Você está na página 1de 18

Cap.

3 - Maravilhamento e
o Milagre do Ser
GABRIEL DA SILVA AZEVEDO, JOSÉ RICARDO GUIMARÃES DANTAS,
LUCAS WIGAND BEZERRA, RODOLFO FERREIRA DOS SANTOS E
YÁGOR BARBOSA COSTA
Thomas Berry, Jay McDaniel, Sallie McFague, John Haught e vários
outros afirmaram que essa nova cosmológica é, com efeito, tanto
científica quanto religiosa.
É uma narrativa amplamente aceita uma compreensão científica do
todo que também Ops ia uma consciência metacientífica, religiosa de
uma realidade além de nós e que, entretanto, nos inclui.
A Cosmologia permite um vislumbre dessa realidade mais Ampla ao
mostrar que a natureza é o resultado de um mistério originador ou
do que Vaclav Havel chama “o milagre do ser" que brilha através
dela.
Esse milagre do ser, ele coloca como essa força misteriosa que
vivenciamos e percebemos diretamente na experiência.
No texto ele coloca uma experiência de primeira ordem, o que
significa essa experiência de primeira ordem, significa que está na
primeira pessoa, o que é de fato o que agente se experiência.
É esse senso de maravilhamento que devemos explorar para
esclarecer o senso de realidade Divina que a Cosmologia
proporciona.
Como diz o filósofo contemporâneo
fenomenólogo, e da linguagem
hermenêutica Paul Ricoeur, “ a
fenomenologia oposta que ao vivo pode ser
compreendido e dito”.
Então a fenomenologia existencial é a
descrição reflexiva dos aspectos de nossa
experiência em que encontramos o sagrado
diretamente presente para nós. Nesse caso
é a experiência de maravilhamento.
Para fecharmos essa definição da
fenomenologia, a fenomenologia existencial
procura entender a natureza de Deus de
baixo para cima, por assim dizer, não de
cima para baixo.
O estudioso da religião Wayne
Proudfoot escrever o que "
descrever a experiência de um
místico por referência apenas a
ondas alfa, ritmo cardíaco alterado e
mudança na temperatura corporal
é”, do ponto de vista descritivo, "
descrevê-la erroneamente".
Essa descrição é uma descrição em
linguagem ordinária, que nos
falamos na qual conta na
experiência.
Um aparte pessoal
Para apresentar a experiência de maravilhamento, o
autor começa a descrever uma experiência pessoal
que ele teve durante sua infância e adolescência.
Podemos organizar a sua trajetória em 4 fases:
1. REBELDIA
Criado como um unitarista; considerava-se
ateu; além da sua descrença no verdadeiro
Deus, zombava a fé alheia e o seu
passatempo favorito era atacar argumentos
daqueles que criam. Considerava a crença e
as verdades espirituais algo sem sentido e
inútil.
Mas ele diz: “Essa pura incapacidade que eu
tinha de até mesmo conceber o divino
tornou os eventos que viriam depois ainda
mais surpreendentes e importantes para
mim”
2. ENFERMIDADES (EXPERIÊNCIA
ENTRE VIDA E MORTE)
Enfermo desde os 8 anos. Algumas
doenças quase o mataram e
implicaram longos períodos de
hospitalização. Com 13 anos acabou
perdendo um dos olhos num acidente
com arma de fogo. Após complicações
com este olho, o mesmo teve que ser
removido cirurgicamente. Ele
acrescenta: “a colisão com a
fragilidade e a mortalidade da vida
deixou marcas em mim”
3. A MORTE SÚBITA:
Após ter saído do hospital, vai dar um
passeio ao longo de um lago. Avistou
uma garça e teve uma ideia...
(Após esta experiência, juntamente com
os 6 anos de enfermidade, visto que
várias vezes chegou perto da morte,
tudo isso fez com que fosse incutido
nele uma forte noção de mortalidade...
“A morte está de tocaia nas fronteiras
da vida” diz ele.
E afirma: “A consciência da morte
parece elevar nosso apreço pela vida”
4. A 1ª EXPERIÊNCIA DO
MARAVILHAMENTO:
O mistério aqui não é fruto de
pensamento ou raciocínio, mas
parcela da própria experiência do
maravilhamento.
Ao sentir o maravilhamento, a
partir de nossas experiências
fazemos parte, vivemos de fato o
mistério
1° A percepção da realidade: frente ao
maravilhamento não é uma tentativa de
“resolver” o problema da existência, é
