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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS


CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO

INSERÇÃO DE REFUGIADOS E MIGRANTES NO BRASIL: UM OLHAR A


QUEM BATE A PORTA DA CASA DE APOIO CHICO DO VALE

Alunos: Adrielly Larissa de Araújo Bentes


Flávia Camila Nascimento de Souza
Geiciane Carvalho de Souza
Ivia Lopes de Oliveira
Thamilly de Souza Conceição
Roneyson Júnior Silva de Menezes

Prof. Maryangela Aguiar Bittencourt

❒ INTRODUÇÃO

No Brasil, refugiados e migrantes se encontram em dificuldade de inserção em


certas áreas da sociedade as vezes pelo preconceito, pela burocracia ou pela falta de
abrigo. Ve-se muitas famílias refugiadas nas ruas, com crianças de colo e pequenas,
tentando sobreviver; uma realidade que configura a falta de segurança e suporte que elas
têm recebido. Existem muitas discussões acerca do agravamento da crise dos refugiados
e os desafios enfrentados na migração e no acolhimento. Os haitianos, venezuelanos e
colombianos representam as maiores porcentagens de migrantes no território brasileiro e
de refugiados, sírios e congoleses, segundo dados da Polícia Federal de 2019.
A presente pesquisa revela como está sendo esta inserção nas áreas da educação e
do mercado de trabalho, e como essas organizações têm desempenhado um papel
importante na promoção de ações voltadas para essas e outras áreas da sociedade,
entendendo que essas pessoas necessitam ter suas necessidades básicas, de segurança e
bem-estar supridas.

Apesar de não terem seu foco no lucro, muitas delas necessitam de parcerias de
empresas, de doações e de profissionais no se quadro de funcionários, algo que tiveram
que reduzir por conta da crise econômica que afetou a todos na pandemia. Portanto,
devido a essas dificuldades, tiveram que pensar em novas estratégias para continuar a
captação de recursos no meio digital, o que representa um desafio as que estão
acostumadas ao calor das ações presenciais como eventos e campanhas.

Diante disso, a Casa de Apoio Chico do Vale é uma organização não-


governamental que vem desempenhando seu trabalho com refugiados desde 2017, apesar
da pequena estrutura, buscou enfrentar a pandemia realizando ações nas suas redes sociais
e ainda tem buscado novas parcerias, pois seu objetivo é ser autossustentável.

Conhecer o trabalho desta ONG é essencial para compreender como elas têm se
posicionado neste tempo, diante das suas diferenças estruturais e de gestão.

❒ MEMBROS DA EQUIPE E ATIVIDADES

MEMBRO ATIVIDADES DESENVOLVIDAS


Fase de pesquisa:
1- Realizou pesquisa sobre a inserção de menores refugiados
nas escolas;
2- Pesquisou informações nas redes sociais da ONG;

Fase de criação do vídeo: elaborou perguntas complementares e


Adrielly Larissa fez contato direto com a fundadora da ONG;
de Araújo Bentes
Dia do seminário: apresentou sobre a inserção e crianças e
adolescentes refugiados nas escolas brasileiras e relacionou as
ações da ONG com a teoria das relações humanas;

Construção do Relatório: participou.


Fase de pesquisa:
1- Realizou pesquisa para o referencial teórico: quem são os
migrantes; quem são os refugiados e diferenças entre eles;
2- Pesquisou sobre a inserção dos refugiados no mercado de
trabalho e responsabilidade social de empresas que
contrataram refugiados;
Flávia Camila
Nascimento de
Fase de criação do vídeo: não participou;
Souza
Dia do seminário: apresentou sobre refugiados no mercado de
trabalho e empresas que contrataram refugiados;

Construção do relatório: participou.

Fase de pesquisa: buscou informações sobre a estrutura e recursos


da ONG no site oficial;

Fase de criação do vídeo:

1- Participou da criação do roteiro;


2- Elaborou perguntas complementares;
Geiciane Carvalho
3- Fez resumo e narrou sobre o voluntariado, a estrutura e as
de Souza
estratégias e ações da ONG no acolhimento e montagem
de moradia para os refugiados;

Dia do seminário: apresentação em vídeo;

Construção do relatório: participou.

