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FRENTE 1 GRAMÁTICA
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Módulo 20 – Correlação Verbal nas 6. (FATEC) – Assinale a alternativa em que, feitas as alterações
na frase, preserva-se a correlação de tempos verbais.
Orações Subordinadas a) Eu não tenho peito, não entendo essa vaidade de mostrar. / Se
eu tivesse peito, tenho entendido essa vaidade de mostrar.
Texto para a questão 4.
b) A mais velha fora frustrada no seu tempo, a segunda desejou
e não ousou. / A mais velha teria sido frustrada no seu
As duas manas Lousadas! Secas, escuras e gárrulas como
cigarras, desde longos anos, em Oliveira, eram elas as tempo, a segunda deseja e não ousaria.
esqudrinhadoras de todas as vidas, as espalhadoras de todas as c) Dos irmãos, um lavava a mão se as mulheres achavam que
maledicências, as tecedeiras de todas as intrigas. E na desdi- estava certo. / Dos irmãos, um lavaria a mão se as
tosa cidade, não existia nódoa, pecha, bule rachado, coração mulheres achavam que está certo.
dorido, algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira a um d) Esperavam que a garota ficasse famosa e que um pouco da
canto, vulto a uma esquina, bolo encomendado nas Matildes, glória respingasse em todos. / Espera que a garota fique
que seus olhinhos furantes de azeviche sujo não descortinassem famosa e que um pouco da glória respingue em todos.
e que sua solta língua, entre os dentes ralos, não comentasse e) Tinham de neutralizar primeiro a "Lagartixa", sessentona
com malícia estridente. sem-que-fazer que ficava o dia inteiro sentada numa cadeira,
(Eça de Queirós, A Ilustre Casa de Ramires) na calçada, e dava conta de tudo que acontecia num raio de
300 metros. / Tiveram de neutralizar primeiro a
4. (FUVEST) – A correlação de tempos que, neste texto, se “Lagartixa”, sessentona sem-que-fazer que ficou o dia
verifica entre as formas verbais existia, descortinassem e inteiro sentada numa cadeira, na calçada, e daria conta
comentasse, mantém-se apenas em: de tudo que aconteceria num raio de 300 metros.
a) não existe; não descortinem; não comente. Resolução
b) não existiu; não teriam descortinado; não teria comentado. A frase original, na alternativa d, tem o verbo principal no
c) não existira; não tinham descortinado; não tinha comentado. imperfeito do indicativo (“esperavam”) e os verbos das subordi-
d) não existirá; não tiverem descortinado; não tiver comentado. nadas no mesmo tempo, mas no modo subjuntivo, indicando
e) não existiria; não descortinavam; não comentava. possibilidade (“ficasse”, “respingasse”), em razão do sentido
Resolução desiderativo ou optativo do verbo principal. Na oração transfor-
Os verbos estão todos no tempo imperfeito, alternando-se os mada, como o verbo principal foi transposto para o presente
modos indicativo (existia) e subjuntivo (descortinassem, comen- (“espera”), os verbos das subordinadas foram substituídos pelo
tasse). Portanto, os tempos são concomitantes e a alternância mesmo tempo do subjuntivo (“fique”, “respingue”).
de modos exprime ou realidade (indicativo) ou possibilidade, Resposta: D
suposição (subjuntivo). Se transpuséssemos o relato em questão
para o presente, os modos se alternariam da mesma maneira, Módulo 21 – Orações Reduzidas
como corre na alternativa a.
Resposta: A 7. (FGV) – Nos períodos abaixo, estão sublinhadas quatro
orações subordinadas, na forma reduzida.
5. (FATEC) – Releia o quarto período do trecho: Sendo o agregado homem de poucas palavras, entrou ele mudo
Mais: estava certo de que a sobrinha nutria por mim verdadeira e saiu calado.
paixão, mas se ela o consultasse, o seu conselho seria negativo. Acabada a missa, o gerente do banco retornou a seu trabalho.
Conhecendo melhor a jovem, não a teria recomendado para o
Considerando a correlação dos tempos dos verbos grifados, cargo.
escolha a alternativa em que a correlação se mantém, sem Mesmo chorando a menina, seus lábios se abriram em amplo
prejuízo de sentido. sorriso.
a) está – nutre – consulta – será.
Assinale a alternativa que, na ordem, corresponda ao sentido
b) está – teria nutrido – consultara – será.
das orações sublinhadas.
c) está – nutre – consultar – será.
a) Embora o agregado fosse... / Depois que... / Porque conhe-
d) estivera – nutrira – consultara – fora.
cia... / Porque chorava...
e) estivera – nutre – tivesse consultado – fora.
b) Se o agregado fosse... / Porque a missa tinha acabado... /
Resolução
Embora conhecesse... / Embora chorasse...
A transposição da referência temporal do passado para o pre-
c) Porque o agregado era... / Quando a missa acabou... / Ainda
sente faz que o imperfeito do indicativo seja substituído pelo
que conhecesse... / Se chorasse...
presente (estava e nutria por está e nutre), que o imperfeito do
subjuntivo dê lugar ao futuro do mesmo modo (consultasse por d) À medida que... / Quando a missa acabou... / Embora
consultar) e que o futuro do pretérito seja trocado pelo futuro do conhecesse... / Ainda que chorasse...
presente (seria por será). e) Como o agregado era... / Logo que a missa acabou... / Se
Resposta: C conhecesse... / Embora chorasse...
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c) Quando interveio na discussão, faltou-lhe habilidade. b) A escolha da profissão precisava ser cuidadosa, porque
d) Ter-se-ia envolvido na briga, caso tenha obtido o apoio de antigamente era mais fácil trocar de cônjuge que de profissão.
amigos. c) A escolha da profissão precisou ser cuidadosa, porque anti-
e) Como se tornara doloroso para ele enfrentar aquela paixão gamente seria mais fácil trocar de cônjuge que de profissão.
não correspondida, afastou-se da linda jovem. d) A escolha da profissão precisava ser cuidadosa, porque
antigamente foi mais fácil trocar de cônjuge que de profissão.
4. (FET) – Em “Toda aquela campanha seria um crime inútil
e bárbaro, se não se aproveitassem os caminhos abertos à 7. (SANTA CASA) – Sem que ninguém tivesse __________
artilharia” os verbos em destaque encontram-se no: _____, o próprio menino _________-se contra os falsos amigos.
a) futuro do presente do indicativo e pretérito imperfeito do a) intervindo – precaviu
indicativo. b) intervindo – precaveio
b) pretérito imperfeito do indicativo e pretérito perfeito do c) intervido – precaveu
subjuntivo. d) intervido – precaveio
c) futuro do pretérito do indicativo e pretérito imperfeito do e) intervindo – precaveu
subjuntivo.
d) pretérito perfeito do indicativo e pretérito imperfeito do 8. (SANTA CASA) – Se eu conseguir ___________ as pessoas
indicativo. no lugar assim que elas ____________, tudo estará em ordem.
a) manter – chegarão
e) futuro do presente do indicativo e pretérito mais-que-perfeito
b) manter – cheguem
do indicativo.
c) mantiver – chegarem
d) manter – chegariam
5. (FESB) – Nesta questão, você vai aplicar a correlação entre
e) mantiver – chegam
os tempos e modos do verbo exigida pela norma culta da língua,
substituindo as formas verbais em dois pequenos textos – A e B.
9. (SANTA CASA) – Caso _____________ realmente interes-
A. Se o bombeamento de água para restabelecer o equilíbrio da sado, ele não ____________ de falar.
plataforma P-34 for bem-sucedido, ela não correrá mais o a) estiver – haja b) esteja – houve
risco de naufragar na bacia de Campos (RJ). c) estivesse – houvesse d) estivesse – havia
e) estiver – houver
B. O eleitor ouviu as propostas dos candidatos que discursavam
na pequena praça da periferia. Talvez estivessem fora da
10. (UNIP) – Complete com a forma verbal correta
realidade daquele público.
________________ tranquilo se esta pasta __________ todos
Observando a correlação recomendada pelas normas do padrão os documentos.
culto da língua, as formas verbais acima sublinhadas podem ser a) Ficaria – contivesse b) Ficaria – continha
trocadas por: c) Ficaria – contesse d) Ficava – continha
a) A – seria - corre. e) Ficaria – conter
B – ouvia - discursariam - estavam.
b) A – fosse - correria. 11. (FUVEST) – Modelo:
B – ouve - discursam - estejam.
Se ele voltou cedo, eu também voltei.
c) A – fosse - corria.
Se ele voltar cedo, eu também voltarei.
B – ouve - tinham discursado - estavam.
d) A – tivesse sido - vai correr.
Reescreva as frases abaixo, obedecendo ao modelo:
B – ouviu - discursavam - estiverem.
e) A – for - corria. a) Se ele viu o filme, eu também vi.
B – ouvirá - discursam - estejem. b) Se tu te dispuseste, eu também me dispus.
3. (FATEC) – Indique a alternativa em que não aparece oração As formas verbais grifadas introduzem orações reduzidas.
reduzida (dizendo de outro modo: a oração subordinada que, Desenvolvendo essas orações, tem-se:
não possuindo conectivo, tem o verbo no gerúndio, no particípio a) se comprasse / que viessem
ou no infinitivo). b) se comprar / que vierem
a) Reduzido o caso às devidas proporções, tudo se acalmou. c) embora comprasse / que vieram
b) Tudo tendo-se acalmado, pudemos voltar às atividades nor- d) mesmo comprando / quando vieram
mais.
c) Sem o ver, como poderia avisá-lo do ocorrido?
d) Mas ele foi visto por todos nós, ontem, não foi? Módulo 22 – Período Composto – Revisão
e) N.d.a.
Texto para as questões de 1 a 3.
4. (FUVEST)
Bem considerando, a atualidade (…). 01 Importuna Razão, não me persigas;
Feita a compensação dos desejos que … 02 Cesse a ríspida voz, que em vão murmura,
03 Se a lei de amor, se a força da ternura
Desdobre as duas orações reduzidas, sem alterar o significado.
04 Nem domas, nem contrastas, nem mitigas:
05 Se acusas os mortais, e os não abrigas,
Texto para as questões 5 e 6.
06 Se (conhecendo o mal) não dás a cura,
07 Deixa-me apreciar minha loucura;
1 É preciso casar João, 08 Importuna Razão, não me persigas.
2 é preciso suportar Antônio,
Bocage
3 é preciso odiar Melquíades,
4 é preciso substituir nós todos. Obs.: mitigar = aliviar
5 É preciso salvar o país,
6 é preciso crer em Deus, 1. (MACKENZIE) – Assinale a alternativa correta, conside-
7 é preciso pagar as dívidas, rando o contexto.
