Joyce Monteiro, por toda paciência e
generosidade em dividir conosco seu conhecimento sobre nutrição e marketing,
auxiliando na criação da nossa cartilha.
Agradeço as minhas amigas de sala, Livia Mahely, Luana Nascimento,
Miliane Souto e Regiane Santos, por sempre estarem comigo desde o início, por
confiarem nas minhas ideias e no meu potencial.
Agradecimento à nutricionista Tayana Aleixo, que me deu apoio nessa etapa
final da minha formação acadêmica, me motivando e confiando no meu trabalho.
Agradecimento à coordenadora do curso de nutrição, Yonah Figueira, por
toda preocupação e esforço em proporcionar o melhor ensino aos alunos.
Agradeço imensamente a todos os meus professores e mestres do curso de
Nutrição do Centro Universitário Fibra, por toda troca de conhecimento, todo carinho
e atenção nesses anos.
É com muita emoção, alegria e carinho que agradeço a cada um de vocês!
MEUS SINCEROS, MUITO OBRIGADA!
Regiane de Melo Nogueira.
O Senhor dos Exércitos está conosco;
o Deus de Jacó é o nosso refúgio.

Bíblia Sagrada, Salmos 46:11


RESUMO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento


que abrange o transtorno autista (autismo). É uma condição onde o indivíduo
portador tem como características alterações no desenvolvimento neurológico e
deficiências no comportamento. O portador de TEA é muito seletivo e persistente ao
novo, com isso se torna difícil à inserção de novos alimentos a sua dieta. Em
consequência disto, deve-se ter cuidado com a oferta de alimentos não saudáveis a
esses indivíduos. Objetivou-se a elaborar uma cartilha nutricional direcionada aos
pais, familiares e cuidadores de crianças autista em relação a alimentação e nutrição
no autismo. Construída com o método de educação nutricional com base em revisão
de literatura e trabalhos científicos publicados nos últimos 10 anos. A busca por
publicações científicas será sob forma de consultas realizadas por intermédio da
internet a publicações científicas disponibilizadas na Scientific Electronic Library
Online (SCIELO), Biblioteca Nacional de Medicina (PUBMED), Biblioteca Virtual em
Saúde - Ministério da Saúde (BVSMS) e Google Acadêmico. A criação da cartilha
será elaborada pelas estudantes através da plataforma digital Canva, assim como o
uso de imagens cedidas pela mesma. A elaboração da cartilha teve como resultado
simplificar temas complexos, informar sobre o papel dos nutrientes, citar fontes
alimentares, sugerir estratégias de introdução desses alimentos e salientar sobre a
importância da família nesse processo. A cartilha utilizou uma linguagem simples,
ilustrativa e acessível a qualquer público, a partir do uso de imagens e exemplos,
levando as informações de maneira clara e didática. Com isso, a cartilha educativa
para orientação nutricional buscou informar que a através da alimentação é possível
aliviar os sintomas da doença e que a adesão a hábitos saudáveis na infância do
pode trazer benefícios para saúde e qualidade de vida do autista. Dessa forma, o
material poderá servir de apoio a pais, familiares e cuidadores de crianças autista,
para que enfrentem as dificuldades que envolvem os cuidados em relação à
alimentação e possam controlar os sintomas apresentados no autismo.

PALAVRAS CHAVE: Transtorno do espectro autista, nutrição e autismo, seletividade


alimentar, cartilha nutricional.
ABSTRACT
Autistic Spectrum Disorder (ASD) is a neurodevelopmental disorder that
encompasses autistic disorder (autism). It is a condition where the individual has
characteristics of changes in neurological development and deficiencies in behavior.
The bearer of ASD is very selective and persistent to the new, making it difficult to
insert new foods into his diet. As a consequence of this, care must be taken with the
provision of unhealthy food to these individuals. The objective was to develop a
nutritional booklet aimed at parents, family members and caregivers of autistic
children regarding food and nutrition in autism. Built with the nutritional education
method based on literature review and scientific papers published in the last 10
years. The search for scientific publications will be in the form of consultations made
through the internet to scientific publications made available at Scientific Electronic
Library Online (SCIELO), National Library of Medicine (PUBMED), Virtual Health
Library - Ministry of Health (BVSMS) and Google Scholar . The creation of the
booklet will be elaborated by the students through the digital platform Canva, as well
as the use of images provided by it. The preparation of the booklet resulted in
simplifying complex topics, informing about the role of nutrients, citing food sources,
suggesting strategies for introducing these foods and highlighting the importance of
the family in this process. The booklet used a simple, illustrative language and
accessible to any audience, using images and examples, taking the information in a
clear and didactic way. Thus, the educational booklet for nutritional guidance sought
to inform that through eating it is possible to relieve the symptoms of the disease and
that adherence to healthy habits in childhood can bring benefits to the health and
quality of life of the autistic person. In this way, the material can serve as support for
parents, family members and caregivers of autistic children, so that they face the
difficulties that involve care in relation to food and can control the symptoms
presented in autism.

KEY WORDS: Autism spectrum disorder, nutrition and autism, food selectivity,
nutritional booklet.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 15

1.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA): DEFINIÇÕES E


CAUSAS..... ........................................................................................................... 16

1.2 SELETIVIDADE ALIMENTAR ............................................................ 17

1.3 INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO E DA NUTRIÇÃO......................... 17

1.4 COMPORTAMENTO SOCIAL DO INDIVÍDUO AUTISTA E A


IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA ................................................................................. 19

2. JUSTIFICATIVA ....................................................................................... 21

3. OBJETIVOS ............................................................................................. 22

3.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................... 22

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................... 22

REFERÊNCIA................................................................................................... 23

APÊNDICES ..................................................................................................... 26

APÊNDICE A- ARTIGO .................................................................................... 27

APÊNDICE B- CARTILHA NUTRICIONAL ....................................................... 37

ANEXOS ........................................................................................................... 43

ANEXO A- NORMAS DA REVISTA .................................................................. 44


15

1. INTRODUÇÃO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do
neurodesenvolvimento que abrange o transtorno autista (autismo). É uma condição
onde o indivíduo portador tem como características alterações no desenvolvimento
neurológico e deficiências no comportamento. São apontados como características
do autismo: déficits na comunicação e na interação social; dificuldade no
estabelecimento de conversas normais, de relacionamentos, afetos, interesses e
atividades; insistência nas mesmas coisas; movimentos estereotipados; adesão
inflexível de uma rotina, o que abrange, no campo nutricional, a neofobia alimentar;
e hiper ou hiporreação a estímulos sensoriais, abrangendo a seletividade alimentar.
(GAZOLA 2015, MONTEIRO, 2020)
O portador de TEA é muito seletivo e persistente ao novo, com isso se torna
difícil à inserção de novos alimentos a sua dieta. Em consequência disto, deve-se ter
cuidado com a oferta de alimentos não saudáveis a esses indivíduos. Alguns
estudos apontam que distúrbios gastrointestinais como refluxo esofágico, dor
abdominal, diarreia, constipação e edema podem ser ocasionados pelo rompimento
da microbiota intestinal. O inadequado estado nutricional, a limitada variedade de
alimentos e a gravidade da sintomatologia associada ao TEA podem causar
significativo impacto na qualidade de vida dos pacientes, pais e cuidadores.
(ARARUNA, 2018; CAETANO, 2018; GOMES, 2018).
A educação nutricional instiga o desenvolvimento de hábitos alimentares
saudáveis desde a infância, esperando com isso que estes hábitos sejam
implantados no espaço familiar. Sabe-se que o transtorno do espectro autista é
caracterizado por uma série de distúrbios do neurodesenvolvimento que ocorrem
desde a infância até à fase adulta, impactando na integração social e aprendizagem.
Estudos demonstram que através de uma apropriada intervenção dietética é
possível aliviar os sintomas da doença (ALMEIDA, 2015; ROLAND, 2016).
Com base nisso, o presente estudo consiste na elaboração de uma cartilha
com orientação nutricional direcionada aos pais e cuidadores de crianças autistas,
no intuito de informar e esclarecer a respeito de uma alimentação adequada que
possa melhorar qualidade de vida dessas crianças.
16