Fase de pesquisa: buscou informações sobre a história da ONG


pelo site oficial e os projetos realizados na pandemia pelas redes
sociais;

Fase de criação do vídeo:


1- Participou da criação do roteiro;
Ivia Lopes de 2- Elaborou perguntas complementares;
Oliveira 3- Fez resumo e narrou sobre a história da ONG e os projetos
desenvolvidos na pandemia;

Dia do seminário: apresentação em vídeo.

Construção do relatório: participou.

Fase de pesquisa: Realizou pesquisa sobre as dificuldades e


estratégias de sobrevivência das ONGs na pandemia do COVID-
19;
Thamilly de
Souza Conceição Fase de criação do vídeo: não participou;

Dia do seminário: apresentou sobre as dificuldades e estratégias


de sobrevivência das ONGs na pandemia do COVID-19.
Construção do relatório: participou.

Fase de pesquisa: buscou informações sobre a importância social


das ONGs;

Fase de criação do vídeo:


1- Participou da criação do roteiro;
2- Fez resumo e narrou sobre parte da história da ONG e a
Roneyson Júnior
importância social das ONGs;
Silva de Menezes
3- Realizou a edição completa do vídeo;

Dia do seminário: apresentação em vídeo.

Construção do relatório: não participou.

❒ OBJETIVO DA ATIVIDADE:

Este trabalho tem por objetivo apresentar a conduta da ONG Casa de Apoio Chico
do Vale no enfrentamento a pandemia do COVID-19, revelando as estratégias,
dificuldades e os projetos desenvolvidos para a sobrevivência. Essa conduta será
relacionada aos princípios e conceitos aprendidos na teoria das relações humanas que
demonstra bastante da prática e da administração dessas organizações.

❒ CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE O TEMA

1) Quem são os refugiados?

Conforme a legislação Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997, do conceito de


refugiados Art. 1º:
Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: I - devido a fundados
temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo
social, ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e
não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; II - não tendo
nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual,
não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas
no inciso anterior; III - devido a grave e generalizada violação de direitos
humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em
outro país.
São pessoas que saíram do seu país de origem devido a perseguições por causa da
raça, religião, nacionalidade, pertencimento a um determinado grupo social ou opinião
política, como também devido a graves e múltiplas violações de direitos humanos e
conflitos armados são chamados de refugiados (ACNUR Brasil).

1.1) Quem são os migrantes?

Conforme a Lei de nº 13.445, de 24 de maio de 2017 dispõe sobre os direitos e


deveres do migrante e do visitante. Esta lei considera:

II- Imigrante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha ou reside
e se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil; III - emigrante:
brasileiro que se estabelece temporária ou definitivamente no exterior; IV -
residente fronteiriço: pessoa nacional de país limítrofe ou apátrida que
conserva a sua residência habitual em município fronteiriço de país vizinho; V
- visitante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que vem ao Brasil para
estadas de curta duração, sem pretensão de se estabelecer temporária ou
definitivamente no território nacional; VI - apátrida: pessoa que não seja
considerada como nacional por nenhum Estado, segundo a sua legislação, nos
termos da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada
pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002 , ou assim reconhecida pelo
Estado brasileiro.

Os migrantes são todas as pessoas que se transferem de seu local de origem, para
outro lugar, região ou país. O termo “migrantes” é utilizado para se referir a migrações
em geral, tanto de entrada quanto de saída de um país, região ou lugar. Imigração: para a
saída; Emigração: para a entrada; e aqueles migrantes que se movimentam dentro do país
(migrações internas) e fora do país (migrações internacionais).

1.2) Diferenças entre refugiados e migrantes

Confundi-los pode levar a sérias consequências para a vida e a segurança de


pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio, assim como gerar entendimentos
parciais em discussões sobre refúgio e migração. As definições guardam
diferenças fundamentais entre si, pois cada uma corresponde a uma série de
direitos e deveres próprios (ACNUR, 2016).

É importante diferenciá-los pois a Lei brasileira possui direitos específicos de


proteção aos refugiados, que se encontram em condições piores que os migrantes.
A semelhança entre eles é a deslocação que fazem do seu país de origem para
outro, mas a diferença se encontra na motivação e situação que estão passando para terem
esta atitude. Os refugiados migram para a sobrevivência, por serem perseguidos e
passarem por situações de fome, pobreza e insalubridade. Buscam refúgio e proteção no
novo país, já que não poderão mais voltar. Já os migrantes migram para terem condições
melhor de vida, geralmente não estão sendo ameaçados ou perseguidos e planejam
encontrar novas oportunidades de trabalho ou qualidade de vida num novo país; e podem
voltar ao país de origem.
Ao chegarem em um novo país, essas pessoas enfrentarão certos desafios de
inserção nas áreas da sociedade, entre eles a área da educação, direito básico fundamental
para os menores refugiados e migrantes e que é garantido no Brasil.

2) Inserção das crianças e adolescentes refugiados nas escolas brasileiras

O contexto em que crianças e adolescentes refugiados estão submetidos


desencadeia uma série de traumas que podem atrapalhar o seu desenvolvimento humano,
psicossocial e de aprendizagem. Esses menores advêm de um ambiente conturbado,
cercado por bombardeios, perseguições, violência, fome e pobreza e assim desenvolvem
sentimentos de medo, ansiedade e síndrome do pânico, além de doenças físicas devido às
condições insalubres em que passaram.

Estima-se que na última década mais de 1 milhão de crianças morreram em


conflitos armados; 6 milhões foram feridas ou mutiladas e 1 milhão se
tornaram órfãs. Mais de 300.000 meninos foram obrigados a se transformarem
em soldados. As meninas são frequentemente submetidas à exploração sexual.
Crianças de 87 países vivem rodeadas por 60 milhões de minas terrestres e em
torno de 10.000 ao ano são vítimas destas armas (ACNUR, 2014, p.1)

Quando uma família refugiada chega em um país ela necessita de integração, que
sejam supridos “fatores culturais, socioeconômicos, moradia, assistência para a procura
de emprego, serviços de saúde, e, também de inclusão e acolhimento dessas pessoas pela
comunidade local” (THOMÉ, 2018). E a escola é o primeiro e principal ambiente em que
eles poderão socializar, aprender a língua local e se livrar de perigos fora do ambiente
escolar. Esses direitos são garantidos também pelo art.28 da Convenção sobre os Direitos
da Criança que define o direito de acesso a todos os níveis de escolaridade até o ensino
superior e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente que garante os direitos básicos
igualitariamente aos menores refugiados.
Mas na prática, existem algumas barreiras encontradas nesse processo como
burocracias com a documentação para inserção nas escolas; barreira linguística, diferença
de costumes, despreparo dos professores e falta de estrutura das escolas.

Desta forma, as escolas brasileiras precisam deter de uma equipe pedagógica que
entenda as necessidades e individualidades do aluno refugiado, forneça aulas na própria
língua, com o apoio do governo; prepare esses profissionais para entender e informar os
outros alunos sobre as diferenças de costumes a fim de que não haja discriminação e,
ainda, que a escola forneça uma estrutura como bibliotecas ou sala de informática para
que o aluno refugiado possa fazer as atividades, pois muitos não tem internet em casa. O
apoio psicológico também se faz necessário, uma vez que esses menores vieram de
situações traumáticas e procuram se adaptar com suas limitações a um novo país.

Portanto, é muito importante que os refugiados possam ter seus direitos de


inserção na sociedade garantidos, a inclusão escolar elimina o preconceito e garante o
direito básico humano desses menores, sendo um alicerce para o crescimento da
sociedade.

Além da educação, outro aspecto essencial para a sobrevivência desses povos é o


mercado de trabalho, que também representa uma dificuldade de inserção para eles,
contudo, com o tema da responsabilidade social cada vez mais popularizado entre as
empresas, existem alguns casos que valem a pena se inspirar e conhecer.

3) Inserção dos refugiados no mercado de trabalho

A maioria dos refugiados não são contratados em determinado emprego por causa
de preconceitos e desinformação.

Entrar no mercado de trabalho é fundamental para qualquer ser humano, no


entanto, tem sido um desafio para os refugiados no Brasil. A consultora de carreira do
ManpowerGroup, e o líder de RH participaram de ações com Agência da ONU para
Refugiados (ACNUR), e já ajudou mais de 600 pessoas que buscam uma oportunidade
profissional.

Priscila Minelli Moraes, consultora de carreira do ManpowerGroup afirma:


Ao contrário do que se costuma ouvir, em muitos casos a dificuldade de
arrumar um trabalho nem sempre é a qualificação, mas sim, a falta de
oportunidades e a necessidade de recuperação da autoestima e confiança em
suas capacidades. Boa parte das pessoas que chegam tinham uma carreira
constituída em seu país, no entanto, ao procurarem um emprego são avaliados
pela situação de fragilidade em que se encontram e não pelas suas habilidades
(ACNUR, 2019).

De acordo com a pesquisa feita pela ACNUR, com o levantamento de dados dos
que vivem atualmente no país, 34% concluíram o ensino superior (muitos com mestrado
e doutorado); 19,5% estão em busca de emprego, e metade dos entrevistados alegou que
o acesso ao mercado de trabalho é o principal obstáculo em conseguir um emprego.

Muitas empresas descartam currículos e entrevistas de empregos com refugiados


porque acham que é muito mais complexo e burocrático o processo de contratação desses
indivíduos, outros até mesmo supõem que seja ilegal a contratação desses refugiados, mas
uma vez que eles possuem a garantia do RNM (Registro Nacional Migratório), a
contratação passa a ser totalmente legal e segue as mesmas regras de contratação de um
brasileiro.

As barreiras linguísticas e a burocracia relacionada a regularização de


documentação e diplomas são as principais dificuldades que impedem a contratação de
diversos profissionais refugiados, mesmo possuindo o ensino superior, faz com que
tenham que buscar outros meios para suprir suas necessidades financeiras.

Sabe-se que o desemprego ainda é grande e que muitas pessoas, tanto refugiados
como migrantes acabam se submetendo, a situações precárias como pedir coisas no sinal
de trânsito, trabalho escravo totalmente pesado e exploratórios que acarreta danos à saúde
física e mental.

Como a responsabilidade social é um tema que tem ganhado espaço nas discussões
administrativas das organizações, vale a pena evidenciar alguns casos de empresas que
promoveram ações de contratação de refugiados no Brasil:
• Lojas Renner e Camicado: A empresa criou um grupo de trabalho interno pra
analisar o processo de contratação de pessoas refugiadas, realizando também
projetos de qualificação profissional a mulheres refugiadas
• Sodexo Serviços: A empresa promove o crescimento profissional e pessoal de
mulheres refugiadas
• Grupo Carrefour: Passou a incluir migrantes e refugiados, em razão das
dificuldades que enfrentam na inserção no mercado de trabalho

Tanto às dificuldades na área da educação quanto no mercado de trabalho são


representações de dificuldades de inserção que levam a reflexão do que está sendo feito
por essas classes de pessoas, refugiados e migrantes. E é nesse contexto que as
Organizações Não-governamentais entram, preenchendo lacunas que muitas vezes o
governo não fornece a devida atenção.

4) Quem são as ONGs e qual seu papel social na sociedade

Segundo Fernandes (1994, p.27) o terceiro setor representa [...] um composto de


organizações sem fins lucrativas, criadas e mantidas pela ênfase na participação da ação
voluntária, num âmbito não governamental, dando continuidade às práticas tradicionais
de caridade, da filantropia e do mecenato, expandindo o seu sentimento para outros
domínios, graças, sobretudo à incorporação da cidadania e das suas múltiplas
manifestações na sociedade civil.

No Brasil, as organizações não governamentais do terceiro setor surgiram com o


objetivo de promover cidadania, de lutar pela defesa dos direitos humanos e por uma
democracia política e social mais efetiva. Cidadãos viram a necessidade de se
organizarem para elaborar metas e políticas públicas que o governo não atendia. Dessa
forma, as ONGs passaram a exigir a ação do governo e a tentar suprir a sua falta, contando
com o auxílio de doações e a colaboração da iniciativa privada. O Instituto de Pesquisa e
Economia Aplicada – IPEA realizou uma pesquisa com 780 mil organizações privadas,
onde constatou-se que 59% dessas tem investimentos voltados a comunidades carentes,
como em saúde, educação, alimentação, esporte e cidadania (TACHIZAWA, 2004)

Todas as ações que as ONGs se propõem a desenvolver sempre são soluções


voltadas para os principais problemas da sociedade: a baixa escolaridade, a pobreza,
agressão ao meio-ambiente, abandono de incapaz, bem-estar de pacientes com doenças
graves, refugiados em situação de risco e outros. Por serem menos burocráticas, elas
podem ter mais liberdade para experimentar iniciativas e fazer articulações com diversos
campos da sociedade.

Existem ONGs que, para ajudarem em situações de pobreza, fazem a construção


de moradias com a parceria dos voluntários na mão de obra e de empresas que doam
materiais; que inserem refugiados no mercado de trabalho ou procuram promover oficinas
e aulas para crianças e idosos dentre muitas outras ações. É importante entender nosso
papel na atenção às políticas públicas desenvolvidas pelo governo para sanar essas
mazelas da sociedade, afinal, as ongs não são as principais responsáveis, mas como elas
funcionam como um braço do governo nessa questão, é necessário que elas sejam
atendidas, valorizadas e incentivadas economicamente.

4.1) Dificuldades e Estratégias das ONGs durante a pandemia

Neste contexto, refugiados e migrantes enfrentam a perda de meios de


subsistência, despejos e o aumento da estigmatização. A maioria são incapazes de acessar
meios básicos de saúde e higiene e de cumprir medidas de distanciamento físico. Os que
estão em situação irregular e sem documentação também correm o risco de ficar de fora
dos programas nacionais de saúde e bem-estar social.

As ONGs tiveram queda nas doações e por consequência, aumento de contas


atrasadas, aumento de despesas com produtos de prevenção a COVID-19, menos suporte
para acolhimento, menos alimentos e outros produtos doados. Com a crise econômica que
coronavírus causou, as ONGs de refugiados tentaram sobreviver promovendo suas ações
nas redes sociais para fornecer o mínimo de subsistência a essas famílias.

Diante dessa situação, as ONGs buscaram promover em suas redes sociais cursos;
campanhas de doações; palestras por whatsapp; aulas online de práticas esportivas;
grupos de atendimento totalmente virtual; jogos e brincadeiras online e fortaleceram o
voluntariado através de mentoria online.

Na gestão dessas organizações, é importante criar ações diante de situações de


crise como essa, mas ainda assim, pode ocorrer certas dificuldades para as ONGs em
desenvolver estratégias novas e pensar em se adaptar ao online.
Diante do exposto, a ONG escolhida pela equipe para a representação do que
temos abordado até aqui é a Casa de Apoio Chico do Vale, que têm lutado para
desenvolver projetos autossustentáveis, mas no momento ainda enfrenta algumas
dificuldades.

❒ METODOLOGIA

Para realizar esta pesquisa foi utilizada a metodologia de pesquisa bibliográfica-


descritiva com estudo de caso da ONG Casa de Apoio Chico do Vale. Foram extraídas
informações do site oficial, das redes sociais e de entrevista com um questionário para
obter informações complementares da ONG para produzir um vídeo institucional.

❒ A ONG CASA DE APOIO CHICO DO VALE

a) Breve Histórico

A história do nome da ONG se deu porque inicialmente a era bem eclética, com
católicos, evangélicos e espíritas. Então foi pensado um nome religioso como “Chico”
para representar o povo acolhido e “do Vale” porque a proposta era receber pacientes e
acompanhantes do Vale do Jequitinhonha.

A ONG Casa de Apoio Chico do Vale surgiu em 2014, na cidade de Ouro Preto-
Belo Horizonte, após uma luta pela vida de Helenice Natalina Silva - a fundadora - que
encontrou na recuperação de um tumor um objetivo de fornecer um ambiente mais
acolhedor para pacientes que estivessem se tratando de doenças graves. Em 2017, eles
abriram o espaço para receber refugiados de outros países, fornecendo uma estrutura
básica para dormirem, se alimentarem, terem ajuda para se inserirem no mercado de
trabalho e, ainda, móveis básicos para montarem sua própria casa. Em 2018, tiveram
muita demanda de acolhimento de refugiados venezuelanos.

Essa ação é algo que encontramos na pirâmide de Maslow sobre cuidar das
necessidades básicas dos empregados, mas no caso da ONG, o público refugiado que é
beneficiado e ainda ocorre a volta destes para trabalhar como voluntário, o que diz muito
sobre o princípio de lealdade ao grupo da teoria das relações humanas.
A missão da ONG é a acolhida aos doentes, desamparados, deslocados e
vulneráveis sem discriminação de qualquer aspecto e a visão é poder fornecer os
acolhidos uma estrutura ampla, com uma equipe maior de profissionais e voluntários que
atendam às áreas de saúde, lazer e educação. Os valores são dignidade, bem-estar,
responsabilidade social, cooperativismo, transparência e solidariedade.

A estrutura da ONG atualmente é precária, carece de mais espaço físico (acolhe


de 25-28 pessoas atualmente) e profissionais de saúde, por exemplo, pois o quadro de
profissionais é pequeno, composto por um motorista, uma secretária, três atendentes do
Bazar Topa Tudo e uma cozinheira. Os cômodos oferecidos aos acolhidos são quatro
dormitórios separados para homens e mulheres, um banheiro, sala, cozinha e área de lazer
no terraço. Eles têm a própria horta para coletar legumes e ajudar na preparação mais
saudável das refeições dos pacientes e refugiados, e eles ainda podem participar dessa
preparação, aprendendo sobre como montar um cardápio mais saudável. Também detém
uma pequena van para deslocamentos.

Em relação as atividades desenvolvidas, eles promovem oficinas de bordado,


pintura em tecido e crochê; dinâmicas educativas de leitura de livros para estimular o
aprendizado daqueles que são analfabetos; fornecem atendimento psicológico por meio
de três voluntários, que fazem atendimento individual. Recentemente, fechou uma
parceria com um produtor local para a venda de quilo de café e têm divulgado em suas
redes. Apesar de todo trabalho empregado, a ONG nunca recebeu auxílio governamental.

b) Estratégias Organizacionais

Como estudado durante o período, toda organização necessita definir seus


objetivos e seus princípios para que todos trabalhem em unidade. A ONG conta com uma
equipe de cinco funcionários e quinze voluntários e tem definido em sua missão e visão
poder proporcionar um espaço de acolhimento e dignidade sem discriminação de
qualquer aspecto. Ela almeja ampliar o espaço de acolhimento e fornecer uma área de
entretenimento aos acolhidos através de campanha e conseguir assistência da prefeitura
do município. Essas estratégias fazem parte do planejamento da organização e são
importantes para que a função administrativa seja efetiva.
Muitos refugiados acolhidos já são profissionais formados, mas diante das
dificuldades acabam se empregando em empregos com salário mais baixo. A ONG ajuda
na divulgação desses profissionais e no contato para encaminhamento de trabalho. É uma
forma de ajudar não apenas com o acolhimento, mas com o suporte necessário para que
eles se insiram nessas áreas da sociedade, mais uma vez remetendo a hierarquia das
necessidades humanas, onde o emprego representa segurança.

c) Projetos realizados na pandemia

“É a teoria das relações humanas, cujo tema central é o comportamento coletivo


nas organizações, ou seja, o entendimento e administração dos indivíduos como
integrantes de um grupo de trabalho”. Durante a pandemia, o número de doações reduziu
muito e houve limitações de acolhimento, mas a organização continuou fazendo
postagens frequentes nas redes sociais de rifas online, bazares, e campanhas para captar
recursos. É importante se utilizar das ferramentas em que o resultado possa ser mostrado
ao público. Como as ONGs não tem seu foco no aspecto lucrativo, o importante é captar
parceiros que queiram contribuir com o objetivo da empresa. Por isso, a Casa de Apoio
Chico do Vale conta uma equipe comprometida com o esforço coletivo, “é a influência
do sistema social sobre o desempenho individual”. Os funcionários e voluntários são
motivados pelo social, por estarem realizando um trabalho que muda vidas.

❒ LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Houve poucas dificuldades em relação à pesquisa de contextualização por se tratar


de temas que já são comumente discutidos, sobre o trabalho das ONGs e suas
dificuldades, ainda que pandemia. Portanto, somente a respeito da pesquisa sobre as
estratégias desenvolvidas que foram encontradas dificuldades por serem poucas ações e
em geral, as mesmas.

Inicialmente, apenas algumas informações esperadas sobre os projetos na


pandemia não foram encontradas no site oficial da ONG Casa de Apoio Chico do Vale,
contudo, ao entrar em contato com eles, elas foram facilmente conseguidas para a
produção do vídeo.
❒ DEPOIMENTOS

Após a apresentação do conteúdo, alguns depoimentos dos participantes foram


considerados para avaliar o desempenho do exposto:

