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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR

MARIA LIDIANE SOARES QUEIROZ LEITE

EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

GURUPI-TO
2018
MARIA LIDIANE SOARES QUEIROZ LEITE

EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

Trabalho apresentado à Universidade Pitágoras


UNOPAR, como requisito para a obtenção de
nota na disciplina de Estágio em Serviço Social
III.

Prof.ª orientadora: Nelma dos Santos Assunção


Galli

GURUPI-TO
2018
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3

DESENVOLVIMENTO 5

CONSIDERAÇÕES FINAIS 9

REFERÊNCIAS 11
3

1 INTRODUÇÃO

Este relatório tem o intuito de descrever sobre as atividades desenvolvidas no


projeto de intervenção que é uma das exigências da disciplina do Estágio
Supervisionado, cujo objetivo é mostrar os resultados propostos sobre o projeto de
Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A execução do projeto de intervenção aconteceu na Câmara Municipal de
Vereadores Deuselina Ponce Oliveira na Avenida João Visconde de Queiroz, s/nº,
Centro, CEP: 77.460-000 em Peixe/TO. Apesar de ter sido realizado na Câmara
Municipal, este projeto foi idealizado pelo Centro de Referências de Assistência
Social desta cidade.
Especificamente o CRAS desenvolve ações como: acolhimento, atendimento
psicossocial, visita domiciliar, oficinas, palestras sócio educativas, acompanhamento
familiar aos programas sociais: Bolsa Família, Grupo de Convivência do Idoso,
Grupo de Gestante e Proteção e Atendimento Integral à Família-PAIF. A equipe do
CRAS presta informação e orientação para a população da área de abrangência,
bem como se articula com a rede de proteção social local no que se refere aos
direitos de cidadania, mantendo ativo um serviço de vigilância social da exclusão
social na produção, sistematização e divulgação da área de abrangência do CRAS
no município de Peixe-TO.
O número de ocorrência de exploração sexual de crianças e adolescentes
ainda é muito alto no município de Peixe, pois existem muitos menores em situações
de vulnerabilidade à este tipo de crime, refletidos no grande índice de intervenção do
conselho tutelar e do ministério público em casos de abuso sexual e estupro de
vulnerável. Recentemente houve neste município e municípios vizinhos uma
operação da Polícia Militar para cumprir mandados de prisão preventiva contra
autores de abusos sexuais a menores. Isso é claro, não representa,
necessariamente, o tamanho do problema, mas traz uma dimensão de como está
fortemente inserido na sociedade. São muitos os fatores a serem levados em
consideração, e essas intervenções dão apenas um perfil geral do problema.
Em relação ao projeto de intervenção aqui relatado, ele cumpriu o objetivo de
mobilizar a população para combater o abuso e a exploração sexual de crianças e
adolescentes, além de apresentar o conceito do que é abuso e a exploração sexual
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de crianças e dizer como se faz a identificação do perfil e quais são os


comportamentos dos abusadores, enfatizar a importância de denunciar o crime e
mostrar as consequências do abuso e exploração sexual sobre a vítima.
A concretização deste projeto contou com o envolvimento das equipes dos
(as):
 CRAS no planejamento, execução e financeiro.
 Ministério Público com palestras e apresentação de dados
 Conselho tutelar com palestras e apresentação de dados
 Instituições religiosas com fabricação de cartazes, mobilização de
seus membros e confecção de camisetas.
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2 DESENVOLVIMENTO