1.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA): DEFINIÇÕES E CAUSAS


Conhecido como um transtorno global do desenvolvimento, diante de sua alta
prevalência, o autismo é um dos transtornos neurológicos mais estudados no
mundo. Estimativas apontam que uma em cada 160 crianças possuem algum nível
de autismo (OPAS, 2017). Considerado um tipo de síndrome psiquiátrica, o
Transtorno do Espectro Autista é um tipo de transtorno no neurodesenvolvimento
caracterizado por alterações nos aspecto sociais e comportamentais. (GOMES et al.,
2015; STRATI et al., 2017)
O TEA é um dos mais conhecidos entre os Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento (TID), é caracterizado por múltiplas desordens que causam
alterações na comunicação, na interação social e no comportamento da criança, isso
causa inúmeras dificuldades de adaptação que aparecem antes dos 03 anos de
idade, sendo que, em alguns casos podem ser percebidas nos primeiros meses de
vida. Há ainda diversas desordens gastrointestinais como a baixa produção de
enzimas digestivas, inflamações da parede intestinal, e a permeabilidade intestinal
alterada, fazendo com que haja um agravamento dos sintomas do transtorno (DE
CARVALHO et al., 2012).
O comportamento autista caracteriza-se como restrito, estereotipado e
repetitivo, ou seja, esses indivíduos podem dar grande importância a um
determinado assunto ou algo como também podem ficar indiferentes. É notória uma
dependência nas rotinas e intolerância a mudança das mesmas, isto é, quando
ocorrem imprevistos que exerçam influência nas rotinas eles se frustram, choram e
se agridem. Além disso, os portadores de TEA podem apresentar boa memória e
grande facilidade de realizar cálculos mentais com rapidez e competência (LEAL et
al., 2014).
Carvalho et al., (2012) diz que as causas do autismo são indefinidas no tratar
de uma única possibilidade, mas é comprovado que essa doença atinge mais
crianças do sexo masculino, independente da etnia, origem geográfica ou situação
socioeconômica. Menezes e Santos (2017) explicam que a exposição ambiental
pode gerar impactos negativos no organismo, podendo afetar órgãos e sistemas,
bem como um desequilíbrio no sistema imune levando o indivíduo a uma
vulnerabilidade imunológica, e esse desequilíbrio pode ser a fase inicial do
desenvolvimento do autismo, ainda não sendo conclusivo, além da relação com as
características genéticas como: mutações genéticas, distúrbios na função sináptica,
17

crescimento e migração dos neurônios e funcionamento de neurotransmissores,


apontando como risco para o surgimento do TEA.

1.2 SELETIVIDADE ALIMENTAR


Indivíduos autistas geralmente são resistentes em experimentar algo novo, o
que torna difícil a inserção de novos hábitos na rotina da criança autista, em se
tratando de alimentação, a relutância em experimentar um alimento novo, pode
gerar uma seletividade alimentar. Também é comum que as crianças apresentem
preferência por determinados alimentos, por isso, é importante ter o cuidado com os
tipos de alimentos que estão sendo ofertados, para que não haja um grande
consumo de alimentos que não sejam saudáveis. Os comportamentos repetitivos e
interesses limitados influencia na seletividade alimentar dessas crianças (GOMES et
al., 2020).
A seletividade alimentar do portador de TEA gera preferências alimentares
rígidas, aceitando apenas uma porção limitada de alimentos ou tipo destes. Fatores
intrínsecos aos alimentos podem interferir no comportamento alimentar, a exemplo
de textura, cor, sabor, forma, cheiro, temperatura dos alimentos, bem como o
formato e a cor da embalagem, a apresentação do prato e utensílios utilizados. Uma
textura de alimentos firme, preferência de cores, aversões, relutância em
experimentar novos alimentos e recusa destes (especialmente vegetais) é frequente
na população com autismo. Estes desafios podem facilmente traduzir-se em
deficiências nutricionais o que, por sua vez, podem comprometer o normal
funcionamento comportamental e cognitivo (ALMEIDA, 2015; LÁZARO, 2018).

1.3 INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO E DA NUTRIÇÃO


alimentação e nutrição é com certeza uma parte fundamental na condução do
autismo, reforçando os cuidados dietéticos que são individualizados no momento do
tratamento para cada portador de TEA, pois, cada indivíduo tem uma combinação
própria de acordo com anormalidades clinicas e laboratoriais. Alguns alimentos
podem ajudar no aumento dos sintomas do autismo, exemplo disso são os alimentos
ultraprocessados que possuem ingredientes como sal, açúcar, óleos, gorduras e
aditivos alimentares e existem várias razões para evitar o consumo desses alimentos
na alimentação do autista. Pesquisas apresentaram que os aditivos alimentares
nesse tipo de alimento, principalmente conservantes, corantes, xarope de milho rico
18

em frutose e adoçantes artificiais estão relacionados ao comprometimento do


autismo e podem influenciar na microbiota intestinal (MI) (ALMEIDA, 2015;
MAGAGNIN, 2019).
Estudos apontam que a ingestão adequada de vitaminas e minerais melhora o
estado nutricional e metabólico das crianças com autismo (ao nível da metilação,
glutationa, stress oxidativo, sulfatação, ATP, NADH e NADPH). A suplementação em
probióticos, vitamina A, vitamina B6 (piridoxina) juntamente com a suplementação de
magnésio, vitamina B9 (ácido fólico), vitamina B12, vitamina C, vitamina D, zinco,
ferro e ácidos gordos (AG) ómega-3 têm vindo a mostrar efeitos positivos na melho-
ria de alguns dos sintomas do autismo. A carência de outras vitaminas, como B1 e
B3, é caracterizada por sinais neurológios, podendo intensificar os sintomas relacio-
nados ao transtorno (OLIVEIRA, 2012; ARARUNA 2018; LEITE 2019).
A dieta sem glúten e sem caseína (SGSC) nada mais é do que uma
intervenção nutricional para melhorar os sintomas GI e alguns sintomas
comportamentais e sociais. A caseína é uma proteína encontrada no leite e seus
derivados, o glúten é um composto formado por proteínas que pode ser encontrada
no trigo, cevado, aveia, centeio e derivados. A associação existente entre consumo
de glúten e caseína, composto por peptídeos opióides, e o autismo, é devido à
existência de exorfinas na composição destes alimentos. Estes componentes tem
ação estimulante, e ao entrar em contato com a corrente sanguínea induzem uma
sobrecarga nos peptídeos ocasionando malefícios funcionais aos autistas (SILVA
NETA, 2016; ALVES, 2017; ARARUNA, 2018).
Diversas pesquisas apontaram que o TEA pode ser resultado da digestão
incompleta de alimentos contendo o glúten e a caseína, que devido a uma
permeabilidade da membrana intestinal e por meio da circulação alcançam o SNC,
ligando-se a neuroreceptores opióides ocasionando uma série de perturbações
neurais que resultam na sintomatologia. Pesquisas relataram que a restrição de
glúten e caseína obtiveram resposta positiva com relação aos sintomas
comportamentais após a intervenção dietética. As mães relataram melhoras em
relação a hiperatividade, agressividade e comportamentos estereotipados.
Acerca das alterações gastrointestinais, melhoras no quadro de diarreia,
constipação ou flatulência e todos apresentaram melhora nestes sintomas após a
19

restrição do glúten e da caseína (PIMENTEL 2019; GAZOLA, 2015; ANDERLE,


2018; GONZÁLEZ et.al., 2020).
A Proposição de Guia Alimentar Funcional para Crianças com Espectro Autista
publicado pela Revista Brasileira de Nutrição Funcional sugere que a retirada do
glúten na dieta do indivíduo autista deve ocorrer de forma gradual, em três fases, no
período de três meses. No primeiro mês, inicia a introdução de alimentos livres de
caseína e de glúten ao cotidiano da criança, denominado período de transição
dietética. No segundo mês, retira-se toda a caseína da dieta da criança. No terceiro
mês em diante, exclui todo o glúten da dieta da criança.
A causa e a cura do autismo são desconhecidas, mas uma adequada
intervenção nutricional pode colaborar para o alívio dos sintomas associados à
doença. Os estudos sobre os comportamentos alimentares e a influencia da
alimentação e da nutrição no autismo são limitados, uma vez que, não há
mecanismo de rastreio nutricional específico para os sintomas relacionados ao
transtorno. Sabe-se que a alimentação e a nutrição tem impacto positivo na saúde
do autista, tornando a nutrição uma intervenção eficiente na vida desses indivíduos.
Entretanto, é necessário esclarecer a diferença entre intervenção e tratamento: a
intervenção busca um melhor desenvolvimento das habilidades do indivíduo,
enquanto que o tratamento busca a cura de uma doença (DE CARVALHO et al.,
2012; ALMEIDA, 2015; LEITE, 2019).