8 é preciso comprar um rádio. a) Importuna Razão (verso 01) é termo que funciona como
9 é preciso esquecer fulana. aposto.
b) Em não me persigas (verso 01) e Se acusas (verso 05), as
5. (MACKENZIE) – O paralelismo dos versos, no contexto,
formas verbais estão no modo imperativo.
contribui para a expressão:
c) Os parênteses em (conhecendo o mal) assinalam que a
a) de uma visão idealizada das relações humanas.
oração intercalada é expletiva, ou seja, pode ser retirada sem
b) da ideia do caráter ininterrupto das pressões sociais sobre o
prejuízo de sentido.
indivíduo.
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d) A conjunção e (verso 05) assume valor adversativo. d) Obrigava sua corpulência a forçado exercício e evolução.
e) A palavra Importuna apresenta prefixo equivalente, quanto e) Obrigava sua corpulência a forçada evolução e exercício.
ao sentido, ao da palavra “ingerir”.
3. Indique a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
2. (MACKENZIE) – Assinale a alternativa correta, conside- Trajava à moda antiga uma saia ______________________,
rando o contexto. uma blusinha ______________________________ e sorria
a) As orações coordenadas assindéticas (verso 04) formam uma timidamente para os rapazes que a cortejavam, abrindo muito os
sequência gradativa que revela, progressivamente, a força da olhos ________________________________ onde se via um
Razão. brilho de malícia.
b) Os versos 05 e 06 apresentam justificativas para o pedido
que se faz nos versos 07 e 08. a) azul-marinho – verde-clara – castanho
c) Em Deixa-me apreciar minha loucura (verso 07), o pronome b) azul-marinha – verde-claro – castanhos
destacado é objeto indireto. c) azul-marinha – verde-clara – castanhos
d) A palavra mal (verso 06) refere-se, no contexto das estrofes, d) azul-marinha – verde-claro – castanho
à fatalidade da morte, que atinge todos os mortais (verso 05). e) azul-marinho – verde-clara – castanhos
e) A expressão em vão (verso 02) assinala que as súplicas
amorosas são inúteis frente à censura da Razão.
4. Assinale as alternativas incorretas.
a) Eram pseudo-artistas que apresentavam menas qualidades
3. (MACKENZIE) – Nas estrofes de Bocage, o emprego das que qualquer um dos espectadores daquela plateia monstro.
formas verbais obedece à norma culta. O interlocutor, por b) Havia uma fila monstra de carros.
exemplo, é sempre referido pela mesma pessoa verbal: Deixa- c) Havia uma fila monstro.
me, não me persigas etc. Esse padrão culto no uso de formas d) A ordem é que estejamos alerta.
verbais NÃO é respeitado em: e) As jovens estão meia preocupadas.
a) Filha, tu sabes... que hei-de fazer! / Nós todos somos assim.
/ Eu sou assim. / Tu és assim. (Mário de Andrade) 5. Indique a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
b) Sê maldito, e sozinho na terra; / Pois que a tanta vileza
chegaste, / Que em presença da morte choraste (...) Ainda ________________ furiosa, mas com ______________
(Gonçalves Dias) violência, proferia injúrias ___________________ para escan-
c) – Entra, Irene. Você não precisa pedir licença. (Manuel dalizar os mais arrojados.
Bandeira)
d) Há muito tempo, sim, que não te escrevo. / Eu mesmo a) meia – menas – bastantes
envelheci: Olha, em relevo, / estes sinais em mim (...) b) meia – menos – bastante
(Carlos Drummond de Andrade) c) meio – menos – bastante
e) – Não se zangue, disse Madalena sem erguer a voz. (...) – d) meio – menos – bastantes
Que é que você queria? (Graciliano Ramos) e) meio – menas – bastantes
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Módulo 24 – Concordância Verbal I 5. (UFF) – Assinale a frase que encerra um erro de concordância
verbal:
1. Indique a alternativa que preenche corretamente as lacunas. a) Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não pas-
______________ épocas em que não __________ levanta- sarão.
mentos; praticamente, não ____________ dados atualizados b) Tu e ele sereis convencidos de que andais em erro.
na secretaria. c) Esta foi uma das cidades que mais sofreu com as inundações.
a) Houve – se fez – havia d) A história que vou referir só a sabe, em toda esta cidade,
b) Houve – se fizeram – havia minha mulher e eu.
c) Houveram – se fez – tinha e) Acontece coisas esquisitas neste mundo: hoje vi uma delas.
d) Houveram – se fizeram – haviam
e) Houve – se fizeram – existia
6. (AMAN) – Assinale a frase em que o verbo não obedece às
2. (ITA) – Verbos haver, fazer e dar. Assinale a frase correta. normas da boa concordância.
a) Sempre haverão vozes discordantes. a) Fomos nós quem primeiramente lecionamos esta matéria.
b) Vão fazer três anos, a contar do momento em que comecei o b) Fomos nós quem primeiramente lecionou esta matéria.
projeto. c) Fomos nós os que primeiramente lecionaram esta matéria.
c) Deram duas horas a torre, é agora! d) Fomos nós que primeiramente lecionamos esta matéria.
d) Deu duas horas na torre, é agora! e) Fomos nós que primeiramente lecionaram esta matéria.
e) Hão de trazer o que me prometeram! ora, se hão!
3. (UFPr) – Das alternativas abaixo, qual a que admite parecia 7. (UFU) – Marque a alternativa em que a concordância verbal
para o preenchimento da respectiva lacuna? esteja errada.
a) Nervos que ____________________ arrebentar neste exato a) Sois vós quem pagará a conta.
momento. b) Tu e eu iremos amanhã à faculdade.
b) As palmeiras _____________ inclinarem-se à nossa passagem. c) Quinhentos reais é pouco.
c) Minhas intenções já _____________________ desvanecer-se. d) Fui eu que te emprestou esse livro.
d) As estrelas __________________ piscar para nós, quando e) Cada um deles trazia sua contribuição.
éramos crianças.
e) Eles __________________ não ter ainda boas ideias.
8. (FUVEST) – Assinale a opção em que houver erro gra-
4. Assinalar as corretas. matical.
a) Viva os campeões do mundo! a) A maioria das mulheres é inteligente.
b) Salve, campeões do mundo! b) A maioria das mulheres são inteligentes.
c) Os jogadores pareciam estar cansados. c) Uma ou outra forma estão certas.
d) Os jogadores parecia estarem cansados. d) Ainda vai fazer noites frescas.
e) Os jogadores pareciam estarem cansados. e) Pedimos que Vossa Senhoria vos digneis receber-nos.
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FRENTE 2 LITERATURA
Módulo 37 – Pré-Modernismo I des da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato e Graça Aranha)
que, ainda embasados na estética realista-naturalista e tribu-
Texto para os testes de 1 a 3. tários do cientificismo, revelam uma inquietação social e algu-
mas “ousadias” formais que seriam retomadas e aprofundadas
Iria morrer, quem sabe se naquela noite mesmo? E que tinha no Modernismo. São precursores da atitude iconoclasta do
ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem Primeiro Modernismo, da literatura social do Segundo e, como
de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito, no intuito de os modernistas, atacam o “beletrismo”, a literatura ornamental,
contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua a retórica vazia e a alienação dos poetas de “torre de marfim”,
mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava dos nefelibatas (os que “vivem nas nuvens”).
na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, Resposta: C
como ela o condecorava? Matando-o. E o que não deixara de
ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não 2. (PUC-SP – MODELO ENEM) – Da personagem que dá
pandegara, não amara — todo esse lado da existência que título ao romance, podemos afirmar que
parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com
ele não provara, ele não experimentara. afinco as coisas brasileiras.
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a
ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam realidade brasileira.
os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi
contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do condenado à morte justamente pelos valores que defendia.
Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. d) foi considerado traidor da pátria, pois participou da conspi-
Foi? Não. Lembrou-se das suas cousas de tupi, do folklore, das ração contra Floriano Peixoto.
suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas
satisfação? Nenhuma! Nenhuma! que o cercavam.
(Triste Fim de Policarpo Quaresma) Resolução
Como um idealista louco, um Dom Quixote suburbano, o major
1. (MODELO ENEM) – O autor do trecho anterior é Lima Quaresma é uma figura tragicômica. Representa um nacionalismo
Barreto. Suas obras integram o período literário chamado Pré- arcaico, xenófobo que, deitando suas raízes no ufanismo romântico,
-Modernismo. Tal designação para esse período se justifica, superdimensiona nossos valores e potencialidades. Puro, ingênuo,
porque ele ele nada contra a correnteza, contra o pedantismo da cultura oficial;
a) desenvolve temas do nacionalismo e se liga às vanguardas contra a colonização cultural, contra o afrancesamento da nossa
europeias. cultura, contra a inércia da oligarquia agrária, contra a inépcia da
b) engloba toda a produção literária que se fez antes do Moder- burocracia e contra a opressão da ditadura florianista que, no início,
nismo. apoiara, numa atitude messiânica de crença salvacionista.
c) antecipa temática e formalmente as manifestações modernistas. Ironicamente, esse defensor fanático do folclore, do índio, da
d) se preocupa com o estudo das raças e das culturas forma- natureza e dos valores nacionais é condenado à morte, como traidor
doras do nordestino brasileiro. da pátria, justo ele, um defensor extremado de seus valores.
e) prepara, pela irreverência de sua linguagem, as conquistas Resposta: C
estilísticas do Modernismo.
Resolução 3. (FUVEST-SP – MODELO ENEM) – No romance Triste Fim
Pré-Modernismo ou Sincretismo (1902-1922) são denomina- de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da
ções que a literatura brasileira dá ao período de transição entre personagem principal motiva seu engajamento em três diferentes
as correntes do fim do século XIX (Realismo, Naturalismo, Par- projetos, que objetivam “reformar” o país. Esses projetos visam,
nasianismo, Simbolismo e Impressionismo) e as antecipações sucessivamente, aos seguintes setores da vida nacional:
modernistas (atitude crítica quanto à realidade nacional, quanto a) escolar, agrícola e militar.
à República Velha, regionalismo vigoroso etc.). A expressão b) linguístico, industrial e militar.
Pré-Modernismo, cunhada por Alceu de Amoroso Lima (Tristão c) cultural, agrícola e político.
de Athaíde) e encampada por Alfredo Bosi, passou a designar, d) linguístico, político e militar.
na nossa periodização literária, um conjunto de autores (Eucli- e) cultural, industrial e político.
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Texto 2
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Texto para o teste 11. Que é daquela nossa verdade — o sonho à janela da infância?
Que é daquela nossa certeza — o propósito à mesa de depois?
O que nós vemos das coisas são as coisas
Por que veríamos nós uma coisa se houvesse outra? Medito, a cabeça curvada contra as mãos sobrepostas
Por que é que ver e ouvir seria iludir-nos Sobre o parapeito alto da janela de sacada,
Se ver e ouvir são ver e ouvir? Sentado de lado numa cadeira, depois de jantar.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário Moça linda bem tratada,
[o cunho vernáculo de um vocábulo. três séculos de família,
burra como uma porta:
Abaixo os puristas. um amor.
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais (Mário de Andrade)
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis 16. (MACKENZIE-SP – MODELO ENEM) – Assinale a
alternativa correta em relação ao texto.
