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Época Dos Ventos

JARDIM TRILHA DO SOL

AGOSTO DE 2020
A Época do vento1

Em todas as escolas Waldorf, as atividades estão sempre ligadas ao ritmo da natureza. Ritmo este do qual muitas
vezes nos afastamos e não percebemos o quanto ele nos é benéfico. Na natureza, tudo tem seu ritmo. O sol obedece
a um ritmo diário, em nosso corpo o ritmo respiratório, o ritmo da circulação, estão tão presentes todos os dias e
nem nos lembramos.
As épocas do ano também seguem este ritmo. O mês de agosto, por exemplo, sinaliza o final do inverno. Já podemos
abrir as janelas e permitir que os ventos entrem em nossas casas levando tudo que não nos serve mais. Que tragam
o novo, o renascimento e a renovação. Às vezes, o novo pode vir como uma brisa leve e suave; outras vezes, forte e
veloz como um furacão, revirando tudo e nos possibilitando novos rumos. Os ventos têm a qualidade de serem
inconstantes e destruidores, revirando e trazendo à tona o que está escondido ou adormecido, mas também podem
limpar o céu e os ambientes, trazendo calma e clareza de ideias.
Independente de como ele chega, o importante é que possamos recebê-lo, reconhecendo e honrando a força do ar
que nos tira da inércia e nos leva ao nosso destino, permitindo, assim, que nosso crescimento pessoal e coletivo
possa seguir de vento em polpa.
Os ventos, como semeadores, também trazem a promessa de vida nova, carregando as sementes que irão fecundar
a terra, sementes belas e singelas, impregnadas com a força e a potência de uma nova planta. Para as crianças, os
ventos trazem folhas, flores e sementes, que num instante se transformam em helicópteros, passarinhos, borboletas
e muito mais, permeados pela imaginação e fantasia. Podemos trazer a força dos ventos para as crianças por meio
de brincadeiras relacionadas ao movimento e à leveza do ar, como soltar pipa, brincar com cataventos
paraquedistas, anel de fitas etc.
Os ventos, independente de como nos tocam, trazem um novo acordar, novas possibilidades de vida, sussurram
segredos e mistérios vindos do céu e da terra.
Que possamos escutá-los, renovar nossas forças, germinar nossas sementes, cultivar bons ventos e nos preparar
para a chegada da Primavera.

1
(Fonte: Jardim Pequizeiro)
Ah! Os Ipês Amarelos...
Em agosto é maravilhoso de se ver a florada de Ipê
amarelo contrastando com o límpido azul do céu de
inverno ! Diz a lenda que os Ipês amarelos florescem
anunciando a primavera...

Na escola começamos o segundo semestre contando na


hora da história, “A Lenda do Ipê” e na segunda semana de
agosto sempre levamos as crianças da turma do jardim
para passear na Lagoa do Nado, para apreciarmos os Ipês
amarelos. No caminho já vamos encontrando algumas
árvores que nos convidam a recolher suas flores que caem
no chão, muitas vezes contrastando com o verde do
gramado, que traz ainda mais vivacidade para sua flor
amarela... Na Lagoa do Nado as crianças vão descobrindo
aos poucos várias árvores de Ipês, algumas próximas e
outras mais distantes que se destacam devido ao contraste
do amarelo com o azul do céu.

Recolhemos do chão várias flores de Ipê e ao chegarmos na


escola fazemos a “Festa do Ipê”, convidando também as
crianças do maternal. Enchemos várias cestinhas de flores
e as crianças se divertem jogando as flores para o alto e
depois confeccionamos no chão Mandalas com as flores e
sementes recolhidas, enfeitando a escola. Uma chuva de
flores amarelas, anunciando a beleza e a alegria que está
por vir com a chegada da Primavera!

Muitas cores, muitas flores vão chegar no meu jardim...

Nesta quarentena, tentem sair com as crianças em um lugar seguro, talvez no dia de soltar a pipa e contemplem os
Ipês amarelos, levem um cestinho para recolher as flores de Ipê que ficam no chão e façam com elas no próprio local
ou em casa a “Festa do Ipê”. Depois recolham as flores para enfeitar a mesa de época ou a casa. É um momento
muito especial!

Fotos da “Festa do Ipê”, espontaneamente vivida com as crianças após o passeio ao Parque Lagoa do Nado.
Festa Das Pipas e dos Ventos!