1.4 COMPORTAMENTO SOCIAL DO INDIVÍDUO AUTISTA E A IMPORTÂNCIA


DA FAMÍLIA
Pacientes com autismo apresentam problemas comportamentais entre os quais
se destacam a hiperatividade e a impulsividade; os comportamentos agressivos,
autodestrutivos, perturbadores e destrutivos; os problemas sensoriais como hipo ou
hipersensibilidade a estímulos visuais, táteis, olfativos e gustativos. Ansiedade,
déficit de atenção e distúrbios do sono, também são frequentes nesses indivíduos.
Na área médica, pessoas com autismo apresentam frequentemente problemas
gastrointestinais. Indivíduos autistas são muito seletivos e resistentes ao novo,
possuem comportamentos repetitivos e interesses restritos que podem afetar na
seletividade alimentar e limitar a introdução de novos alimentos em sua rotina e,
consequentemente, gerar carências nutricionais (GOMES et al, 2016; MARQUES,
2016).
20

Uma grande batalha pela qual a maioria das famílias de pessoas com autismo
trava é com relação à restrição alimentar. Não estando incluso no conjunto de
alterações comportamentais característicos do transtorno autista, ações
inadequadas relacionadas com a alimentação estão presentes de 30% a 90% dos
casos. A literatura aponta uma variedade de comportamentos que são classificados
em três categorias: seletividade baseada no grupo e textura do alimento, recusa de
alimentos, e comportamentos de indisciplina durante as refeições. Além dos fatores
intrínsecos aos alimentos, no TEA é comum observar um grave transtorno alimentar
denominado pica que consiste na ingestão recorrente de substâncias que não são
considerados alimentos, como tinta, giz, papel, terra, carvão, entre outros.
(LÁZARO, 2018; SOUZA, 2019).
A introdução de novos hábitos alimentares no cotidiano da criança autista não
é fácil e deve contar com o apoio de os familiares e pessoas do ambiente de
convívio da criança. A luta é diária, a mudança deve ser feita de forma lenta e
gradual, para não causar impactos negativos e para garantir que a adesão aos
novos hábitos sejam eficientes e duradouros (MONTEIRO, 2020; ALMEIDA, 2015)
21

2. JUSTIFICATIVA
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição no
neurodesenvolvimento que implica em danos na comunicação, na relação social e
no comportamento. Desde a infância os sintomas podem ser observados,
interferindo diretamente no ambiente social e de convívio desses indivíduos. A
prevalência de autismo fez com que estudos relacionados a alimentação do autista
fosse melhor analisada, o que fez com que fossem observados carências de
nutricionais, ausência de vitaminas e minerais, aumento do estresse oxidativo,
sintomas gastrointestinais, diminuição no transporte de energia, gerando fadiga,
irritabilidade, alterações no humor e no comportamento, destacando assim, a
importância da alimentação na qualidade de vida do autista (GOMES et al. 2016;
LEITE et al. 2019; MONTEIRO, 2020).
A educação nutricional busca estimular a adoção de hábitos saudáveis desde a
infância. Os estudos demonstram que uma apropriada intervenção dietética pode
tratar e reduzir os sintomas apresentados no autismo. Sabe-se que as crianças
autistas são extremamente seletivas e resistentes a novas experiências e, que cabe
aos pais e responsáveis o conhecimento e atenção ao tipo de alimento que está
sendo oferecido (NUNES, 2016; ARARUNA, 2018).
As cartilhas educativas são usadas como um recurso dedicado a informar
sobre os mais diferentes assuntos. Todas as temáticas devem ser abordadas
através da divulgação de conceitos e mensagens, bem como de perguntas e
respostas, podendo mesclar narrativas em quadrinhos e textos didáticos e/ou
informativos. As cartilhas educativas facilitam o processo de aprendizado, pois
permitem ao paciente e sua família uma leitura posterior, reforçando as informações
orais, servindo como guia de orientações para casos de dúvidas e auxiliando na
tomada de decisões do cotidiano (JUNIOR et al., 2014).
Desse modo, a elaboração desta cartilha tem como intuito levar informações e
orientações a pais, familiares e cuidadores de crianças autistas em relação a
alimentação e nutrição no autismo.
22

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL


Elaborar uma cartilha nutricional para os pais, familiares e cuidadores de
crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Informar a respeito da seletividade alimentar presente no autista.
 Informar quais alimentos devem ser retirados da dieta e quais alimentos devem
estar presentes.
 Salientar a importância da alimentação e da nutrição no estado de saúde e na
qualidade de vida dos autistas.
23

REFERÊNCIA

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APÊNDICES
27

APÊNDICE A- ARTIGO

ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO: ELABORAÇÃO DE UMA


CARTILHA NUTRICIONAL PARA CRIANÇAS AUTISTAS

FOOD IN AUTISM: CREATING A NUTRITIONAL PACKAGE FOR AUTISTIC


CHILDREN

ALIMENTOS EN AUTISMO: CREANDO UN PAQUETE NUTRICIONAL PARA


NIÑOS AUTISTICOS

Lívia Mahely Garcia¹, Luana Edilailce Oliveira Nascimento¹, Regiane de Melo


Nogueira¹, Yamila Fernandes Mota Alves1
Centro Universitário FIBRA, Belém-Pará. * E-mal: livmaeh10@gmail.com

RESUMO

Objetivo: Elaborar uma cartilha nutricional direcionada aos pais, familiares e cuidadores de
crianças autista para a promoção da alimentação saudável e nutrição no autismo. Métodos: Para a
elaboração da cartilha como ferramenta de educação nutricional foi realizada uma revisão de
literatura com trabalhos científicos publicados nos últimos 10 anos sobre o tema Alimentação e
nutrição no Transtorno do Espectro do Autista (TEA). A busca por publicações científicas foi feita
através de consultas realizadas por intermédio da internet à publicações científicas disponibilizadas
na Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Biblioteca Nacional de Medicina (PUBMED),
Biblioteca Virtual em Saúde - Ministério da Saúde (BVSMS) e Google Acadêmico. Para a
estruturação da cartilha, foi utilizada a plataforma digital Canva, assim como o uso de imagens
cedidas pela mesma. Resultados e Discussão: A elaboração da cartilha teve como iniciativa
simplificar temas complexos, informar sobre o papel dos nutrientes, citar fontes alimentares, sugerir
estratégias de introdução desses alimentos e salientar sobre a importância da família nesse
processo. A cartilha utilizou uma linguagem simples, ilustrativa e acessível a qualquer público, a partir
do uso de imagens e exemplos, levando as informações de maneira clara e didática. Conclusão: A
cartilha educativa para orientação nutricional buscou informar que a através da alimentação é
possível aliviar os sintomas da doença e que a adesão a hábitos saudáveis na infância do pode trazer
benefícios para saúde e qualidade de vida do autista. Dessa forma, o material poderá servir de apoio
a pais, familiares e cuidadores de crianças autista, para que enfrentem as dificuldades que envolvem
os cuidados em relação à alimentação e possam controlar os sintomas apresentados no autismo.
Palavras-chave: Transtorno do espectro autista, seletividade alimentar, cartilha nutricional.

