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Departamento Regional de São Paulo

Ciências Aplicadas

Química dos Materiais

OH CH3 CH3 CH3

2 OH 3 4

1 2 3

OH
1
2
1

OH

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ”

CAI - CURSO DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL


CAI - Curso de Aprendizagem Industrial

Ciências Aplicadas - Química dos Materiais

 SENAI-SP, 2004

Trabalho organizado pela Escola SENAI “Almirante Tamandaré”, a partir dos conteúdos extraídos da
Intranet do Departamento Regional do SENAI-SP.

1ª edição, 2004

Coordenação Geral Luiz Gonzaga de Sá Pinto

Equipe Responsável

Coordenação Celso Guimarães Pereira


Estruturação Ilo da Silva Moreira
Revisão Dulcinéia Livramento Grandini

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Departamento Regional de São Paulo
Escola SENAI “Almirante Tamandaré”
Av. Pereira Barreto, 456
CEP 09751-000 São Bernardo do Campo - SP
Telefone: (011) 4122-5877
FAX: (011) 4122-5877 (ramal 230)
E-mail: senaitamandare@sp.senai.br

Cód. 120.10.044
Sumário

Página 4 A idéia do átomo

5 Teoria atômica de Dalton

6 Descobertas de Rutherford

8 Postulados de Bohr

11 Número atômico / Número de massa

12 Elemento químico

24 Tabela periódica

25 Substâncias

29 Teoria do octeto e ligações químicas

41 Principais funções inorgânicas

68 Equação química

71 Classificação das reações químicas

78 Número de oxidação

84 Oxidação e redução

93 Reatividade química

101 Corrosão e proteção


Química dos Materiais

Se os princípios da Física são importantes para a Tecnologia, não menos importantes são os
princípios da Química. Por exemplo, compreender como o ferro é obtido a partir da hematita num alto
- forno; compreender porque o ferro enferruja; entender como é possível obter polímeros a partir de
monômeros; explicar porque a água consegue dissolver a maioria das substâncias; saber formular
um sabão e uma tinta e assim por diante, são coisas do mundo da Química, uma ciência
experimental que está presente na nossa vida e no nosso cotidiano.

Este capítulo vai tratar de certos princípios da Química que são fundamentais para a
compreensão do comportamento dos materiais .

A IDÉIA DE ÁTOMO

A idéia de que toda matéria é constituída por partículas individuais microscópicas é chamada
teoria atômica. Esse, provavelmente, é o conceito mais importante de toda a Ciência.

Tecnicamente a teoria atômica mantém sua posição como teoria, pois até então, ninguém
conseguiu observar átomos individuais em detalhes.

Entretanto, a instrumentação moderna tem demonstrado a existência de partículas de matéria


de modo tão convincente e de tantas maneiras que os estudiosos da Física e da Química não
hesitam em usar a teoria atômica em seus estudos e pesquisas.

A idéia de átomo surgiu na Grécia no ano 2000 a. C.

Os gregos antigos raciocinavam assim: se, por exemplo, um pedaço de cobre fosse dividido
em duas metades, ambos os fragmentos continuariam sendo cobre :

+ +

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Os gregos imaginaram que a repetição do processo de subdivisão levaria à menor partícula de


cobre que seria indivisível. A essa partícula indivisível os gregos deram o nome de átomo:

átomo

Essas idéias eram surpreendentemente corretas até certo ponto; entretanto, por falta de
evidências experimentais, elas permaneceram por muito tempo apenas como um produto da
imaginação e do filosofar.

TEORIA ATÔMICA DE DALTON

No século XIX, John Dalton (1766 – 1844), químico e físico inglês, retomou a idéia de átomo
propondo uma teoria conhecida por “Teoria Atômica de Dalton” que, em linhas gerais diz:

1. Todos os materiais da natureza são formados por partículas denominadas


átomos.

2. Os átomos são indivisíveis e maciços.

3. Há um número relativamente pequeno de átomos diferentes na natureza.

4. Agrupando-se átomos iguais ou diferentes, em quantidades variáveis,


formamos todos os materiais existentes na natureza.

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Até o final do século XIX a idéia de átomo como partícula maciça e indivisível prevaleceu.
Observe, no desenho ,o modelo de átomo imaginado por Dalton.

átomo de cobre

limalha de cobre

Quando surgiram estudos experimentais sobre descargas elétricas em gases rarefeitos e


estudos sobre a radioatividade, provou-se que o átomo é um sistema formado por partículas
menores, separadas por espaços vazios. Só por tradição a denominação “átomo” continua sendo
utilizada.

DESCOBERTAS DE RUTHERFORD

Em 1911, Ernest Rutherford (1871 – 1937), físico inglês, demonstrou que o átomo é um
sistema formado por um núcleo central – onde se concentra praticamente toda a massa do átomo – e
de raio extremamente pequeno em relação ao átomo.

Esse núcleo estaria carregado com carga positiva e seria envolvido por uma nuvem de elétrons
que possui carga negativa que neutralizaria a carga positiva do núcleo.

À região ocupada pelos elétrons ao redor do núcleo, Rutherford deu o nome de eletrosfera.

Utilizando uma finíssima lâmina de ouro, com espessura de 0,0001mm, um material radioativo
(emite partículas espontaneamente) - no caso era o polônio- e um anteparo fluorescente às emissões
radiativas, Rutherford montou o seguinte dispositivo:

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Inicialmente o polônio foi colocado dentro de um bloco de chumbo dotado de um orifício que
direcionava as partículas alfa (emitidas pelo próprio polônio), para a fenda e, desta, para a lâmina de
ouro.

Rutherford verificou que a maioria das partículas alfa atravessavam a lâmina de ouro, sem
sofrer desvios. Apenas algumas sofriam desvios bruscos, quando encontravam obstáculos
positivamente carregados (núcleos).

Incidindo no anteparo recoberto com sulfeto de zinco, as partículas alfa provocavam a emissão
de luz.

Concluindo, Rutherford admitiu que o átomo é uma espécie de sistema solar em miniatura,
cheio de espaços vazios, onde existe um núcleo carregado de eletricidade positiva.

Ao redor do núcleo, giram os elétrons, constituindo a eletrosfera.

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POSTULADOS DE BOHR

Em 1913, o cientista dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) deu um tratamento matemático para
justificar a estabilidade dos elétrons ao redor do núcleo, baseando-se na teoria quântica de Planck.

Bohr enunciou os seguintes postulados:

1º. os elétrons giram em determinadas órbitas sem emitir e sem absorver energia radiante. A
cada órbita corresponde, pois, um determinado nível de energia. Os elétrons podem girar
sem emitir e sem absorver energia em determinadas órbitas. Assim se explica porque não
caem no núcleo.

2º. os elétrons , ao absorverem energia, saltam para uma órbita mais externa e, logo a seguir,
ao voltarem para órbitas internas, liberam energia. À energia absorvida ou liberada pelos
elétrons deu-se o nome de fóton.

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De acordo com Bohr, os elétrons possuem órbitas bem determinadas e essas órbitas recebem
o nome de camadas eletrônicas ou níveis de energia.

De fato, quanto maior a energia do elétron, mais afastado do núcleo estará a sua camada ou
nível eletrônico correspondente.

Em 1922, Rutherford e o físico inglês James Chadwick (1891-1974) isolaram pela primeira vez
o próton, pelo bombardeamento de nitrogênio (N) com partículas alfa (α), resultando daí a liberação
do oxigênio (O) e do próton:

N+α O + próton

Essa experiência serviu para caracterizar definitivamente o próton e ratificar sua existência.

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Em 1932, bombardeando berílio (Be) com partículas alfa, James Chadwick obteve carbono (C)
e nêutron, de cuja existência já se suspeitava:

Be + α C + nêutron

Realmente, Rutherford já havia previsto a presença de partículas neutras junto aos prótons,
não só para explicar a massa maior que os núcleos apresentavam, como também para justificar sua
estabilidade, pois não se entendia como poderiam estar aglutinadas partículas positivas sabendo-se
que entre elas ocorre repulsão.

A partir da descoberta dos nêutrons, o modelo atômico teve que incorporar os prótons, elétrons
e nêutrons.

Os prótons e os nêutrons formam o núcleo dos átomos e os elétrons as respectivas


eletrosferas. Esquematicamente:

A tabela, a seguir, mostra alguns dados referentes aos prótons, nêutrons e elétrons.

Próton Nêutron Elétron


−24 −24
Massa real 1,67252 . 10 g 1,67482 . 10 g 9,1091 . 10−28g
Massa relativa 1 1 1/1836
Carga elétrica + 0 −

Atualmente são conhecidas várias outras partículas nucleares; contudo, para a Química do dia
a dia, bastam os prótons, nêutrons e elétrons.

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Em decorrência dos estudos e experiências sobre a estrutura atômica da matéria, muitos


conceitos foram sendo elaborados e introduzidos na Química, tais como: número atômico; número de
massa e elemento químico.

NÚMERO ATÔMICO (Z)

É o número de prótons do núcleo de um átomo. Num átomo normal, cuja carga elétrica total é
zero, o número de prótons é igual ao número de elétrons.
Por exemplo, quando dizemos que o número atômico do átomo de ferro é 26, isto significa
dizer que no núcleo de um átomo de ferro existem 26 prótons e que em sua eletrosfera existem 26
elétrons.

Em símbolos:

Z = no de prótons = no de elétrons

Na verdade, o número atômico (Z) é a “cédula de identidade dos átomos”.

NÚMERO DE MASSA (A)

É a soma do número de prótons (Z) com o número de nêutrons (n) existentes no núcleo de um
átomo. Em símbolos:

A=Z+n

Por exemplo, o número de massa (A) do átomo de sódio é 23 e seu número atômico (Z) é 11.
Portanto, cada átomo de sódio contém 12 nêutrons.

É o número de massa que nos informa se um átomo é mais leve ou mais pesado que outro,
posto que a massa do átomo praticamente está concentrada em seu núcleo.

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ELEMENTO QUÍMICO

É o conjunto de todos os átomos com o mesmo número atômico. Assim, elemento químico
hidrogênio é o conjunto de átomos de Z=1; elemento químico hélio é o conjunto de átomos de Z=2 e
assim por diante. A cada Z corresponde um único elemento químico e vice-versa.

Os nomes dos elementos químicos são grafados ou escritos abreviadamente por meio de
símbolos. Em todos os países os símbolos dos elementos químicos são escritos do mesmo modo.
Por exemplo, em inglês o nome do ferro é iron, em espanhol é hierro, em alemão é eisen e em
russo é jeliézo, mas o símbolo é Fe.

Os símbolos dos elementos constam da inicial maiúscula dos seus nomes latinos ou,
eventualmente, gregos, seguida ou não de uma segunda letra minúscula de seu próprio nome.

Exemplos:

Nome do elemento Símbolo


Hidrogênio H
Hélio He
Sódio (Natrium) Na
Fósforo (Phosphorum) P
Enxofre (Sulfur) S
Potássio (Kalium) K
Cobre (Cuprum) Cu
Criptônio (Kripton) Kr
Prata (Argentum) Ag
Estanho (Stanum) Sn
Antimônio (Stibium) Sb
Tungstênio (Wolfrâmio) W
Mercúrio (Hydrargyrum) Hg
Chumbo (Plumbum) Pb

O símbolo de um elemento representa também o respectivo átomo. Assim, Na é uma


abreviação do nome do elemento sódio, mas também representa um átomo do elemento sódio.

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Quando queremos indicar no próprio símbolo do átomo o número atômico (Z) e o número de
massa (A) , os valores de Z e de A são escritos como índices inferior e superior, respectivamente, à
esquerda do símbolo.

Exemplos:

1 23 56
1 H; Na ;
11 26 Fe

E os elétrons? Como eles se distribuem ao redor dos núcleos atômicos?

Distribuição eletrônica

Os elétrons estão distribuídos em camadas ao redor do núcleo. Admite-se a existência de 7


camadas eletrônicas, designados pelas letras maiúsculas: K,L,M,N,O,P e Q. À medida que as
camadas se afastam do núcleo, aumenta a energia dos elétrons nelas localizados.

As camadas da eletrosfera representam os níveis de energia da eletrosfera. Assim, as


camadas K,L,M,N,O, P e Q constituem os 10; 20; 30; 40; 50; 60; e 70 níveis de energia,
respectivamente.

Por meio de métodos experimentais, os químicos concluíram que o número máximo de


elétrons que cabe em cada camada ou nível de energia é:

Nível de energia Camada Número máximo de elétrons


0
1 K 2
0
2 L 8
0
3 M 18
0
4 N 32
0
5 O 32
0
6 P 18
0
7 Q 2

Em cada camada ou nível de energia, os elétrons se distribuem em subcamadas ou subníveis


de energia, representados pelas letras s,p,d,f, em ordem crescente de energia.

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O número máximo de elétrons que cabe em cada subcamada, ou subnível de energia, também
foi determinado experimentalmente:

energia crescente

Subnível s p d f
Número máximo de elétrons 2 6 10 14

O número de subníveis que constituem cada nível de energia depende do número máximo de
elétrons que cabe em cada nível. Assim, como no 10 nível cabem no máximo 2 elétrons, esse nível
apresenta apenas um subnível s, no qual cabem os 2 elétrons. O subnível s do 10 nível de energia é
representado por 1s.

Como no 20 nível cabem no máximo 8 elétrons, o 20 nível é constituído de um subnível s, no


qual cabem no máximo 2 elétrons, e um subnível p, no qual cabem no máximo 6 elétrons. Desse
modo, o 20 nível é formado de dois subníveis, representados por 2s e 2p, e assim por diante.

Resumindo:

Nível Camada N0 máximo de elétrons Subníveis conhecidos


0
1 K 2 1s
0
2 L 8 2s e 2p
0
3 M 18 3s,3p e 3d
0
4 N 32 4s,4p,4d e 4f
0
5 O 32 5s,5p,5d e 5f
0
6 P 18 6s,6p e 6d
0
7 Q 8 7s

Linus Carl Pauling (1901-1994), químico americano, elaborou um dispositivo prático que
permite colocar todos os subníveis de energia conhecidos em ordem crescente de energia. É o
processo das diagonais, denominado diagrama de Pauling, representado a seguir. A ordem
crescente de energia dos subníveis é a ordem na seqüência das diagonais.

