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ESCOLA DE MINAS
Departamento de Engenharia Mecânica
SISTEMAS TÉRMICOS
1.1. INTRODUÇÃO
1.2. DEFINIÇÃO
Trocador de calor é o dispositivo usado para promover a transferência de calor entre duas ou
mais substâncias que apresentam temperaturas diferentes (na maioria dos casos a transferência de
calor ocorre entre dois fluidos). Este processo é comum em muitas aplicações da Engenharia.
Podemos utilizá-lo no aquecimento e resfriamento de ambientes, no condicionamento de ar, na
produção de energia, na recuperação de calor e no processo químico. Em virtude das muitas
aplicações importantes, a pesquisa e o desenvolvimento dos trocadores de calor têm uma longa
história, mas ainda hoje se busca aperfeiçoar o projeto e o desempenho de trocadores, baseada na
crescente preocupação pela conservação de energia. A Figura 1.1 mostra fotos de trocadores de
calor casco tubo.
Existem muitos tipos de trocadores de calor e por consequência existe mais de um modo de
classificá-los. Podemos considerar a classificação de acordo com: (1) o processo de transferência, (2)
o fator de compactação, (3) o tipo de construção, (4) as disposições das correntes e (5) o mecanismo
da transferência de calor.
Na disciplina são abordadas duas classificações: aquela que divide os trocadores entre aqueles
que utilizam o contato direto e os de contato indireto e outra que os classifica em função das suas
características de construção.
TROCADORES DE CALOR
No trocador de calor de contato direto, a transferência de calor ocorre entre dois fluidos
imiscíveis, como um gás e um líquido, que entram em contato direto. Aplicações comuns de um
trocador de contato direto envolvem transferência de massa além de transferência de calor;
aplicações que envolvem só transferência de calor são raras. Comparado a recuperadores de
contato indireto e regeneradores, são alcançadas taxas de transferência de calor muito altas. Sua
construção é relativamente barata. As aplicações são limitadas aos casos onde um contato direto
de dois fluxos fluidos é permissível. As torres de resfriamento, condensadores com nebulização
para vapor de água e outros vapores utilizando pulverizadores de água são exemplos típicos de
trocadores de calor por contato direto. A Figura 1.2 mostra um esquema de um trocador de calor
de contato direto.
No trocador de calor de contato indireto, como os radiadores de automóveis, os fluidos
quente e frio são separados por uma superfície impermeável e recebem o nome de trocadores de
superfície. Não há mistura dos dois fluidos. Os trocadores de contato indireto classificam-se em:
trocadores de transferência direta e de armazenamento.
TROCADORES DE CALOR
Espiral Espiral
A. Trocadores de casco e tubo: Este trocador é construído com tubos e um casco. Um dos fluidos
passa por dentro dos tubos, e o outro pelo espaço entre o casco e os tubos. Os principais
componentes deste tipo de trocador de calor são o feixe de tubos, o casco, os cabeçotes e as
chicanas. As chicanas sustentam os tubos, dirigem a corrente do fluido na direção normal aos tubos
e aumentam a turbulência do fluido no casco. Há vários tipos de chicanas e a escolha do tipo de
chicana, da geometria e do espaçamento depende da vazão, da perda de carga permitida no lado
do casco, das exigências da sustentação dos tubos e das vibrações induzidas pelo escoamento. A
Figura 1.4 ilustra as principais partes de um trocador de calor tipo casco e tubo.
Saída do lado
do tubo Saída do lado
do casco Cabeçote
Chicana
FIGURA 1.4 – Trocador de calor casco e tubo; um passe no casco e um passe no tubo.
B. Trocador tubo duplo: O trocador de tubo duplo consiste de dois tubos concêntricos. Um dos
fluidos escoa pelo tubo interno e o outro pela parte anular entre tubos, em uma direção de
contracorrente (Figura 1.5a) ou em direção paralela (Figura 1.5b). Este é talvez o mais simples de
todos os tipos de trocador de calor pela fácil manutenção envolvida. É geralmente usado em
aplicações de pequenas capacidades.
Tf.e
Tf.s
Tf.s Tf.e
(a) Contracorrente (b) Correntes paralelas
FIGURA 1.5 – Trocador de calor tubo duplo.
C. Trocador de calor em serpentina: Este tipo de trocador consiste em uma ou mais serpentinas
(de tubos circulares) ordenadas em um casco. A transferência de calor associada a um tubo espiral
é mais alta que para um tubo duplo. Além disto, uma grande superfície pode ser acomodada em
um determinado espaço utilizando as serpentinas. As expansões térmicas não são problema, mas
a limpeza é muito problemática. A Figura 1.6 mostra um trocador de calor de serpentina.
A. Placa aleta
O fator de compactação deste tipo de trocador de calor pode ser aumentado
significativamente (até cerca de 6.000 m2/m3). As aletas planas ou onduladas são separadas por
chapas planas. A Figura 1.8 mostra este tipo de trocador de calor. Correntes cruzadas,
contracorrente ou correntes paralelas são arranjos que podem ser obtidos com facilidade mediante
orientação conveniente das aletas em cada lado da placa. Os trocadores tipo placa aleta são
geralmente empregados nas trocas de gás para gás, porém em aplicações de baixa pressão (que
não ultrapassem cerca de 10 atm). As temperaturas máximas de operação estão limitadas a cerca
de 800ºC.
B. Tubo aleta
Os trocadores de calor tipo tubo aleta podem ser utilizados em um largo domínio de pressão
do fluido nos tubos (não ultrapassando cerca de 30 atm) e operam em temperaturas que vão desde
as baixas (nas aplicações criogênicas) até cerca de 870ºC. A densidade máxima de compactação é
cerca de 330 m2/m3, menor que a dos trocadores de calor tipo placa aleta. Os trocadores de calor
tipo tubo aleta são empregados em turbinas a gás, em reatores nucleares, em automóveis e
aeroplanos, em bombas de calor, em refrigeração, em eletrônica, criogenia, em condicionadores
de ar e muitas outras aplicações. A Figura 1.9 mostra este tipo de trocador.
Nos regeneradores do tipo dinâmico, o miolo tem a forma de um tambor que gira em torno de
um eixo de modo que uma parte qualquer passa periodicamente através da corrente quente e, em
seguida, através da corrente fria. O calor armazenado no miolo durante o contato com o gás quente é
transferido para o gás frio durante o contato com a corrente fria. Os regeneradores rotativos podem
operar em temperaturas convenientes para troca de calor de gás para gás, pois somente com gases a
capacidade calorífica do miolo que transfere calor é muito maior do que a capacidade calorífica do gás
escoante. Não é conveniente para a transferência de calor líquido-líquido.
Os diferentes tipos de cascos estão ilustrados na Figura 1.10. O mais simples é o tipo TEMA
E. O tipo TEMA F possui dois passes no casco devido a uma chicana longitudinal existente. O
tipo TEMA G é o chamado tipo fluxo dividido com uma chicana longitudinal. O tipo TEMA J é
o chamado tipo fluxo dividido com uma entrada e duas saídas. Alguns tipos de trocadores de calor
são mostrados na Figura 1.11 para exemplificação do emprego das normas TEMA.
O esquema do feixe de tubos é uma importante característica do projeto térmico e hidráulico
do trocador. O projeto mecânico do feixe de tubos envolve uma cuidadosa consideração da
expansão térmica dos tubos e sua acomodação dentro do casco. Dentre as alternativas destacam-
se: Tipo tubo fixo, tipo tubo em U e tipo cabeçote flutuante.
As considerações térmicas e hidráulicas favorecem a redução de diâmetro dos tubos devido
a maior superfície de transferência de calor com um dado casco. As práticas de limpeza dos tubos
limitam os diâmetros dos tubos a um mínimo de aproximadamente 20 mm (diâmetro externo). Em
geral, quanto maiores os tubos, menor o custo do trocador para uma dada área, entretanto, tubos
muito longos pode aumentar a dificuldade do projeto do casco. Pode-se também tornar difícil
arranjar suficientes chicanas para fornecer adequado suporte aos tubos. A Figura 1.12a ilustra os
principais arranjos de tubos empregados nos trocadores casco-tubo. A Figura 1.12b mostra alguns
diferentes tipos de chicanas.
Emprega-se o layout quadrado quando há a necessidade de uma limpeza mecânica externa
do arranjo de tubos. Neste layout, o espaçamento entre centros de tubos fica em torno de 6,35 mm.
O arranjo triangular permite que mais tubos sejam colocados em um dado espaço. O espaçamento
entre os centros de tubos é o menor no arranjo triangular.
Lpp
qtp = 30º
q tp Ltp = 0,5 Ltp Lpp
Ltp Lpp = 0,866 Ltp qtp = 45º
Lpn L pt Ltp = 0,707 Ltp
Lpp = 0,707 Ltp
q tp
q tp Lpn
Ltp qtp = 90º
= Ltp = Ltp
Lpn Lpp = Ltp
1,44 Lpt
Lpp
Casco
perfuração
Casco
Casco
Disco
perfuração
Arruela
Casco
Disco
Arruela
Nos trocadores de calor estacionários, a transferência de calor do fluido quente para o fluido
frio provoca variação da temperatura de um ou de ambos os fluidos que passam através do
trocador. A Figura 1.13 ilustra como a temperatura do fluido varia ao longo do percurso no
trocador de calor, para trocadores de calor com um passe. Em cada instante, a distribuição de
temperatura é plotada em função da área ou em função da distância de entrada do fluido frio no
trocador de calor. Nas configurações de escoamento multipasse e cruzado, a distribuição de
temperatura, no trocador de calor, exibe padrão mais complicado.