SUBMETIDO EM: XX/2019 | ACEITO EM: XX/2019 | PUBLICADO EM:


XX/2019
28

ABSTRACT

Objective: Develop a nutritional booklet aimed at parents, families and caregivers of autistic children
regarding food and nutrition in autism. Methods: It is a method of nutritional education based on a
review of the literature and scientific papers published in the last 5 years. The search for scientific
publications will be in the form of consultations made through the internet to scientific publications
made available at Scientific Electronic Library Online (SCIELO), National Library of Medicine
(PUBMED), Virtual Health Library - Ministry of Health (BVSMS) and Google Scholar. The creation of
the booklet will be elaborated by the students through the digital platform Canva, as well as the use of
images provided by it. Results: The preparation of the booklet had the initiative of simplifying complex
themes, informing about the role of nutrients, citing food sources, suggesting strategies for introducing
these foods and highlighting the importance of the family in this process. The booklet used a simple,
illustrative language and accessible to any audience, using images and examples, taking the
information in a clear and didactic way. Conclusion: The educational booklet for nutritional guidance
sought to inform that through eating it is possible to relieve the symptoms of the disease and that
adherence to healthy habits in childhood can bring benefits to the health and quality of life of the
autistic person. In this way, the material can serve as support for parents, family members and
caregivers of autistic children, so that they face the difficulties that involve care in relation to food and
can control the symptoms presented in autism.

Key words: Autism spectrum disorder, food selectivity, nutritional primer.

RESUMEN

Objetivo: Desarrollar un folleto nutricional dirigido a padres, familias y cuidadores de niños


autistas sobre alimentación y nutrición en el autismo. Métodos: Es un método de educación
nutricional basado en una revisión de la literatura y artículos científicos publicados en los últimos 10
años. La búsqueda de publicaciones científicas se realizará en forma de consultas realizadas a través
de Internet a publicaciones científicas disponibles en Scientific Electronic Library Online (SCIELO),
National Library of Medicine (PUBMED), Virtual Health Library - Ministry of Health (BVSMS) y Google
Scholar. . La creación del cuadernillo será elaborada por los alumnos a través de la plataforma digital
Canva, así como el uso de imágenes proporcionadas por la misma. Resultados: La elaboración del
cuadernillo tuvo la iniciativa de simplificar temas complejos, informar sobre el rol de los nutrientes,
citar fuentes de alimentos, sugerir estrategias para introducir estos alimentos y resaltar la importancia
de la familia en este proceso. El cuadernillo utilizó un lenguaje sencillo, ilustrativo y accesible a
cualquier público, utilizando imágenes y ejemplos, tomando la información de forma clara y didáctica.
Conclusión: El folleto educativo de orientación nutricional buscó informar que a través de la
alimentación es posible aliviar los síntomas de la enfermedad y que la adherencia a hábitos
saludables en la infancia puede traer beneficios a la salud y calidad de vida del autista. De esta
forma, el material puede servir de apoyo a los padres, familiares y cuidadores de niños autistas, para
29

que enfrenten las dificultades que implican los cuidados en relación a la alimentación y puedan
controlar los síntomas que presenta el autismo.
Palabras clave: Trastorno del espectro autista, selectividad alimentaria, cartilla nutricional.

INTRODUÇÃO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que
abrange o transtorno autista (autismo). É uma condição onde o indivíduo portador tem como
características alterações no desenvolvimento neurológico e deficiências no comportamento. São
apontados como características do autismo: déficits na comunicação e na interação social; dificuldade
no estabelecimento de conversas normais, de relacionamentos, afetos, interesses e atividades;
insistência nas mesmas coisas; movimentos estereotipados; adesão inflexível de uma rotina, o que
abrange, no campo nutricional, a neofobia alimentar; e hiper ou hiporreação a estímulos sensoriais,
abrangendo a seletividade alimentar (GAZOLA 2015; MONTEIRO, 2020).
O TEA é um dos mais conhecidos entre os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), e
costuma aparecer antes dos 03 anos de idade, sendo que, em alguns casos podem ser percebidas
nos primeiros meses de vida. Há ainda diversas desordens gastrointestinais como a baixa produção
de enzimas digestivas, inflamações da parede intestinal, e a permeabilidade intestinal alterada,
fazendo com que haja um agravamento dos sintomas do transtorno (CARVALHO et al., 2012).
A educação nutricional instiga o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis desde a
infância, esperando com isso que estes hábitos sejam implantados no espaço familiar. Sabe-se que o
transtorno do espectro autista é caracterizado por uma série de distúrbios do neurodesenvolvimento
que ocorrem desde a infância até à fase adulta, impactando na integração social e aprendizagem.
Estudos demonstram que através de uma apropriada intervenção dietética é possível aliviar os
sintomas da doença (ALMEIDA, 2015; ROLAND, 2016). Com base nisso, o presente estudo consiste
na elaboração de uma cartilha com orientação nutricional direcionada a pais e cuidadores de crianças
autistas, no intuito de informar e esclarecer a respeito de uma alimentação adequada que possa
melhorar qualidade de vida dessas crianças.

1.1 TEA: DEFINIÇÕES E CAUSAS


Conhecido como um transtorno global do desenvolvimento, diante de sua alta prevalência, o
autismo é um dos transtornos neurológicos mais estudados no mundo. Estimativas apontam que uma
em cada 160 crianças possuem algum nível de autismo (OPAS, 2017). Considerado um tipo de
síndrome psiquiátrica, o Transtorno do Espectro Autista é um tipo de transtorno no
neurodesenvolvimento caracterizado por alterações nos aspecto sociais e comportamentais (GOMES
et al., 2015; STRATI et al., 2017).
O comportamento autista caracteriza-se como restrito, estereotipado e repetitivo, ou seja,
esses indivíduos podem dar grande importância a um determinado assunto ou algo como também
podem ficar indiferentes. É notória uma dependência nas rotinas e intolerância a mudança das
mesmas, isto é, quando ocorrem imprevistos que exerçam influência nas rotinas eles se frustram,
30

choram e se agridem. Além disso, os portadores de TEA podem apresentar boa memória e grande
facilidade de realizar cálculos mentais com rapidez e competência (LEAL et al., 2014).
Carvalho e colaboradores (2012) diz que as causas do autismo são indefinidas no tratar de
uma única possibilidade, mas é comprovado que essa doença atinge mais crianças do sexo
masculino, independente da etnia, origem geográfica ou situação socioeconômica. Menezes e Santos
(2017) explicam que a exposição ambiental pode gerar impactos negativos no organismo, podendo
afetar órgãos e sistemas, bem como um desequilíbrio no sistema imune levando o indivíduo a uma
vulnerabilidade imunológica, e esse desequilíbrio pode ser a fase inicial do desenvolvimento do
autismo, ainda não sendo conclusivo, alpém da relação com as características genéticas como:
mutações genéticas, distúrbios na função sináptica, crescimento e migração dos neurônios e
funcionamento de neurotransmissores, apontando como risco para o surgimento do TEA.

1.2 SELETIVIDADE ALIMENTAR


Indivíduos autistas geralmente são resistentes em experimentar algo novo, o que torna difícil a
inserção de novos hábitos na rotina da criança autista, em se tratando de alimentação, a relutância
em experimentar um alimento novo, pode gerar uma seletividade alimentar. Também é comum que
as crianças apresentem preferência por determinados alimentos, por isso, é importante ter o cuidado
com os tipos de alimentos que estão sendo ofertados, para que não haja um grande consumo de
alimentos que não sejam saudáveis. Os comportamentos repetitivos e interesses limitados influencia
na seletividade alimentar dessas crianças (GOMES et al., 2020).
A seletividade alimentar do portador de TEA gera preferências alimentares rígidas, aceitando
apenas uma porção limitada de alimentos ou tipo destes. Fatores intrínsecos aos alimentos podem
interferir no comportamento alimentar, a exemplo de textura, cor, sabor, forma, cheiro, temperatura
dos alimentos, bem como o formato e a cor da embalagem, a apresentação do prato e utensílios
utilizados. Uma textura de alimentos firme, preferência de cores, aversões, relutância em
experimentar novos alimentos e recusa destes (especialmente vegetais) é frequente na população
com autismo. Estes desafios podem facilmente traduzir-se em deficiências nutricionais o que, por sua
vez, podem comprometer o normal funcionamento comportamental e cognitivo (ALMEIDA, 2015;
LÁZARO, 2019).