(Manuel Bandeira) a) Na relação dos versos 3 e 4 com os versos 1 e 2, cabe exclu-
sivamente uma conjunção coordenativa conclusiva.
14. (MODELO ENEM) – Baseando-se nos versos transcritos b) O verso 2 constitui uma alusão às famílias tradicionais, das
e no que você sabe sobre a poesia modernista, pode-se correta- quais a moça está excluída.
mente afirmar que todas as opções seguintes apresentam carac- c) O verso 4 contradiz o verso 3 porque constrói um elogio e
terísticas pertinentes a essa poesia, exceto: neutraliza o deboche.
a) versos livres. d) O verso 4, pela ironia, ameniza a crítica, possibilitando a
b) dessacralização da obra de arte. recuperação respeitosa da figura descrita.
c) anticonvencionalismo. e) O verso 4, em itálico, reproduz a voz elogiosa de outras
d) purismo linguístico. pessoas, bem como a voz sarcástica do poeta em relação à
e) incorporação da linguagem coloquial. moça linda.
Resolução Resolução
“Poética”, de Manuel Bandeira, costuma servir de síntese, pelo Nos versos de Mário de Andrade, o uso da fonte itálica corres-
que apresenta em sua forma e em seu conteúdo, dos principais ponde, como é usual, ao uso de reticências. Assim sendo, o
pontos do programa modernista, e um desses pontos consistiu epíteto “um amor” é atribuído aos outros — é o que se diz da
justamente na incorporação literária da língua falada e da moça. Confrontado com o verso anterior — “burra como uma
linguagem coloquial, com seus “erros”. É por essa razão que é porta” —, tal epíteto soa como ironia sarcástica do autor,
incorreto afirmar que há “purismo linguístico” nos versos embora em bocas alheias seu sentido fosse outro.
apresentados, já que esse era um dos aspectos combatidos pelos Resposta: E
poetas modernistas, sobretudo os da chamada fase heroica.
Resposta: D
17. (ITA-SP – MODELO ENEM) – Este famoso ensaio,
15. (UNIRIO-RJ – modificado – MODELO ENEM) – Em _____________________ , é uma espécie de paródia de uma
relação ao Modernismo, podemos afirmar que, em sua primeira das obras de ___________________ . Por meio de uma
fase, há parábola, o autor apresenta a poesia como uma mulher nua que
a) maior aproximação entre a língua falada e a escrita, valori- os homens, com o passar dos tempos, foram cobrindo de roupas
zando-se literariamente o registro coloquial. e joias, até que um vagabundo genial (Rimbaud) deu um
b) pouca atenção ao valor estético da linguagem, privilegiando- pontapé naquele monte de roupas e deixou outra vez a mulher
se o desenvolvimento da pesquisa formal. nua — _____________________________ .
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Texto para o teste 21. 22. (PUC-RJ – adaptado – MODELO ENEM) – Marque a
opção correta em relação ao poema.
a) O poema incorpora o sentimento iconoclasta do primeiro
APERITIVO
momento modernista.
b) O título Epitáfio prenuncia a presença trágica e irreversível
A felicidade anda a pé
da morte, tema predominante no poema, em particular, e na
Na Praça Antônio Prado
obra de Oswald de Andrade, em geral.
São 10 horas azuis
c) O uso de uma metrificação regular e a disposição das estrofes
O café vai alto como a manhã de arranha-céus
aproximam o poema das reivindicações formais do Parna-
sianismo.
Cigarros Tietê d) O eu lírico idealiza a morte, bem como a figura feminina.
Automóveis e) O eu lírico encontra na morte a possibilidade de transcen-
A cidade sem mitos dência e eternidade.
(Oswald de Andrade) Resolução
É evidente no poema o sentimento irreverente e irônico em
21. (FUND. EDUC. MACHADO SOBRINHO – MODELO relação a uma preferência formal dos poetas do Romantismo,
ENEM) – Todas as características seguintes podem ser verifi- bem como ao sentimentalismo dessa poesia.
cadas nos versos, menos uma. Indique-a. Resposta: A
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23. (PUC-RJ – MODELO ENEM) – No segundo quarteto, Só levo uma saudade — é dessas sombras
Oswald de Andrade alude a um estilo de época de uma maneira Que eu sentia velar nas noites minhas...
irônica e crítica. Assinale-o. De ti, ó minha mãe! pobre coitada
a) Arcadismo. b) Parnasianismo. Que por minha tristeza te definhas!
c) Simbolismo. d) Romantismo.
e) Barroco. Texto II
Resolução
No verso “Por falecer do oh! amor” é notória a ironia zombe- CONSOADA
teira que tem como alvo o Romantismo.
Resposta: D Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Módulo 46 – Manuel Bandeira Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
Texto para o teste 24. — Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
O ÚLTIMO POEMA (A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
Assim eu quereria o meu último poema A mesa posta,
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos Com cada coisa em seu lugar.
[intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas 25. (UNIRIO-RJ – modificado – MODELO ENEM) – Leia
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume atentamente os textos e assinale a opção correta com relação ao
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais estilo literário.
[límpidos a) O texto II, modernista, apresenta uma ruptura em relação ao
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação. texto I, no que diz respeito ao tratamento do tema da morte.
b) O texto II apresenta temática diversa daquela do texto I,
(Manuel Bandeira) caracterizando-se como poesia realista.
c) O texto II, modernista, retoma o tema da morte, próprio da
24. (FUVEST-SP – MODELO ENEM) – Neste texto, ao segunda fase da poesia romântica, e o reconstrói ironica-
indicar as qualidades que deseja para “O Último Poema”, o mente.
poeta retoma dois temas centrais de sua poesia. Um deles é a d) Tanto no texto I como no texto II, há a ideia de fuga do real,
valorização da simplicidade; o outro é característica da estética simbolista.
a) a verificação da inutilidade da poesia diante da morte. e) Nos dois textos, a temática da morte evidencia tratar-se de
b) a coincidência da morte com o máximo de intensidade vital. poesia romântica.
c) a capacidade, própria da poesia, de eliminar a dor. Resolução
d) a autodestruição da poesia em um meio hostil à arte. O poema “Consoada”, do poeta modernista Manuel Bandeira,
e) a aspiração a uma poesia pura e lapidar, afastada da vida. retoma e reconstrói, ironicamente, o poema “Lembrança de
Resolução Morrer”, do poeta romântico Álvares de Azevedo.
A morte é um dos temas constantes da obra de Manuel Bandei- Resposta: C
ra. Ela é tratada repetidamente — como no poema apresentado
— não apenas como fim, mas como uma espécie de finalidade, Módulo 47 –
limite e culminância da experiência da vida. Segunda Geração Modernista (Poesia):
Resposta: B
Carlos Drummond de Andrade I
Textos para o teste 25. Textos para o teste 26.
Texto I Texto 1
Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse;
Quando em meu peito rebentar-se a fibra eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros
Que o espírito enlaça à dor vivente, capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco
Não derramem por mim nem uma lágrima da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz
Em pálpebra demente. certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque
o maior defeito deste livro és tu, leitor.
(...) (Machado de Assis)
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Texto para os testes 7 e 8. Antes de responder aos dois testes seguintes, leia com atenção
o texto a seguir:
O MARTÍRIO DO ARTISTA
VANDALISMO
Arte ingrata! E conquanto, em desalento,
A órbita elipsoidal dos olhos lhe arda, Meu coração tem catedrais imensas,
Busca exteriorizar o pensamento Templos de priscas e longínquas datas,
Que em suas fronetais células guarda! Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.
Tarda-lhe a Ideia! A inspiração lhe tarda!
Na ogiva fúlgida e nas colunatas
E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento,
Vertem lustrais irradiações intensas
Como o soldado que rasgou a farda
Cintilações de lâmpadas suspensas
No desespero do último momento!
E as ametistas e os florões e as pratas.
Febre de em vão falar, com os dedos brutos E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
Para falar, puxa e repuxa a língua. No desespero dos iconoclastas,
E não lhe vem à boca uma palavra! Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!
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Nos dois poemas seguintes, Tomás Antônio Gonzaga e Ricardo Cruz na porta da tabacaria!
Reis refletem, de maneira diferente, sobre a passagem do tempo, Quem morreu? O próprio Alves? Dou
extraindo dessa reflexão uma “filosofia de vida”. Leia-os com Ao diabo o bem-estar que trazia.
atenção e responda às questões 1, 2 e 3. Desde ontem a cidade mudou.
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4. (UNICAMP-SP) – Identifique duas marcas formais que, O erro gramatical pode constituir, num texto literário, um
no poema transcrito, contribuem para criar ideia de monotonia. recurso expressivo para construir determinados efeitos, que
estão na intenção do autor. Os excertos desses autores apresen-
5. (UNICAMP-SP) – Do ponto de vista do eu lírico, que fato tam esse recurso de persuasão. As “transgressões gramaticais”
quebra essa monotonia? de mesma natureza estão nos excertos:
a) I e III – concordância nominal.
b) II e IV – uso do pronome oblíquo.
6. (UNICAMP-SP) – Qual a consequência, para o eu lírico, da
c) III e V – colocação do pronome oblíquo.
quebra dessa monotonia? Justifique sua resposta.
d) III e IV – concordância verbal.
e) I e II – regência verbal.
Texto para o teste 7.
2. (PUCCamp-SP) – Assinale a alternativa em que se encon-
O binômio de Newton é tão belo quanto a Vênus de Milo.
tram preocupações estéticas da Primeira Geração Modernista.
O que há é pouca gente para dar por isso.
a) “Não entrem no verso culto o calão e o solecismo, a sintaxe
truncada, o metro cambaio, a indigência das imagens e do
(PESSOA, Fernando. Poesias de
vocabulário, a vulgaridade do pensar e do dizer.”
Álvaro de Campos. São Paulo, FTD, 1992, p. 89.)
b) “Vestir a Ideia de uma forma sensível que, entretanto, não
terá seu fim em si mesma, mas que, servindo para exprimir
7. (UNITAU-SP – MODELO ENEM) – No primeiro verso
a Ideia, dela se tornaria submissa.”
há uma
c) “Minhas reivindicações? Liberdade. Uso dela; não abuso.”
a) comparação. b) hipérbole. c) antítese.
“E não quero discípulos. Em arte: escola = imbecilidade de
d) silepse de pessoa. e) sinestesia.
muitos para vaidade dum só.”
d) “Na exaustão causada pelo sentimentalismo, a alma ainda
Módulo 42 – A Semana de Arte Moderna trêmula e ressoante da febre do sangue, a alma que ama e
canta por que sua vida é amor e canto, o que pode senão fazer
1. (MACKENZIE-SP)
o poema dos amores da vida real?”
e) “O poeta deve ter duas qualidades: engenho e juízo; aquele,
I. Telespectador – Pois não... Senhor Castro Alves, eu conhe-
subordinado à imaginação, este, seu guia, muito mais
cia o senhor muito de nome (...) e a ... como é... a... a...
importante, decorrente da reflexão. Daí não haver beleza sem
“Canção da África”...
obediência à razão, que aponta o objetivo da arte: a verdade.”
