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VOLTA ÀS AULAS

CRIANÇAS E USO
DE MÁSCARAS

Eduardo haertel leal - eduardohleal@gmail.com - IP: 168.205.177.135


Covid é um problema de saúde publica, mais do que uma
questão individual. Como assim? Bom, o grande problema é a
quantidade de pessoas ficando doente ao mesmo tempo,
podendo colapsar todo o sistema. É preciso entendermos isso.

O risco de alguém na terceira idade, de uma pessoa obesa ou


com alguma outra comorbidade é enorme só por ela possuir
essas características – ou seja, essa pessoa também poderia estar
pegando outras doenças e ficando em estado grave – o risco
seria grande se fosse uma gripe, ou uma dengue, ou uma outra
doença. Essa pessoa já é de risco a despeito da Covid.

Mas e quando milhares de pessoas com alguma dessas


características precisam de suporte, de cuidado intensivo? Esse é
o grande problema.

Vamos pensar assim: quantas pessoas ficam doentes para causar


esse número de mortes? Ou seja, atrás do número de mortes,
quantas pessoas já foram infectadas...

Mas sobre as escolas e as nossas crianças, já é seguro fazer elas


voltarem? Quais são pró e contras dessa situação?

Primeiramente precisamos lembrar que não é todo mundo que


pode fazer home schooling. Existem crianças que inclusive
dependem da merenda – a necessidade de escolas transcende
somente aprender matemática e português.

Outra coisa que devemos ter em mente é: por mais problemas


que as escolas podem ter, elas acabam sendo muito mais do que
uma educadora - no sentido literal da palavra. A escola ajuda na
formação do caráter na soft skils... em filhos únicos que não tem
contato com outras crianças principalmente.

Ta m b é m f a l a m o s d e s a ú d e m e n t a e d o a t r a s o d o
desenvolvimento psicomotor, e a desigualdade dos alunos da
mesma faixa etária também tende a aumentar.

Deixar crianças em casa também aumenta a violência infantil


(assim como aumentaram a violência contra a mulher). Talvez
não seja o caso da sua casa e de pessoas conhecidas, mas dados

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mostram um aumento de violência nas casas devido a
quarentena sim.

Todos esses fatos são baseados em dados e por isso quando


pensamos em privar as escolas das crianças não podemos
considerar somente parte de toda uma realidade existente.

No início de tudo, fez sentido paramos por estavam todos com


medo e cegos diante do futuro: não sabíamos como ia proceder a
situação, e muito menos como reagir diante dela.

Porém, desde o início da pandemia a evolução da Covid em


crianças se mostrou muito mais benigna do que em outras
idades. Os dados do CDC americano falam que, no total de
pessoas contaminadas, no máximo 13% desses contaminados
eram pessoas abaixo dos 18 anos, e somente metade desses 13%
tinham abaixo de 14 anos. O CDC europeu publicou dados que
falam sobre a Europa ter apenas 5% de crianças contaminadas e
95% da contaminação é em outras idades.

Para se ter uma idade, são feitas 8 hospitalizações de crianças a


cada 100 mil casos de Covid-19 em crianças, sendo que em gripe
provoca mais ou menos 40 hospitalizações a cada 100 mil
crianças.

Os dados do datasuza desde o começo da pandemia até 18 de


outubro de 2020 mostram taxa de letalidade de 0,08% em
crianças.

Obvio que gostaríamos de que esse número fosse 0%, mas não é
de agora que infelizmente crianças já morriam de doenças
respiratórias, só é preciso ter em mente que o Covid não piorou
esse fato. Ou seja, por mais que as crianças possam ser
contaminadas pelo vírus e o estado de gravidade evoluir, os
dados mostram que não é mais do que o que já acontecida –
devido a doenças respiratórias como a gripe.

Aparentemente a probabilidade das crianças de fato se


contaminarem é menor – 17% em crianças e 28% em adultos.

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Com todos esses fatos, está mais do que claro que não justifica
manter as crianças em casa por causa do medo delas ficarem
doentes.

Agora vamos observar a realidade olhando por outro prisma:


onde as crianças podem vetores de contágio.

Já se é falado, como em qualquer doença infectocontagiosa que,


quando a pessoa com o vírus está assintomática, o potencial de
transmissão é muito menor.

Além disso, hoje onde a higiene e distanciamento estão


fortemente inseridos na rotina e no pensamento de nossa
sociedade: os cuidados básicos necessários são capazes de evitar
a propagação do vírus – e de até mesmo outros vírus e bactérias.

