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PARTE 1 - Teoria
Estilo do trabalho de Zinker:
• Sua atuação profissional é marcada pela
dedicação em realizar um aprofundamento
teórico da Gestalt-terapia, elaborando um
corpo conceitual coeso e consistente, que
integra de forma estética com sua prática
clínica. Ele se deixa levar pelo movimento do
sistema (forma/processo), observando suas
sutilezas, seus pontos fixos (não
estéticos/disfucionais) e seus pontos fortes.
• Sua forma de trabalhar evoca sustentação para
que cada um possa evoluir em sua performance,
através de intervenções hábeis em um clima de
aceitação e respeito.
• Utiliza a qualidade da presença, se permitindo
transformar com a mudança provocada no outro
através do processo terapêutico em andamento
(que vai alternando sucessivamente novas
configurações e dessa forma gerando novas
possibilidades de resolução para antigas
questões). Esse atributo permite que o terapeuta
da abordagem gestáltica utilize a si mesmo como
instrumento de trabalho.
• Zinker utiliza o conceito de “sistemas íntimos”
que define como: “todo tipo de relações
interpessoais que se constrói entre pessoas
próximas que se caracterizam por uma
continuidade”.
• Relação Terapêutica – “Encontro amoroso e
criativo, onde terapeuta e cliente se permitem
explorar os temas que emergem durante as
sessões”. Em que o terapeuta deve, “desejar o
bem ao outro de forma não manipulativa,
possessiva e sem exigir nada em troca”, a partir
da crença de que sempre se pode escolher “pela
busca do bom e da beleza no outro”. Dessa forma
o terapeuta estabelece com seus clientes um
processo de co-criação (jamais direcionamos o
trabalho – podemos dar contorno - sentido).
• A ênfase na importância da criatividade,
atributo essencial do homem para o processo
de crescimento.
• A Gestalt-terapia proporciona uma ferramenta
extremamente adequada para essa postura
terapêutica – a arte do experimento. O uso
dessa ferramenta pressupõe uma visão de
homem que confia no seu impulso natural
para o crescimento, integração e satisfação de
suas necessidades da forma mais estética
possível em dado contexto e momento.
• O autor tem o mérito de ampliar o conceito de
“Ciclo de Contato” da Gestalt-terapia
(percebido pela abordagem como uma
ferramenta para descrever e entender os
processos individuais de atuação e
resistência/crescimento), para compreender
os processos inter-relacionais em uma
perspectiva sistêmica, denominado Curva de
Zinker.
• De uma forma geral podemos dizer que seu
trabalho se caracteriza pela articulação da
abordagem humanista e holística à
psicoterapia e ao desenvolvimento humano.
• Há ainda outra característica que determina a
forma de trabalho do autor: o uso que faz do
conceito de boa forma, que entende como a e
forma mais estética fluida de atuar no mundo
e de estabelecer relações. Ao aplicar esse
conceito nos sistemas íntimos em conjunto
com a forma de contatar do ser humano,
entende como as famílias e casais podem
estar apoiando ou boicotando/tolhendo o
processo de criação do outro e impedindo o
sistema de manifestar uma forma estética e
interferindo na qualidade de vida de todos os
seus componentes.
Valores fundamentais para ser um curador:
1 – Respeite a experiência da pessoa como ela é
(fenomenologia);
2 – Demonstre consideração por todo “sintoma”, como um
esforço criativo de a pessoa tornar sua vida melhor
(hierarquia de necessidades/ajustamento criativo);
3 – Toda discordância ou falta de confluência com o
terapeuta é “boa” e representa uma afirmação da força
do paciente e de sua capacidade pra aprender por si
mesmo (existencialismo);
4 –Dê suporte à resistência de um casal ou de uma família;
5 – Estabeleça limites claros entre seus sentimentos
pessoais e o mundo fenomenológico do paciente;
6 – Dê suporte à competência;
7 – Proporcione um ambiente e uma presença em que o pior
ofensor possa entrar em contato com sua dor e com sua
vulnerabilidade (postura respeitosa e acolhedora);
8 – Todos nós somos capazes de ações terríveis. O terapeuta
deve ter compaixão tanto pela vítima quanto pelo
vitimador (ambos formam a Gestalt que se apresenta, ou
seja ambos são responsáveis pela contexto atual da relação
– forma como ela se apresenta e funciona nesse
momento);
9 – O terapeuta protege ou cria limites protetores entre as
pessoas nas famílias. A experiência de cada pessoa é real e
precisa ser levada em conta (trabalha nas fronteira de
contato – único lugar onde pode ocorrer awareness e
consequentemente mudança);
• 10 – A presença do terapeuta e a afirmação de uma família
permitem que todos cresçam (se sentem vistos, ouvidos,
confirmados, acolhidos e protegidos);
11 – Tomar uma posição clara quanto a não permitir
comportamentos abusivos entre os membros da
família. Estabeleça limites claros (todas as intervenções
do terapeuta devem ser claras);
12 – O terapeuta modela um líder e professor que é bom
e paciente (modelo);
13 – O terapeuta dá suporte sem ser sentimental, super
protetor ou auto-indulgente (mantém a
responsabilidade de cada um por seus atos, porém
confirma seus posicionamentos como legítimos e ajuda
cada um a perceber consequências deles );
14 – Cada família tem suas próprias origens étnicas, sua
própria textura cultural. Não importa seus valores
sociais ou técnicos a uma família: eles podem não
servir.