Jornalista — “Vozes d’África”.
Telespectador — Pois é, essa daí... (...) Gostei muito...
Cheio de dramaticidade, muita verdade também... Texto para o teste 3.
(Gianfrancesco Guarnieri)
II. Quando foi ali pela hora antes da madrugada a boiuna Ca- I II
pei chegou no céu.
(Mário de Andrade) Pedro apenas trabalhou. A cidade progredia
Ganhou mais, foi subindinho, Em roda de minha casa
III. Mas o bom negro e o bom branco
Um pão de terra comprou. Que os anos não trazem mais
Da Nação Brasileira
Um pão apenas, três quartos
Dizem todos os dias
E cozinha num subúrbio Debaixo da bananeira
(...)
Que tudo dificultou. Sem nenhum laranjais
Me dá um cigarro.
(Oswald de Andrade)
3. (PUCCamp-SP) – Tanto no texto I, de Mário de Andrade,
IV. Ia saindo pra campear a pedra porém os manos não deixa- quanto no texto II, de Oswald de Andrade, encontram-se
ram. Não durou muito a cabeça chegou. Juque! bateu. exemplos de uma das propostas dos modernistas de 1922.
— Que há?
— Abra a porta pra mim entrar.
(Mário de Andrade) Assinale a alternativa em que essa proposta se explicita.
a) “Os nossos poetas de hoje, possuindo um sentimento igual,
V. Não quero mais o amor, e às vezes superior, ao dos poetas antigos, sobre eles excelem
Nem mais quero cantar a minha terra. pelo cuidado que dão à pureza da linguagem e pela
Me perco neste mundo. habilidade com que variam e aperfeiçoam a métrica.”
(Augusto Frederico Schmidt)
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b) “A língua sem arcaísmos. Sem erudição. Natural e neológica. A alternativa que contém a sequência correta, de cima para
A contribuição milionária de todos os erros.” baixo, é:
c) “Os tempos que vivemos são outros, tempos de técnica e a) V F F V F. b) F V V F V. c) F F F V V.
comunicação maciça, tempos em que outra é a percepção da d) V V V F F. e) F V F F V.
realidade (...); logo, tempos em que já não faria sentido o uso
da unidade versolinear nem o da frase.”
d) “A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o
êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agres- Texto para o teste 5.
sivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o
bofetão e o soco.” RELÓGIO
e) “O filho dos trópicos deve escrever numa linguagem
propriamente sua, lânguida como ele, quente como o sol que As coisas são
a abrasa, grande e misteriosa como as suas matas seculares.” As coisas vêm
As coisas vão
As coisas
Vão e vêm
Texto para o teste 4. Não em vão
As horas
Vão e vêm
MAÇÃ
Não em vão
Por um lado te vejo como um seio murcho (Oswald de Andrade)
Pelo outro como um ventre de cujo umbigo pende ainda o
[cordão placentário
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(16) sua familiaridade com o folclore nacional transparece no c) o livro é uma sátira do Brasil por meio da reconstituição fiel
verso 4 da estrofe transcrita, que alude a uma conhecida de fatos históricos retidos na memória do autor.
cantiga popular. d) a obra faz uma leitura do Brasil sob a óptica do colonizador.
(32) enquanto escritor, produziu, no campo da narrativa, contos e) o processo de criação do livro não apresenta vínculo com
e romances. nenhuma outra obra anteriormente escrita.
Módulo 44 – Mário de Andrade II: Os testes de 5 a 8 foram formuladas com base nos textos a
Macunaíma e seguir.
Oswald de Andrade I
CANTO DO REGRESSO À PÁTRIA
1. Sobre a personagem Macunaíma, todas as alternativas
seguintes são corretas, menos uma. Assinale-a. Minha terra tem palmares
a) O herói nasce no silêncio e nele se mantém até os seis anos. Onde gorjeia o mar
b) Sua fisionomia pueril combina com o espírito constan- Os passarinhos daqui
temente infantil e suas atitudes brincalhonas. Não cantam como os de lá
c) “Ai! que preguiça” é o constante desabafo do herói.
d) A personagem vale-se da malícia e da preguiça para escapar
do trabalho, em diversas ocasiões. Minha terra tem mais rosas
e) O silêncio de Macunaíma decorre de seu caráter revoltado e E quase que mais amores
introvertido. Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
2. (UFC-CE) – Macunaíma é um “herói sem nenhum cará-
ter”, porque Ouro terra amor e rosas
a) vive sonhando com riqueza fácil e, para obtê-la, lança mão Eu quero tudo de lá
de qualquer recurso. Não permita Deus que eu morra
b) não é um ser confiável. Sem que volte para lá
c) ainda não encontrou sua própria definição, sua identidade.
d) é, acima de tudo, um grande preguiçoso.
e) não tem firmeza de personalidade, nem segurança em suas Não permita Deus que eu morra
decisões. Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
3. (UFC-CE) – Macunaíma é uma obra plural, compósita, na E o progresso de São Paulo
medida em que (Oswald de Andrade)
a) obedece às características circulares e fechadas do romance
psicológico.
b) como toda obra tradicional, observa a linearidade da narrati- CANÇÃO DO EXÍLIO
va: cada episódio é narrado segundo a ordem cronológica.
c) aproxima técnicas românticas das modernas na estruturação Minha terra tem palmeiras,
do romance como um todo. Onde canta o Sabiá;
d) no corpo da narrativa, dá um tratamento único para cada As aves que aqui gorjeiam
personagem apresentada. Não gorjeiam como lá.
e) tal como numa rapsódia, trata de vários temas ao mesmo
tempo, entrelaçando-os numa rede múltipla de cores e sons
os mais diversos. Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores
4. (UFC-CE) – A respeito do livro Macunaíma, é correto Nossos bosques têm mais vida,
afirmar que Nossa vida mais amores.
a) a história se passa predominantemente na capital paulista,
daí a razão de o livro poder ser considerado uma crônica do Em cismar, sozinho, à noite,
cotidiano paulistano. Mais prazer encontro eu lá;
b) o episódio de base da narrativa consiste na perda e recon- Minha terra tem palmeiras,
quista da muiraquitã. Onde canta o Sabiá.
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No baile da Corte
7. Pode-se observar um afastamento crítico algo brincalhão
Foi o Conde d’Eu quem disse
relativamente ao conjunto de imagens do poema de Gonçalves
Pra Dona Benvinda
Dias na relação entre
Que farinha de Suruí
a) canto-gorjeio. b) gorjeio-mar.
Pinga de Parati
c) canto-passarinho. d) terra-palmares.
Fumo de Baependi
e) cá-lá.
É comê bebê pitá e caí.
(Oswald de Andrade)
2. (FUVEST-SP)
(UNICAMP-SP) – Levando em conta a leitura do poema “Erro
de Português” (Texto I) e dos fragmentos do Manifesto
Clama a saparia
Antropófago (Texto II), responda às questões abaixo:
Em críticas céticas:
— Não há mais poesia,
3. O que exprime o quarto verso do poema? Mas há artes poéticas...
4. Que relação os três últimos versos estabelecem com os três a) Reconheça a estética satirizada por Manuel Bandeira nos
primeiros? versos acima.
b) Qual a oposição entre poesia e artes poéticas?
5. Que relação o poema, como um todo, estabelece com as
ideias presentes nos fragmentos do Manifesto? 3. Todas as alternativas seguintes apresentam características
da poesia de Manuel Bandeira, menos uma. Identifique-a.
a) Linguagem coloquial, simples.
b) Tratamento musical dos versos.
Módulo 46 – Manuel Bandeira
c) Frequente evocação da infância.
d) Temática popular, o cotidiano.
Releia a seguir “O Último Poema”, constante dos exercícios
e) Arte de denúncia, regionalismo.
resolvidos, e responda ao que se pede.
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Texto para os testes 4 e 5. II. Em “lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho
vernáculo de um vocábulo”, está contida uma referência
POÉTICA irônica ao parnasiano e sua subordinação ao inessencial.
III. Em “estou farto”, expressão que se repete três vezes, o eu
lírico exprime sua desconformidade em relação às regras
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado poéticas tradicionais.
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
[protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor. Está correto o que se afirma em
a) I e II, apenas. b) II e III, apenas.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário c) I e III, apenas. d) III, apenas.
[o cunho vernáculo de um vocábulo. e) todos os itens.
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(...)
(Carlos Drummond de Andrade)
6. (PUC-SP) – Em 1945, Carlos Drummond de Andrade
1. (PUCCamp-SP) – Explicitando uma atitude que ele próprio
escreveu A Rosa do Povo, obra da qual o fragmento transcrito
assume como escritor, Carlos Drummond de Andrade sugere,
faz parte. Nele podemos verificar
nos versos acima, que o poeta
a) análise do comportamento humano, na relação cidade e a) faça do poema um meio de cantar atos humanos dignos de
campo. louvor.
b) teorização de sua própria produção poética. b) busque transmitir suas emoções pessoais mais íntimas e os
c) reflexão sobre os valores teológicos e metafísicos do homem desejos de seu corpo.
contemporâneo. c) procure as palavras e a sintaxe adequadas ao ritmo da vida
urbana moderna.
d) predileção por temas eróticos e sensuais.
d) recorra à linguagem coloquial como forma de fazer-se porta-
e) temática social e política e denúncia das dilacerações do voz dos anseios do povo.
mundo. e) entenda como essência do texto poético o debruçar-se sobre
o enigma da palavra.
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Módulo 23 – Análise de Texto 11. (ENEM) – Estes poemas têm em comum o fato de
a) descreverem aspectos físicos dos próprios autores.
Texto 1 b) refletirem um sentimento pessimista.
c) terem a doença como tema.
AUTORRETRATO d) narrarem a vida dos autores desde o nascimento.
e) defenderem crenças religiosas.
Provinciano que nunca soube
Resolução
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna Em ambos os poemas, reflete-se um sentimento pessimista. O
A faca do pernambucano; eu lírico, em “Autorretrato”, afirma, entre outras coisas, que é
Poeta ruim que na arte da prosa “poeta ruim”, “arquiteto falhado”, “músico falhado”, “um tísico
Envelheceu na infância da arte, profissional”. Em “Poema de Sete Faces”, o eu lírico é inadap-
E até mesmo escrevendo crônicas tado à vida, é gauche, fraco, espantado diante do absurdo do
Ficou cronista de província;
mundo.
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia Resposta: B
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
12. (ENEM) – No verso “Meu Deus, por que me abandonas-
E em matéria de profissão
te”, do texto 2, Drummond retoma as palavras de Cristo na cruz,
Um tísico1 profissional.
pouco antes de morrer. Esse recurso de repetir palavras de
(Manuel Bandeira, Poesia Completa e Prosa. outrem equivale a
Rio de Janeiro, Aguilar, 1983, p. 395.) a) emprego de termos moralizantes.
1 – Tísico: tuberculoso. b) uso de vício de linguagem pouco tolerado.
c) repetição desnecessária de ideias.
d) emprego estilístico da fala de outra pessoa.
Texto 2
e) uso de uma pergunta sem resposta.
POEMA DE SETE FACES Resolução
O próprio enunciado afirma que se trata de “repetir palavras de
Quando nasci, um anjo torto outrem”; portanto, trata-se de “emprego estilístico da fala de
desses que vivem na sombra outra pessoa”.
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
Resposta: D
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos. Módulo 24 – Análise de Texto
(...)
13. (ENEM) – O texto abaixo foi extraído de uma crônica de
Meu Deus, por que me abandonaste Machado de Assis e refere-se ao trabalho de um escravo.
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco. Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos,
João repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e
Mundo mundo vasto mundo, pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos,
se eu me chamasse Raimundo,
João é que repicou. Quando se fez a abolição completa, quem
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo, repicou foi João. Um dia proclamou-se a República. João
mais vasto é meu coração. repicou por ela, repicaria pelo Império, se o Império retornasse.
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d) O pronome tu, no texto 2, verso 7, refere-se à “gente ousada”, c) a maioria não lê jornais para que somente 20 milhões possam
no verso 5. lê-los.
e) No texto 2, “arados” e “lenho” (verso 12) significam, respec- d) dos 100 milhões de brasileiros que ganham a vida, apenas
tivamente, “navegados” e “barco”, configurando uma metá- 20 milhões custeiam-na — e nós estamos entre estes últimos.
fora e uma metonímia. e) a vida trágica da maioria (100 milhões) paga o preço dos
privilégios de uma minoria (20 milhões) de leitores de
Módulo 20 – Análise de Texto jornais, até hoje.
Releia a seguir o texto analisado nos exercícios resolvidos e 2. (UNOPAR-PR) – Na frase “E este tortuoso mundo não visa
responda aos testes de 1 a 6. a conquistar ducados ou hegemonia sobre outros reinos ou
outros grupos”, a palavra destacada pode ser substituída por
Se alguma função maior tem o jornalismo no Brasil de hoje a) igualdade. b) superioridade.
é acabar com a “vida de otário” que todos levamos, esta vida de c) simpatia. d) confiança.
otário dos leitores de jornal, de todos que acompanhamos de e) apoio.
boca aberta o balé de impossibilidades da vida política nacional.
O livro de Gilberto Dimenstein tem esse grande mérito: 3. (UNOPAR-PR) – “Só se fala em mudança para que nada
desnudar as aparências e mostrar que há outros fatos sob os mude.” A alternativa que substitui o trecho sublinhado, expres-
fatos, às vezes mais relevantes. sando corretamente a ideia nele contida, é
No Brasil, a “maquiavelização” dos gestos da política atin- a) porque nada muda. b) pois nada muda.
ge níveis de sutileza nunca sonhados pelo mestre florentino. E c) embora nada mude. d) a fim de que nada mude.
este tortuoso mundo não visa a conquistar ducados ou hege- e) contanto que nada mude.
monia sobre outros reinos ou outros grupos.
Não tem a grandeza de uma luta por objetivos divergentes.
4. (UNOPAR-PR – MODELO ENEM) – A passagem do tex-
A tortuosidade da fisiologia brasileira visa tão somente manter
to que contém metáfora é:
em fogo lento a própria ideia de “mudança”. Só se fala em mu-
a) Este livro de Dimenstein é tão incrível como o país que o fez
dança para que nada mude.
necessário.
A fisiologia quer manter intocada esta tragédia de termos
b) Não tem a grandeza de uma luta por objetivos divergentes.
100 milhões de pessoas com a vida adiada para custear a
c) Gilberto Dimenstein, quando surgiu, acumulando prêmios
felicidade de 20 milhões, entre as quais estamos nós, os que
de reportagem, trouxe para a imprensa uma velha ideia.
ainda leem os jornais.
d) É um manual de sobrevivência na selva das palavras falsas.
Gilberto Dimenstein, quando surgiu, acumulando prêmios
e) O livro de Gilberto Dimenstein tem esse grande mérito.
de reportagem, trouxe para a imprensa uma velha ideia: a reto-
mada de um tipo clássico de repórter, quase um jornalista de
ficção, ou seja, um cara que vê no jornal uma forma aguda de 5. (UNOPAR-PR – MODELO ENEM) – Assinale a alterna-
interferir na vida social do país. Gilberto entrou com a visão tiva em que se empregou vocabulário próprio da modalidade
quase quixotesca desta interferência. Quis influir “moralmen- popular da língua.
te” neste balé pornográfico que assistimos. a) A fisiologia quer manter intocada esta tragédia.
(...) b) Não tem a grandeza de uma luta por objetivos divergentes.
Este livro de Dimenstein é tão incrível como o país que o fez c) Um cara que vê no jornal uma forma aguda de interferir na
necessário. É um manual de sobrevivência na selva das pala- vida social do país.
vras falsas. É um glossário para se entender os mecanismos da d) Atinge níveis de sutileza nunca sonhados pelo mestre flo-
mentira. É um útil instrumento para se buscar a verdade neste rentino.
maremoto de loucuras que é o fim de século num país que não e) É um manual de sobrevivência na selva das palavras falsas.
consegue se consertar.
(Arnaldo Jabor, Prefácio de 6. (UNOPAR-PR) – Na frase “Quis influir ‘moralmente’ neste
As Armadilhas do Poder – Bastidores da Imprensa) balé pornográfico que assistimos”, o verbo assistir
a) tem o sentido de ajudar, estando sua regência de acordo com
1. (UNOPAR-PR – MODELO ENEM) – No contexto em que a norma culta.
se insere, a frase “...100 milhões de pessoas com a vida adiada b) exige a preposição a, pois tem sentido de “presenciar”: “a
para custear a felicidade de 20 milhões...” deve ser entendida que assistimos”.
como: c) está empregado no sentido de “prestar assistência”, caso em
a) a maioria deixa de viver plenamente para que se mantenham que deveria ser seguido da preposição a.
os benefícios para a minoria. d) não necessita de preposição, pois tem o sentido de “morar”.
b) a morte de 100 milhões de brasileiros custeia a boa vida de e) deveria estar acompanhado de preposição, independente-
20 milhões de leitores de jornais. mente do sentido que ele tenha.
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Releia a seguir o texto analisado nos exercícios resolvidos e Módulo 22 – Análise de Texto
responda aos testes 6 e 7.
Releia a seguir o texto analisado nos exercícios resolvidos e
CERVEJA responda aos testes de 1 a 10.
A versão nacional de sexo, drogas e rock and roll é samba, CARTINHA DE AMOR BRASÍLICO
suor e cerveja. A famosa loura gelada se configurou como a
bebida número 1 quando as indústrias perceberam que era 1 Gosto de lembrar que o Brasil começou com uma carta.
necessário associar um conceito que estimulasse as vendas. 2 Sim, a nossa certidão de idade: a carta de Pero Vaz de
Como as marcas que patrocinam esportes, as campanhas 3 Caminha à sua Majestade D. Manuel, o Venturoso. Tudo
publicitárias de cerveja agregaram ao ato de beber a ideia de 4 azul com bolinhas brancas, a felicidade era tal que come-
lazer em grupo. Ao contrário da pinga, ela é uma bebida para 5 çou aí o ufanismo. Era aqui o Eldorado, paraíso terrestre.
ser compartilhada e, com isso, se traduziu como um instrumento 6 Canaã, onde corre leite e mel. Meio puxa-saco, Pero Vaz
de alegria coletiva, uma espécie de combustível que faz aflorar 7 deitou e rolou. Era uma alma superlativa, o escrivão da
a característica da festividade do caráter nacional. “Cerveja é 8 armada caprichou na cartinha de amor.
amizade, confraternização e descontração, enfim, valores muito 9 E dançava conforme a música. Pedro Álvares Cabral, se
próximos de nós brasileiros”, define Marcos Mesquita, superin- 10 não era analfabeto, era quase. Tudo de acordo com os
tendente do Sindicerv, Sindicato das Indústrias Cervejeiras. Da 11 costumes da época.
década de 80 para a de 90, os fabricantes enterraram de vez o 12 Quem já foi a Porto Seguro, que está na moda, pode
caráter artesanal da cerveja. Pequenas produtoras foram 13 imaginar aquele pedaço de céu na terra há quatrocentos e
compradas e as marcas tradicionais investiram em sistemas de 14 noventa e dois anos. Virginal, virgiliano, virente. Tudo ver-
produção mais eficientes, o que ajudou a baratear o custo do 15 de, ou verdejante, sob o céu azul. Dá para ser pessimista?
produto e aumentar o volume de vendas. Colocá-la como patro- 16 Eu já vi essa carta que assinalou nosso destino com o
cinadora das festas de carnaval foi a estratégia definitiva para 17 cristal sem jaça da felicidade. Está lá na Torre do Tombo,
alçá-la de vez a paixão nacional. A cerveja é hoje o produto 18 em Lisboa. Não quero contar vantagem, mas até já peguei
nacional que mais contribui para as receitas públicas, cerca de 19 nela. Uma emoção, pegar naquela relíquia. Único país que
R$ 5,5 bilhões por ano, superando os carros e o cigarro. 20 começou com uma epístola, deveríamos ser um povo que
(Veja, Edição Especial, n.° 1.578, 29/12/99.) 21 adora cartear. Emblemático, não acha? Ou simbólico,
22 sei lá. Mas o que parece ter ficado nas dobras da nossa
6. (UEL-PR – MODELO ENEM) – Segundo o texto, é cor- 23 alma é o fato de a carta ter se extraviado. Por trezentos e
reto afirmar: 24 dezessete anos!
a) A cerveja ficou mais barata por causa da produção artesanal. 25 Era nisto que eu pensava, na fila do correio de uma
b) Por causa do alto consumo de cerveja, as fábricas pequenas 26 agência da zona sul. O correio hoje tem mil atribuições.
conseguem manter-se no mercado. 27 Recebe conta de luz e telefone, manda dinheiro, importa
c) A cerveja contribui muito para as receitas públicas, sendo 28 artigo estrangeiro. Vende até raspadinha. A fila atulhava a
superada apenas pelos carros e cigarros. 29 agência e coleava pela rua, imensa. Sabe quantos funcio-
d) A cerveja passou, definitivamente, a produto muito apreciado 30 nários estavam na tal agência? Uma única funcionária! E
pelo brasileiro, quando começou a patrocinar festas de carna- 31 trabalhando, coitada, daquela forma artesanal. Juro que
val. 32 se o Caminha previsse isso, tinha sido menos otimista.
e) As técnicas sofisticadas e eficientes de produção de cerveja
atingiram seu auge nas décadas de 80 e 90, privilegiando, (Otto Lara Resende, Bom Dia para Nascer.
depois disso, a fabricação artesanal. São Paulo, Companhia das Letras, 1993, p. 121.)
7. (UEL-PR) – “Ao contrário da pinga, ela é uma bebida para 1. (UECE-CE) – Em “a felicidade era tal que começou aí o
ser compartilhada e, com isso, se traduziu como um instrumento ufanismo” (l. 4-5), instaura-se uma relação de
de alegria coletiva, uma espécie de combustível que faz aflorar a) causa e consequência. b) comparação e proporção.
a característica da festividade do caráter nacional. (...) Colocá-la c) paralelismo e contraste. d) tempo e espaço.
como patrocinadora das festas de carnaval foi a estratégia
definitiva para alçá-la de vez a paixão nacional.” Observados os 2. (UECE-CE) – Os termos “aí” (l. 5) e “aqui” (l. 5) referem-se,
ajustes necessários, as expressões aflorar e alçá-la podem ser respectivamente,
substituídas, sem alteração do sentido do texto, por a) a Portugal e à época atual.
a) emergir – elevá-la à condição de b) delinear – torná-la alta b) a Portugal e à época do descobrimento do Brasil.
c) reiterar – transformá-la d) vir à tona – divulgá-la c) à época do descobrimento do Brasil e à época atual.
e) enterrar – subestimá-la d) à época do descobrimento do Brasil e ao Brasil.
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3. (UECE-CE) – A palavra ufanismo (l. 5) sugere c) uma fila imensa com movimentos sinuosos.
a) amor ao estrangeiro. b) crítica ao Brasil. d) uma rua imensa com uma fila em ziguezague.
c) desinteresse pelo Brasil. d) entusiasmo pelo Brasil.
10. (UECE-CE) – Predomina no texto tom
4. (UECE-CE) – A passagem “Virginal, virgiliano, virente. a) acrítico e contraditório. b) acrítico e irônico.
Tudo verde, ou verdejante, sob o céu azul” (l. 14-15) sugere c) crítico e contraditório. d) crítico e irônico.
a) bucolismo e primitivismo. b) bucolismo e fantasia.
c) idealismo e intimismo. d) pureza e religiosidade. Módulo 23 – Análise de Texto
5. (UECE-CE) – Sobre as perguntas das linhas 15, 21 e 29-30, Texto para os testes de 1 a 5.
pode-se afirmar que
I. são dirigidas a uma personagem do texto. A MEDITAÇÃO SOBRE O TIETÊ
II. constituem uma tentativa de interação com o leitor. (fragmento)
III. representam dúvidas do autor sobre o assunto abordado.
Água do meu Tietê,
Onde me queres levar?
É verdadeiro o que se afirma
— Rio que entras pela terra
a) apenas em I. b) apenas em II.
E que me afastas do mar...
c) em I e II. d) em II e III.
1 É noite. E tudo é noite. Debaixo do arco admirável
6. (UECE-CE) – A frase “Único país que começou com uma Da Ponte das Bandeiras o rio
epístola, deveríamos ser um povo que adora cartear” (l. 19-21) Murmura num banzeiro de água pesada e oleosa.
equivale a: É noite e tudo é noite. Uma ronda de sombras,
a) Apesar de sermos o único país que começou com uma epís- 5 Soturnas sombras, enchem de noite tão vasta
tola, deveríamos ser um povo que adora cartear. O peito do rio, que é como si a noite fosse água,
b) Por sermos o único país que começou com uma epístola, Água noturna, noite líquida, afogando de apreensões
deveríamos ser um povo que adora cartear. As altas torres de meu coração exausto. De repente
c) A fim de sermos o único país que começou com uma epís- O óleo das águas recolhe em cheio luzes trêmulas,
tola, deveríamos ser um povo que adora cartear. 10 É um susto. E num momento o rio
d) Sem sermos o único país que começou com uma epístola, Esplende em luzes inumeráveis, lares, palácios e ruas,
deveríamos ser um povo que adora cartear. Ruas, ruas, por onde os dinossauros caxingam
Agora, arranha-céus valentes donde saltam
7. (UECE-CE) – “Sei lá” (l. 22) denota ideia de Os bichos blau e os punidores gatos verdes,
a) dúvida. b) negação. c) lugar. d) tempo. 15 Em cânticos, em prazeres, em trabalhos e fábricas,
Luzes e glória. É a cidade... É a emaranhada forma
8. (UECE-CE) – Sobre o emprego dos dois primeiros pontos Humana corrupta da vida que muge e se aplaude.
finais no trecho “O correio hoje tem mil atribuições. Recebe E se aclama e se falsifica e se esconde. E deslumbra.
conta de luz e telefone, manda dinheiro, importa artigo estran- Mas é um momento só. Logo o rio escurece de novo,
geiro. Vende até raspadinha” (l. 26-28), podemos dizer que 20 Está negro. As águas oleosas e pesadas se aplacam
I. servem para separar orações absolutas e assindéticas. Num gemido. Flor. Tristeza que timbra um caminho de morte.
II. não se justificam gramaticalmente, por isso constituem erro É noite. E tudo é noite. E o meu coração devastado
do ponto de vista textual. É um rumor de germes insalubres pela noite insone e humana.
Meu rio, meu Tietê, onde me levas?
III. se justificam estilisticamente.
25 Sarcástico rio que contradizes o curso das águas
IV. servem para explicitar as várias atribuições do correio
E te afastas do mar e te adentras na terra dos homens,
moderno.
Onde me queres levar?
Por que me proíbes assim praias e mar, por que
São corretas as afirmações:
Me impedes a fama das tempestades do Atlântico
a) I e III. b) I e IV. c) II e III. d) II e IV.
30 E os lindos versos que falam em partir e nunca mais voltar?
Rio que fazes terra, húmus da terra, bicho da terra,
9. (UECE-CE) – Na descrição “A fila atulhava a agência e Me induzindo com a tua insistência turrona paulista
coleava pela rua, imensa” (l. 28-29), temos Para as tempestades humanas da vida, rio, meu rio!...
a) uma agência imensa com uma fila em ziguezague.
b) uma agência imensa numa rua sinuosa. (Mário de Andrade, Poesias Completas)
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1. (FATEC-SP – MODELO ENEM) – Assinale a alternativa 5. (FATEC-SP – modificado) – O trecho “Água do meu Tietê,
que contém a afirmação correta sobre o trecho: “É noite. E tudo / Onde me queres levar? / — Rio que entras pela terra / E que
é noite.” (v. 1). me afastas do mar...”, sugere a subversão de uma rota geográ-
a) Há nele duas orações independentes, caracterizadas pela fica, bem como uma mudança de direção no tratamento das
mesma ideia e pela mesma estrutura sintática. imagens poéticas, de românticas para modernistas.
b) As duas orações conferem dimensões distintas à palavra Assinale a alternativa em que não aparece o movimento que
“noite”: a primeira se lê em sentido literal; a segunda, em caracteriza os versos acima.
sentido figurado. a) “Em cânticos, em prazeres, em trabalhos e fábricas.” (v. 15)
c) A estruturação sintática do trecho não mantém correspon- b) “Sarcástico rio que contradizes o curso das águas.” (v. 25)
dência direta com os sentidos expressos pelas imagens. c) “E te afastas do mar e te adentras na terra dos homens.” (v. 26)
d) Trata-se de apenas uma oração em que o verbo ser se desdo- d) “Por que me proíbes assim praias e mar(?)” (v. 28)
bra, como recurso poético que confirma a atmosfera descrita e) “Por que / me impedes a fama das tempestades do Atlân-
no poema. tico(?)” (v. 28-9)
e) A construção evidencia uma redundância necessária para
fortalecer o sentimento de solidão em que se encontra o poeta. Módulo 24 – Análise de Texto
2. (FATEC-SP – MODELO ENEM) – Assinale a alternativa Texto para as questões de 1 a 9.
em que o adjetivo da expressão destacada não adere de imediato
ao substantivo, por constituir uma associação de sentido de Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não;
baixa probabilidade na língua. fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.
a) Debaixo do arco admirável da Ponte das Bandeiras... Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos
b) Soturnas sombras, enchem de noite tão vasta... vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre a velha esteira
c) Água noturna, noite líquida, afogando as apreensões... e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava
d) Esplende em luzes inumeráveis... de crianças.
e) As águas oleosas e pesadas se aplacam... Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo,
amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de
3. (FATEC-SP – modificado) – Considerando o andamento luxo no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de
balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o
dos versos e a montagem geral desta longa estrofe do poema, é
vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa
correto afirmar:
senhora em suma — “dama de grandes virtudes apostólicas,
a) Trata-se de prosa poética marcada por ritmo regular, muito
esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo. Ótima, a
comum no Modernismo.
Dona Inácia.
b) Consiste num poema épico, próprio do Modernismo, cujo
(...)
herói, o rio, é tratado como anti-herói, inserindo-se no ce-
nário da vida moderna. A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de
c) Revela a profunda consciência de Mário de Andrade com crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos — e
relação à sua condição de paulistano, que se vale do rio para daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o
falar de si mesmo. bacalhau1. Nunca se afizera ao regime novo — essa indecência
d) Mário de Andrade revelou sua irreverência contra o Parna- de negro igual a branco e qualquer coisinha: a polícia!
sianismo, usando aleatoriamente os sinais de pontuação e a “Qualquer coisinha”: uma mucama assada ao forno porque se
ortografia. engraçou dela o senhor; uma novena2 de relho3 porque disse:
e) O poema é lírico e desenvolve-se de modo a integrar a ima- “Como é ruim, a sinhá...”
gem do rio ao sentimento do poeta. O 13 de maio tirou-lhe das mãos o azorrague4, mas não lhe
tirou da alma a gana. Conservava Negrinha em casa como
4. (FATEC-SP) – São características da estética modernista remédio para os frenesis5.
evidenciadas no texto de Mário de Andrade: Inocente derivativo6.
a) versos tecnicamente perfeitos; presença da natureza; descri- — Ai! Como alivia a gente uma boa roda de cocres7 bem
tivismo estático. fincados!...
b) regularidade métrica, valorização do cotidiano; vocabulário (Monteiro Lobato, Negrinha)
erudito.
1 – Cantar o bolo e estalar o bacalhau: castigar fisicamente com rigor.
c) versos livres e brancos; temática social: tom reflexivo.
2 – Novena: nove dias. 3 – Relho: chicote. 4 – Azorrague: chicote. 5 –
d) rimas internas, predominância da descrição; recuperação de
Frenesi: delírio, profunda agitação, crise nervosa. 6 – Derivativo:
modelos antigos. “atividade que desvia o espírito de suas preocupações” (Houaiss),
e) ritmo dinâmico; imagens clássicas; preciosismo vocabular. distração. 7 – Cocre: cascudo, cocorote.
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1. Que opinião tinham de Dona Inácia pessoas de seu convívio 7. Como se denomina a figura de linguagem, frequente neste
social, como o vigário? texto, que consiste em afirmar o contrário do que se está pen-
sando ou sentindo?
2. E Dona Inácia, que opinião tinha a respeito de si? O que, no
texto, justifica a sua resposta? 8. Ao empregar essa figura de linguagem, o narrador constrói
um malicioso paralelo entre o que Dona Inácia aparenta ser e o
3. O narrador compartilha da opinião de Dona Inácia e das que realmente é e o que ele afirma literalmente e aquilo que de
pessoas de seu convívio? Justifique. fato quer dizer. Explique esse paralelo.
4. A que o narrador se refere com a expressão “inocente deriva- 9. (MODELO ENEM) – Neste texto de Monteiro Lobato,
tivo”? evoca-se um problema social brasileiro relacionado com o
passado escravista do país e com a injustiça que se amalgamou
5. A opinião do narrador é que esse expediente pode realmente no caráter de muitos indivíduos, no tocante às relações humanas
ser considerado um “inocente derivativo”? e sociais. Lobato ainda chamou a atenção para uma outra figura
também “marginalizada” social e economicamente, visto que
6. Há, no texto, uma série de afirmações que devem ser enten- esquecida das autoridades competentes. Essa figura é o
didas como o contrário do que literalmente está dito. Indique a) menor abandonado. b) matuto jeca-tatu.
algumas dessas afirmações. c) retirante nordestino. d) imigrante italiano.
e) indígena.
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10. No trecho acima, narrado em 3.ª pessoa, o narrador registra Módulo 24 – Tipos de Discurso Narrativo
o fluxo dos pensamentos de certa personagem, através do
chamado discurso indireto livre (ou seja: as palavras da
12. (PUC-SP) – Leia o período:
personagem são apresentadas entre as palavras do narrador, sem
verbo declarativo, como disse, pensou ou outros). A alternativa Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do
em que se verifica esse tipo de discurso é Ateneu.
a) “Mira-te naquele espelho, tentação do diabo! exclamava uma
delas [...]”. Considerando a possibilidade de várias organizações sintáticas
b) “Não era aquele que devia ir, eras tu, peste! aquele, coitado! para os períodos compostos, assinale a alternativa em que não
ao menos ajudava a mãe, ganhava dois mil-réis por mês, há alteração de sentido em relação ao período acima indicado:
regando as plantas do Comendador, e tu, coisa-ruim, só a) Meu pai disse-me, à porta do Ateneu, que lá eu encontraria
serves para me dar consumições!”. o mundo.
c) “Toma! Toma! Toma!”. b) À porta do Ateneu, meu pai disse-me que lá eu teria de
d) “Pobre pequeno! tão novo... tão esperto... e cuja vida não encontrar o mundo.
prejudicava a ninguém, morrer assim, desastradamente!...”. c) Disse-me meu pai, à porta do Ateneu, que somente lá eu
encontraria o mundo.
e) “João Romão [...] declarou que estava com dor de cabeça”.
d) Quando chegamos à porta do Ateneu, meu pai disse-me que
Resolução
lá eu precisaria descobrir o mundo.
A alternativa que apresenta discurso indireto livre é a d, em que o
e) Ao chegarmos à porta do Ateneu, meu pai orientou-me para
narrador registra uma espécie de monólogo interior, inserindo as
que lá eu encontrasse o mundo.
reflexões e pensamentos da personagem, João Romão, sem as Resolução
introduzir através de verbo declarativo (no caso, caberia a fórmula A questão aborda a transposição do discurso direto para indi-
pensou ou pensava João Romão). Nas alternativas a, b e c, reto. Ao fazer a mudança, deve-se observar: o verbo no presente
verifica-se discurso direto (a personagem fala diretamente, sem vais encontrar passa para o imperfeito encontraria e a fala da
que suas palavras sejam adaptadas ao discurso do narrador) e, na personagem passa a ser transmitida pelo narrador (passagem da
alternativa e, discurso indireto (o narrador exprime indiretamente segunda para a primeira pessoa).
a fala da personagem, introduzindo-a por meio do verbo declarar). Resposta: A
Resposta: D
11. Em “mal estes chegaram à estalagem” e “caiu-lhe em cima, 13. (FATEC) – Ela insistiu:
a sová-los que metia medo”, as palavras destacadas expressam, — Me dá esse papel aí.
respectivamente,
a) causa e consequência. Na transposição da fala da personagem para o discurso indireto,
b) proporção e concessão. a alternativa correta é:
c) finalidade e conformidade. a) Ela insistiu que desse aquele papel aí.
d) tempo e condição. b) Ela insistiu em que me desse aquele papel ali.
e) tempo e consequência. c) Ela insistiu em que me desse aquele papel aí.
d) Ela insistiu por que lhe desse este papel aí.
Resolução
e) Ela insistiu em que lhe desse aquele papel ali.
Em “mal estes chegaram à estalagem”, a palavra em destaque
Resolução
pode ser substituída por logo que ou assim que, expressando
Os pronomes me e esse passam para a 3.a pessoa do singular
circunstância de tempo. Em “caiu-lhe em cima, a sová-los que (lhe, aquele) quando a frase é transposta para o discurso
metia medo”, a palavra destacada inicia oração que indica efeito indireto. O presente do indicativo passa no discurso indireto
ou consequência do fato expresso na oração anterior (note-se a para o pretérito perfeito. O advérbio aí deve ser trocado pelo
elipse de tanto, da expressão correlativa tanto... que: “a sová-los advérbio ali, já que foi modificada a relação de distância na
[tanto] que metia medo). transposição do discurso.
Resposta: E Resposta: E
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2. (UFPI) – Os períodos abaixo apresentam diferenças de 5. (FUVEST) – Assinale o período que está pontuado correta-
pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período de mente:
pontuação correta. a) Solicitamos aos candidatos que respondam às perguntas a
a) Como ela de repente, começasse a nos visitar com mais seguir, importantes para efeito de pesquisas relativas aos
vestibulares.
frequência, mandei preparar-lhe um quarto de hóspedes.
b) Solicitamos aos candidatos, que respondam, às perguntas a
b) Como ela, de repente começasse a nos visitar, com mais
seguir importantes para efeito de pesquisas relativas aos ves-
frequência, mandei preparar-lhe um quarto de hóspedes.
tibulares.
c) Como ela de repente começasse a nos visitar com mais
c) Solicitamos aos candidatos, que respondam às perguntas, a
frequência; mandei, preparar-lhe um quarto de hóspedes.
seguir importantes para efeito de pesquisas relativas aos ves-
d) Como ela, de repente, começasse a nos visitar com mais
tibulares.
frequência, mandei preparar-lhe um quarto de hóspedes.
d) Solicitamos, aos candidatos que respondam às perguntas a
e) Como ela de repente começasse, a nos visitar com mais
seguir importantes para efeito de pesquisas relativas aos ves-
frequência; mandei preparar-lhe um quarto de hóspedes.
tibulares.
e) Solicitamos aos candidatos, que respondam às perguntas, a
Instruções para as questões de números 3 e 4. seguir, importantes para efeito de pesquisas relativas aos ves-
tibulares.
Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação. 6. (FUVEST) – Assinale a alternativa em que o texto esteja
Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação corretamente pontuado:
correta. a) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou
na loja um sujeito baixo sem chapéu trazendo pela mão, uma
menina de quatro anos.
3. (UFPI) b) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou na
a) A natureza estamos aprendendo não é uma força sobre a qual loja, um sujeito, baixo, sem chapéu, trazendo pela mão, uma
devemos triunfar, mas um meio para nossa transformação. menina de quatro anos.
b) A natureza, estamos aprendendo, não é uma força sobre a c) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou
qual devemos triunfar, mas um meio para nossa transfor- na loja um sujeito baixo, sem chapéu, trazendo pela mão
mação. uma menina de quatro anos.
c) A natureza, estamos aprendendo não é uma força sobre a qual d) Enquanto eu, fazia comigo mesmo, aquela reflexão, entrou
devemos triunfar, mas um meio, para nossa transformação. na loja um sujeito baixo sem chapéu, trazendo pela mão uma
d) A natureza estamos aprendendo, não é uma força sobre a qual menina de quatro anos.
devemos triunfar, mas, um meio para nossa transformação. e) Enquanto eu fazia comigo mesmo, aquela reflexão, entrou
e) A natureza, estamos aprendendo, não é uma força sobre a qual, na loja, um sujeito baixo, sem chapéu trazendo, pela mão,
devemos triunfar mas, um meio para nossa transformação. uma menina, de quatro anos.
2. Tinha seis ou sete anos, nunca se lembrou bem. Foi até o 5. (UFPB) – Quanto ao modo de composição, o texto
criado-mudo, a pedido do pai, apanhar o relógio. Relógio do Da casa-grande até a cachoeira se alçava um renque de ca-
avô... No ato de pegar, deixou-o cair. Relógio quebrado. Surra. jueiros revelhos tão conchegados uns aos outros que formavam
Uma surra violentíssima, inesquecível. – mal comparando – uma baita lagarta verde de pés cinza.
(Ribeiro Lester)
(José Américo)
apresenta-se sob a forma de
3. O homem ocidental civilizado vive num mundo que gira de
a) narração. b) narração e dissertação.
acordo com os símbolos mecânicos e matemáticos das horas
c) descrição. d) descrição e narração.
marcadas pelo relógio. É ele que vai determinar seus movi-
e) dissertação e descrição.
mentos e dificultar suas ações. O relógio transformou o tempo,
transformando-o de um processo natural em uma mercadoria Texto para questão 6.
que pode ser comprada, vendida e medida como um sabonete
ou um punhado de passas de uvas. E, pelo simples fato de que, Está a verdade naquilo que sucede todos os dias, nos quoti-
se não houvesse um meio para marcar as horas com exatidão, dianos acontecimentos, na mesquinhez e chatice da vida, na
o capitalismo industrial nunca poderia ter se desenvolvido, nem imensa maioria dos homens ou reside a verdade no sonho que
teria continuado a explorar os trabalhadores, o relógio repre- nos é dado sonhar para fugir de nossa triste condição? Como
senta um elemento de ditadura mecânica na vida do homem se elevou o homem em sua caminhada pelo mundo: através do
moderno, mais poderoso do que qualquer outro explorador dia-a-dia de miséria e futricas ou pelo livre sonho, sem
isolado, de que qualquer outra máquina. fronteiras nem limitações? […] Onde está a verdade,
respondam-me por favor, na pequena realidade de cada um ou
no imenso sonho humano? Quem a conduz pelo mundo afora,
(George Woodcock)
iluminando o caminho do homem?
4. (FUVEST) – Filosofia dos epitáfios (AMADO, Jorge. Os velhos marinheiros; duas histórias
do cais da Bahia. São Paulo, Martins, 1972. p. 295.)
Saí, afastando-me do grupo, e fingindo ler os epitáfios. E,
6. (UFPB) – Quanto ao modo de composição, o texto é
aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma
a) descritivo.
expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a b) narrativo.
arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. c) dissertativo.
Daí vem, talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus d) narrativo e descritivo.
mortos na vala comum; parece-lhes que a podridão anônima e) narrativo, dissertativo e descritivo.
os alcança a eles mesmos.
