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Escola Waldorf Rudolf Steiner ABRIL 2021

A Ressurreição de Cristo, Mathias Grunewald (1470 –1528)


Querida comunidade escolar,

Assim como no ano passado, atravessamos um período de quaresma desafiador,


chegando à Semana Santa com o convite a uma reflexão interior a respeito do significado
da Páscoa. Como podemos vivificá-la a partir de um lugar que ainda nos é tão exigente?

Nós, professores do grupo de Religiosidade, conversamos e consideramos oportuno


enviar este material contendo textos que preparamos em 2020 e, também, novas
colaborações, como um presente a todos, com a intenção de contribuir com a Páscoa
que surgirá em cada um de nossos lares.

Grupo de Religiosidade da EWRS


Lava-Pés
A ti agradeço, pedra silenciosa,
E me inclino em reverência:
A ti devo meu existir de planta.

A vós agradeço chão florido,


E me inclino em reverência:
Vós me alçastes a ser o animal.

A vós agradeço, pedra, planta e animal,


E me inclino até vocês:
Me ajudaram, os três, a ser quem sou.

Nós te agradecemos criança humana,


E nos inclinamos diante de ti:
Por existir é que existimos.

Emana a gratidão,
Do Uno e novamente do Múltiplo Divino.
Na gratidão entrelaçam-se todos os seres.

Christian Morgenstern Lava pés O lavatório, Giotto di Bondone (séc. XIV)


No último final de semana os judeus comemoraram o “Pessach”, a Páscoa judaica. Ela tem, na sua essência, o sentido de passagem. Depois da escravidão no Egito, o povo hebreu
faz a travessia do Mar Vermelho e celebra sua liberdade relembrando todas as etapas deste percurso exigente e desafiador. É uma festa a partir da peregrinação.
Para os cristãos, a Páscoa simboliza a vitória da vida sobre a morte, a passagem da escuridão para a luz. E durante a semana santa, todos nós podemos percorrer interiormente o
caminho da paixão, morte e ressureição de Jesus Cristo, vivenciando em nossa alma este processo meditativo. O impulso do novo e a potência da vida surgem a partir de uma
transformação interior.
A semana santa, este ano, começou no dia 28 de março e o Pessach Judaico no dia 27 de março.
As datas são vizinhas e concomitantes e nossa sensação é a de que mais do que nunca estamos juntos num momento de provação, esforço e distanciamento que também
impossibilitam e cerceiam nosso desejo de encontro e congraçamentos (celebrações).
Estamos precisando acreditar que a tão desejada expressão “vai passar” se concretize o mais breve possível. Porém, sabemos também que “passar” vem do latim – passare,
pandere...abrir caminho, afastar.
Nessas “Páscoas” que agora se aproximam precisamos encontrar um caminho que se sustente num afastamento. Afastamento do “outro”, mas quem dera, um encontro de “si”.
Estamos nos deparando com nós mesmos e esta aproximação é reveladora.
Mia Couto sempre nos presenteia com sua escrita poética e repleta de saberes e num recente artigo “Dar tempo ao futuro” escreve: - ..escolher o futuro como tema é enfrentar
um universo de conflitos e de ambiguidades... somos viajantes do tempo” ...
O viajante é, na sua essência, um ser corajoso. Viaja bem aquele que leva na bagagem sua “casa” dentro de si!.
A nossa pedagogia está repleta de rituais de passagem e ao mesmo tempo acolhe nossos alunos para que confiem na construção do próprio “si”.
O porvir está ligado aos ciclos da natureza e como nos diz Mia: “quem fala de tempo, fala da espera e da sua irmã gêmea, a esperança.”
Vamos confiar, vamos nos inspirar na coragem dos nossos antepassados e revisitar a força do amor que sustenta a nossa humanidade. Nilton Bonder, em seu livro “Tirando os
sapatos”, nos convida a abrir nossa mente para novas falas, libertar-se de convenções e formatos preestabelecidos, enfim, tirar os sapatos que protegem o homem, mas que
também o isolam e evitam o contato com um chão de muitas verdades e possibilidades.
Para nós, hoje, “tirar os sapatos” é proteger-nos do mundo externo, mas é também um convite para re-sentirmos o chão, o solo da nossa morada primeira e essencial.
Que possamos seguir nessa terra, construindo nossos lares repletos de histórias, sabores, saberes, sensações, luz e que este nosso momento de passagem se preencha de coragem,
confiança, esperança e força que só o pertencimento é capaz de sustentar!

Estamos juntos!!
Boa Páscoa a todos nós!

Sonia Marx
Pela Coordenação da Área de Religiosidade da EWRS
Sobre a Páscoa
A observação das dores deveria significar a ressurreição do ser espiritual. No sentido mais profundo, deveria estar diante do homem em imagens, o que, em palavras simples,
poderíamos expressar assim: Ao seu prazer você pode dever muito em sua vida; mas se você conseguiu sabedoria, conhecimento em questões espirituais, então você deve estes
ao seu sofrimento, à sua dor. Você deve ao fato de não ter sucumbido às dores e ao sofrimento, mas por ter tido a força de superá-los. Por isso nos antigos mistérios, a imagem
do Cristo sofredor era substituída pela outra imagem do Cristo triunfante, que olha abaixo de si para o Cristo sofredor como para o que foi superado. Temos que achar
novamente a possibilidade de ter o Cristo triunfante diante de nossa alma e, especialmente, no nosso querer. É isto que devemos ter diante de nós no presente e,
especialmente: que queremos fazer neste presente, para poder obter um futuro humano sadio?! Mas jamais poderemos compreender este pensamento da Páscoa, este
verdadeiro pensamento da Páscoa, se não pudermos compreender que temos de olhar para além do puramente terrestre, para o cósmico, quando de alguma forma queremos
falar do Cristo. O pensamento moderno nos fez do cosmo um cadáver. Hoje vemos as estrelas e calculamos tudo. Isto é, calculamos alguma coisa sobre o cadáver do mundo – e
não vemos, como nos astros vive a vida e como nos movimentos dos astros expressam-se as intenções do espírito cósmico. O Cristo desceu para a humanidade para ligar as
almas humanas a este espírito cósmico. E somente é um verdadeiro pregador do evangelho do próprio Cristo, aquele que indica que o que aparece de forma físico-sensível no sol
é a expressão externa do espírito do nosso mundo, do espírito ressurreto do nosso mundo.

Extraído da palestra de Rudolf Steiner proferida em Dornach, no domingo de Páscoa, 27 de março de 1921.
Contribuição: professora Ana Cairello
Páscoa
A quaresma, ou época da Paixão de Cristo, tem seu início na quarta-feira de cinzas e culmina na Semana Santa. Nesses 40 dias após a terça-feira de carnaval, inicia-se uma
época em que se vive um sentimento de dor e tristeza, é uma época de espera. É muito comum as pessoas fazerem algum tipo de sacrifício ou abstinência, renunciando a algum
tipo de prazer. Uma das tradições ainda lembrada é a de não se comer carne na SextaFeira da Paixão e também há quem guarde o silêncio neste dia. Em outros países, a Festa da
Páscoa é tão ou mais importante do que o Natal. Segue aqui um breve resumo sobre a Semana Santa e algumas atividades que podem ser vividas em casa com as crianças e
trechos da Bíblia que podem trazer à família um grande alimento.

