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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE MANAUS - CEULM

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA


DISCIPLINA OPERAÇÕES “E”
PROFESSORA Dra. MARLA HORTA

JEFERSON COUTINHO DE SOUZA


CARLOS CASTRO VIEIRA QUARESMA

PROJETO PARA O DIMENSIONAMENTO DE UM TROCADOR DE CALOR


(TIPO PLACA; DUPLO TUBO E CASCO E TUBO).

MANAUS
2021
1) INTRODUÇÃO
Um trocador de calor é um dispositivo que permite que o calor a partir de um
fluido (líquido ou gás) passe para um segundo fluido (líquido ou outro gás), sem os dois
fluidos entrem em contato entre si ou estejam em contato direto. Existem diversos tipos
de trocadores de calor e estes, podem ter diversas aplicações, tais como: aquecimento de
ambientes e ar condicionado, produção de potência, recuperação de calor perdido e
processamento químico.
Os trocadores de calor são essenciais nas indústrias químicas, suas variadas
aplicações e ajuda no processo industrial estão evidentes. Devido as essas condições,
diversas pesquisas estão relacionadas ao assunto para otimizar seu projeto e desempenho.
A classificação dos trocadores de calor está ligada especificamente a seu escoamento e
construção e se dá pela troca de calor entre dois fluidos que estão separados por uma
parede.
Existem diversos tipos de trocadores de calor, os mais simples estão ligados a
construção de um tubo concêntrico ou duplo onde os fluidos quente e frio entram e saem
pela mesma extremidade e se movem no mesmo sentido, esses são denominados
paralelos. Os fluidos que escoam em sentidos opostos são denominados de correntes
contrárias, ou contracorrente, esse por sua vez tem seus fluidos quente e frio entrando e
saindo por extremidades opostas. Existe também a troca de calor por corrente cruzada,
onde o trocador de calor pode ser aletado ou não aletado.
Algumas classes de trocadores de calor são ―especiais‖, os trocadores de calor
compactos, esses utilizam placas ou tubos aletados e são usados quando pelo menos um
dos fluidos está em seu estado gasoso e são caracterizados por um pequeno coeficiente
de convecção, onde o escoamento normalmente é laminar.

2) Trocador de calor Duplo Tubo


Os trocadores de tubo duplo se destacam pela sua facilidade de construção,
manutenção e ampliação da área de troca térmica, sendo geralmente construídos em
dimensões padronizadas, chegando a ter de 1,5 a 7,5 metros de comprimento, geralmente.
Há, entretanto, outros modelos de trocadores que ocupam menos espaço físico e fornecem
maior área de troca térmica, de modo que os trocadores de tubo duplo costumam ser
economicamente viáveis quando os demais não são interessantes e para áreas de troca
térmica de até 30 m².
Arranjo de tubos concêntricos conectados nas extremidades com a finalidade de
suportar o tubo interno mantendo-o centralizado, promover a entrada, a saída ou o retorno
do fluido de uma perna a outra. As correntes quente e fria estão em sentidos opostos,
escoamento contracorrente, ou no mesmo sentido, escoamento paralelo.
Duas pernas de duplo tubo formam um grampo em U (curva de retorno)
geralmente exposto, o qual não fornece uma superfície de T.C. efetiva.
Aplicações de pequena capacidade com superfícies de troca térmica < 50 m2, e
adequada quando um dos fluidos está a alta pressão.
Vantagens: Flexibidade de aplicação e disposição; resistem a grandes pressões e
temperaturas; é possível o verdadeiro escoamento em contracorrente; facilmente limpos;
fácil controle de distribuição de fluxo; calculados de maneira rápida e com precisão
aceitável.
Desvantagens: pequena quantidade da superfície de troca contida num único
grampo, sendo necessário o uso de vários deles para processos industriais, ocupando um
espaço considerável - caro em relação ao custo por m2 de área de troca.

