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Escola superior de Negócios e Empreendedorismo de Chibuto

Economia de Moçambique

Tema:

Responsabilidade Social Empresarial da Indústria Extractiva, Protestos Populares


e Desenvolvimento em Moçambique.

Andes Adriano Chivangue, Ph.D.

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2. Revisão de Literatura
2.1. Indústria extractiva

Abordagens prevalecente:
– resource curse (Sachs e
Indústrias Warner 1995 e 2001, Auty
1997, Ross 1999 e 2001);
extractivas e Dutch disease (Stiglitz
desenvolviment 2005, Bulte et al. 2005);
greed-and-grievance
o em África: (Collier e Hoeffler 2005)e
neopatrimonialism (De
Oliveira 2007).

Tendências contrárias:
não há maldição de
Resultados?:Mistos recursos nem doenças a
(desde resource eles associadas. O
blessing ao papel das problema centra-se na
instituições) escolha de políliticas
(Saad-Filho e Weeks 2013,
Orihuela 2013).

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2. Revisão de Literatura (cont.)
2.2. RSE das indústrias extractivas

Abordagens prevalecentes:
RSE como sendo bom para
o negócio (Ackai-Baidoo
Responsabilidade 2012, empresas e instituições
internacionais) vs. RSE
Social Empresarial como mau capitalismo
da IE: (Blowfield e Frynas 2005,
Crowson 2009, Campbell
2012, Hilson 2012, Prno e
Slocombe 2012, 3).

Tendências
Resultados – RSE contrárias –
= licença para activismo do
operar e redução de Estado na
danos públicos de promoção do
imagem. desenvolvimento
(Frynas 2005, etc.).

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2. Revisão de literatura
2.4. Abordagens de análise em Moz

Abordagens prevalecentes:
– Resource curse (Biggs 2012),

- Dutch disease (Bucuane e Mulder 2007),

- Qualidade das instituições (Selemane 2013, Mosca e


Selemane 2012) e

- Economia política (Castel-Branco 2015, 2011, 2010;


IESE).

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4.2. Renegociação de meios de subsistência através de
protestos populares: a voz dos reassentados
Conflito entre actividades
de geração rendimento
propostas pelas empresas
e as históricas
estabelecidas nas famílias

Suspeição e incerteza Condição social Privação relativa


subóptima (falta de (pobreza material) +
(custo de aprendizagem,
dificuldades logísticas, emprego, violência simbólica
dependência pela (mudança prof, perda
acesso aos mercados, etc.)
empresa) de redes, mortos, etc.

Falta de abrangência dos Protestos


projectos populares
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4.2. Renegociação de meios de subsistência através de
protestos populares: a voz dos reassentados (cont.)
Exposição pública Redução das
da imagem das privação relativa
empresas (pelos (numa extensão
media) limitada)
“Na minha opinião a Vale só veio
para nos prejudicar. Aquilo é uma
exploração. Só que é uma exploração
um pouco diferente daquela do
colonialismo. O colonialismo veio à
força. A Vale veio autorizada. Eles
estão a levar as nossas riquezas e nós
vamos ficar pobres.”

Percepção sobre
desempenho do
governo: Medíocre

Reajustamento dos
Pressão da
arranjos
sociedade civil ao Políticas
institucionais dos
Estado experimentais
sector mineiro
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4.3. OSC’s, empresas extractivas e governo

OSC Locais:

- Protestos como ponto de viragem na atitude do governo (Variações de


acordo com cada governador);

- Reproduzem as percepções das populações afectadas (informalidade dos


processos, abordagens top-down nas decisões do governo e das empresas,
abandono, etc.)

OSC’s baseadas em Maputo:

- PRSE para que? Qual a diferença entre RSE e reassentamento? Os


protestos populares são respostas das comunidades ao comportamento puco
limpo das empresas.
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4.4. Empresas mineiras, protestos populares e RSE (Vale e
Rio Tinto)
Vale Moçambique Rio Tinto

Com os protestos as
populações querem
Os protestos são explicados dinheiro. As empresas estão
pela mobilidade social que a transformar-se em vacas
se observou nas leiteiras. Só a educação
comunidades. pode mudar isso.

“Nenhuma empresa é bom samaritano.


Os programas de Não nos enganemos. É uma ilusão
desenvolvimento social pensar assim. As empresas só investem
visam permitir na área social se esta for um veículo
desenvolvimento individual para maximizar o lucro”.
e do país como um todo.

Dúvidas sobre a forma


como o governo está a gerir
o sector mineiro.

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4.5. Autoridades e dinâmicas extractivas em Tete

Autoridades Locais:

- Dificuldades em abordar a RSE,

- As prioridades de investimento em RSE são definidas


pelas empresas,

- Falta de clareza sobre quem deve implementar a RSE;

- Centralidade dos propostos populares na mudança de


atitude dos actores institucionais.
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4.5. Autoridades e dinâmicas extractivas em Tete
Autoridades Centrais (MIREME):

- RSE como estratégia de sobrevivência do Estado;

- Rendas da ajuda (para capacitação institucional) apropriada através de per


diems, workshops, etc.;

- Os policy makers tem uma forte convicção de estarem a fazer a coisa certa.

Coexistência, no tocante a RSE, de dois tipos de abordagens na mesma


instituição: INGM (titubeante) e INP (bolsa de eficiência).

- “Guerras” dentro do aparelho estatal pelo controlo do sector extractivo;

- RSE como resposta aos protestos populares.


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4.6. Dimensão Internacional: influência da capacitação
institucional

Embaixada do Canadá:

- A harmonização e planificação como principais respostas para os protestos;

- Canalização de mais fundos para capacitação e produção e implementação de


políticas públicas;

- Forte dimensão de ajuda ligada (Interpraxis e Do It);

- Abordagens conflituantes entre os doadores (ex. modelo norueguês vs. modelo


do Banco Mundial);
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4.7. Conclusão (da análise de conteúdo)

As comunidades têm uma percepção negativa sobre o Estado


mas reconhecem agentes públicos que se esforçam para
resolver seus problemas (só a desagregação das estruturas de
poder e órgão do Estado é que permitem visualizar isto);

Os protestos representam uma rejeição do modelo de gestão da


indústria extractiva e, embora centrados na luta pela
sobrevivência, acabam por gerar efeitos ao nível dos arranjos
institucionais do sector.

Assim, narrativas de falhanço coexistem com as de sucesso, o


que exige dos pesquisadores uma preocupação com a análise
das contradições dos processos de concepção de políticas
públicas (incluindo “guerras” e motivações dos agentes).

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