1.3 A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO


A alimentação e nutrição é com certeza uma parte fundamental na condução do autismo,
reforçando os cuidados dietéticos que são individualizados no momento do tratamento para cada
portador de TEA, pois, cada indivíduo tem uma combinação própria de acordo com anormalidades
clinicas e laboratoriais. Alguns alimentos podem ajudar no aumento dos sintomas do autismo,
exemplo disso são os alimentos ultraprocessados que possuem ingredientes como sal, açúcar, óleos,
gorduras e aditivos alimentares e existem várias razões para evitar o consumo desses alimentos na
alimentação do autista. Pesquisas apresentaram que os aditivos alimentares nesse tipo de alimento,
principalmente conservantes, corantes, xarope de milho rico em frutose e adoçantes artificiais estão
31

relacionados ao comprometimento do autismo e podem influenciar na microbiota intestinal (MI)


(ALMEIDA, 2015; MAGAGNIN, 2019).
Estudos apontam que a ingestão adequada de vitaminas e minerais melhora o estado
nutricional e metabólico das crianças com autismo (ao nível da metilação, glutationa, stress oxidativo,
sulfatação, ATP, NADH e NADPH). A suplementação em probióticos, vitamina A, vitamina B6
(piridoxina) juntamente com a suplementação de magnésio, vitamina B9 (ácido fólico), vitamina B12,
vitamina C, vitamina D, zinco, ferro e ácidos gordos (AG) ómega-3 têm vindo a mostrar efeitos
positivos na melhoria de alguns dos sintomas do autismo. A carência de outras vitaminas, como B1 e
B3, é caracterizada por sinais neurológios, podendo intensificar os sintomas relacionados ao
transtorno (OLIVEIRA 2012; ARARUNA 2018; LEITE 2019).
A dieta sem glúten e sem caseína (SGSC) nada mais é do que uma intervenção nutricional
para melhorar os sintomas GI e alguns sintomas comportamentais e sociais. A caseína é uma
proteína encontrada no leite e seus derivados, o glúten é um composto formado por proteínas que
pode ser encontrada no trigo, cevado, aveia, centeio e derivados. A associação existente entre
consumo de glúten e caseína, composto por peptídeos opióides, e o autismo, é devido à existência
de exorfinas na composição destes alimentos. Estes componentes tem ação estimulante, e ao entrar
em contato com a corrente sanguínea induzem uma sobrecarga nos peptídeos ocasionando
malefícios funcionais aos autistas (SILVA NETA, 2016; ALVES, 2017; ARARUNA, 2018).

MÉTODOS
Realizou-se a construção de uma cartilha, baseada na literatura, com artigos dos últimos 10
anos. Para dar início a construção da cartilha, foram obtidos dados através da Revisão de literatura,
utilizando os termos “Transtorno do espectro autista”, “seletividade alimentar”, “cartilha nutricional”. As
consultas foram realizadas por intermédio da internet a publicações científicas disponibilizadas na
Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Biblioteca Nacional de Medicina (PUBMED), Biblioteca
Virtual em Saúde - Ministério da Saúde (BVSMS) e Google Acadêmico. Foi encontrado um total de 45
artigos em português e inglês, onde 33 foram utilizados, pois os demais não foi se aproximaram do
objetivo da pesquisa. A cartilha foi baseada nos melhores artigos, aqueles que abordavam todo o
conteúdo contido nela, sendo eles 8.
Assim a cartilha foi elaborada de forma clara, simples e objetiva, contendo os principais pontos
para o conhecimento do portador de TEA. Para a estruturação da planilha foram pesquisados
modelos disponíveis no canva e nos artigos utilizados na pesquisa. O protótipo da cartilha foi
desenvolvido na plataforma Canva, sendo ela uma plataforma digital disponível online e em
dispositivos móveis que permite a criação de gráficos, infográficos, apresentações, pôsteres e muitos
outros conteúdos visuais, e nela foi escolhido o layout que melhor se encaixava com o proposta da
cartilha.

RESULTADOS
A ideia da criação de uma cartilha nutricional partiu do pressuposto de informar que a
implementação de hábitos alimentares saudáveis na infância pode melhorar a qualidade de vida do
32

indivíduo autista. Com bases nas ferramentas de educação nutricional, a elaboração de uma cartilha
nutricional foi o método escolhido para levar orientações e informações a respeito da importância da
alimentação e da nutrição na gestão do autismo. Direcionada a pais, responsáveis e cuidadores de
crianças autistas, a cartilha utilizou uma linguagem simples, ilustrativa e acessível a qualquer público.
A elaboração da cartilha teve como iniciativa simplificar temas complexos, informar sobre o papel dos
nutrientes, citar fontes alimentares, sugerir estratégias de introdução desses alimentos e salientar
sobre a importância da família nesse processo. A criação da cartilha nutricional foi feita pela
plataforma digital Canva, e buscou o uso de imagens e exemplos para levar as informações contidas
da maneira mais clara e didática possível. A elaboração resultou em uma cartilha denominada
“Cartilha nutricional para crianças autistas”, com 17 páginas. Segue abaixo os temas abordados na
elaboração da cartilha (Tabela 1).

Tabela 1 – Sinopse da cartilha


Subtítulo Conteúdo
1. Introdução Definição do autismo e estatísticas.
2. Nutrição e autismo Influência da alimentação no estado
nutricional da criança autista; sintomas
gastrointestinais presentes no autismo.
3. Aspectos sociais e comportamentais do Seletividade alimentar no autismo.
autista
4. Intervenções alimentares Alimentos industrializados; dieta sem
glúten e sem caseína; alimentos permitidos;
papel dos nutrientes; importância da família;
estratégias alimentares e características.
5. Conclusão Considerações finais em relação a
importância da alimentação no autismo.
Fonte: GARCIA LM, et al., 2020.
DISCUSSÃO
A presente pesquisa avaliou os estudos partindo do ponto da seletividade alimentar presente
no individuo autistas. Os estudos trouxeram relatos dos pais de crianças com TEA de que eles são
muito seletivos, havendo grande limitação em aceitar novos alimentos, relatam também que há uma
constante preocupação com o estado nutricional de seus filhos. Os indivíduos com TEA apresentam
insuficiência nutricionais devido a esse padrão alimentar seletivo e sensibilidade sensorial que os
predispõe à ingestão restrita.
Avaliando os estudos de Rodrigues et al., (2020), sobre seletividade alimentar na criança
autista, foi verificado que a maior parte das evitaram comer vegetais cozidos e/ou crus, já em relação
aos aspectos comportamentais, comer sempre no mesmo lugar teve maior percentual. De Paula et
al., (2020), revelou que as alterações mais presentes nessa categoria foram à seletividade em não
consumirem frutas e vegetais, seguidos com seletividade em relação à temperatura dos alimentos e à
consistência. Os dados afirmaram que a seletividade alimentar é existente na criança autista,
concordando com os resultados da presente pesquisa, o que fez com que esse tema fosse o ponto
de partida para a elaboração da nossa cartilha.
Em relação ao consumo de alimentos industrializados, os estudos afirmam que as crianças
realizam a ingestão diária de alimentos ultraprocessados e que há grande frequência de consumo de
33

