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Luciana M.

V I V E N D O

C O N V I V E N D O
&
Rosa
COMO FALAR SOBRE ADOECIMENTO E MORTE COM CRIANÇAS?

Os efeitos psicológicos dessa pandemia sobre as crianças são resultados em


que os adultos não estavam preparados para passar, pois o transtorno gerado pelo
vírus encontrou a população totalmente desprevenida. Além disso, há uma
enxurrada de notícias publicadas, que relatam os comprometimentos e tais
comprometimentos também são observados e percebidos por crianças, que
muitas vezes ficam sem explicações e por isso não conseguem elaborar as
informações adequadamente.
Então, temos a seguinte questão: como falar sobre adoecimento e morte
para crianças?
Uma boa conversa, considerando a idade e a capacidade de compreensão
da criança, são extremamente importantes para que elas tenham um suporte
emocional adequado e elaborem um discurso lógico. A necessidade de explicar o
momento que estamos vivendo se torna urgente quando um parente próximo é
hospitalizado ou morre por comprometimento da covid-19.
Mas o que poderia fazer a diferença nesse caso?
A qualidade da comunicação com crianças sobre morte e doença, pois tem
efeito a longo prazo em seu bem-estar psicológico e no funcionamento da
família.
Pensando nessa dificuldade encontrada por adultos, para comunicação de
notícias sobre adoecimento ou morte, deixo a seguir um conjunto de
informações, com o intuito de nortear os pais e profissionais, que tenham
interesse em saber como proceder com crianças, considerando o nível de
compreensão e faixa etária.
Com 1º Ano de vida: o bebê responde mudança no comportamento e no humor
do cuidador mais próximo;
Crianças com menos de 2 anos: ficam angustiadas quando seu cuidador sai e
anseiam pelo retorno deste;

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Dos 3 aos 4 anos: as crianças entendem a morte, mas não conseguem
compreender que ela é irreversível. Portanto, após o luto é importante repetir,
com todo cuidado, que o membro da família não retornará mais;
De 5 a 6 anos: As crianças compreendem a finitude e a irreversibilidade da
morte, bem como reconhecem a própria mortalidade. Mas, somente por volta
dos 10 anos é que as crianças adquirem a compreensão total do que é a morte.
Também, com relação a causa e transmissão de doenças, as crianças
adquirem uma compreensão ideal por volta dos 10 anos. Vale salientar que em
relação a causalidade e transmissão, a evolução da compreensão das crianças
ocorre da mesma forma, acontece com o tempo.
Não menos importante nesse processo são os chamados pensamentos
mágicos, onde a criança acredita que pensamentos e crenças podem causar
eventos externos, e o desenvolvimento do senso de consciência e
responsabilidade. Associado a uma compreensão básica de como a doença é
transmitida, as crianças podem entender pouco sobre as causas da doença e
culpar a si mesmas da seguinte forma: o membro da família adoeceu, porque
ela não se comportou bem.
Os sentimentos ilusórios das crianças podem ser potencializados nesse
contexto de hiper disseminação de mensagens sobre cuidados com a saúde,
através de orientações como lavar as mãos para evitar a contaminação por
covid-19. Para impedir equívocos, sobre como e porque alguém ficou doente
ou morreu, a comunicação deve ser concreta e específica, os eufemismos
devem ser evitados, pois as crianças tendem a interpretar literalmente
contextos de duplo sentido como: “perdemos o vovô na noite passada”, o que
pode ser compreendido pela criança que há a possibilidade de encontrar o
vovô.
Adultos normalmente buscam proteger crianças das angústias,
principalmente quando eles mesmos estão aborrecidos ou tristes. A incerteza 

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como ou o que compartilhar com crianças pode ser agravada pela trajetória
incerta da doença de pacientes com covid-19. Porém, mudanças sutis no
comportamento (pessoas chorando e conversas sussurradas), devido ao
adoecimento de algum familiar, são percebidas por crianças. Quando não há
uma explicação, as crianças encontrarão suas próprias conclusões sobre o que
está acontecendo e passarão por esta situação complexa sem o suporte
adequado.
Muitos pais recorrem ao trabalho do terapeuta, quando eles desejam
explicar aos filhos situações de doença ou morte. Dependendo da dinâmica
familiar, é importante esse tipo de acompanhamento, pois o profissional tem
um papel ativo em ajudar as famílias a lidar com essas conversas inicialmente
inviáveis.
Vale ressaltar que essas informações aqui apresentadas podem não ser
suficientes para atender algumas demandas, devido a seriedade do momento
que estamos passando, sendo necessário o acompanhamento terapêutico da
criança, ou mesmo o acompanhamento terapêutico da família.

REFERÊNCIA:
DALTON, L., RAPA, E., STEIN, A. Talking to children about illness and
death of a loved one during the COVID-19 pandemic. The Lancet: Child &
Adolescent Health. United Kingdom, 4 Jun. 2020, p. 346-347. Disponível em:
<https://doi.org/10.1016/S2352-4642(20)30174-7> Acesso em: 01 Jun. 2020.

Luciana M. Rosa é Psicóloga, especialista em Neuropsicodiagnóstico e


Neuropsicologia, com experiência no atendimento a família e casal através da
perspectiva Sistêmica.

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