Semana Santa
A Semana Santa tem seu início no Domingo de Ramos. (...) O Cristo entra na cidade Santa de Jerusalém. Sua entrada provoca um êxtase na alma da multidão, como o antigo
êxtase solar das festas pagãs da primavera, sendo que os ramos das palmeiras sempre foram considerados símbolos do sol natural. (...) “Quantas maravilhas nos doa o sol
quando nasce pela manhã!” Mas este sol natural que provoca entusiasmo do homem apenas corpóreo, põe-se todas as tardes. Cristo atravessa esse entusiasmo em silêncio. Ele
sabe que vai transformar o mundo pela base, vem trazer o sol espiritual, que nunca se põe, é permanente. Ele traz para o mundo em ocaso a nova Jerusalém, ascende no mais
íntimo da Terra e da humanidade o novo sol, quando o espiritual se enraíza no humano. Uma atividade que pode ser feita em casa com as crianças como forma de vivenciar este
dia é fazer trançados em folhagens, palhas confeccionando pequenas cestinhas para que no próximo domingo possa se encher de ovinhos coloridos ou tecer em linhas, lãs,
teares etc. Sugestão de leitura Bíblica para este dia: Mateus 21,1-11
Semana Santa
Na segunda-feira, dia da Lua, Cristo condena a figueira, símbolo da antiga clarividência, enlevo sonambúlico
da natureza inconsciente e ligada à corporeidade física. Essa antiga clarividência era uma intervenção das forças lunares na natureza humana. O que Jesus ensina aos discípulos
é que virá uma nova forma de vidência, cujo germe é a fé, “a fé que desloca montanhas”, as montanhas do mundo espiritual que, ultrapassadas, deixarão ver a essência das
coisas, sua origem divina. A nova vidência será de natureza solar. Na expulsão dos vendilhões do templo, também as antigas forças lunares estão sendo despedidas, para que
se renovem. Como sugestão de atividade a ser feita com as crianças, a de jardinagem é uma boa opção, tirar matos e plantar algo novo. Uma outra sugestão é a de se fazer
uma faxina retirando tudo o que não se usa mais, dando uma boa arrumação! Lembrando: “Dai a César o que é de César, dai a Deus o que é de Deus”. Leitura Bíblica para este
dia: João 2,23-31 ou Mateus 21,12-17.
Na terça-feira, dia de Marte, quando Cristo teve que discutir com os adversários, que chegavam em grupos para induzi-lo a cair em erro, quando ele teve de lutar com a arma do
verbo espiritual e quando finalmente, no ressoar vespertino dessas lutas, ele se retirou com os discípulos para o Monte das Oliveiras e lhes abriu a visão profético-apocalíptica do
futuro, o espírito de Marte também recebeu, por sua vez, o cunho solar de Cristo. No trecho “O que fizestes a qualquer um destes irmãos pequeninos a mim fizestes”; Ele revela
que a capacidade de amar do homem pode mostrar se o caminho de sua alma e de seu espírito está sendo trilhado corretamente. Todo verdadeiro esforço em direção ao
espírito começa com a coragem interior e desemboca no amor. Os poderes marciais da 3ª feira recebem então os raios solares do Cristo, quando todas as palavras da luta
espiritual culminam na palavra AMOR. Uma atividade para este dia poderia ser um exercício de perdão e uma visita a uma família necessitada, onde poderíamos levar um pouco
de amor e compaixão. Trecho Bíblico: Lucas 20 ou 25,1-13.
Na quarta-feira, dia de Mercúrio, antigo Deus da cura dos romanos, reúnem-se em Betânia os três amigos íntimos de Jesus que dele receberam a 6 cura: Lázaro, ao ressurgir,
libertou o espírito; Maria Madalena, pelo exorcismo narrado, purificou a alma; Marta (a mulher hemofílica) recebeu, da proximidade do Cristo a força de coesão que lhe curou o
corpo. Madalena, tipo mercurial, inquieto, unge o Cristo, pois conseguiu transformar as forças do amor natural na devoção sacramental. Judas, outro mercurial, inquieto,
Semana Santa
rebelara-se, não transforma a sua inquietação. É a encruzilhada do meio da semana. Judas, incapaz de transformar seu anseio de amor, inquieta-se e trai o Cristo.
Nesta encruzilhada encontramo-nos antes de podermos esperar ser admitidos à esfera da 5ª feira santa. Atividade: Um banho de ervas bem cheirosas, purificar o lar ou
alguma atividade que nos leve a transformações. Trecho Bíblico: Marcos 14, 1-11 ou Mateus 26, 1- 16.
Na quinta-feira, dia de Júpiter, no cenáculo, sede do círculo sagrado dos essênios no antiquíssimo Monte Sião, reúnem-se Jesus e seus discípulos. O antigo sacrifício pascal do
cordeiro é então transformado. O cordeiro se transforma em puro símbolo do amor divino que se sacrifica. O pão e o vinho, agora, são mais que símbolos; transformando-se em
corpo e sangue da alma de Cristo. Os sacrifícios lunares são substituídos pelo sacrifício solar. São quatro as etapas da 5ª feira: O lava-pés, doação de amor que a morte na cruz
selará; o cordeiro pascal; pão e vinho e discurso de despedida. Em tudo, a luz sapiencial de Júpiter recebe um novo fulgor. Atividade: Fazer um delicioso e simples pão com as
crianças e comê-lo acompanhado de suco de uva e um respeitoso silêncio será sem dúvida uma rica vivência. Trecho Bíblico para ser lido neste dia: Lucas 23, 13-32.
Na sexta-feira dia de Vênus, ocorreu a mais milagrosa elevação de tudo o que pudera significar para o homem a ideia da deusa do amor, Vênus ou Afrodite. Deu-se um ato de
amor maior que qualquer ato de amor possível. O sacrifício de amor no Gólgota foi a transformação do princípio de Vênus pelo princípio solar de Cristo. Atividade: Aproveitando
o silêncio (pelo menos até ao meio-dia), uma gostosa atividade é a de colorir ovos (de galinha) com tinta, lápis de cor, 7 papel crepom, ovos que deverão ser guardados para
aparecerem como decoração para o Domingo de Páscoa. Trecho Bíblico: João 19, 1-5.
No sábado, dia de Saturno, estamos diante do sepulcro, numa atmosfera pesada (como chumbo), saturnina. No decorrer dos séculos, os homens se encarnavam cada vez mais
fundo. Após a morte, ficavam presos a uma esfera de sombras cada vez mais intransponível. A humanidade corria o risco de perder a verdadeira imortalidade, a consciência que
sobrevive a morte. Então, na escuridão saturnina da esfera dos mortos, brilha uma luz. Entrou no reino dos mortos alguém que não está dominado pela força mágica da morte,
mas que é livre de todo o torpor. Ele atravessa a morte trazendo a sua plena luz solar. Enquanto na terra reina o escuro sábado sepulcral, nasce o sol no reino dos mortos. É este
o sentido da descida do Cristo ao reino das sombras. Quando na terra ainda era sábado, no reino dos mortos já era Páscoa. Atividade: Lembrar de uma pessoa querida que já se
Semana Santa
foi, lembrar das coisas que ela mais gostava, como eram seus bons hábitos também pode ser muito gratificante. É importante lembrar de trazermos em nossos corações a
memória dessas pessoas para a nossa Páscoa. Trecho Bíblico: João 19, 16-42.
Domingo, dia do Sol – Domingo de Páscoa: finalmente a própria oitava do sol nasceu no firmamento, o sol do Cristo, que vencera todas essas etapas de luta. O significado da
vitória pascal é que, doravante, o corpo espiritual do Cristo poderá reluzir em tudo o que é terreno. O sepulcro vazio significa que o túmulo de Cristo não é o sepulcro doado por
José de Arimateia, mas sim toda a Terra. De dentro para fora, a escuridão saturnina é iluminada pelo sol pascal. Atividade: Acordar antes do sol nascer, buscar água numa fonte,
simbolizando a água da nova vida, permanecendo em silêncio até a chegada do novo sol, também pode ser uma grande experiência para quem tiver ainda por perto uma fonte
de água pura. Outra atividade bem gostosa pode ser a de esconder das crianças os ovos de páscoa, para serem procurados assim 8 que acordarem. Enfeitar a mesa com belas
cestinhas e enchê-las com os ovos pintados na sexta-feira também trarão a este dia uma grande alegria! Trecho Bíblico: Marcos 16.
“Ao amanhecer Iluminando estará o sol Aberta estará a flor Límpida estará a fonte E venerando todas estas maravilhas, estará o meu coração”.

Fonte: Coletânea de textos de Páscoa trabalhados no curso Páscoa e Arte na Escola Waldorf Guimarães Rosa
Contribuição: Salete da Silva
Histórias de

para todos
Narrativas para a época de Páscoa, para
inspirar e aquecer nossos corações.
O coelho coração valente por Ana Flávia Basso
Era uma vez um coelho tão medroso, que tinha medo de quem tinha medo! Assim aconteceu há 2000 anos.
O coelho era um verdadeiro medroso e tão apavorado, que até no sono conservava os olhos abertos, bem abertos, não se atrevend o jamais a dormir ou descansar de
pálpebras cerradas. Queria estar sempre atento, mantendo bem abertos os seus olhos. Assim eram também as suas pernas, sempre tre inadas e prontas para dar um pulo.
Esse coelho só gostava de brincar com outros coelhos que já conhecia e que moravam ali em seu vale. Todos os coelhos o queria m bem e brincavam com ele, pois conseguia
se esconder como ninguém. Os outros o procuravam, mas ele conhecia os melhores esconderijos e ali se refugiava, mantendo -se em absoluto silêncio. Se os outros
o encontravam, alegravam-se, tirando-o de sua toca e dançavam juntos!
Agora… era só encontrar um animal diferente e ele já corria para a sua toca ou para se esconder em algum de seus esconderijos ! Tinha medo de qualquer animal que não
fosse coelho: da águia no céu, dos passarinhos nos galhos das árvores, dos macacos que pulavam de uma árvore para outra e até da joaninha! Sentia um frio na barriga quando
via qualquer animal que não tivesse pelo fofinho, orelhas compridas, bigodes e um rabinho arredondado.
Numa manhã, porém – e era o primeiro domingo de Páscoa – antes ainda do sol raiar, o coelho escutou o chamado matutino: “Nada temei”. Nem todos, porém, escutaram
o chamado. O coelho sim, este o ouviu e muito bem, pois dormia sempre com os olhos e ouvidos bem abertos. E o seu coração enche u-se de alegria e contentamento, de
alegria e coragem. Por que ele era tão medroso?
Foi então que um passarinho veio voando e pousou bem pertinho de onde o coelho estava. Quando o coelho farejou que havia algu ém desconhecido ali, começou a tremer
de medo. Quem seria? Talvez um animal perigoso…
Mas o passarinho queria encontrar um novo amigo e gostou muito do jeito daquele coelho! Levou raminhos e folhas para brincare m com elas, galhinhos e minhocas, mas
nada do coelho parar de tremer. Mal conseguia se mexer! Quando o passarinho olhou nos olhos do coelho, viu o medo que ele sentiae resolveu se afastar, para que ele não
sentisse mais tanto pavor. História para Educação Infantil e 1o ano escolar
O coelho coração valente por Ana Flávia Basso

Aconteceu assim, naquele primeiro dia de Páscoa. A noite chegou e a lua surgiu grande no céu. O coelho tinha os olhos bem abe rtos e os ouvidos atentos.
Ouviu então o chamado do anjo, que voava pelo mundo e dizia; “nada temei”. No mesmo instante, levantou-se o coelho num pulo e correu, o mais que as pernas permitiam –
correu e alcançou o anjo. E o anjo perguntou: “Querido coelho, o que queres de mim?”
-“Oh, dê-me de presente um coração corajoso”, pediu o coelho. Nisto o anjo chamou um outro anjo, o qual trazia numa bandeja de p rata alguns pãezinhos – o pão da Páscoa. E
foi permitido ao coelho comer um dos cheirosos pãezinhos. Com isso, ficou o seu coração alegre, forte e valente.
– “Venha então junto comigo até os homens”, disse-lhe o anjo, “queremos anunciar-lhes a Páscoa”. Assim, o coelho se tornou o coelhinho da Páscoa. Depois, viveu entre os
animais, em campos e florestas. Lá andava às soltas, brincando com coelhos e com outros animais. Especialmente com um passarinho que gostava de ter amigos!
Seu coração se tornou corajoso e cheio de alegria. Continuava, porém, ainda com olhos vigilantes e ouvidos bem abertos. Aliás , foi assim que ouviu o chamado do anjo. Agora ele
fica sempre atento para preparar-se para a Páscoa, pois o que mais gosta nessa vida é ser o coelho da Páscoa.
Muitas aventuras vive agora o coelho, cujo coração se tornou valente desde que comeu o pão da Páscoa!

História para Educação Infantil e 1o ano escolar


Os três irmãos
Três irmãos, já crescidos, disputavam a mão de uma princesa. Mas o rei exigiu que só se casaria com ela aquele que lhe trouxesse um ramo de folhas de ouro que havia bem no
meio da floresta. Partiram então os três, cada um por um caminho. O mais velho chegou a uma pedra onde estava um anãozinho. Este cumprimentou-o e lhe pediu de comer. O
irmão mais velho, porém, respondeu que tinha um longo caminho pela frente e que não podia repartir com ele seu lanche. E foi seguindo até que encontrou uma borboleta
muito grande e logo teve vontade de pegá-la. Mas a borboleta foi voando, voando e assim atraiu-o a uma clareira onde havia tantas borboletas esvoaçando que o deixaram
completamente estonteado. Então começou a persegui-las com raiva, até que chegou a um lugar cheio de lindas folhagens. Contudo, ali habitavam lagartas negras, e só o que
elas faziam era queimar quem se aproximasse. E o irmão mais velho perdeu-se na floresta. Com o irmão do meio, aconteceu a mesma coisa. O mais moço, porém, dividiu seu
lanche com o anãozinho. Este, então, disse-lhe que encontraria uma linda borboleta, mas que não devia segui-la. "Logo acharás uma outra, e essa é que vai leválo a um lugar
onde habitam muitas borboletas" - disse o anãozinho. "E é lá que vive um coelho encantado". O irmão mais moço seguiu em tudo o conselho do anão. Não seguiu a primeira
borboleta, mas sim a segunda, encontrou a terra das borboletas e o coelho encantado. Este levou-o a um jardim oculto onde, entre as folhagens raras, ele achou o ramo das
folhas de ouro. O coelho deu-lhe o ramo de presente, e o moço levou-o ao rei e se casou com a princesa.