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1s

2s 2p

3s 3p 3d

4s 4p 4d 4f

5s 5p 5d 5f

6s 6p 6d

7s

1s,2s,2p,3s,3p.4s,3d,4p,5s,4d,5p,6s,4f,5d,6p,7s,5f,6d
ordem crescente de energia

Acompanhe os exemplos de distribuição eletrônica:

1. Distribuir os elétrons do átomo normal de manganês (Z=25) em ordem de camada.

Solução:

Se Z=25 isto significa que no átomo normal de manganês há 25 elétrons.

Aplicando o diagrama de Pauling, teremos:

K 1s2
L 2s2 2p6
M 3s2 3p6 3d5
N 4s2 4p 4d 4f
O 5s 5p 5d 5f
P 6s 6p 6d
Q 7s

Resposta: K = 2; L= 8; M = 13; N = 2

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2. Distribuir os elétrons do átomo normal de xenônio (Z=54) em ordem de camada.

Solução:

K 1s2
L 2s2 2p6
M 3s2 3p6 3d10
N 4s2 4p6 4d10 4f
O 5s2 5p6 5d 5f
P 6s 6p 6d
Q 7s

Resposta: K = 2; L = 8; M = 18; N =18; O = 8

Há alguns elementos químicos cuja distribuição eletrônica não “bate” com o diagrama de
Pauling. São exceções que não serão discutidas nesta apostila.

Se você desejar saber mais, consulte os bons livros de Química do nível médio.

Exercícios

1. Complete a tabela:

Elemento Z n A N0 de elétrons
Cl (Cloro) 17 35
Ca (Cálcio) 20 40
C (Carbono) 6 12
S (Enxofre) 16 16
Fe (Ferro) 56 26
P (Fósforo) 15 31
H (Hidrogênio) 1 1
Ag (Prata) 49 115
Zn (Zinco) 25 30
K (Potássio) 19 20

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2. Faça a distribuição eletrônica, por camada, para os átomos dos elementos indicados:

B (Z=5) Ne (Z=10) Ca (Z=20)

Co (Z=27) Br (Z=35) Mo (Z=42)

PRÁTICA 1: IDENTIFICAÇÃO DE ÁTOMOS

Objetivo

• Identificar, pela coloração da chama do bico de Bunsen, alguns tipos de átomos.

Material necessário

ƒ 1 bico de Bunsen

ƒ 1 caixa com fósforos de segurança

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ƒ 7 vidros de relógio

ƒ 1 pedaço de fio níquel-cromo (± 10cm)

ƒ 1 béquer de 50ml

ƒ 1 frasco contendo cloreto de lítio (LiCl) sólido

ƒ 1 frasco contendo cloreto de potássio (KCl) sólido

ƒ 1 frasco contendo cloreto de sódio (NaCl) sólido

ƒ 1 frasco contendo cloreto de bário (BaCl2) sólido

ƒ 1 frasco contendo cloreto de cálcio (CaCl2) sólido

ƒ 1 frasco contendo cloreto de estrôncio (SrCl2) sólido

ƒ 1 frasco contendo cloreto de cobre II (CuCl2) sólido

ƒ 1 flanela para limpeza ou papel toalha

ƒ 1 frasco contendo ácido clorídrico concentrado

ƒ 1 pipeta de 30mL graduada

ƒ 1 espátula ou colher

ƒ 1 vidro azul cobalto (opcional)

Fundamentos teóricos

Quando um material é suficientemente aquecido, emite ondas eletromagnéticas e as que se


situam na região do visível provocam luminosidade. Isso se deve à excitação dos elétrons que
recebem energia mas a devolvem no retorno às posições de origem.

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Como as transposições eletrônicas em átomos diferentes são diferentes, as ondas


eletromagnéticas emitidas terão diferentes freqüências, o que pode resultar em emissão de luz de
cores diferentes.

A luz visível pode ter as seguintes cores: vermelha, alaranjada, amarela, verde, azul, anil e
violeta. São as cores do arco-íris. A mistura dessas sete cores dão origem a luz branca ou solar.

A luz visível é um pequeno trecho do espectro eletromagnético que compreende as seguintes


ondas eletromagnéticas: ondas longas de rádio, onda médias de rádio, ondas curtas de rádio,
freqüência modulada, ondas de TV, ondas de radar, microondas, raios infravermelhos, luz visível,
raios ultravioletas, raios X, raios gama e raios cósmicos.
o
O ângstron ( A ) é a unidade mais usual para se medir o comprimento de uma onda
eletromagnética. Equivalência: 1 ângstron = 10−10 m.

Os comprimentos de onda da luz visível situam-se na faixa de 3600 ângstrons (luz violeta) a
7800 ângstrons (luz vermelha).

Procedimentos

1. O professor vai colocar em vidros de relógio, separadamente, as substâncias tabeladas e


em um béquer 5mL de ácido clorídrico concentrado. Observe como o professor procede.

Substância Coloração da chama


LiCl - cloreto de lítio
KCl - cloreto de potássio
NaCl - cloreto de sódio
BaCl2 - cloreto de bário
CaCl2 - cloreto de cálcio
SrCl2 - cloreto de estrôncio
CuCl2 - cloreto de cobre II

2. A seguir, o professor vai umedecer uma das extremidades do fio de níquel-cromo no ácido
clorídrico concentrado e, a seguir, tocar o cloreto de lítio sólido para que uma porção desta
substância fique aderida na extremidade umedecida.

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3. Em seguida o professor vai colocar a extremidade do fio de níquel-cromo (contendo a


porção de cloreto de lítio nela aderida) na chama do bico de Bunsen. Observe a cor da
chama e escreva no campo apropriado da tabela a cor que você viu.

4. O professor vai repetir o mesmo procedimento com as outras substâncias e sempre vai
limpar o fio de níquel-cromo para testar cada nova substância. Isto é importante para que
uma substância não interfira no resultado de outra. Observe como o professor procede para
limpar o fio de níquel-cromo. Não se esqueça de completar os campos da tabela, anotando
as cores que você conseguir visualizar.

5. Que elementos contidos nas substâncias das amostras são responsáveis pelas cores?
Anote sua resposta.

6. Por que as cores observadas não se devem aos átomos de cloro? Anote sua resposta.

7. O elemento hélio foi encontrado primeiramente no Sol. Como você acha que isto foi feito?
Anote a resposta após discutí-la com seus colegas, sob a intermediação do professor.

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TABELA PERIÓDICA ATUAL

Nas primeiras décadas do século XIX foram propostos vários sistemas de classificação dos
elementos químicos em grupos, segundo critérios de semelhança.

Aos poucos foi desenvolvido o atual sistema de classificação, representado na tabela da


página 29, denominada tabela periódica.

Acompanhe as informações que se seguem, consultando a tabela periódica:

) os elementos químicos estão alinhados em sete períodos (fileiras horizontais) e colocados


em ordem crescente de seus números atômicos;

) os elementos estão alinhados em dezoito colunas, que constituem as chamadas famílias;

) cada quadrícula apresenta cinco informações: o símbolo do elemento na parte central; a


distribuição eletrônica à direita; o nome do elemento à esquerda; o número atômico acima
do símbolo e a massa atômica abaixo do símbolo. Exemplo:

símbolo do elemento

número atômico

9 2
FLÚOR

F
7
19,00

distribuição eletrônica

nome do elemento
massa atômica

) As famílias A agrupam os chamados elementos representativos.

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) Na coluna 0 (18) encontram-se os gases nobres : He, Ne, Ar, Kr, Xe e Ra.

) Na coluna 1A (1), temos os metais alcalinos : Li, Na, K, Rb, Cs e Fr.

) Na coluna 2 A (2), temos os metais alcalino-terrosos : Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra.

) Na coluna 3A (13), temos a família do boro: B, Al, Ga, In e Tl.

) Na coluna 4A (14), temos a família do carbono: C, Si, Ge, Sn e Bi.

) Na coluna 5A (15), temos a família do nitrogênio: N , P, As, Sb e Bi.

) Na coluna 6A (16), temos os calcogênios : O, S, Se, Te e Po.

) Na coluna 7A (17), temos os halogênios: F, Cl, Br, I e At.

) Na coluna 0 (18), temos os gases nobres : He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn.

) Os elementos das famílias de 3B(3) a 8B(10) caracterizam os elementos de transição


simples. Esses elementos possuem subnível d incompleto no penúltimo nível e subnível s
completo no último nível.

) A série dos lantanídios (terras raras) e a série dos actinídios representam os elementos de
transição interna. Esses elementos possuem subnível f incompleto no antepenúltimo
nível, subnível d incompleto no penúltimo nível e subnível s completo no último nível.

) Os elementos pertencentes a um mesmo período possuem o mesmo número de camadas


eletrônicas.

) O número do período indica a quantidade de camadas em sua distribuição eletrônica.

) O número da família ( famílias A) indica o número de elétrons da última camada eletrônica.

) Em negrito, temos os semi-metais : B, Si, Ge, As, Sb, Te e Po.

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) Entre os semi-metais e os gases nobres temos os não-metais:

C, N, O, F, P, S, Cl, Se, Br, I e At.

) A maioria dos elementos químicos contidos na tabela são metais.

) Sob pressão normal e a 25ºC são elementos gasosos: F, Cl, O, N, H, He, Ne, Ar, Kr, Xe e
Rn.

) São líquidos os elementos: Br e Hg.

) Os demais elementos são sólidos.

A tabela periódica não é para ser decorada em seus mínimos detalhes; é para ser
consultada!

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SUBSTÂNCIAS

Os átomos não “gostam” de “viver” isoladamente. Preferem ligar-se uns aos outros, buscando
maior estabilidade elétrica.

Quando átomos iguais ou diferentes se ligam, dão origem às moléculas e aos agregados
iônicos que vão constituir as substâncias.

Representando os átomos por “bolinhas” vamos utilizar os seguintes tipos de átomos para
representar moléculas de algumas substâncias que você conhece:

⇒ átomo de carbono

⇒ átomo de oxigênio

⇒ átomo de hidrogênio

Acompanhe:

molécula de gás carbônico

molécula de água

molécula de gás oxigênio

molécula de álcool comum (etanol)

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molécula de gás hidrogênio

Já deu para perceber que foi possível montar cinco moléculas de substâncias diferentes
usando apenas três tipos de átomos. Imagine o que se pode fazer com os mais de 100 tipos de
átomos conhecidos !

Pois bem, as substâncias podem ser simples ou compostas.

As substâncias simples são constituídas por átomos isolados, como os gases nobres, ou pela
combinação de átomos de um único elemento químico como é o caso do gás hidrogênio e do gás
oxigênio.

As substâncias compostas são formadas por átomos de mais de um elemento químico. É o


caso do gás carbônico, da água e do álcool.

As substâncias, simples ou compostas, podem ser representadas por fórmulas que indicam os
tipos e as quantidades dos átomos que as compõem.

Exemplos:

O2 ⇒ é a fórmula do oxigênio. É uma substância simples, pois em cada molécula só existe um


tipo de átomo.

H2 ⇒ é a fórmula do hidrogênio. É uma substância simples, pois em cada molécula só existe


um tipo de átomo.

CO2 ⇒ é a fórmula do gás carbônico. É uma substância composta, pois em cada molécula
existem dois tipos de átomos diferentes (carbono e oxigênio).

C2H5OH ⇒ é a fórmula do etanol. É uma substância composta, pois em cada molécula


existem três tipos de átomos diferentes (carbono, hidrogênio e oxigênio).

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Exercícios

1. Complete as afirmações:

a) Se as moléculas de uma substância apresentam átomos iguais em sua estrutura,


estaremos diante de uma substância .................................

b) Uma substância composta apresenta moléculas, cujos átomos são ................................


entre si.

c) As moléculas de sacarose (açúcar de cana) apresentam átomos de carbono, oxigênio e


hidrogênio . A sacarose é uma substância .................................

d) Uma placa de platina só apresenta átomos de platina em sua estrutura. Trata-se de uma
substância .................................

2. Complete a tabela assinalando com (X) se a substância é simples ou composta.

Classificação
Nomes e fórmulas das substâncias Simples Composta
Ácido perclórico (HClO4)
Ouro 24 quilates (Au)
Gás ozônio (O3)
Cloreto de sódio (NaCl)
Monóxido de carbono (CO)
Gás metano (CH4)
Enxofre purificado (S8)
Iodo (I2)
Ácido sulfúrico (H2SO4)
Ácido nítrico (HNO3)
Hidróxido de sódio (NaOH)
Neônio (Ne)
Gás acetileno (C2H2)
Ácido acético (CH3COOH)

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Classificação
Nomes e fórmulas das substâncias Simples Composta
Éter (CH3OCH3)
Isopreno (C5H8)
Metanol (CH3OH)
Gás Sulfídrico (H2S)
Bronze (liga de cobre e estanho)
Latão (liga de cobre e zinco)
Naftalina (C10H8)
Água oxigenada (H2O2)
Glicose (C6H12O6)
Flúor (F2)
Celulose (C6H10O5)n
Alumínio refinado (Al)
Argônio (Ar)
Diamante (Cn)
Sódio metálico (Na)
Nitrogênio (N2)
Dióxido de nitrogênio (NO2)
Amônia (NH3)
Sulfato de cobre II (CuSO4)
Aço (liga de ferro e carbono)
Talco ( Mg3(Si4O10)(OH)2)
Bórax (Na2B4O7.10H2O)
Nitrato de prata (AgNO3)
Silicato de cálcio (CaSiO3)

Carbonato de potássio (K2CO3)

Óxido férrico (Fe2O3)

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TEORIA DO OCTETO E LIGAÇÕES QUÍMICAS

Examinemos as configurações eletrônicas dos gases nobres:

Hélio...............................2

Neônio............................2, 8

Argônio...........................2,8,8

Kriptônio.........................2,8,18,8

Xenônio..........................2,8,18,18,8

Radônio................. ........2,8,18,32,18,8

Excetuando o hélio, que possui 2 elétrons na camada K, os demais gases nobres apresentam
8 elétrons na última camada. Todos esses gases são bastante estáveis e são encontrados no estado
atômico. Dificilmente os átomos desses elementos efetuam ligações químicas.

Diante disto, surgiu a teoria do octeto, pois experiências constataram que os átomos, de um
modo geral, tornam-se estáveis quando adquirem a configuração dos gases nobres. Em outras
palavras, os átomos procuram ficar com 8 elétrons na última camada ou com 2 elétrons se ele tiver
apenas a camada K.