2.1) Trocador de Calor Tipo Placas


Atualmente os trocadores de placas são amplamente utilizados nas operações
liquido-líquido com temperaturas e pressões moderadas, exigindo eficiência térmica, alta
flexibilidade. Conforme exemplificado na figura abaixo, o trocador de placas é
constituído por placas finas suportadas em uma armação, entre as placas há gaxetas que
formam canais de escoamento, onde os fluidos quente e frio circulam, trocando de calor
através de placas metálicas, a área de troca térmica pode ser atingida pela adição ou
subtração de placas.

Figura 01 - Trocador de Calor de Placas na Indústria de Alimentos.


Para esses trocadores de calor do tipo placas, normalmente utiliza-se a sigla PHE
(plate heat exchanger), já a sigla para o trocador de calor a placas com gaxetas é gasketed
plate heat exchanger ou plate and frame heat exchanger. Porém, existem ainda outros
tipos menos comuns desse equipamento, como o espiral ou o de lamela. Todos eles se
utilizam do mesmo princípio: os fluidos escoam por estreitos canais e trocam calor através
de finas chapas metálicas (GANGHIS, 2000).
As comuns desvantagens encontradas no trocador de calor tipo placas são alta
perda de carga devido ao pequeno espaço de escoamento entre elas, limitações de pressão
e temperatura, proporcionadas pelo extenso uso de gaxetas propiciando vazamentos,
somente aplicações líquido-líquido e vazamentos nas placas porque as placas são finas
ocasionando corrosão nelas. Já suas vantagens são a alta flexibilidade que possibilita
redimensionar, facilidade de versatilidade, economia de espaço, facilidade de limpeza,
manutenção, alto rendimento térmico e controle (INCROPERA e DE WITT, 2006).

2.2) Trocadores Tipo Casco e Tubo


São chamados de Trocadores tipo casco e tubo (shell and tube), aqueles que são
constituídos basicamente de um feixe de tubos envolvidos por um casco, que
normalmente é cilíndrico, onde é circulado um dos fluidos externamente ao feixe e o outro
pelo interior dos tubos. Os componentes principais dos trocadores tipo casco e tubo são
representados pelo cabeçote de entrada, casco, feixe de tubos e cabeçote de retorno ou
saída (GANGHIS, 2000).
São os trocadores mais utilizados em processos indústrias tanto para o
resfriamento, aquecimento, evaporação e condensação de variados tipos de fluidos. Suas
vantagens são relatadas e vistas diretamente na fabricação, rendimento térmico e custo,
tendo ampla faixa de temperatura e pressão (INCROPERA e DE WITT, 2006).
Conforme um trocador de contracorrente, os fluidos entram por extremidades
opostas. Dessa forma, a transferência de calor passa a ser mais eficiente, a troca de calor
é maior e uma maior diferença de temperaturas é atingida quando comparada à
configuração em paralelo, ou seja, quando fluidos entram pela mesma extremidade do
trocador. Geralmente o fluido circula pelos cascos e a água de resfriamento, pelos tubos.
Figura 02 - Diferentes configurações de trocadores de calor casco e tubo (fonte Cengel e Cimbala 2015).

Quanto a esses modelos, a maior distinção para os tipos tubulares é sua economia
em espaço, sendo um tipo compacto de trocador. Correspondendo a sua maior vantagem.
Sua estrutura é formada por um conjunto de placas, normalmente lisas – mas em alguns
casos dispõe de ondulações - dispostas ordenadamente em sequência.
Tal conjunto de placas é sustentado por uma armação metálica (trocador placas
e armação) e os fluidos escoam por entre as placas. A vedação é feita com borrachas,
evitando vazamento do sistema.

2.3 Trocador de Calor de Duplo Tubo


São construídos em tubos circulares, usados geralmente na transferência de calor
líquido/líquido, onde um líquido escoa na parte interna do tubo e o outro na parte externa.
Esses trocadores são usados para as funções de fazer o aquecimento, resfriamento,
condensadores, economizadores e também para controle de temperatura em tanques de
armazenamento. São também fabricados em modelos diferenciados dependendo da área
de troca térmica, o tamanho do equipamento e o processo de troca descrevem
(MORTEAN, 2014).