História para o 1o 2o e 3o ano escolar


A princesa e o príncipe lebre
Havia uma vez um homem que ia caminhando pelas estradas de uma cidade, com um cesto cheio das mais belas flores, gritando: “Quem quer comprar sofrimento? Quem quer
comprar tristeza?” Todos que ouviam isto, riam dele e ninguém comprava as suas flores, apesar de serem tão formosas. Pois, quem, depois de tudo, iria comprar sofrimento e
tristezas, que já existem suficientes no mundo? Mas isso não preocupava o homem e ele continuava caminhando pelas ruas oferecendo sua mercadoria: “Quem quer comprar
sofrimento? Quem quer comprar tristeza? Dessa maneira o estranho vendedor passou diante do palácio do rei. A princesa escutou-o chamando, e cheia de curiosidade olhou
pela janela. Quando viu as flores tão belas no cesto, decidiu que deveria tê-las e chamou-o. “Espere um pouco, bom homem, eu lhe comprarei as suas flores!” Jogou-lhe uma
moeda de ouro e mandou a sua donzela buscar as flores. Eram realmente muito belas; ninguém no palácio jamais havia visto flores desse tipo. Inclusive o jardineiro real sacudia
sua cabeça, maravilhado, enquanto a princesa as plantava cuidadosamente em seu jardim. E a princesa estava tão encantada com elas, que ficou o dia inteiro no jardim,
admirando-as. Na manhã seguinte, quando voltou com sua donzela ao jardim, saiu, do meio das flores, uma lebre branca, tão encantadora que a princesa quis possuí-la, e disse a
sua donzela: “Rápido, cace-a para mim!” Mas o animalzinho encantado veio por si mesmo correndo para ela. A princesa amarrou uma fita em volta do seu pescoço para que não
pudesse escapar e foi passeando com a lebre em volta do jardim do palácio. Quando por fim regressaram ao palácio e a princesa já estava cansada do passeio, a lebre soltou-se,
de repente, e desapareceu com a fita. A princesa ficou indignada por perder sua linda fita, mas mais desesperada ficou por perder sua lebre, tanto que, de tanta tristeza, não
conseguiu dormir um só momento durante a noite. Na manhã seguinte voltou a passear com sua donzela pelo jardim para ver as flores; e não é que estava ali a lebre? Ela veio
saltando novamente entre as flores. Não tiveram que agarrá-la, pois acercou-se por si mesma. A princesa amarrou seu lencinho de seda em volta do pescoço da lebre para que
não pudesse escapar, e depois foi passeando com a lebre por todo o jardim. Mas no caminho de volta para o palácio, a lebre livrou-se de novo, soltando o lencinho de seda e
desaparecendo com ele. A princesa ficou indignada por perder seu lindo lenço, mas mais desesperada ficou por perder sua lebre, e não fechou os olhos durante a noite toda de
tanta dor. Na manhã seguinte foi diretamente com sua donzela ao jardim, e mais uma vez a lebre saiu saltando das flores. Outra vez acercou-se por si mesma da princesa.

História para o 1o 2o e 3o ano escolar


A princesa e o príncipe lebre Conto popular espanhol
Desta vez a princesa amarrou o seu cinto em volta do pescoço da lebre para que ela não pudesse escapar e ficou o dia inteiro passeando com a lebre. Quando por fim estavam
voltando ao palácio, pois estava ficando tarde, a lebre soltou-se de novo e desapareceu com o cinto. A princesa ficou indignada por perder seu cinto, mas mais desesperada
estava por perder sua lebre e não conseguiu dormir por um só momento naquela noite, de tanta tristeza. No quarto dia a princesa sentiu-se doente pelo grande desejo de
possuir a lebre e estava tão fraca e tão infeliz que não conseguiu levantar-se da cama. Percebeu, então, quanto sofrimento e tristeza havia comprado com as flores. A princesa
permaneceu doente em sua cama, e todos os doutores mais famosos vieram e examinaram-na. Depois de longas consultas, todos estavam de acordo que não havia mal físico
nenhum na princesa, mas que sua alma estava doente de nostalgia. Prescreveram-lhe passeios, distração, canção e danças, para que pudesse esquecer sua lebre branca. De
perto e de longe chegavam músicos, malabaristas e contadores de histórias; em pouco tempo o palácio parecia uma feira. Mas todo esse movimento, essa distrações, todos os
contos e histórias não conseguiram ajudar a princesa. Lá estava ela, pálida e triste, deitada sobre suas almofadas. E olhava com ansiedade para a distância, como se estivesse
esperando por alguém. Naqueles tempos, duas irmãs, já velhinhas, moravam no campo. Quando ouviram da estranha doença da princesa, uma das irmãs disse à outra: “Que
pensas, irmã? Será que eu não deveria ir ao palácio e alegrar um pouco a princesa? Talvez se animaria se eu lhe contasse um conto de fadas.” “Aposto que a princesa está
esperando justamente por ti e teus contos de fadas. Todos rirão de ti” – respondeu sua irmã. Mas isto não incomodou a velhinha, pensou que melhor seria tentar sua sorte.
Assim guardou um pedaço de pão e um pouco de peixe assado num paninho e saiu. Era um longo caminho até a cidade e a velhinha não era mais tão jovem assim, de modo que
tinha que parar a cada tanto e descansar. Sentava-se à sombra de um árvore, de preferência sobre uma pedra de moinho, ao lado do caminho. E uma vez, quando estava
sentada justamente sobre uma dessas pedras de moinho, aconteceu algo estranho. Enquanto levantava para continuar o seu caminho, de repente, viu o solo abrindo à sua frente
e saindo de lá um burro com duas sacolas de ouro sobre seu lombo. O burro era conduzido por duas mãos nas rédeas, mas não se via ninguém. A anciã ficou assustada, com a
boca aberta, pois tais coisas não haviam acontecido em nenhum conto de fadas que conhecia…, e eram muitos.

História para o 1o 2o e 3o ano escolar


A princesa e o príncipe lebre Conto popular espanhol
Mas como estava curiosa e querendo saber o que era aquilo, decidiu esperar que o burro voltasse; este não tardou muito. A velhinha agarrou firmemente uma das sacolas e
assim foi com o burro para baixo da terra. A princípio tudo era escuro a sua volta, mas logo viu um campo onde brilhava a luz do sol, e no meio do gramado erguia-se um palácio
magnífico; e o burro levou-a até lá. Na primeira sala do palácio havia uma mesa posta e quando a velhinha entrou e sentou-se à mesa, uma mão verteu sopa no seu prato, uma
segunda mão pôs carne assada à sua frente e uma terceira serviu vinho; mas ela não podia conseguir ver as pessoas cujas mãos se moviam à sua volta. Tendo comido o
suficiente, foi à sala ao lado, e lá havia uma cama branca preparada e pronta. Uma mão sacudiu as almofadas, uma segunda abriu os lençóis e a terceira deu-lhe uma vela. Mas
além das mãos não via nenhuma pessoa viva. A velha deitou-se na cama e adormeceu profundamente.
Na manhã seguinte, cedinho, levantou-se e novamente viu algo estranho: do jardim vinha correndo uma lebre branca que saltou diretamente numa tina cheia de água, que se
encontrava no canto da sala. Quando a criatura saiu da tina, já não era uma lebre, mas sim um jovem príncipe de bela aparência. Este parou diante do espelho, pegou um pente
e começou a pentear os cabelos, dizendo ao mesmo tempo com uma voz triste: “Oh, espelho! Não poderias dizer-me quem está com tanta tristeza por minha culpa?” Depois
voltou a entra na tina e saiu como lebre branca. A velha sacudiu a cabeça por longo tempo de tanto assombro. Regressou à mesma sala e tomou um bom café da manhã, logo
depois esperou que aparecesse o burro e fosse para cima; pendurou-se então numa sacola e em poucos minutos estava em frente da pedra de moinho, no caminho que levava à
cidade. Uma vez lá, foi diretamente para o palácio e disse aos guardas que queria animar a princesa com seus contos de fadas. “Ela nunca escutou uma história como a que vou
contar-lhe,” assegurou-lhes. “Bem, vai e conte-a então”, disse o chefe dos guardas e deixou que entrasse. Neste momento os pensamentos da princesa não estavam para contos
de fadas. Deitada em sua cama, com a cabeça virada para a parede, não quis nem agradecer as saudações da velhinha. Mas a anciã não deixou incomodar-se e começou a contar
a sua história. Contou-lhe como viera caminhando para a cidade e estivera sentada sobre uma pedra de moinho quando, de repente, a terra se havia aberto; e lhe contou como
havia ido com o burro para baixo, diretamente a um palácio subterrâneo e que ali, irás crê-lo!, havia visto uma lebre branca.

História para o 1o 2o e 3o ano escolar


A princesa e o príncipe lebre Conto popular espanhol
No momento em que a anciã mencionou a lebre branca, a princesa ficou alegre e quis saber o que acontecera depois. Assim a velhinha teve que continuar contando sobre a
lebre que havia saltado numa tina de água, transformando-se num jovem príncipe de bela aparência. “Tenho que ver isto por mim mesma”, exclamou a princesa e saltou
rapidamente fora da cama como se nada tivesse acontecido com ela antes. No dia seguinte a velha conduziu a princesa e a sua donzela até a pedra de moinho no caminho. Ali
esperaram que o burro com as sacolas de ouro aparecesse e desceram com ele para baixo da terra. A princípio tudo estava escuro em volta delas, mas em seguida viram um
campo brilhando na luz do sol, e, no campo, um palácio. No lugar, inúmeras mãos estavam trabalhando muito, abrindo portas, servindo convidados, mas não se via a quem
pertenciam. Então a anciã, a princesa e a donzela andaram por todo o palácio e em nenhum lugar puderam ver uma alma viva. Quando entraram na última sala, as três gritaram
de susto, pois jazia ali uma figura morta, meio lebre, meio homem. O coração da princesa encheu-se de compaixão pela figura morta ali, tão abandonada, sem uma flor sequer,
nem uma vela, nem uma oração pela salvação de sua alma. Ela se acercou, pôs uma flor de seu cinto sobre o peito daquele ser, acendeu uma vela e ajoelhou-se para rezar uma
oração. Mas nem havia sequer pronunciado a primeira palavra, o corpo moveu-se e voltou à vida. Em frente à princesa estava um jovem e belo príncipe que, levantando a
cabeça, olhou em seus olhos.
Com o príncipe, todo o palácio voltou à vida. Por todas as partes havia gente correndo ocupadíssima, para cima e para baixo. O príncipe lebre ajoelhou-se em frente à princesa e
disse: “Obrigado, bela jovem! Com a flor, a vela e tua oração quebraste o malvado encantamento que estava sobre mim e todo o meu país. Como posso recompensar-te?” Então
conduziu-a através do palácio inteiro e mostrou-lhe todos os seus tesouros dizendo que podia pegar o que quisesse. A princesa nunca havia visto tais riquezas nem no palácio de
seu pai, mas ela não gostou de nenhuma tanto quanto gostava do próprio jovem príncipe. Ela ficou admirada com as maravilhosas salas e quartos que agora estavam cheios de
serventes e cortesãos. “Por que estão tão ocupados, príncipe?”, ela lhe perguntou. “Estão preparando tudo para o meu casamento”, respondeu o príncipe tristemente. Então a
princesa também sentiu como uma punhalada de dor, pois seu coração já havia sido tocado por este belo jovem.

História para o 1o 2o e 3o ano escolar


A princesa e o príncipe lebre Conto popular espanhol
E o príncipe continuou: “Oh, tu, a mais doce das jovens, isto está escrito nas estrelas que depois que meu encanto fosse quebrado, tenho que casar-me com aquela cujo destino
me comprometeu. Mas quando olho para os teus olhos, queria que não fosse assim.” “Quem, então, terá que casar contigo?” perguntou a princesa, sentindo como seu coração
de novo se dilacerava de tristeza. “Tenho que casar-me com aquela à qual estive atado três vezes durante o meu encantamento”, respondeu o príncipe. “Mas tu estiveste atado
três vezes a mim”, exclamou a princesa alegremente. “Eu te amarrei com uma fita, um lenço e um cinto.” “Então tu serás a minha esposa?!” gritou o príncipe feliz. Cheia de
alegria a princesa deu-lhe sua mão e seu coração. O príncipe lebre pegou sua mão e caindo de joelhos prometeu dar-lhe todo o seu amor. Após três dias celebraram o casamento
e desde esse momento o jovem casal viveu feliz no palácio do príncipe. E assim a princesa nunca mais teve que passar sofrimentos e tristezas por ter comprado o cesto de flores.
A velhinha ficou com eles e amavam-na muito, pois ela havia lhes trazido a felicidade. Mas um dia a velhinha quis voltar ao país de seu nascimento, desejava ver novamente seu
pobre campo e sua irmã. O príncipe e a princesa tentaram convencê-la a ficar com eles, mas vendo a saudade que sentia, enviaram-na para sua casa numa carruagem dourada
cheia de presentes.

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O burrinho Conto de Fada - Irmãos Grimm
Era uma vez, onde foi, onde não foi, um rei e uma rainha muito ricos. Tinham tudo o que podiam desejar. Só não tinham filhos. A rainha queixava-se noite e dia: - Sou como um
campo onde nada cresce. Finalmente, Deus satisfez seus desejos. Mas, quando a criança veio ao mundo, não tinha aspecto de um ser humano, mas o de um burrinho.
Desesperada, a mãe rompeu em lágrimas e queixas, exclamando que preferia ter ficado sem filhos a ter ganho um burro. Mandou atirá-lo ao rio para que os peixes o
devorassem. O rei, porém, interveio: - Não! Já que Deus enviou-o, ele será meu filho e herdeiro. Após minha morte, subirá ao trono e usará a coroa real! Criaram, pois, o
burrinho. Ele foi crescendo e assim também iam crescendo as orelhas: altas e retinhas que eram uma beleza. Além disso, tinha gênio alegre, saltava e brincava por toda parte.
Logo demonstrou um especial gosto pela música, a tal ponto que procurou um mestre famoso, a quem foi logo dizendo: - Ensina-me a tua arte, pois quero tocar alaúde tão bem
como tu. - Ah, meu pequeno senhor! - suspirou o músico - vai ser difícil. Vossos dedos são impróprios e, além disso, muito grandes. Temo que as cordas não aguentem. Mas de
nada serviram suas evasivas. O burrinho manteve-se firme no que decidira. Estudou com vontade e aplicação. Até que por fim tocava o alaúde tão bem quanto o mestre. Um dia,
o jovem senhor saiu a passeio, pensativo, até que chegou junto a um poço. E, ao olhar-se nas águas claras, viu refletida a sua figura de burrinho. Em vista disso, ficou tão triste
que resolveu correr o mundo, levando consigo apenas um companheiro fiel. Andaram de um lado para outro e, por fim, chegaram a um reino governado por um velho rei que
tinha uma filha única, belíssima. O burrinho disse: - Ficaremos aqui. E, batendo no portão, gritou: - Há um hóspede aqui fora. Abram e deixem-no entrar. Como ninguém o
atendeu, sentou-se e pôs-se a tocar o alaúde docemente com as patas dianteiras. Vendo aquilo, o porteiro arregalou os olhos, correu ao rei e lhe disse: - Do lado de fora do
portão há um burrinho tocando alaúde tão bem como um grande mestre. - Deixa entrar o músico! - respondeu o rei. Mas, ao verem entrar um burrinho, todos começaram a rir.
Decidiram que o burrinho deveria sentar-se no porão com os criados para comer. Mas ele protestou: - Não sou um burrinho comum de estrebaria, sou um nobre. - Neste caso,
senta-te com os soldados - disseram-lhe.

História para o 2o 3o 4o e 5o ano escolar


O burrinho Conto de Fada - Irmãos Grimm
- Não - replicou ele - quero sentar-me junto ao rei. O rei começou a rir e disse, bem humorado: - Pois faça-se como pedes, burrinho. Fica a meu lado. Em seguida, perguntou: -
Burrinho, que tal achas a minha filha? O burrinho voltou à cabeça para olhá-la e, fazendo um gesto de aprovação, respondeu: - É tão linda como jamais vi outra. - Então, podes
sentar-te ao lado dela - disse o rei. - Com muito gosto! - exclamou o burrinho - e sentou-se ao lado da princesa. Comeu e bebeu, comportando-se com finura e correção. Tendo já
passado algum tempo na corte daquele rei, o burrinho pensou: - De que me adianta tudo isso? Tenho de voltar para casa. E, triste e cabisbaixo, foi ao soberano para despedir-se.
Mas o rei, que já havia criado por ele um grande afeto, disse-lhe: - Que há meu burrinho? Pareces azedo como vinagre. Fica comigo e te darei o que pedires. Queres ouro? - Não -
respondeu o burrinho, sacudindo a cabeça. - Queres riquezas, jóias? - Não. - Queres a metade do meu reino? - Oh, não! - Ah, se eu pudesse imaginar o que te faria feliz! -
exclamou o rei - Quem sabe queres casar com minha filha? - Oh, sim! - respondeu o burrinho - Isto sim, bem que quero. Em seguida ficou alegre e disposto, pois era aquele seu
maior desejo. Celebrou-se, então, uma esplêndida festa de casamento. À noite, quando os noivos foram conduzidos aos seus aposentos, o rei, querendo saber se o burrinho se
comportava com gentileza e correção, ordenou a um criado que se escondesse no quarto. Quando os recémcasados estavam no dormitório, o noivo correu o ferrolho da porta,
olhou ao redor e, supondo que estavam a sós, tirou, de repente, a pele de burro, transformando-se num belo jovem de porte real. - Agora estás vendo quem sou - disse o jovem
à princesa - e vês, também, que não sou indigno de ti. A noiva ficou muito alegre, beijou-o e gostou dele com todo o coração. Mas, ao chegar à manhã, ele se levantou e pôs
novamente a pele de burro, de modo que ninguém pôde suspeitar quem se ocultava embaixo dela. Não tardou em aparecer o velho rei, exclamando: - Vejam só, o burrinho já se
levantou! Mas tu - prosseguiu, dirigindo-se à sua filha - deves estar bem triste por não teres um marido igual aos outros. - Oh, não meu pai! - respondeu ela - gosto muito dele.
Quero ficar com ele para o resto da minha vida. O rei ficou surpreso, mas o criado que se havia escondido, chegou a ele e lhe revelou tudo.

História para o 2o 3o 4o e 5o ano escolar


O burrinho Conto de Fada - Irmãos Grimm
- Não pode ser verdade! - exclamou o rei. - Pois espia na próxima noite e vê com seus próprios olhos - disse-lhe o criado - e dou-lhe um bom conselho, Senhor Rei: tira-lhe a pele
e joga-a no fogo. Assim ele será obrigado a apresentarse na sua forma verdadeira. - É um bom conselho - concordou o rei. À noite, enquanto dormiam, o rei entrou de mansinho
no quarto e, ao aproximar-se da cama, pôde ver, à luz do luar, um belo jovem adormecido. A pele de burro estava estendida no chão. Apanhou-a e saiu. Em seguida, mandou
acender uma fogueira bem grande e nela jogou a pele. E não se afastou do fogo até que a pele de burro estivesse completamente queimada e reduzida a cinzas. Querendo ver o
que faria o príncipe ao despertar, passou toda a noite de vigia, com o ouvido atento. Ao clarear do dia, o jovem saltou da cama para meter-se na pele do burro, mas não a
encontrando em parte alguma, assustou-se e exclamou tristemente: - Agora só me resta fugir! Mas quando ia saindo, encontrou o rei e este lhe disse: - Meu filho, aonde vais
com tanta pressa? Fica aqui. És um homem tão belo que não desejo perder-te. Te darei a metade do meu reino e, quando eu morrer, ficarás com o resto. - Pois que o que teve
um bom princípio tenha, também, um bom fim - respondeu o rapaz e disse ao rei: - Ficarei convosco. E o velho rei deu-lhe a metade do reino. Quando, depois de um ano,
morreu, o velho e bondoso rei deixou- lhe o restante. Além disso, com a morte de seu pai, ganhou mais um reino. E, assim, viveram muito felizes.

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Jorinda e Jorindo Conto de Fada - Irmãos Grimm
Houve, uma vez, no coração de uma floresta virgem, um enorme e antigo castelo, no qual morava, completamente só, uma velha bruxa muito poderosa. Durante o dia, ela
transformava-se em gata ou em coruja, mas à noite retomava a forma humana. A velha tinha o poder de atrair os animais silvestres e os pássaros, depois matava-os e os fazia
refogados ou assados. Se alguém, porventura, se aproximasse do castelo, a cem passos de distância ficava retido sem poder mover-se enquanto ela não o fosse libertar. E, se por
acaso, entrasse naquele círculo uma jovem donzela, a bruxa logo a transformava em pássaro, que prendia numa gaiola e carregava para determinada sala do castelo. La dentro
do castelo já havia sete mil dessas gaiolas contendo pássaros raros. Havia nas proximidades uma donzela chamada Jorinda, que era mais linda que todas as outras. Ela e um
belíssimo jovem chamado Jorindo estavam noivos. O dia do casamento fora marcado para muito breve e os dois viviam radiantes, a felicidade deles só era completa quando
podiam estar um ao lado do outro. Querendo conversar e trocar confidências mais à vontade, foram certo dia dar um passeio na floresta. - Toma cuidado, Jorinda, - disse o
noivo, - não te aproximes demasiado do castelo. Era uma tarde esplêndida; o sol brilhava por entre a galharia das árvores, pondo claras luminosidades entre o verde escuro da
floresta; sobre a velha faia a meiga rolinha arrulhava melancolicamente. De quando em quando, Jorinda se detinha, sentava-se onde batia o sol e se punha a chorar e a lastimar-
se; Jorindo também fazia o mesmo. Sentiam-se ambos tão angustiados como se tivessem de morrer nessa hora. Tendo-se extraviado do caminho de casa, olhavam atemorizados
para todos os lados sem conseguir encontrá-lo. O sol já se ia escondendo por trás da montanha e o jovem continuava a procurar uma saída; nisso avistou, por entre grandes
moitas, os muros do antigo castelo; extremeceu, tomado de angústia mortal. Jorinda, por seu lado, cantava tristemente: Meu pássaro de colerinha vermelha, canta triste, sua
triste sina. Canta a morte da sua pombinha; Ai que triste canto, tris… piu, piu, piu. Jorindo olhou para ela e viu que se havia transformado num rouxinol e cantava piu, piu, piu.
Uma coruja de olhos brilhantes como brasas voou três vezes em torno dela e três vezes gritou: Chu, u, u. Jorindo não podia mover-se, estava como que petrificado, sem poder
chorar, nem falar, nem mexer as mãos ou os pés. Agora o sol já se havia posto; a coruja voou para um arbusto e logo depois apareceu uma velha curva, amarela e ressequida,
com os grandes olhos vermelhos e o nariz adunco, cujo ponta lhe tocava o queixo. Resmungou alguma coisa, agarrou o pássaro e levou-o consigo.

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Jorinda e Jorindo Conto de Fada - Irmãos Grimm
Jorindo não podia pronunciar uma palavra sequer, nem fazer um gesto qualquer; o rouxinol desapareceu. Por fim a mulher voltou e disse com sua voz cavernosa: - Eu te saúdo,
Zaquiel; quando a lua redondinha, pratear do cerefólio as folhinhas, solta-o, Zaquiel, naquela horinha. E Jorindo, depois dessas palavras, ficou libertado. Caiu aos pés da velha,
suplicando-lhe que lhe restituísse a querida Jorinda; mas ela, implacável, respondeu-lhe que nunca mais a teria e com isso deu-lhe as costas e foi- se embora. Ele chorou, gritou,
implorou, mas em vão. - Ah! Que será de mim! Jorindo pôs-se a perambular até que chegou a uma aldeia desconhecida e lá passou a pastorear um rebanho de ovelhas. Dirigia-
se, frequentemente, para os arredores do castelo, sem contudo aproximar-se muito. Finalmente, certa noite sonhou que achara uma flor vermelha como o sangue, a qual tinha
no meio dos pistilos uma belíssima pérola muito grande. Colheu a flor e dirigiu-se ao castelo; tudo o que ele tocava com a flor logo se libertava do encanto e, no sonho, pareceu-
lhe recuperar por esse meio também a querida Jorinda. Pela manhã, quando despertou, decidiu encontrar essa flor e pôs-se a procurá-la por entre vales e montanhas. Procurou
durante nove dias e ao nono dia, de manha bem cedo, encontrou a flor vermelha como sangue. No meio dela estava uma gota de orvalho, grande e linda como a mais esplêndida
pérola. Dia e noite foi levando a flor, até chegar ao castelo. Lá chegando, não se deteve a cem passos de distancia, mas prosseguiu até à porta de entrada. Radiante de alegria,
Jorindo tocou a porta com a flor e ela abriu-se automaticamente. Então foi entrando, atravessou o pátio de ouvidos alertas, a fim de descobrir de onde provinha aquele imenso
trinar de pássaros. Por fim descobriu. Encaminhou-se para aquela direção e encontrou a sala onde se encontrava a velha bruxa alimentando os pássaros presos nas sete mil
gaiolas. Quando a velha avistou Jorindo, ficou louca de ódio e pôs-se a insultá-lo, cuspindo-lhe na cara fel e veneno, mas, a dois passos de distância dele, ficou paralisada. Mas ele
não se perturbou, continuou a procurar entre as gaiolas; entre tantas centenas de gaiolas, porém, como poderia descobrir a sua Jorinda? Enquanto estava assim procurando,
percebeu que a velha se apoderara de uma gaiola com um pássaro dentro e ia tratando de escapulir-se. Imediatamente ele pulou junto dela e com a flor tocou a gaiola e também
a velha que, a esse toque, perdeu todo o poder de encantamento. E Jorinda estava lá na sua frente, bela viçosa como sempre fora; tomou-a nos braços, estreitando-a com
imensa alegria. Também os outros pássaros, todos, graças ao toque da maravilhosa flor, recuperaram a forma humana de lindas jovens. Depois disso, ele regressou para casa
com a querida Jorinda e viveram longos, longos anos, muito alegres e felizes.
História para o 2o 3o 4o e 5o ano escolar
O coelhinho cego Lenda da Francônia - Publicado originalmente nos livros de Karin Stasch
Antigamente, por sobre os altos muros de ameias da cidade de Jerusalém, ainda brilhavam na paisagem os ornatos dourados do templo. Havia, então, um coelhinho que tinha
sua toca em um morro, além dos muros de Jerusalém. Vivia contente e feliz, pois ao redor do morro havia um belo jardim onde crescia tudo que um coelhinho precisa para
comer. Só uma coisa faltava a esse coelhinho: a visão, pois era cego; uma doença cruel tinha apagado a luz de seus olhos desde o nascimento. Mas Deus o protegia, de modo que
nunca uma ave de rapina ou uma raposa do deserto chegou perto dele, quando saltitava pelo jardim para achar sua comida. Conhecia todas as plantas e pedras do lugar e
sempre achava sua comida. Conhecia todas as plantas e pedras do lugar e sempre achava o caminho de volta para sua toca. Certa tarde, no fim do dia, estava o coelho sentado
entre as ervas do jardim. Já estava bem escuro, embora o sol ainda não se tivesse posto. É evidente que o coelhinho não podia ver a escuridão; mas ouviu os três toques de
corneta que anunciavam o sabiá, o dia santo dos judeus de Jerusalém. De repente ouviu passos no jardim, uns passos pesados e lentos de gente carregando algo bem pesado. O
coelho não podia ver que era isso mesmo: José de Arimatéia, Nicodemos, Maria Madalena e Maria, mãe de Jesus, estavam chegando, trazendo para o jardim o corpo de Jesus,
que havia morrido crucificado. Porque nesse jardim havia um túmulo, cavado nas rochas do morro, onde ninguém havia sido enterrado antes. E foi lá que eles depuseram Jesus.
Pouco depois, o coelhinho escutou outros passos, agora fortes e apressados: eram os soldados que vinham tomar conta do túmulo. O coelho fugiu para sua toca o mais que
depressa, pois teve medo de suas vozes ruidosas e do tinir de suas armas. Duas manhãs após, o coelhinho acordou com uma música maravilhosa. E verdade que todas as manhãs
ouvia a música do sol nascendo, mas naquele dia a música era especialmente linda e misturava-se com o canto dos passarinhos no jardim, como nunca antes. O coelhinho botou
a cabeça para fora do buraco, farejando e escutando. Aí, de repente, um dos soldados que ali dormia, roncou bem forte e se mexeu, sacudindo as correntes de sua couraça.
Assustado, nosso coelhinho voltou correndo para sua toca. Mas ai! O pior ainda estava por acontecer: de repente, a terra toda estremeceu, como se quisesse acordar de seu
sono antigo, de muitos mil anos! O coelhinho saiu correndo para o capim, apavorado, e também os soldados fugiram, correndo o quanto podiam.

História para o 2o 3o 4o e 5o ano escolar


O coelhinho cego Lenda da Francônia - Publicado originalmente nos livros de Karin Stasch
Todo trêmulo, sentado na grama alta entre flores ficou o coelhinho, nem sabemos por quanto tempo. Finalmente escutou de novo passos e, depois, uma voz tão bela e tão suave
como nunca antes ouvira, que assim dizia: “Mulher, por que está chorando? Quem procura?”. Depois uma mulher respondeu: “Senhor, você deve ser o jardineiro deste lugar,
então me diga onde você O colocou, para eu buscá-lo”. A mulher não era outra senão Maria Madalena que tinha ido ao túmulo depois do estremecimento da terra, mas não
achara o corpo de Jesus lá, por isso estava chorando. De novo a voz suave falou: - Maria. Então Maria Madalena percebeu que Aquele não era o jardineiro, mas sim Jesus que
havia ressuscitado da morte. Ela exclamou: “Rabbuni!’, o que na língua dos judeus quer dizer: “Mestre, é você!”. E mais uma vez lágrimas ardentes desceram pelo rosto de Maria
Madalena. Essas lágrimas foram cair nos seus olhinhos doentes e, naquele momento, ele começou a enxergar: ali estava Jesus em pé, radiante como o sol e, ao mesmo tempo,
luminoso de um modo tão suave como um alva pétala de flor: e também a mulher o viu. Jesus inclinou-se para o coelhinho, abençoou-o e disse-lhe: “Bom bichinho, de agora em
diante você irá levar a alegria da Páscoa a todas as pessoas, mas principalmente às crianças”. Depois Ele disse a Maria: “Vá agora e diga a Pedro e aos outros discípulos que eu
ressuscitei e que vou subir para junto do meu e do meu Pai, o meu e o seu Deus”. E assim foi. O coelhinho fez o que Jesus mandou e assim ficou sendo o COELHINHO DA PASCOA.

História para o 2o 3o 4o e 5o ano escolar


A borboleta Jakob Streit
Havia uma borboleta que voava com as asas cansadas sobre um prado. Uma fria garoa pingava do céu, molhando sua veste colorida. Sentiu suas asas pesadas e pousou entre as
folhas da grama. O pó de suas asas tinha sido levado pela água. Por mais de uma vez ela tentou levantar voo, mais sem sucesso. Mais tarde, foi até uma plantinha de folha larga,
e debaixo de uma delas depositou alguns ovinhos branquinhos, bem pequeninos. Como as suas asas fracas já não a conseguiam carregar, dobrou-as e ficou ali sentada, muito
quieta e tranquila, sonhando com flores e raios de sol. Veio a chuva e a borboleta morreu com o vento frio do anoitecer. Os pequenos ovinhos que foram colocados no coração
quente da Mãe Terra foram bem cuidados. De dia, o Sol enviava-lhes seu calor e à noite, o calor da Terra envolvia-os. As folhas largas da plantinha protegiam os ovinhos da
chuva. A luz da Vida da velha borboleta havia se apagado, porém, em cada ovinho que ela tinha deixado brilhava uma centelha de vida. Depois de alguns dias, algo começou se
mexer dentro da película delicada dos ovinhos, e um raio de Sol que brincava com a folha, percebendo a nova vida, chamou: - Sai para fora, sai para fora! O ovinho se mexeu, a
película do ovinho rasgou e lá de dentro saiu uma pequena lagarta, amarelinha, de pele muito sedosa, e com umas pintinhas escuras. Arrastou-se até uma folha verde e larga,
que se tornou seu jardim, sua mesa, sua casa. Ela gostava de mordiscar as bordas da folha, que eram muito saborosas. Quando já estava bem esburacada, o raio de Sol lhe
cantou: - Continua a ir pelo mundo verde. E assim, a lagartinha foi rastejando de planta em planta e, depois de uma semana, já se tinha tornando numa lagarta grande, com
pelinhos nas costas. O Verão estava chegando ao fim e o vento do Outono trouxe dias mais frescos. Então o raio de Sol disse para a lagarta: - Procura um lugar quieto, um quarto
quentinho para descansar. Entre as pedras e folhas, vagarosamente, a lagarta desceu para o aconchego da Mãe Terra. A escuridão a assustou e ela murmurou: - Mãe Terra
acolhei-me! O Sol pediu que deixasse o mundo verde. E bem das profundezas surgiu a voz consoladora da Mãe Terra: - Não fiques triste por teres perdido o mundo verde, minha
filha querida, o raio de Sol deu-te um bom conselho. Fica comigo, tira essa veste encolhida e velha. Durma querida, as minhas fadas querem tecer lindos sonhos para você.

História para o 2o 3o 4o e 5o ano escolar


A borboleta Jakob Streit
Quando a lagarta abandonou a sua veste, teve uma sensação estranha. Sua pele endureceu. Ela se sentiu presa, tinha medo de morrer asfixiada e queria chamar por socorro.
Mas já tinha caído num sono profundo como a morte. Sua pele se tornou um caixão duro, lenhoso. Enquanto dormia o seu sono profundo, o Inverno passava, e do céu choviam
estrelas cadentes, aconteceu um milagre no casulo da lagarta. Com mãos misteriosas, as fadas teceram uma veste celestial no túmulo escuro. Teceram o brilho das estrelas e as
cores do arco-íris nos delicados fios da roupa nova. Com a Primavera, a Terra aqueceu, e nos campos, o Sol abriu as flores para a luz. O casulo na Terra se abriu. Do túmulo da
lagarta acordou uma linda borboleta. Com passo leve, saiu entre as pedras em direção à luz que cantava: - Vem conosco! Vem conosco! Era o canto das flores. Elas estavam
pedindo ao sol: - Oh, Sol, como Gostaríamos de voar também e criar um jardim celestial entre os seus raios! Disse, então o raio de sol: - Eu devo viajar por mares e terra.
Esperem um pouco e virá até vocês o meu pássaro, que lhes contará sobre as estrelas e o arco-íris. Naquele momento, a borboleta levantou-se da pedra para o ar, voou até às
flores e tornou-se na sua mais querida irmã.

História para o 2o 3o 4o e 5o ano escolar


O coelho da lua Lenda hindu
Era uma vez três coelhinhos que viviam em três cavernas do Himalaia, onde levavam uma vida inteiramente dedicada a Deus. Diariamente rezavam a Deus, pois seu maior
desejo, era entrar no reino do céu. O primeiro coelho tinha um pêlo marrom; o segundo tinha uma mancha branca no pêlo marrom, e o terceiro, que se chamava “Nevo”, tinha o
pêlo completamente branco. Os três coelhos amavam-se muito e, o que um fazia, os outros faziam também. Mesmo estando absorvidos por suas orações durante todo o dia,
tinham que procurar alimentos para não morrerem de fome. Assim, passaram-se muitos anos. Moravam bem perto um do outro, e estavam sempre voltados a Deus. Até que,
finalmente, suas orações chegaram aos ouvidos de Deus e Ele decidiu recompensar tanta dedicação. E, apesar de Deus conhecer bem o coração dos coelhos, ainda quis pô-los à
prova. Assim, Deus-Pai chamou a Lua, cujo nome era Chandra, e disse: - Como você só precisa brilhar no céu à meia-noite, dirija-se antes às montanhas do Himalaia e lá, visite os
três coelhinhos. Peça a cada um, um pouco de comida. Depois que terminar a visita, volte a mim e relate o que viu. A Lua obedeceu e visitou em primeiro lugar o coelho marrom.
Este preparou o seu jantar e viu Chandra chegar à porta de sua caverna. Muito feliz pela visita convidou-a para entrar e compartilhar de sua refeição. Mais tarde a Lua agradeceu
e procurou o segundo coelho. Quando este ouviu alguém se aproximar, exclamou alegre: - Bem vindo amigo! — e após ouvir o pedido da Lua disse: - Com todo prazer saciarei a
sua fome, mas deve desculpar a minha demora, pois hoje fiquei absorvido nas minhas orações e esqueci de sair à procura de alimentos. Espere um pouco que lhe servirei uma
refeição. Após ter procurado alimentos, não se serviu de nada, deixando tudo para o hóspede, a Lua. Por último, Chandra dirigiu-se até a caverna do coelho branco chamando,
“Nevo”. Bateu, inutilmente por muito tempo, à porta da caverna do coelho branco, que estava mergulhado em profunda meditação e demorou a sair da caverna para
cumprimentar a Lua.
- Procuro alguém que possa me dar alguma coisa para comer, disse Chandra. Após longa caminhada pelos campos gelados das montanhas, estou com muita fome. Descanse
minha querida, pediu “Nevo”, enquanto vejo o que posso servir-lhe. De bom grado a Lua aceitou o convite e sentou-se no chão da caverna, pois não havia nem cadeira, nem
cama para um descanso.

História para o 5o ano escolar


O coelho da lua Lenda hindu
A Lua sentiu-se muito bem na caverna do coelho “Nevo”, pois o ar era fresco e ameno. Enquanto isto, o coelho revistava a sua dispensa. Mas, que susto! Há dias o coelho não
procurava mais alimentos, por estar profundamente absorvido em suas orações. O coelho sentiu-se muito triste por não poder oferecer algo à tua visita, pois Deus sempre
considerou uma das primeiras obrigações de todos, receber bem os viajantes. Sentou-se para pensar e depois, voltou à estrada de sua caverna, onde Chandra já o esperava
impacientemente, pois já era tarde e ela precisava voltar para ao céu. - Querida Lua — disse o coelho “Nevo” - não seja impaciente, vou acender o fogo para você se aquecer e
logo lhe servirei algo para jantar. Após acender o fogo o coelho disse: - Como não tenho nada em casa para comer e não quero falhar em uma das mais importantes leis divinas,
desejo oferecer-me a você como alimento. E, antes que Chandra, a lua, pudesse impedi-lo, jogou-se na fogueira. Assustada com o que vivenciara, Chandra voltou ao céu,
dirigindo-se ao trono de Deus Pai para relatar tudo o que aconteceu. Mas como foi grande a sua surpresa ao avistar, no colo de Deus-Pai, um coelho branco como a neve,
irradiando maravilhosa luz.

História para o 5o ano escolar


Oração de Santo Agostinho Para pais e alunos a partir do 6o ano escolar
“Et ecce intus eras et ego foris et ibi te quaerebam, et in ista formosa quae fecisti deformis irruebam…”

1.Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova… Tarde Te amei! Trinta anos estive longe de Deus. Mas, durante esse tempo, algo se movia dentro do meu coração… Eu era
inquieto, alguém que buscava a felicidade, buscava algo que não achava… Mas Tu Te compadeceste de mim e tudo mudou, porque Tu me deixaste conhecer-Te. Entrei no meu
íntimo sob a Tua Guia e consegui, porque Tu Te fizeste meu auxílio.
2. Tu estavas dentro de mim e eu fora… “Os homens saem para fazer passeios, a fim de admirar o alto dos montes, o ruído incessante dos mares, o belo e ininterrupto curso dos
rios, os majestosos movimentos dos astros. E, no entanto, passam ao largo de si mesmos. Não se arriscam na aventura de um passeio interior”. Durante os anos de minha
juventude, pus meu coração em coisas exteriores que só faziam me afastar cada vez mais d’Aquele a Quem meu coração, sem saber, desejava… Eis que estavas dentro e eu fora!
Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Estavas comigo e não eu Contigo…
3. Mas Tu me chamaste, clamaste por mim e Teu grito rompeu a minha surdez… “Fizesteme entrar em mim mesmo… Para não olhar para dentro de mim, eu tinha me escondido.
Mas Tu me arrancaste do meu esconderijo e me puseste diante de mim mesmo, a fim de que eu enxergasse o indigno que era, o quão deformado, manchado e sujo eu estava”.
Em meio à luta, recorri a meu grande amigo Alípio e lhe disse: “Os ignorantes nos arrebatam o céu e nós, com toda a nossa ciência, nos debatemos em nossa carne”. Assim me
encontrava, chorando desconsolado, enquanto perguntava a mim mesmo quando deixaria de dizer “Amanhã, amanhã”… Foi então que escutei uma voz que vinha da casa
vizinha… Uma voz que dizia: “Pega e lê. Pega e lê!”.
4. Brilhaste, resplandeceste sobre mim e afugentaste a minha cegueira. Então corri à Bíblia, abri-a e li o primeiro capítulo sobre o qual caiu o meu olhar. Pertencia à carta de São
Paulo aos Romanos e dizia assim: “Não em orgias e bebedeiras, nem na devassidão e libertinagem, nem nas rixas e ciúmes. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” (Rm 13,13s).
Aquelas Palavras ressoaram dentro de mim. Pareciam escritas por uma pessoa que me conhecia, que sabia da minha vida.
Oração de Santo Agostinho Para pais e alunos a partir do 6o ano escolar
5. Exalaste Teu Perfume e respirei. Agora suspiro por Ti, anseio por Ti! Deus… de Quem separar-se é morrer, de Quem aproximar-se é ressuscitar, com Quem habitar é viver.
Deus… de Quem fugir é cair, a Quem voltar é levantar-se, em Quem apoiar-se é estar seguro. Deus… a Quem esquecer é perecer, a Quem buscar é renascer, a Quem conhecer é
possuir. Foi assim que descobri a Deus e me dei conta de que, no fundo, era a Ele, mesmo sem saber, a Quem buscava ardentemente o meu coração.
6. Provei-Te, e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me, e agora ardo por Tua Paz. “Deus começa a habitar em ti quando tu começas a amá-Lo”. Vi dentro de mim a Luz
Imutável, Forte e Brilhante! Quem conhece a Verdade conhece esta Luz. Ó Eterna Verdade! Verdadeira Caridade! Tu és o meu Deus! Por Ti suspiro dia e noite desde que Te
conheci. E mostraste-me então Quem eras. E irradiaste sobre mim a Tua Força dando-me o Teu Amor!
7. E agora, Senhor, só amo a Ti! Só sigo a Ti! Só busco a Ti! Só ardo por Ti!…
8. Tarde te amei! Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu Te amei! Eis que estavas dentro, e eu, fora – e fora Te buscava, e me lançava, disforme e nada
belo, perante a beleza de tudo e de todos que criaste. Estavas comigo, e eu não estava Contigo… Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Chamaste,
clamaste por mim e rompeste a minha surdez. Brilhaste, resplandeceste, e a Tua Luz afugentou minha cegueira. Exalaste o Teu Perfume e, respirando-o, suspirei por Ti, Te
desejei. Eu Te provei, Te saboreei e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me e agora ardo em desejos por Tua Paz!

Santo Agostinho, Confissões 10, 27-29


História para o 6o ano
No fim do século 6, uma grave peste assolou a cidade de Roma, tirando inclusive a vida do Papa Pelágio II. Foi um período difícil para os cidadãos romanos. Quando o Papa
Gregório I foi eleito, logo se colocou a pedir a misericórdia de Deus para acabar com a peste. São Gregório Magno (como ele ficaria conhecido mais tarde) organizou uma enorme
procissão ao redor da cidade, convidando todo mundo a rezar a Deus pelo fim da praga. A Legenda Áurea narra que a procissão foi liderada por uma antiga imagem da Virgem
Maria, que, supostamente, ia na frente, limpando o ar da enfermidade. “A peste ainda assolava Roma e Gregório ordenou que a procissão continuasse realizando o percurso pela
cidade, como todos os participantes cantando ladainhas. A procissão levava uma imagem da Virgem Maria. E foi aí que a sujeira do ar sucumbiu à imagem, como se dela fugisse,
incapaz de suportar sua presença, ao passo que a imagem proporcionava uma maravilhosa serenidade e pureza do ar. Também se diz, ao redor da imagem, ouviam-se vozes dos
anjos cantando:
Regina coeli laetare, alleluia, Quia quem meruisti portare, alleluia, Resurrexit sicut dixit, alleluia!
Ao qual Gregório adicionava com prontidão:
Ora pro nobis, Deum rogamus, alleluia!
A procissão continuava seu trajeto pela cidade quando São Gregório chegou ao mausoléu do imperador Adriano e presenciou uma visão que lhe trouxe paz à alma: Então o Papa
viu um anjo do Senhor no alto de um castelo de Crescêncio, limpando uma espada ensanguentada e embainhando-a. Gregório entendeu que aquilo colocaria fim à peste, como,
de fato, aconteceu. Desde então, o castelo passou a se chamar Castelo de Sant’Ângelo Com o tempo, uma imagem de São Miguel Arcanjo limpando sua espada foi colocada no
alto do Castelo de Sant’Ângelo, que continua sendo uma recordatório constante da misericórdia de Deus e de como Ele respondeu às súplicas do povo.
História para o 7o ano
África, a de rios caudalosos, das selvas verdes e do ar limpo, fugia em direção a um deserto carbonizado. O continente mágico e antigo chorava em silêncio. Quando uma
manta amarela e seca cobriu a vida, um grito de animal ferido, aterrador, se ouviu no mundo.
O velho narrador
Ninguém acreditava mais nas antigas lendas. Os narradores que se sentavam embaixo do baobá a desemaranhar longas histórias, protegidos pelas estrelas, já tinham partido
quando a areia chegou. As palavras estavam caladas. Ninguém mais acreditava em um céu protetor. África era um enorme lençol amarelo. A areia, grão a grão, tinha construído
um grande deserto. Interminável. Ninguém percebeu, ou ninguém quis se dar conta. A desolação chegou em silêncio. Aconteceu quando os glaciais se esvaneceram em uma
queixa interminável, quando os ursos e as baleias se converteram em recordação, quando as águias perderam o rumo. O céu, cansado da torpeza da humanidade, se refugiou em
outro céu, mais distante. Fugiu. Não podia mais proteger a terra. O velho tinha visto as pessoas partirem, os mais jovens em direção ao norte, os mais fracos em direção à
escuridão. Sentiu uma nostalgia distante o invadir lentamente. O velho narrador, embaixo do último baobá, contou uma lenda antiga. Nela, falava do nascimento das estrelas, da
luz, do mundo… Mas não havia ninguém mais disposto a escutar um velho prosador. Olhou em torno, procurando algum ouvido. África, rio amarelo, estava rodeada de silêncio.
Buscou uma estrela perdida, no céu só havia escuridão. O velho apoiou as costas cansadas no tronco dolorido do baobá. Casca com casca. Pele rachada, alma dolorida. A árvore
da vida estremeceu. O vento dava rajadas contra a areia carbonizada. Tinha que partir. Sabia que tudo se acabava. O último baobá e a última voz da África iriam embora juntos.
Abriu o punho. Trêmulo, contemplou a semente diminuta que havia guardado tanto tempo.A semente da esperança.
História para o 7o ano
Olhou a árvore. Era o momento. Não se pode atrasar a retirada. Separou a areia até chegar à terra. Virou a mão e, pela linha da vida, girou a semente até encontrar um sulco. O
baobá havia aberto a casca e do oculto coração brotou a água milagrosa. A árvore era a vida. O velho voltou a fazer crescer baobás grandiosos como gigantes que beijavam as
nuvens. Agora, sobre os escritórios, nos telhados, sobre as avenidas e os trens; nos beirais, sobre comércios, bancos e ministérios crescem trepadeiras coloridas. Embaixo delas,
está escondida a destruição como uma lembrança dolorosa.

Entre os dedos tremeu a semente. Diminuta e brilhante.


Nunca imaginou que sairia de lá um dragão alado, uma sereia de ondulantes cabelos, um sonho eterno de esperanças.

Do livro Contos Africanos, de Ernesto Rodrigues Abade, Editora Callis.


Tradução de: “Cuentos africanos para dormir el miedo”, Tradução: Raquel Parrine
História para o 8o ano
Logo no preâmbulo do livro Pocket Zen – 100 histórias budistas para meditar, o autor nos faz um alerta por meio deste pequenino conto:

“O mestre japonês Nan-in aceitou conceder uma audiência a um professor de filosofia. Ao servir o chá, Nan-in encheu a xícara do visitante, mas continuou despejando sem parar.
O professor ficou observando o transbordamento até não poder mais se conter. “Pare! A xícara está mais do que cheia, não cabe mais nada aí”, disse o professor. “Assim como
esta xícara, você também está cheio de conceitos e ideias. Como posso mostrar-lhe o zen, sem que antes você esvazie a sua xícara?”, disse o mestre.”

É assim que o convidamos a esvaziar-se de si e a refletir sobre o conto budista que aqui selecionamos para uma serena leitura:

“Em um mosteiro havia um velho monge que deixava os jovens totalmente intimidados. Não que ele fosse severo com eles, mas porque nada, absolutamente nada, parecia
perturbá-lo ou afetá-lo. Os jovens viam nele algo inquietante e resolveram testar a paciência do velho monge. Numa escura manhã de inverno, quando era tarefa do velho
monge levar a oferenda de chá à sala do monge superior, o grupo de jovens se escondeu em uma das curvas do longo e sinuoso corredor do mosteiro. Quando o velho se
aproximou, eles saíram do esconderijo dando gritos assustadores. Mas nada adiantou. Sem sequer alterar o passo, o velho monge seguiu andando com calma ,levando
cuidadosamente a bandeja de chá. Próximo à sala havia uma mesinha. O velho foi até ela, colocou a bandeja de chá, cobriua para protegê-la da poeira e, então, só então,
apoiando-se contra a parede deu um grito, numa exclamação de susto. O mestre Ikkyu ao relatar essa história comentou: “Compreendemos que não há nada de errado em
termos emoções. Só não devemos deixar que elas nos perturbem ou nos impeçam de fazer o que estamos fazendo”.

Do livro 100 HISTÓRIAS BUDISTAS PARA MEDITAR, escrito por Bruno Pacheco.
Rituais em família

em casa
A Páscoa é um dia para estarmos juntos em casa, trocar,
cantar, dar e receber.
Certamente esses momentos ficam guardados na
memória e no coração das crianças e de todos nós.
Coelhinho de Pompom

Material que você irá precisar:


✓ 2 círculos de cartolina de 7 cm de diâmetro, recortados no centro, num diâmetro de 3cm
✓ 2 círculos de cartolina de 4,6 cm de diâmetro, recortados no centro, num diâmetro de 2,4 cm
✓ lã grossa ou média – branca
✓ feltro branco para as orelhas
✓ duas contas vermelhas para os olhos,
✓ 1 agulha para lã.

Fazendo o corpo:
Enrola-se a lã em volta dos dois círculos grandes ao mesmo tempo, até fechar bem o buraco central,
onde será necessário recorrer ao uso da agulha.

Imagem://www.etsy.com/listing/907357138/stevie-hare-print-o-hare-
portrait-o?ref=landingpage_similar_listing_top-3&frs=1
Coelhinho de Pompom Montagem:
Una os dois pompons com a mesma lã com que foram feitos.
Costure as orelhas e os olhos com linha de costura,
atravessando a agulha de um lado ao outro da cabeça, fixando
Fazendo o corpo: os dois olhos e as duas orelhas ao mesmo tempo cada um. As
Corta-se a extremidade deste pompom compacto, de forma a aparecer os círculos de cartolina. orelhas podem ser pintadas nolado de dentro com lápis cor-
de-rosa.

Obs: pode ser feito com crianças acima de 5 anos.


Fonte: Fonte: Colibri – 1990 (Texto extraído da apostila
Cotovia, que é uma publicação dirigida aos educadores da
Educação Infantil da Secretaria de Educação e Cultura da
Prefeitura da Estância de Atibaia e interessados na proposta
aqui apresentada. Ano I - nº1 – março/2006)

Passa-se um fio comprido de lã entre as cartolinas e dá se o nó, firmando o pompom. Com a tesoura
arredonde o pompom dando a forma do corpo do coelho. (embaixo deve ficar mais reto).

Fazendo a cabeça:
Da mesma maneira que o corpo, apenas usando círculos menores.
Ovinhos de Alpiste

Uma imagem muito significativa para as crianças é poder


observar o germinar da semente plantada na terra.
A semente vence a escuridão e cresce em direção da luz do
sol. Podemos oferecer esta vivência, através do simples
plantio da semente alpiste.

* No domingo de Ramos plantar as sementes de alpiste na


casca de ovo vazia ou em pequeno vasinho;
* Colocar um lugar arejado que bata luz;
* Regar todos os dias, observando o crescimento;
* No domingo de Páscoa, estes pequenos vasinhos verdes
poderão enfeitar a mesa.

Imagem: https://br.pinterest.com/pin/536280268126807815/
Pintura de Ovos
com tinta natural

Algumas opções para quem quer pintar ovos com "tinta"


natural!
Cúrcuma, cebola, beterraba, salsinha, repolho roxo, mirtilo A
maioria das receitas consiste em 250 mg de vegetais (da
cúrcuma são 15mg suficientes) e 500 ml de água e um pouco
de vinagre.
Se vocês quiserem lindos desenhos nos ovos basta colocar
algumas folhas sobre os ovos dentro de uma meia de nylon e
cozinhar por aproximadamente 30 minutos até os ovos
ficarem duros (sim, ovos inteiros!). Se usar ovos brancos as
cores ficam mais forte!

Imagem: https://www.goodhousekeeping.com/holidays/east er-ideas/ho w-


to/a31737/natural-easter-egg-dyes/
Pintura de Ovos
com papel crepom

Material que você irá precisar:


✓ cascas de ovo de galinha branco vazios
✓ papel crepom diversas cores
✓ água morna

Como fazer:
Adulto recorta o papel crepom com tesoura em tiras grossas - Crianças podem
ajudar a picar o papel com as mãos • Colocar o papel picado em potes com água
morna (cada cor em pote separado) • Tirar excesso de água do papel e colocar na
casca do ovo, cobrindo toda a casca, podendo ser com cores diferentes para ficar
bem colorido • Deixar secando em uma bandeja de ovos ou local adequado para
deixar os ovos protegidos • No dia seguinte, ou após secar bem, retirar o papel
crepom Para fazer um enfeite com os ovos pode-se passar uma linha pelos furos
do ovo, sendo o ideal colocar um pedacinho de feltro ou tecido no furo de baixo.
Que tal pendurá-los em um galho seco ou planta da casa?

Imagem: https://xn--natrlich-glcklich-42bi.com/ostereier-faerben- mit-


krepppapier/
Pintura de Ovos
com giz de cera

Material que você irá precisar:


✓ ovo de galinha branco cozido
✓ giz de cera de diversas cores

Como fazer:
Após cozinhar os ovos e esperar esfriar, as crianças podem pintar com giz de cera

• O ideal é fazer no dia que serão consumidos ou guardar na geladeira.

A sugestão é que a família troque entre si os ovos pintados, resgatando um


costume europeu que surgiu antes da troca de ovos de chocolate.

Imagem:
Imagem://www.etsy.com/listing/907357138/stevie-hare-print-o-hare-
portrait-o?ref=landingpage_similar_listing_top-3&frs=1
Café da manhã especial de Páscoa

No Domingo de Páscoa é comum reunirmos a família para um alegre almoço. Neste cenário de
recolhimento que vivemos, podemos pensar em criar algo mais íntimo para as crianças pequenas. Que
tal preparar um café da manhã especial? Assim, depois que as crianças acordarem para caçarem os ovos
pelo quintal ou dentro de casa, todos aproveitam um delicioso momento em família.
Para ele ser mais especial, pense em incluir alguns itens que não compõem o cardápio do café da manhã
do dia-a-dia: rosca de páscoa, ovo mexido, pão de cenoura ou algo que foi preparado no dia anterior
com ajuda das crianças.
Para preparar a mesa, uma toalha de mesa bem linda, uma vela nova e uma plantinha. Enfeite com
coelhinhos de feltro, lagartas e borboletas.
E, o mais importante, antes de comer lembrem-se de agradecer!