bebidas açucaradas (refrigerante e suco artificial). Oliveira (2019), de forma sistemática observou
maior frequência de consumo dos alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares, gorduras e
realçadores de sabor. Os alimentos mais consumidos do grupo foram a batata tipo chips, o biscoito
com recheio e o açúcar adicionado nas preparações como suco, leite, papas e afins.
Dos Santos et al., (2020) e Oliveira (2019), observaram que o grupo das frutas e vegetais são
menos consumidas entre as crianças com TEA, devido a toda cultura por traz das preferências
alimentares direcionadas para alimentos mais palatáveis, evidenciando a recusa referente a
alimentos mais nutritivos, o que compromete o estado nutricional desses indivíduos, refletindo em
todo seu quadro clínico. Como esperado, os dados afirmam que os vegetais são menos consumidos
entre as crianças, deixando clara a importância de incluir esses alimentos na rotina alimentar desses
indivíduos, fazendo desse tema um conteúdo essencial na nossa cartilha.
Analisando a dieta da criança autista e as carências nutricionais, as maiores deficiências
apresentadas são de zinco, ferro, fósforo, cálcio, magnésio, vitamina C, vitamina A e vitamina do
complexo B, ômega-3 e fibras (Oliveira (2019)). Na elaboração da cartilha, foram citadas as fontes
alimentares que contém esses nutrientes. Preocupou-se em buscar fontes alimentares de fácil
acesso, incluindo vegetais, frutas, proteínas e gorduras.
Pimentel et al., (2019), avaliaram a restrição dietética de glúten e caseína em crianças autistas
obtiveram resultados positivos na melhora na comunicação, aumento da interação social, aumento
nas habilidades do dia a dia e diminuição no déficit de atenção e da hiperatividade. Entretanto,
nenhum estudo investigou se a exclusão do glúten e caseína não trouxe alguma deficiência
nutricional para a criança, principalmente por se tratar de alimentos popularmente consumidos no dia
a dia e com valores nutricionais importantes para o organismo, visando a fase de crescimento das
crianças.
Da Silva et al., (2019), relataram uma pesquisa realizada com 80 crianças com TEA aplicou a
dieta livre de glúten em grupo com 40 crianças e uma dieta balanceada em outro grupo com a mesma
quantidade de crianças. Os participantes que seguiram a dieta livre sem glúten diminuíram 57,56%
dos sintomas gastrintestinais e simultaneamente o grupo de crianças que seguiram uma dieta
balanceada obteve um aumento nos sintomas. Além disso, notou-se também no grupo que participou
da dieta sem glúten pequenas melhorias nos comportamentos estereotipados, na comunicação e na
interação social.
Apesar dos benefícios que os estudos relatam em relação a dieta livre de glúten e caseína na
diminuição dos sintomas do autismo, deve ser melhor avaliado os ricos dessa intervenção para o
estado nutricional da criança autista. Contudo, a dieta SGSC mostrou-se eficiente no tratamento do
autismo, o que fez com que essa intervenção fosse abordada na nossa cartilha.
Desse modo, o conteúdo descrito na cartilha informa sobre a importância da alimentação para
o estado nutricional da criança autista, diminuição dos sintomas da doença e melhora na qualidade
de vida. Apesar dos assuntos tratados serem complexos, a cartilha buscou abordar de forma clara,
simples e ilustrativa sobre os temas citados, que foram considerados de maior relevância durante a
pesquisa.
34

CONCLUSÃO ou CONSIDERAÇÕES FINAIS


A realização de pesquisas bibliográficas possibilitou o desenvolvimento de uma cartilha
nutricional para crianças autistas. As características do TEA podem ser observadas logo nos
primeiros anos de vida da criança como o déficit na comunicação e na interação social, dificuldade
em se relacionar com outras pessoas, insistência nas mesmas coisas, neofobia alimentar e
seletividade alimentar. Alguns fatores como a textura do alimento, aparência, sabor, cheiro,
temperatura ou até mesmo a dificuldade de experimentar novos alimentos podem implicar no
momento da refeição dessas crianças. Diante disso, foi observada a importância da elaboração de
uma cartilha nutricional para crianças autistas com o intuito de auxiliar os pais, cuidadores ou
quaisquer pessoas que faça parte do dia a dia e do momento da alimentação dessas crianças com
TEA. Sendo assim, o material poderá servir de apoio para que enfrentem as dificuldades que
envolvem os cuidados em relação à alimentação e possam controlar os sintomas apresentados no
autismo, auxiliando o papel do nutricionista, mas jamais podendo substituí-lo, pois a nutrição, assim
como o nutricionista são imprescindíveis no cuidado dos indivíduos portadores de TEA.

REFERÊNCIAS
1- ALMEIDA, Ângela Maria Magalhães. Cuidados alimentares e nutricionais em
perturbações do espetro do autismo. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. [sn].

2- ALVES, Tânia Patrícia Correia. Dieta sem glúten e sem caseína e suplementação de ómega-
3 como terapêutica nutricional no autismo. 2017.

3- ANDERLE, Tiago Valli; DE MELLO, Elza Daniel. Autismo: aspectos nutrológicos das dietas e
possível etiologia. International Journal of Nutrology, v. 11, n. 02, p. 066-070, 2018.

4- ARARUNA, Luiza Leal. Influência da alimentação no tratamento de crianças com Transtorno


do Espectro do Autismo. 2018.

5- CAETANO, Maria Vanuza; GURGEL, Daniel Cordeiro. Perfil nutricional de crianças


portadoras do transtorno do espectro autista. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v.
31, n. 1, p. 1-11, 2018.

6- DA SILVA, Myrthe Emilyana; SOARES, Sara Costa Martins Rodrigues; DE AQUINO,


Cristhyane Costa. DIETA SEM GLÚTEN E SEM CASEÍNA APLICADA NO TRATAMENTO
DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA–REVISÃO DE
LITERATURA, 2019.

7- DE CARVALHO, Jair Antonio et al. Nutrição e autismo: considerações sobre a alimentação do


autista. 2012.

8- DE PAULA, Fernanda Mendes et al. Transtorno do Espectro do Autismo: impacto no


comportamento alimentar/Autism Spectrum Disorder: impact on eating behavior. Brazilian
Journal of Health Review, v. 3, n. 3, p. 5009-5023, 2020.

9- DOS SANTOS, Jaqueline Silva et al. Consumo alimentar, segundo o grau de processamento,
de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista. Brazilian Journal of
Development, v. 6, n. 10, p. 83322-83334, 2020.

10- GOMES, Paulyane TM et al. Autismo no Brasil, desafios familiares e estratégias de


superação: revisão sistemática. Jornal de pediatria, v. 91, n. 2, p. 111-121, 2015.
35

11- GOMES, Vânia Thais Silva et al. Nutrição e autismo: reflexões sobre a alimentação do
autista. Educação e Ciância para a Cidadania Global, 2018.

12- GOMES, Aliny Barros et al. Transtorno do espectro autista e hábito alimentar de crianças e
adolescentes. Research, Society and Development, v. 9, n. 10, p. e7319108978-
e7319108978, 2020.

13- GONZÁLEZ-DOMENECH, Pablo José et al. Influence of a Combined Gluten-Free and


Casein-Free Diet on Behavior Disorders in Children and Adolescents Diagnosed with Autism
Spectrum Disorder: A 12-Month Follow-Up Clinical Trial. Journal of Autism and
Developmental Disorders, v. 50, n. 3, p. 935-948, 2020.

14- GAZOLA, Franciele. Ingestão de lactose, caseína e glúten e o comportamento do portador de


autismo. Revista Brasileira de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, v. 4, n.
4, p. 53-61, 2015.

15- JÚNIOR, Ana Neile Pereira de Castro et al. Desenvolvimento e validação de cartilha para
pacientes vítimas de queimaduras. Revista Brasileira de Queimaduras, v. 13, n. 2, p. 103-
113, 2014.

16- LÁZARO, Cristiane Pinheiro; CARON, Jean; PONDÉ, Milena Pereira. Escalas de avaliação
do comportamento alimentar de indivíduos com transtorno do espectro autista. Revista
Psicologia-Teoria e Prática, v. 20, n. 3, 2018.

17- LEAL, Géssica Aline et al. Transtorno do Espectro Autístico: Criação e divulgação de uma
cartilha educativa para professores, pais e alunos. Revista Universo & Extensão, v. 1, n. 1,
2014.

18- LEITE, Mikaelly Arianne Carneiro et al. INTERVENÇÃO NUTRICIONAL NO TRANSTORNO


ESPECTRO DO AUTISMO. 2019

19- MAGAGNIN, Tayná. Aspectos alimentares e nutricionais de crianças e adolescentes com


transtorno do espectro autista. 2019b.

20- MARQUES, Isabella Bezerra. Evidências da relação entre a colonização intestinal por
Clostridium difficile e Transtorno do Espectro Autista (TEA). 2016.