DT2
Escoamento contracorrente DT1
Temperatura
DT1 DT2
O fluido frio evapora
TA
Fluido A (quente)
Fluido B (frio)
q
T1 TA T1 T2 TB
h1
T2 1 Dx 1
q h2
h1A kA h 2A
TB
O calor transferido através da parede plana da Figura 1.14a é dado por (Holman, 1983):
𝑇𝐴 − 𝑇𝐵
𝑞̇ =
1 ∆𝑥 1 (1.1)
+ +
ℎ1 𝐴 𝑘𝐴 ℎ2 𝐴
Q U A DTtotal (1.2)
Do ponto de vista do projeto de trocadores de calor, a parede plana não é de utilização muito
freqüente; um caso mais importante a ser considerado é o trocador de calor de tubo duplo, mostrado
na Figura 1.5. Nesta aplicação, um dos fluidos escoa pelo interior do tubo interno enquanto o outro
fluido escoa pelo espaço anular entre os dois tubos. A relação para o calor transferido neste caso é
dada pela equação (1.3).
𝑇𝐴 − 𝑇𝐵
𝑞̇ =
1 𝑙𝑛(𝑟𝑒 ⁄𝑟𝑖 ) 1 (1.3)
+ +
ℎ𝑖 𝐴𝑖 2𝜋𝑘𝐿 ℎ𝑒 𝐴𝑒
1
Ui
1 A i ln(re /ri ) A i 1 (1.4a)
hi 2kL Ae h e
1
Ue
A e 1 A e ln(re /ri ) 1 (1.4b)
Ai h i 2kL he
Embora os projetos finais de trocadores de calor sejam feitos com base em cálculos
cuidadosos de U, é conveniente dispor-se de uma relação de valores do coeficiente global de
transferência de calor para diversas situações que possam ser encontradas na prática. A Tabela 1
apresenta uma relação resumida dos valores de U. Outras tabelas com valores de U podem ser
encontradas em apêndices de livros de transferência de calor. Em muitos casos, o valor de U é
controlado por apenas um dos coeficientes de transferência de calor por convecção. Na maioria
dos problemas práticos a resistência térmica de condução é pequena se comparada com as
resistências de convecção. Desta forma, se um valor de h for significativamente menor que o outro
valor, a tendência é que este valor seja dominante na equação de U.
Exemplo 1:
Um tubo de 10 cm de diâmetro, contendo vapor de água em seu interior, cuja temperatura
superficial externa é de 110°C, passa por uma zona aberta que não está protegida contra o vento.
Determine a razão de perda de calor do tubo por unidade de comprimento, quando o ar está a 1
atm e a 10°C e o vento sopra através do tubo a uma velocidade de 8 m/s.
Hipóteses: (1) Existem condições estacionárias de operação; (2) Os efeitos de radiação são
desprezíveis; (3) O ar é um gás ideal.
O número de Nusselt pode ser determinado a partir da equação de Sieder Tate (considerando a
viscosidade na parede do lado de fora, w, como sendo a viscosidade do ar a 110ºC – Tabela A.15
do Çengel):
1/3 𝜇 0,14
𝑁𝑢 = 0,027𝑅𝑒𝐷0,8 𝑃𝑟 ( )
𝜇𝑤
0,14
2,008.10−5
𝑁𝑢 = 0,027 × (42190)0,8 (0,7202)1/3 ( )
2,2225.10−5
𝑁𝑢 = 119,63
𝑘 0,02808
ℎ = 𝑁𝑢 = 119,63 × ( )
𝐷 0,10
𝑊
ℎ = 33,59
𝑚2 º𝐶
Exemplo 2:
Óleo quente deve ser resfriado em um trocador de calor duplo tubo em contracorrente. Os tubos
de cobre internos têm um diâmetro de 2 cm e espessura desprezível. O diâmetro interno do tubo
externo (casco) é de 3 cm. A água escoa através do tubo a uma taxa de 0,5 kg/s e o óleo, através
do casco, a uma taxa de 0,8 kg/s. Considerando as temperaturas médias da água e do óleo 45ºC e
80ºC, respectivamente, determinar o coeficiente global de transferência de calor deste trocador.
Hipóteses:
• A resistência térmica do tubo interno é desprezível, uma vez que o material do tubo
é altamente condutor e a sua espessura é desprezível.
• Tanto o escoamento do óleo quanto o escoamento da água são completamente
desenvolvidos.
• As propriedades do óleo e da água são constantes.
O coeficiente global de transferência de calor (U) pode ser determinado a partir de:
1 1 1
U hi ho
Sendo: hi e ho os coeficientes de transferência de calor por convecção dentro e fora do tubo,
respectivamente, que devem ser determinados usando as relações de convecção forçada.
O diâmetro hidráulico para um tubo circular é o próprio diâmetro do tubo (Dh = 0,02 m). A
velocidade média (umed,tubo) da água no tubo e o número de Reynolds são:
𝑚̇ 𝑚̇ 0,5 𝑚
𝑢𝑚𝑒𝑑,𝑡𝑢𝑏𝑜 = = 2
= 2
= 1,61
𝜌 𝐴𝑡 𝜌 0,25 𝜋 𝐷 990,1 × 0,25 × 𝜋 × 0,02 𝑠
Agora, repete-se a análise acima para o óleo. As propriedades do óleo a 80ºC são:
= 852 kg/m3 ; k = 0,138 W/(m.ºC) ; = / = 3,794 x 10-5 m2/s; Pr = 499,3
O número de Reynolds para o escoamento do óleo é inferior a 2300, o que implica que o
escoamento é laminar. Considerando o escoamento plenamente desenvolvido, o número de
Nusselt no espaço anular (Nu0), que corresponde a (Di/Do = 0,02/0,03 = 0,667) pode ser
determinado a partir da Tabela a seguir por interpolação como Nu = 4,574.
Tabela: Número de Nusselt para escoamento laminar completamente desenvolvido em anel circular com uma
superfície isolada e outra isotérmica (Kays and Perkins).
𝑘 0,138 (𝑊/𝑚. 𝐾) 𝑊
ℎ0 = 𝑁𝑢 = × 4,574 = 63,12 2
𝐷ℎ 0,01 𝑚 𝑚 .𝐾
Note que U ho, uma vez que hi ho. Quando a diferença de valores entre os coeficientes
de convecção é grande, o valor do coeficiente global de transferência de calor aproxima-se do
menor valor.
Exemplo 3:
Um trocador de calor de tubo duplo é construído com um tubo interno de aço inoxidável (k = 15,1
W/m.K) de diâmetro interno (Di,i) de 15 mm e diâmetro externo (Di,o) de 19 mm e um casco externo
de diâmetro interno (Di,e) de 32 mm. O coeficiente de transferência de calor por convecção (hi) é
800 W/m2.K sobre a superfície interna do tubo e (ho) 1200 W/m2.K sobre a superfície externa do
tubo. Para um fator de incrustação (Rf,i) de 0,0004 m2.K/W no lado do tubo e (Rf,o) 0,0001 m2.K/W
no lado do casco, determinar (a) a resistência térmica do trocador de calor por unidade de
comprimento e (b) os coeficientes globais de transferência de calor (Ui e Uo) baseados nas
superfícies interna e externa do tubo, respectivamente.
Na análise térmica dos trocadores de calor, a taxa total de transferência de calor (Q) através
do trocador é uma quantidade de interesse primordial. Concentrando a atenção nos trocadores de
calor de passe único, que têm a configuração de escoamento do tipo ilustrado na Figura 1.15
(observar o trocador de correntes paralelas ilustrado na Figura 1.5b). Como hipótese de trabalho,
vamos considerar fluido quente no tubo central e fluido frio no espaço anular entre tubo central e
casco. O fluido quente entra à temperatura Tq,e e sai à temperatura Tq,s. Por outro lado, o fluido frio
entra à temperatura Tf,e e sai à Tf,s. O comprimento do trocador é L e a área de troca é A. Neste
estudo, considera-se uma área elementar (dA) de troca de calor e depois integra-se os elementos
para abranger toda a área.
Temperatura
Tq,e
mq
-dTq
Tq,s
dQ
DT1 DT2
Tf,s
mf +dTf
Tf,e
dA
A taxa de transferência de calor (dQ) do fluido quente para o frio, através de uma área
elementar (dA) é dada por:
𝑑𝑄 = 𝑈 𝑑𝐴 (𝑇𝑞 − 𝑇𝑓 ) (1.5)
t 2 t1 Tf , s Tf , e
P
T1 t1 Tq, e Tf , e (1.18b)
FIGURA 1.16 – Fator de correção (F) para trocador de calor casco-tubo com um passe no casco e
dois (ou um múltiplo de dois) passes no tubo (Bejan, 1996).
FIGURA 1.17 – Fator de correção (F) para trocador de calor casco-tubo com dois passes no casco e
quatro (ou múltiplo de quatro) passes no tubo (Bejan, 1996).
FIGURA 1.18 – Fator de correção (F) para trocador de calor com correntes cruzadas, com os dois
escoamentos não misturados e com passes únicos (Bejan, 1996).
FIGURA 1.19 – Fator de correção (F) para trocador de calor com correntes cruzadas, com um
escoamento não misturado, outro misturado, e com passes únicos (Bejan, 1996).
FIGURA 1.20 – Fator de correção (F) para trocador de calor com correntes cruzadas, com os dois
escoamentos misturados e com passes únicos (Bejan, 1996).
Exemplo 4:
Água entra em um tubo fino de cobre de 2,5 cm de diâmetro interno de um trocador de calor a
15ºC, a uma taxa de 0,3 kg/s e é aquecida pela condensação de vapor a 120ºC do lado de fora. Se
o coeficiente médio de transferência de calor é de 800 W/m2K, determinar o comprimento do tubo
necessário para aquecer a água até 115ºC.