Contudo, para adquirir a estabilidade química de um gás nobre, os átomos cedem, ganham ou
compartilham elétrons. Dessas interações, surgem forças de atração capazes de unir os átomos.
Quando isto ocorre estabelecem-se as ligações químicas entre eles.

Vamos discutir três tipos de ligações químicas: a ligação iônica ou eletrovalente, a ligação
covalente e a ligação metálica.

• Ligação iônica ou eletrovalente

Nesse tipo de ligação, os átomos cedem ou recebem definitivamente um ou mais elétrons;


passam a constituir íons, que são átomos ou agrupamento de átomos (radical) que cedem ou
recebem um ou mais elétrons, e ficam com excesso de carga elétrica positiva ou negativa.

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Se um átomo ceder um ou mais elétrons, torna-se um íon positivo ou cátion; ao contrário, se


receber um ou mais elétrons torna-se um íon negativo ou ânion.

Como regra geral, os átomos de metais tendem a ceder elétrons, pois apresentam um, dois ou
três elétrons na última camada. Por outro lado, os átomos dos não-metais tendem a receber elétrons
pois têm cinco, seis ou sete elétrons na última camada.

A ligação iônica ocorre geralmente entre átomos com baixa eletronegatividade (metais) e
átomos com alta eletronegatividade (não-metais).

Exemplo 1:

Seja a ligação entre átomos de sódio (Z=11) e cloro (Z=17):

K- 2 K-2
Na L - 8 Cl L-8
M -1 M-7

este elétron será cedido esta camada receberá um elétron

Representando os átomos, temos:

No exemplo, o átomo de sódio entrega definitivamente um elétron ao átomo de cloro. Desse


modo, forma-se um íon positivo (cátion Na+) e um íon negativo (ânion Cl−), ambos com o octeto
completo.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 30


Química dos Materiais

Considerando-se que esta explicação envolve apenas os elétrons da última camada (camada
de valência), podemos simplificar a representação anterior do seguinte modo:

. . . .

Na . + .
Cl: [ Na ]+ + [ :Cl: ]−
. . . .

Tendo cargas opostas, os cátions e os ânions atraem-se e mantêm-se unidos pela ligação
iônica, originando assim a substância cloreto de sódio:

Observe que o Na “encolheu” ao formar o Na+ e que o Cl “inchou” ao formar o Cl− .

Na prática, porém, uma reação não envolve apenas dois átomos, mas sim uma enorme
quantidade de átomos, de modo que no final teremos um aglomerado envolvendo um grande número
de íons.

No caso do cloreto de sódio (NaCl), átomos de sódio são bombardeados por moléculas de
cloro gasoso, resultando num aglomerado iônico. Ao redor de cada cátion de Na+ encontram-se seis
ânions Cl−; ao redor de cada ânion Cl− encontram-se seis cátions de Na+.

Se conseguíssemos ampliar um daqueles cristaizinhos de sal, presentes no saleiro, veríamos


um amontado de cátions Na+ e ânions Cl−, conhecido como retículo cristalino iônico.

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Exemplo 2:

Seja a ligação entre átomos de cálcio (Z=20) e flúor (Z=9):

K-2 K-2
Ca L- 8 F L-7
M-8
N-2
esta camada receberá um elétron

estes elétrons serão cedidos

: F:
. .
. .
.. 2+
Logo: Ca + [ Ca ] [:F: ] -
. . 2

:F:
. .

Neste caso, também a substância resultante CaF2 é formada somente por íons.

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O número de íons ligantes é inversamente proporcional às cargas elétricas. Disto resulta a


seguinte regra geral de formulação:

x -y
A B
y x

Salientemos que a carga total positiva dos cátions equilibra a carga total negativa dos ânions.

As principais características dos compostos iônicos são as seguintes:

⇒ à temperatura ambiente, são sólidos;

⇒ no estado sólido não conduzem a corrente elétrica;

⇒ no estado líquido (fundidos) conduzem a corrente elétrica, pois os íons apresentam


mobilidade;

⇒ quando dissolvidos em água, conduzem a corrente elétrica, pois há separação entre os


íons;

⇒ apresentam pontos de fusão e de ebulição elevados.

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Os principais cátions são os seguintes:

Cátions mais comuns


Monovalentes Divalentes Trivalentes Tetravalentes
+ 2+ 3+
Li Mg B Sn4+
Na+ Ca2+ Al3+ Pb4+
K+ Sr2+ Bi3+ Mn4+
Rb+ Ba2+ Cr3+ Pt4+
Cs+ Zn2+ Au3+
Ag+ Cu2+ Fe3+
Cu+ Hg2+ Co3+
NH4+ Fe2+ Ni3+
H3O+ Mn2+ As3+
Hg22+ Co2+ Sb3+
Au+ Ni 2+
Sn2+
Pb2+
Pt2+

Observe que há elementos que formam dois cátions. Nesse caso, o cátion com valência menor
recebe o sufixo oso e o cátion com valência maior recebe o sufixo ico. Pode-se também indicar os
sufixos com algarismos romanos.

Exemplo: Fe2+ = íon ferroso ou íon de ferro II; Fe3+ = íon férrico ou íon de ferro III.

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Os ânions mais comuns são os seguintes:

Ânions e radicais mais comuns


Monovalentes Divalentes Trivalentes Tetravalentes

CH3COO (acetato) CO32− (carbonato) BO33− (borato) P2O74− (pirofosfato)
BiO3− (bismutato) CrO42− (cromato) PO43− (ortofostato) SiO44− (ortossilicato)
BrO3− (bromato) Cr2O72− (dicromato) [Fe(CN)6]3− (ferricianeto) [Fe(CN)6]4− (ferrocianeto)
Br− (brometo) SnO32− (estanato) SbO43− (antimoniato) Sb2O74− (piroantimoniato)
OCN− (cianato) SnO22− (estanito) SbO33− (antimonito) As2O74− (piroarseniato)
ClO3− (clorato) HPO32− (fosfito) AsO43− (arseniato)

Cl− (cloreto) MnO42− (manganato) AsO33− (arsenito)

ClO2− (clorito) SiO32−(metassilicato)


F− (fluoreto) C2O42− (oxalato)
BrO− (hipobromito) S2− (sulfeto)
ClO− (hipoclorito) SO42− (sulfato)
H2PO2− (hipofosfito) SO32− (sulfito)
IO− (hipoiodito) S2O32− (tiossulfato)
IO3− (iodato) ZnO22− (zincato)
I− (iodeto)
PO3− (metafosfato)
NO3− (nitrato)
NO2− (nitrito)
ClO4− (perclorato)
IO4− (metaperiodato)
MnO4− (permanganato)
SCN− (tiocianato)

• Ligação covalente ou molecular

Neste tipo de ligação, os átomos, ao reagirem, compartilham entre si um ou mais pares de


elétrons da última camada.

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A ligação covalente é bastante comum entre átomos de não-metais e entre hidrogênio e não-
metais. Nas ligações com não-metais, o hidrogênio tende a receber um elétron para adquirir uma
estrutura semelhante à do hélio.

A ligação covalente pode ser normal e dativa.

Na ligação covalente normal, cada átomo participa com um elétron para formar a ligação.

Por exemplo, consideremos dois átomos isolados de hidrogênio (Z=1):

H K–1 H K–1

Cada átomo necessita de mais um elétron para completar a camada K que comporta somente
dois elétrons. Diante disto, os átomos fazem “uma sociedade”: um “empresta” o elétron para o outro e
vice-versa:

H• + •H H••H

O par de elétrons ligantes fica pertencendo a ambos os átomos e a estrutura elétrica torna-se
bastante estável.

O par de elétrons da ligação pode ser representado com um traço: H  H. Aliás, quando se
mostram os elétrons ligantes (H••H) entre os átomos, estaremos diante da fórmula eletrônica;
quando representamos o par de elétrons ligantes por meio de um traço (H  H) estaremos diante da
fórmula estrutural plana e se escrevermos apenas o símbolo dos elementos ligantes com os índices
(quando houver), estaremos diante da fórmula molecular. No caso do exemplo temos: H2.

A ligação covalente normal pode ser simples, dupla ou tripla.

Exemplos:
.. .. .. ..
:F. + .
F: ⇒ :F. . F: ⇒ F  F ⇒ F2 (simples)
.. .. .. ..

.. .. . . ..

O: + :C: + :O ⇒ O::C::O ⇒ O=C=O ⇒ CO2 (dupla)


.. .. .. ..

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:NM + MN: ⇒ :NM MN: ⇒ N ≡ N ⇒ N2 (tripla)

E a ligação dativa?

A ligação covalente dativa é a união entre átomos estabelecida por pares de elétrons que são
cedidos apenas por um dos átomos.

Para compreender, observe a estrutura eletrônica de uma molécula de dióxido de enxofre


(SO2):

.. .. .. . . . ..

O: + :S: + O: ⇒ O::S:O: ⇒ O = S → O
.. .. .. ..

A ligação entre o átomo de oxigênio da esquerda com o enxofre é do tipo covalente normal,
pois cada ligação é formada por um elétron de cada átomo.

Já, a ligação entre o enxofre e o último oxigênio é dativa. Observe que somente o enxofre
forneceu o par de elétrons para o átomo de oxigênio.

A ligação dativa é representada por uma seta que vai do átomo doador para o átomo receptor
do par eletrônico.

Observe que a teoria do octeto continua valendo, pois todos os átomos ligantes ficam com oito
elétrons na última camada.

A ligação dativa só pode ocorrer quando, após o estabelecimento das covalências normais
entre os átomos ligantes existir, entre os ligantes, algum átomo com pares de elétrons “dando sopa”
para outros átomos que precisam se ligar para completar o octeto.

Observe novamente a fórmula eletrônica do SO2. O enxofre ainda possui um par de elétrons
“dando sopa”. Se surgir mais um átomo de oxigênio (lembre-se que o oxigênio é bastante
eletronegativo), ocorrerá outra ligação dativa e surge a molécula de trióxido de enxofre (SO3).
Estruturalmente:

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O

0=S

O

E a ligação metálica?

A ligação metálica ocorre entre os átomos dos metais e das ligas metálicas.

Para compreender como esse tipo de ligação ocorre, imagine um pedaço de cobre metálico.

Se examinarmos o pedaço de cobre metálico a olho nu, teremos a impressão de que o material
é homogêneo. Contudo, se atacarmos a superfície com um reagente apropriado e, auxiliados por um
microscópio metalográfico, notaremos que o material é formado por diversos domínios chamados
grãos ou cristais.

Se examinarmos um dos cristais através de raios-X, concluiremos que ele é formado por um
empilhado ordenado de muitos átomos.

Como os átomos de cobre se unem?

Segundo a teoria da nuvem eletrônica, quando se agrupam muitos átomos de quaisquer


metais, certos elétrons periféricos libertam-se de seus átomos originais e adquirem liberdade de
movimentação. Ocorrendo isto, os átomos transformam-se em cátions momentâneos, voltando a ser
átomos normais assim que recebem elétrons que ficam se movendo por toda a estrutura.

É como o acender e o apagar intermitente de uma lâmpada: elétrons saem e chegam. Isto
forma uma espécie de “cola eletrônica” que garante a estabilidade da estrutura metálica.
Esquematicamente:

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Essa representação teórica da ligação metálica é muito cômoda para justificar, por exemplo, a
boa condutibilidade elétrica e térmica dos metais e ligas metálicas, entre outras propriedades.

Exercícios

1. Escreva a fórmula eletrônica dos compostos formados entre os seguintes elementos:

a) lítio (Z=3) e flúor (Z=9) b) magnésio (Z=12) e cloro (Z=17)

c) cálcio (Z=20) e bromo (Z=35) d) sódio (Z=11) e enxofre (Z=16)

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 39


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2. Átomos de alumínio (Z=13) reagem com átomos de enxofre (Z=16). Escreva a fórmula
eletrônica e a fórmula “molecular” do composto obtido.

3. Complete a tabela .Se necessário, consulte a tabela periódica.

Fórmula molecular Fórmula eletrônica Fórmula estrutural plana


Cl2

CCl4

NH3

H3PO4

HClO3

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PRINCIPAIS FUNÇÕES INORGÂNICAS

As substâncias que apresentam comportamento químico semelhante constituem uma função


química.

O estudo de funções químicas foi introduzido pelo físico-químico sueco Svante August
Arrhenius (1859-1927), no final do século XIX. O critério por ele utilizado baseava-se na passagem de
corrente elétrica em soluções aquosas e no tipo de íons presentes nessas soluções.

A passagem de corrente elétrica por um sistema só é possível quando existe movimento de


cargas elétricas. Isso ocorre em soluções aquosas quando solutos, ao se dissolverem ou se
dissociarem, produzem íons. As soluções assim obtidas recebem o nome de soluções eletrolíticas.

As substâncias iônicas solúveis são eletrólitos pois, em água, dissociam-se. É o caso do


cloreto de sódio: em água, os íons Na+ e os íons Cl− se separam.

Algumas substâncias moleculares também são eletrólitos, pois ionizam-se em água; suas
ligações covalentes são quebradas, produzindo-se íons que conduzem a corrente elétrica. É, por
exemplo, o caso do ácido sulfúrico (H2SO4). Quando adicionado em água, o ácido sulfúrico se ioniza,
dando os íons H3O+ e os íons SO42−.

Se colocarmos, dentro de um béquer, um pouco de água destilada e um pouco de açúcar e


fizermos a montagem indicada, a lâmpada não se acenderá. Isto ocorre porque as moléculas de
sacarose não se ionizam.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 41


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Agora, se colocarmos água dentro de outro béquer e adicionarmos um pouco de ácido


clorídrico e fizermos a mesma montagem anterior, notaremos que a lâmpada se acende. Isto ocorre
porque as moléculas de ácido clorídrico (HCl) se ionizam.

Diante do exposto define-se grau de ionização (α) de um eletrólito como sendo o quociente
entre o número de partículas ionizadas e número inicial de partículas dissolvidas.

Por exemplo, se adicionarmos ácido clorídrico em água, de cada 100 moléculas dissolvidas, 92
sofrem ionização. Portanto, o grau de ionização do ácido clorídrico é:

número de moléculas ionizadas 90


α= = = 0,92 ou 92%
número de moléculas dissolvidas 100

O grau de ionização traduz a “força” do eletrólito.

Esquematicamente:

eletrólito s fracos eletrólitos moderados eletrólitos fortes

grau de ionização 0 0,05 0,5 1

Com base no conceito de eletrólito, vamos estudar as principais funções inorgânicas, ou seja:
os ácidos, as bases, os sais e os óxidos.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 42


Química dos Materiais

• Ácidos

Segundo Arrhenius, ácidos são substâncias que em solução aquosa se ionizam, produzindo
como íon positivo apenas o cátion H+.

Exemplos:

H2O
HCl H+ + Cl−

H2O
HNO3 H+ + NO3−

Atualmente sabe-se que o cátion H+ se une a uma molécula de água formando o cátion
hidroxônio ou hidrônio (H3O+). A fórmula estrutural plana do cátion hidroxônio é:

+
H

O
H H

Observe a presença da ligação dativa!

A formulação e a nomenclatura dos ácidos é feita, de um modo geral, segundo os seguintes


critérios:

• formulação:

x−
H + ânion
x

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Observe que na fórmula de um ácido, o ânion é escrito sempre à direita do cátion H+.

Exemplos: H+NO3− ⇒ HNO3 ; H+2SO42− ⇒ H2SO4

• nomenclatura:

ácido + nome do ânion com o sufixo alterado

Para facilitar, memorize a seguinte tabela:

Sufixo do ânion Sufixo do ácido


eto ídrico
ico Ato
oso Ito

Exemplos:

Nome do ânion Nome do ácido


Cloreto ⇒ Cl− Ácido clorídrico ⇒ HCl

Iodeto ⇒ I Ácido iodídrico ⇒ HI
Oxalato ⇒ C2O42− Ácido oxálico ⇒ H2C2O4
Carbonato ⇒ CO32− Ácido carbônico ⇒ H2CO3
Sulfito ⇒ SO32− Ácido sulfuroso ⇒ H2SO3
Clorito ⇒ ClO2− Ácido cloroso ⇒ HClO2
Pirofosfato ⇒ P2O74− Ácido pirofosfórico ⇒ H4P2O7
Cianeto ⇒ CN− Ácido cianídrico ⇒ HCN

Para treinar a formulação e a nomenclatura dos ácidos, consulte a tabela de ânions dada a
seguir:

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Tabela de Ânions
Monovalentes Divalentes Trivalentes Tetravalentes
BiO3− (bismutato) CO32− (carbonato) BO33− (borato) P2O74− (pirofosfato)
BrO3− (bromato) CrO42− (cromato) PO43− (ortofostato) SiO44− (ortossilicato)
Br− (brometo) Cr2O72− (dicromato) [Fe(CN)6]3− (ferricianeto) [Fe(CN)6]4− (ferrocianeto)
OCN− (cianato) SnO32− (estanato) SbO43− (antimoniato) Sb2O74− (piroantimoniato)
ClO3− (clorato) SnO22− (estanito) SbO33− (antimonito) As2O74− (piroarseniato)

Cl− (cloreto) HPO32− (fosfito) AsO43− (arseniato)

ClO2− (clorito) MnO42− (manganato) AsO33− (arsenito)


F− (fluoreto) SiO32−(metassilicato)
BrO− (hipobromito) C2O42− (oxalato)
ClO− (hipoclorito) S2− (sulfeto)
H2PO2− (hipofosfito) SO42− (sulfato)
IO− (hipoiodito) SO32− (sulfito)
IO3− (iodato) S2O32− (tiossulfato)
I− (iodeto) ZnO22− (zincato)
PO3− (metafosfato)
NO3− (nitrato)
NO2− (nitrito)
ClO4− (perclorato)
IO4− (metaperiodato)
MnO4− (permanganato)
SCN− (tiocianato)

Os ácidos inorgânicos mais importantes são três que serão apresentados a seguir:

Ácido sulfúrico (H2SO4)

É o produto químico mais utilizado na indústria; por isso costuma-se dizer que o consumo de
ácido sulfúrico mede o desenvolvimento industrial de um país.

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Química dos Materiais

O H2SO4 puro é um líquido incolor, oleoso, corrosivo e extremamente solúvel em água.


Apresenta densidade 1,84g/cm3 e entra em ebulição a 3380C. Para diluí-lo deve-se despejá-lo
lentamente na água e nunca o contrário, pois há liberação de muito calor e o ácido pode se projetar
nas mãos e no rosto do operador.

Industrialmente o ácido sulfúrico é obtido pelo processo catalítico ou de contato, de acordo com
as seguintes etapas:

⇒ queima do enxofre ou ustulação de sulfetos metálicos para obter dióxido de enxofre:

S + O2 SO2 ou 4FeS2 + 11O2 2Fe2O3 + 8SO2

⇒ oxidação do SO2 em presença de catalisadores (substâncias que aumentam a velocidade


de uma reação) como a platina em pó ou pentóxido de vanádio, para obter trióxido de
enxofre (SO3):

2SO2 + O2 2SO3

⇒ reação do SO3 com água:

SO3 + H2O H2SO4

Os principais usos do ácido sulfúrico são:

) na produção de fertilizantes agrícolas, como os superfosfatos;

) na produção de plásticos, fibras têxteis, celulose, corantes, tintas, pigmentos, etc.

) na produção de outros ácidos;

) na limpeza de metais e ligas metálicas (aço);

) no refino do petróleo;

) em baterias de automóveis;

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 46


Química dos Materiais

) na fabricação de explosivos;

) na fabricação de éter a partir de álcool;

) na fabricação de velas de estearina, etc.

Ácido clorídrico

Ácido clorídrico é uma solução de cloridreto ou gás clorídrico (HCl) em água. O gás clorídrico é
um gás incolor, não-inflamável, muito tóxico e corrosivo. Uma solução aquosa que contém mais que
37% em peso de gás clorídrico, fumega no ar e, por isso, recebe o nome de ácido fumegante.

O ácido clorídrico é um dos ácidos mais fortes que se conhece, pois apresenta elevado grau de
dissociação iônica.

Industrialmente, o gás clorídrico é preparado por síntese direta, segundo a reação:

H2 + Cl2 2HCl

Este método é empregado em países onde o cloro (Cl2) é fabricado em grande quantidade
como produto secundário da fabricação do hidróxido de sódio, pela eletrólise do cloreto de sódio em
solução aquosa.

Os principais usos do ácido clorídrico são:

) na limpeza de superfícies metálicas nas indústrias metalúrgicas;

) na Química Analítica;

) na preparação de ácidos fracos em geral;

) na preparação de hidrogênio e cloro;

) na preparação de cloretos em geral;

) na limpeza de respingos de cal na construção civil;

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) na hidrólise de amidos e proteínas na indústria de alimentos;

) na produção de corantes, tintas, couros,

) em galvanoplastia.

Ácido nítrico

É um líquido incolor quando puro, com densidade 1,52 g/cm3 e bastante fumegante quando
exposto ao ar. Ataca o tecido animal e vegetal; produz na pele manchas amarelas e destrói
rapidamente os vegetais.

É solúvel em água em todas as proporções, onde forma um ácido fortíssimo, devido ao seu
alto grau de dissociação iônica.

No comércio aparece com o nome de ácido nítrico concentrado, de cor amarelo-acastanhada,


devido a presença de dióxido de nitrogênio (NO2) dissolvido.

Quando aquecido, ou exposto à luz, torna-se instável; decompõe-se produzindo água, oxigênio
e dióxido de nitrogênio.

Devido à tendência de libertar oxigênio, o ácido nítrico é um poderoso oxidante.

Industrialmente, o ácido nítrico é preparado a partir da amônia (NH3), segundo as reações:

catalisador (Pt)
4NH3 + 5O2 4NO + 6H2O

6000C

2NO + 2O2 2NO2

3NO2 + H2O 2HNO3 + NO

Os principais usos do ácido nítrico são:

) na fabricação de explosivos, tais como trinitroglicerina, trinitrotolueno (T.N.T.), ácido pícrico


e nitrocelulose (algodão-pólvora);

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Química dos Materiais

) na fabricação de seda artificial;

) na fabricação de celulóide;

) na fabricação de plásticos;

) na fabricação de tintas e vernizes;

) nos processos que exigem oxidação enérgica;

) na preparação de nitratos;

) na produção de fertilizantes agrícolas.

• Bases ou hidróxidos ou álcalis

Bases ou hidróxidos ou álcalis são compostos que, por dissociação iônica, liberam como íons
negativos apenas o ânion hidroxila (OH−).

Exemplos:

NaOH H2O Na+ + OH−

Ca(OH)2 H2O Ca2+ + 2OH−

A formulação das bases é feita segundo o esquema:

Cátion x + OH x

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 49


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A nomenclatura das bases é feita do seguinte modo:

a) se o cátion forma apenas uma base:

hidróxido de .................................
(nome do cátion)

Exemplos:

NaOH ⇒ hidróxido de sódio

Al(OH)3 ⇒ hidróxido de alumínio

b) se o cátion formar duas bases:

oso → para a carga menor


hidróxido ...........................
(nome do cátion) ico → para a carga maior

Exemplos:

Fe(OH)2 ⇒ hidróxido ferroso

Fe(OH)3 ⇒ hidróxido férrico

CuOH ⇒ hidróxido cuproso

Cu(OH)2 ⇒ hidróxido cúprico

As cargas também podem ser indicadas por algarismos romanos, em lugar dos sufixos oso e
ico:

Fe(OH)2 ⇒ hidróxido de ferro II

Fe(OH)3 ⇒ hidróxido de ferro III

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 50


Química dos Materiais

Para treinar a formulação e nomenclatura das bases, consulte a tabela de cátions dada a
seguir:

Cátions mais comuns


Monovalentes Divalentes Trivalentes Tetravalentes
+ 2+ 3+ 4+
Li Mg B Sn
+ 2+
Na Ca Al 3+
Pb4+
K+ Sr2+ Bi3+ Mn4+
Rb+ Ba2+ Cr3+ Pt4+
Cs+ Zn2+ Au3+
Ag+ Cu2+ Fe3+
Cu+ Hg2+ Co3+
NH4+(amônio) Fe2+ Ni3+
Hg22+ Mn2+ As3+
Au+ Co2+ Sb3+
Ni 2+
Sn2+
Pb2+
Pt2+

As principais bases inorgânicas são as seguintes:

Hidróxido de sódio

Também chamado de soda cáustica, é um sólido nas condições normais. Funde-se a 3220C e
é extremamente solúvel em água, sendo a dissolução acompanhada de grande desenvolvimento de
calor.

Corrói o tecido animal e vegetal e é encontrado no comércio na forma de pastilhas, bastões e


escamas.

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Química dos Materiais

Industrialmente o hidróxido de sódio é obtido por eletrólise de solução saturada de cloreto de


sódio. Na eletrólise forma-se hidróxido de sódio ao lado de cloro e hidrogênio:

2NaCl + 2H2O eletrólise 2NaOH + H2 + Cl2

O hidróxido de sódio tem uma série enorme de empregos, sendo os principais os seguintes:

) fabricação de sabões;

) fabricação de seda artificial;

) fabricação de papel;

) refinação de óleos vegetais, animais e minerais;

) matéria-prima de obtenção de sais de sódio;

) reagente para a preparação de hidróxidos insolúveis;

) como base forte, em laboratório e na indústria; etc.

Hidróxido de potássio

É uma substância sólida, branca, cristalina e solúvel em água, álcool e éter. Recebe o nome de
potassa cáustica por ser uma substância bastante corrosiva.

Industrialmente o hidróxido de potássio é obtido por eletrólise de cloreto de potássio em


solução aquosa:

2KCl + 2H2O eletrólise 2KOH + H2 + Cl2

O hidróxido de potássio encontra aplicação:

) na fabricação de sabões moles;

) na preparação de sais de potássio (nitrato, sulfato, carbonato);

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Química dos Materiais

) em laboratório como base forte; etc.

Hidróxido de cálcio

O hidróxido de cálcio é conhecido pelo nome de cal extinta, pois pode ser obtido a partir da cal
virgem (CaO) em reação com água:

CaO + H2O Ca(OH)2 + calor

Essa é a reação que ocorre quando os pedreiros preparam a argamassa a ser utilizada no
assentamento de tijolos.

Sendo a base mais barata do comércio, encontra uma série de aplicações, tais como:

) na preparação de argamassa que consiste de mistura de uma parte de cal virgem, com
duas partes de areia e água. A pasta vai se endurecendo aos poucos, devido à evaporação
da água e à formação de carbonato de cálcio, pela reação do gás carbônico (do ar) - que
penetra pelos poros da massa que perdeu água - com hidróxido de cálcio.

) na preparação de hidróxidos de metais alcalinos e de amônio;

) na preparação de cal clorada, muito utilizada no branqueamento de tecidos;

) na refinação do açúcar.

Hidróxido de magnésio

É pouco solúvel em água e sua suspensão é conhecida como leite de magnésia, um ótimo
antiácido estomacal.

O hidróxido de magnésio neutraliza o excesso de ácido clorídrico do suco gástrico, segundo a


reação:

Mg(OH)2 + 2HCl MgCl2 + 2H2O

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Química dos Materiais

O hidróxido de magnésio também é utilizado na refinação do açúcar, na fabricação de papel e


na indústria farmacêutica.

Hidróxido de amônio

É constituído pelo cátion amônio (NH4+) e pelo ânion hidroxila (OH−). O hidróxido de amônio é
uma base fraca e volatiliza-se lentamente à temperatura normal e rapidamente quando aquecido. Em
ambos os casos obtém-se o gás amônia (NH3) e água.

O hidróxido de amônio é empregado em laboratório e na indústria como base fraca e é também


utilizado na preparação de sais de amônio e de hidróxidos insolúveis. Os sais de amônio são muito
utilizados como fertilizantes.

• Comparação entre ácidos e bases

Os ácidos e as bases apresentam características opostas e isto pode ser evidenciado pelas
suas propriedades funcionais:

Propriedades Ácidos Bases


funcionais
São azedos. Por exemplo, no Apresentam sabor adstringente
vinagre existe ácido acético e na (“amarram a língua”, como o “leite
laranja e no limão existe ácido de magnésia”. Nunca coloque soda
cítrico. Não vá experimentar ácido cáustica na língua! Os hidróxidos,
sulfúrico, clorídrico, nítrico e outros em geral, são venenosos e
Sabor
ácidos, pois são venenosos e corrosivos!
corrosivos!
Só os hidróxidos da família dos
metais alcalinos e o hidróxido de
A maioria é solúvel.
amônio são solúveis. Os demais ou
Solubilidade em água são pouco solúveis ou insolúveis.
Só conduzem corrente elétrica em Conduzem a corrente elétrica em
solução aquosa. solução aquosa ou quando
Condutividade elétrica
fundidos.
Os hidróxidos dos metais alcalinos
e alcalino-terrosos são iônicos; os
Estrutura São moleculares.
demais são moleculares.
Ação recíproca Juntando-se um ácido e uma base, ocorre uma reação de neutralização.
Forma-se água e um sal.

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Exercícios

1. Com o auxílio da tabela de ânions, escreva a fórmula molecular dos ácidos indicados :

Ácidos Fórmula molecular


Ácido sulfídrico
Ácido cloroso
Ácido mangânico
Ácido permangânico
Ácido clórico
Ácido bórico
Ácido crômico

2. Dada a fórmula molecular dos ácidos indicados, dê a nomenclatura:

Ácidos Nomenclatura
HIO4
HCN
HIO2
H4[Fe(CN)6]
H3PO4
HI

3. Com o auxílio da tabela de cátions, escreva a fórmula das bases dadas a seguir:

Bases Fórmula
Hidróxido niqueloso
Hidróxido de cromo III
Hidróxido plúmbico
Hidróxido plumboso
Hidróxido de mercúrio II
Hidróxido áurico

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4. Escreva o nome das bases formuladas a seguir:

Bases Nomenclatura
NH4OH
Al(OH)3
LiOH
Zn(OH)2
Co(OH)2
Ba(OH)2

PRÁTICA 2: IDENTIFICAÇÃO DE ÁCIDOS E BASES

Objetivo

• Identificar substâncias ácidas e básicas por meio de indicadores

Material necessário

• 4 vidros de relógio

• 4 béqueres de 50ml

• 7 pipetas ou conta-gotas

• 4 baguetas de vidro

• ácido clorídrico p.a.

• hidróxido de sódio em solução

• hidróxido de amônio em solução

• ácido nítrico p.a.

• solução de metilorange

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• solução de azul de bromotimol

• solução de fenolftaleína

• papel tornassol azul

• papel tornassol vermelho

• vinagre

• limão

• água sanitária

• sabão ou sabonete em pedra

• papel indicador universal

Fundamentos teóricos

Indicadores ácido-base são substâncias que apresentam coloração diferente, conforme o meio
seja ácido ou básico. Os indicadores ácido-base mais comuns são: fenolftaleína, metilorange, azul de
bromotimol, tornassol e mistura de indicadores que impregnam o papel indicador universal.

O papel indicador universal é um valioso auxiliar para caracterizar se uma substância


apresenta características ácidas ou básicas. Na Química é comum expressar a medida da acidez ou
basicidade de uma solução por meio de uma escala de pH. A escala de pH varia de zero até 14. As
soluções ácidas apresentam pH que varia de zero a 6 e as soluções básicas apresentam pH que
varia de 6 a 14. Se a solução apresentar pH=7 ela é considerada neutra.

O pH pode ser medido com indicadores ácido-base ou por meio de um aparelho chamado
peagômetro.

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Procedimentos

1. Numere os béqueres.

2. Coloque ± 30ml de água destilada em cada béquer.

3. Pingue: cinco gotas de ácido clorídrico no béquer 1; cinco gotas de ácido nítrico no béquer
2; cinco gotas de solução de hidróxido de amônio no béquer 3 e cinco gotas de solução de
hidróxido de sódio no béquer 4.

4. Agite as soluções de cada béquer, usando uma bagueta de vidro para cada solução.

5. Usando papel de tornassol azul e vermelho e o papel indicador universal, teste as soluções
contidas em cada béquer. Observe as cores assumidas por cada indicador e anote-as na
tabela a seguir. Siga as orientações do professor.

Indicador HCl HNO3 NH4OH NaOH


Tornassol azul
Tornassol vermelho
Indicador universal

6. Pingue cinco gotas de caldo de limão no vidro de relógio 1; cinco gotas de vinagre no vidro
de relógio 2; cinco gotas de água sanitária no vidro de relógio 3 e cinco gotas de sabão ou
sabonete, previamente diluído com água, no vidro de relógio 4.

7. Teste as substâncias contidas em cada vidro de relógio usando papel tornassol azul e
vermelho e o papel indicador universal. Observe as cores e preencha a tabela a seguir.

Indicador Suco de limão vinagre cândida Sabão


Tornassol azul
Tornassol vermelho
Indicador universal

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Química dos Materiais

8. Pingue uma gota de solução de fenoltaleína nas soluções contidas em cada béquer e em
cada vidro de relógio. Observe as cores e preencha a tabela a seguir.

Indicador HCl HNO3 NH4OH NaOH limão vinagre cândida sabão


Fenolftaleína

9. Jogue fora as soluções contidas nos béqueres e nos vidros de relógio e lave bem todos os
recipientes.

10. Repita os itens 2,3 e 4 para preparar os béqueres e repita o item 6 para preparar os vidros
de relógio.

11. Pingue uma gota de solução de metilorange nas soluções contidas em cada béquer e em
cada vidro de relógio. Observe as cores e preencha a tabela a seguir.

Indicador HCl HNO3 NH4OH NaOH limão vinagre cândida sabão


Metilorange

12. Jogue fora as soluções contidas nos béqueres e nos vidros de relógio e lave bem todos os
recipientes. Repita os itens 2,3 e 4 para preparar os béqueres e o item 6 para preparar os
vidros de relógio.

13. Pingue uma gota de solução de azul de bromotimol nas soluções contidas em cada
béquer e em cada vidro de relógio. Observe as cores e preencha a tabela a seguir.

Indicador HCl HNO3 NH4OH NaOH limão vinagre cândida sabão


Azul de bromotimol

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Química dos Materiais

14. Escreva suas conclusões a respeito desta experimentação.

• Sais

Sais são compostos iônicos que possuem, pelo menos, um cátion diferente de H+ e um ânion
diferente de OH−.

Exemplos:

Cloreto de sódio ⇒ NaCl

Sulfeto de potássio ⇒ K2S

Nitrato de bário ⇒ Ba(NO3)2

Sulfato de cobre II ⇒ CuSO4

Bicarbonato de sódio ⇒ NaHCO3

Sulfato de cálcio hidratado ⇒ CaSO4 . H2O

Sulfato de sódio decaidratado ⇒ Na2SO4 . 10H2O

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Química dos Materiais

A formulação dos sais é feita segundo o esquema:

cátion x + ânion y−
y x

A nomenclatura dos sais segue o seguinte esquema geral:

nome do cátion de nome do ânion

Exemplos:

CaCO3 ⇒ carbonato de cálcio

MgCl2 ⇒ cloreto de magnésio

AgCl ⇒ cloreto de prata

Numa grande série, os sais aparecem como produto natural, constituindo jazidas onde se
encontram, em porcentagem variável, misturados com outras substâncias. Exemplos:

) Carbonato de cálcio (CaCO3) conhecido como calcário. O mármore é uma variedade desse
mineral. O carbonato de cálcio é utilizado, por exemplo, para corrigir a acidez dos solos. É
matéria-prima para se obter cal virgem.

) Cloreto de sódio (NaCl) é encontrado dissolvido na água do mar, de onde é extraído por
evaporação nas salinas, ou em jazidas na crosta terrestre (sal-gema).

) Nitrato de sódio (NaNO3) conhecido como salitre do Chile. É utilizado como fertilizante e na
fabricação da pólvora.

) Fosfato de cálcio [Ca3(PO4)2] encontrado sob a forma dos minerais fosforita e apatita. É um
componente importante dos ossos e dentes e importante para a agricultura onde é utilizado
como fertilizante.

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Química dos Materiais

) Sulfeto plumboso (PbS), chamado também de galena, é o principal minério do qual se extrai
o chumbo.

) Sulfeto de zinco (ZnS), também chamado de blenda, é o principal minério do qual se extrai
o zinco.

) Sulfeto mercúrico (HgS), também chamado de cinábrio, é o principal minério do qual se


extrai o mercúrio.

) Sulfato de cálcio diidratado (CaSO4.2H2O), também chamado de gipsita, dá origem ao


gesso e ao giz.

Exercícios

1. Escreva o nome dos sais indicados na tabela:

Sais Nome
Pb3(PO4)2
K2CO3
NaF
KNO2
AgCl
KNO3
FeS

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2. Escreva a fórmula dos sais indicados na tabela:

Sais Fórmula
Fluoreto de bário
Borato de alumínio
Fosfato de cálcio
Hidrogenocarbonato de sódio
Brometo de magnésio
Sulfeto de zinco
Oxalato de sódio
Acetato de chumbo II
Carbonato de sódio
Borato de sódio
Ferricianeto de potássio
Ferrocianeto de potássio
Pirofosfato de cálcio

• Óxidos

Óxidos são compostos binários nos quais o oxigênio é o elemento mais eletronegativo.

Exemplos:

CaO ⇒ óxido de cálcio

Al2O3 ⇒ óxido de alumínio

HgO ⇒ óxido mercúrico

FeO ⇒ óxido ferroso

Fe2O3 ⇒ óxido férrico

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 63


Química dos Materiais

Os óxidos podem ser iônicos ou moleculares, dependendo da diferença de eletronegatividade


entre o oxigênio e o outro elemento. Como regra geral os óxidos metálicos são iônicos e os óxidos
formados por semi-metais ou não-metais, são moleculares.

Exemplos de óxidos iônicos: Na2O, Cr2O3, ZnO, etc.

Exemplos de óxidos moleculares : SO2; CO2; NO2, SiO2, etc.

A formulação dos óxidos segue o seguinte esquema:

Elemento qualquer x− O y−
y x

A nomenclatura dos óxidos segue as seguintes regras:

a) se o elemento forma apenas um óxido:

óxido de ...................................
nome do elemento

Exemplos:

CaO = óxido de cálcio

Na2O = óxido de sódio

BaO = óxido de bário

b) se o elemento forma dois óxidos:

ico carga maior


óxido de ................................
nome do elemento
oso carga menor

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Química dos Materiais

Exemplos:

Fe2O3 = óxido férrico

FeO = óxido ferroso

CuO = óxido cúprico

Cu2O = óxido cuproso

Pode-se também, nesses casos, utilizar algarismos romanos para indicar a carga do
elemento ligado ao oxigênio:

Exemplos:

Co2O3 = óxido de cobalto III

CoO = óxido de cobalto II

Ni2O3 = óxido de níquel III

Pode-se também indicar o número de átomos de oxigênio e o número de átomos do


elemento com o auxílio dos prefixos mono, di, tri, etc. Freqüentemente o prefixo mono é
omitido.

Exemplos:

CO = monóxido de carbono

CO2 = dióxido de carbono

Cl2O = monóxido de dicloro

SO2 = dióxido de (mono)enxofre

SO3 = trióxido de (mono)enxofre

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Química dos Materiais

Os óxidos são muito abundantes na crosta terrestre. Inúmeros são os minerais e minérios
constituídos por óxidos. Exemplos:

) SiO2 : quartzo, cristal de rocha, sílica;

) Fe2O3 : hematita ( minério de ferro);

) MnO2 : pirolusita (minério de manganês);

) SnO2 : cassiterita (minério de estanho);

) Al2O3 : bauxita (minério de alumínio);

Exercícios

1. Escreva a fórmula e o nome dos óxidos formados a partir dos cátions apresentados na
tabela:

Cátions Fórmula do óxido Nome do óxido


+
Li
Sr2+
Pb4+
2+
Hg 2

Fe3+

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2. Escreva a fórmula dos óxidos apresentados na tabela:

Óxidos Fórmula
Óxido de zinco
Monóxido de carbono
Óxido ferroso
Óxido de manganês II
Óxido de manganês IV
Óxido de rubídio
Dióxido de dinitrogênio
Pentóxido de difósforo
Trióxido de dinitrogênio
Óxido de magnésio
Óxido de prata
Óxido de cobre I
Óxido de nitrogênio
Trióxido de enxofre
Óxido de chumbo II
Dióxido de carbono
Óxido de alumínio
Óxido mercúrico
Óxido estanoso
Óxido estânico
Dióxido de silício
Monóxido de dicloro
Dióxido de monocloro
Hexóxido de dicloro
Heptóxido de dicloro
Monóxido de dinitrogênio
Tetróxido de dinitrogênio
Pentóxido de dinitrogênio
Tetróxido de difósforo

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Química dos Materiais

EQUAÇÃO QUÍMICA

Uma reação química é um fenômeno em que os átomos permanecem praticamente intactos.


Apenas as moléculas e íons são “desmontados” e seus átomos são reaproveitados para a montagem
de novas moléculas e íons. Neste ponto é que surgem as novas substâncias.

Exemplo:

Duas moléculas de hidrogênio Uma molécula de oxigênio Duas moléculas de água

A reação anterior pode ser representada mais rapidamente, escrevendo-se:

2H2 + O2 2H2O

Esse modo gráfico e abreviado de escrever uma reação química chama-se equação química.

Toda equação química apresenta o 1º membro e o 2º membro. No primeiro membro devem


aparecer os reagentes e no segundo membro devem aparecer os produtos.

Qualquer equação química indica, não só as substâncias que estão reagindo e sendo
produzidas na reação, mas também a quantidade dessas substâncias.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 68


Química dos Materiais

Exemplo:

2CO + O2 2CO2

esse 2 indica que esse 2 indica que se


estão reagindo duas formaram duas
moléculas de moléculas de dióxido
monóxido de carbono de carbono

Toda equação química apresenta fórmulas e coeficientes.

As fórmulas indicam quais são as substâncias que reagem e que são produzidas na reação.
Os coeficientes indicam quantas moléculas, ou íons, de cada substância estão envolvidos na reação.

fórmulas

N2 3H2 2NH3
+

coeficientes

Uma equação química estará correta quando representar um fenômeno químico real e estiver
escrita através de fórmulas e coeficientes corretos.

Os critérios fundamentais para acertar os coeficientes ou balancear uma equação química são:

) igualar o número total de átomos de cada elemento do primeiro membro da equação com
os do segundo membro. Esse procedimento é justificado pela lei da conservação da massa,

) igualar o número e o sinal da carga elétrica total do primeiro membro com o número e sinal
da carga elétrica total do segundo membro. Esse procedimento é justificado pela lei da
conservação da energia,

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 69


Química dos Materiais

) ao balancear uma equação química devemos procurar obter os menores coeficientes


inteiros possíveis.

O método mais simples para se balancear uma equação química é o método das tentativas,
também chamado de método direto. As regras para esse método são as seguintes:

1. Raciocinar com o elemento (ou radical) que aparece apenas uma vez, no primeiro e
segundo membros da equação.

2. Preferir o elemento (ou radical) que tenha maiores índices.

3. Escolhido o elemento (ou radical), transpor seus índices para o outro membro, usando-os
como coeficientes.

4. Prosseguir com os outros elementos (ou radicais), usando o mesmo raciocínio até o final do
balanceamento.

Exemplo:

Balancear a equação : Al + O2 Al2O3

Solução:

1ª regra : indiferente para Al ou O.

2ª regra : preferimos o O que possui maiores índices (2 e 3).

3ª regra : Al + 3 O2 2 Al2O3

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 70


Química dos Materiais

4ª regra : finalmente acertamos o Al:

4 Al + 3O2 2Al2O3

2x2

Notas:

) O símbolo ∆, numa equação química, significa aquecimento.

) A seta Ê, numa fórmula, significa que a substância é gasosa.

) A seta Ð, numa fórmula, indica que a substância precipita.

Exercícios

Balanceie, pelo método das tentativas, as seguintes equações químicas:

a) Cr + O2 Cr2O3

b) HI + HIO3 H2O + I2

c) Fe(OH)3 + HNO3 Fe(NO3)3 + H2O

CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES QUÍMICAS

As reações químicas são classificadas segundo vários critérios; porém, a classificação mais
usual é a que se segue:

• Reação de síntese: é a reação na qual duas ou mais substâncias, ao reagirem, produzem


uma só substância.

Exemplo:

N2 + 3H2 2NH3

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 71


Química dos Materiais

• Reação de simples troca : é a reação na qual uma substância simples reage com uma
substância composta deslocando desta última uma nova substância simples.

Exemplo:

Fe + CuSO4 Cu + FeSO4

• Reação de dupla troca : é a reação na qual dois compostos reagem, trocando entre si
alguns elementos e dando origem a dois novos compostos.

Exemplo:

NaCl + AgNO3 AgCl + NaNO3

• Reação de análise : é a reação na qual uma substância se decompõe em duas ou mais


substâncias.

Exemplo:

CaCO3 ∆ CaO + CO2

• Reações de oxi-redução : são aquelas que ocorrem quando há transferência de elétrons.


Todas as reações de simples troca e certas reações de síntese e análise são reações de
oxi-redução. O assunto será detalhado mais adiante.

Exemplo:

MnO2 + 4HCl MnCl2 + 2H2O + Cl2

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 72


Química dos Materiais

PRÁTICA 3: REAÇÕES QUÍMICAS

Objetivo

• Identificar tipos de reações químicas

Material necessário

• 4 tubos de ensaio

• 1 suporte para tubos de ensaio

• 1 ímã

• 1 gral de porcelana com pistilo

• 1 bico de Bunsen

• 1 tijolo ou ladrilho refratário

• 1 balança

• 1 haste universal

• 1 pinça com mufa

• 1 colher de café ou espátula

• 1 sarrafinho de madeira

• 1 bastão de vidro

• aparas de alumínio

• ferro reduzido pelo hidrogênio

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 73


Química dos Materiais

• enxofre em pó

• fósforos de segurança

• ácido clorídrico

• óxido mercúrico

• solução de cloreto de zinco

• solução de hidróxido de sódio

• solução de iodeto de potássio

• solução de acetato de chumbo II

• bicarbonato de sódio

Fundamentos teóricos

Já foram discutidos na página anterior.

Procedimentos

1. Coloque ± 1ml de ácido clorídrico no tubo 1.

2. Com cuidado, coloque uma ou duas pequenas aparas de alumínio dentro do tubo 1 e
observe as ocorrências.

3. Equacione a reação química observada.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 74


Química dos Materiais

4. Explique porque a reação ocorrida é de simples troca.

5. Observe as operações que o professor vai fazer.

6. O ferro e o enxofre contidos no gral reagiram ou apenas se misturaram ? Anote sua


resposta.

7. O que o professor usou para separar o ferro do enxofre ? Anote sua resposta.

8. Qual a massa de ferro e enxofre que o professor determinou na balança? Anote.

9. Agora o professor vai atear fogo no rastilho preparado.

10. Equacione a reação química estudada.

11. Por que a reação ocorrida é de síntese ?

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 75


Química dos Materiais

12. Prenda o tubo 2 na pinça mufa e fixe-a na haste universal.

13. Coloque uma pequena quantidade de óxido mercúrico dentro do tubo. Use colher ou
espátula para efetuar a operação.

14. Acenda o bico de Bunsen e regule a chama e posicione-o corretamente sob o tubo de
ensaio.

15. Deixe o tubo se aquecer e vá observando.

16. Faça uma pequena brasa em uma das extremidades do sarrafinho de madeira.

17. Introduza a ponta em brasa dentro do tubo de ensaio sem deixá-la tocar no óxido
mercúrico. Observe.

18. Qual gás foi o responsável pelo avivamento da brasa ?

19. Apague a chama do bico de Bunsen e, com cuidado, retire a pinça mufa da haste
universal mantendo o tubo de ensaio preso na pinça.

20. Com o auxílio do bastão de vidro retire das paredes internas do tubo a substância
depositada, recolhendo-a no gral de porcelana.

21. Equacione a reação ocorrida.

22. Por que a reação ocorrida é de análise ?

23. Coloque no tubo 3 ± 1ml de solução de cloreto de zinco. Observe o aspecto da solução.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 76


Química dos Materiais

24. Adicione algumas gotas de solução de hidróxido de sódio dentro do tubo 3 e observe as
ocorrências.

25. Equacione a reação ocorrida.

26. Por que a reação é de dupla troca ?

27. Adicione no tubo 4 ± 1mL de solução de acetato de chumbo II.

28. Adicione algumas gotas de solução de iodeto de potássio dentro do tubo 4 e observe as
ocorrências.

29. Equacione a reação ocorrida e classifique-a .

30. No tubo 5 coloque uma pequena quantidade de bicarbonato de sódio.

31. Fixe o tubo de ensaio com a pinça mufa e fixe-a na haste universal.

32. Acenda o bico de Bunsen e regule a chama.

33. Aqueça o tubo 5.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 77


Química dos Materiais

34. Prepare uma chama em uma das extremidades do palito de madeira.

35. Aproxime a chama da boca do tubo de ensaio. Observe.

36. Repita mais uma vez os itens 34 e 35.

37. Equacione a reação ocorrida no tubo 5 e tente classificá-la.

NÚMERO DE OXIDAÇÃO

Número de oxidação (Nox) é o número que designa a carga real ou teórica de um átomo.

Nos compostos iônicos, o número de oxidação corresponde à carga dos íons.

Exemplos:

Na+ ⇒ Nox = +1
• NaCl
Cl− ⇒ Nox = −1

Fe3+ ⇒ Nox = +3
• FeCl3
Cl− ⇒ Nox = −1

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 78


Química dos Materiais

Nos compostos covalentes o número de oxidação é uma carga imaginária que o átomo teria,
se os elétrons de ligação fossem contados para o elemento mais eletronegativo.

Para exemplificar, calculemos o número de oxidação do carbono nos compostos : CH4 e


CH3Cl.

Representando as moléculas por meio das fórmulas eletrônicas e considerando que o carbono
é mais eletronegativo que o hidrogênio e que o cloro é mais eletronegativo que o carbono e que o
hidrogênio, teremos:

H
φ
x
• No CH4 o carbono estaria ganhando 4 elétrons;

H l x •C• x m H portanto o N0x do carbono, nesse caso, é −4 .



x

ε
H

H
φ
x
• No CH3Cl o carbono estaria ganhando 3 elétrons

H l x• C l •xCl e perdendo 1; portanto seu Nox, nesse caso, é −2.



x

ε
H

O número de oxidação varia de −7 a +7 e o flúor, sendo o elemento mais eletronegativo,


sempre terá Nox = −1.

Vejamos, agora, algumas regras práticas para calcular o número de oxidação.

1a) O somatório de todos os números de oxidação de um composto é zero.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 79


Química dos Materiais

2a) Nas substâncias simples, os átomos têm número de oxidação zero.

Exemplos:

• H2 ⇒ Nox = 0

• O2 ⇒ Nox = 0

• Cl2 ⇒ Nox = 0

• Br2 ⇒ Nox = 0

3a) Os átomos dos elementos, quando não combinados, têm número de oxidação zero.

Exemplos:

• Na ⇒ Nox = 0

• Fe ⇒ Nox = 0

• Ag ⇒ Nox = 0

• Sn ⇒ Nox = 0

4a) Os metais alcalinos (Li, Na, K, Rb, Cs e Fr) e a prata (Ag), nos compostos, têm número
de oxidação +1.

Exemplos:

• K2SO4 Na3PO4

Nox = + 1 Nox = +1

5a) Os metais alcalino-terrosos (Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra) e o zinco (Zn), nos compostos,
têm número de oxidação +2.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 80


Química dos Materiais

Exemplos:

• MgSO4 Sr(NO3)2

Nox = +2 Nox = +2

6a) O alumínio (Al), nos compostos, tem número de oxidação +3.

Exemplos:

• Al2O3 Al(NO3)3

Nox = +3 Nox = +3

7a) Nos hidretos metálicos o número de oxidação do hidrogênio é −1 e nos demais


compostos o número de oxidação do hidrogênio é +1.

Exemplos:

• NaH • CaH2 • H2O • H2SO4


↓ ↓ ↓ ↓
Nox = −1 Nox = − 1 Nox = +1 Nox = +1

8a) Nos peróxidos o número de oxidação do oxigênio é −1 e nos demais compostos é −2. Os
peróxidos apresentam o grupo ( OO).

Exemplos:

• H2O2 (peróxido de hidrogênio = água oxigenada)



Nox = −1

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 81


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• BaO2 (peróxido de bário)



Nox = − 1

• H2O • CaCO3
↓ ↓
Nox = − 2 Nox = − 2

9a) Os halogênios (F, Cl, Br e I), à direita da fórmula, têm número de oxidação −1.

Exemplos:

• NaCl AgF CaI2


↓ ↓ ↓
Nox = −1 Nox = −1 Nox = −1

10a) Nos íons monoatômicos, o número de oxidação é a carga do íon.

Exemplos:

• Fe2+ ⇒ Nox = +2

• Cu+ ⇒ Nox = +1

• Pb+2 ⇒ Nox = +2

• Au3+ ⇒ Nox = +3

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 82


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Exercícios

1. Calcular o número de oxidação do cloro no composto HClO3.

Solução:

Aplicando a 1a regra podemos montar o seguinte dispositivo:

H Cl O3
Nox de cada átomo +1 x −2
Total +1 x −6

Então: +1 + x −6 = 0 ⇒ x = +5

Com a prática você não precisa nem montar o dispositivo, pois fará os cálculos montando
somente as equações.

2. Determine o número de oxidação dos elementos indicados pela flecha:

NO2 HClO4 HNO3 H4P2O7 Ba(ClO)2 CuSO4


↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓

3. Determinar o número de oxidação do manganês no íon MnO42−.

Solução:

Novamente aplica-se a primeira regra; porém, ao invés de igualar a equação com zero,
iguala-se com o valor da carga do íon. Logo:

x + (-2).(4) = −2 ⇒ x – 8 = −2 ⇒ x = + 6

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 83


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4. Determine o número de oxidação dos elementos assinalados:

NH4+ ClO3− S2O72− BrO3−


↓ ↓ ↓ ↓

KMnO4 K2Cr2O7 S8 N2O5


↓ ↓ ↓ ↓

RbH Mn2O7 HClO4 Ba2As2O7


↓ ↓ ↓ ↓

AlCl3 Cl2O5 MgSiO3 NaNO2


↓ ↓ ↓ ↓

OXIDAÇÃO E REDUÇÃO

O conceito antigo de oxidação compreendia, originalmente, toda combinação de uma


substância com o oxigênio.

Exemplos:

2Mg + O2 2MgO

2Ca + O2 2CaO

Opostamente, redução era a reação na qual uma substância perdia oxigênio ou se combinava
com o hidrogênio.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 84


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Exemplos:

Fe2O3 + 3C ∆ 2Fe + 3CO

CuO + H2 ∆ Cu + H2O

Agora, considere a seguinte reação:

Ca + [O] CaO

Como houve uma combinação com o oxigênio, diríamos que o cálcio oxidou-se.

Com a descoberta da estrutura eletrônica verificou-se que, quando um elemento combina-se


com o oxigênio, aquele acaba perdendo elétrons para o oxigênio.

De fato, na reação mencionada temos:

••


Ca•• + O • Ca2+O2− CaO
••

Como se percebe, os átomos de cálcio têm 2 elétrons no nível de valência. Cada átomo de
oxigênio pode receber 2 elétrons. Assim sendo, dizemos que o cálcio se oxidou e que o oxigênio se
reduziu.

Portanto:

⇒ oxidação é o processo no qual os átomos de um elemento perdem elétrons e;

⇒ redução é o processo no qual os átomos de um elemento recebem elétrons.

Como conseqüência vem que:

⇒ redutor é o que se oxida e;

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 85


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⇒ oxidante é o que se reduz.

Resumindo:

OXIDANTE REDUTOR
Captura elétrons Perde elétrons
Sofre redução Sofre oxidação

Salientemos que toda oxidação de átomos de um elemento vem acompanhada da redução de


átomos de outro elemento.

Quando se fala em oxidantes e redutores, referimo-nos não só aos átomos que perdem ou
ganham elétrons, mas sim às moléculas e íons das substâncias que possuem esses átomos.

É o átomo que perde ou ganha elétrons, mas o redutor ou oxidante é o “time” de átomos
presentes na reação.

Exemplo:

oxi
0 +2

H2SO4 + Fe FeSO4 + H2

+1 red 0

oxidou-se: Fe

reduziu-se : H

oxidante : H2SO4 (por causa do H)

redutor : Fe

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 86


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• Reações química de oxi-redução

Para balancear uma equação química que envolve reação de oxi-redução é preciso determinar
o número de oxidação dos elementos que sofreram oxidação e redução e determinar a variação do
Nox. Depois recai-se no método das tentativas.

Por exemplo, vamos balancear a seguinte equação química:

K2Cr2O7 + HBr KBr + CrBr3 + H2O + Br2

Podemos determinar o Nox de todos os elementos para verificar quais sofreram variações;
porém, basta olhar para a equação e procurar os elementos que mudaram de posição. O potássio
continua do lado esquerdo das fórmulas, portanto, pode-se esquecê-lo. O cromo aparece como
elemento central no dicromato de potássio e aparece do lado esquerdo no brometo de cromo III. O
cromo interessa. O hidrogênio aparece do lado esquerdo no HBr e na H2O, portanto ele não
interessa. O bromo aparece do lado direito do HBr e do lado direito do KBr e como substância
simples (Br2) nos produtos. O bromo interessa, justamente porque surge como substância simples
nos produtos.

O oxigênio aparece do lado direito no dicromato de potássio e na água. O oxigênio não


interessa.

Feitas essas descobertas, desenha-se dois ramais (um oxi e outro red ), cada qual com a
respectiva variação de Nox:

−1 oxi → ∆ = 1 0

K2Cr2O7 + HBr KBr + CrBr3 + H2O + Br2

+6 +3
red → ∆ = 3

A seguir, desenha-se duas molduras. Em uma das molduras coloca-se uma substância que
contém o elemento que sofreu oxidação e na outra moldura uma substância que contém o elemento
que sofreu redução.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 87


Química dos Materiais

É preciso tomar cuidado na escolha das substâncias. Por exemplo, o Nox do bromo é –1 em
HBr, é –1 em KBr e é –1 em CrBr3. Essas substâncias não servem, pois os números de oxidação do
bromo se repetem. O único bromo que pode ir para a moldura é o Br2.

Na outra moldura podemos colocar o K2Cr2O7 ou o CrBr3. Nesse caso é preferível o K2Cr2O7
pois o cromo possui maior índice nessa substância.

A seguir, coloca-se a variação de Nox dos ramais oxi e red e multiplica-se a variação dos Nox
pela atomicidade. Os números obtidos devem ser simplificados e transpostos de modo invertido na
frente das molduras.

Os números na frente das molduras serão coeficientes das substâncias emolduradas.


Finalmente resolve-se o resto por tentativa.

Acompanhe:

1 K2Cr2O7 ⇒ Cr ∆= 3.2 = 6 =3

3 Br2 ⇒ Br ∆= 1.2 = 2 =1

Logo:

1K2Cr2O7 + 14HBr 2KBr + 2CrBr3 + 7H2O + 3Br2

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 88


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Exercícios

Balanceie as equações químicas a seguir:

a) HNO3 + Cu Cu(NO3)2 + NO + H2O

b) KMnO4 + H2SO3 MnSO4 + K2SO4 + H2SO4 + H2O

PRÁTICA 4: OXIDAÇÃO - REDUÇÃO

Objetivo

• Identificar reações de oxi-redução.

Material necessário

• 1 haste universal

• 1 pinça com mufa

• 1 bico de Bunsen

• 3 tubos de ensaio

• 1 gral de porcelana

• 1 colher de café ou espátula

• 1 pistilo

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 89


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• 1 suporte para tubos de ensaio

• 1 sarrafinho de madeira

• carvão vegetal em pó

• óxido de cobre II

• permanganato de potássio em pó

• ácido nítrico

• fósforos de segurança

• água

Fundamentos teóricos

Já foram discutidos.

Procedimentos

1. Coloque uma colher de carvão em pó e uma colher de óxido de cobre II em pó no gral de


porcelana.

2. Com o auxílio do pistilo, misture bem o carvão em pó com o óxido de cobre II em pó.

3. Com o auxílio da espátula ou de uma colher, transfira para um tubo de ensaio limpo e seco
a mistura contida dentro do gral.

4. Com o auxílio da pinça mufa prenda o tubo de ensaio na haste universal e aqueça-o.

5. Se a mistura contida no tubo de ensaio começar a subir, bata levemente no tubo. Faça isto
com sarrafinho de madeira.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 90


Química dos Materiais

6. Após a ordem do professor, inflame uma das extremidades do sarrafinho de madeira e


introduza-a no tubo de ensaio. Repita o processo mais uma vez.

7. Após a ordem do professor, apague a chama do bico de Bunsen.

8. Retire a pinça com mufa da haste universal juntamente com o tubo de ensaio e transfira o
conteúdo do tubo para o gral de porcelana. Faça isto com cuidado, pois o tubo está
bastante quente.

9. Examine o conteúdo do gral de porcelana.

10. Responda:

a) Quando você introduziu o sarrafinho com uma das extremidade em chama dentro do
tubo de ensaio, o que ocorreu ?

b) Qual foi o gás produzido na reação ?

c) Qual o nome do outro produto que você recolheu no gral de porcelana? Na dúvida,
teste-o com ácido nítrico e discuta os resultados com o professor.

d) Equacione a reação estudada.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 91


Química dos Materiais

e) A reação equacionada é de oxi-redução ? Por quê?

11. Em outro tubo de ensaio limpo e seco, coloque uma pequena porção de permanganato de
potássio sólido. Examine atentamente a cor do permanganato de potássio.

12. Fixe o tubo de ensaio na pinça mufa e prenda-a na haste universal.

13. Aqueça o tubo de ensaio contendo permanganato de potássio.

14. Prepare uma brasa em uma das extremidades do sarrafinho de madeira e introduza-a
dentro do tubo de ensaio. Repita o procedimento mais duas vezes.

15. Assinale (x) nas proposições dadas a seguir:

a) Quando foi introduzida no tubo de ensaio, a brasa na ponta do sarrafinho

( ) avivou-se.
( ) apagou-se.

b) O gás liberado na reação foi o

( ) gás carbônico.
( ) hidrogênio.
( ) oxigênio.

16. Coloque água em dois tubos de ensaio limpos.

17. No primeiro tubo adicione uma pitada de permanganato de potássio normal e no segundo
tubo uma pitada da substância restante no tubo de ensaio que foi aquecido. Observe
atentamente e compare as cores .

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 92


Química dos Materiais

18. Somente pela cor das soluções você diria que as substâncias existentes nos dois tubos
são:

( ) iguais.
( ) diferentes.

19. A substância que restou no tubo de ensaio após o aquecimento é constituída de uma
mistura de manganato de potássio ( K2MnO4) e dióxido de manganês (MnO2). O
manganato, em água, dá coloração esverdeada e o dióxido de manganês dá cor preta.

20. Termine de equacionar a reação estudada:

KMnO4

REATIVIDADE QUÍMICA

Para duas substâncias reagirem quimicamente é necessário que:

) suas moléculas ou íons sejam colocados em contato da melhor maneira possível;

) os reagentes tenham uma certa afinidade química entre si, ou seja, “vontade de reagir”.

No que diz respeito às reações de oxi-redução, um reagente deve ter “vontade de ceder
elétrons” e o outro, “vontade de receber elétrons”.

Os metais têm sempre tendência para ceder elétrons. Consequentemente os metais se oxidam
e agem como redutores.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 93


Química dos Materiais

Os químicos, comparando vários metais entre si, conseguiram determinar quais são os metais
que têm “maior tendência” e quais os que têm “menor tendência” para ceder elétrons. Daí, “bolaram”
a fila de reatividade química dos metais:

Cs, Li, Rb, K, Ba, Sr, Ca, Na, Mg, Al, Mn, Zn, Cr, Fe, Co, Ni, Sn, Pb, H , Sb, As, Bi, Cu, Hg,
Ag, Pd, Pt, Au.

Na fila de reatividade os metais estão dispostos em ordem crescente de nobreza. Qualquer


metal da fila acima pode ceder elétrons ou “reduzir” qualquer cátion do outro metal que venha adiante
na fila de modo espontâneo.

Exemplos:

Zn + HgSO4 ZnSO4 + Hg

Fe + CuCl2 FeCl2 + Cu

Ag + FeCl2 não ocorre reação espontânea, pois a prata


vem depois do ferro, na fila.

Conclusões:

) uma substância simples deslocará um íon associado, se o metal desse íon estiver depois
da substância simples na fila.

) conhecendo-se a fila de reatividade, pode-se prever muitas reações químicas espontâneas.

Vejamos, agora, o problema do hidrogênio na fila.

O hidrogênio é o referencial.

Assim sendo, os metais menos nobres que ele (estão antes dele na fila) deslocam-no dos
ácidos.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 94


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Exemplos:

Mg + 2HCl MgCl2 + H2

Fe + H2SO4 FeSO4 + H2

Au + HCl não ocorre reação espontaneamente

O HNO3 e o H2SO4 concentrados (são ácidos oxidantes) reagem especialmente com os metais
nobres (estão adiante do hidrogênio na fila), dando reações de oxi-redução complicadas.

Exemplos:

3Cu + 8HNO3 3Cu(NO3)2 + 4H2O + 2NO

Ag + 2HNO3 AgNO3 + H2O + NO2

Nesses casos, além do sal correspondente e da água, o HNO3 produzirá NO ou NO2 e o H2SO4
produzirá SO2, mas nunca será produzido o H2, pois os metais nobres, estando depois do
hidrogênio na fila de reatividade, não poderão deslocá-lo de um ácido.

Para os não-metais há reações que são espontâneas e reações que não são espontâneas.

Exemplos:

F2 + 2NaI 2NaF + I2

I2 + NaCl não ocorre espontaneamente

A fila de reatividade química dos não-metais é:

F2, O2, Cl2, Br2, I2, S8, P4

O flúor desloca espontaneamente todos os não-metais que estão adiante dele na fila; o cloro
desloca espontaneamente o bromo, o iodo, o enxofre e o fósforo; o fósforo não desloca
espontaneamente nenhum dos outros não-metais.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 95


Química dos Materiais

Exercícios

Examine cada equação química a seguir. Escreva (E) para aquelas que ocorrem
espontaneamente e (NE) para as não espontâneas:

1. ( ) Cu + 2Ag+ 2Ag + Cu2+

2. ( ) 2K + H2O 2KOH + H2

3. ( ) Cu + 2HCl H2 + CuCl2

4. ( ) Zn + 2HCl ZnCl2 + H2

5. ( ) Cl2 + 2NaBr 2NaCl + Br2

6. ( ) Cu + Fe2+ Fe + Cu2+

7. ( ) P4 + 6Cl2 4PCl3

8. ( ) 2NaI + Br2 I2 + 2NaBr

9. ( ) Ca + Cl2 CaCl2

PRÁTICA 5: REATIVIDADE QUÍMICA DOS METAIS

Objetivo

• Verificar a reatividade química de alguns materiais metálicos em solução ácida, salina e


básica.

Material necessário

• 5 tubos de ensaio

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 96


Química dos Materiais

• 1 estante para tubos de ensaio

• 5 béqueres de 250ml

• 2 lâminas de cobre

• 2 lâminas de zinco

• 2 lâminas de ferro

• 2 lâminas de alumínio

• 2 lâminas de chumbo

• 1 lixa d´água

• 1 pano de esfregão

• ácido clorídrico

• ferro reduzido pelo hidrogênio

• aparas de cobre

• aparas de zinco

• aparas de alumínio

• aparas de chumbo

• solução de sulfato de cobre II pentaidratado

• solução de hidróxido de sódio

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 97


Química dos Materiais

Fundamentos teóricos

Já foram discutidos.

Procedimentos

1. Numere os tubos de ensaio.

2. Coloque, com cuidado, ± 0,5mL de ácido clorídrico em cada tubo de ensaio.

3. Adicione no tubo 1 algumas aparas de cobre; no tubo 2 algumas aparas de chumbo; no


tubo 3 algumas aparas de alumínio; no tubo 4 algumas aparas de zinco e no tubo 5 uma
pitada de ferro em pó.

4. Observe o que ocorre em cada tubo de ensaio e complete o quadro escrevendo: R = reagiu;
(NR) = não reagiu.

Cu Pb Al Zn Fe

HCl

5. Complete as equações químicas, acertando os coeficientes, se necessário:

HCl + Cu

HCl + Pb

HCl + Al

HCl + Zn

HCl + Fe

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 98


Química dos Materiais

6. Por que no tubo 1 não ocorreu reação química ? Anote sua resposta.

7. No tubo 2, apesar do chumbo encontrar-se antes do hidrogênio na fila de reatividade, não


correu reação química. Isto ocorreu porque o chumbo não é atacado pelos ácidos clorídrico
e sulfúrico a frio. O chumbo, em contato com HCl ou H2SO4 frios adquire uma película
protetora de PbCl2 e PbSO4 que são insolúveis. Sendo insolúveis, essas películas
protegem o metal impedindo que a reação prossiga. Por isso o chumbo é utilizado em
baterias de automóveis.

8. Coloque ± 100mL de solução de sulfato de cobre II pentaidratado em cinco béqueres.

9. Lixe as lâminas de cobre, zinco, ferro, alumínio e chumbo sobre o pano de esfregão. Lave-
as e seque-as com papel toalha.

10. Mergulhe uma lâmina em cada um dos béqueres.

11. Aguarde cinco minutos e depois observe as lâminas.

12. Complete o quadro escrevendo: R = reagiu; (NR) = não reagiu.

Cu Zn Fe Al Pb
CuSO4.5H2O

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 99


Química dos Materiais

13. Complete as equações químicas, balanceando-as, se necessário.

CuSO4 + Cu

CuSO4 + Zn

CuSO4 + Fe

CuSO4 + Al

CuSO4 + Pb

14. As reações ocorridas são de simples troca ? São de oxi-redução? Justifique suas
respostas.

15. Lave os béqueres e lixe as que não foram utilizadas. Lave e seque as lâminas.

16. Coloque ± 100mL de solução de hidróxido de sódio em cada béquer.

17. Mergulhe uma lâmina em cada um dos béqueres.

18. Aguarde cinco minutos e complete o quadro, escrevendo: R = reagiu; (NR) = não reagiu.

Cu Zn Fe Al Pb
NaOH (sol.)