No dia dezoito de maio que é estabelecido como o Dia Nacional de Combate


ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes houve na Câmara
Municipal da cidade de Peixe a concretização do projeto de intervenção obrigatório
na disciplina de estágio.
Alguns dias antes de executar o projeto, mais precisamente no dia 16 de abril,
as 08:00 horas da manhã, foi realizada uma reunião com uma dinâmica de
integração entre os líderes de jovens das instituições religiosas das igrejas da cidade
na sala de reuniões do Centro de Referência de Assistência Social.
Nesta oportunidade eu e a supervisora de campo e então assistente social
desta instituição Silmária Alves apresentamos a finalidade do projeto de intervenção,
e fizemos a exposição do tema “Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de
Crianças e Adolescentes”, onde foi discutida a participação de cada líder no dia do
projeto. Ficou acertado que as igrejas poderiam criar cartazes com enfoque no tema
e fabricar camisetas para maior divulgação e absorção da ideia.
Enfim, ao finalizarmos a reunião houve um momento de confraternização
acompanhado de um delicioso Coffee Break!
No dia 14 de maio, véspera da ocorrência do projeto, fizemos uma caminhada
para entregar panfletos convidando a população para comparecer a Câmara
Municipal da cidade no dia da palestra. Estes panfletos continha o tema, horário e
endereço onde aconteceria o projeto e enfatizava a importância da presença de
cada um. Percorremos as ruas de setores, vilas e do centro da cidade.
Neste mesmo dia colocamos carros de sons para anunciar o evento com o
objetivo que essa divulgação chegasse ao maior número de pessoas possíveis.
E assim aconteceu, 18 de maio lá estava na Câmara Municipal uma grande
multidão disposta a aprender como combater à exploração e o abuso sexual de
crianças e adolescentes, eram pessoas de todas as esferas da sociedade:
professores, crianças, adolescentes, universitários, mães, idosos (vovós, vovôs)
pastores, padre, todos ansiosos pelo estava por vir.
Como já havíamos planejados tudo há bastante tempo, estava tudo preparado
para recebermos esse grandioso público, que fora acomodado no auditório principal
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da Câmara, espaço amplo com um eficiente sistema de refrigeração, para que nada
pudesse tirar a atenção daquele momento.
Na porta do auditório lá estava eu distribuindo folders com definições
importantes do que viria a ser abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes
com textos e imagens ilustrativas para melhor fixação do tema.
Ah! Os jovens membros de algumas instituições religiosas portavam cartazes
com dizeres como “Faça bonito: proteja nossas crianças e adolescência!”, “Diga não
a violência contra crianças e adolescentes!” “Entre em campo pelo direito das
nossas crianças e adolescentes!” dentre outras. Não pude deixar de notar como
ficaram bonitas as camisetas, que faziam alusão ao evento, fabricadas por algumas
igrejas.
Tudo pronto, ora de iniciar. Com a palavra a secretária de assistência social
Almirani Dias que inicia fazendo a apresentação do projeto e do tema e qual
objetivos de todos estarem ali.
Em seguida a palavra foi passada a coordenado do CRAS que reforçou as
palavras da secretária e explicou qual a atuação do Centro de Referência de
Assitência Social na sociedade.
Sem perca de tempo a oportunidade foi dada a primeira palestrante da noite
Paula de Paula Dias, conselheira tutelar da cidade que conceituou o abuso sexual
da seguinte maneira: “É a situação em que a criança ou o adolescente é usado para
o prazer sexual de uma pessoa mais velha. Ou seja, qualquer ação de interesse
sexual, consumado ou não”. Dias também fez questão de frisar o que é a exploração
sexual:
“A exploração se caracteriza pela utilização sexual de crianças e
adolescentes com a intenção de lucro, seja financeiro ou de qualquer outra
espécie. São quatro formas em que ocorre a exploração sexual: em redes
de prostituição, pornografia, redes de tráfico e turismo sexual.”