21- MENEZES, Renata Oliveira dos Santos; SANTOS, Larisse Karen Silva. AUTISMO:
PERSPECTIVA DA NUTRIÇÃO FUNCIONAL. Revista Ciência (In) Cena, v. 1, n. 4, p. 118-
127, 2017.

22- MONTEIRO, Manuela Albernaz et al. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UMA


REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE INTERVENÇÕES NUTRICIONAIS. Revista Paulista de
Pediatria, v. 38, 2020.

23- NUNES, Débora Regina de Paula; WALTER, Elizabeth Cynthia. Processos de leitura em
educandos com autismo: um estudo de revisão. Revista Brasileira de Educação Especial,
v. 22, n. 4, p. 619-632, 2016.

24- OLIVEIRA, Ana Luísa Tavares Dias de. Intervenção nutricional no Autismo. 2012.

25- OLIVEIRA, Yhanka Kerollayne Souza de. Consumo alimentar de crianças com transtorno
do espectro autista (TEA) no município de Vitória de Santo Antão-PE. 2019. Trabalho de
Conclusão de Curso.
36

26- OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde. Transtorno do espectro autista. Brasília, DF,
Brasil, 2017.

27- PIMENTEL, Yara Rodrigues Amaro et al. Restrição de glúten e caseína em pacientes com
transtorno do espectro autista. Revista da Associação Brasileira de Nutrição-RASBRAN,
v. 10, n. 1, p. 3-8, 2019.

28- RODRIGUES, Camilla Peixoto Santos et al. O consumo alimentar de crianças com
Transtorno do Espectro Autista está correlacionado com alterações sensório-oral e o
comportamento alimentar. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 9, p. 67155-67170,
2020.

29- ROLAND, Luan Fioravanti et al. EDUCAÇÃO NUTRICIONAL PARA AUTISTAS. Anais do
Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 7, n. 1, 2016.
30- SILVA NETA, Helena Maria da et al. Avaliação do perfil e do consumo alimentar de autistas
em municípios de pequeno porte paraibano. 2016.

31- SOUZA, João Vitor Santos et al. AUTISMO E TRANSTORNO ALIMENTAR: A INCLUSÃO E
A CAPACIDADE DE ACEITAÇÃO DAS DIVERSIDADES DOS INDIVÍDUOS. Conhecimento
em Destaque, 2019.

32- STRATI, Francesco et al. Novas evidências sobre a microbiota intestinal alterada nos
transtornos do espectro do autismo. Microbiome , v. 5, n. 1, pág. 24 de 2017.

33- WHITELEY, Paul et al. The ScanBrit randomised, controlled, single-blind study of a gluten-
and casein-free dietary intervention for children with autism spectrum disorders. Nutritional
neuroscience, v. 13, n. 2, p. 87-100, 2010.
37

APÊNDICE B- CARTILHA NUTRICIONAL


38
39
40
41
42
ANEXOS
44

ANEXO A- NORMAS DA REVISTA

Título do trabalho em português [deve ser conciso e


informativo, negrito Arial 14]

Título do trabalho em Inglês [Arial 12]


Título do trabalho em Espanhol [Arial 12]

Nome Completo dos Autores2* , Segundo Autor2, Terceiro Autor2. [são


permitidos no máximo 10 autores (atualização de normas feita em 01/11/2019), note
que autores da mesma instituição compartilham do mesmo número que está descrito
no rodapé, Arial 12]

RESUMO [negrito, Arial 10] entre 150 e 200 palavras


Objetivo [negrito, Arial 10]: Iniciar com o verbo no infinitivo, de forma clara quais são os
objetivos do trabalho. Métodos [negrito, Arial 10]: Descrever todos os pontos metodológicos de
forma sucinta, público, localização, coleta de dados e instrumento de pesquisa. Para estudo de
revisão narrativa esta seção não é necessária. Resultados/Revisão Bibliográfica/Relato de
experiencia/ou/Detalhamentos de Caso [negrito, Arial 10]: Para cada tipo de artigo usar o
subtítulo pertinente. Mostrar os principais resultados/detalhamento/relato que respondem a
pergunta/propósito do estudo. Lembre-se que esta seção é a mais importante do artigo. Conclusão
[negrito, Arial 10]: Escrever de forma clara, máximo 2 frases, os pontos fortes do estudo e as
limitações. Deve ser pertinente aos resultados apresentados. Entre 150 e 200 palavras; veja abaixo o
exemplo que um de nossos autores usou para resumir seu estudo.
Palavras-chave [negrito, Arial 10]: Palavra-chave1, Palavra-chave2, Palavra-chave3
[separada por vírgula].
[devem constar na base da Biblioteca Virtual em Saúde.]

EXEMPLO DE RESUMO [entre 150 e 200 palavras]


Objetivo: Descrever o conhecimento e consumo de alimentos funcionais por usuários de
restaurante self-service da capital piauiense. Métodos: Trata-se de estudo transversal descritivo,
conduzido com 161 indivíduos, de ambos os sexos, idade de 20 a 59 anos. Os usuários foram
investigados quanto à definição de alimentos funcionais. A dieta habitual foi avaliada por aplicação de
um questionário de frequência alimentar, adaptado para alimentos funcionais, com as categorias de

2 Universidade Brasileira (UNIBRA), Cidade-Estado. * E-mal: e-mails do autor correspondente.


2 Faculdade Mineira (UNIMINAS), Juiz de Fora-MG.

Autores da mesma instituição compartilham do mesmo número.

Caso tenha sido financiado por alguma agência incluir aqui o nome, modalidade e processo.

SUBMETIDO EM: XX/2019 | ACEITO EM: XX/2019 | PUBLICADO EM:


XX/2019
45

consumo: habitual, não habitual, raramente consumido e nunca consumido. Os dados obtidos foram
analisados por estatística descritiva com auxílio do software IBM SPSS Statistics. O estudo foi
aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: A amostra, com média de idade de 38,6 ±
9,0 anos, apresentou maioria masculina (57,8%), com ensino superior completo (73,3%). Desta,
apenas 36,6% dos indivíduos definiram corretamente a terminologia “alimentos funcionais”, em
contradição ao esperado para escolaridade elevada como determinante do conhecimento e qualidade
alimentar. A dieta habitual caracterizou-se por baixa ingestão semanal de frutas, hortaliças, cereal
integral, leguminosas, óleos insaturados, peixes, oleaginosas, chás e especiarias, sendo insuficiente.
Conclusão: Conclui-se que a população de adultos ativos participante deste estudo possui
conhecimento inadequado sobre alimentos funcionais, os quais não estão incluídos em sua
alimentação habitual.
Palavras-Chave: Alimentos Funcionais, Dieta, Doença Crônica.

EXEMPLO DE ABSTRACT [entre 150 e 200 palavras]


Objective: To describe the knowledge and consumption of functional foods for self-service restaurant
users in the capital of Piauí. Methods: This was a cross-sectional study, conducted with 161
individuals of both sexes, aged from 20 to 59 years. Users were investigated regarding the definition
of functional foods. The usual diet was evaluated using a food frequency questionnaire, adapted for
functional foods, with consumption categories: habitual, not habitual, rarely consumed and never
consumed. The data were analyzed by descriptive statistics using IBM SPSS Statistics software. The
study was approved by the Research Ethics Committee. Results: The sample, with mean age of 38.6
± 9.0 years, presented male majority (57.8%) and complete higher education (73.3%). Of this, only
36.6% of the individuals correctly defined “functional foods”, in contradiction to what was expected for
high schooling as a determinant of knowledge and food quality. The usual diet was characterized by a
low weekly intake of fruits, vegetables, whole grains, legumes, unsaturated oils, fish, oilseeds, teas
and spices. Conclusion: It is concluded that the active adult population participating in this study has
inadequate knowledge about functional foods, which are not included in their usual diet.
Key words: Functional Foods, Diet, Chronic Disease.