Exemplo 5:
Um trocador de calor, casco e tubos, deve ser projetado para aquecer 2,5 kg/s de água de 15 a
85ºC. O aquecimento deve ser feito utilizando óleo de motor, que está disponível a 160ºC,
escoando ao longo do casco do trocador. O óleo é capaz de prover um coeficiente médio de troca
de calor por convecção de he = 400 W/m2.K no lado exterior dos tubos. Considera-se que 10 tubos
conduzam a água. Cada tubo, de paredes finas, tem diâmetro igual a 25 mm, e passam 8 vezes
através do casco. Se o óleo deixar o trocador a 100ºC, qual é a sua vazão? Qual deve ser o
comprimento dos tubos para que o aquecimento se verifique? (Considere o Cp do óleo a 130ºC
igual a 2350 J/kg.K)
SOLUÇÃO
O primeiro passo será listar de forma mais organizada as informações passadas pelo enunciado.
Portanto:
Fluido Tentrada Tsaída Vazão Mássica
Quente: óleo 160ºC 100ºC ?
Frio: água 15ºC 85ºC 2,5 kg/s
Outras informações:
• hext: 400 W/m2.K; Casco e Tubos;
• 10 Tubos, D = 25 mm, 8 passes; 1 passe no casco;
• calor trocado: ? DTLM: ?
• Área: ?
O valor indicado pelo número de Reynolds mostra um fluxo turbulento da água no tubo. Assim,
determina-se o número de Nusselt e o coeficiente de troca de calor por convecção a partir da
correlação de Sieder Tate. Para isso, será adotada a temperatura média do outro fluido (130ºC)
como a temperatura na parede, para determinação da viscosidade na parede - w):
1
𝑁𝑢 = 0,027𝑅𝑒 0,8 𝑃𝑟 3 (𝜇 ⁄𝜇𝑤 )0,14
𝑘 0,643 (𝑊/𝑚. 𝐾) 𝑊
ℎ𝑖 = 𝑁𝑢 = × 146,58 = 3769,94 2
𝐷ℎ 0,025 𝑚 𝑚 .𝐾
A determinação do fator F é feita através da Figura a seguir (um passe na carcaça e 8 nos
tubos). Para isto, determinam-se os valores de R e de P:
• Valor de R = (160 - 100) / (85 - 15) = 0,86
• Valor de P = (85 - 15) / (160 - 15) = 0,48
Observações finais: (a) A hipótese que U seja constante ao longo do tubo deve ser verificada. (b)
Como há 8 passes nos tubos, o comprimento do casco será 37,06/8 = 4,63 metros. Ou seja, o
comprimento será de 5 metros, considerando o espaço para acomodação dos espelhos e chicanas.
A efetividade de um trocador de correntes paralelas para o caso do fluido quente ter a menor
capacitância é dada pela equação (1.22).
𝑄𝑒𝑓𝑒𝑡 (𝑚̇𝑞 𝐶𝑝𝑞 )(𝑇𝑞,𝑒 − 𝑇𝑞,𝑠 ) (𝑇𝑞,𝑒 − 𝑇𝑞,𝑠 )
𝜀= = = (1.22)
𝑄𝑚𝑎𝑥 (𝑚̇𝑞 𝐶𝑝𝑞 )(𝑇𝑞,𝑒 − 𝑇𝑓,𝑒 ) (𝑇𝑞,𝑒 − 𝑇𝑓,𝑒 )
Para o trocador de calor de correntes opostas nas mesmas condições, a expressão é a mesma,
como pode ser visto facilmente. Para o caso em que o fluido frio seja o de menor capacitância, a
dedução irá mostrar um resultado análogo, permitindo escrever as relações:
Tf ,s Tf , e
mff
Tq, e Tf , e (1.23a)
mfq
Tq, e Tq,s
Tq, e Tf , e (1.23b)
Sendo que os subscritos mff e mfq indicam “mínimo fluido frio” e “mínimo fluido quente”.
Como visto na dedução da temperatura média logarítmica, a relação (1.24) é verdadeira para
um trocador de correntes paralelas:
Tq, s Tf , s
ln
1 1
Tq, e Tf , e Cmin Cmax (1.24)
U. A
NUT (1.28)
C min
Sendo: NUT o número de unidades de transferências (NTU em inglês). Deve ser observado
que NUT é uma grandeza adimensional. Com isto, a equação (1.26) pode ser escrita como:
Tq, s Tf , s
exp NUT . 1 Z
Tq, e Tf , e
(1.29)
Ou:
Tq, s Tf , s 1 1 Z .
Tq, e Tf , e mff (1.33)
Na qual CP indica a efetividade do trocador de correntes paralelas. A Figura 1.21 mostra a
relação da efetividade com NUT graficamente, para valores de Z de 0 a 1.
Rearranjando a equação (1.34) é possível produzir uma equação adequada para calcular o
NUTCP numa aplicação onde a efetividade e Z são conhecidas:
ln1 CP 1 Z
NUTCP (1.35)
1 Z
Dois casos limites da relação (1.34) são interessantes. Quando Cmin = Cmax (Z = 1), a equação
reduz-se a:
CP
1
1 exp 2NUT (1.36)
2
O outro caso limite é aquele em que (Cmin/Cmax) 0. Nestes casos uma das correntes que
escoa no trocador apresenta mudança de fase a pressão constante e a efetividade é dada por:
CP 1 exp NUT (1.37)
A Figura 1.21 mostra o gráfico da efetividade de um trocador de calor de correntes paralelas
em função do número de unidades de transferência (NUT).
70
60
50
40
30
20
10
0
0,1 1 10
Número de unidades de transferência (NUT)
Para um trocador de correntes contrárias ou opostas, uma análise pode ser feita, embora de
forma muito mais elaborada. Os resultados podem ser resumidos da forma:
1 exp NUT . 1 Z
CO
Z exp NUT . 1 Z
(1.38)
1 Z . CO
ln
1 CO (1.39)
NUTCO
1 Z
Estas relações estão apresentadas graficamente na Figura 1.22. Deve ser observado que a
situação Z = 1 faz com que a efetividade fique indeterminada. Pela aplicação da regra de L'Hopital,
esta indeterminação é levantada e obtém-se:
NUT
CO (1.40)
1 NUT
Já no caso em que Z 0 (mudança de fase a pressão constante), tem-se:
CO 1 exp NUT (1.41)
Note que a equação da efetividade para o segundo caso limite (equação 1.41) é exatamente
igual à relativa a trocadores de calor com correntes paralelas (equação 1.37). Isto ocorre porque a
temperatura ao longo da superfície de transferência de calor e os sentidos os escoamentos perdem
totalmente o significado. A Figura 1.22 mostra a efetividade de um trocador de correntes opostas
em função do número de unidades de transferência.
70
60
50
40
30
20
10
0
0,1 1 10
Número de unidades de transferência (NUT)
As Figuras 1.23 a 1.27 mostram as curvas de efetividade – NUT para cinco arranjos de
escoamentos. Note que estas figuras se aplicam aos mesmos arranjos para os quais as Figuras 1.14
a 1.16 foram construídas. Nas figuras é possível observar que a efetividade é função do número de
unidades de transferência (NUT), da relação entre os produtos (𝑚̇𝐶𝑝) e do arranjo dos
escoamentos.
FIGURA 1.23 – Efetividade para trocador de calor com correntes cruzadas (passe único) e não
misturadas (Bejan, 1996).
FIGURA 1.24 – Efetividade para trocador de calor com correntes cruzadas (passe único) e com um
escoamento misturado (Bejan, 1996).
FIGURA 1.25 – Efetividade para trocador de calor com correntes cruzadas (passe único) e
misturadas (Bejan, 1996).
FIGURA 1.26 – Efetividade para trocador de calor casco-tubo com um passe no casco e dois (ou
múltiplo de dois) passes nos tubos (Bejan, 1996).
FIGURA 1.27 – Efetividade para trocador de calor trocador de calor casco-tubo com dois passes no
casco e quatro (ou múltiplo de quatro) passes nos tubos (Bejan, 1996).
𝑅
1 𝑃𝑠 𝐶𝑝
𝑊̇𝑐𝑜𝑚𝑝 = 𝑚̇ 𝐶𝑝 𝑇𝑒 [( ) − 1] (1.44)
𝜂𝑐 𝑃𝑒
Aa Ad
ua ub uc ud
b c Ac
Ab
a d
Pa Pb
1 2a - b
bub2 K bub2 (1.47)
c
2 2
Sendo que a-b representa a razão de contração:
A área da seção de escoamento
a -b b (1.48)
Aa área frontal
O coeficiente de perda de pressão para o escoamento que entre num banco de tubos paralelos
ou canais formados por placas estão representados pelas linhas tracejadas da Figura 1.29a e 1.29b.
O parâmetro das abscissas destas figuras é a relação de contração definida pela equação (1.48). O
número de Reynolds é baseado no diâmetro hidráulico de um tubo ou canal e na velocidade média
encontrada na menor seção de escoamento.
Analogamente, o escoamento irreversível numa expansão abrupta é caracterizado pelo
escoamento de perda localizada na expansão, Ke. A razão de expansão c-d é definida por:
Ac
c - d (1.49)
Ad
As Figuras 1.29 e 1.30 também fornecem os valores de Ke (linhas contínuas) para
escoamento nas expansões abruptas encontradas nos trocadores de calor.
No caso em que a massa específica do fluido é constante e a razão de contração e expansão
é igual a de expansão (a-b = c-d), a perda de pressão total será:
u 2 u 2
DPT K c DPs K e (1.50)
2 2
Os três componentes de DPT representam, respectivamente, a perda na contração, no trecho
reto e na expansão.