E seguiu dizendo que aquele era uma forma de violação dos direitos sexuais
das crianças e adolescentes, porque abusa ou explora do corpo e da sexualidade,
seja pela força ou outra forma de coerção, ao envolver crianças e adolescentes em
atividades sexuais impróprias à sua idade, ou ao seu desenvolvimento físico,
psicológico e social.
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Depois dessa maravilhosa palestra, onde a palestrante conceituou de forma


clara e dinâmica o tema do projeto, ela abriu a palavra para que o público pudesse
sanar dúvidas, foram feitas várias perguntas tais como: “Como fazer uma denúncia
anônima?” A então palestrante respondeu todas as perguntas com maior clareza
possível.
Depois disto uma breve palavra com outra conselheira tutelar Adriana
Miranda que reforça as palavras de sua colega Paula.
Próxima palestra, Dr Mateus representante do Ministério Público e promotor
da cidade, ele falou sobre possíveis perfis de abusadores apresentando dados
brasileiros, dizendo que a maioria dos abusos sexuais a crianças e adolescentes é
cometida por homens com citação de Moura (2007) com idade entre 18 e 45 anos
(Moura, 2007; Martins, 2008; Pechorro, Poiares, & Vieira, 2008), com vínculo
biológico ou de responsabilidade com a vítima (Moura, 2007; Sanfelice & De Antoni,
2010; Martins, 2008). Quando o abusador é do sexo feminino, costumam ser jovens
com cerca de 20 anos (Hall & Hall, 2007).
Quanto às características comportamentais, Dr Mateus utilizou-se da
referencia Vieira (2010) que destaca que é comum encontrar fracas competências
sociais; baixa autoestima; sentimentos de inadequação; sentimento de
vulnerabilidade; dificuldade nos relacionamentos interpessoais com outros adultos;
sentimento de que são fisicamente pouco atrativos; problemas em termos de
realização sexual, humilhação e solidão; limitações para identificar emoções alheias,
principalmente raiva, medo e nojo.
Todos atentos ao que dizia o promotor, com exceção de alguns meninos, que
sendo crianças como são, ficavam conversando e andando de um lado para o outro,
por causa disto decidimos retirá-las para uma sala separada, a fim de promover com
elas uma palestra voltada para seu mundo, mas fazendo uso do referido tema
“Combate ao abuso e à exploração de crianças e adolescentes”, onde a palestrante
foi a psicóloga Rejane Cruz que ao finalizar a palestra os presenteou com balas,
bombons por suas participações.
Bem, de volta ao público de jovens e adultos, outra palestra com a Psicóloga
Wanussa Milhomem, que trouxe a temática das consequências psicossociais na vida
das vítimas após o abuso e/ou a exploração sexual. Citarei alguma ditas por ela:
depressão, ansiedade, medo, pesadelos, fobiais sexuais na fase adulta, tentativas
de suicídios, agressividade, regressões a idade anterior, práticas de autoagressão e
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em casos mais graves podem até desenvolver esquizofrenia e comportamentos


promíscuos altamente perigosos.
Finalizados o ciclo de palestra a palavra vai para a assistente social do CRAS,
minha orientadora de campo e uma das idealizados do projeto Silmária Alves, que
enfatizou a importância das pessoas denunciarem este tipo de crime através da
denuncia anônima ligando para o disque 100. Ela também agradeceu muito a
participação de todos e abriu uma palavra para que eu pudesse também falar.
Na minha participação relembrei o porquê que se escolheu o dia de 18 de
maio como o dia nacional do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças
e Adolescentes, pois foi neste dia, em 1973, que uma menina de 8 anos, Araceli
Cabrera Sánchez Crespode de Vitória (ES), foi sequestrada, violentada sexualmente
e cruelmente assassinada. Seu corpo apareceu seis dias depois, carbonizado e os
seus agressores nunca foram punidos. Com a repercussão do caso, e forte
mobilização do movimento em defesa dos direitos das crianças e adolescentes, esse
se tornou o dia para que a população brasileira se una e se manifeste contra esse
tipo de violência.
Após minha participação foi apresentado um uma curta metragem, cujo nome
era “O silêncio de Lara” que retratava a vida de uma adolescente de 14 anos que
sofreu abuso sexual desde a sua infância. Atormentada com esse pesadelo que a
assolava há anos, a garota resolveu quebrar o silêncio.
Para finalizar houve uma rápida palavra com o prefeito da cidade José
Augusto que nos parabenizou pela iniciativa do projeto, pela organização e de como
foi executado e agradeceu a todos.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Avaliando os resultados alcançados com a execução desse projeto de


