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Como dito antes a máquina envasadora ganhou destaque por fazer parte
da produção do álcool em gel, mas existem outras indústrias
contatofalglicerina.com.br
Fermentação de açúcares:
No Brasil, a principal matéria-prima utilizada para a produção do etanol é a cana-de-açúcar.
Nos Estados Unidos, utiliza-se o milho. Inclusive, o Brasil responde por 35% da produção
mundial de etanol, ficando atrás somente dos Estados Unidos, que responde por 37,5%.
Outras matérias-primas que podem ser utilizadas na produção de álcool são suco de frutas,
beterraba, substâncias amiláceas, tais como o arroz, o trigo e a batata; e substâncias celulósicas,
como a madeira e o papel.
1º) Colheita da cana-de-açúcar: Isso pode ser feito com colheitadeiras mecânicas (como mostra
a imagem a seguir) ou de forma manual através da queima da palha
que envolve a base do vegetal e do corte do caule. Cerca de uma tonelada de cana-de-açúcar
colhida dá origem a 70 litros de etanol.
Colheita de cana-de-açúcar na Austrália
A cana proveniente da lavoura é pesada e pode passar por uma análise química para
quantificação do açúcar presente nela.
2º) Moagem da cana-de-açúcar: A cana é triturada nas moendas das usinas, liberando assim o
seu caldo conhecido como garapa. A garapa contém elevado teor de sacarose (açúcar –
C12H22O11) e, por isso, pode também sofrer cristalização e ser utilizada na produção de açúcar
comum.
O bagaço da cana-de-açúcar não é desperdiçado, mas sim queimado nas caldeiras para liberar
energia que é usada na produção da eletricidade para a própria usina.
3º) Produção do melaço: A garapa é aquecida a cerca de 105ºC e produz o melaço, isto é, uma
solução de cerca de 40% de sacarose. Essa parte é importante para deixar o caldo o mais puro
possível e, assim, não haver contaminantes na próxima etapa.
4º) Fermentação: O melaço é levado para sofrer fermentação. Isso é feito por inocular o micro-
organismo (levedura) Saccharomyces cerevisae, que, na presença de sacarose, produz uma enzima
denominada invertase. Esta atua como catalisadora da reação de hidrólise da sacarose, produzindo
glicose e frutose, como mostra a equação química a seguir:
Depois esse micro-organismo origina outra enzima, a zimase, que catalisa a transformação da
glicose e da frutose em etanol:
Atuação da zimase como catalisadora da reação de formação do etanol a partir da glicose e frutose
Observe na imagem a seguir que, nesse processo de fermentação, ocorre a liberação intensa de
bolhas. Isso ocorre pela presença do gás carbônico que foi liberado na reação anterior. Essa
reação também é bastante exotérmica, ou seja, libera muito calor.
5º) Destilação: Na fermentação do melaço, obtém-se o chamado mosto fermentado, que, por sua
vez, é levado para a destilação fracionada. Como mostrado no texto Destilação, esse é um
processo de separação dos componentes de misturas homogêneas.
Assim, por meio dessa técnica, obtém-se o álcool comum a 96 ºGL (graus Gay-Lussac), o que
significa que ele possui 96% de etanol e 4% de água.
Para medir a pureza do álcool fabricado, costuma-se utilizar um alcoômetro, que é um aparelho
com as graduações na parte externa de seu tubo de vidro e com chumbo na parte inferior que fica
submerso em um líquido. A graduação igual a 0ºGL corresponde ao valor da água pura, e a
graduação de 100ºGL, ao etanol puro.
A partir daqui, o caminho que o álcool seguirá dependerá de seu uso. Quando se pretende usar o
álcool misturado com a gasolina, por exemplo, é necessário ter 100% de etanol — o chamado
álcool anidro —, isto é, não pode haver nada de água. Como a água é polar e a gasolina é apolar,
essas duas substâncias não se misturam e, se houvesse mistura, a qualidade do combustível seria
diminuída. Para obtenção do álcool anidro, realiza-se a destilação do álcool a 96ºGL com
benzeno, que arrasta consigo a água.
O álcool usado na produção de bebidas alcoólicas possui impostos mais caros. Assim, para que o
álcool que vai para o uso em combustível não seja desviado para a fabricação de bebidas, são
adicionadas a ele certas substâncias que lhe conferem um cheiro e sabor ruins. Esse é o chamado
álcool desnaturado.