EXEMPLO DE RESUMEN [entre 150 e 200 palavras]


Objetivo: Describir el conocimiento y consumo de alimentos funcionales de usuarios de
restaurante self service de la capital piauiense. Métodos: Se trata de un estudio transversal,
conducido con 161 individuos, de ambos sexos, edad de 20 a 59 años. Los usuarios fueron
investigados en cuanto a la definición de alimentos funcionales. La dieta habitual fue evaluada por
aplicación de un cuestionario de frecuencia alimentaria, adaptado para alimentos funcionales, con las
categorías de consumo: habitual, no habitual, raramente consumido y nunca consumido. Los datos
obtenidos fueron analizados por estadística descriptiva con ayuda del software IBM SPSS Statistics.
El estudio fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación. Resultados: La muestra, con una
media de edad de 38,6 ± 9,0 años, presentó mayoría masculina (57,8%) y enseñanza superior
completa (73,3%). De esta, sólo el 36,6% de los individuos definieron correctamente los “alimentos
funcionales”, en contradicción a lo esperado para escolaridad elevada como determinante del
conocimiento y de la calidad alimentaria. La dieta habitual se caracterizó por una baja ingesta
semanal de frutas, hortalizas, cereal integral, leguminosas, aceites insaturados, pescados,
oleaginosas, tés y especias, siendo insuficiente. Conclusión: Se concluye que la población de
adultos activos participante de este estudio posee conocimiento inadecuado sobre alimentos
funcionales, los cuales no están incluidos en su alimentación habitual.
Palabras clave: Alimentos Funcionales, Dieta, Enfermedad Crónica.
46

INTRODUÇÃO [Negrito, Arial 10]


Deve ser sucinta, definindo o problema estudado, sintetizando sua importância e destacando as
lacunas do conhecimento que serão abordadas no artigo. Deve ser compreensível para o leitor em
geral [Arial 10].
O texto não deve ser extenso, mas também tem que ser suficiente para introduzir ao leitor as
pricipias informações sobre o tema. NOTA: Usar citação direta apenas em ocasiões especiais
onde não há como transcrever o texto, como é o exemplo de artigos de leis; nesse caso a
seção direta deve estar em recuo de 2 cm em itálico.
As siglas e abreviaturas, quando utilizadas pela primeira vez, deverão ser precedidas do seu
significado por extenso. Ex.: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
As citações de autores >>NO TEXTO<< deverão seguir os seguintes exemplos:
 Início de frase
o 1 autor - Baptista DR (2002);
o 2 autores – Souza JG e Barcelos DF (2012);
o 3 ou mais autores - Porto AS, et al. (1989).
 Final de frase
o 1, 2, 3 ou mais autores, subsequente (BAPTISTA DR, 2002; SOUZA JG e
BARCELOS DF, 2012; PORTO AS, et al., 1989).
NOTA: Usar citação direta apenas em ocasiões especiais onde não há como transcrever
o texto, como é o exemplo de artigos de leis; nesse caso a seção direta deve estar em recuo de
2 cm em itálico.

MÉTODOS [Negrito, Arial 10]


Devem descrever de forma clara e sem prolixidade as fontes de dados, a população estudada, a
amostragem, os critérios de seleção, procedimentos analíticos e questões éticas relacionadas à
aprovação do estudo por comitê de ética em pesquisa (pesquisa com seres humanos e animais) ou
autorização institucional (levantamento de dados onde não há pesquisa direta com seres humanos ou
animais).

RESULTADOS [Negrito, Arial 10]


Devem se limitar a descrever os resultados encontrados, sem incluir interpretações e/ou
comparações. O texto deve complementar e não repetir o que está descrito nas figuras. Caso haja
figuras, gráficos e/ou tabelas os mesmos devem ser citados no texto dos resultados ao final do
parágrafo de apresentação dos dados, exemplo: (Figura 1), (Gráfico 1), (Tabela 1).
NOTA: Se os autores acharem conveniente pode apresentar a seção de Resultado e
Discussões em uma mesma seção.

Figuras - Limitadas a 6 no total (podendo incluir tabelas, gráficos ou figuras); nelas devem
constar apenas dados imprescindíveis.
Exemplo de figura - NOTA: Todas as figuras devem ter TÍTULO e FONTE.
• As figuras, gráficos e/ou tabelas devem ser citados no texto ao final do parágrafo de
apresentação dos dados, exemplo: (Figura 1), (Gráfico 1), (Tabela 1).
47

Tabela 1 [negrito] - Caracterização dos pacientes atendidos na Unidade Básica de Saúde, n=100.
Juiz de Fora-MG, 2018. [a figura deve ter título claro e objetivo]
Variável N %

Sexo

Masculino 80 80

Feminino 20 20

Idade

valor porcentage
30-40
absoluto m

valor porcentage
41-50
absoluto m

valor porcentage
51-60
absoluto m

valor porcentage
Etc...
absoluto m

Escolaridade

valor porcentage
Etc...
absoluto m

valor porcentage
Outras variáveis etc...
absoluto m

Total 100 -

Fonte [negrito]: 1) Para dados originais colocar o nome de vocês


autores + o ano em que o artigo será publicado. Exp. SOUZA DF, et al., 2019.
2) Para coleta em banco de dados públicos, Exp. SOUZA DF, et al., 2019;
dados extraídos de XXXX (incluir a fonte original dos dados).

[não se esquecer da fonte] [respeitar a foram de citação da revista]

DISCUSSÃO [Negrito, Arial 10]


Deve incluir a interpretação dos autores sobre os resultados obtidos e sobre suas principais
implicações, a comparação dos achados com a literatura, as limitações do estudo e eventuais
indicações de caminhos para novas pesquisas.
NOTA: Se os autores acharem conveniente pode apresentar a seção de Resultado e
Discussões em uma mesma seção.
48

CONCLUSÃO ou CONSIDERAÇÕES FINAIS [Negrito, Arial 10]


Deve ser pertinente aos dados apresentados. Limitada a um parágrafo final.

AGRADECIMENTOS E FINANCIAMENTO [Negrito, Arial 10]


Menções em agradecimentos incluem instituições que de alguma forma possibilitaram a realização
da pesquisa e/ou pessoas que colaboraram com o estudo, mas que não preencheram os critérios
para serem co-autores. Quanto ao financiamento, a informação deverá ser fornecido o nome da
agência de fomento por extenso seguido do número de concessão.

REFERÊNCIAS [Negrito, Arial 10]


Máximo de 40 e devem incluir apenas aquelas estritamente relevantes ao tema abordado. As
referências deverão ser numeradas em ordem alfabética conforme os seguintes exemplos:

Como citar Artigos:

 1 autor - JÚNIOR CC. Trabalho, educação e promoção da saúde. Revista Eletrônica


Acervo Saúde, 2014; 6(2): 646-648.
 2 autores - QUADRA AA, AMÂNCIO AA. A formação de recursos humanos para a saúde.
Ciência e Cultura, 1978; 30(12): 1422-1426.

 3 ou mais autores - BONGERS F, et al. Structure and floristic composition of the lowland
rain forest of Los Tuxtlas, Mexico. Vegetatio, 1988; 74: 55-80.
NOTA: Não é preciso apresentar o endereço eletrônico “Disponível em” nem
a data do acesso “Acesso em”.

Como citar Livros:


(NOTA: tente usar apenas artigos científicos, usar livros em casos
extraordinários).

 CLEMENT S, SHELFORD VE. Bio-ecology: an introduction. 2nd ed. New York: J. Willey,
1966; 425p.
 FORTES AB. Geografia física do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Globo, 1959; 393p.
 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Faculdade de Educação.
Laboratório de Ensino Superior. Planejamento e organização do ensino: um manual
programado para treinamento de professor universitário. Porto Alegre: Globo; 2003; 400 p.

Como citar Teses e Dissertações

 DILLENBURG LR. Estudo fitossociológico do estrato arbóreo da mata arenosa de restinga


em Emboaba, RS. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Instituto de Biociências.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1986; 400 p.

Como citar Páginas da Internet: (NOTA: usar páginas da internet apenas em casos
extraordinários)

 POLÍTICA. 1998. In: DICIONÁRIO da língua portuguesa. Lisboa: Priberam Informática.


Disponível em: htpp://www.dicionario.com.br/língua-portuguesa. Acesso em: 8 mar. 1999.

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