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Propósito e Extensão Da Expiação
Propósito e Extensão Da Expiação
1 . DEFINIÇÃO DE TERMO
1 .1 O que é expiação:
Expiação significa a supressão do pecado por meio da morte reparadora de Cristo.
2 . PROPÓSITO DA EXPIAÇÃO
2 .1 O pensamento de Armínius sobre o propósito da expiação:
Armínius creia que a expiação feita por Cristo apenas possibilitava a salvação.
Raymond Blacketer oferece um excelente resumo do pensamento de Armínio. Vejamos:
“Para Armínius, a obra de Cristo na cruz não realizou a salvação para qualquer
pessoa ou grupo; em vez disso, ela somente torna possível a salvação. A cruz produz uma
nova situação legal em que Deus tem, consequentemente, o direito de entrar em um novo
relacionamento com a humanidade, sob novas condições que Deus mesmo é livre para
ordenar. A condição que ele determina é a fé; e compete ao pecador usar a graça universal
outorgada por Deus para tomar o passo de fé. O fator determinante na salvação é a escolha
espontânea da humanidade, assistida pela graça cooperante”
Podemos ver que Armínius em nenhum momento negou a expiação feita por Cristo,
ele apenas tem um conceito equivocado a respeito dela. Ele entende que Cristo na cruz torna a
salvação possível a todos os homens; o que compete aos homens agora é transformar essa
possibilidade numa realidade, e isso é possível apenas quando os homens decidem, pelo seu
livre arbítrio restaurado, crer.
Esse pensamento de Armínius é diametralmente oposto ao pensamento reformado. O
pensamento reformado insiste no fato de que mais do que possibilitar, Cristo na cruz assegura,
garante a salvação daqueles por quem ele morreu. Franklin Ferreira, em sua Teologia
Sistemática nos diz:
“O propósito de Deus, desde “antes da fundação do mundo” (Ef 1.4), era separar
para si mesmo um povo, que seria justificado e santificado de toda impureza do pecado e que
pertenceria a Cristo Jesus para sempre. Jesus morreu por esse povo a quem comprou, suas
ovelhas, a igreja, entregues a ele pelo Pai, para garantir que nenhum fosse perdido, mas que
todos sejam ressuscitados no último dia e tenham a vida eterna. O profeta disse que neste
propósito Cristo seria satisfeito, porque a vontade de Deus quanto à expiação seria
realizada. Assim, tudo que o Pai intencionou por meio da expiação, o Filho conquistou. Em
outras palavras, a expiação não foi um ato provisório ou hipotético. Foi um pagamento
concreto e objetivo da penalidade pelo pecado, cujo efeito é a salvação daqueles que foram
graciosamente dados a Cristo”
3 .1 Referente ao Pai:
A primeira coisa que precisamos ter em mente é que a expiação não mudou nada no
ser interior, isto é, no caráter de Deus. A mudança que surgiu foi na relação entre Deus e os
homens que na eternidade foram alvos do seu amor salvífico (ou amor expiatório como diz
Louis Berkhof). A expiação feita por Cristo na cruz reconciliou Deus com os eleitos que
outrora estavam debaixo da sua ira. O sacrifício de Cristo na cruz fez propiciação, isto é,
aplacou, desviou a ira de Deus dos eleitos pois os pecados dos eleitos foram cobertos
(pagos!).
3 .2 Referente a Cristo:
A expiação perfeita feita por Cristo assegurou para ele a recompensa por ser o
mediador. Por ter feito uma expiação perfeita Cristo recebeu:
3 .2.3 O dom do Espírito Santo para a formação do seu corpo místico (igreja) e para a
subjetiva aplicação dos frutos da sua obra expiatória.
At.2:23 diz: “Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do
Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis”
Cristo, como recompensa por sua obra expiatória, recebeu do Pai a promessa do
Espírito Santo e pôde derramá-lo sobre seus eleitos para a formação da sua igreja universal, e
também esse mesmo Espírito que forma o seu corpo místico, aplica os benefícios assegurados
por Cristo na cruz ao coração dos eleitos.
3 .3 Referente ao pecador
3 .3.1 A expiação garante a salvação; isso inclui:
- Adequada posição judicial mediante a justificação (isto é: perdão de pecados, adoção
de filhos e o direito a uma herança eterna);
- A união mística dos crentes com Cristo por meio da regeneração e da satisfação (isto
é: gradual mortificação do velho homem, e o gradual revestimento do novo homem);
- Sua bem-aventurança final, em comunhão com Deus, mediante Jesus Cristo (vida
eterna)
- Lc. 19:10: “Porque o Filho do homem veio BUSCAR e SALVAR o que se havia
perdido”
- Mt. 1:21: “...e chamarás o seu nome Jesus, porque ele SALVARÁ o seu povo dos
seus pecados”
- I Tm. 1:15: “...que Cristo Jesus veio ao mundo para SALVAR os pecadores”
- Gl. 1:4 “O qual se deu a si mesmo por NOSSOS PECADOS, para nos LIVRAR”
- II Co. 5:21: “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que
fôssemos FEITOS justiça de Deus”
5. A EXTENSÃO DA EXPIAÇÃO
Sabemos que a visão arminiana de expiação é a mais popular entre estas quatro visões
apresentadas. E assim, se faz necessário a refutação a essa doutrina que tem influenciado o
pensamento de muitos. O teólogo Joel Beeke aponta algumas objeções. Segundo ele, esta
doutrina: