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Contos Enem LumberPlus


1. Caixinhas Ilusórias! - BLOCO 1 DE QUÍMICA - MODELOS ATÔMICOS
2. Ledo Engano! - BLOCO 1 DE FÍSICA - ELETRICIDADE
3. Hipermodernidade Líquida do Espetáculo? - BLOCO 19 DE LINGUAGENS - MUNDO GLOBALIZADO E TECNOLOGIA
4. Minha irmã bactéria! - BLOCO 3 DE BIOLOGIA - EVOLUÇÃO
5. Velhas Armas Esquecidas! - BLOCO 1 DE MATEMÁTICA - MATEMÁTICA BÁSICA
6. Pré-História Fake News! - BLOCO 1 DE HISTÓRIA - ANTIGUIDADE
7. Stranger Thiii.....Tipos de Caule? - BLOCO 4 DE BIOLOGIA - BIOMAS
8. O Bigode que Venceu a Barba! - BLOCO 16 DE HISTÓRIA - NIETZSCHE
9. Pletora de Miríades! - BLOCO 2 DE MATEMÁTICA - POTENCIAÇÃO
10. Explosão de Cores! - BLOCO 2 DE QUÍMICA - TRANSIÇÃO ELETRÔNICA
11. Segredos do Atlas! - BLOCO 7 DE GEOGRAFIA - GEOGRAFIA MUNDO
12. Tópicos Espelhados! - BLOCO 1 DE LINGUAGENS - FUNÇÃO DA LINGUAGEM
13. Do Quark ao Himalaia! - BLOCO 2 DE GEOGRAFIA - TECTONISMO
14. Nature versus Nurture! - BLOCO 3 DE HISTÓRIA - ESCOLA DE ATENAS
15. Energia Infinita? - BLOCO 2 DE FÍSICA - ENERGIA SOLAR
16. Estratificadora Social! - BLOCO 4 DE LINGUAGENS - VARIANTES LINGUÍSTICAS
17. Homo Sapiens Bacteriuns! - BLOCO 7 DE BIOLOGIA - CITOLOGIA
18. O Gênio do Chuveiro! - BLOCO 3 DE FÍSICA - ELETRODINÂMICA
19. Lama Assassina! - BLOCO 12 DE GEOGRAFIA - IMPACTO AMBIENTAL
20. Ordem no Caos! - BLOCO 3 DE QUÍMICA - TABELA PERIÓDICA
21. Piada Ruim é Piada Boa! - BLOCO 2 DE LINGUAGENS - GÊNEROS TEXTUAIS
22. Eu Enxergo em Equações! - BLOCO 5 DE MATEMÁTICA - EQUAÇÃO DE 1º GRAU
23. Passado Presente! - BLOCO 5 DE HISTÓRIA - DIREITO
24. Bugiganga do meu Tio! - BLOCO 4 DE FÍSICA - GERAÇÃO DE ENERGIA
25. Agostinho Quebrou o Cosmos! - BLOCO 6 DE HISTÓRIA - ASCENSÃO DO FEUDALISMO
26. Jargão Disfórico! - BLOCO 9 DE LINGUAGENS - SELEÇÃO LEXICAL
27. Antípodas do Aprendizado! - BLOCO 8 DE BIOLOGIA - RESPIRAÇÃO CELULAR
28. Dois Atalhos Aritméticos! - BLOCO 7 DE MATEMÁTICA - MÉDIA
29. O Verdadeiro Herói! - BLOCO 5 DE QUÍMICA - FORÇAS INTERMOLECULARES
30. Supervilão e seus Inimigos! - BLOCO 25 DE BIOLOGIA - FARMACOLOGIA
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BLOCO 1 DE QUÍMICA - MODELOS ATÔMICOS

Caixinhas Ilusórias!
Por LumberGeek

Para facilitar o estudo, o conteúdo do Enem é separado em caixinhas - “Química”, “Filosofia”,


“Linguagens” - porém todos os assuntos estão, de uma forma ou de outra, conectados e poderiam ser
agrupados em uma grande caixa chamada “Conhecimento Humano” ou, até, “Construção da Realidade”.
Separar os assuntos pode facilitar sua organização, mas, ao mesmo tempo, faz com que você analise os
enunciados da prova sempre do mesmo ponto de vista, limitando seu potencial de encontrar o não óbvio
e o que está além. Dessa forma, convém em inúmeras ocasiões enxergar a matéria de forma integrada
para acertar questões que ninguém mais encontra a resposta. Neste texto, então, mostrarei como até o
tópico “Modelos atômicos” pode ser visto por vários ângulos diferentes e como ele se relaciona com as
diversas áreas do conhecimento, para que, em algum momento, você também consiga desenvolver essa
habilidade para outros assuntos.
Como a natureza fundamental da realidade é estudada pela Metafísica, um ramo da Filosofia, não
é de se estranhar que o primeiro “modelo atômico” surgiu na Grécia Antiga, com os filósofos Leucipo e
Demócrito. Para eles, toda matéria, após ser dividida inúmeras vezes, chegará em uma parte mínima
indivisível - daí a origem da palavra átomo: “a” (prefixo de negação) + “tomí” (“cortar” em grego). Para
compreender melhor esse tópico colocado na matéria Química, você deve transitar por uma matéria de
Humanas (Filosofia) e ainda pelo tópico “Formação de Palavras“ (a palavra “atomí” é uma derivação
prefixal) da área Linguagens. Isso porque, no fundo, tudo está interligado.
Ainda no âmbito de Linguagens, saber o sentido dos radicais mais comuns do grego e do latim pode te
ajudar muito na prova. Neste vídeo ( https://youtu.be/GabEStEn0bQ ), por exemplo, eu resolvo uma
questão de humanas de três formas diferentes, sendo uma delas a partir dos radicais. E você também
conseguirá fazer isso se começar a prestar atenção na origem das palavras, uma vez que você pode ir
ampliando seu repertório de radicais de duas formas distintas: você pode procurar pela “etimologia” da
palavra ou usar o tradutor do sistema de busca para traduzir radicais das línguas grego e latim para o
português.
Voltando aos modelos atômicos, a História demonstrou que Leucipo e Demócrito estavam mais
certos que Aristóteles - que acreditava que os átomos não formavam a água, o ar, a terra e o fogo - no
entanto ainda estavam errados. O átomo é, sim, “cortável”. Tanto do ponto de vista prático - hoje
sabemos que, em reações nucleares, átomos são partidos para que uma enorme quantidade de energia
seja liberada (energia nuclear) - como do ponto de vista esquemático: o Modelo de Thompson, em
oposição ao de Dalton, já previa partículas menores integrando o átomo.
Thomson fez uma grande contribuição à evolução dos modelos, introduzindo o conceito de elétron, mas
descobertas em relação à natureza da matéria fizeram a teoria evoluir, e hoje devemos também estudar
os modelos de Rutherford e Bohr. Além disso, devemos conhecer o Modelo de Orbitais, um modelo
probabilístico (probabilidade é tópico de Matemática) que melhor explica as ligações químicas.
E apenas para não deixar de lado as outras matérias, os átomos e seus constituintes são os
blocos de construção da vida (Biologia). Algo que explico em mais detalhes no meu vídeo “A Semente
para Gabaritar Enem Natureza!” ( https://youtu.be/Uw205qKvMG4 ).

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BLOCO 1 DE FÍSICA - ELETRICIDADE

Ledo Engano!
Por LumberGeek

Nunca me esquecerei de uma questão que acertei em segundos - só que não.


Eu assinalei o teste em instantes, porque me parecia óbvia a resposta, mas depois, ao olhar o
gabarito, me frustrei completamente. A questão era assim: "Por que ao pressionar o interruptor, a luz
liga?”, e eu automaticamente marquei: “Porque os elétrons viajam até o tungstênio dentro da lâmpada e
o metal emite luz”. Orgulhoso, ainda abri um sorriso por saber que na lâmpada incandescente havia
esse metal estranho - letra “W” na tabela periódica. Na minha visão, os elétrons corriam na velocidade
da luz dentro do fio de cobre até chegar ao seu destino e clarear o ambiente. Mas não é isso que ocorre.
Por dias, perguntei para várias pessoas o motivo da questão estar errada e ninguém soube me
responder. Tive então que, por conta própria, tentar entender o fenômeno completo para descobrir se
realmente o erro era meu ou se era do examinador. E como não havia uma resposta direta em nenhum
lugar, eu tive que estudar tudo sobre o assunto até chegar em uma conclusão. Como estamos falando
de um nível subatômico, pouco me ajudaram os livros escolares. E na obsessão de tentar achar onde
estava o problema, busquei nas mais diversas fontes, até que, finalmente, me senti confiante sobre o
assunto para não errar mais isso em uma prova.
O que acontece é o seguinte: ao pressionar o interruptor você conecta dois fio de cobre e isso faz
com que um fluxo de elétrons seja gerado (fecha-se um circuito). Mas o elétron que está próximo do
interruptor não viaja de imediato para a lâmpada. Na realidade, todos os elétrons do fio inteiro se movem
quase que simultaneamente, como se fosse uma fila de cargas negativas se repelindo e forçando as da
frente a se moverem também. Não é o elétron perto do interruptor o primeiro a alcançar o tungstênio, e,
sim, o elétron que já estava lá na lâmpada. Antes ele estava parado porque nenhum outro elétron estava
empurrando ele. Uma analogia seria uma fila de bolas de bilhar dentro de um cano completamente
preenchido, todas encostando umas nas outras. Quando você empurra a primeira, a última sai quase
que instantaneamente pelo outro lado, enquanto que a que você empurrou avançou apenas uma
posição, e não o cano inteiro.
E por qual motivo te contei tudo isso? Primeiro, para você não errar essa questão. Porém, ainda
mais importante: esse erro me fez estudar mais e compreender muito além do que apenas o problema
inicial. Aprendi que ao gerar um fluxo de elétrons, todos os elétrons começam a se movimentar
praticamente juntos a partir da força eletrostática que cada um gera sobre os demais. Aprendi que o que
chamamos de energia elétrica é esse movimento dos elétrons, mas que, no fundo, essa energia elétrica
é uma energia cinética - uma energia contida nos corpos, ou partículas, em movimento. Aprendi que
elétrons se chocam com átomos de tungstênio aumentando temporariamente a energia nestes átomos.
Aprendi que, ao retornar ao estado inicial de energia, os átomos liberam a energia excedente na forma
de ondas eletromagnéticas. E essas ondas, com uma frequência entre a do infravermelho e a do
ultravioleta, é o que chamamos de luz, algo que explico em mais detalhes no meu vídeo “Clássicos de
Natureza - Revisão de Luz!” ( https://youtu.be/AGRyumCcza8 ).

Moral da história: Não tem problema errar, mas entenda seus erros. No processo você aprenderá muito!

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BLOCO 19 DE LINGUAGENS - MUNDO GLOBALIZADO E TECNOLOGIA

Hipermodernidade Líquida do Espetáculo?


Por LumberGeek

Notícia chocante para vocês jovenzinhos: passei minha adolescência sem Internet e sem telefone
celular! Você tem ideia de quão recentes na história humana essas facilidades são? Eu tive meu
primeiro smartphone depois dos 20 anos de idade! Antes disso, quando eu queria encontrar um amigo,
eu simplesmente ia para um lugar comum em nossas vidas e torcia para ele estar por lá - na rua, no
parque ou no fliperama. Era comum você chegar em algum lugar e não encontrar ninguém, pois o jeito
de combinar algo com as pessoas era ligando para elas. Para isso você precisava de uma linha de
telefone fixo, que era cara na época, seu amigo também precisava ter uma linha e você ainda precisava
dar a sorte de ele estar em casa quando você ligasse para ele. Por que estou te falando isso? Porque as
relações humanas são extremamente impactadas pelas formas que você tem de contactar e visitar
alguém. Compare a velocidade do seu acesso com a da minha avó, que viajava de navio para visitar
familiares e se comunicava apenas por meio de cartas com eles - e isso foi há apenas 80 anos.
Hoje, com a supremacia da tecnologia, há uma abundância de informação e de possibilidades de
se relacionar, o que não significa que a qualidade delas tenha melhorado. Na realidade, o mais provável
é o oposto - há tanta informação que não se sabe mais o que é verdadeiro e as pessoas se relacionam
com tanta facilidade que há uma banalização dos vínculos humanos. E essa é a lição mais importante
deste texto: não é possível separar a evolução computacional contemporânea da superficialidade dos
contatos humanos. A forma como agimos e como compreendemos nosso mundo é uma consequência
do uso das ferramentas que temos à nossa disposição: celulares, correio eletrônico, mídias sociais.
Historicamente falando, você deve compreender que essa mudança cultural vem acontecendo
principalmente a partir do final da segunda guerra mundial. Estamos em um planeta cada vez mais
conectado e acelerado, fruto, em grande parte, dos avanços tecnológicos que precederam a guerra fria e
que foram ampliados durante a corrida armamentista do mundo bipolar (Estados Unidos da América
contra a União Soviética). Nesse período surgiram e começaram a ser difundidas tecnologias que
moldaram e continuam mudando completamente as relações humanas, tais como os computadores
pessoais e a Internet. Houve também um grande avanço na mobilidade global, com aviões cada vez
mais acessíveis para o público geral, herdeiros de melhorias provenientes da aprimoramento balístico e
da corrida espacial. Diz-se que, com essas mudanças, as distâncias se encurtaram, as velocidades
aumentaram e o mundo se tornou cada vez mais globalizado, culminando na era dos smartphones e das
mensagens instantâneas.
No Enem, você deve ser capaz de reconhecer as ideias centrais de alguns dos grandes
pensadores das últimas décadas. Entre essas teorias, que buscam entender o nosso cotidiano de
relações efêmeras e de obsolescência programada, destacam-se as ideias de Zygmunt Bauman
(modernidade líquida) e de Gilles Lipovetsky (hipermodernidade). Existem ainda outros conceitos
amplamente divulgados, como o da indústria cultural e o da sociedade do espetáculo, com os quais você
deve ter uma familiaridade mínima. Conhecer as teorias principais de grandes filósofos e pensadores é
uma das minhas principais dicas para ir muito bem em Humanas, algo que explico em mais detalhes no
meu vídeo “Hackeando Humanas!” ( https://youtu.be/sNjbh5RO5qI ).

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BLOCO 3 DE BIOLOGIA - EVOLUÇÃO

Minha Irmã Bactéria!


Por LumberGeek

Quanto antes você enfrentar isso, melhor: todos nós compartilhamos com todos os animais e
plantas do planeta um ancestral comum. Em outras palavras, todos os seres vivos conhecidos vieram de
uma única bactéria de pouquíssimos genes que viveu há mais de 3 bilhões de anos. Fizemos essa
descoberta com a datação do Carbono-14, uma técnica que nos permite verificar a idade de certas
rochas contendo fósseis das primeiras vidas. O surgimento do nosso “Adão” microscópico é uma
discussão para outro momento. Se você não quiser esperar, pode checar o meu vídeo “A Origem da
Vida” ( https://youtu.be/Uw205qKvMG4 ). Por ora, acredite - você descende dessas pequenas esferas
unicelulares! Estou te dando spoiler dos próximos capítulos porque conhecer seu passado te leva a uma
nova questão: Como uma bactéria minúscula deu origem a seres tão grandes, tão variados e tão
exóticos? E a única resposta viável para essa pergunta foi dada por Darwin em 1859.
Em seu livro “A Origem das Espécies”, o biólogo propôs a Teoria da Evolução. Desde então,
várias outras descobertas foram feitas no que se relaciona aos mecanismos necessários para que a
evolução aconteça, de tal forma que hoje conseguimos explicar em detalhes o processo: a partir de
mutações - que podem ser espontâneas ou provocadas - novas características surgem em uma prole.
Às vezes basta apenas uma alteração genética para que se crie essa variabilidade. Com isso, passa-se
a ter uma diversidade de traços em uma população. É possível que o novo fenótipo não afete a vida do
ser em nada, mas eventualmente pode ocorrer uma mudança no local onde ele reside e apenas seres
com essa nova característica (como os filhos dele) resistirão ao novo cenário. Nesse caso, dizemos que
a seleção natural entrou em ação e selecionou os organismos mais aptos - aqueles que possuíam uma
característica que permitiu a eles sobreviver.
Os seres sem o novo traço perecerão ou migrarão. Se sobreviverem no novo ambiente,
começarão uma nova linhagem. Se depois de um tempo eles não conseguirem mais se reproduzir com
seus antepassados, uma nova espécie será formada. Repete-se esse processo por bilhões de anos e
você passará a ter dinossauros, humanos, pernilongos. Após muita pressão seletiva, diferentes grupos
podem se tornar fisicamente parecidos ou não. Se dois grupos têm um ancestral comum recente - como
golfinhos e morcegos - mas tem a aparência muito diferente, diz-se que eles passaram por uma
“divergência evolutiva”. Por outro lado, para dois seres externamente semelhantes, mas que não
possuem um ancestral comum recente - como golfinhos e peixes - falamos que houve uma
“convergência adaptativa”. Esse fenômeno pode ocorrer quando o meio seleciona algum atributo que os
sobreviventes possuem em comum (nadadeiras, por exemplo) e que facilitou a perpetuação dessas
espécies naquele local. As características selecionadas podem ser as mais diversas, dependendo do
tipo de pressão exercida: pescoços longos, asas leves, o que você imaginar.
Cérebros grandes com uma multitude de sinapses foi uma das características que o planeta
selecionou para o Homo Sapiens. Não somos os mais fortes, nem os mais rápidos, mas por meio da
nossa inteligência, conseguimos transformar árvores em arcos e flechas para vencer nossos
adversários. Isso nos leva a crer que somos mais evoluídos que os outros seres, mas esse é um grande
equívoco da nossa arrogância. Todos que passaram pela seleção natural e estão aqui para contar a
história - até mesmo as bactérias - são igualmente evoluídos.
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BLOCO 1 DE MATEMÁTICA - MATEMÁTICA BÁSICA
Velhas Armas Esquecidas!
Por LumberGeek

Se você acredita que matemática básica não cai no Enem, você está prestes a não terminar a prova a
tempo. Não apenas despencam questões puramente de multiplicação, como também saber usar bem MMC e
MDC pode salvar a sua nota. São ferramentas esquecidas que muitos cronogramas nem consideram mas
que, na minha visão, mudam completamente o seu desempenho. Saber MMC resolve um tipo de questão
específica que pode cair tanto em Matemática como em Física. Já o domínio de MDC faz com que você
consiga fazer diversas questões de forma mais rápida, o que te ajudará no desafio de terminar a prova no
tempo certo.
Mínimo Múltiplo Comum - vulgo MMC - é, simplificadamente, o menor número simultaneamente
divisível pelos dois números dados. Por exemplo, o MMC de 2 e 3 é 6. Já o MMC de 2 e 5 é 10. Existe um
método para descobrir o MMC de número maiores e você deve conhecer esse método. Mas o importante
agora é você guardar que, para alguns exercícios, mais especificamente para enunciados de encontro de
corpos celestes, essa vai ser sua arma de preferência para uma solução rápida e fácil. Se lhe disserem que
as caudas de dois asteroides se encontraram em determinado local hoje, que um dos asteroides demora 7
mil anos para retornar ao local e que o outro demora 10 mil anos para fazê-lo, você simplesmente precisa
fazer o MMC para descobrir quando eles voltarão a se encontrar (MMC de 7 e 10 é 70. Logo, 70 mil anos).
Essa é a solução simples para questões de encontro de objetos com percursos distintos.
Já o Máximo Divisor Comum - MDC para os íntimos - deve ser um dos principais itens do seu arsenal.
Ele vai te ajudar a deixar muitas das contas da sua prova mais rápidas. Resumidamente, ele é o maior
número que é simultaneamente divisor dos dois números dados. Exemplificando, o MDC de 4 e 6 é 2 e o
MDC de 10 e 15 é 5. E apesar de nunca ser cobrado que você use esse recurso, se você usá-lo em contas
de divisões por conta própria, de cabeça, você vai matar diversas questões instantaneamente. Imagine um
cenário no qual você precise dividir 27 por 18 ou dividir 24 por 36. Se você não pensar em termos de MDC,
você ou vai fazer a conta ou vai tentar simplificar. Nesse caso, fazer a conta seria um suicídio em termos de
tempo de prova. Simplificação, por sua vez, seria a melhor alternativa, mas depende da forma como você a
faz. Aqui você provavelmente partiria para dividir por 3 todos os números, o que faria sentido e seria uma
alternativa muito superior a calcular algo. Porém, exigiria outras divisões adicionais para ir "limpando" a
conta, o que consome tempo.
E é nesse ponto que entra o MDC. Ao invés de ir limpando a conta aos poucos, minha sugestão seria:
tente rapidamente encontrar o MDC de 27 e 18 e o MDC de 24 e 36. Caso você encontre, divida os números
iniciais pelos seus MDCs e você terá feito rapidamente uma simplificação otimizada. No primeiro caso, você
encontrará os números 3 e 2 (dividindo 27 e 18 pelo MDC 9); no segundo, os números 2 e 3 (dividindo 24 e
36 pelo MDC 12). Você terá matado a questão sem realizar praticamente nenhum cálculo. Para isso,
obviamente, você precisa criar o costume de pensar em termos de MDC. Na prova de Exatas, como são
diversas as contas de divisão e como os números usados são, no geral, pensados para que você consiga
"cortá-los", o MDC vai acelerar muito sua vida.
Então é isso! Tire essas velhas armas do baú e leve-as para a guerra. Você não deve encontrar nenhum
texto na prova mencionando MMC ou MDC, mas use o primeiro em encontro de astros e cheque se o
segundo não corta o caminho nas várias divisões que você se deparar. E se quiser aprender outras técnicas
para ficar mais rápido em Exatas, não deixe de ver meu vídeo "Como ser Muito Rápido em Matemática!" (
https://youtu.be/Jpey6A9bmT8 ).

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BLOCO 2 DE QUÍMICA - TRANSIÇÃO ELETRÔNICA

Explosão de Cores!
Por LumberGeek

Não sabemos onde, exatamente, um elétron está. De acordo com o Princípio de Incerteza de
Heisenberg, é impossível saber ao certo onde se localiza um elétron, pois, simplificadamente, a
energia usada para visualizá-lo altera sua posição. Então usamos um modelo probabilístico de orbitais
para indicar em qual local, ao redor do núcleo, ele provavelmente se encontra - um avanço em relação
aos modelos anteriores de Rutherford e Bohr. Apesar disso, sabemos que, quando o elétron ganha
uma quantidade específica de energia, ele muda de um orbital para outro, saindo de seu estado
estacionário para seu estado excitado (transição eletrônica). Essa energia absorvida ficará
temporariamente "armazenada", principalmente, na forma de energia potencial. Depois, o elétron
retorna para seu estado habitual, mais estável, e "sobrará" energia. Essa energia liberada estará na
forma de uma onda eletromagnética, possivelmente com uma frequência dentro da faixa da luz visível.
Como átomos de diferentes elementos têm diferentes tamanhos e orbitais, as ondas emitidas
para cada mudança de estado do elétron também será distinta. Isso significa que cada elemento
químico tem seu próprio espectro de emissão e esse espectro pode ser utilizado como uma "impressão
digital" para a identificação do elemento. É dessa forma que sabemos a composição de estrelas a
anos-luz de distância. Captamos as cores emitidas pelo astro e verificamos qual combinação de
elementos emite ondas eletromagnéticas com comprimentos de onda iguais aos das cores detectadas.
À ciência que realiza esses estudos, damos o nome de Espectroscopia.
Também notamos tais emissões em nosso planeta durante grandes festividades. As várias
cores que observamos em cerimônias com fogos de artifício são criadas da mesma forma. Uma
explosão cede energia para átomos de elementos pré-selecionados. Essa energia mobiliza certo
elétron para um orbital mais externo, e, em seu retorno para o orbital de origem, uma cor específica
iluminará o céu. O cobre emite o azul, o cálcio emite o laranja, o sódio emite o amarelo e assim por
diante. Esse é o segredo da explosão de cores que vemos nas viradas para o ano novo.
Além disso, não podemos deixar de mencionar os fenômenos da fluorescência e fosforescência -
os famosos "brilha no escuro". Com a luz acesa, o composto que realiza um dos fenômenos recebe
energia e seus elétrons vão para estados excitados. Ao apagar a luz, você nota, indiretamente, os
elétrons retornando ao estado estacionário com um típico brilho. A fosforescência se diferencia da
fluorescência por, no geral, persistir por minutos ou horas após a ausência de luz (interruptores e
adesivos de estrelas). A fluorescência, por sua vez, emite luz mais imediatamente e costuma ocorrer
na presença de luz negra (roupas e acessórios em boates). É importante ressaltar que os compostos
não precisam ter flúor ou fósforo como, a princípio, os nomes sugerem.
O tópico "transição eletrônica", então, é muito mais complexo do que inicialmente se imagina.
Ele explica como diversos eventos do dia-a-dia ocorrem em um nível subatômico. Dele deriva a
geração de ondas eletromagnéticas e parte do espectro eletromagnético, temas que aparecem muito
nos vestibulares. E se você quiser saber um pouco mais sobre esses assuntos, eu discuto eles em
mais detalhes no meu vídeo "Propriedades da Luz!" ( https://youtu.be/AGRyumCcza8 ).

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BLOCO 2 DE GEOGRAFIA - TECTONISMO

Do Quark ao Himalaia!
Por LumberGeek

Tudo começou quando um minúsculo ponto contendo toda a energia conhecida se tornou
instável e expandiu! Em uma fração de segundo, quarks se formaram e se uniram para originar os
primeiros prótons, que rapidamente se distanciaram do marco inicial do Big Bang. Na sequência, os
primeiros e mais simples átomos foram se agrupando por atração gravitacional, e não tardou a serem
formadas as primeiras estrelas - imensas esferas lotadas de hidrogênio.
Como essas bolas maciças vão crescendo conforme mais átomos são atraídos, suas pressões
e temperaturas internas se tornam gigantescas, o que promove o processo de fusão nuclear -
núcleos de hidrogênio se fundem para formar outros elementos. Algumas estrelas, como o nosso sol,
formam átomos de hélio a partir da fusão nuclear. Estrelas maiores, por sua vez, se comportaram
como fábricas de átomos maiores e mais pesados. Quando essa nova variedade de átomos soltos
pelo espaço se junta, novos astros são formados. Assim surgiu nosso planeta.
A colisão de matéria durante a formação da Terra gerou muito calor, que até hoje está
armazenado no centro terrestre. Como parte das camadas internas do planeta estão no estado
líquido, a alta temperatura gera correntes de convecção - convecção é um dos dos processos de
transferência de calor que você deve conhecer para a sua prova. Essas correntes, então, mantêm o
magma em constante movimento, o que pode ser notado na superfície terrestre de várias formas.
Uma delas diz respeito ao movimento das placas sólidas que formam a crosta terrestre, que
flutuam sobre um mar de lava. Quando há fricção entre duas dessas placas, podemos observar o
fenômeno do terremoto. No caso de duas placas se movimentarem uma em direção a outra -
movimento convergente - uma delas tenderá a se elevar, formando os dobramentos modernos -
cordilheira dos Andes e do Himalaia, por exemplo. Se há um afastamento de duas placas -
movimento divergente - novo material de camadas internas surgirá na superfície. É assim que
surgem as dorsais oceânicas. Além disso, em locais onde a crosta é muito delgada ou há uma falha
entre placas, variações de pressão no magma subterrâneo podem fazer com que ele seja ejetado,
gerando erupções vulcânicas.
Com o tempo, essas placas, que se movem lentamente, são remodeladas e mudam de lugar.
Assim, a disposição dos continentes que vemos hoje não é a mesma de milhões de anos atrás. E são
diversas as evidências de que esse processo ocorreu: fósseis similares em locais muito distantes
atualmente; bordas de continentes que se encaixam quase que perfeitamente; entre outras. Com
esses vestígios, é possível reconstruir a configuração anterior das placas tectônicas e disso surge o
conceito de Pangeia - o primeiro continente. Também podemos estimar como as massas de terras
foram se movendo para formar, em seguida, dois gigantes continentes, a Laurásia e a Gondwana, e,
depois, como chegaram à posição atual.
É importante ressaltar que, mesmo agora, essas placas não estão fixas. Todo vulcão que entra
em atividade nos lembra que abaixo de nós existem correntes convectivas magmáticas, e todo
terremoto nos mostra que o tectonismo é um fenômeno ativo e constante.

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BLOCO 7 DE BIOLOGIA - CITOLOGIA

Homo Sapiens Bacteriuns!