Considere um escoamento cruzado num feixe de cilindros (tubos com escoamentos internos)
que constitui o corpo de um trocador de calor com correntes cruzadas. A perda de pressão
associada ao escoamento cruzado é proporcional ao número de fileiras de tubos contadas na
direção do escoamento (n1):
2
u max (1.51)
DP n1 f X
2
A Figura 1.31 fornece os valores dos adimensionais f e X para feixes de tubos arranjados em
paralelo. Qualquer feixe deste tipo pode ser descrito pelo passo longitudinal (Xl) e pelo transversal
(Xt), ou pelos seguintes adimensionais:
Xl X
X l* X t* t (1.52)
D D
Sendo: D o diâmetro externo dos tubos. As curvas mostradas na Figura 1.28 correspondem
a um arranjo quadrado (Xl = Xt). O fator de correção X deve ser utilizado nos arranjos Xl Xt). O
número de Reynolds é baseado na velocidade média máxima (que ocorre na seção de escoamento
mínima).
A Figura 1.32 fornece os valores dos adimensionais f e X para feixes de tubos arranjados em
quincôncio. As curvas de f foram construídas para o arranjo de triângulo eqüilátero (Xt = Xd ou Xl
= 0,8660Xt). O fator de correção (X) deve ser utilizado nos casos onde os centros dos tubos não
formam triângulos eqüiláteros. O número de Reynolds também é baseado na velocidade média
máxima.
FIGURA 1.31 – Banco de tubos com arranjo paralelo: coeficientes f e para o cálculo da perda de
pressão (Bejan, 1996).
FIGURA 1.32 – Banco de tubos com arranjo paralelo: coeficientes f e para o cálculo da perda de
pressão (Hewitt, Shires, Bott, 1994).
A equação (1.51) e as Figuras 1.31 e 1.32 são válidas quando n1 > 9 e elas foram construídas
a partir de resultados experimentais obtidos com ar, água e vários óleos.
FIGURA 1.33 – perda de pressão e dados sobre a transferência de calor em feixes de tubos aletados
montados em quincôncio (Bejan, 1996).
Cq Tq, e Tq, s
Cf Tf , s Tf , e
Cmin Tq, e Tf , e
Cmin Tq, e Tf , e (1.53)
Nesta seção, as relações gerais derivadas nas seções anteriores (principalmente as seções 1.7
e 1.8) serão aplicadas em um trocador de calor de duplo tubo. A expressão geral para a taxa de
calor transferido (Q) de um fluido para o outro é dada pela equação (1.14). Lembrando:
𝑄̇ = 𝑈 𝐴 ∆𝑇𝐿𝑀 (1.14)
[∆𝑇𝑚𝑎𝑥 − ∆𝑇𝑚𝑖𝑛 ]
∆𝑇𝐿𝑀 = (1.54)
𝑙𝑛(∆𝑇𝑚𝑎𝑥 ⁄∆𝑇𝑚𝑖𝑛 )
O coeficiente de transferência de calor global (U) é dado pela equação:
1 𝐷𝑒 1 𝐷𝑒 𝑙𝑛(𝐷𝑒 ⁄𝐷𝑖 ) 1
= ( ) ( + 𝑅𝑖 ) + + ( + 𝑅𝑒 ) (1.55)
𝑈𝑒 𝐷𝑖 ℎ𝑖 2𝑘 ℎ𝑒
Sendo: Re a resistência térmica da camada de incrustação no lado externo do tubo e Ri a
resistência térmica da camada de incrustação no lado interno do tubo.
Os valores dos coeficientes de transferência de calor (he e hi) são calculados empregando as
equações apropriadas. Quando o fluxo é turbulento, o diâmetro equivalente (Deq) a ser usado é
quatro vezes a área da seção transversal dividido pelo perímetro molhado, he é baseado no diâmetro
hidráulico médio do anel (Diâmetro interno do casco – Diâmetro externo do tubo) e hi é baseado
no diâmetro interno do tubo (Di).
Tendo calculado DTLM a partir da equação (1.54) e U a partir da equação (1.55), esses valores
podem ser inseridos na equação (1.14) para fornecer a área superficial requerida. Note que devido
ao cálculo de U ser baseado no diâmetro externo do tubo, a área calculada é a área externa do tubo
interno.
1° Caso: Para n trocadores de calor com o fluido frio em paralelo e o fluido quente em série:
𝑄̇ = 𝑈 𝐴 ∆𝑇𝐿𝑀 𝜃 (1.58)
Sendo:
𝑃(𝑅 ⁄𝑛 − 1)
𝜃= 1
𝑅 ⁄𝑛 − 1 1 𝑛 1 (1.59)
𝑙𝑛 {[ ] [1 − 𝑃𝑅 ] + }
(𝑅 ⁄𝑛) (𝑅 ⁄𝑛)
n
Tq, ent Tq, sai Tf , sai Tc, ent i
Tf , sai
R P
Tf , sai Tf , ent Tq, ent Tf , ent Tf , sai i 1
n
2° Caso: Para n trocadores de calor com o fluido quente em paralelo e o fluido frio em série:
Utiliza-se também a equação (1.58), sendo que:
P1 - nR / n
q
1
1/n
ln 1 - nR
(1.60)
nR
1 - P
As equações que definem P e R são as mesmas que no 1° caso.
complexas do fluxo, os cálculos de transferência de calor e perda de pressão no casco não é tão
simples. As primeiras tentativas de métodos para este cálculo foram desenvolvidas baseadas em
dados experimentais para um trocador de calor típico. Um exemplo é o método de Kern (1950),
que foi uma tentativa de correlacionar dados para um trocador padrão utilizando as equações
análogas do lado tubo. Porém este método está restrito a chicanas fixas (cortadas de 25%) e não
leva em consideração vazamentos entre casco/chicanas ou tubos/chicanas. O próximo estágio de
desenvolvimento foi comumente descrito como método de Bell-Delaware. Esse método é
largamente usado e é a base da abordagem recomendada, por exemplo, no Heat Exchanger Design
Handbook.
D 1
Afluxo casco C Lb (1.64)
PT
O diâmetro equivalente (Deq) é definido como:
4 . Afluxo
Deq (1.65)
perímetro molhado
Mas a área de fluxo é definida como mostrado na Figura 1.34. Para o arranjo quadrado e
triangular tem-se, respectivamente:
2 D02
4 . PT
4 (1.66)
Deq
D0
D02
4 . 0,43. PT2
8
Deq
(1.67)
0,5 . D0
Sendo D0 o diâmetro externo dos tubos. Kern mostrou uma correlação para a queda de
pressão no lado do casco como:
4 𝑓 (𝑚̇𝑐𝑎𝑠𝑐𝑜 )2 𝐷𝑐𝑎𝑠𝑐𝑜 (𝑁 + 1)
∆𝑃𝑐𝑎𝑠𝑐𝑜 = 0,14 (1.68)
2 𝜌 𝐷𝑒𝑞 (𝑘⁄𝑘𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 )𝑐𝑎𝑠𝑐𝑜
Sendo: Dcasco o diâmetro do casco; f o fator de atrito, N o número de chicanas (ou seja, N +
1 passes do fluido através do arranjo dos tubos. Isto não leva em consideração os efeitos de
vazamentos entre as chicanas).
PT
C1
PT
C1
Deve-se notar que o método de Kern leva em consideração o fator de atrito de Moody, que
é quatro vezes o fator de atrito de Fanning. A Figura 1.35 fornece f como função do número de
Reynolds no lado do casco e foi re-plotado a partir do original para levar em consideração
mudanças nas unidades na definição de f.
Sendo: Acf a área próxima ao centro do fluxo. A definição de Bell para Acf reduz para a
seguinte forma:
D D0
Arranjo quadrado: Acf LC Dcasco D AT AT PT D0 (1.71)
PT
D D0
Arranjo losango: Acf LC Dcasco D AT AT PT D0 (1.72)
0,707 PT
D D0
Arranjo triangular: Acf LC Dcasco D AT AT PT D0 (1.73)
PT
D D0
Arranjo quincôncio: Acf LC Dcasco D AT AT PT D0 (1.74)
0,5 PT
Sendo: LC a distância entre chicanas, Dc o diâmetro do casco; DAT o diâmetro do arranjo de
tubos e PT o afastamento dos tubos. Para o uso das equações (1.72) a (1.74), as relações PT/D0 >
1,71 (para o arranjo em losango) e PT/D0 > 3,73 (para o arranjo em quincôncio) devem ser
satisfeitas.
O coeficiente de transferência de calor de fluxo cruzado é calculado a partir da equação
(1.76), que envolve a equação (1.75).
m
Nu a Re CR Pr 0,34 F1 F2 (1.75)
Nu k
h (1.76)
D
Sendo: a e m constantes de correlação (vide Tabela 1.3), F1 e F2 fatores de correção para as
variações das propriedades físicas da superfície para o volume no fluido e o efeito do número de
tubos no arranjo, respectivamente.