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 100


Química dos Materiais

19. Equacione as reações:

Cu + NaOH

Zn + NaOH

Fe + NaOH

Pb + NaOH

20. A reação de alumínio com hidróxido de sódio em solução aquosa produz hidrogênio,
segundo a equação:

2Al + 6H2O 2Al(OH)3 + 3H2

insolúvel

+
2Al(OH)3 + 2NaOH 2Na[Al(OH)4]

solúvel

2Al + 6H2O + 2NaOH 2Na[Al(OH)4] + 3H2

O composto complexo Na[Al(OH)4] chama-se tetraidroxialuminato de sódio que só existe em


solução. O aluminato de sódio seco (anidro) apresenta a seguinte fórmula: NaAlO2.

CORROSÃO E PROTEÇÃO

Os materiais encontrados na natureza, quando afastados de suas condições naturais, sofrem a


ação do meio ambiente. Os metais, em forma mineral, resistem ao meio. Afastados dessas condições
naturais, isto é, na forma metálica, são atacados e alterados pelo meio, convertendo-se em produtos
que não possuem as qualidades requeridas para diversos usos. A essas alterações dá-se o nome de
corrosão.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 101


Química dos Materiais

Corrosão é a ação química que o meio ambiente exerce sobre o material, tornando-o
imprestável para vários usos, como, por exemplo, na construção civil, na mecânica, nos meios de
transporte, nos processos industriais, etc. Às vezes, o prejuízo mais importante da corrosão não
ocorre com o material mas, sim, com o meio. São os casos da contaminação de alimentos, produtos
farmacêuticos e outros.

Corrosão metálica é o caso mais importante da corrosão em que o material corroído é um


metal ou uma liga metálica.

Os metais e as ligas metálicas perdem a sua principal utilidade quando corroídos. Essa perda
representa prejuízo sob o ponto de vista econômico porque os metais e as ligas corroídos devem ser
repostos, acarretando despesas adicionais com matéria-prima para produzi-los (minérios) e com
energia e mão-de-obra para processamento.

Outros prejuízos, tão ou mais sérios, não podem ser expressos em termos econômicos. São os
casos em que a corrosão provoca, por exemplo, desabamento de edifícios, explosão de caldeiras,
afundamento de navios, provocando o ferimento e até a morte de pessoas.

Em relação aos meios naturais, a corrosão pode ser provocada pela atmosfera, pelas águas e
pelos solos.

• Corrosão atmosférica

A corrosão provocada pela atmosfera, em condições ambientes, é chamada corrosão


atmosférica e é o tipo mais comum de corrosão.

A causa da corrosão atmosférica é a umidade da atmosfera, que se condensa sobre o metal ou


liga, em forma de película líquida. A condensação é devida à queda da temperatura, à noite. Não se
observa corrosão atmosférica em atmosfera seca, ou seja, de umidade relativa baixa ou nula.

As atmosferas poluídas corroem mais que as atmosferas não poluídas. São poluentes
atmosféricos:

) a poeira, sobretudo de áreas urbanas e industriais;

) o sal (atmosferas marinhas);

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 102


Química dos Materiais

) o dióxido de enxofre (SO2) ;

) produtos industriais variados, gasosos, líquidos ou sólidos, dispersos no ar atmosférico.

O enferrujamento do aço é o exemplo mais importante de corrosão atmosférica. A proteção do


aço por pintura visa essencialmente evitar esse tipo de corrosão.

Um caso especial de corrosão metálica é a que ocorre em atmosferas aquecidas (acima de


0
200 C). Conhecida como oxidação a alta temperatura, ela é observada no aço aquecido – na forja, na
laminação a quente, na solda e nos tratamentos térmicos. ocorre também nos tubos de fornos e nos
sistemas de exaustão de veículos.

• Corrosão pelas águas

As águas naturais podem ser mais ou menos corrosivas, dependendo da quantidade de ar e de


sais nelas dissolvidos e da natureza desses sais. A água do mar, por exemplo, é muito corrosiva, pois
contém teores elevados de sais e ar dissolvidos.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 103


Química dos Materiais

A água sem ar é pouco corrosiva. É com essa água que se alimentam caldeiras para produção
de vapor.

Produtos químicos dissolvidos na água também podem aumentar ou diminuir a ação corrosiva
desse líquido. Substâncias que aumentam a alcalinidade da água, como a soda e a soda cáustica,
reduzem a ação corrosiva da água frente aos aços. Essa propriedade é aproveitada no tratamento de
águas de uso industrial, especialmente as que são usadas para alimentar caldeiras para produção de
vapor. Além da alcalinidade, o baixo teor de oxigênio melhora a qualidade das águas de alimentação.

Vários sais, como o cromato e o dicromato de sódio ou de potássio, o nitrito de sódio, o fosfato
de sódio e outros, bem como alguns compostos orgânicos, agem como inibidores da corrosão
quando dissolvidos na água ou em outros líquidos como o álcool, a gasolina, o petróleo, etc.

O cloreto de sódio – sal de cozinha – e outros cloretos aumentam muito a ação corrosiva da
água, provocando as formas mais sérias de corrosão – corrosão perfurante e corrosão fraturante –
em quase todas as ligas metálicas, inclusive no aço inoxidável. Os cloretos são exemplos de sais
agressivos.

Águas contendo sal ou qualquer cloreto dissolvido promovem a perfuração de tanques e


tubulações que as contenham.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 104


Química dos Materiais

Substâncias que aumentam a acidez da água também aumentam sua ação corrosiva. Assim, o
ácido clorídrico ou o ácido muriático (ácido clorídrico impuro) constituem meios dos mais agressivos
aos metais e seu manuseio requer cuidados especiais. por isso, nas operações industriais de
limpeza, ele é empregado juntamente com um inibidor. O ácido clorídrico com inibidor é usado, por
exemplo, na decapagem e na desobstrução de tubulações e de válvulas.

• Corrosão pelos solos

Os solos podem ser mais ou menos corrosivos em função de vários fatores. Sua umidade e
porosidade, ou a presença de correntes elétricas contínuas e de bactérias contribuem para que ele
seja corrosivo.

A corrosão causada pelos solos é do tipo perfurante. Tubos, cabos e tanques metálicos
enterrados estão sujeitos a esse tipo de corrosão.

Solos bem secos, como a areia do deserto, não são corrosivos.

PRÁTICA 6: CORROSÃO I

Objetivo

• Verificar a ação de dois agentes corrosivos atuando em superfícies metálicas.

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 105


Química dos Materiais

Material necessário

• 1 lâmina de cobre ± 50mm x 50mm x 2mm

• 1 lâmina de alumínio ± 50mm x 50mm x 2mm

• 1 lixa d’água

• 1 pano de esfregão ou flanela

• 2 papéis de filtro ou pedaços de papel toalha

• 1 saponáceo em pedra

• acetona ou álcool 96 GL

• algodão

• ácido nítrico concentrado em frasco conta-gotas

• solução de cloreto de mercúrio II (cloreto mercúrico) em frasco conta-gotas

Fundamentos teóricos

Pode-se definir corrosão como a deterioração de um material, geralmente metálico, por ação
química ou eletroquímica do meio ambiente aliada ou não a esforços mecânicos.

Abaixo mostramos algumas formas de corrosão.

corrosão uniforme corrosão alveolar corrosão em placas corrosão puntiforme

ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 106


Química dos Materiais

corrosão intragranular corrosão intergranular corrosão filiforme corrosão por esfoliação

Procedimentos

1. Lixe uma das faces da lâmina de cobre e esfregue-a com saponáceo. Faça a mesma coisa
com a lâmina de alumínio.

2. Lave e seque as lâminas com um pano de esfregão ou flanela.

3. Passe um chumaço de algodão embebido em acetona ou álcool nas faces lixadas das
lâminas para deixá-las completamente limpas e desengorduradas.

4. Coloque a lâmina de cobre sobre a mesa e, com cuidado, pingue uma gota de ácido nítrico
na região central da face que você lixou e limpou. Oriente-se pela figura.

5. Cessada a reação, lave a lâmina e seque-a com o pano de esfregão ou flanela e observe o
local onde a gota de ácido nítrico foi colocada. Se existir uma lupa na sala, use-a para
observar.

6. Responda:

a) A superfície atacada pelo ácido nítrico mostrou-se lisa ou rugosa ?

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Química dos Materiais

b) Que tipo de corrosão o ácido nítrico provocou na lâmina de cobre ?

c) O meio responsável pela corrosão sofrida pela lâmina de cobre era salino, básico ou
ácido ?

7. Tente balancear a equação da reação ocorrida:



o
Cu + HNO3 → Cu (NO3)2 + H2O + NO2

8. Coloque a lâmina de alumínio sobre a mesa e, com cuidado, pingue uma gota de solução
de cloreto de mercúrio II na região central da face que você lixou e limpou.

9. Aguarde 4 minutos, lave e seque a lâmina com papel de filtro ou papel toalha.

10. Deixe a lâmina sobre a mesa de modo que a face atacada com cloreto de mercúrio II fique
voltada para cima. Observe as ocorrências.

11. Como se chama as “barbas do alumínio” que surgiram no local do ataque do cloreto de
mercúrio II ?

12. Lave e seque a lâmina de alumínio com outro papel de filtro ou papel toalha e examine o
local que sofreu corrosão. Compare a corrosão do alumínio com a corrosão do cobre.

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Química dos Materiais

13. Que tipo de corrosão o alumínio sofreu ? Quem foi o agente da corrosão ?

14. Saiba que a primeira etapa da reação é dada pela seguinte equação:

8Alo + 12Hg2+ → 8 Al3+ + 12Hgo

O mercúrio elementar (Hgo) produzido forma amálgama com o alumínio metálico (Alo) e
este é, então, rapidamente oxidado pelo oxigênio (O2) do ar, dando óxido de alumínio
(Al2O3) que, nestas condições, é poroso e não aderente:

8Alo - 12Hgo + 6O2 → 4Al2O3 + 12Hgo

Nessa reação o mercúrio desempenhou o papel de catalisador da reação entre o oxigênio


e o alumínio.

Quando se retira o óxido formado, parte do mercúrio liberado ainda forma amálgama com
o alumínio, daí o reaparecimento do óxido. A reação prossegue até que o mercúrio seja
arrastado pelo óxido de alumínio e, dependendo da espessura da chapa, pode-se
observar sua perfuração em pouco tempo.

Se você errou a segunda pergunta do item 13, corrija-a.

PRÁTICA 7: CORROSÃO II

Objetivo

• Observar que as áreas anódicas são menos aeradas nos processos de corrosão.

Material necessário

• 1 lâmina de aço carbono dexosidada ( ± 80mm x 40mm x 2mm)

• 1 béquer de 250mL

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• 1 conta-gotas ou uma pipeta

• solução de cloreto de sódio (NaCl)

• solução alcoólica de fenolftaleína ( [ C6H4COO.C(C6H4OH)2 ] )

• solução de ferricianeto de potássio ( K3 [Fe (CN)6 ]2 )

Fundamentos teóricos

Chama-se corrosão eletroquímica àquela que opera da mesma forma que uma pilha. De fato,
se uma chapa metálica não inerte estiver em contato com água contendo eletrólitos (sais, ácidos,
bases) dissolvidos formam-se muitas pilhas em curto-circuito, funcionando continuamente.

A figura mostra uma dessas pilhas que são responsáveis pela corrosão.

No ânodo do elemento de corrosão o metal passa para a água na forma iônica. O metal sofre
oxidação, isto é, se corrói. Ao mesmo tempo, no cátodo, o oxigênio contido na água sofre redução.
Se a água não contém oxigênio dissolvido, então a própria água sofre redução. Em qualquer caso
formam-se íons hidroxila (OH−) como produtos da redução.

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Procedimentos

1. Pegue a lâmina de aço carbono e coloque-a sobre a mesa. A lâmina deverá estar bem
lixada, limpa e seca.

2. Agora o professor vai passar pela sua equipe e pingar 4 gotas de uma mistura na região
central da lâmina. A mistura é constituída pelas seguintes soluções: cloreto de sódio,
fenolftaleína e ferricianeto de potássio.

3. Observe a gota e a região da lâmina onde ela se encontra.

4. Faça, no campo abaixo, um esquema indicando o que você observou.

5. Responda:

a) Qual é a região menos aerada da gota ?

b) A região menos aerada é anódica ou catódica ? Explique.

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c) Na região catódica ocorre a seguinte reação:

2H2O + O2 + 4e− → 4OH−

Como você garante que essa reação ocorreu realmente ?

PRÁTICA 8: CORROSÃO III

Objetivo

• Comprovar que regiões deformadas ou tensionadas de materiais metálicos funcionam como


áreas anódicas nos processos de corrosão.

Material necessário

• 1 balança

• 1 placa de Petri com tampa

• 1 prego de aço comum (10 x 10)

• 1 pacotinho de gelatina incolor

• 1 béquer de 250ml

• 1 bico de Bunsen

• 1 tripé

• 1 tela com amianto

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• 1 bastão de vidro

• cloreto de sódio

• ferricianeto de potássio

• solução de fenolftaleína

• água

• fósforos de segurança

Fundamentos teóricos

Qualquer parte de um material metálico sujeito a deformações pode apresentar potencial


diferente daquele apresentado pela parte não deformada. Assim, quando um material metálico está
submetido à tensão, observa-se que a região tensionada funciona como ânodo.

Polimento da superfície metálica, presença de escoriações e abrasões, existência de bordas e


diferenças de forma também são fatores que influem no aparecimento da corrosão.

Procedimentos (aula coletiva)

1. O professor vai aquecer à ebulição 100mL de água e adicionar o conteúdo de um envelope


de gelatina incolor e agitar a mistura até completa solubilização. Também vai acrescentar
1g de cloreto de sódio e 0,15g de ferricianeto de potássio e 1mL de solução a 1% de
fenolftaleína, sempre agitando o sistema.

2. A seguir, o professor vai deixar o sistema esfriar dentro de uma placa de Petri ou dentro de
um béquer.

3. Assim que a dispersão estiver gelificada o professor vai adicionar um prego novo,
previamente entortado, e recobri-lo com mais dispersão.

4. Depois do esfriamento e geleficação da segunda camada, o professor vai cobrir o sistema.


Dois dias depois vocês irão observar as ocorrências.

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5. Anote suas observações e conclusões e tente explicar porque foi vantajoso empregar um
meio corrosivo na forma de gel.

• Proteção contra a corrosão

Vá a biblioteca e leia os capítulos 5 e 6 do livro intitulado “Proteção contra a corrosão”, escrito


pelo professor Marco A . G. Cecchini, publicado pelo SENAI-SP. Você vai gostar do assunto. Se não
entender algo, procure o professor.

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