Todos os anos é tradição no Jardim Waldorf a festa da mais de perto a ação do vento. Já fizemos este passeio
Pipa. Os pais preparam com as crianças ou perto delas no Parque Ecológico, Cidade Administrativa e no ano
(no caso das menores) uma pipa ou papagaio. É um passado fizemos na Lagoa do Nado. É um momento
excelente momento de troca na família! especial de confraternização da comunidade escolar!
Para cada pai, é um momento de resgate da infância, É uma oportunidade também de recolhermos
pois a maioria teve esta experiência de soltar pipa. Em sementes. Nesta época, encontramos muitas
geral os pais ficam muito felizes com o processo e, sementes na natureza, estas podem ser usadas para
devido à proximidade com o dia dos pais, esta brincar, fazer móbiles, carimbos, colagens...
vivência fortalece o laço afetivo com o filho(a). As Sugerimos que cada família faça a pipa de seu filho(a).
mães devem ajudar também, permitindo que o fazer a Mesmo na pandemia, tente, na medida do possível,
Pipa seja uma vivência com o pai. As mães podem dar descobrir um lugar seguro em contato com a natureza
suporte para a criança e prepararem juntos um lanche para fazerem um piquenique e vivenciarem este
bem gostoso para o piquenique. momento que é mais um tesouro na lembrança de
Na escola, quando fazemos a festa da Pipa com as nossas crianças. Esta vivência traz calor, afeto e poesia
famílias, levamos também cataventos para sentirem para nosso inverno...
Dia dos pais...!
E nesta época também comemoramos e homenageamos aqueles que guiam e protegem as crianças pelos caminhos
da vida! Honramos a presença de vocês na história de cada criança. Feliz dia dos pais!
Roda Rítmica
Nesta época, vivenciamos o Inverno, tempo de introspecção e de aconchego, bem propício para este momento
desafiador. Esta é uma época que podemos vivenciar muitas coisas com as crianças, cantigas e histórias, brinquedos
e brincadeiras que possibilitem a sua interação com o vento, como: fazer aviões de papel, balangandã, brincar com
as bolinhas de sabão, pipas coloridas, cataventos e também despertar o seu olhar para tudo que o vento faz: roda o
moinho, seca a roupa no varal, ajuda os barcos navegarem, faz o sino dos ventos balançarem, sopra os nossos
cabelos e muito mais.

E para curtir tudo isso, vamos nos balançar nesta roda rítmica...

O vento é um bom bailador

Baila, baila e assovia,


vuuuuuuu

Baila, baila e rodopia, vuuuuuu

E tudo baila ao seu redor

Levanta a poeira do chão

Espalha as sementes de
montão

O vento sopra bem forte

E faz a roupa secar

O vento sopra bem frio

E faz a gente espirrar

O vento sopra quentinho

Levanta as ondas do
mar

O vento sopra ligeiro

E faz a pipa empinar


Mesa de época

Na mesa de época dos ventos, utilizamos as cores do


inverno com tons pasteis e terrosos: marrom, verde
musgo, ocre, laranja, vermelho, para a base, que
podem contrastar com o céu bem azul claro, típico
desta época ou um tom que nos faz lembrar o vento.
Podemos representar ambientes da natureza com
montanha, rio, animais e ter uma criança ou a família
soltando pipa. Podemos também apenas trazer
elementos que vivenciamos nesta época, enfeitando
com plantas (sugiro as flores do Ipê), folhas secas e
sementes, pipas coloridas, catavento, sino dos ventos e
desenhos coloridos e fluidos como o vento e como as
crianças, porque tudo isso nos aquece e nos alimenta,
enquanto esperamos o novo que há de vir.

Se inspirem! Façam com as crianças!


Histórias para aquecer...

Abóbora Abobrão
(Prof.Silvia Jensem)

Era uma vez, já no fim do inverno, mas o vento soprava


forte e fazia frio. Mãe Terra, como sempre muito cuidadosa, foi
passear no seu jardim para ver se não havia nenhuma
sementinha descoberta. Encontrou uma aqui, outra acolá que
necessitavam de uma cobertura e depois foi até a sua horta e lá
viu sua plantação de abóboras.

Encontrou uma grande abóbora, chamou-a de


“Abóbora-Abobrão” e disse a ela:

- Minha querida abóbora, você cresceu tanto e sua


casca está tão dura que bem que poderia ficar aqui na horta até
a primavera para servir de casinha para algum animal que
venha a precisar de abrigo do vento e da chuva.

- Será um prazer! - disse a Abóbora-Abobrão.

Não demorou muito, farejando aqui e ali, apareceu o Ratinho Mindinho, que procurava um lugar para se proteger do
vento. Viu a Abóbora e disse:

- Abóbora-Abobrão, posso dormir no seu salão?

- Pode, mas não me faça cosquinhas.

E assim o Ratinho Mindinho entrou e ficou quentinho dentro do Abóbora-Abobrão.

Passou um pouco mais de tempo e apareceu no jardim saltando pelo gramado o coelhinho Amiguinho, hop-
hop, hop-hop, hop-hop.

- As moitas estão cheias, a noite daqui a pouco chegará. Onde poderei encontrar um lugar que me abrigará?
Abóbora-Abobrão, posso dormir no seu salão?

- Pode, mas não me faça cosquinhas.

E assim o Coelhinho Amiguinho entrou e ficou quentinho dentro do Abóbora-Abobrão junto com o Ratinho
Mindinho.

Uma rajada forte trouxe consigo a Borboleta Perneta que tentava o que podia para vencer o vento forte, até
que pousou na abóbora e disse:

- Abóbora-Abobrão, posso dormir no seu salão?

- Pode, mas não me faça cosquinhas.

E assim a Borboleta Perneta entrou e ficou quentinha junto com o coelhinho Amiguinho e do Ratinho
Mindinho, dentro do Abóbora-Abobrão.
Vagarosamente, se arrastando pelo chão, chegou o Caracol do Arrebol, que também procurava um cantinho
para se proteger do vento frio. Quando viu a abóbora, disse:

- Abóbora-Abobrão, posso dormir no seu salão?

- Pode, mas não me faça cosquinhas.

E assim o Caracol do Arrebol entrou e ficou quentinho junto com a Borboleta Perneta, o coelhinho
Amiguinho e o Ratinho Mindinho, dentro do Abóbora-Abobrão.

Já estava chegando o fim da tarde e Mãe Terra veio ver se tudo estava bem em sua horta. Foi quando ela
avistou bem ao lado da Abóbora-Abobrão, um ovo de passarinho caído no chão.

- Só pode ter caído de seu ninho com o vento, disse a Mãe Terra.

Ela o pegou com todo cuidado e perguntou à abóbora:

- Abóbora-Abobrão, este ovo pode dormir no seu salão?

- Pode, desde que ele não me faça cosquinhas.

Todos dentro da Abóbora-Abobrão riram.

–Ora vejam só...um ovo pode fazer cosquinhas? Disseram eles.

E assim Mãe Terra colocou o ovo dentro da Abóbora-Abobrão, onde o Caracol do Arrebol, a Borboleta
Perneta, o coelhinho Amiguinho e o Ratinho Mindinho cuidaram muito bem dele. Todos os bichinhos passaram a
noite bem protegidos do vento, da chuva e do frio. Eles usaram a Abóbora-Abobrão como casinha até a primavera
chegar.

(Na primavera, lá dentro, se ouviu piu, piu. O ovo se abriu e um lindo passarinho dele saiu.)
História para o jardim
A Lenda Do Ipê

Cecy Lobo Almeida *

Era um burburinho diferente entre as famílias das


árvores recém-criadas. Alguma coisa ocorria entre elas: uma
agitação, um farfalhar, um cochicho, às vezes, que só as árvores
sabem fazer.
Foi quando um enviado do Criador, alado, todo branco
e rosa, indagou-lhes, indo de um a outro grupo:
- O que aconteceu? Por que tanto barulho?
Ninguém respondeu, pois havia as que achavam que o
motivo não era importante, apesar de justo.
Mas uma Jaqueira imponente, carregada de frutos,
exclamou com voz forte e vigorosa:
- Eu vou falar por todas. Algumas acham sem
importância nosso desejo. Mas todas concordam que a maioria
não fica bem com nossas folhas de um verde claro, delicadas,
grandes e moles. Olhe para mim: sou alta, grossa, meus frutos
grandes, pesados e ouriçados. Nada combina. E o Criador nos
deu o direito de escolher. Nosso farfalhar mais forte é apenas
para chamar a atenção. Não estamos zangadas.
Os arbustos e as árvores que não frutificavam,
aplaudiram num murmúrio apenas, porque, entre as outras,
não elevavam a voz.
O emissário branco e rosa, compreendera. Eram as
folhas a causa, o motivo. E indagou para confirmar:

- Então são as folhas? Querem mudar a cor e a forma?