Número de Reynolds a m a m
10 a 300 0,742 0,431 1,309 0,360
300 a 2.105 0,211 0,651 0,273 0,635
2.105 a 2.106 0,116 0,700 0,124 0,700
O próximo passo é calcular os fatores de correção. A correção para a configuração da chicana
(JC) é expressa como função da fração (FC) de tubos em fluxo cruzado. FC é calculado a partir da
expressão:
1
2 Dcasco 2 LC D 2 LC D 2 LC
FC sen cos 1 casco 2 cos 1 casco (1.77)
D AT D AT D AT
Sendo: LC a distância de corte da chicana. Note que LC = (BC . Dcasco)/100, sendo BC a
porcentagem do corte na chicana. Para 15 < BC < 45, a curva mostrada na Figura 1.36 está
correlacionada pela relação linear:
J C 0,55 0,72 FC (1.78)
O fator de correção para vazamentos (JV) está relacionado às áreas de vazamento entre casco
e chicana (AVcc) e tubo e chicana (AVtc). Essas áreas são calculadas por:
2 LC
AVcc Dcasco Vcc cos 1 1 (1.79)
Dcasco
AVtc D0 Vtc N T 1 FC / 2 (1.80)
Sendo: Vcc e Vtc o espaço livre radial entre a chicana e o casco e entre o tubo e a chicana,
respectivamente. JL está relacionado a (AVcc + AVtc)/Acf com AVcc /(AVcc + AVtc) como um parâmetro
(Figura 1.37).
Finalmente, a correção pelo fluxo de passagem pelos contornos em volta das aberturas dos
feixes (JB) é dado em função da fração da área de fluxo cruzado disponível na passagem (Fbp):
Dcasco D AT LB
Fbp (1.81)
Acf
Na Figura 1.38, o parâmetro é a razão dos números de pares de tiras de vedação (Nss) pelo
número de fileiras cruzadas (Nc). Nc pode ser estimado a partir de:
Dcasco 1 2 LC Dcasco
Nc (1.82)
PTP
Sendo: PTP o espaço entre o feixe de tubos na direção do fluxo. PTP é igual a PT para o arranjo
quadrado de tubos, 0,866 PT para arranjo triangular, 0,707 PT para arranjo em losango e 0,5 PT
para o arranjo em quincôncio.
O coeficiente de transferência de calor no lado do casco é dado por:
h0 hc J c J L J B (1.83)
FIGURA 1.37 – Fator de correção para o efeito de vazamentos entre casco-chicanas e tubos-
chicanas (Hewitt, Shires, Bott, 1994).
Ab/Acf
FIGURA 1.38 – Fator de correção para o efeito da passagem pelos contornos em volta das
aberturas dos feixes (Hewitt, Shires, Bott, 1994).
b) Cálculo da queda de pressão: O método Bell para queda de pressão segue modelo similar aos
dados para transferência de calor. A queda de pressão para um fluxo cruzado ideal é primeiramente
calculado e fatores de correção são aplicados par a influência dos vazamentos nas chicanas e fluxo
pelos contornos. A queda de pressão ideal do fluxo cruzado pode ser dada por:
1 2
DPc N c K f u máx (1.84)
2
Sendo: umáx é dado pela equação (1.70), Nc é dado pela equação (1.82) e Kf é um parâmetro
(número de Euler) dado pelas Figuras 1.31 e 1.32. Para a queda de pressão ideal na zona de janela
(DPJ) pode ser calculada como:
26 𝑚̇𝑐𝑎𝑠𝑐𝑜 𝜇 𝑁𝐶𝐽 𝐿𝐶 (𝑚̇𝑐𝑎𝑠𝑐𝑜 )2 𝜇
Para Re 100 ∆𝑃𝐽 = [ + ]+ (1.85)
𝜌√𝐴𝑐𝑓 𝐴𝐽 𝑃𝑇 − 𝐷0 𝐷𝐽2 𝜌 𝐴𝑐𝑓 𝐴𝐽
(2 + 0,6 𝑁𝐽 )(𝑚̇𝑐𝑎𝑠𝑐𝑜 )2
Para Re > 100 ∆𝑃𝐽 = (1.86)
2 𝜌 𝐴𝑐𝑓 𝐴𝐽
Sendo: NJ o número efetivo de canais em fluxo cruzado na zona de janela (definido na
equação 1.87) e AJ é a área de fluxo na janela, definida na equação (1.88).
0,8 LC
N J (1.87)
PTP
2
2
Dcasco 1 Dcasco 2 LC Dcasco 2 LC D 2 LC N T
AJ cos 1 casco 1 FC D02 (1.88)
4 Dcasco
Dcasco
Dcasco
8
Sendo: NT o número total de tubos. O diâmetro equivalente na zona de janela (DJ) é dado por:
4 AJ
DJ (1.89)
2N T 1 FC D0 Dcasco b
Com b dado por:
D 2 LC
b 2 cos 1 casco (1.90)
Dcasco
A queda de pressão através do casco é dada por:
N
DPcasco N 1DPc RB NDPJ RL 2 DPc RB 1 CJ (1.90)
NC
A Vcc
rcasco
A Vcc A Vtc
AVtc
(todo vazamento
casco-chicana)
AVcc AVtc
Acf
FIGURA 1.39 – Fator de correção para a influência do vazamento entre casco-chicanas e tubos-
chicanas na queda de pressão (Hewitt, Shires, Bott, 1994).
EXERCÍCIO RESOLVIDO 1)
Uma corrente de água, à temperatura média de 80°C e à velocidade média de 0,15 m/s, flui no
interior de um tubo de cobre de paredes delgadas, com diâmetro interno de 2,5 cm. Uma corrente
de ar atmosférico, com temperatura de 20°C e velocidade média de 10 m/s flui transversalmente
ao tubo. Desprezando a resistência da parede do tubo, calcule o coeficiente de transferência de
calor global e a taxa de perda de calor por metro de tubo.
Água
Corrente de ar
𝑁𝑢 = 64,91
𝑘 0,02735 𝑊
ℎ𝑒 = 𝑁𝑢 = 64,91 × = 71,02 2
𝐷𝑒 0,025 𝑚 .𝐾
Neste caso, pode-se também usar a correlação do número de Nusselt sobre cilindros circulares,
fornecidas por Zukauskas (1972) e Jakob (1949), apud Çengel (2009):
Fluido Faixa de Re Número de Nusselt
0,4 a 4 Nu = 0,989 Re0,330 Pr1/3
4 a 40 Nu = 0,911 Re0,385 Pr1/3
Gás ou líquido 40 a 4000 Nu = 0,683 Re0,466 Pr1/3
4000 a 40000 Nu = 0,193 Re0,618 Pr1/3
40000 a 400000 Nu = 0,027 Re0,805 Pr1/3
EXERCÍCIO RESOLVIDO 2)
Considere um trocador de calor casco-tubos nos quais os tubos possuem 0,0254 m de diâmetro
externo e espessura desprezível. Este trocador é utilizado para resfriar uma solução de 95% de
álcool etílico (calor específico igual a 3810 J/kg.K) de 66ºC a 42ºC, escoando pelo casco a uma
vazão de 6,93 kg/s. O fluido de resfriamento é água disponível a 10ºC e 6,3 kg/s, escoando pelos
tubos. O trocador possui 22 tubos. Considerando que o coeficiente de convecção externo seja de
600 W/m2.K, calcule a área de troca e o comprimento do trocador para cada uma das seguintes
configurações: (a) Trocador com correntes em paralelo; (b) Trocador em contracorrente
SOLUÇÃO
HIPÓTESES: (i) o fluxo de água está completamente desenvolvido; (ii) as propriedades da água
são constantes e avaliadas na T média; (iii) o trocador de calor está limpo.
6,93 × 3810
𝑇𝑓,𝑠 = 10 + × (66 − 42) = 34,06º𝐶
6,3 × 4181,2
Portanto, admite-se que a temperatura de saída da água seja de 34ºC, a temperatura média é
de 22ºC e as propriedades da água nessa temperatura é dada pela Tabela A-9:
𝐽 𝑘𝑔 𝑊 𝑘𝑔
𝐶𝑝 = 4181,2 ; 𝜌 = 997,6 3 ; 𝑘 = 0,6016 ; 𝜇 = 0,9576.10−3 ; Pr = 6,662
𝑘𝑔. 𝐾 𝑚 𝑚. 𝐾 𝑚. 𝑠
Como o fluxo de água está completamente desenvolvido, admite-se que a água preencha
completamente os tubos. Assim, a vazão de água que atravessa um tubo será de 0,286 m/s. Logo,
o número de Reynolds será:
𝜌𝑣⃗𝐷ℎ 𝑚̇ 𝜋𝐷𝑖,𝑖 4𝑚̇
𝑅𝑒 = 𝑚̇ = 𝜌𝑣⃗𝐴 → = 𝜌𝑣⃗ → 𝐴 = → 𝜌𝑣⃗ =
𝜇 𝐴 4 𝜋𝐷𝑖,𝑖
Para o tubo com espessura desprezível: Dh = Di,i = D0,i = 0,0254 m. Logo, o número de
Reynolds será:
4𝑚̇ 4 × 0,286
𝑅𝑒 = = = 14971,26
𝜋𝜇𝐷𝑖,𝑖 𝜋 × 0,0254 × 0,9576.10−3
Para o fluxo turbulento, o número de Nusselt fornecido pela equação de Sieder Tate será
usado, admitindo que a temperatura da parede seja de 54ºC (T média do outro fluido):
0,8
1 𝜇 0,14
𝑁𝑢 = 0,027 × 𝑅𝑒 × 𝑃𝑟 3 ×( )
𝜇𝑤
Para a temperatura de 54ºC, pela tabela A-9, a viscosidade da água na parede (w) será de
0,5126.10-3 kg/m.s. Logo:
0,14
0,8
1 0,9576.10−3
𝑁𝑢 = 0,027 × 14971,26 × 6,6623 ×( ) = 121,37
0,5126.10−3
O coeficiente de convecção no interior do tubo será:
𝑘 0,6016 𝑊
ℎ𝑖 = 𝑁𝑢 × = 121,37 × = 2874,65 2
𝐷ℎ 0,0254 𝑚 .𝐾
Como o coeficiente de convecção externo foi dado e vale 600 W/m2.K e a espessura do tubo
é desprezível, o coeficiente global de transferência de calor será:
1 1 𝑙𝑛(𝐷0,𝑖 ⁄𝐷𝑖,𝑖 ) 1
= + +
𝑈0 𝐴0 ℎ𝑖 𝐴𝑖 2𝜋𝑘𝐿 ℎ0 𝐴0
1 1 1
= +
𝑈0 ℎ𝑖 ℎ0
1 𝑊
𝑈0 = = 496,39
1 1 𝑚2 . 𝐾
+ 600
2874,65
EXERCÍCIO RESOLVIDO 3)
Água a uma temperatura média de 110ºC e uma velocidade média de 3,5 m/s escoa através de um
tubo de aço inoxidável (k = 14,2 W/m.K) de 5 m de comprimento em uma caldeira. Os diâmetros
interno e externo do tubo são Di = 1,0 cm e D0 = 1,4 cm, respectivamente. Considerando que o
coeficiente de transferência de calor por convecção da superfície externa do tubo onde ocorre a
ebulição é h0 = 7200 W/m2.K, determine o coeficiente global de transferência de calor (U) dessa
caldeira, com base na superfície interna do tubo.