1. Selyne Amorim: “A abrangência do tema foi concluída com sucesso, bem


ampla e bem explicada. PARABÉNS AOS ACADÊMICOS!”.
2. Raquel Brito: “Sou aluna da UFAM e adorei participar, é sempre bom
aprender mais sobre as ações do terceiro setor”.
3. Beatriz Alencar: “Achei o evento muito interessante e muito informativo”.
4. Luana Silva: “Foi de extrema importância, trouxe informações de ONGs que
ajudam muitas pessoas e que muitas vezes não tem a visualização que
merecem”.
5. Giovanna Ribeiro: “Gostei muito, achei bem dinâmico e interessante.
Realmente, é muito importante saber como as ONGs estão nesse momento de
pandemia. Um ponto muito positivo é a premiação, que respeita o contexto que
estamos, e não vai ser feito de forma presencial. Cada grupo se esforçou muito
para a apresentação e foi perceptível”.

❒ CONCLUSÃO

Este trabalho buscou, inicialmente, tratar de aspectos gerais sobre a inserção de


refugiados e migrantes nas áreas da educação e do mercado de trabalho, para entender a
importância social das Organizações não-governamentais no atendimento e promoção de
ações que o governo não realiza.

A pandemia do COVID-19 trouxe uma crise econômica que afetou todos os


setores em meio a isso, essas organizações procuraram maneiras de sobreviver adaptando-
se às plataformas online. Apesar de ser um desafio para algumas, aquelas que
conseguiram usar isso ao seu favor, promoveram aulas de voluntariado online, rifas, jogos
etc.
Nesse período, a Casa de Apoio Chico do Vale teve dificuldades pela diminuição
de doações e, portanto, também teve que reduzir o acolhimento, mas continuou fazendo
o trabalho promovendo rifas, bazares e campanha de doação de produtos. Não é o intuito
da ONG permanecer com estes pouco recursos, seu objetivo é poder ser autossustentável,
mas ainda falta certo planejamento estratégico para chegar nesse nível. Por enquanto, a
ONG tem realizado ações comuns a maioria das ONGs, mas recentemente tem
implementado a venda de quilos de café, parceria com um produtor local.

A ONG luta para sobreviver sem nenhuma assistência governamental, mas apesar
das dificuldades, conta com uma equipe de profissionais e voluntários engajados com o
social. A teoria das relações humanas se faz presente nas ações desta, evidenciando as
características do esforço coletivo, da motivação pelo social, do atendimento às
necessidades primárias e secundárias, da lealdade ao grupo e o nível de integração que
produz os resultados positivos que ela está tendo até os dias de hoje, tendo ajudado mais
de 10 mil pessoas.

❒ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACNUR. Apelo urgente: COVID-19 intensifica dificuldades de refugiados e


migrantes da Venezuela. Disponível em:
https://www.acnur.org/portugues/2020/05/13/apelo-urgente-covid-19-intensifica-
dificuldades-de-refugiados-e-migrantes-da-venezuela/. Acesso em: 24 de jul. de 2021.

CASA DE APOIO CHICO DO VALE. Chico do Vale, c2018. Página Inicial. Disponível
em: https://www.chicodovale.com.br/. Acesso em: 12 de jul. de 2021.

FERNANDES, Rubem César. Privado, porém público: o terceiro setor na América


Latina. 3 ed. Rio de Janeiro: Relume – Dumará, 1994.

DEFINE mecanismos para a implementação do Estatuto dos Refugiados de 1951, e


determina outras providências. Presidência da República Secretária - Geral Subchefia
para Assuntos Jurídicos, 22 de jul. de 1997. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9474.htm. Acesso em: 22 de jul. de 2021

GRAJZER, Deborah. Crianças refugiadas: um olhar para a infância e seus direitos.


Orientadora: Luciane Maria Schlindwen. 2018. 138 f. Dissertação (Mestrado) – Centro
de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/188092/PEED1323-
D.pdf?sequence=-1. Acesso em: 19 de jul. de 2021.

INSTITUI a lei de migração. Presidência da República Secretaria - Geral Subchefia


para Assuntos Jurídicos, 24 de maio. de 2017. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13445.htm. Acesso em:
22 de jul. de 2021

PROFISSIONAIS refugiados e o mercado de trabalho. ACNUR, 14 de nov. de 2019.