- É o que queremos. Pode levar ao Criador nosso pedido.
O enviado saiu velozmente. Momentos depois voltou e, assentado em um banquinho de nuvem, disse bem
alto para que todos ouvissem:
- Plantem uma semente, ou uma muda de cada espécie. Tratem dela com carinho porque terá que ser forte,
educado, inteligente, bonita. Dirão a ela o que querem e como querem e ela, a escolhida, levará os pedidos até o
trono. É tudo.
Sorriu e voou novamente. Toda a mata sorriu também.
Agora havia apenas silêncio e tranquilidade e até doçura nos gestos, no debruçar dos ramos para soltar a
muda ou a semente. A mata inteira estava em gestação. Todas estavam grávidas na emoção da primeira planta
criada por elas mesmas. Havia carinho de mãe na atitude de cada uma. Toda uma família era a mãe da semente ou
muda plantada. A terra virgem, o sol, a chuva, todos ajudariam para que as plantinhas crescessem fortes e depressa.
Os pássaros cantariam para que fossem alegres e o vento sopraria manso e suave.
Rapidamente as mudinhas cresciam, ouvindo os conselhos e decorando a lista de pedidos. Os testes eram
feitos e repetidos sempre para que não houvesse engano. Todas eram inteligentes e bonitas, fortes, elegantes,
folhas polidas, ramos bem dispostos.
Mas, havia uma plantinha de uma modesta família de árvores de casca clara, grosseira e trincada. Os galhos
não tinham uma bonita formação, mas ela, a plantinha, inocente e modesta, apenas ouvia os conselhos, atenta às
lições, sem esperança de vencer, apesar de cuidada, com todo o carinho pelas árvores de sua espécie. Era delicada,
frágil e tímida, mas tinha personalidade. As outras arvorezinhas não permitiam que nenhum inseto poupasse em
seus galhos, ou que algum lhe devorasse as folhas tenras. Mas ela a muda do Ipê, quando as filas de lagartinhas
passavam, ela as chamava baixinho:
- Psiu. Oi. Venham. Passem por baixo dos galhos e comam. Tenho muitas folhas, algumas a menos não me
farão falta.
As lagartinhas, bem alimentadas, agradeciam e iam fazer casulos em outras árvores.
O tempo passou e chegava a hora da escolha. Todas as árvores estavam orgulhosas de sua criação e indagaram ao
vento andarilho:
-O que você acha? Não está bonita?
- Está. Está linda. Mas o Ipezinho é uma graça. Uma postura, uma luminosidade... Sei não. Ele é diferente.
E foi repetindo a todas por muitos dias, até despertar as orgulhosas árvores frutíferas para um ato feio.
Juntaram-se e chamaram o vento.
- O que você quer para deixar a muda do Ipê sem folhas, na véspera da escolha?
O vento intrigante teve pena e resmungou
- Não quero prejudicar ninguém. Não posso.
- Faremos o que você pedir. Pense bem.
Na véspera o vento voltou.
- Não tenho o que fazer. Fico o dia todo empurrando nuvens, aborrecido e aborrecendo vocês. Vou fazer o
que pedem. Fez uma pausa, observando a aflição das árvores.
- Fale o que quer.
- Está bem, senhoras, quero poder derrubar suas folhas quando eu quiser, por toda a vida. Às vezes menos,
às vezes mais, conforme meu estado de espírito.
- Aceitamos. Aceitamos.
Não gostaram da atitude do vento, mas o que fazer!
A noite chegou tranquila e luminosa, sem nuvens, o céu recoberto de estrelas novinhas e brilhantes. O
vento, percorrendo todos os caminhos, era brando, suave, mas quando chegou junto do Ipezinho, rugiu com força e
soprou com tanto ímpeto que lhe despedaçou todas as folhas. Não satisfeito, formou sobre ele um redemoinho e
assim sugou-lhe todo o resto que restara. Ficaram apenas o tronco delgado, os ramos finos, e a imensa tristeza dele
e de toda a família.
E o dia amanheceu claro e belo. O vento talvez envergonhado, desaparecera.