Por LumberGeek

Em você, há mais bactérias do que células humanas. Repetindo, para cada célula nativa do seu
corpo, existe uma alienígena - no mínimo. Pois é... Pode correr pra sua mãe e falar: "Mãe, eu sou menos
eu do que eu mesmo!". Ela não vai entender nada e vai achar que meus contos estão te fazendo mal,
mas pelo menos você aprendeu algo novo. Agora vamos pensar juntos: é realmente estranho que seja
dessa forma? Seu corpo é um conjunto de sistemas (e.g. cardiorespiratório), que é composto por órgãos
(e.g. coração), que, por vez, possui tecidos (e.g. músculo cardíaco), constituído de células (e.g. miócito).
E, apesar das células humanas se diferenciarem das células bacterianas, elas têm a mesma origem
genética (checar o conto "Minha Irmã Bactéria!") e, em grande parte, as mesmas necessidades. Ambas
são, simplificadamente, microbolhas de gordura (membrana plasmática) com água e moléculas
complexas (e.g. organelas) capazes de se replicar em algum ambiente específico, seja ele seu corpo,
seja ele uma fonte termal. Enquanto suas células são especialistas em sobreviver no seu corpo, certas
bactérias podem viver desde no frio da Antártica até no calor de gêiseres. Assim, não é de se estranhar
que, com uma combinação específica de adaptações, as bactérias também conseguiriam sobreviver no
seu corpo - algo viável em milhões de anos de evolução.
Claro que essa ideia assusta porque sempre associamos esses pequenos seres a doenças, mas
a malignidade não é regra em nosso corpo. Muitas bactérias são extremamente inócuas no local onde
habitam normalmente ou, até, benéficas para nós, vivendo em uma relação de mutualismo conosco. Na
nossa pele, por exemplo, vivem bilhões de bactérias que nos protegem ao competirem com outros
microorganismos maléficos, reduzindo o recurso disponível para eles. Essa relação pode, por vezes, se
tornar tão dependente, que não é impossível que dois organismos se fundam para aumentar suas
chances de sobrevivência. Essa é, inclusive, a principal hipótese para o porquê das mitocôndrias terem
DNA diferente do DNA da célula "hospedeira" e possuírem uma membrana plasmática à parte - teoria
igualmente válida para cloroplastos encontrados em células vegetais. Existem, ainda, relações mais
inesperadas entre os diversos tipos de células de reinos diferentes. É o caso da lesma Elyisia, que
"rouba" cloroplastos de algas e, com isso, faz fotossíntese para se manter viva no mar.
Mas você não precisa ir muito longe para encontrar relações contraditórias entre células, e elas
não precisam ser forasteiras para causar estrago. Dentro do seu corpo, suas próprias células podem se
rebelar contra você. No geral, suas células vivem em harmonia, em uma relação quase que de
protocooperação. Elas respeitam os limites de seus tecidos e fazem sua função para que o organismo
como um todo funcione. Entretanto, assim como bactérias podem sofrer mutações que fazem com que
elas prosperem em lugares distintos dos seus habitats de origem, suas células também podem fazê-lo.
Tanto de forma espontânea como a partir de mutagênicos - como a radiação ultravioleta - uma célula
pode ter seu DNA alterado e se tornar mais apta a se reproduzir do que as outras. Esse diferencial
competitivo adquirido, porém, não é bom para você. Se isso ocorrer, essa célula poderá crescer de
forma indiscriminada e, até, invadir regiões do seu corpo onde não é bem-vinda. É dessa forma que se
desenvolve um câncer.
Então lembre-se que, não é porque vem de fora que é ruim, não é porque vem de dentro que é
bom e, o mais importante de tudo, você é muito mais do que imagina.

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BLOCO 2 DE LINGUAGENS - GÊNEROS TEXTUAIS

Piada Ruim é Piada Boa!


Por LumberGeek

Já se deparou com alguma questão do Enem te questionando sobre o humor de determinada


tirinha, mas que, para você, não tinha graça nenhuma? Todos nós já passamos por isso e, além disso,
erramos o exercício. Isso ocorre porque o Enem não tem interesse no seu gosto para a comédia, uma
vez que cada pessoa tem um gosto diferente. Entretanto, a prova espera que você reconheça as
técnicas usadas para se criar o efeito de humor, sejam elas verbais ou não verbais. No geral, o que você
deve ter em mente para acertar questões do gênero textual charge é o seguinte: o efeito de humor é
criado quando ocorre a quebra de expectativa. Por esse motivo, o autor vai usar elementos linguísticos
para que ocorra o inesperado, e a alternativa correta será aquela que destaca como isso foi feito.
A charge pode ter um ou mais quadros. Quando possui mais de um quadro, os primeiros deles
construirão uma história para que você chegue ao último quadro esperando determinado desfecho. O
término, porém, não se dará exatamente como você antecipa, e o acontecimento que destoará do
previsível será o responsável pelo efeito de humor. Isso pode ser feito a partir de várias estratégias
distintas. Uma delas é a criação de duplo sentido a partir de um termo polissêmico. Ou seja, algumas
palavras possuem mais de um sentido e, dependendo do contexto, um dos sentidos gera uma situação
habitual e o outro sentido, uma situação não esperada ou, até, absurda. Segue um exemplo simples:
Mariazinha diz: "É mais fácil segurar a xícara pela asa!"
Joãozinho responde: "Não se ela estiver voando...."
Para a prova, não importa o quão bobo ou "sem graça" é o diálogo. No entanto, é cobrado que
você seja capaz de reconhecer que houve uma quebra de expectativa a partir do uso do termo
polissêmico "asa". Era esperado, na conversa, que ele tivesse o sentido de "parte da xícara usada para
segurá-la", porém Joãozinho o interpretou como "membro da ave que ela usa para voar". Esse mesmo
recurso é usado em várias charges e a técnicas de resolução é simples e nada subjetiva: identifique o
que não ocorreu como esperado e qual o elemento que criou essa divergência. Geralmente, você
consegue descobrir a resposta antes mesmo de ler as alternativas, se souber de antemão esse
procedimento. A mesma técnica pode ser usada para charges com apenas um quadro, mas a história
não será a dos quadros anteriores, e, sim, algum cenário já conhecido pelo leitor. Nesse caso, podem
ser usados assuntos que estão na mídia, cenas do cotidiano e referências a obras conhecidas. Quando
isso ocorrer, o quadro único fará uma proposta cômica a partir de um conhecimento geral.
Outro recurso expressivo muito utilizado com a mesma finalidade é o emprego de figuras de
linguagem, mais especificamente a ironia e a metáfora. Com a primeira, forma-se naturalmente a
comicidade por, inerentemente, a figura quebrar a expectativa. Por definição, na ironia, o sentido criado
é o oposto do que os termos sugeririam. Já na metáfora, você esperaria de um desfecho o sentido
figurado. Mas não é incomum que uma tirinha adote o sentido literal para produzir o inesperado. Por
exemplo, uma tirinha pode começar mostrando amigos saindo de uma partida de futebol comentando
sobre fulano, que jogou bem porque é um "leão" em quadra. Depois, na tirinha final, fulano era, de fato,
um leão - o animal. Assim, você esperaria que "leão" fosse uma metáfora se referindo às qualidades
atléticas de alguém. Porém, sua expectativa seria quebrada por se tratar, literalmente, de um leão.
Logo, o humor não está em algo que você considera "engraçado", uma vez que isso é pessoal. Na
realidade, existem técnicas para se criar, em um texto, o efeito de humor.
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BLOCO 5 DE QUÍMICA - FORÇAS INTERMOLECULARES
O Verdadeiro Herói!
Por LumberGeek