Disponível em: https://www.acnur.org/portugues/2019/11/14/profissionais-refugiados-e-
o-mercado-de-trabalho/. Acesso em 26 de jul. de 2021

SANTOS, Ariane. “A escola é meu refúgio” Crianças e adolescentes refugiadas e o


contexto educacional: uma revisão bibliográfica. Orientadora: Débora Galvani. 2019. 52
f. TCC (Graduação) - Terapia Ocupacional, Instituto Saúde e Sociedade, Universidade
Federal de São Paulo, São Paulo, 2019. Disponível em:
http://www.repositorio.unifesp.br/jspui/bitstream/11600/51775/1/TCC%20final%20corr
igido%20Ariane.pdf. Acesso em: 17 de jul. de 2021.

TACHIZAWA, Takeshy. Organizações não governamentais e terceiro setor: criação


de ONGs e estratégias de atuação. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2004

UNIBH. Refugiados no Brasil: como nosso país pode ajudar. Disponível em:
https://www.unibh.br/blog/refugiados-no-brasil-como-nosso-pais-pode-ajudar/. Acesso
em 21 de jul. de 2021.

ANEXOS

❒ Questionário para coleta de informações complementares

1) Qual a origem do nome da ONG?


2) Qual a missão, visão e valores da ONG?
3) Qual a estrutura física, quantos cômodos?
4) Quais as ações estratégicas para captar recursos?
5) Possuem um plano estratégico, objetivos? O que planejam conquistar em relação
a estrutura e promoção de novas atividades?
6) A ONG recebe auxílio governamental?
7) Como é o processo de acolhimento dos refugiados? Como eles ficam sabendo da
ONG?
8) Como a ONG ajuda na inserção dos refugiados no mercado de trabalho?
9) Que ações desenvolveram para sobreviver na pandemia?
10) Como está sendo a frequência de doações na pandemia?
11) Como é feita a contabilidade da ONG?
12) Pedimos que nos forneça um depoimento curto de um refugiado que foi acolhido
pela ONG, falando sobre as dificuldades de se inserir em um novo país, a
adaptação e como o apoio dela foi importante para ele (pode ser áudio ou vídeo,
se for possível)

❒ Roteiro do vídeo institucional

Nome da ONG: CASA DE APOIO CHICO DO VALE

Alunos: Geiciane Carvalho, Ivia Lopes, Roneyson Menezes

Título do Vídeo: Responsabilidade Social e Solidariedade para transformar vidas

1. Tópicos abordados:
• Breve histórico da ONG
• Missão, visão, valores e objetivos
• História do Nome da ONG (curiosidade)
• A estrutura física e dificuldades
• Quanto a contabilidade
• Processo de acolhimento aos refugiados
• Perfil dos acolhidos pela casa
• Auxílio no processo de inserção no mercado de trabalho
• Dificuldades e estratégias utilizadas durante a pandemia do Covid-19
• A importância Social das ONGs.
• Depoimento de um dos refugiados acolhidos (Carlos Núñez)

2. Ferramentas Utilizadas:
• Plataforma de Animação Powtoon.
• Formulário para obtenção de informações via WhatsApp
• Imagens originais do site e redes sociais da ONG

3. Funções de cada aluno:


• Narrador 1 e Roteirista: Ivia Lopes
• Narrador 2 e Roteirista: Geiciane Carvalho
• Narrador 3 e Editor do vídeo: Roneyson Júnior.

4. Abertura e o ordenamento do conteúdo.


• Narrador 1 - Ivia: Breve Histórico da ONG.
• Narrador 2 - Geiciane: Missão; visão; valores e objetivos.
• Narrador 1 - Ivia: História do nome da ONG (curiosidade).

• Narrador 2 - Geiciane: Estrutura física da Casa.


• Narrador 2 - Geiciane: Quanto a contabilidade da ONG

• Narrador 3 - Roneyson: Processo de acolhimento aos refugiados.


• Narrador 1 - Ivia: O perfil dos acolhidos pela Casa.

• Narrador 3 - Roneyson: Processo de inserção dos refugiados no mercado de


trabalho.
• Narrador 1 - Ivia: Estratégias utilizadas para sobrevivência a pandemia do
Covid -19.

• Narrador 3: Roneysson Júnior: A importância Social das ONGs.


• Depoimento de refugiado acolhido: Carlos Nuñez, venezuelano.

• Link de acesso ao vídeo:

https://drive.google.com/file/d/1ryYGoEbXWEPDWhpMT1aR0ueRJeiwz_5
O/view?usp=sharing
❒ Apresentação do webinário em 27 de Julho de 2021.

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