Passo a passo da forma de trabalhar de J. Zinker
e Sandra Zinker:
Primeiro passo – Contar ao casal tudo que
julgamos importante. Conversar com todos os
membros da família. Procurar não permitir
que um membro da família fale por outro ou
que um interrompa o outro. Cumprir sempre
as promessas (Contato inicial e contrato
devem ser estabelecidos em clima de
confiança, portanto é importante clareza e
comprometimento de todos).
Segundo passo – Fazer com que as pessoas da
família falem umas com as outras, deixando
com que se voltem para nós em busca de
auxílio quando sentirem necessidade.
Podemos também interromper para fazer
informações que julguemos necessárias
(permite observação da forma de funcionar da
família e algumas intervenções, sempre no
sentido de buscar a boa forma).
Terceiro passo – Depois dessa observação inicial,
entrar junto com a família um tema para a
sessão. Verificar se esse tema faz sentido (o
uso de metáforas pode ajudar muito nesse
momento).
Quarto passo – Apresentar as competências da
família. A partir daí geralmente surge o lado
fraco da competência familiar. Nesse
momento pode se fazer necessário a checar o
encontrado com o(s) membro(s) da família
envolvidos. “O que observo está fazendo
sentido? (primeiro ratifica as resistências).
Quinto passo – Deixar a família falar sobre os
assuntos abordados até o momento sobre a ética
do “falar tudo”, o que pode fazer com que alguns
membros se sintam criticados ou magoados
nesse processo de serem verdadeiros.
Sexto passo – Sugerir algum experimento que
facilite a saída do impasse. Nesse caso, algo que
permita a expressão de sentimentos verdadeiros
e que proporcione a cada membro do sistema a
proteção de que necessita. Geralmente é
escolher um experimento simples e fácil de
executar. Explicar para a família a proposta e o
objetivo do trabalho, se certificando de que todos
entenderam (o experimento deve estar em
acordo com o contexto).
Oitavo passo: Nesse momento a família já
apresenta algum resultado e obteve algum
grau de sucesso ao aprender a regular sua
expressão de sentimentos, respeitando a
vulnerabilidade de cada um de seus membros
(início da awaraness).
Último passo: Dar um feedback a respeito de
como realizaram o experimento. Fechar a
sessão e recomendar que pratiquem a nova
habilidade aprendida em sua rotina familiar
(permite a digestão do que foi percebido e
aprendido).
Resumindo...
• Conversa leve (pré-contato inicial);
• Apresentação e boas-vindas à família;
• Pedir a cada individuo que nos conte como
vivencia o problema da família;
• Observar cuidadosamente o comportamento dos
membros da família uns com os outros;
• Oferecer uma intervenção que nomeie um tema
e uma competência da família;
• Depois de alguma discussão, propor que a família
adquira uma habilidade que ainda não está
totalmente desenvolvida;
• Ensinar como realizar um experimento com o objetivo de
aprimorar seu funcionamento na área pouco desenvolvida;
• “Vender” o experimento à família e assegurar-se de que seu
objetivo seja entendido;
• Observar o trabalho da família durante o experimento e,
ocasionalmente, apoiá-la se houver um impasse;
• Perguntar sobre o que foi aprendido com o experimento e
como a família pode praticar sua nova habilidade em casa;
• Ao término da sessão oferecer a todos os membros da família
a oportunidade de dizer como se sentem (fechamento –
permite encontrar um novo sentido);
• Sempre devermos levar em consideração os esforços
genuínos de uma família no sentido de melhorar e se
desenvolver. Sempre devemos apreciar genuinamente esses
esforços
• Nossas intervenções sempre devem ser claras e ter um
objetivo definido.
Cap 1 – Nosso terreno comum
• Estabelece as bases teóricas para o
desenvolvimento dos capítulos seguintes. Faz
uma breve apresentação de Fritz e Laura Perls.
Esclarece como “criaram” uma nova forma de
trabalho no campo psicológico articulando
diversas teorias disponíveis na época – em
verdade, Zinker defende que foram além da
teoria, quando fazem a distinção entre atuação e
expressão. Essa distinção e crucial para a prática
clínica, uma vez que estabelece a diferença entre
ação com ou sem base na awareness.
Cap 2 – Em busca da boa forma
• Discute a estética do processo, que pode ser
usada como instrumento diagnóstico, não se
apoiando em sistemas arbitrários ou
incômodos de regras comportamentais e
dados históricos, sempre insuficientes para a
intervenção clínica, especialmente em
sistemas íntimos (isso não quer dizer que
abandone a teoria).
Cap 3 – Sistemas: casais e famílias como
fenômenos holísticos
• Trabalhas as questões relativas a fronteiras,
utilizando a Teoria de Campo de Kurt Lewin.
Sua forma de ver o sistema se caracteriza por
uma união fecunda entre o sistêmico e o
estético, uma vez que o ver na perspectiva
gestáltica não se restringe meramente a uma
percepção passiva. O autor nos fornece um
guia de como olhar e o que procurar.
Cap 4 – O ciclo interativo
Fevereiro/2017
• Flavia Gonzalez Freire
• Eunice Gonçalves