SOLUÇÃO
Hipóteses: (i) O fluxo de água está completamente desenvolvido; (ii) as propriedades da
água são constantes.
Que é maior que 10.000. Portanto, o fluxo é turbulento. Como uma das hipóteses é de fluxo
completamente desenvolvido, tem-se:
𝑁𝑢 = 0,023 𝑅𝑒 0,8 𝑃𝑟 𝑛 = 0,023 × (130474,51)0,8 (1,58)0,4 = 341,67
𝑘 0,682 𝑊
ℎ𝑖 = 𝑁𝑢 × = 341,67 × = 23301,89 2
𝐷ℎ 0,01 𝑚 .𝐾
A resistência total deste trocador de calor será determinada a partir de:
1 𝑙𝑛(𝐷0 ⁄𝐷𝑖 ) 1
𝑅 = 𝑅𝑖 + 𝑅𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 + 𝑅0 = + +
ℎ𝑖 𝐴𝑖 2𝜋𝑘𝐿 ℎ0 𝐴0
1 𝑙𝑛(1,4⁄1,0) 1 𝐾
𝑅= + + = 0,001569
23301,89 × (𝜋 × 0,01 × 5) 2𝜋 × 14,2 × 5 8400 × (𝜋 × 0,014 × 5) 𝑊
1 1 1 𝑊
𝑅= → 𝑈𝑖 = = = 4055 2
𝑈𝑖 𝐴𝑖 𝑅𝐴𝑖 0,001569 × 𝜋 × 0,01 × 5 𝑚 .𝐾
EXERCÍCIO RESOLVIDO 4)
Um trocador de calor de tubo duplo de dimensões mostradas na figura é empregado para aquecer
5 kg/s de Dowtherm A de 15°C para 65°C usando água quente a 95°C (no processo a água se esfria
até 75°C). Os fluxos são: água quente no tubo interno em contracorrente ao fluxo de Dowtherm, o
qual flui no anel (Dowtherm possui alta viscosidade, por isso está localizado na seção transversal
maior, de modo a evitar excessiva queda de pressão). Qual o comprimento total do trocador de
calor. O diâmetro interno do tubo interno (Di,i) é de 40,94 mm, o diâmetro externo do tubo interno
(Di,0) é de 48,30 mm, o diâmetro interno do tubo externo (D0,i) é de 75 mm, e o diâmetro externo
do tubo externo (D0,0) é de 89 mm.
95°C Tq
75°C
65°C
Água, T q
Tf
Dowtherm, T f 15°C
Comprimento = ?
SOLUÇÃO:
A área da seção transversal interna do tubo interno é:
2
𝜋 𝐷𝑖,𝑖 𝜋 (0,04094)2
𝐴𝑖 = = = 0,001316 𝑚2
4 4
O diâmetro hidráulico será: 𝐷ℎ,𝑖 = 𝐷𝑖,𝑖 = 0,04094 𝑚
A área da seção transversal anelar:
2 2
𝜋 (𝐷0,𝑖 − 𝐷𝑖,0 ) 𝜋 (0,0752 − 0,04832 )
𝐴0 = = = 0,002586 𝑚2
4 4
O diâmetro hidráulico será: 𝐷ℎ,0 = 𝐷0,𝑖 − 𝐷𝑖,0 = 0,075 − 0,0483 = 0,0267 𝑚
O coeficiente de transferência de calor global (U) baseado no lado externo do tubo será:
1 1 𝐷𝑒 𝑙𝑛(𝐷𝑒 ⁄𝐷𝑖 ) 𝐷𝑒 1
= + +( )( )
𝑈𝑒 ℎ𝑒 2𝑘 𝐷𝑖 ℎ𝑖
Neste exemplo, assume-se que superfícies estão limpas. Note que as propriedades dos fluidos estão
baseadas na temperatura média da entrada e saída dos fluidos.
Para determinar os coeficientes de transferência de calor por convecção (h), é necessário
calcular o número de Reynolds de cada escoamento. Para o fluxo de Dowtherm, a velocidade
média e o número de Reynolds (Ref) são:
𝑚̇𝑓 5,0 𝑚
𝑢𝑓 = = −3
= 1,85
𝐴0 𝜌𝑓 2,586. 10 × 1044 𝑠
𝑢𝑓 𝐷ℎ,0 1,85 × 0,0267
𝑅𝑒𝑓 = = = 19294,2
𝜈𝑓 2,56. 10−6
O número de Nusselt (Nuf) e o coeficiente de transferência de calor (hf) fica (usando a
equação de Dittus-Boelter pois não tem como saber o valor de da parede do Dowtherm – não
tem a tabela correspondente):
𝑁𝑢𝑓 = 0,023 𝑅𝑒 0,8 𝑃𝑟 𝑛
Como o Dowtherm está se aquecendo (n = 0,4), logo:
𝑁𝑢𝑓 = 0,023 (19294,2)0,8 (31,7)0,4 = 245,75
𝑘𝑓 0,138 𝑾
ℎ𝑓 = 𝑁𝑢𝑓 = 245,75 × = 𝟏𝟐𝟕𝟎, 𝟏𝟕 𝟐
𝐷ℎ,0 0,0267 𝒎 .𝑲
0,14
0,8 (2,08)1/3
3,33.10−4
𝑁𝑢𝑞 = 0,027(451089,83) ( ) = 1046,77
6,53.10−4
𝑘𝑞 0,673 𝑾
ℎ𝑞 = 𝑁𝑢𝑞 = 1046,77 × = 𝟏𝟕𝟐𝟎𝟕, 𝟒𝟔 𝟐
𝐷ℎ,𝑖 0,04094 𝒎 .𝑲
Este valor é muito maior do que o normalmente encontrado para trocadores de calor duplo
tubo. Ele está associado a alta velocidade do fluido deliberadamente escolhido para este exemplo
com o propósito de ilustrar as melhorias atingíveis com os arranjos em série/paralelo.
Assumindo que o trocador é construído de aço [k = 60 W/(m.K)], o coeficiente de
transferência de calor global (Ue) será:
1 1 𝐷𝑒 𝑙𝑛(𝐷𝑒 ⁄𝐷𝑖 ) 𝐷𝑒 1
= + +( )( )
𝑈𝑒 ℎ𝑒 2𝑘 𝐷𝑖 ℎ𝑖
1 1 0,0483 × 𝑙𝑛(0,0483⁄0,04094) 0,0483 1
= + +( )( )
𝑈𝑒 1270,17 2 × 60 0,04094 17207,46
𝑊
𝑈𝑒 = 1084,13
𝑚2 . 𝐾
Note que quase todas as resistências térmicas ocorrem na camada limite do Dowtherm. Isto
significa que a parede do tubo está próxima à parede no fluxo de água quente. A diferença média
de temperatura (DTLM) será:
(95 − 65) − (75 − 15)
∆𝑇𝐿𝑀 = = 43,3 𝐾
95 − 65
𝑙𝑛 ( )
75 − 15
O interessante a observar neste ponto é que a DTLM forneceu um valor próximo a diferença
entre os valores médios das temperaturas (Tq – Tf) = 45 K. Substituindo os valores calculados de
U e DTLM, obtém-se:
𝑄̇ 405500
𝐴= = = 8,64 𝑚2
𝑈 ∆𝑇𝐿𝑀 1084,13 × 43,3
𝐴 8,64
𝐿= = = 56,93 𝑚
𝜋 𝐷0,𝑖 𝜋 × 0,0483
Este comprimento não pode ser acomodado em uma unidade; pode ser necessário juntar
muitos trocadores de calor em série.
A queda de pressão no lado da água (fluido quente) pode ser calculada pela equação (1.45):
𝐿 𝜌𝑞 𝑢𝑞2
∆𝑃𝑞 = 4𝑓
𝐷ℎ,𝑖 2
O fator f para um tubo liso é dado por:
−1/5
𝑓 = 0,046𝑅𝑒𝑞 = 0,046 × (451089,83)−1/5 = 0,0034
Logo:
56,93 968,1 × 3,792
∆𝑃𝑞 = 4 × (0,0034) × × = 131621,61 𝑃𝑎
0,04094 2
Sabendo que a pressão atmosférica é de 101,325 kPa, esta pressão (131,62 kPa) é 1,30 atm.
Este valor deve ser somado as outras contribuições de perdas de pressão na entrada e saída dos
tubos. A queda de pressão total, mesmo para tubos lisos, é portanto aproximadamente 1,50 atm.
Para tubos rugosos, este valor pode ser muito mais alto. Isso significa que há a necessidade de
trabalhar neste trocador de calor para reduzir a perda de pressão.