Um dado para vocês: os americanos analisaram estados que


mantiveram a escolas abertas e os que fizeram aulas online –
trabalho publicado em 2021 – e não houve nenhuma diferença
nos dados de contágio.

Outro dado importantíssimo: países que abriram as escolas não


mostraram uma taxa de contágio maior do que as que
continuaram fechadas e mais ainda - lugares que nunca fecharam
(como a Suécia, Taiwan, Nicarágua) também não tiveram
diferença nessa taxa. Mais uma vez vemos que no quesito
transmissão por crianças há zero diferença – com escolas abertas
ou não.

Último dado que quero trazer aqui é de um estudo francês


publicado no The Lancet
avaliou com base em testes sorológicos que consta: Covid 19 em
crianças transmite mais em casa do que nas creches. No período
de lockdown na França de junho a julho de 2020 foram feitos
testes em quase 330 crianças na faixa de 5 meses a 4,4 anos e
quase 200 funcionários (com em média 40 anos) de 22 creches e
164 adultos familiares. Nesse teste, foram positivados 3,7% de
crianças e 6,8% de funcionários da creche. O grupo de familiares
teve uma infecção semelhante ao da equipe da creche com nove
participantes tendo um teste sorológico positivo. Mas uma análise
s u g e r i u q u e a s c r i a n ç a s q u e te st a ra m p o s i t i vo m a i s

Eduardo haertel leal - eduardohleal@gmail.com - IP: 168.205.177.135


provavelmente foram infectadas por um membro adulto da
família com Covid.

E se a criança acaba se contaminando com o vírus e o trás pra


casa, vale a reflexão: e você pai e mãe, que sai de casa para
trabalho ou lazer, você também não poderia ser um vetor?
Alguém que vai trabalhar na sua casa, o porteiro, o motorista...
Também podem ser vetores. Se você vai estar suscetível de
qualquer maneira, por que privar as crianças de algo tão básico e
necessário para elas?

“E se a escola tiver um surto de Covid?” Surtos temos em todos


lugares – dento de navio, hotel, supermercado... e mais uma vez
pergunto: por que só a escola fica fechada?

Precisamos avaliar a probabilidade e o impacto para trazermos


para a aplicabilidade: saúde baseada em evidência usada de
forma prática.

Precisa abrir as escolas de qualquer jeito, nas coxas? Não.

Usar máscara, manter a higiene das mãos, manter um certo


distanciamento de alunos... Isso sim diminui a transmissão:
medidas que já foram tomadas em todos os lugares de lazer. E de
novo: por que nas escolas não é feito assim?

“Não podemos permitir que nossas crianças e adolescentes


sejam vítimas do sistema por causa o Covid 19” palavras do
primeiro ministro irlandês. “Se o Covid não trás problemas para
as crianças, nos que estamos fazendo o Covid prejudica-las”.

O Dr. Francisco Cardoso colocou no seu instagram:


"Estudo multicêntrico francês de corte transversal prospectivo,
de pesquisa serológica, que avaliou, no período de lockdown
francês de 4 de junho a 3 de julho de 2020, foram 327 crianças
(idade média de 1,9 anos; faixa de 5 meses a 4,4 anos) e 197
funcionários, de 22 creches (idade média de 40 anos) alem de
outros 164 adultos familiares, observou testes para COVID-19
positivos em apenas 14 crianças e 14 funcionários de creches.

Eduardo haertel leal - eduardohleal@gmail.com - IP: 168.205.177.135


Depois de considerar a sensibilidade e especificidade imperfeitas
do ensaio, estimou-se que 3,7% das crianças e 6,8% dos
funcionários de creches tiveram infecção por SARS-CoV-2. O
grupo de familiares teve uma infecção semelhante ao da equipe
da creche com nove participantes tendo um teste sorológico
positivo.

Uma análise exploratória sugeriu que as crianças soropositivas


eram mais propensas de terem sido infectadas por um membro
adulto da família com COVID-19, confirmado em laboratório.

Conclusões:

1. de acordo com os resultados dos testes sorológicos, a


proporção de crianças infectadas foi baixa.
2. A transmissão intrafamiliar parece ser mais plausível do que a
transmissão em creches.

Publicado no The Lancet.


https://doi.org/10.1016/S2352-4642(21)00024-9"

Links para você olhar:

https://www.rcreader.com/commentary/masks-dont-work-covid-a-review-of-
science-relevant-to-covide-19-social-policy

https://doi.org/10.1016/S2352-4642(21)00024-9"

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