“Terra que seus frutos deu Sol que os amadureceu


Nobre Terra, nobre Sol
Jamais os esqueceremos
Bom apetite para todos nós”
Imagem:https://br.pinterest.co m/pin/371195194282895537/
Sugestões de brincadeiras
REI DA PÁSCOA
Todos em pé em volta da mesa com um ovo cozido na mão direita. O
primeiro bate o seu ovo contra o ovo do que está à sua direita. Quem teve
seu ovo quebrado deve sentar-se e o jogo prossegue até que apenas
permanece um ovo inteiro. Este será o Rei da Páscoa. Ele poderá escolher
algo especial: uma brincadeira, um doce, um passeio, etc.

TROCA DOS OVOS


Ao confeccionar os ovos, já podem ir pensando nos mais especiais, para
serem presenteados entre a família, como uma “troca de ovos”, vivenciando
a valorização do simples, belo e único dos trabalhos feitos a mão.

PROCURA DOS OVINHOS


No Domingo de manhã bem cedinho, é hora de ver o que o coelhinho da
Páscoa trouxe. Mas não pode esquecer no dia anterior deixar para ele uma
cenoura e um pote de água, porque ele vem de longe! Imagem::https://www.kind erpostershop.de/epages /61444106.sf/de_DE/?O
bjectPath=/Shops/61444106/Categories/Postkarten /Ost ern
Receita Pão de Páscoa Modo de preparo:

Colocar a farinha em uma tigela, afundar um pouco o centro, colocar o


No domingo de Páscoa não nasce somente o sol no firmamento, também
nasce o Cristo-Sol. Os cereais para o pão são plantas que têm uma extrema fermento misturado bem com 3 colheres de sopa de leite e um pouco de
ligação com a luz. O pão de Páscoa é feito à mão e formado por ela, pode ser
açúcar, tampar e deixar descansar Bater o resto do leite com os ovos, juntar
salgado ou doce, grande ou pequeno. Um rolinho de massa de pão pode
tomar a forma, por exemplo, de um sol, nisso, as crianças gostam muito de as passas, as frutas cristalizadas, as castanhas e a casca de limão ralada,
ajudar. Esse pão pode ser comido como o nosso pão de cada dia ou pode,
antes de ser comido, enfeitar a mesa do café da manhã da páscoa ou ser um deixar de lado. Depois de 15 minutos mais ou menos misturar o fermento
presente para um amigo. com a farinha, a calda de ovos e por fim juntar a manteiga amolecida.
Amassar a massa por pelo menos 10 minutos, depois deixa-la descansar por
Ingredientes: uma hora, coberta, enquanto isto amassá-la 1 a 2 vezes. Aquecer o forno a
✓ 480 - 500 g de farinha 200 graus. Com 4/5 da massa fazer um fundo de 25 cm de diâmetro,
✓ 2 ovos deixando uma horda mais alta. Com o resto da massa fazer quatro rolinhos
✓ 30 g de fermento biológico com um dedo de largura, trançálos e colocar no centro em forma de cruz.
✓ 100 g de manteiga Por o pão em urna forma untada, cobri-lo e deixar descansar por 15
✓ 125 ml de manteiga minutos. Colocar uma tigelinha com água no forno e assar o pão por mais ou
✓ 50 g açúcar 200 g de uva passa menos 45 minutos.
✓ 50 g de fruta cristalizada bem picadinha
✓ 50 g de castanhas picadas casca ralada de meio limão
Receita Paskha Modo de preparo:

Prato russo típico da Páscoa


Passar primeiro a ricota na peneira, depois a manteiga. Acrescentar as
Livro Novos Caminhos da Alimentação Dra. Gudrun
gemas e o creme de leite, depois o sal, o açúcar, as uvas-passas lavadas e
enxutas e as amêndoas ou nozes raladas, mexendo bem. Pegar um
Ingredientes: guardanapo grande, molhá-lo, torcê-lo e forrar com ele um escorredor de
✓ 2 kg de ricota fresca macarrão. Despejar a massa no escorredor, amarrar as pontas do
✓ 120 g de manteiga guardanapo e colocar um prato com um peso em cima, deixando escoar o
✓ 2 gemas soro. Depois de 24 horas na geladeira, abrir o guardanapo e virar a Paskha
✓ 1 xícara de chá de creme de leite sobre um prato raso. Cortar fatias e servir como sobremesa ou como
✓ Açúcar-baunilha a gosto panetone pascal.
✓ 1 colher de chá de sal
✓ Uvas passas, amêndoas ou outras nozes a gosto
✓ Farinha de trigo branca
Receita Rosca de Páscoa
✓ Farinha de trigo integral

Ingredientes:
Vá juntando farinha branca e integral aos poucos até desgrudar
✓ 1 copo de leite morno
✓ 2 colheres de açúcar mascavo
das mãos.

✓ 2 tabletes de fermento biológico ✓ Manteiga para untar


✓ Dissolva o fermento e o açúcar no leite.

Unte duas formas redondas com buraco no meio. Coloque


Junte a farinha até formar uma meleca e espere crescer até dobrar de
metade da massa em cada forma e deixe crescer. Coloque uma
tamanho.
bolinha de massa em copo com água. Quando a bolinha subir, a

✓ 4 ovos massa já estará crescida.


✓ 1 copo de chá de erva doce bem forte
✓ Açúcar a gosto (Texto extraído da apostila Cotovia, que é uma publicação
✓ 1 copo de nata ou creme de leite
dirigida aos educadores da Educação Infantil da Secretaria de
✓ 2 colheres de manteiga
Educação e Cultura da Prefeitura da Estância de Atibaia. Ano I -
nº1 – março/2006)
Juntar todos os ingredientes à massa (meleca) já crescida.
Música A LAGARTA

Olha lá como a lagarta vai andando, se arrastando!


E no escuro do casulo vai se enrolando.
E quando o sol vem esquentar
Uma linda borboleta vai voar
E de flor em flor ela vai passear
E de flor em flor ela vai passear
E uma linda flor ela vai visitar.

(Texto extraído da apostila Cotovia, que é uma publicação


dirigida aos educadores da Educação Infantil da Secretaria de
Educação e Cultura da Prefeitura da Estância de Atibaia e
interessados na proposta aqui apresentada. Ano I - nº1 –
março/2006)
Música
DESEJO DE PÁSCOA
Arte A ÚLTIMA CEIA

Esta obra de Leonardo da Vinci é um painel pintado entre os anos 1495 e 1498, em uma das paredes do refeitório do convento de Santa Maria delle Grazie. Desde que foi
pintada, muitos identificaram uma secreta associação com a astronomia e a astrologia.

"Aqui, em 12 figuras completas, é apresentada a cosmografia do microcosmo, na mesma ordem que Ptolomeu aplicou à sua cosmografia. E, assim, eu dividi aquela em
membros, como ele dividiu esta, em seu todo, em províncias. E vou mostrar as ações de cada parte em todos os aspectos, anotando todas as formas e capacidades do indivíduo,
através de seus gestos e localização. Agrade ao nosso Criador que eu represente a natureza do homem e seus costumes através da representação de cada
figura".
Leonardo da Vinci

Não fosse pelo conjunto de sua obra, a criação da Última Ceia seria suficiente para inscrever o nome de Leonardo no rol dos maiores gênios da humanidade. Essa pintura nos
mostra que ele não foi apenas um artista, um cientista e um inventor excepcional. Foi também um profundo observador da natureza humana e um iniciado no conhecimento
do mais alto simbolismo.
Ele pretendeu fazer uma representação da humanidade (o microcosmo), seguindo o mesmo esquema utilizado pelo astrônomo alexandrino Cláudio Ptolomeu (século 2 d.C.) em
sua representação do universo (o macrocosmo). Para isso, Leonardo se valeu dos 12 apóstolos, concebidos como os correspondentes humanos das 12 constelações do zodíaco.
O signo associado a cada apóstolo é indicado por seus gestos e localização na cena. As figuras não representam indivíduos particulares, mas tipos universais, que, em seu
conjunto, abarcam toda a natureza humana.
Leonardo passou três anos pintando a Última Ceia. E, durante boa parte desse período, dedicou a ela sua atenção integral - fato raro para um gênio polivalente e dispersivo
como ele. Espalhados por vários museus e bibliotecas do mundo, há uma enorme quantidade de desenhos preparatórios, tanto do conjunto da obra como de cada figura
isolada. Podese afirmar, com segurança, que nenhuma fisionomia, nenhum gesto é fortuito na Última Ceia.
Tudo obedece a um propósito longamente meditado. Cada apóstolo está numa relação de polaridade com aquele que ocupa posição simétrica à sua.
Assim, o gesto expansivo de Mateus (o terceiro da direita para a esquerda) encontra sua contrapartida na postura receptiva de André (o terceiro da esquerda para a direita).
E a indiscutível sinceridade estampada na fisionomia de Felipe (o quarto da direita para a esquerda) contrasta com o mundo de intenções ocultas, mal dissimulado nas feições
de Judas (cujo corpo recuado faz com que seu rosto ocupe, no lugar de Pedro, a quarta posição da esquerda para a direita).
Qual é o signo atribuído por Leonardo a cada apóstolo?
Arte A ÚLTIMA CEIA

Os estudiosos não são unânimes a respeito. Mas, analisando-se a posição de cada um à mesa, os dados de suas supostas biografias e o simbolismo de seus gestos e fisionomias,
chega-se à correlação mais provável. Da direita para a esquerda (conforme a seqüência dos corpos, que não coincide exatamente com a dos rostos), temos:
A Última Ceia, Leonardo da Vinci (1452 – 1519)
Este material foi desenvolvido com o apoio e colaboração de professores, funcionários, pais e mães da comunidade escolar. Nosso profundo agradecimento a todos!

Professores da Área de Religiosidade EWRS

Sonia Regina Marx - Coordenação 2021


Rafaela Crivellaro Gonçalves de Magalhães - Coordenação 2021

Adriana Rizzo de Moura Leibl


Ana Lucia de Souza Franzeri
Anna Maria Macrander Karassawa
Arlete Pires dos Santos
Barbara Margelli
Catarina Santos Dores Themlitz Melo
Cathia Hantschick Fernandes
Elizabeth Presti Dias de Almeida
Flávio de Alvarenga Freire Pimentel
Fúlvia Helena Libertini
Glaucia de Castro Araújo dos Santos
Ione Rosa Matera Veras
Karla Christine de Figueiredo Neves
Katia Cilene Ribeiro Alvarenga
Letícia Mariane de Oliveira Santiago
Maria Florência Guglielmo
Patrícia Penha Cavalheiro

Com contribuição da Profa. Talita Moreno, pela coordenação da área em 2020.


Escola Waldorf Rudolf Steiner ABRIL 2021

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