EXERCÍCIO RESOLVIDO 5)
Um trocador de calor de correntes paralelas tem fluido quente entrando a 120ºC e saindo a 65ºC,
enquanto fluido frio entra a 26ºC e sai a 49ºC. Calcule a diferença média de temperaturas e a
diferença média logarítmica de temperaturas.
SOLUÇÃO:
Fluido Quente Fluido Frio DT
Entrada 120ºC 26ºC 94ºC (max)
Saída 65ºC 49ºC 16ºC (min)
DTLM
T
q ,e
Tf ,s Tq ,s Tf ,e
DTLM
94 16 44o C
T Tf ,s 94
ln q ,e ln
16
Tq ,s Tf ,e
Assim, a diferença média será de 92,5 - 37,5 = 55ºC. O mesmo resultado poderia ser obtido pela
operação:
(DTmax + DTmin ) / 2 = (94 + 16) / 2 = 55ºC
Deve-se observar que o uso de diferenças médias de temperaturas apresenta resultados muito ruins
se comparados com a DTLM.
EXERCÍCIO RESOLVIDO 6)
Um trocador de calor de correntes contrárias tem fluido quente entrando a 120ºC e saindo a 82ºC,
enquanto fluido frio entra a 15ºC e sai a 110ºC. Calcule a diferença média de temperaturas e a
diferença média logarítmica de temperaturas.
Assim, tem-se: DTmax = 82 – 15 = 67ºC e DTmin = 120 – 110 = 10ºC. A diferença média logarítmica
de temperaturas será:
DTLM
T
q ,e
Tf ,s Tq ,s Tf ,e
DTLM
67 10 30o C
T Tf ,s 67
ln q ,e ln
10
Tq ,s Tf ,e
Assim, a diferença média será de 101 - 62,5 = 38,5ºC. O mesmo resultado poderia ser obtido pela
operação (DTmax +DTmin)/2 = (67 + 10) / 2 = 38,5ºC
Deve-se observar que o uso de diferenças médias de temperaturas novamente apresenta resultados
muito ruins se comparados com a DTLM.
EXERCÍCIO RESOLVIDO 7)
Benzeno é obtido a partir de uma coluna de fracionamento na condição de vapor saturado a 80ºC.
Determine a área de troca de calor necessária para condensar e subresfriar cerca de 3630 kg/h de
benzeno até 46ºC se o fluido refrigerante for água, escoando com o fluxo de massa igual a 18140
kg/h, disponível à 13ºC. Compare as áreas supondo escoamento em correntes opostas e correntes
paralelas. Um coeficiente global de troca de calor de 1135 W/m2. K pode ser considerado.
O primeiro passo será listar de forma mais organizada a lista de informações passadas pelo
enunciado. Portanto:
Tentrada Tsaída Fluxo de massa:
Fluido quente: benzeno 80ºC 46ºC 3630 kg/h
Fluido frio: água 13ºC ? 18140 kg/h
Outras informações:
Condensação do benzeno e algum sub-resfriamento;
Coeficiente Global (U): 1135 W/m2. K;
Escoamento: Correntes paralelas e opostas;
Calor trocado: ?
DTLM: ?
Área: ?
É necessário indicar a temperatura da água na saída do condensador, pois isto irá determinar as
condições de entrada na seção de sub-resfriamento. Um balanço de energia fornece:
18140
𝑄̇𝑐𝑜𝑛𝑑 = 398000 = × 4186,9 × (𝑇𝑠𝑎𝑖 − 𝑇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 )
3600
Após os cálculos, tomando cuidado com as unidades, obtém-se que a temperatura da água na saída
do condensador será de 31,9ºC. Com esses dados, pode-se calcular a diferença média logarítmica
de temperaturas desta região:
Tentrada Tsaída
Fluido quente: benzeno 80ºC 80ºC
Fluido frio: água 13ºC 31,9ºC
DTLM
80 13 80 31,9 57 ,03o C
80 13
ln
80 31,9
Pela definição do calor trocado, segue finalmente que ( Q U A DTLM ):
Q 398000
A 6 ,15 m 2
U DTLM 1135 57 ,03
Na região de sub-resfriamento, o benzeno entrará a 80ºC e sairá a 46ºC, especificado pelo
projeto. Portanto:
3630
𝑄̇𝑠𝑢𝑏 = × 1758,5 × (80 − 46) = 60,3 𝑘𝑊
3600
Tentrada Tsaída
Fluido quente: benzeno 80ºC 46ºC
Fluido frio: água 31,9ºC ?ºC
Nota-se que o primeiro passo é a determinação da temperatura de saída da água desta seção. Pelo
balanço de energia:
18140
𝑄̇𝑠𝑢𝑏 = 60300 = × 4186,9 × (𝑇𝑠𝑎𝑖 − 31,9) = 60,3 𝑘𝑊
3600
Com isto segue imediatamente que Tsai = 34,7ºC. A tabela de dados para esta região fica:
Tentrada Tsaída
Fluido quente: benzeno 80ºC 46ºC
Fluido frio: água 31,9ºC 34,7ºC
DTLM
80 31,9 46 34 ,7 25,41o C
80 31,9
ln
46 34 ,7
Pela definição do calor trocado, segue finalmente que:
Q 60300
A 2 ,09 m 2
U DTLM 1135 25 ,41
Nesta situação, a área total vale 6,15 (condensador) + 2,09 (sub-resfriamento) = 8,2 m2.
DTLM
80 13 46 15,9 46 ,1o C
80 13
ln
46 15 ,9
Na região de condensação, o benzeno estará sempre na mesma temperatura e a água irá se aquecer.
São os dados:
Entrada Saída
fluido quente: benzeno 80ºC 80ºC
fluido frio: água 15,9ºC ?ºC
O primeiro passo é a determinação da temperatura de saída da água desta seção. Pelo balanço de
energia, segue:
18140
𝑄̇𝑐𝑜𝑛𝑑 = 398000 = × 4186,9 × (𝑇𝑠𝑎𝑖 − 15,9) → 𝑻𝒔𝒂𝒊 = 𝟑𝟒, 𝟖º𝑪
3600
Logo:
Entrada Saída
fluido quente: benzeno 80ºC 80ºC
fluido frio: água 15,9ºC 34,8ºC
DTLM
80 15,9 80 34 ,8 54 ,1o C
80 15 ,9
ln
80 34 ,8
Q 398000
Pela definição do calor trocado: A 6 ,5 m 2
U DTLM 1135 54 ,1
Nesta situação, a área total vale 6,5 (condensador) + 1,1 (sub-resfriamento) = 7,6 m2.
Observação final: Note que a área necessária para efetivar a troca de calor nas condições
especificadas de troca é menor para o caso do trocador de correntes opostas. Embora a diferença
seja pequena, cerca de 8%, isto é certamente um ganho interessante.
EXERCÍCIO RESOLVIDO 8)
Água quente a 116ºC entra em um trocador e sai a 49ºC. Ela é usada para aquecer água escoando
a 2,5 kg/s de 21ºC até 55ºC, utilizando um trocador de calor casco e tubos com um passe na carcaça
e dois passes no tubo. A área superficial externa dos tubos é de 9,5 m2. Determine a diferença
média logarítmica de temperaturas e o coeficiente global de troca de calor. Determine também a
diferença média logarítmica de temperaturas para um regenerador de dois passes no casco e quatro
passes nos tubos.
RESOLUÇÃO
O primeiro passo será listar de forma mais organizada a lista de informações passadas pelo
enunciado. Portanto:
Tentrada Tsaída Fluxo de massa:
Fluido quente: água 116ºC 49ºC ?
Fluido frio: água 21ºC 55ºC 2,5 kg/s
Outras informações:
Coeficiente Global - U: ? W/m2.K - desconhecido;
Trocador de carcaça e tubos, N passes na carcaça e 2N passes nos tubos;
Número de tubos = ?
calor trocado: ?
DT: ?
Área de troca: 9,5 m2 externa
Pelos dados do problema, pode-se calcular diretamente o calor trocado utilizando os dados da água
fria:
q C f Tf ,s Tf ,e 2 ,5 4186 ,9 55 21 355.886 ,5 W
Logo:
F = 0,75 para o regenerador de um passe no casco.
F = 0,95 para o regenerador de dois passes no casco.
Observando os dois resultados, pode-se concluir que o trocador de 2 passes é mais eficiente pois
a diferença de temperatura média é mais elevada. Finalmente obtém-se:
355.886,5 W
Uo 1137 ,8 2
9,5 0,75 43,9 m K
355.886,5 W
Uo 898 ,3 2
9,5 0,95 43,9 m K
EXERCÍCIO RESOLVIDO 9)
Um trocador de calor, casco e tubos, com um passe no casco e quatro passes nos tubos, tem 4,8
m2 de área de troca. O coeficiente global de troca de calor desta unidade é estimado em 312 W/m2
K. O trocador foi projetado para uso com água e benzeno, mas pretende-se usá-lo agora para
resfriar uma corrente de óleo (Cp = 2219 J/kg.K) a 122ºC, escoando a 5443 kg/h, com água de
resfriamento, disponível a 12,8ºC e com um fluxo de massa igual a 2268 kg/h. Nesta nova
aplicação, determine as temperaturas de saída das duas correntes de fluido.
O primeiro passo será listar de forma mais organizada a lista de informações passadas pelo
enunciado. Portanto:
Cp [J/kg.K] Tentrada Tsaída Fluxo de massa:
fluido quente: óleo 2219 122ºC ? 5443 kg/h
fluido frio: água 4186,9 12,8ºC ? 2268 kg/h
Outras informações:
Coeficiente Global (U): 312 W/m2.K;
Trocador de casco e tubos, 1 passe na carcaça e 4 passes nos tubos;
Número de tubos = ?
calor trocado: ?