Figura 03 - Trocador de Calor de Tubo Duplo (ARAÚJO, 2002).


Um típico trocador de calor de tubo duplo consiste de um tubo colocado
concentricamente dentro de outro tubo de diâmetro maior. Onde um fluxo com uma
temperatura passa por dentro do tubo de diâmetro menor e o outro com temperatura
diferente passa pelo tubo de diâmetro maior. Vários trocadores de calor de tubo duplo
podem ser colocados em série ou paralelo para atender a perda de carga e a temperatura
adequada do projeto. O principal uso deste trocador de calor se faz em processos que
necessitem de sensível aquecimento ou resfriamento onde pequenas áreas são requeridas
(FELICIO 2012).

Parâmetros Técnicos (Fonte SECESPOL, 2020).

• Um trocador consiste de um número de seções conectadas em série através de


tubos curvos e montadas em uma estrutura
• Uma seção única é composta por um tubo de menor diâmetro (lado do produto)
montado dentro de um tubo de maior diâmetro (lado do casco)
• O número e o tamanho das seções dependem dos parâmetros termodinâmicos
definidos
• Em caso de diferença significativa de temperatura entre o lado do produto e o
lado do casco, um anel de expansão para absorver o alongamento dos tubos é usado
• Também é possível fabricar o trocador com juntas soldadas em vez de flanges
no lado do corpo.

3. PROJETO DE TROCADORES DE CALOR TIPO DUPLO TUBO

Trocador de calor de tubo duplo. (de Kern,1980 e Perry,1980)


O tubo interno é mantido dentro do tubo externo por meio de buchas de apoio, e o fluido
entra no tubo interno através de uma conexão rosqueada localizada fora da seção própria do
trocador de calor. Os tês possuem conexões com rosca ou com bocais que são a eles ligados com
a finalidade de permitir a entrada e a saída do fluido que escoa na parte anular, e que passa de um
ramo para o outro através do cabeçote de retorno.
Os dois comprimentos do tubo interno estão conectados por uma curva de retorno que
é usualmente exposta e não fornece uma superfície de transmissão de calor efetiva. Quando
disposta segundo dois ramos.A unidade denomina-se grampo. O trocador de duplo tubo é
extremamente útil porque ele pode ser disposto em qualquer conjunto com conexões de tubos
através de partes padronizadas e fornece uma superfície barata para a transferência de calor. Os
tamanhos padronizados dos tês e dos cabeçotes de retorno são fornecidos.

4. ROTEIRO DE CÁLCULO DE UM TROCADOR COM DUPLO TUBO


O método consiste simplesmente em calcular he, e hi, para obter U. A área pode
ser calculada mediante a equação Q =UA∆Tm.
O primeiro problema é determinar qual dos fluidos deve ficar na parte anular e
qual deve ficar no tubo interno. Para quedas de pressão igualmente possíveis tanto na
corrente quente quanto na corrente fria, podemos empregar o arranjo que produz as
vazões mássicas e quedas de pressões o mais aproximadamente iguais quanto possível.
De acordo com a tabela abaixo:

Áreas de escoamento e diâmetros equivalentes em trocadores com tubos duplos.

As temperaturas dos fluidos quente e frio estão representadas por letras


maiúsculas e minúsculas, respectivamente. Todas as propriedades dos fluidos são
indicadas por letras minúsculas, não havendo distinção na nomenclatura das propriedades
entre os fluidos quente e frio.
1) Condições do processo necessárias:

Fluido quente: Fluido frio:


T1 = temperatura de entrada do fluido t1 = temperatura de entrada do
quente. fluido frio.
T2 = temperatura de saída do fluido t2 = temperatura de saída do fluido
quente. frio.
m q = vazão do fluido quente. m f = vazão do fluido frio.
∆p = perda de carga permitida. ∆p = perda de carga permitida.
Rd = resistência de depósito. Rd = resistência de depósito

2) Temperaturas médias: Calcular as temperaturas médias dos dois fluidos.