primeiramente o da existência, da
efetividade da é-dad de tudo. Assim, não
visa assumir por hipótese um criador, mas
se permite emergir na consciência da
realidade tudo que é.
2° Sentimento de inclusão. A partir de sua
experiência a noção de pertença se enraíza,
donde tudo que é, é! Isto é maravilhoso e
faço parte deste incomensurável complexo
cosmológico que atinge o material, e se
estende para o cosmo.
3° Sentimento de dependência: Se
não houvesse tal coisa como a
efetividade, então é claro que nem
eu e nem nada mais séria. Sou uma
dependente manifestação da
realidade.
4° Sentimento de gratidão: sentir-se
pertencente aquele todo e ter uma
grande alegria em participar do
mistério, participar da vida e
testemunhar o mesmo
A experiência do maravilhamento foi, portanto, uma
experiência de conversão para usar a linguagem religiosa,
trata-se assim de vê-la com outros olhos é vê-la com uma
epifania da qual manifesta o sagrado.
O maravilhamento diante do cosmos
- A realidade é radicalmente misteriosa.
- Diante da natureza temos um estado de maravilhamento
e reverência.
- As religiões põem-se diante do fato dessa realidade
inteira e a julgam maravilhosa. Acham espantoso que ela
seja, que ela venha a ser e deixe de ser da mesma forma
que o todo. Aquela estrela está nascendo, essa árvore está
nascendo, aquele bebê está se formando. Imaginem isso!
(Aqui, mais uma vez, a diferença entre mito como uma
expressão de religião e a cosmologia como expressão da
ciência é evidente. Embora falem dos mesmos temas, o
foco dos mitos é no valor e no significado; o da ciência é
nos fatos. Tanto a religião como a ciência falam de
momentos da criação universal e particular; só a religião
os declara maravilhosos e sagrados.) (Barbara Sproul)
Maravilhamento e a percepção da
natureza
- “A vida desses índios não é nada senão uma contínua
experiência religiosa. Para eles, a essência da religião é o
"espírito de maravilhamento", o reconhecimento do poder como
uma misteriosa forma concentrada de energia não-material, de
algo solto no mundo e contido em grau mais ou menos
condensado por todo objetos.” (Jaime de ângulo)
- Esse maravilhamento é uma forma particular de perceber a
natureza e a vida.
- "Ver, de repente, algum aspecto nu da criação, por assim dizer,
em sua beleza elementar, sua pura existência, despido de todas
as categorias, nomes e usos convencionais, é uma experiência de
transcendência e imanência inextricavelmente ligadas. Essa
possibilidade está diante de nós em toda e cada peça e parte da
criação: é o maravilhamento perante o mundo que as crianças
têm e os poetas e artistas mantêm. É experienciar o ordinário
como extraordinário. É experienciar o mundo como corpo de
Deus, o caráter ordinário de todos os corpos contidos no divino e
autorizados por ele." (Salle McFague)
A emanação do ser
- A contínua erupção da vida é “deus!”.
- “ele não é nada quanto ser... tudo o que Deus é é
ser” (Mestre Eckard)
“O termo ‘Deus’ refere-se ao mistério último das
coisas, algo além do que podemos compreender
adequadamente. É experienciado como o Grande
Espírito por muitos Povos Primevos do mundo. O
Grande Espírito é o poder misterioso difuso por toda a
parte, presente e observado no nascer e no
pôr-do-sol, no crescimento das coisas vivas, na
sequência das estações. Esse misterioso poder leva as
coisas até sua brilhante expressão em todas as formas
que observamos no mundo a nosso redor, nas estrelas
à noite, na sensação e na experiência do vento, na
vastidão ondulante dos oceanos. As pessoas
geralmente experienciam uma reverencial, estupenda
presença que não pode ser adequadamente expressa
em palavras humanas.” (Thomas Berry)
A percepção da vida
- A experiência de Albert
Schweitzer
- “Reverencia pela vida, ele
nos diz, é uma afirmação ao
mundo e à vida, em que nos
damos conta de que ‘eu sou
vida que quer viver, em meio
à vida que quer viver”.
- O sagrado é o jorro de ser

Você também pode gostar