O Ipezinho chorava mansamente, rodeado pela tristeza de todos da família, indiferentes à alegria que
reinava em volta. A esperança estava espalhada por toda a mata. O Ipezinho, infeliz, chorava apenas.
Então uma borboleta amarela, esvoaçando de planta em planta, pousou em seu galho nu:
- O que aconteceu? Estava tão bonito quando aqui estive como lagarta! Por que...?
- Não sei... Não sei como o vento me fez isto. Estou desfolhado e triste. O enviado não perderá tempo
comigo.
- Não perca a esperança. Vou ver o que poderei fazer. Sou frágil, mas tenho uma bela família unida.
Leve e descuidada como chegou, desapareceu.
O enviado chegaria logo, e toda a mata se agitou numa alegria incontrolável. A esperança brilhava em cada
folha, da mais velha à mais nova das árvores. Apenas os Ipês, desolados, contemplavam sua representante
desfolhada e triste.
E aconteceu o milagre: uma nuvem dourada cobriu os ramos da plantinha desnuda, num fru-fru de asas,
mansa e docemente. Era uma legião de borboletas amarelas e o Ipezinho, sorrindo como se brincasse, pôs-se a
arranjá-las em grupos, em buquês nas pontas dos galhos, aproveitando cada pontinha, quase imóveis deixavam que
as asas oscilassem como tocadas por leve brisa. Sentiam-se flores, e gostavam.
Mal terminaram, o enviado chegou. Havia percorrido quase todo o imenso arvoredo. Todas as arvorezinhas
se equivaliam em graça e beleza. A que havia feito o melhor teste de inteligência era o Ipezinho, mas soubera do que
acontecera... Estava desclassificada, com certeza. Então ele a viu: vestida de dourado, sem nada de verde, sem um
pedacinho de folha. Sem nenhuma dúvida, pousou a seu lado e bradou para que todos o ouvissem.
- A escolha está feita; é a muda do Ipê.
As honestas árvores, que antes choravam, protestaram. Elas eram rudes plantas do campo, mas viram a
transformação, sabiam que não eram folhas nem flores que cobriam o Ipê e não achavam correto enganar ninguém.
O enviado explicou:
- Não. Não há engano. Isto só foi possível graças ao belo gesto de gratidão das borboletas. O Ipê solidário,
mereceu.
O Criador, em seu trono de luz, aguardava o eleito sabendo o que acontecera. O Ipezinho surgiu, como um
principezinho, dourado e luminoso, tímido e faceiro. Curvou ligeiramente seus galhos, num cumprimento e sorriu.
Iniciou-se a maratona de perguntas e respostas.
O Criador nomeava uma família de árvores e ela descrevia a tonalidade e a forma escolhida. E assim passou-
se o dia. Na terra, o sol já se escondia, colorindo o horizonte, debruando as nuvens de prata e ouro.
Suavemente o Criador indagou:
- E você, plantinha dourada, como quer ser?
Pensando primeiro, ela respondeu tranquilamente:
- Algumas da minha família querem ter folhas miúdas e flores rosas, outras roxas, outras brancas. Mas eu e
os meus queremos ser assim... Posso? Podemos?
Sorrindo, Ele ergueu as mãos sobre ela.
- Terão as folhas como as de agora, mas quando florirem serão assim, douradas, suaves, delicadas e
anunciarão a primavera, que só virá depois.
Uma revoada de borboletas abandonou a plantinha e ela viu-se novamente nua. No instante seguinte, em
vez das borboletas, que já voavam para a terra, eram buquês de flores que a recobriam, e ela voltava a ser como um
principezinho dourado e lindo.
A um aceno, o enviado toma-o cuidadosamente nos braços, desce com ele.
Foram recebidos pelo farfalhar alegre de todas as árvores que já ostentavam a nova folhagem escolhida.
Mas, o mais bonito é que todos os Ipês estavam floridos de dourado, sobressaindo-se suavemente entre o verde das
outras árvores. Devia ser o mês de agosto, e aquelas árvores, pura explosão de amarelo, anunciavam que a
primavera viria em breve...