intervenção pode perceber que, informar ainda é a melhor maneira de ser prevenir e
é melhor prevenir que remediar as consequências deixadas em crianças e
adolescentes que foram vítimas de abuso e exploração sexual.
Partindo deste princípio de informar, conscientizar, usamos a estratégias de
palestras para promover o conhecimento de como se combate o crime de abuso e
exploração. Palestras estas, que foram dadas por profissionais que atuam na área e
lidam frequentemente com esse tipo de ocorrência. Usamos também para selar essa
parte de conscientização uma curta metragem que demonstra como ocorre na
prática o abuso.
A sensação que fica é de dever cumprido, pois cumprimos os objetivos
propostos no planejamento, onde o público alvo foi beneficiado através da ampliação
de seus conhecimentos sobre este assunto, mostramos a ele o quanto isso (abuso,
exploração sexual) é real e pode existir na nossa cidade, no nosso setor ou até
mesmo na nossa família sem sequer darmos conta disto.
Outro benefício foi às crianças e adolescente que viram que estamos
engajados na luta por seus direitos e que elas podem se sentir seguras para dizer
quando algo de errado estiver passando com as mesmas.
Sabemos que os resultados não foram só imediatos, também serão ao longo
prazo, porque esperamos, que através deste projeto de mobilização de pessoas a
combater o citado crime, o número de denuncias contra tais práticas venham
aumentar, diminuir o abuso e a exploração e assim assegurar que nossas crianças e
adolescentes estejam protegidos.
Pode se verificar também, que o estágio supervisionado foi essencial para o
minha formação acadêmica, uma vez que, contribuiu muito para ampliar meu
aprendizado na prática, permitindo o conhecimento sobre a realidade profissional do
assistente social, onde pude perceber como a prática e teoria se completam e
ambas são fundamentais para formação profissional do indivíduo.
Tenho consciência que esse conhecimento prático é fundamental para o meu
futuro como assistente social, pois me possibilitou uma compreensão maior dos
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conhecimentos adquiridos, através da observação da prática profissional. Já que o


estágio supervisionado é uma forma de conhecermos, trabalharmos as práticas
profissionais do serviço social, adquirir conhecimentos práticos, através da vivencia
no campo de estágio, assim tomamos conhecimento da realidade da população e
suas necessidades.
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4 REFERÊNCIAS

FUNDAÇÃO ABRINQ. 18 de maio: O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à


Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. São Paulo: 2015. Disponível
em< https://www.fadc.org.br/noticias/113:18-de-maio-o-dia-nacional-de-combate-ao-
abuso-e-a-exploracao-sexual-contra-criancas-e-adolescentes>. Acesso em: 20 abr
2018.

GARCEZ E. M. L. PASSOS PARA A ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE


INTERVENÇÃO. Florianópolis: 2011. Disponível em: <file:///C:/Users/L%C3%A9ia
%20Soares%20Queiroz/Dwnloads/modelo_de_relatorio_de_intervencao_saude_pub
lica.pdf>. Acesso em: 18 abr 2018.

MARTINS, C. B. G. (2008). Violência contra menores de 15 anos no município


de Londrina, Paraná: Análise epidemiológica de suas notificações. Tese de
Doutorado. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

MOURA, A. S. (2007). A criança na perspectiva do abusador sexual.


Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

MOURA, A. S., Koller, S. H. (2008). A criança na visão de homens acusados de


abuso sexual: um estudo sobre distorções cognitivas. Psico-USF, 13 (1), 85-94.

PECHORRO, P.S; POIARES, C. & VIEIRA, R.X. (2008). Caracterização psicologia


de uma mostra forense de abusadores sexuais. Análise psicológica, 4 (26), 61.

VIEIRA, S. M. A. (2010). Ofensores sexuais: das crenças ao estilo de


pensamento. Tese de Doutorado em Psicologia. Universidade do Minho. 221 p.5-
626.
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