3) Propriedades físicas: Na temperatura média avaliar as seguintes propriedades


para ambos os fluidos:

Cp = calor específico a pressão constante.


s ou ρ = densidade ou massa específica.
µ = viscosidade dinâmica.
k = condutividade térmica.

4) Seleção dos tubos: Arbitrar o diâmetro dos tubos e o comprimento.


5) Balanço de calo r: Verificar o balanço de calor.

6) Calcular a MLDT:
Para o tubo interno:
7) Área de escoamento:

8) Velocidade do escoamento:

9) Reynolds:

10) Prandtl:

11) Nusselt: Escolher a equação adequada de acordo com o tipo de escoamento. Na


primeira iteração arbitrar Tp para avaliar µp.
a) # Laminar

b) # Turbulento

12) Coeficiente de transferência de calor por convecção:

# Para o anel:
13) Área de escoamento:
14) Diâmetro equivalente:

15) Velocidade do escoamento:

16) Reynolds:

17) Prandtl:

18) Nusselt: Escolher a equação adequada de acordo com o tipo de escoamento. Na


primeira iteração arbitrar Tp para avaliar µp.
# Laminar

# Turbulento

19) Coeficiente de transferência de calor por convecção:

# Para Cálculo da Área

20) Coeficiente global de troca térmica:


21) Área total de troca térmica:

22) Número de tubos:

22.1) Número de grampos:

CÁLCULO DA PERDA DE CARGA:


# Para o tubo interno:
23) Fator de atrito:
De acordo com o número de Reynolds, calculado em (9), determina-se o fator de atrito
por:
# para escoamento laminar:

# para escoamento turbulento em tubos lisos:

# para escoamento turbulento em tubos rugosos:

24) Perda de carga no tubo


# Para o anel:
25) Diâmetro equivalente:

26) Reynolds para perda de carga no anel:

27) Fator de atrito


Determina-se o fator de atrito por:
# para escoamento laminar:

# para escoamento turbulento em tubos lisos:

# para escoamento turbulento em tubos rugosos:

28) Perda de carga no anel

29) Perda na entrada e na saída


# Uma carga cinética para cada grampo

30) Perda total

OBS: Se as condições estabelecidas inicialmente não forem atendidas, retornar ao ponto


1 e arbitrar outros diâmetros e comprimentos para os tubos com a finalidade de reduzir a
perda de carga.
4. REFERENCIAL TEÓRICO

ÇENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. 3.


ed. Brasil: AMGH Editora, 2015.

FELICIO, R. S. Design of heat exchanger applied to the water cooling mold of a


continuous casting process. 2012. 92f. Graduate Work (Graduate in Mechanical
ngineering) – Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá, Universidade
Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2012.

GANGHIS, DIÓGENES. Apostila de trocadores de calor - centro federal de educação


tecnológica. CEFET/BA. Disponível em . Acessado em 02/05/2021.

INCROPERA, Frank P. et al. Fundamentos de transferência de calor e massa. 6. ed.


Rio de Janeiro – RJ: LTC, 2006.

MORTEAN, Marcus Vinicius Volponi. Desenvolvimento de tecnologias de recheios


para trocadores de calor compactos soldados por difusão. 2014. 212 f. Dissertação
(Dissertação de mestrado) - Programa de pós-graduação em engenharia mecânica,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis - SC, 2014.

essel.com.br/cursos/03_trocadores.htm <acesso em 02 de maio de 2021> às 18:19 hs.

trocadores de calor (slideshare.net) <acesso em 02 de maio de 2021> às 20:25 hs.

https://docero.com.br/show/?q=projeto+trocador+de+calor+duplo+tubo <acesso em 02
de maio de 2021> às 22:20 hs.

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