Substâncias anfifílicas, surfactante, tensoativo, detergente e sabão: todos esses termos são, para
o Enem, praticamente a mesma coisa. Referem-se a moléculas polares e apolares simultaneamente. A
consequência disso é que elas conseguem interagir, ao mesmo tempo, com a água e com o óleo com
sucesso. Por isso usamos sabão para tirar a “sujeira” do nosso corpo durante o banho (o sebo, gordura,
é apolar). Outro jeito de descrever o mesmo fenômeno, mas de forma mais técnica, é falar que um
tensoativo é capaz de quebrar a tensão superficial da água. Até aí tudo bem. Esse é um assunto que cai
todo ano no Enem e as escolas, no geral, o ensinam. Inclusive, se quiser saber mais sobre tensoativos,
você pode ver meu vídeo “Por que as bolhas são lindas” onde falo sobre isso e explico também o
fenômeno da iridescência ( https://youtu.be/M3t1lffm04Y ). Mas esse não é o motivo de eu querer
escrever esse conto.
Enquanto muito se fala da miscibilidade de substâncias, pouca atenção é dada especificamente
ao sabão, que é uma revolução por si só. Não é pouco dizer que essas moléculas mudaram
completamente a história humana. Se foi uma descoberta ou uma invenção, fica a seu critério. O ponto é
que, para os nossos antepassados, a maior causa de morte por milhares de anos foi a infecciosa: os
germes reduziam drasticamente a expectativa de vida média da humanidade (ainda são a principal
causa de morte em locais muito pobres). O sabão, a antissepsia e, mais recentemente, o antibiótico,
mudaram radicalmente a longevidade humana e, com isso, a pirâmide etária de todas as sociedades,
com diversas implicações não apenas individuais, como também sociais, econômicas e políticas (se
você quiser saber um pouco mais sobre antissepsia e antibiótico, você pode procurar, respectivamente,
as história de Joseph Lister e de Alexander Fleming). Hoje, no Brasil, a maior causa de mortalidade não
é mais infecciosa, mas, sim, cardiovascular e neoplásica. Dizemos que o país passou por uma transição
epidemiológica. Há ainda uma segunda transição, que já aconteceu em países mais desenvolvidos, na
qual as doenças cardiovasculares perdem peso e as degenerativas assumem maior importância.
Mas voltando ao nosso protagonista: o sabão é uma molécula simples. Trata-se de um sal de
ácido graxo, o que significa que ele é muito parecido com o ácido graxo, mas no lugar do H+, há um
outro cátion, como o Na+ ou o K+. A cauda com a cadeia carbônica é hidrofóbica (lipofílica) e interage
bem com gorduras. Já a parte com o cátion é hidrofílica (lipofóbica) e interage bem com a água. Por isso
dizemos que o sabão tem um comportamento anfifílico (amphi, em grego, significa "de ambos os tipos").
Ele é formado a partir da reação de um éster - triglicerídeo - com uma base forte - como o hidróxido de
sódio. Essa reação forma, além do sabão, um álcool (glicerol). A esse processo todo damos o nome de
saponificação - reação de éster com base, que forma sabão e álcool.
Se você chegou até aqui, provavelmente agora você tem mais respeito pelo sabão. Passamos
pela história, importância e gênese dessa molécula poderosa. Porém, antes de terminar, gostaria de
falar uma última coisa para te ajudar em diversos outros tópicos. Percebe que discutimos, de uma só
vez, assuntos que são ensinados em momentos completamente distintos durante sua formação? Você
aprende em um bloco sobre sal, em outro sobre tensoativo e em outro sobre saponificação. É possível
ainda que você veja sobre Lister e Fleming em biologia, sobre transição epidemiológica em geografia e
sobre prefixos em linguagens. Apesar disso, estávamos falando de apenas um assunto, mas visto por
diversos ângulos. Esse é o segredo para gabaritar questões multidisciplinares. Enxergar, por conta
própria, todas essas relações. Quando estiver estudando, não se prenda apenas no bloco que está.
Tome a iniciativa para tirar suas dúvidas e se aprofundar no tema que estiver estudando.

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