*História adaptada para as crianças do Jardim por Miriam Amorim.


História para o maternal

O VENTO

No alto da árvore de galhos compridos, estava a folhinha querendo brincar.

Um vento brejeiro que por ali passava, ao ver a folhinha que balançava, chegou bem pertinho e com ela falou:

- Querida folhinha, que tal passear? Nós dois abraçados podemos brincar.

A pequena folhinha, o convite aceitou e junto com o vento bailou, bailou...

Subiu lá no céu e bem no alto voou!

Desceu deslizando até o telhado e lá encontrou um gato malhado. Mas um vendaval de repente soprou,
vú...vú...vú... e para bem longe a folhinha levou.

Um passarinho que por ali passava, ao ver a folhinha que rodopiava, ao seu encontro voou; e um bom amigo a
folhinha ganhou. E os dois juntinhos numa conversa sem fim, brincavam e voavam por todo o jardim. Até que a
folhinha cansada ficou e a terra quentinha ela procurou. Do seu amiguinho se despediu e na relva macia dormiu,
dormiu.
Músicas para dançar com o vento

3-Toc Toc Toc


Alguém bate na porta
Toc Toc Toc
Alguém deseja entrar
Quem é? Quem é?
É o vento que está soprando
Quem é? Quem é?
É o vento querendo entrar
1-Prece ao vento (Fernando Mendes)

Vento que balança as palhas do coqueiro


Vento que encrespa as ondas do mar
Vento que assanha os cabelos da morena
Me traz notícia de lá

Vento que assovia no telhado


Chamando para a lua espiar
Vento que na beira lá da praia
Escutava o meu amor a cantar
4-Olha o vento a soprar
Vento diga, por favor, Com as folhas ele quer brincar
Aonde se escondeu o meu amor Olha o vento a soprar
Vento diga, por favor, Espalha as sementes no ar
Aonde se escondeu o meu amor E o catavento não para de girar
Olha o moinho está sempre a rodar

5- O vento a balançar
2-Vento frio, vento da manhã o pé de uma roseira
Vento frio, vento da manhã O sol a espiar
Vento que leva a mensagem de Paz a flor ainda botão
Leva a todo povo a Paz sim, leva... Sorrindo ela dizia
o sol é minha vida
E quanto mais sorria
se abria numa flor
Sugestão de atividade
Avião de papel

Balangandã

Material:

01- folha de jornal ou o rolo do papel higiênico


Tesoura sem ponta
01- pedaço de barbante de mais ou menos 60 cm
04- pedaços de crepom de aproximadamente 3 cm de largura (também pode ser fitas coloridas)
Durex colorido ou fita crepe

Como Fazer:

Dobre uma folha de jornal em quadrados, até parecer um sanduíche. Depois, corte as tiras compridas de papel
crepom. Pegue as pontas das tiras e coloque dentro do sanduíche do jornal, cole bem com fita crepe em toda a
volta, para que as tiras coloridas fiquem bem presas. Para brincar com o “balangandã”, amarre no pedaço de
barbante de mais ou menos 60 cm. Corte o barbante e amarre ao redor do sanduíche de papel, de modo que ele
fique firme e não caia.
Catavento de papel

Corte um quadrado no papel escolhido. Risque um “X” na parte que irá ficar para dentro no seu catavento, em
posição diagonal. Corte este “X” feito no quadrado, porém sem chegar ao centro, deixando uma parte central de
papel para você poder colar as pontas da peça e criar o seu catavento. Fure todas as pontas que serão dobradas para
criar o seu cata-vento, com o auxílio do furador ou da ponta de uma tesoura. Dobre todas as pontas da peça para
criar o seu catavento e cole-as no centro da peça. E deixe a cola secar muito bem antes de manusear novamente a
sua peça e continuar com a confecção de seu trabalho.

Para finalizar a sua peça, fixe a tacha com garras para papel no centro do seu catavento, para manter todas as partes
no lugar. E está pronto!

Sino dos ventos

O sino dos ventos artesanal pode ser feito de inúmeros materiais, como bambu, pedaços de metal, miçangas,
materiais reciclados, dentre outros. Cada um destas materiais oferece um tipo de som, que oferece um tilintar
gostoso de ouvir quando o vento sopra sobre ele na varanda, no jardim, ou na entrada de casa.
Cantinho dos pais

O arraiá deste ano foi diferente do que estávamos acostumados, mas também foi um momento de partilha, cheio de
energias que nos aqueceram, porque foi uma oportunidade de nos vermos e diminuir a saudade e com isso, vamos
nos fortalecendo até podermos festejar juntos novamente.

Com muito carinho e desejos de saúde a todos,

Equipe Trilha do Sol

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