DTLM = ?
Área de troca: 4,8 m2
NTU: ?
=?
Há poucas informações diretas neste problema que devem ser complementadas com as equações.
Por exemplo:
Consultando um gráfico, obtém-se que = 0,4 aproximadamente. Com isto, pode-se determinar
os outros dados:
Calor Trocado:
q 288041,91 0 ,4 288041,91 115.216 ,76 W ou 115,2 kW .
através do anel a uma vazão de 0,3 kg/s. Determine o coeficiente global de transferência de calor
desse trocador.
RESOLUÇÃO:
HIPÓTESES: (i) A resistência térmica devido a condução no tubo interno será desprezada uma
vez que o material do tubo é altamente condutor e a espessura é desprezível; (ii) ambos os fluidos
estão com o fluxo completamente desenvolvido; (iii) as propriedades dos fluidos são constantes
ao longo do trocador de calor.
𝑊
𝑈 = 1855,87
𝑚2 𝐾
0,0745
0,0740
RESISTÊNCIA TÉRMICA [K/W]
0,0735
0,0730
0,0725
0,0720
0,0715
0,0710
0,0705
0,0700
0,0695
0,0690
0 50 100 150 200 250 300 350 400
CONDUTIVIDADE TÉRMICA [W/M.K]
0,0900
hi [W/m2.K] h0 [W/m2.K]
0,0800
RESISTÊNCIA TÉRMICA [K/W]
0,0700
0,0600
0,0500
0,0400
500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000
COEFICIENTE DE CONVECÇÃO [W/M2.K]
Admitindo que temperatura de saída do fluido quente seja de 117ºC (admitindo T m = 128,5ºC Cp = 4286 J/kg.K)
𝑄̇ = 29256,5 = 𝑚̇𝑞 𝐶𝑝𝑞 ∆𝑇 = 0,3 . 4260,15 . (140 − 𝑇𝑞,𝑠 ) → 𝑇𝑞,𝑠 = 117,25º𝐶
Cálculo do DTLM:
∆𝑇𝑚á𝑥 − ∆𝑇𝑚𝑖𝑛
∆𝑇𝐿𝑀 =
𝑙𝑛(∆𝑇𝑚á𝑥 ⁄∆𝑇𝑚𝑖𝑛 )
O trocador está em escoamento paralelo. Assim:
∆𝑇1 = 140 − 25 = 115º𝐶 (𝑚á𝑥)
∆𝑇2 = 117 − 60 = 57º𝐶 (𝑚𝑖𝑛)
115 − 57
∆𝑇𝐿𝑀 = = 82,64º𝐶
𝑙𝑛(115⁄57)
A equação que rege a transferência de calor no trocador será: 𝑄̇ = 𝑈 . 𝐴 . ∆𝑇𝐿𝑀 . Assim, haverá a necessidade de
calcular o U. Para isso, será necessário calcular os coeficientes interno e externo de transferência de calor por
convecção:
1 1 1
≅ +
𝑈 ℎ𝑖 ℎ0
Cálculo do coeficiente de convecção interno (hi):
𝜌𝑣⃗𝐷 4. 𝑚̇ 4 . 0,2
𝑅𝑒 = = = = 50970,36
𝜇 𝜋𝐷𝜇 𝜋 . 0,008 .0,0006245
Como o número de Reynolds é maior que 4000, portanto o escoamento do fluido frio dentro do tubo é turbulento.
Assim, haverá a necessidade de calcular o Número de Nusselt por Sieder Tate:
𝜇 0,14
𝑁𝑢 = 0,027. 𝑅𝑒 0,8 . 𝑃𝑟 1/3 ( )
𝜇𝑤
0,14
6,245.10−4
𝑁𝑢 = 0,027. (50970,36)0,8 . (4,115)1/3 ( ) = 292,82
2,1585.10−4
𝐷 𝑘 0,634 𝑊
𝑁𝑢 = ℎ𝑖 . → ℎ𝑖 = 𝑁𝑢. = 292,82. = 23206,01 2
𝑘 𝐷 0,008 𝑚 .𝐾
20
18 Tq,e = 100ºC
16 Tq,e = 150ºC
Comprimento do TC (m)
14 Tq,e = 200ºC
12
10
8
6
4
2
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
Vazão mássica do fluido quente (kg/s)
𝑄̇ 484000
𝑄̇ = 𝑚̇𝑓 𝐶𝑝𝑓 (𝑇𝑓,𝑠 − 𝑇𝑓,𝑒 ) → 𝑇𝑓,𝑠 = + 𝑇𝑓,𝑒 = + 22 → 𝑇𝑓,𝑠 = 99,2º𝐶
𝑚̇𝑓 𝐶𝑝𝑓 1,5 . 4180
𝑄̇ = 𝑈 . 𝐴 . ∆𝑇𝐿𝑀
A área de troca térmica é:
𝐴 = 𝜋. 𝐷. 𝐿 = 𝜋. (0,025 𝑚). (6 𝑚) = 0,471 𝑚2
Cálculo do DTLM:
∆𝑇𝑚á𝑥 − ∆𝑇𝑚𝑖𝑛
∆𝑇𝐿𝑀 =
𝑙𝑛(∆𝑇𝑚á𝑥 ⁄∆𝑇𝑚𝑖𝑛 )
O trocador está em escoamento paralelo. Assim:
∆𝑇1 = 150 − 99,2 = 50,8º𝐶 (𝑚á𝑥)
∆𝑇2 = 40 − 22 = 18º𝐶 (𝑚𝑖𝑛)
50,8 − 18
∆𝑇𝐿𝑀 = = 31,61º𝐶
𝑙𝑛(50,8⁄18)
𝑄̇ 484000 𝑊
𝑈= = = 32488,4 2
𝐴 . ∆𝑇𝐿𝑀 0,471 . 31,61 𝑚 .𝐾
55000
Óleo
50000
Água
45000
Coeficiente Global [W/m2.K]
40000
35000
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Temperatura [ºC]
SOLUÇÃO:
Fluido frio: Ar Cp = 1 kJ/kg.K Te = 30ºC Vazão = 10 kg/s
Fluido quente: óleo Cp = 4 kJ/kg.K Te = 80ºC Vazão = 5 kg/s
Trocador de calor Escoamento cruzado UAs = 10 kW/K = 0,4
HIPÓTESES: (1) regime permanente. (2) o trocador de calor está bem isolado, portanto, a perda de calor para a
vizinhança é desprezível e a transferência de calor do fluido quente é igual a transferência de calor para o fluido frio.
(3) as mudanças de energia cinética e potencial dos fluxos são desprezíveis. (4) o coeficiente global de transferência
de calor é constante e uniforme.
As capacidades térmicas dos fluidos quente e frio são:
𝑊
𝐶𝑞 = 𝑚̇𝑞 𝐶𝑝𝑞 = 1,5𝑚̇𝑓 .4180(𝐽/𝑘𝑔. 𝐾) = 6270 𝑚̇𝑓 (𝑚á𝑥)
𝐾
𝑊
𝐶𝑓 = 𝑚̇𝑓 𝐶𝑝𝑓 = 𝑚̇𝑓 . 4180(𝐽/𝑘𝑔. 𝐾) = 4180 𝑚̇𝑓 (𝑚𝑖𝑛)
𝐾
A relação em a capacidade mínima e a capacidade máxima (Z) será:
𝐶𝑚𝑖𝑛 4180 𝑚̇𝑓
𝑍= = = 0,667
𝐶𝑚á𝑥 6270 𝑚̇𝑓
A taxa de transferência de calor neste trocador pode ser escrita como:
𝑄̇ = 𝐶𝑓 ∆𝑇𝑓 = 4180 𝑚̇𝑓 . (𝑇𝑓,𝑠 − 20)
𝑄̇ = 𝐶𝑞 ∆𝑇𝑞 = 6270 𝑚̇𝑓 . (95 − (𝑇𝑓,𝑠 + 15)) = 6270 𝑚̇𝑓 . (80 − 𝑇𝑓,𝑠 )
RESOLUÇÃO:
A partir do valor da taxa de transferência de calor, pode-se calcular a vazão mássica de água:
𝑄̇ = 𝑚̇𝑎 𝐶𝑝𝑎 (𝑇𝑠,𝑎 − 𝑇𝑒,𝑎 )
𝑄̇ 600000 𝑘𝑔
𝑚̇𝑎 = = = 2,046
𝐶𝑝𝑎 (𝑇𝑠,𝑎 − 𝑇𝑒,𝑎 ) 4190 × (90 − 20) 𝑠
A temperatura média da água fria é 𝑇𝑚 = ((90 + 20)⁄2) = 55º𝐶. Nesta temperatura a massa específica é igual a
985,2 kg/m3. Usando a velocidade média de 3 m/s, tem-se:
2,046
𝑚̇𝑎 = 𝜌𝑣⃗𝐴 → 𝐴𝑣 = = 0,00069224 𝑚2
985,2 × 3
Ou seja, para ter uma velocidade menor que 3 m/s, o trocador de calor precisará de 9 tubos com um passe.
30
25
Número de tubos
20
15
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Velocidade [m/s]
BEJAN, A. Transferência de calor.São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda. 1996. 540 p.
HEWITT, G.F.; SHIRES, G.L., BOTT, T.R. Process Heat Transfer. Florida: CRC Press. 1993.
1042 p.
HOLMAN, J. P. Transferência de calor. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983. 629p.
KAKAÇ, S. Boilers, evaporators and condensers. New York: John Wiley & Sons, Inc., 1991,
835p.