Módulo 23 – Elementos da Narrativa
(Machado de Assis,
Memórias Póstumas de Brás Cubas) 1. Determine a sensação predominante nos seguintes fragmen-
tos descritivos:
Do ponto de vista da composição, é correto afirmar que o capí- a) O dia fora morno e sem vento. As folhas das trepadeiras que
cobriam as paredes de algumas vivendas dos moinhos de
tulo “Filosofia dos epitáfios”
ventos... (Érico Veríssimo)
a) é predominantemente dissertativo, servindo os dados do
b) Era um homem baixo, de ombros estreitos e caídos. Uma
enredo e do ambiente como fundo para a digressão.
gordura mal distribuída acumulava-se-lhe notadamente nos
b) é predominantemente descritivo, com a suspensão do curso
quadris, na região sacrococcigiana, no ventre e nas boche-
da história dando lugar à construção do cenário. chas. (Érico Veríssimo)
c) equilibra em harmonia narração e descrição, à medida que c) Às esquinas, nas quitandas vazias, fermentava um cheiro
faz avançar a história e cria o cenário de sua ambientação. acre de sabão da terra e aguardente... (Aluísio Azevedo)
d) é predominantemente narrativo, visto que o narrador evoca d) Em seguida via-se uma miserável estrebaria, cheia de capim
os acontecimentos que marcaram sua saída. seco e excremento de bestas, com lugar para meia dúzia de
e) equilibra narração e dissertação, com o uso do discurso animais. Estava deserta, mas, ao vivo fartum exalado de lá,
indireto para registrar as impressões que o ambiente provoca sentia-se que fora habitada ainda aquela noite. (Érico
no narrador. Veríssimo)
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2. Leia atentamente os textos descritivos seguintes: 3. Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
Era uma menina muito feia, mas da fealdade núbil que
I. Margarida, por sua graça e gentileza, extrema docilidade promete à donzela esplendores de beleza.
e precoce vivacidade, era mui querida de todos, e Há meninas que se fazem mulheres como as rosas: passam
inseparável de Eugênio. de botão a flor: desabrocham. Outras saem das faixas como os
(Bernardo Guimarães, O Seminarista.) colibris da gema: enquanto não emplumam são monstrinhos;
depois tornam-se maravilhas ou primores.
II. Era o sr. Lemos um velho de pequena estatura, não muito Era Emília um colibri implume; por conseguinte um
gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês. Apesar de monstrinho.
seu corpo rechonchudo tinha certa vivacidade buliçosa e (José de Alencar)
saltitante que lhe dava petulância de rapaz, e casava
perfeitamente com os olhinhos de azougue. Você acabou de ler um texto descritivo. A descrição é objetiva
(José de Alencar, Senhora.) ou subjetiva? Por quê?
III. Era gordo e pesado, tinha a respiração curta e os olhos Texto para as questões 4 e 5.
dorminhocos. Uma das minhas recordações mais antigas
era vê-lo montar todas as manhãs a besta que minha mãe NOITE PONTUAL
lhe deu e que o levava ao escritório. O preto que a tinha
ido buscar à cocheira segurava o freio, enquanto ele Noite pontual
erguia o pé e pousava no estribo, a isto seguia-se um Lua cheia apontou, pororoca roncou
minuto de descanso ou reflexão. Depois, dava um impulso, Vem que vem vindo como uma onda inchada
o primeiro, o corpo ameaçava subir, mas não subia; rolando e embolando
segundo impulso, igual efeito. com a água aos tombos
(Machado de Assis, Dom Casmurro.)
Vagalhões avançam pelas margens espantadas
IV. A chuva açoitava sem piedade os homens negros da estiva. Um pedaço de mar mudou de lugar
O vento passava veloz, assoviando, derrubando coisas, Somem-se ilhas menores
amedrontando as mulheres. A chuva embaciava tudo, debaixo da onda bojuda
fechava até os olhos dos homens. arrasando a vegetação
(Jorge Amado, Mar Morto.) Fica para trás o mangue
aparando o céu com braços levantados
V. José Dias amava os superlativos. Era um modo de dar
feição monumental às ideias; não as havendo, servia a Florestinhas se somem
prolongar suas frases. A água comovida abraça-se com o mato
(Machado de Assis, Dom Casmurro.) Estalam árvores quebradas de tripa de fora
Pororoca traz de volta a terra emigrante que fugiu de casa
Defina o tipo de descrição que encerra cada um dos trechos Levada pela correnteza
dados, escrevendo nos parênteses, ao lado das frases abaixo, o (Cobra Norato)
número do trecho correspondente a cada uma delas. 4. (ITA) – Dadas as afirmações:
a) ( ) Descrição de cenário que revela a ocorrência de um I. Não obstante a utilização abundante de adjetivos ou de
fenômeno da natureza e seus efeitos no comportamento expressões equivalentes a adjetivos, fundamentalmente o
das pessoas. poeta se preocupa em descrever objetivamente a pororoca
b) ( ) Descrição de personagem feminina, definida por traços e em apontar-lhe as consequências.
de comportamento. II. Apresentando-nos uma visão lírica de nossa paisagem e de
c) ( ) Descrição de personagem masculina, seguida imedia- nosso meio, o poema, em síntese, revela-nos o sentir e o
tamente de uma narração de cena. pensar ufanista do brasileiro.
d) ( ) Descrição de personagem masculina, em que se faz uma III. A riqueza de comparações e de imagens, expressas em
caracterização do físico e do comportamento. frases com muita musicalidade e ritmo, conota uma perfeita
e) ( ) Descrição de personagem masculina, definida pelo integração do ser humano à natureza: paisagem e ser
comportamento. humano são praticamente um só ser.
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podemos, de acordo com o texto, dizer que: Trôpego e tonto, embarquei e tentei decifrar a razão da
a) Todas estão corretas. diferença dos dois tratamentos. Não atinei; em vão passei em
b) Todas estão incorretas. revista a minha roupa e a minha pessoa... Os meus dezenove
c) Apenas I e II estão corretas. anos eram sadios e poupados, e o meu corpo regularmente
d) Apenas I e III estão corretas. talhado. Tinha os ombros largos e os membros ágeis e elásticos.
e) Apenas II e III estão corretas. As minhas mãos fidalgas, com dedos afilados e esguios, eram
herança de minha mãe, que as tinha tão valentemente bonitas
5. Dadas as afirmações: que se mantiveram assim, apesar do trabalho manual a que sua
I. Dentre os vários recursos utilizados pelo poeta, destaca-se condição a obrigava. Mesmo de rosto, se bem que os meus
a personificação, a qual, além de aproximar a natureza ao traços não fossem extraordinariamente regulares, eu não era
leitor, reforça o tom dramático do fenômeno pororoca. hediondo nem repugnante. Tinha-o perfeitamente oval, e a tez
II. O uso repetido e ritmado de certos sons em alguns versos de cor pronunciadamente azeitonada.
sugere-nos os aspectos sonoros e de movimento que Além de tudo, eu sentia que minha fisionomia era animada
caracterizam o fenômeno da pororoca. pelos meus olhos castanhos, que brilhavam doces e ternos nas
III. Em linguagem despojada, mas rica de metáforas, a natureza arcadas superciliares profundas, traço de sagacidade que
apresenta-se viva e dinâmica. herdei de meu pai. Demais, a emanação da minha pessoa, os
desprendimentos da minha alma, deviam ser de mansuetude, de
podemos, de acordo com o texto, dizer que: timidez e bondade... Por que seria então, meu Deus?
a) Todas estão corretas.
b) Todas estão incorretas. a) Uma expressão contida no trecho citado é fundamental para
c) Apenas I e II estão corretas. que o leitor consiga decifrar a razão da diferença de trata-
d) Apenas I e III estão corretas. mento, enquanto o próprio narrador não o consegue. Cite a
e) Apenas II e III estão corretas. expressão.
b) No trecho citado, insinua-se a diferença social entre o pai e
6. (FUVEST) – A Marquesa de Alegros ficara viúva aos a mãe de Isaías, que se explicitará mais adiante, no decorrer
quarenta e três anos, e passava a maior parte do ano retirada da narrativa. Que diferença é essa?
na sua quinta de Carcavelos. (…) As suas duas filhas, educadas
no receio do Céu e nas preocupações da Moda, eram beatas e Módulo 24 – Tipos de Discurso Narrativo
faziam o chique, falando com igual fervor da humildade cristã
e do último figurino de Bruxelas. Um jornalista de então dissera 1. (FUVEST) – Numa narrativa, podem ser utilizados o dis-
delas: curso direto e o discurso indireto. Exemplo:
— Pensam todos os dias na toalete com que hão de entrar no – Vou sair – disse a mãe ao filho. (discurso direto)
Paraíso. A mãe disse ao filho que ia sair. (discurso indireto)
(Eça de Queirós, O Crime do Padre Amaro.)
Usando discurso indireto, reescreva:
Paralelismo sintático e oposição semântica são recursos usados a) – Não serias capaz de lá entrar hoje, curioso leitor – disse
na caracterização das filhas da Marquesa de Alegros. Brás Cubas.
a) Transcreva do texto os segmentos em que isso ocorre. b) – O proprietário deitou-a abaixo – lamentou Brás Cubas.
b) Identifique os efeitos de sentido que decorrem do emprego
de tais recursos. 2. (FUVEST) – Você é muito atrevido! É já pela terceira vez!
Eu não sou homem para levantar desordens numa estrada…
7. (VUNESP) – Em Recordações do Escrivão Isaías Caminha, Mas fique certo que o conheço, e que não escapa sem lição.
o estudante Isaías, excelente aluno e respeitado por sua inteli- Transforme o trecho acima, colocando-o em discurso indireto e
gência, deixa o interior com a esperança de tornar-se doutor no integrando-o na seguinte introdutória:
Rio de Janeiro. Numa parada do trem, entretanto, Isaías sente- O Fidalgo, dirigindo-se ao latagão de suíças longas e em
se desconsiderado pelo dono do bar, o que o leva às seguintes mangas de camisa disse que…
reflexões:
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3. (FGV) – Reestruture o texto abaixo, dando-lhe a forma de 5. (ESAN) – Impossível dar cabo daquela praga. Estirou os
discurso indireto. olhos pela campina, achou-se isolado. Sozinho num mundo
coberto de penas, de aves que iam comê-lo. Pensou na mulher
Sensível ao apelo do governo para economizar gasolina, ele e suspirou. Coitada de Sinha Vitória, novamente nos descam-
disse: pados, transportando o baú de folha.
– Mulher, prepare a sunga esportiva.
– Por quê? Perguntou ela – ao que ele respondeu: O narrador desse texto mistura-se de tal forma à personagem
– Amanhã, irei trabalhar de bicicleta. que dá a impressão de que não há diferença entre eles. A
personagem fala misturada à narração. Esse recurso é chamado
(Adaptado de Lourenço Diaféria) a) discurso indireto livre.
b) discurso direto.
c) discurso indireto.
d) discurso implícito.
4. (UFJF) – Transforme o discurso direto em discurso indireto. e) discurso explícito.
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